Rogério de Azevedo (Porto, 1898-1983), um homem do seu tempo, erudito e culto, manuseou com liberdade e com sabedoria referências tão distintas quanto beaux-arts e art-déco, tradição clássica e modernismo. Bastaria citar, apenas a título de exemplo, numa área circunscrita da cidade do Porto, o edifício-sede do jornal O Comércio do Porto, a Garagem para o mesmo cliente, o “arranha-céus” Maurício Macedo ou o Hotel Infante Sagres; em territórios mais distantes, as Pousadas turísticas para o SNI (Marão, Serra da Estrela e Serém); os projectos-tipo regionalizados para as Escolas Primárias do Norte e Centro do país; ou as intervenções sobre o património, onde se destacam as realizadas no Paço dos Duques em Guimarães e na igreja de S. Pedro de Rates. O rigoroso estudo realizado pela autora, Ana Alves Costa, vem permitir resgatar o entendimento da obra de Rogério de Azevedo de uma visão que a Historiografia da Arquitetura Portuguesa, assente em leituras muitas vezes parciais e incompletas, tem vindo a apresentar, bem como contribuir para a construção de uma imagem um pouco mais completa sobre o passado e o presente da Escola do Porto.
O livro inclui um prefácio de José Miguel Rodrigues.