Livro de Obra: O edifício d´A Nacional nos Aliados
Lançamento
30 novembro, 16h, Fundação Marques da Silva
"Não são só o pó, nem o barulho, nem os imprevistos constantes. Uma obra é um momento transitório, um sinal de esperança para um futuro que se imagina."
No próximo sábado dia 30 de Novembro, pelas 16h00, na Fundação Marques da Silva, no Porto, vai ser apresentada a mais recente obra da Dafne Editora, o Livro de Obra: O edifício d’A Nacional nos Aliados. Nesta edição, tornada possível graças ao apoio da Fundação Marques da Silva e da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, regista-se em 184 páginas, com fotografias, desenhos e textos, a metamorfose d’A Nacional entre 2021 e 2024, quando os escritórios da antiga companhia de seguros na Avenida dos Aliados, no Porto, projetados por José Marques da Silva entre 1919 e 1925, se transformaram em habitações.
Para a apresentação deste livro estarão presentes Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, e os autores, Francisco Ascensão, Cristina Guedes, Francisco Vieira de Campos e André Tavares.
Imagem: A Nacional, fotografia de Francisco Ascensão.
REVISITAR A OBRA DE HESTNES FERREIRA
Programação paralela à exposição HESTNES FERREIRA: FORMA | MATÉRIA | LUZ
24 de novembro 2024 - 14 de março 2025
Inscrições em curso
Arranca no próximo dia 24, domingo, no Bairro Fonsecas e Calçada, com Michel Toussaint, a primeira de 4 visitas guiadas a obras de Raul Hestnes Ferreira, programadas no âmbito de HESTNES FERREIRA: FORMA | MATÉRIA | LUZ, exposição com curadoria de Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto, atualmente patente ao público no CCB.
Este "revisitar" da obra de Hestnes Ferreira, que se vai prolongar até março do próximo ano, tem como objetivo proporcionar, em visitas orientadas por arquitetos, a oportunidade de aprofundar e expandir perspetivas sobre a obra de Hestnes Ferreira, promovendo simultaneamente diferentes vivências em cada edifício, com particular atenção à matéria, à forma e à luz que os distingue. As visitas têm início sempre às 15 e a participação é gratuita, mediante inscrição prévia através de formulário próprio.
O calendário/percurso proposto é:
- 24 de novembro, Bairro Fonsecas e Calçada com Michel Toussaint
- 11 de janeiro, Biblioteca de Marvila com Paulo Tormenta Pinto
- 22 de fevereiro, Campus ISCTE com Bernardo Miranda
- 15 de março, Casa de Albarraque com Luís Urbano
IN CLASS WITH TÁVORA TEACHING AND LEARNING (LIVING) TODAY
Está quase pronto um novo livro sobre Fernando Távora
Barbara Bogoni e João Mendes Ribeiro são os autores/coordenadores de IN CLASS WITH TÁVORA TEACHING AND LEARNING (LIVING) TODAY. Este livro sobre o legado de Fernando Távora, o sexto volume da coleção Pocket Books/Livros de Bolso da editora Amag, inclui, para além dos ensaios destes arquitetos, a tradução para inglês de dois textos seminais de Távora - "O problema da casa portuguesa" e "Da organização do espaço" -, bem como um conjunto de outros testemunhos assinados por Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Rui Lobo e Rafael Sousa Santos/Francesco Cancelliere. Está em regime de pré-venda, sendo que antes do final deste mês ficará disponível no circuito comercial.
Trata-se de um projeto editorial assente na vontade de os seus autores/coordenadores (ambos Professores: Barbara Bogoni, do Politecnico di Milano/Polo Territoriale di Mantova; e João Mendes Ribeiro, do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra) comunicarem às novas gerações de arquitetos - e a uma escala internacional - a relevância do ensino de Távora, os valores e o sentido profundamente humano e pedagógico do seu “fazer arquitectura”, em confronto com os seus escritos. A nova publicação, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, pretende assim acrescentar às muitas antologias, ensaios analíticos e críticos, artigos de revistas e monografias, exposições, conferências e palestras que têm vindo a ser produzidos sobre Távora ao longo dos anos, a maioria deles em Portugal e em português, a par das traduções recentemente lançadas em espanhol e italiano dos seus textos, um novo canal de aproximação e de divulgação em língua inglesa ao mundo tavoriano.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
a partir de hoje, no Salão Nobre da Assembleia da República
Em 1999, o Parlamento inaugurava o seu Novo Edifício, junto à fachada lateral do Palácio de São Bento. Uma desejada ampliação projetada por Fernando Távora durante os anos 90, em colaboração com José Bernardo Távora. Em 2024, a figura de Fernando Távora "regressa" à Assembleia da República, desta vez ao Salão Nobre, onde se apresenta a exposição central do programa de celebração do centenário do nascimento deste arquiteto: FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. A exposição seguiu para Lisboa acompanhada de três núcleos temáticos Referências, Viagens e Aulas, e integra ainda, nesta que é a etapa final da sua itinerância, uma entrada relativa ao projeto para o Novo Edifício.
Ontem, a exposição foi inaugurada pelo Presidente da Assembleia, Dr. Aguiar-Branco, pelo Reitor da Universidade do Porto, Professor António Sousa Pereira, pelo Presidente da Ordem dos Arquitectos, Arq.to Avelino Oliveira, e pelo Comissário da Exposição, Professor Alexandre Alves Costa. A partir de hoje, 14 de novembro, pode ser livremente visitada às segundas, terças e sextas-feiras, entre as 15h e as 17h. A entrada é livre e de acesso gratuito, dependendo de marcação prévia para o email: dmc.correio@ar.parlamento.pt ou pelo telefone 213 917 101.
O encontrar do fio de continuidade com a tradição:
Francisco Barata Fernandes e a recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira
"Não me interessa [...] congelar um edifício ou parte de uma cidade, mas gostaria, com o meu trabalho, de contribuir para a divulgação do nosso património, desejando que, concluída a obra, a comunidade a sentisse, usasse e vivesse com o respeito devido pelo que faz parte da história"
Francisco Barata Fernandes, em entrevista a Andrea Ugolini
Sobranceiro à cidade que lhe adotou o nome, em "terra de Santa Maria", o Castelo da Feira tem a sua origem num tempo bem distante, anterior mesmo ao da conquista da própria nacionalidade, em cujas lutas desempenhou um papel preponderante. Sobreviveram, alíás, duas aras votivas que atestam o culto a divindades da mitologia lusitana e essa longínqua ocupação deste território onde, no século X, se ergueu o primitivo recinto fortificado moçárabe, a assumir posições defensivas contra tropas muçulmanas e normandas. Já em pleno séc. XV, foi concedido ao nobre Fernão Pereira, um acontecimento que viria a ditar a adaptação da Torre-alcáçova a espaço residencial e a implementação de um novo sistema defensivo marcado pela construção da barbacã da porta e da cerca-avançada. Ao longo do século XVII, na Praça de Armas é edificado o novo "Paço dos Condes" e celeiros, e na área extramuros erigida uma capela dedicada à Nossa Senhora da Encarnação, de estilo barroco. A partir de 1700, com a morte do último conde da Feira, a sua incorporação na Casa do Infantado e o incêndio ocorrido em 1722, o Castelo entra numa fase de abandono e degradação que apenas viria a ser revertida em finais do século XIX, com o início dos primeiros trabalhos de restauro e conservação, e a criação de uma Comissão de Proteção e de Conservação, após visita do rei D. Manuel II, em 1908. Apesar das muitas transformações e vicissitudes que sofreu, o Castelo da Feira conseguiu sobreviver. Mantendo o seu carácter medieval inicial é reconhecido como um exemplar único da arquitetura militar portuguesa, em particular dos recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI, tendo sido classificado e alvo de continuadas intervenções arquitetónicas e de estudos arqueológicos que se prolongam nos nossos dias. Uma há, contudo, que aqui se destaca, por determinar a sua utilização enquanto polo cultural.
Entre 1991 e 2006, com o Castelo ainda sob a tutela da Comissão de Vigilância e do IPPAR, coube a Francisco Barata Fernandes, tendo como colaboradores Helder Casal Ribeiro e Eurico Salgado, assumir a autoria de um ambicioso projeto de recuperação, ainda que por vezes interrompido e não cabalmente cumprido, de todo o complexo monumental. Foi um projeto sustentado pelo imperativo de manter a relação com a paisagem intacta, não interferindo com a sua imagem global e deixando que a linguagem contemporânea apenas se revelasse na visita ao Castelo, recuperado para usos culturais, incluindo receções, eventos da cidade e conferências. O projeto passou por uma obra de adaptação e continuidade referente à via de acesso, entrada, rampa e praça de armas; e por uma obra de recuperação e reutilização da Torre de Menagem. No fundo, uma proposta de intervenção no antigo alinhada com um dos princípios de Viollet-le-Duc "restaurar um edifício não é repará-lo nem mantê-lo ou reconstruí-lo, é devolvê-lo a um estado acabado que pode nunca ter existido anteriormente."
Ostentando orgulhosamente o peso da história e alimentando o imaginário popular, o Castelo continua hoje a dominar o horizonte da cidade e é mesmo o protagonista de um dos pontos altos do programa cultural do Município, que recentemente herdou a sua gestão: a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria.
Francisco Barata Fernandes nasceu no Porto, a 12 de novembro de 1950.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
NOV - DEZ 2024, Salão Nobre do Palácio de S. Bento (Assembleia da República)
Depois do Porto, Coimbra e Guimarães, a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE chega ao Salão Nobre da Assembleia da República, em Lisboa. A última etapa da itinerância nacional da exposição assinala o fim do programa de celebrações do Centenário do Nascimento de Fernando Távora, num espaço para o qual este arquiteto desenhou, entre 1993 e 1999, a ampliação para um novo edifício, projecto que faz igualmente parte da exposição.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE pode ser visitada a partir do dia 14 de novembro, às segundas, terças e sextas-feiras, entre as 15h e as 17h. A entrada é livre e de acesso gratuito, dependendo de marcação prévia para o email: dmc.correio@ar.parlamento.pt ou pelo telefone 213 917 101.
Rui Goes Ferreira: o Santuário para o Pico do Galo ou a importância de um arquivo
Quando se abrem muitos dos processos de projeto do arq.to Rui Goes Ferreira, é impossível não nos determos, para além do que revelam do seu traço arquitetónico e dos lugares de implantação, na sua evidente plasticidade: seja pelo cuidado recurso à cor e de sombreamento para evidenciar pormenores construtivos e diferenciar materiais; seja pela inserção de elementos, como figuras humanas, vegetação e carros, que, para além de uma imediata perceção da escala e de tantas vezes ajudarem a diferenciar quem os desenha, assim os afectam à função e ao tempo em são feitos. É o caso destes desenhos da Capela de Nossa Senhora de Fátima, a situar no Município de Câmara de Lobos, parte integrante do projeto desenvolvido por Rui Goes Ferreira para a Paróquia da Quinta Grande, tendo então como colaboradores os arquitetos José António Paradela e João Conceição.
Passemos ao contexto. Situado no topo de um promontório, com uma vista panorâmica privilegiada, este foi um projeto pensado e construído entre 1972 e 1974, mas com uma longa história a precedê-lo e a justificar a necessidade de se incorporar, na tangente da planta circular da igreja, uma diminuta capela preexistente, datada do início da década de 30 do século XX. Terá sido aí, nessa extensão improvável e geograficamente distante ainda que temporalmente próxima do milagre de Fátima, que cedo se constituiu um fervoroso culto mariano, com força para transformar o lugar num importante centro de peregrinações para onde afluiam não só parte das populações limítrofes, como também de outros pontos da ilha da Madeira. Foram muitas as peripécias a ditar o encerramento por largos anos da capela original, assim como a validar que na década de 70 se avançasse para a construção de um novo edifício. E se muitas são as versões e notícias a dar conta desta atribulada linha do tempo, em contrapartida, são muito escassas as informações que nos chegam sobre a encomenda feita a Rui Goes Ferreira, com a omissão recorrente do nome do arquiteto, e sobre a forma como a obra veio a ser construída, já que hoje apresenta significativas alterações. Em arquivo, porém, aqui estão os desenhos que permitem não esquecer a sua autoria, da mesma forma que oferecem a quem os observa, para além da justeza das linhas do projeto, a figuração detalhada de freiras e de potenciais fieis, tal como o pormenor da viatura que permitiria vencer mais facilmente o íngreme caminho de acesso ao santuário. E para uma ligação ao construído, nada como percorrer o Mapa de Arquitectura deste Arquitecto e clicar na obra assinalada com a letra B.
Rui Goes Ferreira nasceu a 8 de novembro de 1926, no Funchal, ilha da Madeira.
Alcino Soutinho: a arte de amar o banal ou como passar da ideia ao objeto
"Alguém tem de amar o banal". Assim começa um poema de Barreto Guimarães, mas, ainda que tal fosse possível, não vai ser o caminho do poema aquele que vamos percorrer e sim o de um desenho, aquele que nos dá conta da inesperada transformação de um fascínio de infância pela arte de fazer sapatos numa concreta e real experiência de imaginar uma peça de calçado indispensável, pela nossa condição de bípedes, ao nosso quotidiano. E sabendo antecipadamente que, num gesto onde o banal se transcende, este par de sapatos, este objeto de uso comum, não só foi desenhado, como também acabou por ganhar forma capaz de se moldar e cobrir uns pés.
Tratemos de precisar o que acaba de ser escrito. A dado tempo, já entrado o século XXI, Alcino Soutinho terá confidenciado a quem então o entrevistava que, em criança, sonhara ter sido sapateiro, tendo um seu tio chegado a oferecer-lhe uma caixa com as ferramentas próprias do mester. Ora, ao tomar conhecimento dessa vontade, Carlos Magno tratou de providenciar o encontro entre arquiteto e fabricante, a quase centenária De Gier. O resto já sabemos. Estes improváveis sapatos foram desenhados, feitos e colocados em venda, com direito a um par de oferta ao seu criador. E por aí andará quem, até sem saber, tivesse tido a ritmar o passo do seu andar sapatos da autoria deste arquiteto, amante da arte de bem calçar. De tal experiência, guarda-se agora na Fundaçao Marques da Silva um belo conjunto de 18 desenhos de estudo que, nas suas variações, documentam como esse divertido reencontro com memórias distantes foi alvo de apurada atenção por parte do seu autor.
O CODA de Fernão Simões de Carvalho, entre Paris, Lisboa e Luanda
A obra de um arquiteto é, naturalmente, uma consequência da época em que vive, do que foi o seu percurso de aprendizagem, das referências que o foram modelando, dos princípios e metodologias que foi definindo e adotando ao longo da sua prática, e das circunstâncias que foram ditando os horizontes da sua ação projeto a projeto. O trabalho do arquiteto e urbanista Fernão Simões de Carvalho não é exceção, ainda que o seu trabalho se estenda da década de sessenta ao dealbar dos anos 2000 e tenha atravessado três continentes. Como dirá Michel Toussaint, manter-se-á "sempre fiel nos modelos urbanísticos/arquitetónicos, formais e construtivos, baseados numa racionalidade clara", que o contexto do Movimento Moderno propusera, fortemente presentes durante a sua formação.
Simões de Carvalho começou por estudar Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e cumpriu o seu tirocínio, entre 1955 e 1956, no Gabinete de Urbanização do Ultramar, com os arquitetos João Aguiar e Lucínio Cruz. Mas logo partiu para Paris, onde, na senda de Vasco Vieira da Costa e Nadir Afonso, teve por destino o atelier de Le Corbusier, no ano em que o até então chefe de projeto, André Wogenscky, decidira fundar atelier próprio. Será aqui que Simões de Carvalho se manterá, até 1959, numa colaboração que lhe permitiu trabalhar e acompanhar projetos como o da Unité d´Habitation de Berlim, de Nantes-Rezé e de Briey-en-Forêt, do Convento de La Tourette ou do Pavilhão do Brasil na Cidade Universitária de Paris, de que será architecte de chantier. E será também durante estes anos, a partir da capital francesa, que conclui a preparação do seu CODA, que virá defender a Lisboa, ainda em 1957, tendo por tema um projeto para "Um Centro de Televisão". Aliás, Simões de Carvalho faz questão de explicitar que, para a elaboração do programa proposto visitara o mais moderno centro de televisão francesa ainda em construção, em Paris, o de Buttes-Chaumont, assim como as instalações congéneres da BBC, em Londres, então a realizar um "novo e grande centro, White City Project, em Wood Lane".
Todo este conhecimento adquirido, entre Lisboa e Paris, constituiu a pedra basilar do que Simões de Carvalho viria depois a aplicar e desenvolver em Angola, no Brasil e, após 75, de novo em Portugal. Já no que se refere especificamente ao trabalho de preparação do CODA, este tornar-se-ia determinante quando, nos primeiros anos da década de 70, lhe caberá desenvolver, juntamente com José Pinto da Cunha e Fernando Alfredo Pereira, o projeto do Centro de Radiodifusão de Angola, em Luanda.
Fernão Simões de Carvalho nasceu em Luanda, a 27 de outubro de 1929. Celebra hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
O QUE FAZ FALTA:
50 ANOS DE ARQUITETURA PORTUGUESA EM DEMOCRACIA
Exposição
26 OUT 2024 - 7 SET 2025, Casa da Arquitectura
No próximo sábado vai inaugurar, na Casa da Arquitectura, a exposição O que faz falta. 50 anos de arquitetura portuguesa em democracia. Com curadoria de Jorge Figueira e curadoria-adjunta de Ana Neiva, tem como objetivo geral estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitetura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal. Nesse sentido, os projetos selecionados refletem os modos como a arquitetura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do país, continental e insular, e a contribuição de arquitetas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações.” E, por isso, não poderiam deixar de estar presentes alguns dos arquitetos documentados nos arquivos da Fundação Marques da Silva, uma das entidades apoiantes desta iniciativa.
Esta exposição, acompanhada por um programa paralelo com curadoria dos arquitetos Nuno Sampaio e Jorge Figueira, ficará patente ao público até 7 de setembro de 2025.
Francisco Barata Fernandes, Transformação e Permanência na Habitação Portuense
Lançamento da 3.ª edição do livro
com Remo Dorigati, Gisela Lameira e Mariana Sá
24 de outubro, 18h30, FAUP
"A habitação teórica sobre as habitações do Porto não se limita a uma simples análise de processos de transformação urbana mas, e isto nao é pouco, apresenta experimentações projectuais nas quais transparece um elevado nível de originalidade e coerência. A investigação torna-se também num laboratório experimental que tem a coragem de verificar, ao vivo, o valor de algumas premissas." (Remo Dorigati, Prefácio à 3.ª edição)
Numa sessão que contará com a participação do arquiteto Remo Dorigati e das arquitetas Gisela Lameira e Mariana Sá, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto vai apresentar no próximo dia 24 de outubro, pelas 18h30, aquela que é já a 3.ª edição do livro que contempla a publicação do trabalho de investigação desenvolvido por Francisco Barata Fernandes para obtenção do grau de doutoramento, defendido em 1996. Esta reedição da FAUPpublicações acrescenta ao prefácio de Daniele Vitale um novo prefácio da autoria de Remo Dorigati, e conta também com o apoio da Fundação Marques da Silva, instituição onde o arquiteto Francisco Barata, desde a primeira hora, foi membro do Conselho Geral e à qual foi doado o seu acervo profissional.
A sede para "A Nacional", no Porto, em dia de aniversário de José Marques da Silva
O postal que aqui se publica pertence ao acervo de José Marques da Silva. Poderia ter sido por si adquirido, já que o edifício em destaque é obra sua: a sede portuense da Companhia de Seguros "A Nacional", construída sobre terreno adquirido em 1918 e cujos símbolos não só ecoam em vários pontos da arquitetura e elementos escultóricos que distinguem a sua fachada, como "A Nacional" é o nome que tem sobrevivido à passagem do tempo para o designar. Mas trata-se, afinal, de um postal que lhe é enviado para Londres, em 1925, onde se encontrava instalado no Imperial Hotel, em Russel Square, vindo de Paris, pela pessoa responsável por cuidar das suas filhas durante o curso desta viagem do casal Júlia e José Marques da Silva. E isso é relevante? Veremos que sim, não devido aos interlocutores, mas pelo que as entrelinhas desse postal nos mostram.
"A Nacional" é mais do que um mero projeto de arquitetura, já que o processo da sua ideação e construção se prende diretamente com o planeamento do centro cívico da cidade do Porto, tal como ainda hoje o conhecemos e percorremos, processo esse em que Marques da Silva foi um dos protagonistas. Eis o que o próprio refere num rascunho em preparação da memória descritiva: "O edifício collocado no angulo da Avenida das Nações Alliadas e Praça da Liberdade, occupa uma situação de destaque que se procurou valorizar. Além d´isso, destinado também à filiação d´uma Companhia de Seguros Portugueza os seus elementos deveriam conjugar-se com a feição architectonica mais preponderante no Porto. Em feição, a nosso ver, soffre a influencia da Renascença, principalmente da Renascença Flamenga. A essa característica procurâmos, pois, subordinar o aspecto architectonico das fachadas, e d´ahi resultou o desenvolvimento do remate da construcção [...] A massa do edifício não é pois resultante do lado especulativo da construcção, mas da situação especial que elle vai ocupar n´um espaço amplissimo e, empregando uma fraze technica, a servir de encontro às grandes edificações que se estendem ao longo da Avenida das Nações Alliadas."
Assim aconteceu e este postal é, à sua medida, a prova do reconhecimento e orgulho geral com esse conseguimento arquitetónico e urbano, feito a justificar uma reprodução fotográfica, com honras de impressão a cor, datada do ano da sua inauguração oficial, 1925. E nem é problema a ausência do relógio, essa "máquina de primeira qualidade" que chegará de Paris para marcar o ritmo da cidade novecentista - "as horas da Nacional!", ou dos dispositivos de sombreamento que animam muitas das suas fotografias posteriores, a presença de obras de terraplanagem no espaço central da Avenida dos Aliados ou o vazio do lugar onde virá a ser construída nova Câmara...
O n.º 1 da Avenida dos Aliados, no Porto, está quase a atingir a distinta marca dos 100 anos e acaba de ser requalificado pelo atelier de Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, com um projeto que mereceu recentemente a atribuição do Prémio AICA aos seus autores. O processo deste "renascimento" da Nacional será, aliás, em breve documentado no "Livro de Obra" que a Dafne Editora, com o apoio da Fundação Marques da Silva, lançará até ao final deste ano.
Quanto ao seu autor, José Marques da Silva, nasceu no Porto a 18 de outubro de 1869.
Alunos de Ciência da Informação visitam a Fundação Marques da Silva
No passado dia 15 de outubro, foram recebidos na Fundação Marques da Silva, estudantes da Licenciatura em Ciência da informação da FLUC, numa visita de estudo organizada pela Professora Maria Beatriz Marques, pensada com o objetivo de estender a experiência de aprendizagem em contexto de ensino a um confronto com um contexto real. E assim, este grupo teve a possibilidade de percorrer os espaços da Fundação, em particular as áreas de depósito dos arquivos documentais e bibliográficos da instituição, numa visita acompanhada por Ana Ramos e Guilherme Gouveia, seguida de um encontro com o Professor Armando Malheiro, para apresentação e enquadramento do trabalho que aqui tem vindo a ser desenvolvido. Ou seja, uma oportunidade única para estes futuros profissionais de ficarem a conhecer um caso prático de aplicação da Teoria Sistémica no tratamento de acervos (documentos, livros e objetos), esclarecendo simultaneamente dúvidas e debatendo questões técnicas suscitadas ao longo da visita.
Filipe Oliveira Dias e a Rua de Miguel Bombarda, onde a arte se estende ao pavimento
O percurso do arquiteto Filipe Oliveira Dias, breve mas intenso, foi pautado por grandes obras públicas, como o Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, e os Teatros Municipais de Bragança e Vila Real, ou as várias Escolas de Ensino Superior para os Politécnicos do Porto, Castelo Branco e Leiria, ou mesmo grandes edifícios residenciais, caso do Conjunto Habitacional Monte de S. João, que projeta com Rui Almeida, no Porto, só para citar alguns dos muitos projetos por si realizados. Mas um há que adquire, pelas suas características, uma condição invulgar: a reabilitação da Rua Miguel Bombarda, no Porto, entre 1998 e 2001.
Tratava-se então de, com base na iniciativa e orientação dos comerciantes instalados nessa via urbana do Porto, vocacionar, com o apoio da autarquia, a Rua para a promoção e o comércio de arte. Uma vontade que deveria ser concretizada sem perda dos moradores residenciais e garantindo que a mesma se pudesse manter viva e segura, de dia ou de noite, à imagem do que acontece em áreas congéneres de outras cidades europeias. O projeto acabaria por abranger também a Rua da Boa Nova, sendo que, na Rua Miguel Bombarda, a prioridade era o peão, e, na Rua da Boa Nova, o automóvel não seria secundarizado. Com estes pressupostos, a opção do mobiliário urbano, pensada de forma a facilitar o trajeto dos visitantes das muitas galerias que aí se começaram a instalar, veio a ser reduzida à sua escala mais simples. E, num compromisso com a funcionalidade desejada e a necessidade de criar momentos de pausa ao longo do percurso para quem nela se passeia, o próprio pavimento incorporou intervenções do artista plástico portuense, Ângelo de Sousa. Passadas mais de duas décadas, Miguel Bombarda continua a cumprir este seu renovado desígnio, o de ser o Quarteirão Cultural da cidade do Porto.
Filipe Oliveira Dias nasceu no Porto, a 16 de outubro de 1963. Completaria hoje 61 anos de idade.
Newsletter Fundação Marques da Silva | Outubro 2024
Com destaque para a Exposição Hestnes Ferreira: Forma | Matéria | Luz, que amanhã inaugura no Centro Cultural de Belém, retomamos a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
José Porto e o Cruzeiro de Santa Luzia, em Vilar de Mouros
Num primeiro olhar pelo percurso do arquiteto José Luiz Porto, logo se torna percetível a existência de um considerável número de obras de forte impacto urbano, seja porque as circunstâncias assim o ditaram, seja pelo que pode ter sido uma apetência pessoal pela larga escala. E bastaria citar algumas, entre obras construídas ou tão simplesmente projetadas, para fundamentar esta afirmação: do estádio distrital ao hotel da Pr. D. João I, do projeto para o Coliseu ao edifício Emporium, todas no Porto, mas também as grandes obras para o Ultramar ou até mesmo o projeto para o Concurso para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa. Seria, contudo, redutor e injusto afirmar que era apenas um arquiteto que pensava "em grande". Tinha muitos outros interesses, que iam da decoração ao cinema e, quanto à capacidade para conceber ou resolver projetos mais contidos, aí estão as muitas moradias particulares que foi projetando, em particular no Minho, ao longo da década 50, sobretudo nas imediações daquele que será sempre o lugar de regresso, Vilar de Mouros, a sua terra natal, projetos esses documentados no arquivo doado à Fundação Marques da Silva pelo arquiteto Abílio Mourão.
E aí encontramos, por exemplo, este esquisso para o Cruzeiro de Santa Luzia, implantado a cerca de 80m da Capela homónima, junto à estrada de Marinhas. Este lugar rural de culto, construído em granito, na esteira das capelas românicas da região e com uma certa riqueza decorativa do altar, remonta à segunda metade do século XVI e chegou a ter como um dos seus últimos proprietários Manuel José de Aral Barrocas. Terá sido ele, provavelmente, a encomendar a José Porto a reconstrução dos muros do adro e o cruzeiro, trabalho esse que decorreria entre 1952 e 1954. No acervo deste arquiteto não foram identificados registos do trabalho para a Capela, mas aqui está um estudo para o Cruzeiro. Um desenho particularmente interessante por deixar entender, não obstante a singeleza do trabalho, as deambulações mentais que iam assaltando o seu autor.
José Luiz Porto nasceu em Vilar de Mouros, Caminha, a 10 de outubro de 1883.
Gabriel Weber, "Do Benim ao Benim: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais"
Está anunciado o vencedor da 20.ª Edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Benin. Será este o destino da viagem de Gabriel Weber, o vencedor da 20.ª edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA.
Este estudante de Doutoramento em Arquitectura na FAUP, candidato ao Prémio com "Do Benin ao Benin: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais", vê na arquitetura Agudá, que tem origem no retorno de escravizados libertos do Brasil rumo ao Golfo do Benim, um produto da liberdade. E o júri considerou esta sua proposta de procura e de entendimento de uma "memória e conhecimentos que devem ser preservados, respeitados, e trazidos à luz de uma nova leitura perante novos cenário"; este périplo pela Nigéria, Benim e Brasil; esta vontade de "penetrar nesse encantamento [...] um projeto notável de viajante /arquiteto".
A sessão incluiu, para além do anúncio do vencedor, uma conferência pela pintora e escritora Mónica Baldaque, membro de júri da presente edição do Prémio e Presidente do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís. Sob o título "Não faço férias, faço viagens", celebrou 3 Centenários que se cruzam no tempo e na amizade: Agustina Bessa-Luís -2022/23; Alberto Luís, seu marido -2023/24; e Fernando Távora -2023/24.
O júri da 20ª edição do Prémio foi presidido pela pintora e escritora Mónica Baldaque, nomeada enquanto figura de relevo cultural, externa ao campo disciplinar da arquitetura, e constituído também pela Arq.ta Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), Arq.to Carlos Prata (indicado pela Casa da Arquitectura), Arq.ta Teresa Fonseca (em representação da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos) e, também, Dr.ª Luísa Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).
A cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos contou com a presença de representantes das entidades envolvidas na organização do Prémio: a Arqª Andreia Oliveira da Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte, e o Arq.to Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitetos, bem como o Dr. Fernando Rocha, Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, o Arq.to Nuno Sampaio, Diretor Executivo da Casa da Arquitetura, e o Arq.to Luis Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva.
Imagem: Ebun House (fotografia de Pierre Verger, 1952)
Desenhar o espaço "habitado" da Casa-Atelier José Marques da Silva
Enquanto a Casa-Atelier José Marques da Silva aguarda a oportunidade de voltar a abrir as suas portas para dar a ver uma nova exposição, eis que os espaços temporariamente vazios se enchem de estudantes da ESAD. Guiados por Marta Cruz, professora da área do desenho, do espaço doméstico e da cultura material, percorrem-na tentando decifrar formas, sentidos, ambientes e memórias que nela se têm vindo a inscrever. E num exercício que assenta na experiência do olhar e do desenho, vão tentar compreender a dimensão sensível deste lugar que assistiu e se moldou a tantas vidas, os modos e possibilidades de se relacionarem com uma Casa também pensada e projetada para ser Atelier de um Arquiteto e que agora é sede de uma Fundação. O desafio vai manter-se ao longo do mês de outubro e não deixaremos de partilhar alguns dos trabalhos realizados.
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ (CCB)
Exposição e ciclo de visitas
Centro Cultural de Belém, Lisboa
17 de outubro de 2024 a 13 de abril de 2025
Inauguração: 16 de outubro, 19h00, entrada livre
Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto revisitaram o processo de trabalho de Hestnes Ferreira e apresentaram, em 2023, na Fundação Marques da Silva, a exposição Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz. Voltaram agora a este projeto expositivo de que foram curadores para responder ao desafio de o levarem para um novo espaço, uma nova geografia: o Centro Cultural de Belém, em Lisboa. E neste regresso, que permitirá mostrar esta abordagem à obra de Hestnes Ferreira na cidade onde este arquiteto fundou o seu atelier e por largas décadas projetou, também o dispositivo se ajustou às formas e condições de um outro lugar, com ele estabelecendo um diálogo que lhe aporta novas leituras.
Em simultâneo a esta exposição, vai decorrer um ciclo de visitas guiadas à exposição e a obras representativas da autoria deste arquiteto: Bairro Fonsecas e Calçada; Biblioteca de Marvila; Campus ISCTE; Casa de Albarraque. Estas visitas, orientadas por arquitetos, proporcionam a oportunidade de aprofundar e expandir perspetivas sobre a obra de Hestnes Ferreira, promovendo diferentes vivências em cada edifício e prestando particular atenção à sua forma, matéria e luz. São de participação gratuita, dependentes apenas de inscrição prévia.
20ª Edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Anúncio do Vencedor e Conferência de Mónica Baldaque
7 OUT 2024, 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos
No próximo dia 7 de outubro, em Dia Mundial da Arquitetura, vai ser anunciado o Vencedor da 20.ª edição do Prémio Fernando Távora. A cerimónia, este ano a decorrer no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, integra ainda a apresentação da conferência "Não faço férias, faço viagens", pela pintora e escritora Mónica Baldaque, figura de relevo cultural, externa ao campo disciplinar da arquitetura, convidada a presidir ao júri da presente edição do Prémio.
Para além da sua Presidente, fazem parte da constituição do júri da 20.ª edição a Arqª Andrea Soutinho (em representação da Fundação Marques da Silva), o Arqº Carlos Prata (em representação da Casa da Arquitectura), a Arqª Teresa Fonseca (em representação da OASRN) e a Drª Luísa Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).
O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da OASRN, tem como entidades parceiras a Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura. Conta ainda com o patrocínio da Ageas Seguros.
No acervo de Nuno Portas encontra-se um conjunto de cartas que escapou à voragem do tempo e ao afastamento dos seus interlocutores. Escritas entre 1954 e 1955, por este arquiteto, então com vinte anos de idade, revelam os laços que o ligaram a uma outra jovem arquiteta, René Cadete de Oliveira, mas, respeitados os excertos que devem permanecer na esfera pessoal e íntima de quem as escreveu e a quem se destinam, as palavras que as preenchem adquirem um particular interesse para a historiografia da arquitetura portuguesa, pois são moldadas pela partilha dessa condição mútua de serem ambos arquitetos na ânsia de desbravar mundo e com muitos sonhos a perseguir. Nelas se percebe como a mundividência de Nuno Portas se vai formando, dos interesses que o vão motivando, do que então o vai impressionando.
Através deste testemunho, em discurso direto, vão sendo revelados os contextos dos seus primeiros projetos (como a casa da Fronteira, pertencente à sua tia), a experiência de atelier, a importante convivência com António Freitas Leal e as primeiras ideias para a Igreja de Moscavide, a amizade com Manuel Cargaleiro, visita obrigatória em Paris, ou a viagem que faz na companhia de João de Almeida, em 1954, tendo como pano de fundo a afirmação de um emergente MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa). E é fundamentalmente a narrativa desta viagem a René Cadete de Oliveira, desse périplo pela Suíça, Alemanha e França, que se torna particularmente interessante de acompanhar, seja pelos detalhes sobre as circunstâncias como a viagem vai acontecendo (a estadia com o arquiteto Hermann Baur, as visitas ao atelier e a obras de Rudolf Schwarzt, de Le Corbusier ou de Perret, o encontro com o escultor Schilling, os filmes a que assiste em Paris...), seja pelo momento em que esta acontece, ao passar por cidades ainda fortemente marcadas pelo pós-guerra e pela reconstrução em larga escala (são surpreendentesas descrições de Frankfurt e Colónia!), reflexo do olhar crítico e atento com que vai assimilando o que vê, em confronto com as suas referências e com a realidade nacional que o cerca. Aí ficamos a saber que será na companhia de M.me Baur e João de Almeida que visitará Ronchamp, poucos meses antes da sua inauguração. Aí descreve, sem esquissos, devido à trepidação do comboio, o mais pormenorizadamente possível o que viu e não esconde o fascínio que sentiu: "aquilo é de tal forma belo e forte que é sagrado [...] a classe e a lição de arquitectura que aquilo é".
Transcreva-se, a título de exemplo, a forma como analisa e descreve a René, duas obras de Schwartz e que a imagem anexa, para dar a ver os esquissos, também documenta: “Uma pequenina capela [Kapelle Kalk, em Colónia] construída com pedra velha, que é formidável. É um túnel branco apenas interceptado por uma janela com o altar em frente dessa janela e que termina por um quarto de esfera ao fundo, sempre branco. Ao lado dos bancos corre uma série de candeeiros de pé, que marcam duas linhas violentas para o altar. É uma coisa linda. Mas foi hoje que ficámos não sei bem como hei-de dizer, mas qualquer coisa como quando fomos a Ronchamp. Esta é a planta aproximada [St. Maria Königin, em Frechen]. Mas são os volumes, marcados pelo tijolo vermelho e pelo tecto em tábuas de tons diferentes formando superfícies de tonalidades quentes que se cortam, modeladas pela iluminação, que nos dizem tudo. É uma obra como ainda não tínhamos visto nada de parecido – como a arquitectura dos grandes – de um Corbusier, ou antes de um Mies Van der Roe. É um espaço total, de dentro e de fora, que está, que tem um valor misterioso em si. Tivemos pena que ainda faltem os acabamentos, por dentro.”
Quanto a René, sabemos apenas que em 1954 residiu na Apúlia e depois se mudou para Moscavide, que a sua mãe vivia em Engarnais Cimeiros (Mouriscas) e que, em 1961, defende o seu CODA na ESBAP, com o projeto para o interior de uma Pousada em Vilar Formoso, ano em que também discursará, no Porto, num dos Encontros do MRAR. É, no entanto, a si que devemos o privilégio de poder retomar e entrar nessa viagem, nesse tempo, guiados pela mão de Nuno Portas.
Nuno Portas nasceu em Vila Viçosa a 23 de setembro de 1934. Celebra hoje 90 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Fernando Távora e Couros
Homenagem no primeiro aniversário da ampliação da zona classificada como Património Mundial da UNESCO em Guimarães
19 a 30 de setembro
Fernando Távora, que teve uma forte ligação pessoal e profissional à cidade de Guimarães (14 obras realizadas e 7 projetos não construídos), foi preponderante para o processo de recuperação do Centro Histórico, que viria a ser classificado em 2001. Agora, entre 19 e 30 de setembro, quem se deslocar a esta cidade e passar pelo Largo Cónego José Maria Gomes (1983-85), Praça de São Tiago (1985-90), Largo da Misericórdia (1992-94) e Largo Condessa do Juncal (1992-95) vai encontrar, reproduzidas no espaço público, imagens provenientes dos processos de projeto para estas praças e largos desenvolvidos por Fernando Távora.
Trata-se de uma iniciativa do Município de Guimarães, que assim homenageia este arquiteto a par da celebração do primeiro aniversário da ampliação da zona classificada como Património Mundial da UNESCO em Guimarães. O programa tem início a 19 de setembro, dia em que será lançado um livro-síntese da candidatura do Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros a Património Mundial, assim como decorrerá um espetáculo comunitário, "O património são as pessoas", e uma exibição digital, "Na pele de Guimarães", junto a um conjunto de tanques de curtimenta.
Quando a arquitetura se cruza com as artes plásticas:
Fernando Lanhas e a sala de exposições Calouste Gulbenkian do Ateneu Comercial do Porto
A 13 de junho de 1958, o Ateneu Comercial do Porto inaugurou a exposição "artes plásticas". Tratava-se de uma iniciativa promovida e organizada pelo próprio Ateneu, que pretendia assim reeditar a "Exposição de Artes Plásticas" apresentada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1957, em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A ação a realizar no Porto incluiria agora, num formato mais contido, não só obras premiadas no certame de 57 - dos artistas Eduardo Viana, Barata Feyo, Dordio Gomes, Abel Manta, Júlio Resende, Guilherme Camarinha, António Duarte, Joaquim Correia, Jorge Vieira, Bernardo Marques, António Santiago Areal e Teresa Sousa - como incidiria em trabalhos de artistas da região Norte.
Ainda que a proposta tenha sido avançada pelo Ateneu Comercial do Porto, seria a Fundação Calouste Gulbenkian, nestes seus primeiros gestos de afirmação no campo do apoio às artes (ainda anteriores à inauguração do seu edifício-sede), a patrocinar as remodelações necessárias à montagem da exposição, assim como a aquisição de materiais desmontáveis apropriados a este tipo de ações. Reunidas as condições necessárias, o projeto acabou por ser entregue aos arquitetos Fernando Lanhas e Eduardo Brito, e ao engenheiro Dias Lopes (segundo Leonor Silveira, nomes possivelmente recomendados por Carlos Ramos, então diretor da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, e membro do júri de seleção).
A escolha do nome de Fernando Lanhas, em cujo acervo se encontra documentado não só o desenvolvimento do projeto de arquitetura para o Salão de Exposições, como a listagem dos artistas e obras admitidas, não é, contudo, uma surpresa quando equacionado em perspetiva. A Pintura, há muito constituía uma das suas áreas de interesse e de experimentação, sendo um dos líderes de várias das exposições do grupo "Os Independentes" realizadas na cidade do Porto, ao longo da década de 40. E também o espaço do Ateneu lhe era familiar. Aqui tinha decorrido, em 1944 a segunda exposição deste grupo de artistas; aqui coordenara, juntamente com Viana de Lima, Cassiano Barbosa e Arménio Losa, em 1951, a exposição da ODAM; e três anos mais tarde, com Miguel Barrias, Júlio Resende e Lagoa Henriques, aqui apresentara a exposição "Arte Infantil", com conceção de Alice Gomes e M. Calvet de Magalhães.
Paralelamente, a arquitetura continuava a estar bem presente, estando documentados no acervo de Fernando Lanhas, durante a década de 50, só para moradias e prédios, por entre outras tipologias, cerca de três dezenas de projetos. Quanto aos desenhos para o Salão móvel do Ateneu, batizado "Salão de Exposições Calouste Gulbenkian" em homenagem ao seu patrocinador, neles se deteta a sensibilidade museológica de Fernando Lanhas, que sobretudo a partir dos anos 80 aprofundaria, assim como neles se pressente uma sintonia entre a linguagem artística e o traço próprio deste arquiteto.
Fernando Lanhas nasceu no Porto a 16 de setembro de 1923.
I LOVE TÁVORA
Encerramento do Programa TÁVORA 100
18 SET, 18,30 H, Quinta da Conceição - ADIADA PARA 16 DE OUTUBRO*
Na próxima terça-feira, a partir das 18h30, na Quinta da Conceição, em Matosinhos, celebra-se com DJ sets e comida de rua o encerramento do programa comemorativo do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora, TAVORA 100. A entrada é livre!
Será um regresso ao espaço intervencionado por Fernando Távora, onde, há 18 anos atrás, passado um ano sobre a sua morte, a OASRN organizou a primeira festa "I Love Távora". A evocação desse momento, num cruzamento entre arquitetura e sociedade, já que todos estão convidados, será agora o culminar das ações que desde 2023 têm vindo a decorrer para lembrar, valorizar e divulgar a figura e o legado de Fernando Távora, por ocasião do centenário.
TÁVORA 100 foi um programa desenhado e concretizado em conjunto pela Ordem Dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a EAAD - Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra. A iniciativa "I Love Távora" conta ainda com o especial apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, da Casa da Arquitectura. Os DJ sets são promovidos e selecionados pela AEFAUP Nuda/aac - Núcleo de Estudantes de Arquitetura e Núcleo de Estudantes de Arquitectura da Universidade do Minho.
* Com a situação que o País esta a atravessar, devido aos incêndios, a comissão organizadora de I Love Távora considerou não estarem reunidas as condições necessárias para avançar com a celebração anunciada para hoje, ficando a mesma adiada para o dia 16 de outubro.
Construir sobre uma ilha artificial:
José da Cruz Lima e o Restaurante-Bar do Areinho, em Ovar
A aquisição dos terrenos da Ria, no sítio do Areinho, por parte da Câmara Municipal de Ovar através da Comissão de Turismo, acontece no final da década de 50. Era já então evidente o interesse crescente por um lugar de inegável beleza, onde ao potencial enquanto estância balnear se associava a possibilidade da prática de desportos náuticos. Seguir-se-á, após a compra, o planeamento de um conjunto de ações para desenvolvimento e valorização do Areinho: a criação de duas ilhas artificiais para "domesticação" da paisagem natural, em particular para conter as margens lodosas da ria naquele canal; e a construção de uma importante infraestrutura destinada a acolher o desejado fluxo de futuros utilizadores, isto é, um equipamento de restauração e apoio às atividades náuticas a implantar na ilha que seria ligada à estrada por um pequeno pontão flutuante em madeira. Quanto à ilha mais pequena, poderia vir a a ser um heliporto, ideia que acabaria por nunca vir a ser concretizada.
Concluída a drenagem e estabilização das duas ilhas artificiais, ainda durante a década de sessenta, coube ao arquiteto José da Cruz Lima, na altura a exercer funções como arquiteto consultor do Município, projetar o pontão e esse novo equipamento com múltiplas valências: "restaurante e bar, diversões e esplanada". Apesar da necessidade de implicar "fundações dispendiosas", o projeto avançou e o Restaurante VELA AREINHO anunciou e celebrou a sua entrada em funcionamento a 18 de abril de 1970. Diz-nos a memória descritiva arquivada na Fundação Marques da Silva que os materiais predominantes na sua construção, para além da estrutura formada por pilares e asnas de ferro zincado, passaram, entre outros, pelo uso de pedra rusticada, azulejos decorativos, madeiras do ultramar e grandes panos envidraçados. Memória essa que se cinge ao essencial e não ocupa mais do que uma página A4, pois o "projecto apresentado mostra claramente aquilo que pretende realizar" tornando desnecessário prolongá-la.
De facto, com uma arquitetura adequada à natureza do terreno e bem enquadrada na paisagem, o Restaurante-Bar logo se tornou um destino de excelência e uma referência na região. Concessionado a privados, atravessou nestes últimos anos algumas adversidades. Porém, são muitas as vozes que continuam a vir a público defender a sua requalificação, enquanto património a preservar.
José da Cruz Lima nasceu em Luanda, a 9 de setembro de 1910.
Um desenho nas voltas do tempo:
Maria José Marques da Silva e a Quinta de Serralves
Os desenhos viajam, claro. E quantas vezes, entrelaçados nas voltas do tempo, percorrem destinos aparentemente enigmáticos, deixando revelar muito mais do que a arquitetura que representam. Atente-se neste: um "decalque do projecto assinado pelo Arquitecto José Marques da Silva, em 9 de novembro de 1943", portanto, 4 anos anterior à morte deste arquiteto, que iniciara os primeiros estudos para este lugar em 1927 e que em 1943 concluíra o projeto de licenciamento da obra. Ora, os autores deste "decalque", realizado em fevereiro de 1955, são os arquitetos que o assinam: Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, designadamente filha e genro de Marques da Silva. Não pertence, contudo, ao seu acervo, ainda que se encontre atualmente no Arquivo da Fundação Marques da Silva. É, sim, parte integrante do acervo de Fernando Távora. Surpreendente? Talvez não.
Este corte à escala 1/100 foi "recuperado" por esta dupla de arquitetos, Maria José e David Moreira da Silva para Delfim Ferreira, o recém-proprietário do "Casal de Santa Maria" - a nova designação atribuída ao "Casal de Serralves", entretanto adquirido por este industrial ao Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral. E, sim, trata-se do espaço que hoje todos conhecemos como a Capela e Casa de Serralves. Porquê o interesse de Fernando Távora? É que este arquiteto, entre 1987 e 1988, cinco anos após a compra da Quinta de Serralves aos herdeiros de Delfim Ferreira pelo Estado, já com a Casa aberta como Museu à cidade, estava a intervir neste espaço, sendo de sua autoria o projeto do guarda-vento da entrada, os tapetes e o mobiliário do Gabinete do Diretor, assim como a mesa de telefone e os candeeiros. Este desenho deve ter sido consultado e arquivado durante o processo de trabalho, servindo como elemento de documentação do existente. Mas é agora, também, um exemplo paradigmático das muitas trajetórias que um desenho pode seguir.
Regressemos à dupla de arquitetos que está na interseção de um antes e de um depois. Acontece que Maria José e David Moreira da Silva, autores do muro e do portão da rua de Serralves para o Conde de Vizela, entre 1948-49, viriam a ser os intermediários do processo de compra e venda por Delfim Ferreira, concluído exatamente em janeiro de 1955. E note-se que, para este mesmo cliente, o atelier destes arquitetos portuenses estava já a projetar, desde a década de 40, o edifício-quarteirão do Palácio do Comércio, assumindo ainda a autoria de outros trabalhos, como o projeto do adro e portão da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Pr. do Marquês de Pombal (patrocinado por Delfim Ferreira) ou o levantamento da fachada da Quinta do Cisne, em Gaia.
E, assim, este desenho adquire ainda um outro interesse, o de ser um insterstício no tempo para onde converge toda uma rede de ligações que vai unindo diferentes arquitetos e clientes em torno de um mesmo lugar, em cuja identidade e história se inscrevem e conciliam os contributos de cada um deles.
Maria José Marques da Silva, cujo tirocínio foi feito com o pai, José Marques da Silva, desenvolveu toda a sua vida de profissional liberal em sociedade com David Moreira da Silva. Nasceu no Porto, na casa que hoje é sede desta Fundação, a 7 de setembro de 1914.
Até 8 de setembro decorre, nos Jardins do Palácio de Cristal, a edição 2024 da Feira do Livro do Porto. E a Fundação Marques da Silva continua a marcar presença com muitos dos livros publicados com a sua chancela, em parceria editorial ou com o seu apoio a assumirem destaque. Não deixe de visitar o Pavilhão da U.Porto Press, que ainda no passado dia 30 de agosto organizou o lançamento do livro«Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou A Criação do Mundo», e não deixe de procurar o livro «A Urgência da Cidade - O Porto e 100 anos de Fernando Távora», lançado neste certame da Feira do Livro, em dia de aniversário deste arquiteto, no passado dia 25 de agosto. Visite ainda o Pavilhão das Edições Afrontamento e o da Circo de Ideias que hoje, 6 de setembro, às 18h, promove no Lago dos Cavalinhos, a apresentação do livro «Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia», com uma conversa entre Tiago Saldanha Quadros, editor do livro, e Jorge Figueira, autor de um dos textos.
A propósito de livros, não deixe também de visitar a nossa loja online, onde poderá adquirir dois novos títulos: «Arquiteturas Italianas», de Paolo Zermani, e «Hestnes Ferreira: Forma | Matéria | Luz», com coordenação de Alexandra Saraiva, Patricia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto.
Este não é um mero canto de uma toalha de papel que sobreviveu a um bom almoço, talvez até a um dos muitos que tinham lugar na Adega Ribatejo ou na Minhota, lugares bem próximos do Atelier da Rua Duque de Loulé, frequentados por Fernando Távora. Coube-lhe a função de registar o instante em que ao olhar para a mesa, servido o café, Fernando Távora se apercebeu que ali se encontrava uma "natureza morta" em potência, capaz mesmo de se transformar num gesto de homenagem a Le Corbusier e Dominguez Alvarez. O desenho que, à falta de melhor suporte, então deixa sobre esse pedaço de papel, capta a ideia e confirma o detalhe desse olhar, nele fixando não só a composição, como as cores que a deveriam acompanhar. E porque o tempo era um dado a considerar, também a data ficou registada: 17 de março de 1986. O caso é que a cor amarelecida que os anos trouxeram, a par dos furos onde outrora deve ter sido perfurada por pioneses, confirmam do interesse que teve para o seu autor, que o manteve exposto no atelier por largo tempo, a aguardar um próximo passo que daria forma artística àquele esboço. Tal não veio a acontecer.
De facto, para si e em si ficou o que está para além deste desenho, o que poderia explicar a surpreendente associação entre arquiteto e pintor, mas dele podemos falar enquanto sinal do prazer de Fernando Távora pela boa mesa, aquela em que a par de boa comida se desenrolavam boas conversas, aquela em torno da qual se apuravam cumplicidades e se decantavam amizades.
E vêm à ideia "os trabalhos e os dias" de Jorge de Sena. Bastaria apenas substituir a palavra escrever por desenhar: "Sento-me à mesa como se a mesa fosse o mundo inteiro e principio a desenhar como se desenhar fosse respirar...à medida que desenho, vou ficando espantado...Uma corrente me prende à mesa em que os homens comem. E os convivas que chegam intencionalmente sorriem e só eu sei porque principiei a desenhar...e falo da verdade, essa iguaria rara: este papel, esta mesa, eu apreendendo o que desenho."
Hoje, passam 101 anos sobre o nascimento de Fernando Távora que se vivo fosse, não deixaria de reunir família e amigos à volta de uma mesa.
O Menir de Monsaraz e a formação de futuros arquitetos ou a fotografia enquanto exercício de prolongamento do olhar
Dia Mundial da Fotografia, 2024
Comecemos por identificar o monumento megalítico e a paisagem fotografados: trata-se de um menir talhado em granito, entre 3500/2000 a.C. (Neolítico Final/Calcolítico), com 5,6 m de comprimento, em posição isolada, localizado a norte da estrada que liga as aldeias do Outeiro e Barrada, no sítio do Penedo Comprido, a cerca de 5 km da vila de Monsaraz. Daí o nome pelo qual é conhecido, Menir do Outeiro ou Menir de Monsaraz, um dos mais surpreendentes de toda a Península Ibérica.
E passemos agora a revelar o que não está visível, mas justifica esta fotografia, tirada por Alexandre Alves Costa, uma das primeiras feitas durante o processo de recolha de elementos para a cadeira de História da Arquitetura Portuguesa que começara a lecionar no início da década de 70 na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em resposta a um desafio apresentado por Fernando Távora, que também lhe transmitira a certeza de que viajar e "saber ver" era passo necessário para "saber entender". E assim mapeou o território nacional, reunindo fotografias que fixaram incontáveis viagens de estudo, no verdadeiro sentido da palavra, acompanhadas de um desejo duplo de conhecer e reconhecer Portugal e a sua identidade própria, percebendo também a sua utilidade prática para o seu próprio exercício projetual.
E porquê começar por escolher e mostrar um menir, tão anterior à urbanidade e densidade construtiva a que um futuro arquiteto aspira, logo no início do Curso? Porque é expressão de sedentarização, é um marco no território, é um gesto de posse do homem perante o lugar que deseja fazer seu. É o princípio de um processo cumulativo onde a linearidade temporal nem sempre representa a palavra de ordem.
Octávio Lixa Filgueiras, um pensamento e uma voz próprias sobre o ensino e o papel da Arquitetura
No acervo de Octávio Lixa Filgueiras, doado à Fundação Marques da Silva, existe um conjunto assinalável de documentação escrita e, de menor expressão, fotográfica classificado como "Ensino ESBAP/FAUP". Ora, refira-se que em 1954 é na Escola Superior de Belas Artes do Porto que Octávio Lixa Filgueiras defende aquela que veio a ser a primeira tese teórica permitida a um CODA: Urbanismo: um tema rural. Obteve não só classificação máxima como abriu a porta para outras que se seguiriam: Arnaldo Araújo, José Dias, Sergio Fernandez, Nuno Portas ou Pedro Vieira de Almeida. Logo no ano seguinte, foi ainda chamado a coordenar a equipa da Zona II do Inquérito à Arquitetura Popular, equipa essa que contou com Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias. Mas a sua carreira docente só terá início em 1958, primeiro como Assistente convidado e quatro anos depois, em 1962, como Professor do Curso de Arquitetura da ESBAP. Foi, aliás, na sequência deste processo concursal que veio a publicar Da Função Social do Arquitecto. Com algumas intermitências, já que a sua vida profissional abrangeu múltiplos campos de intervenção e de interesse, manteve-se ligado à Escola/Faculdade até 1991, ano da sua aposentação, seja enquanto Professor, seja como representante desta em iniciativas junto das entidades institucionais, académicas e civis para as quais foi chamado ou se propôs participar. O que esta documentação, reunida em 5 caixas, integra são exatamente registos desse período dilatado de tempo, onde a sua ação se fez sentir e se foi repercutindo em momentos refundadores da própria Escola e da sua projeção externa.
E lá encontramos notícia dos inovadores Inquéritos Urbanos, que Octávio Lixa Filgueiras propôs e implementou, entre 1961 e 1969, como forma de renovação das cadeiras de Arquitetura, bem como de momentos que ditaram o seu afastamento, entre 1971, por motivos pessoais e não sem antes se envolver ativamente na discussão sobre a reestruturação do curso, e 1974, ano em que regressa para de novo se afastar em discordância com a orientação pedagógica adotada. Assim como da reintegração que surgiu largos anos depois, em 1985, para orientação de um Seminário sobre Recuperação do Património Arquitetónico, destacando-se, neste período final, a sua participação na organização da exposição evocativa e retrospetiva de Carlos Ramos, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1986.
Aí podemos encontrar também a memória que permanece do processo não concretizado de abrir um Curso em Coimbra, na ARCA, com Arnaldo Araújo, António Quadros, José Forjaz e Souto de Moura; notas que ficaram da arguição de teses como a de Pedro Vieira de Almeida; apontamentos do que tudo indica ser o trabalho de preparação para a sua intervenção enquanto elemento do Júri do Concurso para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, com o mapeamento de obras de Perret, Baur, Bauer, Rudolf Schwarz, Le Corbusier ou Tedeschi; ou as sínteses atentas da Reunião da UIA, em 1965. Tudo isto entre muitos outros registos que deixam entrever um pensamento e uma voz próprios sobre o que deveria ser o ensino e o papel da Arquitetura, sustentados num olhar aberto ao país e ao mundo do seu tempo. E por isso não é surpreendente que nos deparemos com um rascunho de um questionário a submeter aos aspirantes ao Curso de Arquitetura constituído por 31 perguntas, entre as quais se apuravam gostos musicais, literários ou artísticos dos futuros estudantes, o seu gosto por viagens, sobre a prática do desporto, hábitos de cinema, televisão e fotografia, e ainda que na 20.ª posição, se desenhava por gosto, antes de chegar às expectáveis questões que o concluíam.
Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto, a 16 de agosto de 1922.
A Fundação Marques da Silva encerra hoje para um breve período de férias, mas logo estará de regresso a 2 de setembro. Entretanto, continuamos em movimento. Continue a seguir-nos nas redes sociais e não deixe de procurar as nossas edições em visita à Feira do Livro do Porto, que abre as suas portas a 23 de agosto. Boas férias e até já!
Um novo livro é sempre um motivo de festa, dois novos livros ainda mais. E isto porque os dois livros recentemente anunciados como estando no prelo acabam de chegar à Fundação para começarem a circular. Em devido tempo terão direito a sessão de lançamento, mas para os mais impacientes, eles aí estão:
"1923-2023 Fernando Távora at 100"
Histories of Postwar Architecture (HPA)
Com coordenação editorial de José António Bandeirinha, Antonio Esposito e Giovanni Leoni, com Giovanni Bellucci, está já disponível o n.º 11 daHistories of Postwar Architecture (HPA), "1923-2023 Fernando Távora at 100", uma edição especial da revista científica do Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha que surge no contexto da celebração do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva. Uma revista profusamente ilustrada onde se reúnem os contributos de mais de duas dezenas de autores, textos escritos a vários tempos e a partir de perspetivas distintas sobre uma figura e uma obra indispensáveis para compreender a evolução da Arquitectura Portuguesa a partir da segunda metade do séc. XX.
No contexto da Fundação Marques da Silva, o nome de António Cardoso imediatamente convoca duas ações muito concretas: o primeiro estudo e levantamento sistemático do percurso e obra de José Marques da Silva; e o papel preponderante que António Cardoso veio a exercer no processo que dará origem à criação da presente Fundação. Mas ao percorrer o seu vasto acervo, desde logo emergem outras facetas, cujo cruzamento também explica o modo e a razão de ser dessas ações: o seu interesse pelas Artes em geral, materializado num fazer de que nos fala a sua própria Pintura; a formação como historiador, matriz da continuada investigação que ao longo da vida realizou sobre arquitetura, arte e património; e a experiência pedagógica adquirida em vários tipos de ensino (da Televisão Escolar à FLUP), importante para moldar uma vontade e um seu jeito particular de comunicar.
E, por isso, não é de estranhar o exaustivo mapeamento de fontes e de arquivos consultados (nacionais e internacionais) deste "cuidador da memória", a incluir muitos outros arquitetos, traduzido em centenas de fichas e dossiers de trabalho que hoje se preservam na Fundação Marques da Silva, um material documental que hoje adquire grande relevância.
"É verdade que ainda estou a trabalhar com um motor a dois tempos: por um lado vendo a obra de Marques da Silva na sua diacronia (no que ela importa), por outro, privilegiando também o carácter centrípeto, do meu trabalho [...] quero recolher urgentemente testemunhos dos diversos “actores” sociais, nomeadamente dos arquitectos Arménio Losa, Viana de Lima, Januário Godinho e outros, já pelas obras, já pelas posições críticas em relação a Marques da Silva. Já perdi o Rogério de Azevedo, por dias! [...] Tento encontrar caminhos novos na condução do meu trabalho. Por isso tenho lido bastante." (A. Cardoso, excerto de carta dirigida a J.-A. França, seu orientador, em 1985)
Mas para além de objeto de estudo e do que resulta da investigação realizada sobre Marques da Silva e o contexto em que decorre a sua obra, vão-se encontrando, entre livros, desdobráveis, catálogos... registos de outros gestos que revelam, em diferentes circunstâncias, a sua aproximação e convivência ao mundo dos arquitetos. Entre muitos outros, lá se encontram dedicatórias de Fernando Lanhas, Nadir Afonso ou de Fernando Távora, em apoio expresso, por exemplo, à exposição de homenagem a Marques da Silva que António Cardoso organiza em 1986, na Casa do Infante, juntamente com os arquitetos Maria José e David Moreira da Silva, e Nuno Tasso de Sousa, em resposta a uma iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos. Ou até esta simpática nota manuscrita de Álvaro Siza sobre o desdobrável da sua 1.ª Exposição, realizada na Galeria Dominguez Álvarez em 1959, num agradecimento a este historiador que também foi um entusiástico colecionador - "Reencontrei finalmente e em boas mãos o catálogo da minha 1.ª Exposição. Obrigada, António Cardoso. Siza. Amarante Maio 84" - e que chegou a fazer parte da exposição que a Fundação Marques da Silva lhe dedicou em 2022, "Isto não é só um quadro".
António Cardoso nasceu a 21 de julho de 1932 em Amarante, cidade que, tal como o Porto, sempre manteve como território preponderante de afetos e de trabalho.
Direitos, Liberdades e Garantias
Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Já foi visitar a exposição Direitos, Liberdades e Garantias, Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto? Em agosto estará encerrada ao público, mas até ao final do mês de julho, poderá ainda fazê-lo, de terça-feira a sábado, das 14h00 às 18h00.
Aí se mostram "obras de artistas, designers e arquitetos de várias gerações, na sua maioria estudantes e/ou professores das Belas Artes do Porto." Trabalhos resultantes do pleno uso de direitos possíveis após o 25 de Abril de 74, e "exercícios de afirmação e reivindicação que precederam a revolução, agora vistos à luz da liberdade entretanto alcançada". E entre eles, lá estarão obras de Marques da Silva, Manuel Teles ou Alcino Soutinho, cujas ressonâncias se estendem à Fundação Marques da Silva.
Casa da Arquitectura e Fundação Marques da Silva estabelecem Protocolo de Cooperação
A Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura e a Fundação Marques da Silva firmaram ontem um protocolo de cooperação entre as duas entidades no domínio da investigação, valorização e divulgação da arquitetura e dos arquitetos, visando a promoção do papel determinante da arquitetura no desenvolvimento da sociedade e do seu contributo para o bem-estar das pessoas.
O Protocolo pretende criar mecanismos de cooperação conjunta que valorizem o estudo e a divulgação do trabalho desenvolvido por ambas as entidades no tratamento e conservação arquivístico dos vários acervos ao seu cuidado, bem como o “aproveitamento recíproco das potencialidades técnicas, humanas e de inovação”. O acordo vai permitir definir “mecanismos de cooperação que tornem possível a participação conjunta em atividades e projetos que promovam e potenciem o estudo e divulgação do trabalho proveniente do tratamento arquivístico”, designadamente através da disponibilização, cedência e consulta dos acervos respetivos para investigação académica e científica. Está também prevista a disponibilização de documentação dos respetivos acervos em exposições, catálogos, publicações e outras formas de promoção e divulgação da arquitetura, nacional e internacional, bem como a divulgação mútua de atividades e disponibilização comum de espaços para a realização de eventos.
A Casa da Arquitectura e a Fundação Marques da Silva unem assim esforços no sentido de potenciar o trabalho que ambas as entidades nortenhas desenvolvem em torno do estudo e conservação de um vasto e diversificado património constituído por acervos documentais e de arquitetura, exponenciando as “potencialidades técnicas, humanas e de inovação em todas as matérias que de alguma forma se interligam com a arquitetura e o seu papel na sociedade, cultura e economia”.
Para o Diretor executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio, os dois organismos juntaram-se “em nome do interesse da arquitetura portuguesa reforçando a cooperação para melhor promover o tratamento de acervos, a investigação da arquitetura e a divulgação desses acervos e do seu estudo junto de um público mais amplo, quer nacional, quer internacional”. Para a Vice-reitora da Universidade do Porto e Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira, “a cooperação que já existia é agora fortalecida por este protocolo, que deixa a região norte a ganhar e enriquece a arquitetura, dando maior visibilidade ao trabalho de preservação, classificação, arquivo, digitalização, investigação e comunicação que ambas as instituições desenvolvem”.
Fundada em 2007, a Casa da Arquitectura é detentora de vários títulos de espólios e acervos de arquitetura de arquitetos de prestígio nacionais e internacionais, que trata, arquiva, conserva, divulga e exibe - projetos ou coleções de arquitetura, urbanismo e paisagismo, nacionais e internacionais, com mais de 240 autores e doadores envolvidos e em que se destacam os arquitetos Eduardo Souto de Moura, Paulo Mendes da Rocha (ambos vencedores do prémio Pritzker) e Lúcio Costa, entre outros - bem como detentora a vários títulos de espólios e acervos documentais e fotográficos relacionados com a arquitetura, que trata, arquiva, divulga e exibe.
A Fundação Marques da Silva foi instituída pela Universidade do Porto e é detentora de um conjunto patrimonial diversificado, constituído não apenas por edifícios, mas igualmente por acervos documentais em diversos suportes, disponíveis para consulta e investigação no seu Centro de Documentação. Destes acervos, com uma variedade de inegável valor cultural, artístico e arquitetónico, destacam-se os arquivos profissionais dos arquitetos José Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Bartolomeu Costa Cabral, Manuel Graça Dias, Nuno Portas, José Forjaz, Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez ou Adalberto Dias. Nos últimos anos, em parte graças à junção de acervos com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a Fundação Marques da Silva passou a disponibilizar, a promover a investigação e a divulgar documentação relativa à obra de cerca de seis dezenas de arquitetos, que no seu conjunto se revelam fundamentais para a compreensão da história da arquitetura portuguesa dos séculos XIX, XX e XXI.
A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE está de regresso a casa, depois de se ter dado a conhecer em Coimbra e em Guimarães. Mas tem já em vista um novo destino que em breve será revelado!
Senhora de Mim, a visita itinerante dos alunos finalistas do Mestrado de Dança e de Composição da ESMAE
Ainda que "Senhora de mim" tenha sido um projeto que se conta no feminino, inspirado nas muitas formas que essa presença, ao longo de várias gerações, foi habitando os cantos e recantos deste espaço que hoje é o lugar de vida da Fundação Marques da Silva, apetece citar Ruy Belo: "Oh, as casas as casas as casas [...] distinguem-se umas das outras [...] variam até de sala pra sala...". É que estas casas, durante a visita itinerante do passado sábado, mostraram como, entre a(s) memória(s) que abrigam e a configuração que as distingue, podem ser estimulantes lugares de criação artística, assim como podem ser quase infinitos os modos de as sentir e de as olhar, de as percorrer, de nelas respirar.
Foi surpreendente a viagem que os os alunos do Mestrado em Artes Cénicas: Dança - Composição Coreográfica e alunos do Mestrado de Composição Musical da ESMAE, sob orientação de Catarina Costa e Silva, Cláudia Marisa e Dimitrios Andrikopoulo, propuseram ao público que esgotou as duas sessões programadas para a sua apresentação. Indo de sala em sala, entre Casa-Atelier e Palacete, desenharam uma sucessão de oito atmosferas, tantas quantas as respostas ao desafio de criarem composições a envolver música e corpos coreografados para sítios específicos das casas. Ocuparam-nas de facto, com a sua imaginação, os seus sons, os seus corpos, com as suas inquietações. E ao assim fazer deram-lhe uma vida própria, ainda que fugaz, a envolver os que, por sua vez, responderam ao desafio de estar presente e assistir às suas performances.
Exposição: Direitos, Liberdades e Garantias
2 de julho - 26 de outubro de 2024
Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
No próximo dia 2 de julho, pelas 17h30, inaugura no Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto a exposição Direitos, Liberdades e Garantias, uma ação pensada no contexto de celebração dos 50 anos da Revolução de Abril e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva. E o título não deixa dúvidas sobre a matéria que se propõe tratar, pois é uma referência direta à Constituição que, desde 1976, consagrou a afirmação de um Estado de Direito Democrático em Portugal e a vontade de construir um país mais livre, mais justo e solidário, um país onde estivessem garantidos os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
A exposição, com curadoria de Lúcia Almeida Matos, encontra-se estruturada em 5 núcleos distintos e autónomos, cada um deles desenhado em torno de um direito específico: o direito à expressão, o direito à identidade, o direito à habitação, o direito ao trabalho, e o direito ao património cultural e natural. O que nela se apresenta, reflexo de um olhar e de um questionamento assentes num tempo que é o nosso, são trabalhos de artistas, designers e arquitetos de várias gerações, anteriores e posteriores a Abril de 74, documentados ou de alguma forma ligados à Faculdade de Belas Artes do Porto, muitos deles menos conhecidos do grande público, agora reunidos com base num jogo de associações que explora novos modos de os ver e entender, assim lhes ampliando sentidos e perspetivas de leitura.
Direitos, Liberdades e Garantia pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 14h00 às 18h00, até 26 de outubro 2024, estando encerrada durante o mês de agosto. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.
Senhora de Mim - visita itinerante
6 Julho, 15h30 e 17h, Fundação Marques da Silva
Senhora de Mim - visita itinerante é o título que, inspirado num poema de Maria Teresa Horta, abrange e unifica os trabalhos criados no contexto de um projeto de colaboração entre alunos do Mestrado em Artes Cénicas: Dança - Composição Coreográfica e alunos do Mestrado de Composição Musical da ESMAE. Orientado por Catarina Costa e Silva, Cláudia Marisa e Dimitrios Andrikopoulos, resultou na construção de 8 performances pensadas e construídas a partir e para os espaços da Fundação Marques da Silva. A apresentação deste trabalhos colaborativos de composição coreográfica e musical terá lugar no próximo dia 6 de julho (sábado), em duas sessões: a primeira às 15h30, repetindo às 17h00. O percurso, com 1h aproximada de duração, passa por vários lugares da Casa-Atelier e do Palacete Lopes Martins, e atravessa os jardins que unem estas duas casas.
A entrada é livre, mas sujeita a marcação prévia através do envio de um email para mac.coreografia@gmail.com
É com tristeza que hoje nos despedimos e prestamos homenagem a Carlos Carvalho Dias, partilhando a notícia do seu falecimento.
Foi com a proposta de um conjunto de casas de veraneio para a praia de Moledo do Minho que Carlos Alberto Carvalho Dias obteve o seu Diploma de Arquiteto em 1957, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Para trás ficara já a sua participação no Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal, enquanto membro da Zona 2, juntamente com Octávio Lixa Filgueiras e Arnaldo Araújo. Uma experiência marcante e que anos mais tarde viria a fixar em livro. Mas seguir-se-ia a participação no Plano Auzelle e a consolidação de um percurso onde, como autor ou promotor, se fundiram as suas três áreas de eleição: arquitetura, urbanismo e património. Interesses que manteve ao longo de toda uma vida e que se foram desdobrando em múltiplas direções, da prática projetual à definição e orientação de estratégias de planeamento urbano ou de defesa do património junto de vários municípios. E ainda que a sua ação se estenda por um largo território, Espanha e Macau incluídos, enquanto arquiteto e urbanista, Carvalho Dias elegeu como campo privilegiado de intervenção a zona norte do país e, em particular, o Minho e Douro Litoral.
Exerceu ininterruptamente a sua condição de profissional liberal, mas dedicou-se igualmente à prática docente, a uma intensa e profícua atividade associativa e à escrita. Alimentou também, e sempre, o gosto pela leitura e pelo colecionismo, incutido pelo seu pai, dono de uma Livraria. em Viana do Castelo. Distinguia-se pelo seu carácter afável e pela elegância do gesto. Acreditava que "toda a nossa atividade se faz para o ser humano, que deve ser a nossa preocupação fundamental." (entrevista a Alexandra Saraiva, publicada na Archivoz de setembro de 2020).
Em outubro de 2020, tomou a decisão de doar à Fundação Marques da Silva a sua importante biblioteca e acervo profissionais, pois considerava necessário preservar e conferir condições para o seu estudo e disponibilização. Defendia que o tratamento e a disponibilização da informação em qualquer geografia eram determinantes na construção da memória e da identidade de cada povo.
Carlos Carvalho Dias era membro honorário da Ordem dos Arquitetos, da Associação dos Urbanistas Portugueses e da Associacion Española de Tecnicos Urbanistas. No dia 29, às 16h30, haverá Missa de corpo presente na Igreja de Cristo Rei. O corpo seguirá depois para Venade, Caminha, onde será sepultado.
FERNANDO TÁVORA, O DESENHO E O DESÍGNIO workshop
1-5 JUL, EAAD, Campus de Azurém, Guimarães
“Fernando Távora, o desenho e o desígnio”, o workshop que a Escola de Arquitetura, Arte e Design está a organizar no âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Fernando Távora, conta com a colaboração e participação de professores e estudantes das três escolas de arquitetura associadas ao Programa (EAAD, Darq-FCTUC e FAUP) e vai decorrer de 1 a 5 de julho.
O programa - que se propõe tratar três temas: desenho e projeto / desenho e teoria / desenho e referências externas - assenta num conjunto de conferências, visitas, sessões de trabalho, sessões de discussão e apresentações plenárias. A reflexão e indagação geradas ao longo dos trabalhos serão condensadas num "Atlas de Parede" (a ocupar o espaço das salas de Atelier da EAAD), que será registado fotograficamente e divulgado, em acesso aberto, em suporte digital.
Apesar de ser uma iniciativa voltada para estudantes, existem dois momentos que se abrem ao público:
- Dia 1 de julho (auditório e museu da EAAD)
11h00 | Conferência de Manuel Correia Fernandes
12h00 | Inauguração do núcleo temático AULAS (desenhado no contexto da Exposição Fernando Távora: Pensamento Livre)
- Dia 5 de julho (Salas de Atelier da EAAD)
14h00 | Discussão e apresentação dos trabalhos realizados, com comentários de Conceição Melo e Carlos Martins
Chegou a esta Fundação em 2017, para dar o seu depoimento sobre o "Mestre Fil" (Octávio Lixa Filgueiras, seu professor) e, ao assim fazer, revisitou as suas memórias de estudante, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Regressou no ano seguinte, para aqui lançar o livro José Forjaz: Pensar Arquitectura, uma coletânea antológica de textos de sua autoria que dedicou aos seus mestres, alunos e colegas, numa partilha de ideias, reflexões e argumentos a sublinhar a necessidade da Arquitetura e a responsabilidade dos arquitetos para a construção de uma harmonia social. Alguns meses depois, associava-se à homenagem então feita a Raúl Hestnes Ferreira pela Fundação Marques da Silva, um dos amigos de sempre, com o envio da fotografia que agora se publica e onde cumplicidades de então adquiriam um rosto. Aí o vemos, em 1957, no Café Palladium, entre João Charters de Almeida e Raúl Hestnes Ferreira (à direita ainda, Rui Leal). Em 2022, tomou a decisão de doar a esta Fundação o seu próprio Arquivo e Biblioteca, que, vindos de Maputo, Moçambique, depois de uma longa viagem pelos oceanos Índico e Atlântico, aqui chegaram um ano depois. Hoje, é com uma profunda tristeza que a Fundação Marques da Silva partilha a notícia do seu falecimento e apresenta sinceras condolências aos seus familiares.
José Forjaz nasceu em Coimbra, a 10 de maio de 1936, e formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Colaborou com Pancho Guedes, Fernando Mesquita, João Andresen, Octávio Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Conceição Siva, Bartolomeu Costa Cabral, Maurício de Vasconcelos e João José Tinoco. Em 1968, abriu, na Suazilândia, o seu primeiro atelier de arquitetura. A partir de 74, adotou Moçambique como espaço privilegiado de ação, exercendo uma atividade profissional onde se inclui também o desenho urbano e o planeamento regional. Neste país exerceu igualmente funções governativas, representativas e docentes de relevo. A sua vasta obra estende-se por vários países africanos. Foi professor, conferencista e autor de obra escrita. Ao longo do seu invulgar e internacionalmente reconhecido percurso obteve múltiplas distinções, entre as quais o Prémio Ralph Erskine. Afirmava que "a tentação e o encanto da forma foram sempre a emoção estimulante" da sua prática projetual, mas muito para além do sentido estético, a sua arquitetura transporta sempre um sentido ético e humanista. Nestes últimos anos viveu entre Maputo e Lisboa. Será agora no Porto, que a memória da sua obra permanece viva.
À conquista de um "Estado de Graça" numa encosta do Monte Parnaso
Quase impercetível, sentado na arquibancada do Teatro de Delfos, aqui nos surge Álvaro Siza, único e silencioso espectador das ruínas de um lugar onde se puderam acolher quase 5000. Coube a Alcino Soutinho captar o inusitado momento. Corria o ano de 1976. E nesse ônfalo, nesse "umbigo do mundo" onde as águias enviadas por Zeus se cruzaram, na encosta do Monte Parnaso, talvez depois de provar a água da Fonte de Castália ou de convocar a sacerdotisa do Oráculo e de celebrar Apolo, Álvaro Siza estendia seguramente o seu olhar sobre este vale onde o humano, o divino e a natureza se confundem numa existência para além do tempo e da paisagem real. Estaria à procura de "uma conquista do Estado de Graça", nesse inevitável confronto com a Memória?
Mas em dia de aniversário, quando passam 91 anos sobre o nascimento de Siza, como não lembrar, para além do imaginário desta fotografia que faz parte do arquivo de Alcino Soutinho, a poesia de outras vozes, mesmo que vindas de um outro tempo e de outros territórios: o coração viajante não se enraíza / antes quer ser / braseira ambulante, um haiku de Bashô (in O Eremita Viajante, trad. Joaquim M. Palma). Parabéns, Senhor Arquiteto!
O n.º 310 da rua 9 de julho: de João Queiroz a Cannatà & Fernandes, uma continuidade serena
A quem passa pela rua 9 de julho, na freguesia de Cedofeita, no Porto, é impossível não reparar no n.º 310. A moradia, digna sobrevivente da arquitetura de um outro século, mantém orgulhosamente não só os traços que a inscrevem num outro tempo, como os vários detalhes que lhe continuam a conferir uma singularidade própria. É uma casa que respira, que continua viva e cuidada.
O lugar onde se ergue conheceu outras casas, casas por muitos habitadas e que viriam a ser demolidas para que ela pudesse acontecer. E sabe-se que foi João Queiroz o arquiteto escolhido por José Custódio Rosa Pestana para o projeto que viria a obter aprovação de construção, pela Câmara Municipal do Porto, em 1922. Com o correr dos anos, foi passando por muitos outros proprietários, até que já na década de 90, mais propriamente em 1992, foram os arquitetos Fátima Fernandes e Michele Cannatà a adquiri-la, juntamente com um outro lote de terreno, voltado para a rua Freire de Andrade, onde existia uma antiga casa e Fábrica de Cordões de Sapatos, já desativada, mas que em tempos tivera acesso a uma passagem comum ao n. 310. Estavam assim reunidas as condições necessárias para esta equipa de arquitetos poder assumir a remodelação articulada dos dois espaços: a moradia projetada por João Queiroz, para espaço de habitação, e os outros dois volumes, para atelier de arquitetura. E não houve nem apagamento nem submissão, mas sim entendimento, aproximação a um discurso, superação. E, claro, uma evidente capacidade de adaptação no afirmar de novas possibilidades e de uma nova vida para a moradia e para todo o conjunto. Ou seja, deu-se uma continuidade serena.
João Queiroz, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2015, nasceu no Porto a 23 de junho de 1892.
Crédito das Imagens: fotografias de Luís Ferreira Alves e peça desenhada gentilmente cedidas por Cannatà & Fernandes
IX FESTIVAL DE MÚSICA ANTIGA & II FESTIVAL MIA
25 de junho a 13 de julho
ESMAE, Fundação Marques da Silva e Casa da Música
Nas próximas duas semanas, a música vai habitar os espaços da Fundação Marques da Silva. Logo a 25 de junho, arranca o IX Festival da Música Antiga e também por aqui, até 4 de julho, vão passar alguns dos recitais programados no âmbito do II Festival MIA (Mestrado de Interpretação Artística), duas iniciativas propostas pela ESMAE, este ano organizadas em parceria com a Fundação.
A entrada é livre. Venha e surpreenda-se com a excelência destes músicos e do espaço.
Há três novos livros em loja e na Biblioteca Corrente
Esta é uma semana com novidades em loja e na Biblioteca Corrente da Fundação Marques da Silva. Há três novos livros disponíveis para compra e para consulta, três novos livros que contaram com o apoio desta Fundação, já que abordam obra desenvolvida por três arquitetos documentados em Arquivo na instituição: Francisco Barata Fernandes, Fernando Távora e Raúl Hestnes Ferreira. São eles:
Um novo palco para o Piano Pleyel de Marques da Silva
Apetece recordar Sophia: "O Piano sílaba por sílaba / Viaja através do silêncio / Transpõe um por um / Os múltiplos umbrais do silêncio / Entre luz e penumbra joga / E de terra em terra persegue / A nostalgia até ao seu último reduto".
Porque este não é um Piano qualquer. A sua história remonta a 1924, quando antes de o ser, se começava a desenhar na expressão de uma vontade. Como se pode ler da correspondência trocada entre Marques da Silva, a Casa Pleyel, e os seus representantes no Porto, a Casa Moreira Filhos /Casa Mello Abreu, é em dezembro deste ano que José Marques da Silva toma a decisão de comprar um Piano da então reputada marca francesa, propriedade do engenheiro Gustave Lyon, cujas investigações em "ortophonia" viriam a ser publicadas na revista L´Architecte, por resolverem "difficeis problemas da acustica architectonica". Um Piano cuidadosamente escolhido, que viria diretamente da fábrica - um "modèle n.º 3 bis", em mogno natural envernizado - e que seria devida e antecipadamente visto e aprovado por várias pessoas, desde os professores Lambert e Delerue ao Sr. Alves da "brazileira". E a prova está no número de inscrição que ostenta, 178044, correspondente a 1925, como ano de construção.
Há muito que este instrumento deixara de ser tocado e permanecia em silêncio, afastado que fora do salão para um recanto do Palacete, como forma de dar lugar a outros usos que a casa, entretanto tornada sede da Fundação, requeria. Chegou agora a vez de ser resgatado dessa penumbra e de ganhar um novo palco. Desceu ao piso térreo, depois de restaurado por Rui Macedo, e encontra-se, de pleno direito, em sala anexa ao Auditório. Não se estranhe portanto que, em breve, a sua sonoridade aveludada comece também a dar-se a conhecer a quem visite a Fundação.
Luiz Alçada Baptista e a arquitetura que se ancora e foi dando forma à indústria dos lanifícios
No acervo de Luiz Alçada Baptista, doado à Fundação Marques da Silva, encontra-se um extenso conjunto de peças desenhadas que registam momentos vários do desenvolvimento de um projeto de arquitetura para construção de uma Fábrica de Lanifícios na Covilhã. Apesar de poucos estarem assinados e de poucos terem uma data associada, cruzando esses desenhos com algumas peças escritas, ficamos a saber que se trata de um projeto para o industrial José Mesquita Nunes e que terá sido um trabalho iniciado nos primeiros anos da década de 60. Para quem passar pela Covilhã e se dirigir ao n.º 7 da Avenida Cidade do Rio de Janeiro, logo confirmará que o que foi pensado e desenhado ganhou vida, forma, matéria, ainda que agora, na dignidade da sua arquitetura invulgar e apesar do abandono a que o espaço foi votado, apenas deixe entrever a importância que em tempos idos deve ter tido. Aliás, conta quem ainda por lá passou que havia uma enorme profusão de luz no seu interior, que muito ajudava ao trabalho dos operários.
Foi na Covilhã, "cidade-fábrica", que Luiz Alçada Baptista nasceu e passou a sua infância. Aí se encontram as suas raízes familiares, também elas em tempos ligadas à indústria dos lanifícios. Como diz o provérbio, "se os filhos de Adão pecaram, os da Covilhã sempre cardaram" e o seu avô António Alçada, já advogado de profissão, ainda manteve uma atividade industrial que o seu pai, Luiz Baptista, médico, acabaria por abandonar. Mas a zona da Covilhã continuava a ser o maior centro nacional desta indústria. Diga-se que, na década de 70, aqui se encontravam registadas 99 empresas de lanifícios e que será um grupo de covilhanenses, liderados por Manuel Mesquita Nunes, a lançar as bases para o que viria a ser a fundação do Instituto Politécnico da Covilhã, com a primeira licenciatura em Engenharia Têxtil, mais tarde, já na década de 80, convertido na UBI - Universidade da Beira Interior.
Será ainda na década de 60 que Luiz Alçada Baptista começará também a trabalhar em parceria com Maurício de Vasconcellos, até que, em 1968, decidem assumir conjuntamente a criação do Grupo de Planeamento e Arquitectura - GPA, que assinará, através da influência local do arquiteto Alçada Baptista, a autoria de várias e transformadoras obras para este território da Beira Baixa, desde fábricas e dos grandes equipamentos universitários, ao hospital distrital e a projetos para habitação. Atelier onde se integrou a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, a quem caberia também assinar diversas estruturas da UBI, como o Polo I, a Biblioteca e o Museu de Lanifícios.
Passam hoje, 9 de junho de 2024, 100 anos sobre o nascimento de Luiz Alçada Baptista.
De um desígnio por cumprir a um imperativo de ordem moral. Assim é o projeto editorial FERNANDO TÁVORA. AS RAIZES E OS FRUTOS, com a publicação dos primeiros tomos a justificar o encontro que teve lugar no passado dia 4 de junho, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. E Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale responderam ao desafio que lhes tinha sido lançado de procurarem um entendimento próprio sobre esse livro que Távora sonhou escrever, sobre o modo como começa agora a ganhar forma, sobre as fronteiras e dilemas da autoria e do que pode significar a complexa tarefa de enfrentar um corpo documental imenso – porque tão extenso (pela quantidade e pelo tempo longo de uma vida), fragmentado, diversificado, pessoal e íntimo, maioritariamente inédito. Foi sobretudo um momento para lançar hipóteses de acolhimento de um projeto de investigação absolutamente invulgar, onde se torna evidente o potencial de desdobramento de leituras sobre esse mundo mais profundo de Fernando Távora e a ativação de uma outra compreensão crítica de um personagem para onde confluem múltiplas dimensões. Nestes primeiros livros, vão-se desvelando as raízes de que Távora é fruto, as suas - a família, as casas, as paisagens, a linhagem, a ideologia monárquica, as causas em que se envolveu, os projetos não cumpridos, como o propor uma história da arte que ao seu tempo seria inovadora, a paixão por Pessoa -, e começa a anunciar-se o que virá a ser a transição para o moderno. Sem omitir hesitações, questionamentos, cruzando e fixando documentos, estes livros, também enquanto construção de um objeto, vão tentando encontrar futuro num passado, mas já mostraram que permitem novas hipóteses de trabalho e modos diferenciados de ler. Com espaço para o silêncio e para a página em branco, são livros onde se confere ao leitor a experiência física de neles se perder, para depois a eles regressar. Caberá agora ao tempo e com a continuidade do projeto validar os sentidos que nele se prenunciam.
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-1947)
Apresentação do(s) livro(s)
Fátima Vieira, Teresa Calix // Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva, Paulo Pires do Vale // Manuel Mendes
Hoje, 4 de junho, 18h30, FAUP
"Fernando Távora . As Raízes e os Frutos – tratar-se-ia, tratou-se, trata-se de pôr a descoberto as dores da libertação do seu fazer-se pessoa (e) arquitecto, do desatar de que forma a condição familiar, os convívios ideológicos, as cumplicidades culturais, em síntese essas raízes, marcando a sua forma de fazer mundo, afectaram a sua racionalização do moderno ou, mais do que isso, como condicionaram a hospitalidade esclarecida com que acolheu a condição moderna; como contaminaram os frutos, como se contaminaram a bem da qualidade culta que fez evoluir no e pelo seu contributo ao processo da modernidade." (Manuel Mendes)
A sessão de apresentação dos primeiros volumes publicados do projeto editorial Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001) acontece hoje, às 18h30, na FAUP, com Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale. Participam ainda Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, de Teresa Cálix, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitectura da UP, e Manuel Mendes, a quem coube a investigação, organização e notas que sustentam este projeto.
FERNANDO TÁVORA EM GUIMARÃES
Lançamento de livro
5 JUN, 15h00, Sede da Assembleia de Guimarães
O livro FERNANDO TÁVORA EM GUIMARÃES, coordenado por Eduardo Fernandes e João Cabeleira, conta com textos de Alexandre Alves Costa, Ana Berkeley Cotter, Ana Jordão, Carlos Machado, David Ordóñez Castañón, Eduardo Fernandes, João Rapagão, João Cabeleira, José António Bandeirinha, Miguel Frazão, Nuno Correia, Paulo Tormenta Pinto e Teresa Cunha Ferreira. Este novo projeto editorial, que tem por foco a obra do Arquiteto Fernando Távora construída em Guimarães, é uma iniciativa da Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) e faz parte do programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora, TÁVORA 100.
A sessão de lançamento vai decorrer no próximo dia 5 de junho, na sede da Associação Assembleia de Guimarães (Rua Prof. Egas Moniz, n.º 203). A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
O programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitectos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a EAAD - Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Conta ainda com o apoio do Banco BPI, Fundação la Caixa, DST Group, Tintas Cin e a Efapel.
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra 1937-2001
Apresentação do(s) livro(s)
4 de junho, 18h30, FAUP
"Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra 1937-2001 aborda o mundo de Fernando Távora, na rede das suas várias dimensões. O volume 1, “Caminhos da arquitectura . Arquitectura e circunstância 1937-1947” considera as múltiplas iniciativas e estudos que, em tempo de identificação da vocação mais do que da procura duma originalidade, o jovem Fernando Távora empreende na ânsia de respostas à pergunta – Porquê uma arquitectura diferente? A nova arquitectura não se formará em duas ou três gerações, como supõem os que supõem ter criado um estilo português. Chegar ao homem que não é máquina de calcular nem existência sem controle."
Manuel Mendes
A apresentação dos livros que constituem este primeiro volume do projeto editorial FERNANDO TÁVORA . AS RAÍZES E OS FRUTOS 1937-2001, com Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale, vai acontecer no próximo dia 4 de junho, às 18h30, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Créditos fotográficos: Casa do Além, Ledesma, Lousada, 1956, Fotografia de Manuel Mendes, 28 de Julho de 2007; Fotografia dos livros, Fundação Marques da Silva/Telma Dias.
Atlas do Planeamento é uma exposição-investigação sobre o planeamento urbano na Região Autónoma da Madeira. Nela se desvendam planos e projetos urbanísticos desenvolvidos para as cidades e vilas da Madeira e Porto Santo, antes dispersos e fragmentados em diversos arquivos públicos e privados, que são pela primeira vez reunidos, meticulosamente agrupados e contrapostos.
A exposição abriu no passado dia 16 de maio, no Edifício do Campo da Barca, Rua Pestana Júnior nº 6, R/C, onde estará patente ao público até 31 de maio. Depois, percorrerá todos os municípios da região ao longo do próximo ano. A coordenação da investigação, recolha documental e projeto expositivo estiveram a cargo dos arquitetos Pedro Gonçalves e Amanda Conduto, mas contou com a análise de um conjunto de reputados arquitetos, urbanistas e historiadores como Carolina Sumares, Cristina Perdigão, Daniela Alcântara, David Oliveira, Emanuel Gaspar, Gil Gama, Gustavo Freitas, Jorge Freitas, Luís Xavier, Pedro Gonçalves, Pedro Ribeiro, Roberto Rodrigues, Rui Campos Matos e Rui Carita.
Esta é uma iniciativa da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente, através da Direcção Regional do Ordenamento do Território, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, detentora do acervo de Rui Goes Ferreira.
Foram muitos os que fizeram questão de responder ao convite para estarem presentes na Fundação Marques da Silva, no final da tarde da passada quinta-feira. Num ambiente descontraído, entre familiares, amigos e todos aqueles que mostraram vontade de descobrir o arquiteto que deu origem ao livro Germano de Castro: um arquitecto do seu tempo, a sala encheu-se para ouvir Germano de Castro Pinheiro, Luís Soares Carneiro, Graça Correia e também os representantes da editora Circo de Ideias, Magda Seifert, e da Fundação onde se encontra o acervo, Luís Martinho Urbano. Neste gesto de dar visibilidade ao que até agora permanecia invisível para tantos, se falou, a partir de uma perspetiva mais comprometida ou mais distante, de um tempo, de uma geração, de um arquiteto que, ente a opção e a necessidade desenvolveu, com competência, uma obra de arquitetura sólida e transformadora dos lugares onde se foi construindo.
O livro, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, aí está, disponível para venda, desde logo na loja desta Fundação.
GERMANO DE CASTRO: UM ARQUITECTO DO SEU TEMPO
Lançamento do livro
Germano de Castro Pinheiro, Graça Correia, Luís Soares Carneiro
23 maio, 18h, Fundação Marques da Silva
No próximo dia 23 de maio, na Fundação Marques da Silva, vai ser lançado o livro GERMANO DE CASTRO: UM ARQUITECTO DO SEU TEMPO. Para apresentar este projeto editorial, da autoria de Germano de Castro, publicado pela Circo de Ideias, com o apoio da Fundação Marques da Silva, estará presente o próprio autor e mais dois arquitetos que também investigam e têm vindo a refletir e a debater os caminhos da arquitetura portuguesa, em particular, ao longo do século XX: Graça Correia e Luís Soares Carneiro, que também assina um dos textos introdutórios desta publicação e que orientou, desde o início da tese de mestrado, a investigação que a sustenta.
Germano de Castro Pinheiro revisita, nesta publicação a obra do seu avô. De um bem mais extenso universo, selecionou 20 projetos ilustrativos da prática disciplinar de Germano de Castro, datados entre 1938 e 1987. Trabalhos de diferentes escalas, com diferentes linguagens e programas, tanto públicas quanto privadas, relativos a obras que tanto evidenciam a competência do seu autor, quanto o ecletismo característico dos arquitetos da sua geração. Essas obras encontram-se profusamente documentadas por desenhos, fotografias de Teófilo Rego, Germano de Castro Pinheiro e Tiago Casanova, e, claro, por textos que as situam e explicam. O livro inclui ainda um prefácio de Ana Tostões, "Um Moderno Tranquilo", um texto de enquadramento de Luís Soares Carneiro, "Eclectismo Moderno" e uma entrevista a Nuno Portas.
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-1947)
Apresentação do(s) livro(s)
Fátima Vieira, Teresa Cálix // Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva, Paulo Pires do Vale // Manuel Mendes
4 de junho, 18h30, FAUP
No próximo dia 4 de junho será sob o olhar de um Arquiteto, Domingos Tavares, de uma Historiadora, Raquel Henriques da Silva, e de um Filósofo, Paulo Pires do Vale, que serão apresentados os primeiros volumes publicados do projeto editorial Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001). A sessão contará ainda com as intervenções de Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, de Teresa Cálix, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitectura da UP, e de Manuel Mendes, a quem coube a investigação, organização e notas que sustentam este projeto.
O primeiro volume - O meu caso Arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947(I.I) - concluiu-se em tempos de pandemia e confinamento. A segunda parte deste primeiro tomo, acompanhada de um livro anexo - D´os meus Livros - começou a circular no final do mês de fevereiro. Com eles se começou a dar acesso a «essa arca interior» que se encontrava reservada, numa «(re)aproximação a um tempo, a um espaço, a um horizonte», para dar lugar e voz a um jovem Fernando Távora. Chegou, portanto, o momento de se apresentar, pela primeira vez, publicamente, este projeto editorial e de se refletir em conjunto sobre o caminho percorrido e a percorrer, convocando outros olhares e perspetivas para uma conversa que se abre a todos os que queiram comparecer no Auditório e na Escola de Arquitectura em cuja história se inscreve o nome Távora.
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001) é um projeto editorial que cumpre um desígnio do próprio Fernando Távora e que conta com o suporte da sua Família. Está a ser publicado pela Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e a U.Porto Press. O segundo título contou também com o apoio à edição da Câmara Municipal do Porto.
A sessão tem início às 18h30 e a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
Sobre a imagem: Casa do Além, Ledesma, Lousada, 1956. Fotografia de Manuel Mendes, 28 de Julho de 2007
José Forjaz: Memorial a Samora Machel (Mbuzini, 1998), "uma cunha de raiva espetada no flanco da montanha"
Numa entrevista para o Diário de Notícias, conduzida por Ana Sousa Dias, em 2017, José Forjaz referia ter conhecido bem Samora Machel e admitia mesmo que, apesar de tudo quanto os dividia, se podiam considerar amigos. Ambos partilhavam essa condição de urgência perante a necessidade de reinvenção de Moçambique, enquanto país independente. Um, era o seu primeiro Presidente, o outro, um arquiteto formado na Escola de Belas Artes do Porto que, regressado a Moçambique, encontrou no continente africano, mas sobretudo neste país de adoção, o seu espaço privilegiado de expressão e de intervenção - disciplinar, pedagógica, política e de vida.
Samora Machel morreu inesperadamente a 19 de outubro de 1986, num acidente de avião, em Mbuzini (África do Sul). Coube a José Forjaz projetar o memorial que sinalizaria o fatídico acidente e pensou-o, por isso mesmo, não como uma celebração, mas como "uma cunha de raiva espetada no flanco da montanha". E "porque nunca deveria ter existido", associou-lhe uma dimensão sonora, para que se pudesse elevar à condição de"bramido universal quando a aragem ou a ventania o tangem e quando o mais leve ruido o faz vibrar como um colossal diapasão." Desejava que assim permanecesse, no isolamento da paisagem, como uma presença brutal que apenas pudesse ser percebida "quando a montanha sarar à sua volta, quando o claro betão se avermelhar à cor do pó do ar e da chuva que o fixa."
Essa verdade do monumento não foi respeitada, com o acrescento de um edifício que lhe retirou a força desse sentido primeiro, desse "grito" na paisagem. Mas o projeto continua a fixar a ideia, o sentido e o sentimento que o enformam.
José Forjaz, que em 2023 doou o seu acervo à Fundação Marques da Silva, regressou entretanto a Portugal. Nasceu em Coimbra a 10 de maio de 1936. Hoje é dia de aniversário. Parabéns, Senhor Arquiteto!
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
15 Maio - 6 Julho 2024, Galeria da Garagem Avenida, Guimarães
Depois do Porto e de Coimbra, a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE vai chegar a Guimarães. A inauguração decorrerá na próxima quarta-feira, dia 15 de maio, pelas 18h00, na Galeria da Garagem Avenida, em Guimarães, onde ficará patente ao público até 6 de julho.
Esta é uma exposição sintética da vida e obra do Arquiteto Fernando Távora, com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira, assente na apresentação de 7 obras de arquitetura, através de documentação proveniente do arquivo depositado na Fundação Marques da Silva e em fotografias atuais de Paulo Catrica. A itinerância desta exposição, pensada no contexto da celebração do centenário do nascimento deste arquiteto, inclui ainda a apresentação do núcleo "viagens". Sem optar por uma via retrospetiva, aqui se procura retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional.
O programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Conta ainda com o apoio do Banco BPI, Fundação la Caixa, DST Group, Tintas Cin e a Efapel.
E a obra de requalificação do edifício da Escola Secundária Alexandre Herculano foi distinguida com o Prémio SIL do Imobiliário 2024!
A requalificação deste projeto de José Marques da Silva foi pensada e conduzida pelo Atelier 15, dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. Uma intervenção profunda, com a preexistência a "definir as fronteiras do impossível", mas garantindo novas valências e capacitando o lugar para um novo ciclo de vida.
Conservatório de Música de Aveiro:
um projeto de José Carlos Loureiro, Luís Pádua Ramos e Maria Noémia Coutinho
O programa televisivo Visita Guiada, emitido no passado dia 15 de Abril na RTP2, veiculou informações erradas sobre a autoria do projecto de arquitectura do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, dando a entender que um dos seus autores terá sido intencionalmente silenciado. Na verdade, o edifício foi desenhado por José Carlos Loureiro, Luís Pádua Ramos e Maria Noémia Coutinho, cujos nomes constam na documentação produzida à época, mas igualmente nas monografias e revistas onde o projecto foi publicado. Os intervenientes no programa televisivo não só intentaram resgatar uma autoria que nunca foi ocultada, como acabaram por cometer a injustiça que pretendiam denunciar, isto é, apagar da história dois dos autores do projecto de arquitectura.
Prémio Fernando Távora - 20.ª edição
Candidaturas abertas
Até 12 de agosto, estão abertas as candidaturas à 20.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Anualmente promovido enquanto gesto de homenagem a uma figura que influenciou sucessivas gerações de arquitetos pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, este Prémio dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitectos e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem, com um valor único de 6.000,00€.
O Júri desta edição do Prémio será constituído pelo jornalista e escritor Richard Zimler, pela Arq.ta Andrea Soutinho (em representação da Fundação Marques da Silva), pelo Arq.to Carlos Prata (em representação da Casa da Arquitectura) e pela Arq.ta Teresa Fonseca (em representação da OASRN); em representação da família do Arq.to Fernando Távora, estará a Dr.ª Luísa Távora.
Esta edição é também parte integrante do programa de Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, organizado pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho.
Ricardo Santos e Ana Drago (coord.), OPERAÇÕES SAAL/LISBOA
Lançamento de livro
com Gonçalo Byrne e António Brito Guterres
30 Abril, 18h - Bairro Fonsecas-Calçada, Lisboa
No próximo dia 30 de abril, entre as 18h e as 20h, no pátio do Anfiteatro junto ao Bloco A, acesso pela Rua Mem de Sá, em frente ao Parque Infantil das Fonsecas, vai ser lançado o 5.º volume da coleção Cidade Participada: Arquitectura e Democracia. Operações SAAL, dedicado ao processo SAAL em Lisboa.
Este novo livro, coordenado por Ricardo Santos e Ana Drago e que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, será apresentado pelo arquiteto Gonçalo Byrne e pelo assistente social e investigador António Brito Guterres.
A sessão, que terá lugar no icónico Bairro Fonsecas e Calçada, pensado por Raúl Hestnes Ferreira, será também mais um momento de celebração dos 50 anos da Revolução que tornou possível, ainda em 74, a criação do SAAL, o Serviço de Apoio Ambulatório Local, "o mais ambicioso processo político de «fazer» o direito à cidade na história da democracia portuguesa."
O glossário com termos de construção caídos em desuso de António Menéres
Sabe o que significa "alegrar" ou "desarmar" para os antigos pedreiros? Pois pode encontrar a definição deste e de muitos outros termos ligados à construção, agora caídos em desuso, no Glossário que a Fundação Marques da Silva hoje publica, a partir de um trabalho de António Menéres. São termos usados pelos velhos obreiros e esta, uma forma de preservar esse modo próprio de falar e o seu sentido para o tempo presente.
E assim se celebra também a passagem de mais um aniversário, pois o arquiteto António Menéres nasceu em Matosinhos a 26 de abril de 1930. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Sergio Fernandez: o Bairro do Leal, uma aprendizagem da vivência coletiva
A fotografia do Che não deixa margem para dúvidas, aqueles eram os tempos e os caminhos que a Revolução abrira. O lugar? O Gabinete de Arquitetura que Sergio Fernandez tinha na rua 15 de Novembro, no Porto. Estava-se então em 1976 e o grande plano da foto foi inequivocamente reservado para uma maqueta feita de propósito para mostrar e explicar, aos representantes da associação e aos moradores do Bairro do Leal, a relação dos pátios e arruamentos exteriores das novas casas, então a ser projetadas ao abrigo do programa SAAL. Diga-se que a maqueta de conjunto - muito apreciada... enquanto objeto - tinha então literalmente percorrido todas as casas do antigo Bairro. Era, porém, uma linguagem de difícil leitura para quem aguardava a construção das novas habitações, por quem tinha dificuldade em compreender também o tempo que demorava a fazer acontecer, ainda que este fosse efetivamente um processo muito participado, a implicar os moradores em todas as determinações e soluções finais do projeto (a Brigada tinha reuniões semanais com a Associação de Moradores e, quinzenalmente, reuniões gerais). E foi essa constatação e esse diáolgo coletivo que motivou a realização de uma segunda série de maquetas onde se inscreve a que esta fotografia documenta, assim como a decisão, após aprovação, de se arrancar com a construção de uma primeira série de fogos: 16, dos 172 inicialmente previstos.
Havia urgência, havia que intervir em tempo útil. Refira-se que a densidade populacional deste Bairro, situado entre as ruas Faria Guimarães e do Bonjardim, na proximidade da rua Gonçalo Cristovão, andava na ordem de 1100 habitantes por hectare e a decisão de construção desta parcela não só impediria a esperança dos moradores de esmorecer, ao provar que se avançava para o terreno, como serviria também de teste à eficácia das soluções que tinham vindo a ser pensadas e propostas. A coordenar este processo estava Sergio Fernandez, que na altura da formação das equipas ainda não pertencia ao quadro de docentes da Escola Superior de Belas Artes do Porto, no seio da qual se formaram as Brigadas do SAAL/Norte. Mas sobre ele recaíu a escolha dos estudantes finalistas do Curso de Arquitetura chamados a trabalhar sobre aquele Bairro - António Corte-Real, Emídio Fonseca, José Manuel Soares e Vítor Sinde -, e daí o convite a chefiar essa equipa. Passados este anos, apesar dessas 16 casas terem sido as únicas construídas, numa gradual perda de poder de reivindicação da Associação de Moradores (que, no entanto, permanece proprietária dessas casas) para a continuidade da construção, apesar do que ficou por fazer e da mágoa de ver que nem este diminuto número de casas foi devidamente cuidado, Sergio Fernandez continua a manter viva a memória de um tempo em que imperou um sentido de serviço à comunidade, em que se acreditou nessa vontade e na validade de uma ação e de um espaço onde todos tinham voz, onde as casas distribuídas seguiram critérios de um justo rigor, servindo quem mais delas necessitava. Foi, como refere, uma importante e inesquecível aprendizagem da vivência coletiva.
Este é um projeto documentado na Fundação Marques da Silva e não só continua a ser pesquisado como ainda recentemente vários elementos a ele pertencentes estiveram expostos em Barcelona. No dia em que se celebram os 50 anos de abril, só poderia ser este o tema escolhido para assinalar o aniversário de Sergio Fernandez, nascido a 25 de abril de 1937. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Prémios AICA 2023 - Arquitetura:
Atelier Menos é Mais
E é com a reabilitação do edifício "A Nacional", de José Marques da Silva, que o atelier Menos é Mais, dos arquitetos Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, foi distinguido com o Prémio AICA.
O júri, constituído por Ana Tostões, que presidiu, Ana Anacleto, Lígia Afonso, João Belo Rodeia e Susana Ventura, atribuiu por unanimidade esta distinção, tendo reconhecido a "subtileza das intervenções no edificado original, que poderão designar-se de cirúrgicas", assim como "o consistente trajeto disciplinar de grande rigor dos autores, inseparável de um conhecimento minucioso sobre a arte da construção".
Nas Artes Plásticas, o Prémio AICA foi atribuído a Carlos Bunga.
Fotografia: Fundação Marques da Silva, Luís Martinho Urbano
Livro Branco do SAAL, 1974-1976
Dia Mundial do Livro
O SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), tornado possível com a revolução de Abril de 74, foi um programa de intervenção urbana criado por Nuno Portas. Foi uma experiência intensa, "vertiginosa", como diria Alexandre Alves Costa. Foi um viver comum de uma firme crença na possibilidade de dar corpo aos ideais de uma democracia verdadeiramente participativa e inclusiva, com a arquitetura a desempenhar o papel central e, a Norte, com um forte envolvimento da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Durou dois anos e deixou uma marca indelével na história de quem nele participou ou de quem dele beneficiou, das comissões coordenadoras às brigadas de arquitetos e técnicos, das comissões de moradores às famílias que efetivamente vieram a habitar as casas construidas.
O Livro Branco do SAAL, 1974-1976 contém a súmula cronológica e documental do SAAL e um extenso rol de anexos, mas longe de ser uma memória, uma "pedra tumular", queria ser "o alicerce de um edifício popular a construir na luta de todos os dias", numa afirmação clara de ser imperioso continuar a conjugar no tempo presente a luta pelo direito à habitação, por um modelo de desenvolvimento urbano socialmente inclusivo, por uma cidade mais digna. E lá nos deparamos com nomes de arquitetos que a este processo se dedicaram, coordenando, projetando, construindo, e que hoje fazem também parte da história e do presente desta Fundação: Nuno Portas, Margarida Coelho, Alexandre Alves Costa, Alcino Soutinho, Alfredo Matos Ferreira, Bartolomeu Costa Cabral, Fernando Távora e Sergio Fernandez.
A poucos dias da celebração dos 50 anos de Abril, é com um exemplar do Livro Branco do SAAL, proveniente da biblioteca de Anselmo Vaz, que a Fundação Marques da Silva assinala o Dia Mundial do Livro. É que a cidade e a sua transformação é um assunto que a todos implica e a habitação uma sua pedra angular.
Fotografias: Fundação Marques da Silva, Ana Margarida Costa.
O arquiteto Bartolomeu Costa Cabral despediu-se ontem da vida, de uma longa vida sempre pautada por um inabalável sentido ético, tanto na forma como viveu, como na profissão. Procurou a beleza e a harmonia em tudo o que fez, em quem o rodeou. Sempre se regeu pela consciência de que a arte e a arquitetura, no compromisso entre competência técnica e valores humanos, deveriam percorrer um caminho de serviço, deveriam contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais livre e justa. Foram esses os princípios que fundamentaram a sua ação e a consistência da sua obra. "A arquitetura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar um sentido aos espaços criados e só assim podemos falar da sua humanização."
E quando se olha em retrospetiva a sua extensa obra, é imediata a associação ao matricial Bloco das Águas Livres e a alguns dos seus mais amados projetos: as Universidades da Covilhã, Guimarães ou Bragança, o plano de habitação do Bairro do Pego Longo, a Escola do Castelo, a "casa de taipa", as moradias da Travessa da Oliveira, Ribeiro Sanches e as Amoreiras, em Lisboa, a Galeria 111 ou a recuperação do Teatro Taborda.
Em 2019, o Arquiteto Bartolomeu Costa Cabral doou o seu arquivo profissional à Fundação Marques da Silva e, desde então, foi alguém que se fez e se desejou presente. Será impossível esquecer o entusiasmo contagiante, a alegria de estar e de participar em tudo quanto se fez em conjunto, os gestos de uma irrepreensível elegância. Aqui fica a nossa homenagem e o nosso profundo pesar pela sua perda.
O velório terá início amanhã, a partir das 17h, na Basília da Estrela, com celebração de uma Missa às 20h. No dia seguinte, 23 de abril, às 11h30, será celebrada a Missa de corpo presente. Seguirá depois para o Cemitério dos Olivais, para Cremação, às 14h.
Manuel Teles e a ponte de Santiago Calatrava ou o sonho de criar um lugar mais do que uma ligação
Quando se percorre a lista de projetos desenvolvidos pelo arquiteto Manuel Teles torna-se percetível que, a partir do início da década de 90, entre projetos e planos urbanísticos, o Município de Barcelos assume uma particular preponderância e expressão. Será também nessa década que Manuel Teles irá assumir a liderança do Gabinete Técnico Local, bem como coordenar a representação da Câmara Municipal de Barcelos na Exposição sobre Centros Históricos, realizada em Santiago de Compostela, em 1999.
Do extenso conjunto de trabalhos em que Manuel Teles e a sua equipa se envolveram, um há que, não tendo sido ainda materializado, congregou um forte empenho pessoal deste arquiteto, bem como um esforço constante de articulação entre diferentes perspetivas no terreno: a construção de uma nova ponte-miradouro sobre o rio Cávado, desenhada pelo arquiteto e engenheiro Santiago Calatrava. Este projeto vinha contemplado no Plano de Pormenor, Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico que a equipa coordenada por Manuel Teles começara a elaborar em 1995. E por isso também coube a Manuel Teles, não só desempenhar o papel de mediação entre os vários interlocutores, desde logo com o arquiteto valenciano, como ceder todo o apoio técnico necessário ao desenvolvimento do trabalho. A "nova ponte", de acordo com o Plano, seria construída a jusante da ponte medieval, que se tornaria exclusivamente pedonal, e, ao ligar o Bairro da Misericórdia a Barcelinhos, conteria em si um fator potenciador de criação de uma nova centralidade. Para além de responder a estes dois objetivos, a ponte, com um forte pendor escultórico, traria ainda numa maior visibilidade para a autarquia, atraindo inevitavelmente visitantes.
A possibilidade de Calatrava voltar a ter obra projetada em Portugal, após a Gare do Oriente, ganhou projeção nacional e internacional, com a imprensa da época a noticiar, com grande destaque, a adjudicação de um projeto cujos honorários e assistência técnica seriam suportados pelo BCP. Santiago Calatrava foi entrevistado para o Diário de Nótícias (de onde se retira o esquisso aqui publicado) e saem referências ao trabalho desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local, coordenado por Manuel Teles. Aliás, com a entrega de um primeiro projeto base, aprovado pela autarquia em 2000, chega a ser anunciado o início da construção para esse mesmo ano. Porém, dada a dimensão do investimento a fazer, entre custos de obra e honorários pedidos pelo arquiteto catalão para acompanhamento da fase de construção, criam-se divergências insanáveis com a câmara. Até ao momento, não obstante tentativas recentes de reativar este processo, a nova travessia continua a ser um sonho por cumprir.
No acervo do Arq.to Manuel Teles, doado à Fundação Marques da Silva, encontram-se duas pastas com elementos vários relativos a este projeto - Barcelos / Nova Ponte -, datados entre 1998 e 2000. Aí se torna evidente a importância do papel desempenhado por Manuel Teles a quem coube estabelecer o contacto com Santiago Calatrava, fixar os termos do contrato para elaboração do projeto de execução e, posteriormente, enviar o estudo prévio do Plano de requalificação das frentes fluviais da cidade de Barcelos que tinha dirigido (refira-se, a título de curiosidade que na memória descritiva deste Plano Manuel Teles incluiu referências a Carlos Alberto Ferreira de Almeida, Nuno Portas e Conceição Melo), com sugestões muito precisas sobre a relação da ponte a construir com o Centro Histórico, bem como o já referido Plano de Pormenor, Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico, a contemplar 44 quarteirões. A documentação aqui reunida inclui ainda alguns recortes de jornais e cópias das peças desenhadas do projeto base de Santiago Calatrava, datadas de maio de 2000.
O arquiteto e professor Manuel Teles, que nos seus últimos anos de atividade continuará a projetar para Barcelos (Escola de Tecnologia e Gestão e Reordenamento dos espaços exteriores do Hospital Distrital), nasceu a 16 de abril de 1936, em Coimbra. Faria hoje 88 anos.
A Fundação Marques da Silva, um espaço de encontro e de partilha
Três grupos de alunos: do curso de conservação e restauro da Universidade Católica do Porto; do Programa de Doutoramento em Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; da Universidade Sénior Florbela Espanca, em Matosinhos. E qual a sua condição comum? Estarem de visita à Fundação Marques da Silva durante a passada semana. O primeiro grupo, a abrir a semana, guiado por Gonçalo Vasconcelos e Sousa, teve por pano de fundo os ambientes decorativos do Palacete Lopes Martins e da Casa-Atelier José Marques da Silva; o segundo, com Luís Martinho Urbano, sobre os arquivos de arquitetura que a Fundação cuida; o terceiro, com Paula Abrunhosa, para dar a conhecer a história do lugar e a atividade da Fundação. Foi mais uma semana em que estas casas e jardins se cumpriram enquanto espaço de encontro, de investigação e de partilha, um lugar de descoberta e sempre a (re)descobrir.
Edifício A Nacional
Inovação Fora de Portas Engenharia Civil à Mostra
20 abril, 10h - Café Ceuta
A próxima sessão do ciclo Inovação Fora de Portas - Engenharia Civil à Mostra vai regressar a um edifício projetado por Marques da Silva: A Nacional (1925). Aquele que é o n.º 1 da Avenida dos Aliados foi integralmente remodelado e vai agora reforçar a oferta residencial no Porto. Os arquitetos responsáveis pela sua reabilitação, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos (menos é mais arquitectos associados, lda), que preservou a sua história, simbologia e valor patrimonial, vão participar numa conversa com o Prof. António Adão da Fonseca (AdF Engenheiros Consultores) sobre este icónico edifício, sob moderação de Bárbara Rangel (Departamento de Engenharia Civil da FEUP).
Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto.
Há livros que são muito mais do que um mero suporte para a palavra escrita, há livros que são muito mais do que imagens para ver, há livros que graficamente se elevam à condição de objetos artísticos onde uma e outras se cruzam para que nesse encontro se desdobrem e proporcionem novos horizontes de leitura, de descoberta, de experiência estética. Assim acontece com este Bocados/Morceaux de Manuel Graça Dias, um pequeno livro que resulta de um gesto criativo em sintonia com as idiossincrasias do seu autor, "publicado por ocasião da exposição 3 Bocados [...] na Galeria Cómicos, em Lisboa, em janeiro de 1988".
Tinham então decorrido poucos anos sobre a polémica exposição “Depois do Modernismo” (1983), que levaria Luís Serpa a fundar a Galeria Cómicos, um lugar singular de debate e exposição, um lugar de contaminação entre disciplinas. Pensada para dar voz a novas formas de pensamento, a linguagens e práticas mais experimentais, esta Galeria ganhou uma grande relevância no panorama artístico e arquitetónico nacional, em particular durante as décadas finais do século XX. E é neste conjunto de iniciativas, nesta procura de uma nova forma de "comunicar" arquitetura que foi programada a exposição 3 Bocados, de Manuel Graça Dias. Nela se apresentaram desenhos de 3 projetos que se fundiam com o tempo expositivo: Golfinho, edifício de Habitação e Comércio (Chaves, 1985, em construção), "esse edifício que se enrosca sobre os limites curvos da propriedade [...] uma grande muralha macia"; a Junta de Freguesia de S. João de Brito (Lisboa, 1987, concurso por convites), "um projecto desenhado à volta de uma ideia de alçado"; e o edifício para a Administração Florestal e Residência do Administrador (Chaves, 1987, projeto), onde "o edifício mostra à rua uma imagem pública e austera, em pedra [...para depois se abrir] numa leitura contemporânea de um pátio transmontano, ao Parque que sobe a colina em ziguezagueantes áleas ..."
Para além das breves "memórias descritivas" que apresentam os desenhos selecionados, o livro abre com textos de Júlio Teles Grilo, sobre os projetos, e de João Luís Carrilho da Graça, sobre "estes desenhos tortos" e ao qual pertence o fragmento aqui transcrito: “Todas as formas de arte são reflexivas, duplas, indirectas e construídas. A arquitectura é talvez a mais impura, construída, calculada e artificial: entre a interioridade do artista e a sua expressão, está interposta uma densa e complexa teia de acertos e desacertos com o real e em tantas direcções que poucas pedras resistem. Esta forma de arte é talvez a mais ambiciosa e menos realizada, fascinante como destino mas um pouco desajeitada como profissão. [...] Os desenhos têm para os arquitectos duas utilidades: procurar e encontrar. Os que procuram devem ir para o lixo; os que encontram são já arquitectura ou iniciam o processo da sua revelação.”
E assim nos falam em jeito poético de arquitetura, assim nos vão guiando o olhar para essas zonas de invisibilidade, o desenvolvimento de uma ideia de projeto, para uma leitura mais compreensiva da plasticidade dos desenhos que se mostram.
Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa a 11 de abril de 1953. Faria hoje 71 anos. O livro aqui referido faz parte da biblioteca pertencente ao acervo doado à Fundação Marques da Silva e nela pode ser consultado.
Germano de Castro de Sousa Pinheiro (Figueira da Foz, 1913 - Vila do Conde, 1992) formou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1943. Seguiu-se o tirocínio com o arquiteto Aucíndio dos Santos e, em 1945, a defesa do CODA com a "Construção de um Cineteatro numa Cidade do Norte do País". Estabeleceu atelier na cidade do Porto e a partir daí consolidou um percurso que se estendeu por mais de seis décadas, traduzido em cerca de 200 projetos identificados e num conjunto assinalável de obra construída, sobretudo, na região litoral norte do país. Para além da arquitetura, desenvolveu um particular interesse pela marcenaria, pela fotografia, pela leitura e pela jardinagem. Ganhou também um especial afeto por Vila do Conde (terra de onde era originária Maria Adelaide Torres, com quem se casou em 1937), onde acabaria por se fixar e onde chegou a exercer funções de Presidente da Comissão de Turismo. O seu filho e neto são também arquitetos.
Em 2022, o acervo de Germano de Castro foi doado à Fundação Marques da Silva, um gesto que veio não só garantir a sua preservação futura, como permitirá viabilizar uma sua disponibilização pública e fomentar renovadas leituras críticas. E foi já com o apoio desta instituição que a Circo de Ideias publicou, no final de 2023, a monografia Germano de Castro: um arquitecto do seu tempo, da autoria de Germano de Castro Pinheiro. Aqui se apresenta uma seleção de vinte obras ilustrativas da prática disciplinar de Germano de Castro, datadas entre 1938 e 1987. Obras de diferentes escalas, com diferentes linguagens e programas, tanto públicas quanto privadas, obras que denunciam a competência do seu autor e o ecletismo característico dos arquitetos da sua geração, profusamente documentadas por desenhos, fotografias de Alexandre Rodrigues, Germano de Castro Pinheiro e Tiago Casanova, e textos. O livro, que resulta da transformação num projeto editorial do trabalho de investigação realizado por Germano de Castro Pinheiro, neto, durante a sua passagem pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, inclui ainda um prefácio de Ana Tostões, "Um Moderno Tranquilo", um texto de enquadramento de Luís Soares Carneiro, "Eclectismo Moderno" e uma entrevista a Nuno Portas.
Germano de Castro nasceu a 10 de abril de 1913, há 111 anos, na Figueira da Foz. Foi "um arquitecto do seu tempo"!
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Núcleo Temático AULAS
Aula Aberta (16h30) e Inauguração (18h)
4 de abril, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra
AULAS foi um dos cinco núcleos temáticos apresentados no contexto da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Com curadoria de Manuel Correia Fernandes, esteve patente ao público na Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e nele se podiam observar 31 desenhos realizados durante as aulas de Teoria Geral e Organização do Espaço (TGOE) que Távora lecionou nesta Faculdade nos anos letivos de 1990/91 e 1992/93, assim como passar pela experiência de assistir às 19 aulas que ficaram registadas em vídeo, entre elas a sua “última aula”, todas do ano de 1993.
Este núcleo expositivo vai hoje ser inaugurado no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, a partir das 18h. A apresentação estará a cargo de João Mendes Ribeiro, mas o momento será antecipado de uma Aula Aberta, às 16h30 (Sala T2), de Sergio Fernandez.
A curadoria destas duas ações, que acontecem numa altura em que a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE pode ser visitada no Convento de São Francisco, em Coimbra, é de José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Bruno Gil e Martinho Araújo.
Prémio Fernando Távora:
- Lançamento da 20.ª edição / Conferência de Inês Vieira Rodrigues
8 de abril, 18h, Sede da OASRN
Abril volta a ser mês de Prémio Fernando Távora. No próximo dia 8, na sede da OASRN, a partir das 18h, vai decorrer a sessão de lançamento da 20.ª edição, que integra também a conferência da vencedora da 18.ª edição, Inês Vieira Rodrigues, sobre a sua "Viagem às Arquiteturas Energéticas Insulares".
Refira-se que o projeto de Inês Vieira Rodrigues, Bolseira de Investigação para Doutoramento – FCT e investigadora integrada no CEAU-FAUP, tendo por horizonte a Islândia e os Açores, ilhas do Oceano Atlântico, "elegeu a produção de eletricidade como código para interpretar o território."
A entrada para esta sessão é gratuita, mas carece de inscrição prévia aqui.
De periodicidade anual, o Prémio Fernando Távora é uma iniciativa da OASRN que conta com a parceria da Fundação Marques da Silva, Câmara Municipal de Matosinhos e Casa da Arquitectura. Destina-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitectos e tem o patrocínio da Ageas Seguros. Nesta sua 20.ª edição integra também a programação das comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, Távora 100. O anúncio do vencedor deste edição decorrerá a 7 de outubro.
É com um estudo de Alcino Soutinho para uma Serigrafia, datado de 2012, que a Fundação Marques da Silva deseja a todos uma Boa Páscoa. Aproveitamos para informar que as instalações se encontram encerradas ao público de 29 de março a 1 de abril, inclusivé.
Maurício de Vasconcellos e o desafio de, com o GPA, projetar aeroportos
A propósito de um desenho académico de David Moreira da Silva, de 1937, o projeto de uma aerogare, publicado em 28 de janeiro passado, foram abordados alguns momentos da afirmação da aviação comercial e recordados alguns dados relativos à história da implantação do aeroporto do Porto, em particular na perspetiva da construção das grandes estruturas de suporte ao seu funcionamento.
Uma das várias etapas de crescimento do então ainda Aeroporto de Pedras Rubras, aconteceu na década de 80, quando o GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura, dos arquitetos Maurício de Vasconcellos e Luiz Alçada Baptista, com sede em Lisboa) ganha o 1.º lugar do Concurso lançado pela Empresa Pública Aeroportos e Navegação Aérea, ANA - EP, para construção de um novo Terminal de Passageiros. Vale a pena voltar o olhar para estes arquitetos e em particular para Maurício de Vasconcellos, que a partir de 1980 assumira a coordenação do projeto que este gabinete tinha em mãos para construção da Aerogare 2 do Aeroporto da Portela, em Lisboa. O Gabinete, 1979, tinha sido convidado a participar no Concurso e tinha ficado classificado em primeiro lugar.
Este interesse pelos equipamentos ligados à aviação e o nível de competência adquirido pela equipa com o projeto para a capital veio, assim, a refletir-se na conquista do projeto para o Porto, onde se recuperaram, até, conceitos como o balcão de check-in (desenhado por Daciano Costa), que seria produzido e instalado nas diversas aerogares do país. Mas a experiência estender-se-á a outras regiões, já que, o GPA obterá posteriormente o 2.º prémio do concurso para o Terminal de Passageiros do Aeroporto de Faro e, no final dessa mesma década, ainda, o primeiro prémio do concurso para a construção da aerogare do aeroporto de Ponta Delgada. Projetos que, sobretudo em peças desenhadas, fotografias de maquetas e uma publicação - Aerogare 2: Lisboa, se encontram documentados no arquivo doado à Fundação Marques da Silva.
Retomando a história do aeroporto do Porto, refira-se que o Terminal pensado pelo GPA será inaugurado em 1990, altura em que também se altera o nome para Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Contudo, o crescimento exponencial do fluxo de passageiros e mercadorias neste aeroporto também acabou por ditar a reformulação do edifício construído. O projeto atual, distinguido com o Prémio Europeu para construção em aço, é da autoria do arquiteto João Carlos Ferreira Leal e data de 2006. Facto que não obsta o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo GPA durante a década de 80 e os primeiros anos da década seguinte, na resposta aos desafios de enfrentar projetos com esta escala e nível de complexidade programática, a envolver uma adequada interdisciplinaridade, sem perda da garantia de um fluir fácil nas circulações, conjugando eficazmente espaços interiores/exteriores, áreas técnicas, de passageiros e público, e sem esquecer a necessidade de libertar o "objeto arquitectónico duma definição e sujeição mecanicista".
Maurício de Vasconcellos nasceu a 27 de março de 1925. Faria hoje 99 anos.
Recuperação da Igreja e Convento de São Francisco, em Évora:
Adalberto Dias e a sua "descoberta do princípio da evidência e de síntese"
"Tudo começa com uma linha/traço, vício que nunca perdi desde os primeiros anos da faculdade. A linha/risco que se multiplica e mistura com outras para conhecer a necessidade, o sinal e o sentido da transformação." E seguem-se outras linhas, "a construção do discurso da descoberta [...] do lugar, das suas circunstâncias, da visita à história." Com a utilização das "ferramentas de trabalho" vem "a noção da proporção, o pormenor, a verificação das decisões do projecto, a relação entre a parte e o todo, a relação entre o sítio e o projecto, entre o projecto e o espaço, entre o espaço e a construção." Vem o "criar arquitetura". (Adalberto Dias, "Razões do Construir", in Adalberto Dias: espaços construídos, FAUP, 2021)
Entre 2012 e 2016, Adalberto Dias desenhou e coordenou a construção do projeto de recuperação e consolidação estrutural da Igreja de São Francisco, em Évora. Uma obra total que incluiu a ampliação para um espaço expositivo do espólio religioso da Igreja e do Convento, então reduzido a parte da ala oriental e a alguns fragmentos do claustro original, bem como a conservação e restauro de todo o património móvel e integrado existente. Foi a concretização de um programa funcional e expressivo, de respeito pela continuidade estrutural de um lugar com uma longa e atribulada história, a permitir a reposição da Sala Régia, bem como a antiga ala das celas dos monges do convento, destinada agora a espaço museológico do espólio da Igreja. Foi, contudo, uma reinterpretação de um passado dominada pela pertença a um tempo presente, um exercício de "descoberta do princípio da evidência e de síntese", onde os recursos técnicos da contemporaneidade foram acompanhados de gestos que conferem novos planos, novas dimensões, novos significados a este conjunto, também monumento. A recuperação, reposição e transformação dos espaços, o renovado sentido urbano do conjunto, articula-se hoje com um novo sistema de acessos, que separa circuitos de visita e percursos de culto e liturgia, e com um painel de azulejos, com desenho de Álvaro Siza, colocado à saída da famosa Capela dos Ossos. Aí, perante a encenação deste memento mori, se afirma uma serena apologia à vida.
Adalberto Dias nasceu no Porto a 26 de março de 1953. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Sobre as imagens: Igreja e Convento de São Francisco, nova cobertura do claustro. Fotografia de Manuel Ribeiro.
Vamos por partes. A quem visitou a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, na Fundação Marques da Silva, e observou atentamente os livros expostos no núcleo destinado à Literatura Modernista Portuguesa, por certo não terá passado despercebida a presença deste pequeno livro de poesia: uma das muitas edições da Mensagem de Fernando Pessoa que Fernando Távora foi colecionando ao longo da vida, neste caso, uma edição bilingue, em português e chinês. É público o fascínio de Fernando Távora por este autor e foi o próprio a revelar, em 1995, numa Festa da Leitura promovida pela Câmara Municipal de Guimarães, que Mensagem, em particular, era "o" livro da sua vida.
Vale a pena ler o manuscrito onde Távora, em 6 páginas, vai alinhavando e construindo a sua resposta a este convite, e acompanhar a sua linha de raciocínio, desde as primeiras considerações sobre o que lhe possibilita a ele, um arquiteto e não um especialista, participar nesta Festa. Passo a passo, Fernando Távora vai expondo os fundamentos da sua escolha, a de um leitor que desde a sua infância viveu "mergulhado" em livros. - "...desde Gutenberg não se tornou o livro um obsecante companheiro do homem ...?" - Os nomes de Mies van der Rohe e Francisco de Holanda vão sendo entretanto convocados por Távora, para depois admitir que encontra o prazer da leitura na Poesia, que considera o "caminho mais sintético e mais profundo para atingir a verdade e a beleza". Situa-se, depois, no campo da poesia portuguesa e pergunta-se: "a identidade não será condição indispensável da universalidade"? Mas dentro da Poesia, elege a poesia lírica e particulariza ainda mais: sobre aquela que visa "a problemática de Portugal e do Português, da Nação e do Homem, do seu passado e do seu futuro, das suas realidades e dos seus mitos, da sua identidade e da sua variedade". Assume então a sua obsessão por dois grandes vultos: Luiz de Camões e Fernando Pessoa. Mas se ao longo do texto cita Camões, é na obra do segundo que reconhece essa atração maior, "por ser homem do meu tempo, homem que viveu ou percebeu o tempo em que eu vivo e que soube contá-lo, sendo-o." E revela, por fim, a sua escolha: "um livro de poesia, português, chamado Mensagem e que poderia ter-se chamado Portugal."
Um livro é também um objeto. Regressemos ao objeto. O exemplar aqui fotografado e recentemente exposto, não foi, curiosamente, adquirido por Fernando Távora. Trata-se de uma edição do Instituto Cultural de Macau, datada de 1986, identificada pelo carimbo que transporta como sendo "oferta do editor". Acrescente-se apenas que Fernando Távora, arquiteto, no início da década de 80, por encomenda do Governo de Macau/Palmer & Turner, projetou com António Madureira o Plano de Intervenção Urbanística da Avenida Almeida Ribeiro, e com Álvaro Siza, o Plano de Intervenção Urbanística dos Novos Aterros do Porto Exterior.
Hoje, com o livro da vida de Fernando Távora, celebramos o Dia Mundial da Poesia.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
inaugura hoje, às 18h, no Convento de São Francisco (Coimbra)
Está tudo pronto! A partir de hoje, às 18h, já se poderão percorrer os corredores e a Sala do Capítulo do Convento de São Francisco (CSF), em Coimbra, numa visita à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Um novo espaço, uma outra arquitetura, um convite para uma outra leitura do que se oferece ao olhar sobre a vida e obra de Fernando Távora.
A exposição que agora chega ao CSF, concluída que foi a sua apresentação no Porto, onde esteve patente ao público, na Fundação Marques da Silva, é uma iniciativa desta Fundação e a ação central de Távora 100, programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora. A sua apresentação em Coimbra foi possível graças à parceria estabelecida entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e do Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.
Na mesma semana em que a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE abandona o Palacete Lopes Martins, uma das casas pertencentes à Fundação Marques da Silva, no Porto, duas novas iniciativas levam o nome de Fernando Távora a outras geografias:
- Hoje, às 16, no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, está quase a começar a sessão organizada pela Universidade de Bolonha e pela editora Letteraventidue de apresentação do Diario di Bordo, a versão italiana do Diário de Fernando Távora da viagem aos EUA e ao Japão de 1960, numa tradução de Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno. Participam Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, José António Bandeirinha, José Manuel Fernandes, Luís Martinho Urbano, Madalena Pinto da Silva e Miguel Magalhães.
- Amanhã, às 18, no Convento de São Francisco, inaugura a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, agora ajustada ao desenho de um novo espaço expositivo. A produção deste segundo momento da exposição, em Coimbra, realizada com o apoio da Fundação Marques da Silva, resulta da parceria estabelecida entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e o Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Inauguração em Coimbra
14 MAR, 18H, Convento de São Francisco
A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE está já a caminho da cidade de Coimbra, primeira etapa da itinerância prevista pelas entidades organizadores do programa TÁVORA 100. A inauguração vai acontecer no próximo dia 14 de março, às 18h, no Convento de São Francisco, onde esta exposição poderá ser visitada até 5 de maio, de segunda a domingo, entre as 15h e as 20h. A entrada é livre.
A produção da exposição em Coimbra, realizada com o apoio da Fundação Marques da Silva, resulta da parceria entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e do Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.
O percurso de Luiz Botelho Dias, ainda mal conhecido, cruza-se com o de muitos arquitetos que frequentaram a Escola Portuense de Belas Artes na sua transição para Escola Superior, entre finais dos anos 40-50. De facto, Botelho Dias inicia a sua formação como arquiteto em 1948 e obtém a sua carta de curso a 25 de julho de 1972. O processo de estudante, arquivado na FBAUP, permite-nos saber que entre 1960 e 1965 estagiou com o arquiteto Francisco Figueiredo e que, no Relatório Curricular por si entregue, está também identificada a sua colaboração na equipa que desenvolvera a Casa de Chá da Boa Nova, um conjunto habitacional para Leça da Palmeira e um trabalho para a CEPSA. A sua atividade liberal, em nome próprio e em parceria, tem, assim, início antes de 72.
Botelho Dias será um dos arquitetos a habitar a velha casa da rua Duque da Terceira, onde se encontravam já Fernando Távora, Alfredo Matos Ferreira e António Menéres (com quem partilha o gosto pela vela), Álvaro Siza (que tal como ele praticara hóquei no Clube de Leça), Joaquim Sampaio e Vasco Macieira Mendes. Assinará ainda aí projetos com Alfredo Matos Ferreira e, mais tarde e a partir de outros espaços na cidade, manterá colaborações com Manuel Marques de Aguiar, Fernando Barbosa ou Pedro Aroso. Da sua prática profissional sobressaem projetos habitacionais das mais variadas escalas, porém, no arquivo doado à Fundação Marques da Silva, podemos encontrar também referências a outras tipologias, de escolas primárias a hotéis e até centros comerciais. Manter-se-á sempre atento às questões que se prendem com o ordenamento da região norte do país, o seu território de ação enquanto arquiteto, envolvendo-se muito em particular no desenvolvimento e valorização da faixa marítima de Nevogilde, juntamente com Manuel Marques de Aguiar e Diogo Alpendurada.
Ainda na década de 80, Luiz Botelho Dias vai projetar edifícios para a Cooperativa "o Lar Familiar". É a um desses projetos que pertence o desenho que aqui se publica, referente a um prédio vizinho da Fundação Marques da Silva, situado na rua Latino Coelho, n.º 292. Só que o convite é para que o olhar se detenha não apenas no centro do desenho, prolongando-se para as margens que o enquadram e que poderíamos apelidar, numa muito livre apropriação do conceito barthiano, de "margens subversivas". É que aí, nessas margens, dos traços que denunciam o gesto aparentemente comum e banal de limpeza de um aparo vão nascendo formas e palavras que criam outras imagens e sentidos, que nos indicam um pensamento ou estado de espírito. Sentidos que continuarão por decifrar quanto à intenção de quem os registou, mas que transportam uma outra dimensão para o desenho. Terá sido verdadeiramente desfeito esse "nó górdio" pelo "Luiz Maria" que tão cuidadosamente desenha a fachada e sublinha os materiais a utilizar na construção do prédio?
Luiz Botelho Dias nasceu na freguesia do Bonfim, no Porto, a 11 de março de 1929, faria hoje 95 anos.
Para quem se detém no pormenor, o nome de Gill Stoker não terá passado completamente desapercebido. Assinava, desde 2009, a quase totalidade das traduções para língua inglesa dos conteúdos publicados no website Fundação Marques da Silva. Recebemos agora a notícia do seu falecimento, na sequência de doença prolongada. Mas há histórias que devem ser contadas e homenagens que não podem deixar de ser feitas.
Gill Stoker, ainda jovem estudante, veio a Portugal no final da década de 60. Foi então recebida pelo casal Maria José e David Moreira da Silva. Nunca esqueceu a forma como foi cuidada e acarinhada por estes dois arquitetos. Já em 2009, em pesquisa aleatória, deparou-se com a notícia da existência desta Fundação, instituída por estes dois arquitetos e situada nas casas que pessoalmente conhecera. E decidiu entrar em contacto. Desejava, de alguma forma, contribuir para este projeto, numa retribuição do apoio que tinha recebido na sua juventude. A partir de Londres, onde residia, disponibilizou-se a assegurar a versão inglesa do website, voluntariamente. O seu medo de aviões dificultava um regresso, mas em 2012, veio ao Porto para estar presente no lançamento do livro O Monumento da Boavista, para o qual assinara a tradução dos textos publicados em língua inglesa. Gesto que estreitou ainda mais os laços com esta Fundação. Até 2023, manteve-se permanentemente atenta, disponível, presente. Esta notícia é assim um agradecimento público desse trabalho incansável e generoso.
Mas quem era Gill Stoker? Estudou teatro e era apaixonada por música e poesia. Concluiu o seu doutoramento com a tese Sir John Tenniel: a study of his development as an artist, with particular reference to the Book Illustrations and Political Cartoons, no King´s College. Na Open University, foi leitora e durante vinte e 25 anos colaboradora da Mary Evans Picture Library. Nos seus tempos livres, dava aulas de inglês e mantinha um canal próprio na plataforma Youtube. Casada com o compositor Richard Stoker criou um fundo para apoiar jovens músicos, após a sua morte em 2021. Guardaremos a memória do seu constante apoio, da sua extrema generosidade e afabilidade.
FERNANDO TÁVORA, diario di bordo (versão italiana)
Apresentação do livro
13 MAR, 16h, Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian
A Universidade de Bolonha Alma Mater Studiorum, a editora Letteraventidue e os tradutores/editores literários Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno, vão apresentar o livro FERNANDO TÁVORA diario di bordo - a tradução para italiano do relato da viagem que este arquiteto empreendeu aos EUA e ao Japão em 1960 - na Fundação Calouste Gulbenkian, a instituição que então atribuiu a bolsa que viria a permitir a realização dessa mesma viagem.
Esta publicação, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da família de Fernando Távora, inclui, para além da versão italiana do diário, textos de enquadramento à viagem, ao diário e a Fernando Távora, da autoria de cada um dos editores, assim como a reprodução dos dois blocos de desenhos que acompanham e complementam o registo escrito original. O livro foi inicialmente lançado em novembro de 2022, em Cesena, no contexto da exposição "I Viaggi di Fernando Távora" e desde então tem vindo a percorrer um périplo de cidades italianas, chegando agora a Portugal.
A sessão de apresentação, agendada para o próximo dia 13 de março, a ter lugar às 16h, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, vai contar com a participação dos 3 editores e um painel alargado de convidados: Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, José António Bandeirinha, José Manuel Fernandes, Luís Martinho Urbano, Madalena Moreira da Silva e Miguel Magalhães.
Uma condição comum à maior parte dos arquitetos documentados na Fundação Marques da Silva é o facto de, em paralelo com a prática projetual, terem sido professores, terem exercido uma prática pedagógica. Esse foi o caso de Alfredo Matos Ferreira que, tendo concluído o Curso Superior de Arquitectura em 1959, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, e já com obra de relevo, projetada e construída, num tempo politicamente conturbado, em 1976, é convidado, por proposta da Reunião Geral de Professores dessa mesma Escola, a entrar como assistente para a Secção de Arquitetura, para lecionar, com Cristiano Moreira, a cadeira de Arquitectura III. Foi o início de uma experiência de ensino que se prolongaria até 1998, na presente Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (Matos Ferreira participou, aliás, nas sessões de trabalho para definição dos princípios orientadores do ano letivo 1984/85, o primeiro do Curso de Arquitetura a marcar a passagem da Escola para o ensino universitário).
Ao longo destes 22 anos de atividade docente, Alfredo Matos Ferreira manter-se-ia sempre ligado à área de Projeto. Ensinou, participou em exposições e encontros vários, representou a Escola, orientou e apoiou os designados Seminários de Pré-Profissionalização que o levaram a contactar municípios dos mais diversos pontos do país, na procura de territórios de intervenção para alunos finalistas. Foi ainda membro da Assembleia de Representantes e integrou, por diversas vezes, o Conselho Científico. Para construção da sua carreira académica, em 1986, fez provas de agregação com a dissertação Aspectos da Organização do Espaço Português, domínio de investigação que sempre o interessou e que continuaria a cultivar (no ano letivo de 1995/96, obteve mesmo uma licença sabática com o propósito de o continuar a desenvolver). A partir de 1990 e até à reforma, assumirá ainda a orientação da cadeira de Introdução ao Projeto, para os alunos do 1.º ano, tendo como assistentes Henrique Carvalho, Maria José Casanova, José Bernardo Távora e Nuno Lacerda Lopes. Mas, mesmo depois de 1998, continuou a apoiar dissertações de mestrado e teses de doutoramento. E será o próprio a reconhecer, anos mais tarde, a importância de toda esta experiência na execução dos seus projetos (Memória, p. 33).
Do cuidado colocado nesta sua atividade de professor, do compromisso assumido com a Escola, "fala" uma parte do acervo de Alfredo Matos Ferreira, doado à Fundação Marques da Silva. Onze pastas com uma extensa documentação, complementada por um vasto número de diapositivos meticulosamente organizados e acondicionados, mostram-nos guiões de apoio às aulas, listas bibliográficas e de diapositivos, fotocópias e apontamentos de livros de referência ou registos da mais variada ordem, como dados sobre seminários, trocas de correspondência (missivas internas ou com municípios), programas, trabalhos de alunos e outros materiais que marcam o tom daquele tempo de vida estudantil. Trata-se de informação que não só revela o empenho na preparação dos temas a tratar e a metodologia seguida por um professor, mas também um modo próprio de olhar o território e de como nele construir. A sua consulta deixa entender também algumas das temáticas a que Matos Ferreira dedicou particular atenção (as Operações SAAL Miragaia e Lapa, os Planos de Urbanização de Guimarães, onde participou, mas também sobre Viana ou Évora, a organização do Seminário em Carrazeda, em colaboração com José Manuel Soares, etc. ) e afirma-se, para além da figura que lhe dá sentido, importante para quem se interesse pelo estudo do que foi o ensino da Arquitetura no Porto entre estes tempos de transição: o da ESBAP pós 25 de Abril e a primeira década de afirmação da FAUP.
Alfredo Matos Ferreira, arquiteto e professor, que também cultivou a fotografia e o cinema, nasceu a 1 de março de 1928.
O dia que marca o início de um novo mês amanheceu com chuva, mas nada como contrariar o mau tempo e visitar a Fundação Marques da Silva. A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE entra na sua última semana, já que a 9 de março encerra, para seguir depois em direção a Coimbra. Mas só aqui poderá vê-la em diálogo com o Palacete e na completude dos núcleos temáticos que a acompanham. E como março é o mês das camélias, nada como prolongar a visita aos jardins e apreciar a diversidade de cores e de formas que as árvores floridas orgulhosamente ostentam. Fica a sugestão!
Raul Leal, um autor, um artista-pensador ainda por conhecer
(sessão de lançamento do livro RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO)
A escrita de Raul Leal cruza múltiplos domínios, persegue o totalizante, sem conseguir evitar o circunstancial, mas quando parte do circunstancial, não resiste ao desejo de alcançar o absoluto, está permanentemente em trânsito, em busca de um sentido, mesmo que através de um caminho muitas vezes errático e labiríntico. Porém, nesse luxuriante e exuberante exercício deste prolixo artista-pensador, está sempre subjacente uma dimensão filosófica que tem ficado na penumbra em detrimento de outras facetas da sua vida, mais polémicas e mesmo risíveis.
Foi a disponibilização pública da importante Coleção Pessoana de Fernando Távora, tornada possível a partir do momento da sua entrada na Fundação Marques da Silva, a permitir o acesso a um manancial de documentos produzidos ou reunidos por Raul Leal, maioritariamente constituído por manuscritos inéditos e cujo estudo se confirma ser fundamental para um outro entendimento da sua obra e para a redefinição do que foi o modernismo em Portugal. Raul Leal é um criador em permanente diálogo com o seu "mundo", real ou idealizado, exterior ou interior, e em particular com algumas das figuras que o habitam, entre as quais, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, que com ele formam a tríade "orphica". Neste livro, RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, primeiro volume de um projeto maior que continuará a explorar o legado lealino, com a relação Leal-Pessoa como pano de fundo, Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário estabelecem uma porta de entrada para o muito que esta documentação tem para dar a conhecer.
De tudo isto se falou na sessão de ontem, do que se alcançou com este livro e de futuras publicações, dos inéditos agora partilhados e da metodologia seguida para os apresentar, sublinhando-se também as estimulantes perspetivas de investigação que a Coleção Pessoana de Távora abre, desde logo na relação a estabelecer com quem a reuniu. Ficou igualmente expressa uma vontade comum - da Fundação Marques da Silva, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e da U.Porto Press, as três instituições que tornaram possível RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO -, a de, cruzando fronteiras, se assegurar a continuidade deste projeto científico e editorial.
Newsletter Fundação Marques da Silva | Fevereiro 2024
Publicamos hoje mais uma Newsletter. Em destaque vem o lançamento do livro RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, a acontecer hoje, às 18h30, na Fundação Marques da Silva, mas há muito mais para ler...
Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro
Lançamento do livro
com Fátima Vieira, Celeste Natário, Rui Lopo e Renato Epifânio
27 de fevereiro, 18h30, Fundação Marques da Silva
Wagner disse um dia: "Creio em Deus e em Beethoven!" Também eu posso dizer semelhantemente: "creio em Deus e no Génio poderosamente Criador de Fernando Pessoa. (Raul Leal, "Fernando Pessoa um dos oito maiores de Portugal", década de 30)
O livro Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro, que amanhã será lançado na Fundação Marques da Silva, é mais uma demonstração da imensa importância documental do acervo do Arquiteto Fernando Távora. Com edição literária de Rui Lopo e colaboração na transcrição de Renato Epifânio, é uma primeira etapa da investigação realizada no âmbito do Grupo de Investigação “Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal”, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, coordenada por Celeste Natário. Publicado em parceria com a Fundação Marques da Silva e a Editora da Universidade do Porto, Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro vem revelar "entendimentos partilhados" entre estes dois "companheiros das lutas de Orpheu", mas também trazer um novo olhar sobre o corpo de pensamento de um dos mais originais e enigmáticos autores portugueses do século XX.
A sessão, presidida por Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva e Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura, Museus e U.Porto Press, conta com a presença de Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário. Começa às 18h30 e é de entrada livre.
Workshops Atelier Nomade | "Pulping it: making paper" e "In situ etching: making prints"
28 de fevereiro e 6 de março
Fundação Marques da Silva (armazéns/depósito da rua Visconde de Setúbal)
Decorrido que foi o primeiro ATELIER NOMADE, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado (i2ADS / FBAUP / FIMS) nos armazéns/depósito da rua Visconde de Setúbal, pertencentes à Fundação Marques da Silva, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, e que veio a culminar num momento expositivo a EXPOSIÇÃO NOMADE, surge agora a proposta de duas novas ações:
Pulping it: making paper, a 28 de fevereiro, e In situ etching: making prints, a 6 de março.
Estes workshops, dois desenvolvimentos do Atelier Nomade, vão transformar o espaço de Visconde de Setúbal numa oficina de produção de papel, unindo novamente conhecimento tecnológico e criação. Dirigem-se a estudantes da FBAUP e estão integrados nas atividades curriculares da Unidade Curricular de Gravura Calcografia, mas está prevista a inscrição até 5 estudantes de outros cursos da UP.
Fernando Távora . As raízes e os Frutos . palavra desenho obra
Estão publicados dois novos livros deste projeto editorial
As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra, projeto editorial com investigação, organização e notas de Manuel Mendes, «acontece, vem acontecendo, aventurando na diversidade e na unidade dessas pautas cuidadoras da memória que se tornaram arquivo sem roteiro», assim começando a dar acesso a «essa "arca" de interior» que se encontrava reservada, numa «(re)aproximação a um tempo, a um espaço, a um horizonte», para dar lugar e voz a Fernando Távora.
Publicado que foi o tomo I.I, ainda em tempos de pandemia, chegam agora os dois livros que, com ele, completam a primeira das duas partes constituintes do 1.º volume: o tomo I.II - O meu caso Arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947 - e D´os meus livros. Neles se vai revelando um jovem Távora em tempo de identificação com a sua vocação.
Estes dois novos títulos foram publicados pela Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e a U.Porto Press, e contaram com o apoio à edição da Câmara Municipal do Porto. Podem ser adquiridos na loja da Fundação Marques da Silva (presencialmente ou online).
O PROBLEMA DA HABITAÇÃO: olhar hoje para os Bairros SAAL/Lisboa
1 conferência - 4 percursos - 1 conversa
24 FEV - 20 ABRIL
O ciclo O PROBLEMA DA HABITAÇÃO procura, a partir da experiência dos bairros SAAL/Lisboa, investigar e problematizar as transformações que a cidade atravessou de Abril de 1974 até hoje. O programa, construído por Ana Bigotte Vieira, Ana Catarina Costa e Ricardo Santos, tem início já depois de amanhã, 24 de fevereiro, no Palácio Pimenta, com a conferência "Habitar e Governar", por Amador Fernández-Savater. Seguem-se os percursos a 4 dos 7 Bairros SAAL/Lisboa: Quinta do Alto, de Manuel Magalhães (16.03); Curraleira-Embrechados, de José António Paradela e Luís Gravata Filipe (17.03); Fonsecas-Calçada, de Raúl Hestnes Ferreira (6.04); e Bela Flor, de Artur Rosa (7.04). O ciclo encerra a 20 de abril, num regresso ao Palácio Pimenta, para uma conversa com moradores e moderada pelos curadores, que tem por mote "Problemas e desafios: o discurso dos moradores".
Raul d´Oliveira Sousa Leal foi um escritor, um ensaísta, um poeta, um filósofo, um crítico de arte, um dramaturgo, um polemista de múltiplas causas e de pessoas, um modernista, um futurista, um surrealista, um esoterista, um dandy, um performer, um racionalista, um louco, um visionário... categorias de uma lista que será sempre insuficiente para definir as inúmeras facetas de quem sempre viveu à beira da "vertigem". O seu "descompasso" com o mundo e o facto de parte da sua obra ter permanecido inédita fez cair o nome de Raul Leal, também conhecido pelo pseudónimo de Henoch, num certo esquecimento, não obstante ser reconhecido enquanto figura maior do movimento de Orpheu.
Terá sido seguramente a ligação de Raul Leal a Fernando Pessoa que levou Fernando Távora a reunir uma parte significativa do seu espólio, que hoje se encontra comodatado na Fundação Marques da Silva e a ser estudado por uma equipa de investigadores do Instituto de Filosofia da UP: Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário. RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, livro que revela textos inéditos ou, até agora, praticamente inacessíveis de Raul Leal "sobre e para Fernando Pessoa" é já um primeiro ponto de chegada desta investigação e um importante contributo para um outro entendimento da obra deste fascinante autor para a história da literatura e da filosofia em Portugal no século XX. O lançamento é na próxima terça-feira, dia 27 de fevereiro, às 18h30, na Fundação Marques da Silva. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
A TVU. visitou a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
A TVU. regressou à Fundação Marques da Silva para visitar a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE e entrevistar o coordenador da equipa de curadores, Alexandre Alves Costa. Partilhamos agora o vídeo final. Para ver, clique aqui.
MANUEL BOTELHO: OBRA E PROJECTO 1980-2008
Lançamento do livro com Luís Santiago Baptista, Rui Mendes, António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, Duarte Belo e Pedro Baía
22 Fev, 18h30, Biblioteca da Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa)
Manuel Botelho: Obra e Projecto 1980-2008 é o livro que traça uma retrospetiva inédita do percurso do arquiteto Manuel Botelho, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022. Com edição de António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, foi publicado pela editora Circo de Ideias e nele se reúne, ao longo de 360 páginas, uma seleção de 27 obras e projetos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia.
Depois da sua apresentação no Porto, na Fundação Marques da Silva, por ocasião do encerramento da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, e da sua apresentação em Coimbra, no Departamento de Arquitetura da UC, chegou a vez de o livro ser apresentado em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, já no próximo dia 22 de fevereiro, através de uma conversa entre Luís Santiago Baptista, Rui Mendes, os editores do livro, o fotógrafo Duarte Belo e o coordenador editorial Pedro Baía.
O livro fez parte do programa dedicado ao arquiteto Manuel Botelho que incluiu a realização de exposições, mesas-redondas, visitas às obras e edições, numa parceria entre a Fundação Marques da Silva, FAUP, o Laboratório da Paisagem, Património e Território e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. Contou ainda com o apoio à divulgação da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos.
"Inovação Fora de Portas-Engenharia Civil" propõe um novo ciclo de visitas
Com o foco em lugares e edifícios emblemáticos da cidade do Porto, Inovação Fora de Portas vai dar início a um périplo de 3 visitas que arranca já a 24 de fevereiro. O encontro é na Estação de Metro de S. Bento, às 10h00 e tem como tema a "monitorização de monumentos históricos durante as obras da Metro do Porto". Seguir-se-á, a 20 de abril, uma visita à Nacional, edifício projetado por José Marques da Silva e reabilitado pelo Gabinete de Arquitetura Menos è Mais, e, a 15 de junho, ao Time Out Market, projeto de Eduardo Souto de Moura para um antigo edifício situado na ala sul da Estação de S. Bento.
Como habitualmente, estas sessões, moderadas pela arquiteta Bárbara Rangel, integram a exibição de um vídeo documental e contam sempre com a presença de convidados especiais. A participação é gratuita, apenas dependente de inscrição prévia no site da Porto Innovation Hub.
- 24 FEV: com o Engenheiro António Arêde (link)
- 20 ABR: com a Arquiteta Cristina Guedes (link)
- 15 JUN: com o Arquiteto Luís Peixoto e o Engenheiro Luís Adão Fonseca (link)
Programe as suas visitas e faça já a sua inscrição!
“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, iniciativa que tem o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizada em parceria pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, Casa da Arquitectura, da Ordem dos Engenheiros Região Norte e da Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil - LC Porto.
TÁVORA NO TEMPO #2
Colóquio Internacional
21 e 22 Fev, Colégio da Trindade (Coimbra)
Nos próximos dias 21 (tarde) e 22 (manhã e tarde), no Colégio da Trindade, vai decorrer um segundo encontro TÁVORA NO TEMPO. Cabe agora do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, com este Colóquio Internacional, dar continuidade ao encontro realizado na Faculdade de Arquitetura, a 21 de outubro passado, convocando um leque de estudiosos da obra de Fernando Távora para dois momentos precisos: o da investigação em desenvolvimento, no dia 21, e o da investigação consolidada, a 22.
Esta iniciativa, que, para além do mais, pretende ser também um momento intenso de celebração e de evocação da obra de Fernando Távora, é parte integrante do programa de celebração do centenário deste arquiteto - TÁVORA 100 -, um projeto coordenado e coorganizado pela Ordem dos Arquitectos, pela Fundação Marques da Silva, onde está depositado o seu acervo, e pelas universidades de Coimbra, do Minho e do Porto, onde lecionou, a ter lugar no Porto, em Coimbra, Braga e Guimarães, entre agosto de 2023 e agosto de 2024.
Renovação dos órgãos sociais da Fundação Marques da Silva
Está concluído o processo de renovação dos Órgãos Sociais da Fundação Marques da Silva, conforme previsto nos seus Estatutos. Conselho Diretivo, Conselho Geral e Conselho Científico estão em início de novos mandatos e se o Conselho Diretivo se mantém inalterado na sua composição - Fátima Vieira, Luís Martinho Urbano, Armando Malheiro e Graciela Machado -, os Conselhos Geral e Científico assinalam a entrada de novos membros.
O Conselho Geral, presidido pelo Reitor da U.P., António Sousa Pereira, é agora formado por 11 elementos. Mantêm-se em funções Andrea Soutinho, Alexandre Alves Costa, José Bernardo Távora, Carlos Maria Pinheiro Torres, Manuel Baptista Barros e Mário Bismarck, e entram Laura Castro, Pedro Baganha, Hugo Barreira e Rui Calçada.
O Conselho Científico, presidido por Fátima Vieira, passa a ser composto por 8 elementos. Permanecem João Pedro Xavier, Lúcia Almeida Matos, Mário Barroca, José António Bandeirinha, Gonçalo Canto Moniz e Maria João Pires de Lima, assinalando-se a entrada de Manuel Matos Fernandes.
Os novos mandatos têm uma duração de 5 anos, pelo que se manterão em funções até 2029.
Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro
Lançamento do livro
com Fátima Vieira, Celeste Natário, Rui Lopo e Renato Epifânio
27 de fevereiro, 18h30, Fundação Marques da Silva
Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou A Criação do Futuro é um livro que revela textos inéditos ou, até agora, praticamente inacessíveis de Raul Leal "sobre e para Fernando Pessoa". É também a primeira publicação de uma investigação mais ampla sobre o autor, que decorre no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e a Fundação Marques da Silva, local de acolhimento da valiosa coleção "modernista" reunida pelo arquiteto Fernando Távora, onde se inclui um importante conjunto de manuscritos de Raul Leal, bem como um significativo número de outros registos que permitem (re)descobrir a sua obra e (re)situá-la perante os restantes autores de Orpheu. Com coordenação científica de Celeste Natário, edição literária de Rui Lopo e colaboração na transcrição de Renato Epifânio, nele se apresentam escritos onde é possível percecionar o complexo método de pensamento Raul Leal, a singular e idiossincrática dimensão filosófica da sua produção, a importância de Pessoa e "a importância do processo pessoano que toda a vida acalentou".
O presente volume, publicado na coleção Transversal, é uma edição conjunta da Fundação Marques da Silva, Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e U.Porto Press. O seu lançamento está marcado para dia 27 de fevereiro, às 18h30, na Fundação Marques da Silva e contará com a presença de Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, e dos autores para uma conversa sobre o livro, sobre esta enigmática e desconcertante figura da geração de Orpheu, sobre literatura modernista em Portugal e o contexto filosófico e cultural em que esta foi tendo lugar. A sessão é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Uma Exposição e um Catálogo
Até aos primeiros dias de março ainda pode visitar ou regressar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. A próxima paragem será em Coimbra, para uma data que nos permite prolongá-la no Porto, na Fundação Marques da Silva, e assim aceder aos muitos pedidos que nos têm chegado para a manter aberta ao público.
Mas também, ao entrar ou ao sair, não deixe de parar na Loja da Fundação e de apreciar o CATÁLOGO desta exposição onde, para além das muitas imagens que lhe permitem aprofundar o seu olhar sobre o que se encontra exposto e de uma cronologia biográfica atualizada, se publica um conjunto alargado de textos. São leituras e perspetivas diversas sobre a obra e o pensamento de Fernando Távora, sobre um discurso e um legado que urge continuar a revisitar por ser detentor de uma dimensão que transcende o tempo concreto e cronológico de uma vida, por nele continuar a habitar uma condição de contemporaneidade.
Este livro também pode ser adquirido através da nossa Loja online.
Bartolomeu Costa Cabral e a procura da humanização da arquitetura
O Bairro do Pego Longo, situado em Queluz, na freguesia de Belas, começou a ser projetado por Bartolomeu Costa Cabral em 1976, no contexto do Processo SAAL. Tinha por fim resolver os problemas de habitação de um território degradado, em contacto próximo com as populações que de modo tão precário o ocupavam, criando simultaneamente condições para a sua recuperação paisagística.
O processo de reconversão urbanística consistiu em fazer um plano evolutivo que englobava áreas limítrofes para ampliação, de forma a poder ser feita a substituição das barracas existentes em habitações. Foram criadas casas tipo com um ou dois pisos conforme as condições topográficas, mas todas de moradia em banda. A cozinha era o elemento central da casa. E foi atendido, com a integração de logradouros (para flores na frente e para horta e animais atrás) e a possibilidade de as moradias seguirem um regime de auto-construção, o facto de grande parte da população dessas barracas ter uma origem rural ou dedicar-se à construção civil. O sistema construtívo procurava, assim, ser muito simples e adaptado aos meios disponíveis. O plano, de construção lenta e onde se incluía também a elaboração de projetos de infraestruturas e arranjos dos espaços exteriores, arrastou-se no tempo, transitando, após cessação do SAAL para a Câmara Municipal de Sintra. Veio a prever a construção de blocos de habitação coletiva, de uma igreja e de uma escola, entre outras valências. Ainda não se encontra finalizado, mas isso não obsta a que tenha adquirido uma unidade e identidade urbanas.
Bartolomeu Costa Cabral sempre se orgulhou de ter conseguido manter uma boa relação com as pessoas do Bairro, tendo, ao longo destas décadas, conhecido mais do que uma geração dos seus habitantes. Como fez questão de afirmar: "A arquitetura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar um sentido aos espaços criados e só assim podemos falar da sua humanização. Julgo que nas obras que fui fazendo ao longo da minha vida profissional existe este traço comum de relação com as pessoas independentemente do valor e grandeza do edifício e da sua função específica (...)." ("A Ética das Coisa", 2019)
Foi o movimento moderno que fez Bartolomeu Costa Cabral apaixonar-se pela Arquitetura e lhe deu "a compreensão, o gosto e o prazer de toda a arquitetura dos tempos idos, e que continuam tão frescos e atuais." A atualidade e relevância da sua arquitetura está bem presente nos muitos projetos que desenvolveu no curso da sua longa carreira de arquiteto e que o vasto acervo doado à Fundação Marques da Silva documenta. Está também em evidência na exposição Todos os tempos se cruzarão, patente ao público na Sala da Cidade (Coimbra) até 2 de março, onde se encontram expostos outros dois projetos seus, a Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e a Casa de Taipa, em Beja, testemunhos de que "a arquitetura e a arte têm sabido encontrar estratégias que estruturam o território, o recriam e reavivam o seu tecido mais profundo, retomando as suas possibilidades esquecidas, consolidando-o."
Bartolomeu Costa Cabral nasceu a 8 de fevereiro de 1929, faz hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha
Encerramento da 1.ª edição
Exibição de vídeo sobre a obra premiada + Conferência + Conversa
14 FEV - 18h30 - Fórum da Maia
"Um vídeo, uma conferência e uma conversa para (vi)ver a arquitetura", assim nos é apresentado o programa de encerramento da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, a ter lugar no Fórum da Maia, no próximo dia 14 de fevereiro, a partir das 18h30.
A sessão abrirá com a projeção de CAMPO-PONTE-PRAÇA, o vídeo sobre a obra premiada, o ISMAI – Estádio, realizado por Mariana Bártolo. Seguir-se-á a conferência IDEIAS E COISAS, pela dupla de arquitetos de Navarra Pereda | Pérez. Em sintonia com as linhas programáticas deste Prémio e da obra que venceu esta primeira edição, estes arquitetos "acreditam que a correspondência entre ideias e coisas acontece na busca da essencialidade das primeiras, em resposta às necessidades, à experiência do espaço de arquitetura e à sua construção." E concluir-se-á com uma conversa entre a realizadora, os arquitetos conferencistas e Luís Pinheiro Loureiro, um dos três arquitetos que assinam a autoria do projeto vencedor. A entrada é livre.
José Carlos Loureiro (1925-2022), José Manuel Loureiro (1951) e Luís Pinheiro Loureiro (1984), os autores de ISMAI - Estádio, representam três gerações de arquitetos, pertencentes a uma mesma família e todos formados no Porto. Com o falecimento, em 2022, de José Carlos Loureiro, cujo acervo foi doado à Fundação Marques da Silva, filho e neto dão agora continuidade ao GALP, Lda. — Gabinete de Urbanismo, Arquitectura e Engenharia. O construtor desta obra, adjudicada pela Maiêutica – Cooperativa de Ensino Superior – C.R.L., foi a LUCIOS Engenharia e Construção.
O Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, organizado pela APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte, é uma iniciativa autárquica (Câmara Municipal da Maia, Maia Cultura) de periodicidade bianual e destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos localizados no Município da Maia, que se destaquem não só pela sua qualidade arquitetónica e urbanística, mas sobretudo pela sua função social, cultural e inserção urbana.
A TVU. visitou a exposição NOMADE e falou com Graciela Machado, coordenadora do Atelier Nomade e artista em residência no Armazém/Depósito da Fundação Marques da Silva da rua Visconde de Setúbal, que nos contextualizou, no testemunho então recolhido, este acontecimento expositivo e laboratorial, assim como nos explicou a razão de ser deste lugar inédito para acolhimento de todas as ações desenvolvidas no âmbito do Atelier. Uma reportagem em vídeo que pode agora ser vista e onde se torna visível o clima de festa em que decorreu esta Exposição, a mostrar o resultado do atelier e a permitir a partilha de experiências de impressão litográfica em tempo real.
O invulgar percurso de António Teixeira Guerra, um arquiteto que perseguiu o sonho de ter um castelo
O percurso formativo de António Teixeira Guerra não passou pelas escolas nacionais. A carreira diplomática do seu pai, o embaixador Ruy da Fonseca e Sousa Camões Teixeira Guerra, assim o ditou. Depois da frequência de escolas no Canadá e na Alemanha, acabou por iniciar os seus estudos em Arquitetura na Universidade de Yale, em 1946. Seguiu depois para Lausanne, na Suíça, onde veio a obter o seu diploma, com nota máxima, dez anos mais tarde, sendo aí convidado a exercer as funções de assistente do Professor Jean André Tschumi, então Diretor da Escola Politécnica e Presidente da UIA. No ano seguinte, após exame realizado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, obtém a equiparação académica que lhe permite começar a exercer a atividade de arquiteto e urbanista em Portugal.
Teixeira Guerra regressou ao seu país de origem para, a partir da década de 60, se afirmar profissionalmente enquanto consultor em matéria de planeamento turístico - caber-lhe-á, por exemplo, elaborar, com José da Silva Lopes, as bases para o primeiro Plano de Desenvolvimento Turístico de âmbito nacional - e enquanto arquiteto liberal - data desse período, o primeiro desenho aqui publicado, uma perspetiva da moradia para o Eng.º João Serra ou, juntamente com Carlos Manuel Ramos, a autoria do edifício da Avenida Marechal Gomes da Costa para a DIALAP – Sociedade Portuguesa de Lapidação de Diamantes, onde se encontra atualmente instalada a sede da RTP. Em 1977, já depois de lhe ter sido reconhecido, pela OCDE, o estatuto de "perito turístico", vai fundar a A.D.R. - Agência de Desenvolvimento Regional, Lda, um gesto de consolidação do seu interesse pelo planeamento. Mas foi também assombrado por um projeto tornado matéria quase obsessiva de trabalho a partir de finais da década de 80, na terra de onde se inscrevem as raízes da família Teixeira Guerra. A perda do sonho de vir a ser o proprietário do Castelo do Crato, em Portalegre, pertencente ao seu pai e por este doado ao Município em 1989, levá-lo-ia a lutar pela adjudicação do projeto de conservação e revitalização das ruínas, que consegue em 1991, e a criar, em 1996, a Fundação do Castelo do Crato, da qual se assumirá como Presidente, Arquiteto e Administrador. Seria esta a forma de materializar os projetos, arquitetónicos e programáticos, que ao longo de várias décadas tinha vindo a realizar para este lugar em cujo interior tinha chegado mesmo a pensar instalar o seu próprio mausoléu. E lutou por essa Fundação, tentando obter financiamento junto das mais variadas entidades, na Europa e nos EUA. Em 2009, através desta Fundação ainda chega a publicar a sua tradução de Eupalinos, de Paul Valéry, numa edição conjunta com a Cavalo de Ferro. Algumas obras de conservação foram realizadas. Teixeira Guerra acaba por falecer em 2012 e este não foi o seu destino final. A Fundação do Crato é a última obra que deixa inscrita no CV que acompanha a documentação existente em Arquivo. O castelo encontra-se agora abandonado.
Em 2021, os seus herdeiros doaram o acervo do arquiteto Teixeira Guerra, constituído por 4.500 peças desenhadas, cerca de 5 metros lineares de documentação escrita e 103 fotografias, à Fundação Marques da Silva. A descrição sumária deste acervo, uma breve nota biográfica e uma primeira lista de obras acaba de ser publicamente disponibilizada para consulta no Arquivo Digital da instituição, sendo igualmente possível efetuar já consultas presenciais desta documentação.
António Teixeira Guerra nasceu a 7 de fevereiro de 1929, em Lisboa. Faria hoje 95 anos.
Desvendar o porquê do que se vê
A conversa de sábado sobre uma exposição ainda a visitar
Muitos foram os que acorreram à Fundação Marques da Silva, no passado sábado, para assistir ao encontro pensado para assinalar o encerramento da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Nem todos acabaram por caber na sala, aproveitando, em muitos casos, para revisitar as salas do Palacete por onde a exposição vai tendo lugar. Mas quem conseguiu estar presente teve a oportunidade única de ouvir Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes, os curadores dos cinco núcleos temáticos contemplados nesta exposição ("referências"; "viagens"; "tratados de arquitetura"; "literatura modernista"; e "aulas", respetivamente), falarem não só sobre os conteúdos selecionados, como também sobre a forma como encararam o convite feito pelo coletivo de curadores da secção central da exposição, sobre os dilemas enfrentados, sobre o caminho percorrido até essa proposição final, tornada visível e visitável na exposição. Diferentes vozes sobre o que representa, afinal, o desafio de expor e de comunicar, de forma inteligível e a um público transversal, arquitetura.
Todos estes curadores se confrontaram com pressupostos comuns: uma mesma solução expositiva, as mesas desenhadas por João Mendes Ribeiro, também elas ligante e reforço dessa pertença a um mesmo corpo comum; uma mesma proveniência dos materiais e documentos a expor, o arquivo depositado na Fundação Marques da Silva; e a necessidade, não obstante a direção própria de cada tema, de selecionar, de mostrar fragmentos, de chegar às melhores escolhas sobre um universo tão amplo e onde o todo será sempre mais do que a mera soma das partes que o compõem. Os núcleos temáticos desta exposição tiveram como propósito ajudar a compreender a pluridimensionalidade distintiva de Fernando Távora, mostrar a sua ampla erudição, alguns traços definidores da sua personalidade e interesses, um modo de vida cuja leitura não pode ser nunca dissociada do seu "ser arquiteto". Como foi referido na sessão, arquitetura era, para Távora, vida: vida vivida e vida construída, uma no prologamento da outra. E essa é uma condição que inevitavelmente implicava a existência de pontos de confluência entre as várias abordagens que se poderiam propor, tornando ainda mais importante fazer acontecer este momento em que cada curador poderia explicar o sentido que presidiu às suas opções, o modo como trabalharam os respetivos temas. Foi então desvendado o porquê do destaque atribuído à história e à geografia, à ideia do "ser português" e do "ser moderno", a busca de soluções de eternidade, a heterodoxia de Távora, enquanto subtemas que funcionaram como linhas dominantes para as "referências"; as memórias de quem foi companheiro de tantas viagens, numa rememoração através do tempo que veio a servir de pano de fundo aos desenhos e fotografias mostradas; as circunstâncias que estiveram na base da construção de uma coleção de Tratados de Arquitetura e indicaram o sentido de uma apresentação cronológica dos títulos escolhidos; identificado o desassossego que aproxima Távora de Pessoa, assim como os múltiplos diálogos com outros autores modernistas (mas não só), a deixarem entrever interesses que habitam o seu pensamento; a longa linha do tempo do professor, com as suas nuances e múltiplos contextos, sempre acompanhadas de uma forma invulgar de construir um discurso envolvente, de transpor a palavra ao desenho, bem expressas nas aulas gravadas do ano da jubilação. Foi uma sessão que trouxe um outro olhar sobre o que cada curador entendeu, na circunstância específica desta exposição, dever ser valorizado, transmitido e podia ser compreendido. Foi um tornar evidente como a partir da consulta do arquivo é possível construir e ilustrar um discurso legível, deixando subjacente a relevância da memória de Távora, passada, presente e futura.
A exposição entrará em itinerância, porém, e essa é uma boa notícia, com o agendamento da sua próxima apresentação - em Coimbra - a permitir responder favoravelmente aos muitos pedidos que nos têm chegado de prolongamento. Poderá, assim, até dia 9 de março continuar a visitar FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE na Fundação Marques da Silva, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).
Quando as pedras ganham vida e transformam lugares
Atelier e Exposição Nomade
Vieram da Faculdade de Belas Artes do Porto (FBAUP), chegaram de Bruxelas (Académie Royale des Beaux Arts) e de Saint-Étienne (École Supérieur d´Art et Design) para participar no Atelier Nomade, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado. O destino era o Armazém/Depósito pertencente à Fundação Marques da Silva, na Rua Visconde de Setúbal, no Porto. Aí, ocupando áreas de reserva, áreas desocupadas e o logradouro, montaram as suas oficinas de investigação e criação artística. Tinham um interesse comum sobre a prática da litografia, técnica de gravura que tem na pedra calcária a sua matriz de impressão, e partilhavam a vontade de cruzar temporalidades distintas. O desafio passava por aportar novos sentidos, sentidos contemporâneos, a documentos provenientes de arquivos e por percorrer a cidade e alguns dos seus espaços para lhes descobrir outras zonas de visibilidade.
O grupo visitou a exposição "Voices of Landscape", com Pedro Maia, e, ainda na FBAUP, encontrou-se com os artistas plásticos David Lopes e António Regis da Silva, ambos a desenvolver atualmente trabalho e investigação na área da impressão. Passou pela Biblioteca Pública e Municipal do Porto, com o objetivo de ficar a conhecer as importantes coleções de mapas e títulos ligados à cartografia existentes nesta instituição, na companhia de João Garcia. Com Júlio Dolbeth e Rui Vitorino Santos explorou o horizonte das ligações entre a litografia e a história da ilustração em Portugal. Outras abordagens mais técnicas sobre a impressão litográfica tiveram lugar com Marta Belkot (tintas), Graciela Machado (papel) e Catarina Marques da Cruz (pedra). Foi ainda incluído neste périplo de ações, uma passagem pela sede da Fundação Marques da Silva, para uma visita guiada por Paula Abrunhosa, e para assistir às comunicações de Gonçalo Furtado sobre a presença da arquitetura de Marques da Silva na cidade do Porto, e de José Manuel Brandão sobre a história da litografia (no mundo e em Portugal), desta vez sob o ponto de vista da geologia e do que esta ciência nos pode dizer sobre a sua matéria-prima: a pedra calcária que remonta ao período Jurássico. Subdividiram-se em quatro grupos, liderados por Artur Prudente, Flor Rabaçal, David Lopes e Marta Belkot, para fazer incursões pela cidade. Observaram, ouviram, fotografaram, registaram e desenharam.
De regresso às oficinas da rua do Visconde de Setúbal, os participantes deste atelier lançaram mãos ao trabalho, partilhando experiências, testando, improvisando, (re)criando. Muito do que foi feito pôde ser visto na passada sexta-feira por todos os que vieram juntar-se à festa de encerramento do Atelier - a Exposição Nomade -, que as fotografias de Telma Dias documentam. E como foi surpreendente ver as mudanças que estes "novos habitantes" trouxeram ao lugar, como os espaços internos do Armazém/Depósito e o logradouro se transformaram e ganharam uma nova vida! Mas este não é ainda um projeto finalizado. A residência de Graciela Machado, onde se intersectam os seus dois espaços prioritários de ação - a FBAUP e a Fundação Marques da Silva - promete continuar a trazer novidades e renovadas razões para se voltarem a abrir as portas ao público de um lugar até agora tão pouco conhecido.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Sessão de Encerramento da Exposição
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva
É já amanhã, às 15h30, que os curadores dos 5 núcleos temáticos da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE - Ana Tostões (Referências), Sergio Fernandez (Viagens), Domingos Tavares (Tratados de Arquitetura), Celeste Natário (Literatura Modernista) e Manuel Correia Fernandes (Aulas) - se reúnem na Fundação Marques da Silva para uma conversa moderada por Alexandre Alves Costa e aberta a todos. A sessão assinala o encerramento deste primeiro momento da exposição e estão todos convidados. A entrada é livre sujeita apenas à lotação do espaço.
EXPOSIÇÃO NOMADE
hoje, a partir das 16h, na rua Visconde de Setúbal, n.º 70
Entre as 16h e as 18h, encontro marcado na Rua Visconde de Setúbal, n.º 70. Sim, este espaço também pertence à Fundação Marques da Silva e ao longo desta semana foi a base de operações do Atelier Nomade, iniciativa organizada no contexto de uma residência artística de Graciela Machado. Agora, chegou o momento de mostrar publicamente o trabalho desenvolvido, chegou o momento da EXPOSIÇÂO NOMADE. O foco foi a prática da litografia, mas vai seguramente surpreender-se com o que este grupo internacional de alunos e professores conseguiu realizar. A entrada é livre, basta aparecer!
Alexandre Alves Costa, a arquitetura tornada presente
Alexandre Alves Costa, Professor Jubilado da Universidade do Porto, admirado por tantas gerações de alunos, completa hoje 85 anos de idade. A sua atividade, porém, como arquiteto, como autor de obras de arquitetura (que continua a assinar, juntamente com Sergio Fernandez, pelo Atelier 15) e de obra escrita, como conferencista, como curador, como divulgador de arquitetura, como voz crítica e interventiva, permanece intensa e sem dar sinais de cedência a um qualquer tipo de esmorecimento.
Em 18 de julho de 2023 foi homenageado pela Ordem dos Arquitectos, prepara-se para lançar mais um novo livro, Argumentos 2, e assumiu a coordenação das ações programadas por iniciativa da Fundação Marques da Silva para comemoração do centenário de Fernando Távora, entre elas a curadoria, à frente de um coletivo de mais 5 arquitetos, da exposição Fernando Távora. Pensamento Livre. A remodelação do Cinema Batalha ou do antigo Liceu Alexandre Herculano, ambos na cidade do Porto, são exemplos recentes de uma trajetória onde a intervenção em lugares com valor patrimonial assume uma expressão própria, onde a requalificação e os processos de transformação se ancoram num olhar perspicaz e dialogante - com a história, com o lugar, com o presente -, onde se procura interpretar e iluminar a poesia existente na "ruína". E ainda na passada sexta-feira, 27 de janeiro, em Paião (Figueira da Foz), mais um importante projeto foi concluído: o restauro e refuncionalização do Mosteiro de Santa Maria de Seiça, imóvel de importante valor patrimonial e cultural, cujas origens remontam ao século XII, entretanto classificado como Monumento Nacional. O programa desenhado para Santa Maria de Seiça seguiu duas linhas distintas: a consolidação da fachada monumental da igreja, em ruínas, por um lado; e a reabilitação do edifício monástico adjacente, por outro. O tratamento da ruína, assumindo o seu valor de metáfora e de símbolo, de memória si mesma; as instalações conventuais, numa resposta a um pensamento sobre o presente, sobre a cidade contemporânea.
Em 2022, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez doaram os respetivos arquivos profissionais à Fundação Marques da Silva. Mas de que melhor forma, para alguém que sempre teve por objetivo ser arquiteto, do que celebrar o seu aniversário a partir da arquitetura que continua a projetar e a reinventar, da obra que continua a produzir e a propor?
Alexandre Alves Costa nasceu no Porto, a 2 de fevereiro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Exposição NOMADE
2 FEV - 16H/18H - Fundação Marques da Silva
(R. Visconde de Setúbal, 70, Porto)
Sabia que a Fundação Marques da Silva tem um Armazém/Depósito na rua do Visconde de Setúbal? Tem vontade de o conhecer? Pois a oportunidade para o visitar surgiu agora. Aqui, para onde se começou a expandir também o espaço de reserva da Fundação, instalou-se o Atelier Nomade. Parte do trabalho desenvolvido ao longo desta semana intensa de atividades vai ser mostrado no próximo dia 3, a partir das 16h. Estão todos convidados. A entrada é livre.
PAISAGENS CONSTRUÍDAS: O Passado e o Presente da Arquitetura Portuguesa em 16+1 Obras
Lançamento do livro
Com Valdemar Cruz, o autor, e os arquitetos Eduardo Souto de Moura, Camilo Rebelo e Marta Brandão
3 FEV - 17H - Biblioteca de Serralves
A partir de escolhas de mais de meia centena de arquitetos, críticos, curadores, professores das Faculdades de Arquitetura, artistas plásticos, engenheiros civis, fotógrafos, e um geógrafo, Valdemar Cruz construiu um corpo de 16 obras representativas do que de melhor se fez na arquitetura portuguesa desde o início do século XX até a atualidade. São elas o território deste livro, são elas que definem estas PAISAGENS CONSTRUÍDAS, são elas que habitam os textos de Valdemar Cruz, as entrevistas a quem as projetou e as fotografias de Inês d´Orey. E o autor faz questão de sublinhar, "este é, antes de mais, um livro de histórias e com histórias. Podendo e devendo interessar a arquitetos e estudantes de arquitetura, foi pensado para toda a gente...".
O livro, com design gráfico de André Cruz é uma ediçao de autor que tem o apoio da Fundação Marques da Silva. O lançamento oficial vai ser a 3 de fevereiro, na Biblioteca de Serralves, com uma conversa que conta com a presença do autor e dos arquitetos Eduardo Souto de Moura, Camilo Rebelo e Marta Brandão. A entrada é livre.
Estação de S. Bento: "firmitas", "utilitas", "venustas"
Frequentada por milhões de passageiros a cada ano que passa, visitada por milhões de turistas que vêm apreciar as linhas da fachada, a imponência do grande átrio com as paredes revestidas pelos painéis de azulejos de Jorge Colaço, a leveza da gare metálica, a boca de entrada no túnel, a estação de S. Bento, projetada por José Marques da Silva e classificada como imóvel de interesse público em 1997, continua a somar distinções. Em janeiro deste ano volta de novo a ser eleita pela revista "European Best Destinations" uma das 10 estações de caminho de ferro mais bonitas da Europa, ocupando um honroso sétimo lugar. Aqui se cumpre a tríade vitruviana: "firmitas", "utilitas", "venustas".
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Encerramento da Exposição
Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Celeste Natário, Domingos Tavares, Manuel Correia Fernandes e Sergio Fernandez
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva
No próximo dia 3 de fevereiro, os cinco curadores dos núcleos temáticos da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE - Ana Tostões (Referências), Sergio Fernandez (Viagens), Domingos Tavares (Tratados de Arquitetura), Celeste Natário (Literatura Modernista) e Manuel Correia Fernandes (Aulas) - reúnem-se na Fundação Marques da Silva para uma conversa moderada por Alexandre Alves Costa. Aqui nos falarão sobre os temas que trataram, sobre Fernando Távora, sobre o que significa trazê-lo à memória no nosso tempo.
Com esta sessão assinala-se também o encerramento da exposição na Fundação Marques da Silva. A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço. Começa às 15h30.
Exposição NOMADE
2 FEV - 16H - Fundação Marques da Silva
(R. Visconde de Setúbal, 70, Porto)
Arranca hoje, 29 de janeiro, o Atelier Nomade, uma iniciativa centrada na prática da litografia, mas onde se envolvem vários tipos de saberes: tecnológico, científico e artístico. Um grupo de participantes, nacionais e internacionais, vão viver ao longo desta semana uma experiência laboratorial, juntamente com especialistas de áreas tão distintas como a ilustração, a geologia ou a geografia urbana, que os vai levar a percorrer locais tão distintos como a Faculdade de Belas Artes do Porto, a Biblioteca Pública e Municipal do Porto e a própria cidade, para regressarem aos Armazéns/Depósito da Fundação Marques da Silva situados na rua Visconde de Setúbal, base de operações do Atelier, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado, nesta instituição.
A 3 de fevereiro este Armazém/Depósito vai abrir-se ao público e parte do trabalho desenvolvido será dado a conhecer através da Exposição Nomade. Uma ocasião única para descobrir este espaço tão pouco conhecido da Fundação Marques da Silva e para se deixar surpreender com o que pode resultar de uma abordagem contemporânea e reativa sobre uma prática centenária de impressão, de um questionamento impulsionado por visitas a arquivos e percursos pela cidade do Porto.
O Atelier Nomade, atividade acolhida e apoiada pela Fundação Marques da Silva, é parte integrante do programa europeu de pesquisa e inovação pedagógica Arts and Crafts Aujourd´hui, e conta com a participação de alunos, professores e investigadores de uma rede alargada de instituições e grupos de interesse: Faculdade de Belas-Artes do Porto, i2ADS, Pure Print Archeology, Académie Royale des Beaux Arts de Bruxelles e École Supérieur d´Art et Design de Saint-Étienne.
A propósito de um desenho académico de David Moreira da Silva
Num Arquivo que tem vindo a ampliar de forma continuada o seu património documental e com milhares de desenhos a requerer atenção, a gestão dos recursos e consequente calendarização de trabalhos vai obedecendo a múltiplos fatores e circunstâncias. Significa isto que chegou o momento de se iniciar, de forma sistemática, uma revisão do modelo de acondicionamento e de proceder ao levantamento de necessidades de tratamento de conservação e restauro dos desenhos de grande dimensão produzidos por David Moreira da Silva, durante o seu período de formação em Paris.
Este regresso aos documentos não se restringe, contudo, a um olhar mais apurado sobre a sua materialidade, mas é também uma oportunidade de os questionar e de reunir nova informação sobre o âmbito e contexto da sua produção. Foi o caso deste grande desenho com o projeto de uma aerogare, que tinha apenas associada a seguinte informação: o número 44 (provavelmente o número de submissão a concurso); a identificação do autor, "Moreira"; e do atelier onde foi desenvolvido, "Laloux-Lemaresquier".
Sabemos, portanto, que terá sido executado entre 1931, data em que David Moreira da Silva partiu para a capital francesa, e 1939, data em que concluiu os cursos de arquitetura e urbanismo, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (ENSBA) e no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris. Porém, uma pesquisa a publicações da época permite-nos apurar o foi o ano exato da sua execução, pois ficamos a saber que este tema foi lançado pela ENSBA a 15 de julho de 1937, pelo Professor de Teoria do Curso de Arquitetura, Louis Madeline. Tratava-se de um "projet de vacances", a concluir até ao mês de outubro. A razão da sua proposição estava à cabeça do programa publicado: "Assistimos hoje em dia a um prodigioso desenvolvimento da aviação comercial". E na publicação da École, do mês de novembro, onde se anunciam os resultados do concurso, reforça-se a pertinência desta opção temática, uma novidade justificada pelo facto de ser necessário encontrar respostas, "com um carácter verdadeiramente plástico", na construção de edifícios destinados à aviação, uma atividade em plena evolução e cujas exigências logísticas, de implantação e de circulação ainda estavam a ser determinadas. Refira-se, por outro lado, que este é também o ano da Exposição Universal dedicada às Artes e Técnicas Aplicadas à Vida Moderna, que vai ditar a construção da aerogare do aeroporto Le Bourget, sob projeto de Georges Sabro, arquiteto que passara pelo mesmo atelier frequentado por David Moreira da Silva, Laloux-Lemaresquier. Inaugurada em novembro de 1937, aí se acolhe, desde 1975, o Musée de l´air et de l´espace.
E, em matéria de aviação, que ressonâncias se faziam sentir no Porto? Ainda em anos recentes, em 2007, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro recebeu o galardão do melhor do mundo na categoria de aeroportos até 5 milhões de passageiros, mas qual era a situação entre finais da década de 30 e os primeiros anos da década de 40 do século XX? Trata-se de uma perspetiva complementar ao enquadramento do "nosso" documento, pelo que não a aprofundaremos, mas não deixa de ser curioso referir que aquele que começou por ser o Aeroporto de Pedras Rubras, também conhecido como o Aeroporto do Porto, assinalou a chegada do 1.º voo, proveniente de Lisboa, por esses anos, mais exatamente a 12 de dezembro de 1945. O novo complexo, ponto de chegada de um processo negocial a envolver o Estado e vários municípios, decorrido em pleno cenário de Guerra Mundial, era constituído por 2 pistas, uma aerogare de madeira, os serviços técnicos e uma torre de controlo também de madeira. Foi assim inaugurado com a chegada de um monoplano “Proctor” e dos 3 biplanos modelo “Dragon Rapid” que traziam os convidados da Companhia de Transportes Aéreos (CTA, antecessora da TAP). O voo de ligação entre as duas cidades motivou uma celebração presidida pelo chefe de estado, Óscar Carmona, onde participaram o Tenente Coronel Humberto Delgado, então diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil, e outras altas individualidades civis e militares, entre elas, o Capitão Piloto Aviador gaiense Luís Gomes de Oliva Telles que, transitando do Aeródromo de Espinho, tinha sido nomeado Diretor do Aeroporto do Porto. Quanto à aerogare propriamente dita, o edifício mais importante, com projeto de Alberto de Sousa, viria a ser construído posteriormente, entre 1945-48, tendo sido a obra adjudicada ao eng.º Fernando Moreira de Sá. Muito haveria para contar sobre a progressiva necessidade de expansão deste aeroporto que, em 1990, inaugurou a aerogare projetada pelo atelier GPA (cujo arquivo também foi doado a esta Fundação), ano da mudança para o nome atual de Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Mas regressemos a David Moreira da Silva e a este exercício académico de 1937.
O desenho, feito a tinta-da-china, lápis, guache e aguada, contempla o alçado principal, planta, corte e arranjo urbanístico do projeto de arquitetura. Nele domina a fachada Art Déco, que tem associada a representação de um avião, e a planta. Está sinalizado um amplo hall, em sintonia com o programa, assim como zonas distintas de partida e chegada de passageiros, um armazém para bagagem, a alfândega e zonas destinadas a restaurante, cozinha e quartos de banho. Num concurso onde não foi atribuído o primeiro prémio, mas sim 12 segundas medalhas, o trabalho de David Moreira da Silva recebeu uma "Mention".
Como já referido, com dois diplomas obtidos em França, de arquiteto, com um projeto final para uma Cidade Universitária, e de urbanista, com um projeto sobre Les villes qui meurente sans se dépeupler, depois de viagens por vários países europeus, David Moreira da Silva regressou ao Porto em 1939. Se a sua carreira, enquanto arquiteto liberal, já se tinha iniciado em 1934, com um primeiro projeto para a Sede da Cooperativa dos Pedreiros, é claro o impulso recebido após a estadia em Paris, assinalando-se a partir desta data uma intensa atividade como urbanista, seja como consultor dos municípios de Aveiro, Barcelos, Guimarães, Matosinhos, Paredes e Valongo, seja como autor de quase duas dezenas de anteplanos de urbanização que se estendem por todo o território nacional, só durante a década de 40 (projetos que a partir de 1943 passam a ser desenvolvidos em parceria com Maria José Marques da Silva, arquiteta com quem se casa e funda atelier conjunto). Iniciou também a carreira de professor ao ser convidado, em 1946, a reger, na Escola de Belas Artes do Porto, a cadeira de Urbanismo do Curso Superior de Arquitectura, mantendo-se em funções até ao ano académico de 1960-61.
Hoje, passam 115 anos sobre o nascimento de David Moreira da Silva, o arquiteto que acompanhou Maria José Marques da Silva no gesto que veio a dar origem a esta Fundação.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Encerramento da Exposição
Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Celeste Natário, Domingos Tavares, Manuel Correia Fernandes e Sergio Fernandez
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva
A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE foi organizada a partir de duas linhas, complementares e convergentes, mas distintas até no próprio espaço físico da exposição. Um percurso central, para apresentar 7 obras de arquitetura de Fernando Távora (no 1.º piso do Palacete Lopes Martins), e 5 núcleos temáticos, para desenhar o fascinante universo cultural, intelectual e de vida deste arquiteto (4 no piso térreo do Palacete e 1 na Galeria da FAUP). Para cada um destes núcleos foi convidado um curador específico: Ana Tostões, "Referências"; Domingos Tavares,"Tratados de Arquitetura"; Sergio Fernandez, "Viagens"; Celeste Natário, "Literatura Modernista"; e Manuel Correia Fernandes, "Aulas". São eles os convidados para um último encontro a propor no contexto desta exposição, enquanto patente ao público na Fundação Marques da Silva.
No próximo dia 3 de fevereiro, dia de encerramento de FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, estes cinco curadores reúnem-se para, numa conversa moderada por Alexandre Alves Costa falarem sobre os temas que abordaram, sobre Fernando Távora, sobre o que significa trazê-lo à memória no nosso tempo. A sessão, aberta a todos, tem início às 15h30 e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Esta é mais uma iniciativa do programa Távora 100.
Assim foi o lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
O lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE decorreu num ambiente marcado pela emoção. A emoção de ver o auditório Fernando Távora repleto por todos os que sentiram a urgência de estar presente, por tantos jovens aspirantes a arquitetos que à falta de lugares sentados ocuparam escadas e alas daquele espaço, criando uma impressiva moldura humana; a emoção de um sentir comum perante a devida homenagem ao professor, ao colega, ao arquiteto, ao amigo que Fernando Távora foi; a emoção de acompanhar a partilha de histórias incomuns de quem se cruzou na vida, na escola, na procura do entendimento e do fazer arquitetura; a emoção de ver reunidas memórias que reconhecem o significado e o carácter próprio de uma vida e de uma obra que é património coletivo, a cuidar, a revisitar, a permanentemente estudar.
A sessão de ontem abriu com as palavras de Filipa Guerreiro, de Conceição Melo e de Fátima Vieira, para dar lugar às vozes atentamente escutadas de Alexandre Alves Costa, Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza. O Catálogo aí está, um testemunho de um momento único de reflexão e diálogo com o legado de Fernando Távora, enquanto a exposição que lhe dá razão de ser, se prepara para entrar na última semana de abertura ao público na Fundação Marques da Silva. FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE entrará depois em itinerância, mas ainda a 3 de fevereiro, haverá a oportunidade de ouvir os curadores dos 5 núcleos temáticos que a acompanham: Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes. Será um encontro moderado por Alexandre Alves Costa, a assinalar o encerramento. Começa às 15h30, na Fundação Marques da Silva. Contamos consigo!
Em véspera de lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE e já com muitas outras iniciativas em curso ou em preparação, publica-se a primeira newsletter de 2024 da Fundação Marques da Silva.
ATELIER NOMADE: in situ litography
29 jan - 2 fevereiro 2024 - Residência artística/visitas/Conferências
Exposição NOMADE
2 de fevereiro 2024, 16h, R. Visconde de Setúbal, 70 (Porto)
"Atelier Nomade: in situ lithography" reúne saber tecnológico, científico e artístico, em contexto laboratorial. É um projeto que se propõe explorar, a partir de um olhar contemporâneo sobre a litografia, esta prática centenária de impressão recuperando processos históricos, mas contrapondo-os com saberes partilhados por especialistas de outros domínios e áreas do saber, como a ilustração, a geologia ou a geografia urbana. A matéria primeira de pesquisa e de ação para o trabalho a desenvolver assenta na seleção de documentos/objetos preservados em Arquivos e na relação que este estabelecem e continuam a estabelecer com os contextos urbanos em que foram produzidos.
Este primeiro Atelier Nomade, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado (i2ADS / FBAUP / FIMS) na Fundação Marques da Silva, vai decorrer nos armazéns do edifício desta instituição, situados na rua Visconde de Setúbal, no Porto, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, e inclui um programa variado de ações.
Está, porém, previsto um momento de partilha ao público, a Exposição Nomade. No dia 2 de fevereiro, entre as 16h e as 18h, as portas do armazém da Rua Visconde de Setúbal irão abrir-se num convite aberto a todos para descoberta do espaço e observação dos registos que têm vindo a ser produzidos no âmbito desta linha de investigação. Um momento único. A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Lançamento do Catálogo da Exposição
Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura
25 JAN - 18,30h - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura vão estar na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, no próximo dia 25 de janeiro, às 18h30, para apresentar o catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. O livro, amplamente ilustrado, reúne textos de 16 autores e mais do que um mero registo de uma exposição, constitui-se testemunho para memória futura de um momento único de reflexão e diálogo com a herança tavoriana.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
#3 Conferências + Visita Guiada
Entre uma "escola-jardim" e a "solidão da arquitetura"
Com as intervenções de Eliana Sousa Santos e de Pedro Levi Bismarck concluiu-se o espaço programado para dar voz a cada um dos 7 jovens arquitetos e investigadores convidados a escrever um texto crítico sobre as 7 obras de selecionadas para a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, a publicar no respetivo catálogo. Nesta sessão, moderada por José António Bandeirinha, coube a Eliana Sousa Santos falar sobre a Escola Primária da Quinta do Cedro, uma "escola-jardim" que continua, com a sua simplicidade formal e espacial, mais de 60 anos passados sobre a sua construção, a apontar um caminho novo; e a Pedro Levi Bismarck abordar o mítico Mercado de Santa Maria da Feira, uma obra profundamente moderna, mas onde nada é apenas moderno, uma obra solitária, "enquanto promessa que ficou por cumprir de uma arquitetura portuguesa capaz de fazer a sua cidade." A intervenção de Pedro Bismarck foi ainda acompanhada de uma reflexão sobre os sentidos intrínsecos a uma comemoração, sobre a necessidade de confrontar o gesto de reconhecimento de uma condição fundadora com uma condição presente, a necessidade de nunca deixar de interpelar criticamente uma herança que nos é dada.
A atenção e interesse de quem assistiu alimentou, concluídas as intervenções, uma animada conversa com os oradores convidados, tendo-se seguido mais uma - a última - visita guiada à exposição, orientada por José António Bandeirinha, de novo a integrar os contributos de muitos dos presentes.
No próximo dia 25, às 18h30, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, será lançado o Catálogo da Exposição. E vamos já anunciando uma última ação, a 3 de fevereiro, com Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes, às 15h30, na Fundação Marques da Silva, para assinalar o encerramento de FERNANDO TÀVORA. PENSAMENTO LIVRE.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #3
Eliana Sousa Santos e Pedro Bismarck + Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha
20 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva
Na terceira e última sessão dupla (conferências+visita guiada) programada no contexto da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE teremos as intervenções de Eliana Sousa Santos, sobre a Escola da Quinta do Cedro (1957-61), e de Pedro Bismarck, sobre o Mercado de Santa Maria da Feira (1953-59). Seguir-se-á a última visita guiada à exposição por Alexandre Alves Costa, desta vez acompanhado por José António Bandeirinha.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
#2 Conferências + Visita Guiada
Entre o "reinventar da memória", "o ensaio de um composto crítico" e o "desejo de ser inútil"
Nem o mau tempo impediu que o "auditório" da Fundação Marques da Silva se voltasse a encher para ouvir mais três dos sete jovens arquitetos e investigadores desafiados a reinterpretar o sentido das obras estruturantes da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Joana Restivo abriu a sessão com o projeto de recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), defendendo a ideia de que, neste "reinventar da memória" que abraça o território da própria cidade, mais do que uma síntese, houve uma procura de conciliação e de coexistência das várias circunstâncias e tempos que sobrevieram a esta singular "Casa-Torre". Seguiu-se Pedro Baía e a Casa de Férias de Ofir (1957-58), com uma leitura do projeto e da sua receção perspetivada a partir da participação de Fernando Távora nos Congressos Internacionais, a sublinhar o modo inclusivo de desenvolvimento do projeto, como o "ensaio de um composto crítico". Por fim, Carlos Machado e Moura abordou a obra-manifesto de 1956-60, pensada num momento particularmente rico e intenso da vida de Fernando Távora, o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição. A análise deste elemento fundamental no contexto do projeto de reabilitação da Quinta, dotado de presença, não obstante a sua pequena dimensão, e ponto de referência para a criação de novos eixos, foi tornando visível o complexo sistema de relações passível de explicar o significado e alcance de uma intervenção onde orgulhosamente se materializa "o desejo de ser inútil".
E foi em vivo diálogo, a abarcar os contributos do público presente, que se passou à visita da Exposição. A terceira e última sessão vai acontecer no próximo sábado, 20 de janeiro, com Eliana Sousa Santos, Pedro Bismarck, Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha.
Carlos Carvalho Dias e as funções de Arquiteto-Urbanista Consultor no Município de Monção
O percurso profissional de Carlos Carvalho Dias desenvolve-se a partir de três interesses maiores: a arquitetura, o urbanismo e a defesa do património. Interesses que se mantém ao longo de toda uma vida e que se foram desdobrando em múltiplas direções, da prática projetual à definição e orientação de estratégias de planeamento urbano ou de defesa do património junto de vários municípios, da prática do ensino e da escrita a uma intensa e profícua atividade associativa.
Ainda que a sua ação se estenda por um largo território, Espanha e Macau incluídos, enquanto arquiteto e urbanista, Carlos Carvalho Dias elegeu como campo privilegiado de intervenção a zona norte do país e, em particular, o Minho e Douro Litoral. Monção é um desses exemplos, com registos de uma primeira colaboração que remontam a 1966, ano em que Manuel de Carvalho, então Presidente da Câmara, o convida a assumir o cargo de Arquiteto-Urbanista Consultor, funções que manterá, pelo menos, até ao final da década de 80. Numa breve consulta da documentação doada por Carvalho Dias à Fundação Marques da Silva, ficamos a saber que desde o primeiro momento lhe é pedido um conjunto de trabalhos desenhados no contexto do Plano de Melhoramentos de Monção, entre outros: revisão do anteplano de urbanização, através da realização de estudos parciais e pareceres técnicos; reparação, beneficiação e reintegração de edifícios existentes na Vila; localização do busto do poeta João Verde; escolha do terreno para a Escola Primária, possibilidade de um edifício para a Escola Técnica; organização do Parque de Campismo da Vila; o projeto do novo mercado; o arranjo do espaço livre junto à Muralha da Matriz; a aquisição da Casa de Souto del Rey (imóvel do séc. XVII para o qual Carlos Carvalho Dias vai assinar um anteprojeto de adaptação a Museu e Biblioteca, em 1970, e que apenas mais recentemente, em setembro de 2021, veio a abrir as suas portas ao público enquanto Museu Monção & Memória). Por sua vez, a leitura dos Relatórios apresentados anualmente enquanto Arquiteto-Urbanista Consultor da C.M. de Monção deixa bem percetível o progressivo alargamento do horizonte das atividades desempenhadas, com Carvalho Dias a assinar, em 1983, já com Pedro Guimarães, a autoria do Plano Diretor Municipal, bem como uma sua posterior revisão em 1989.
Carlos Carvalho Dias nasceu em Viana de Castelo, a 14 de janeiro de 1929. Faz hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2 e #3
13 JAN / 20 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva
E se amanhã, dia 13 de janeiro, vai acontecer a segunda sessão que segue um modelo duplo de Conferência+Visita Guiada, com as participações de Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, seguidas de um percurso pela exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE guiado por Alexandre Costa, é altura de reservar já a tarde do próximo sábado, dia 20. De novo na Fundação Marques da Silva, concluir-se-á este ciclo de sessões, desta vez com Eliana Sousa Santos, que vai partilhar a sua leitura do projeto para a Escola da Quinta do Cedro (1957-61), e Pedro Bismarck, que fará a sua análise do projeto para o Mercado de Santa Maria da Feira (1953-59). Alexandre Alves Costa assegurará de novo a visita guiada, agora acompanhado por José António Bandeirinha.
As sessões têm início às 15h e são de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Domingos Pinto de Faria e a questão do habitar coletivo
Num olhar transversal ao percurso do arquiteto Domingos Pinto de Faria, seja enquanto colaborador do Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto, da Direcção de Habitação do Norte ou mesmo enquanto profissional liberal, percebe-se como o tema da habitação, em particular o da habitação coletiva, se assume como um domínio constante e predominante, ainda que não exclusivo, do exercício da arquitetura. A participação no grupo de trabalho de Auzelle e na equipa que visava extinguir as "ilhas", durante a década de 60, com o projeto das moradias populares do Bom Pastor, do Lagarteiro, de Lordelo e de Contumil, por exemplo, serão experiências modeladoras de um sentido futuro. Houve uma inevitável reflexão sobre as variantes tipológicas da habitação plurifamiliar, sobre a racionalização dos espaços da vida doméstica num momento em que a transformação de modos de vida seguia a par com a requalificação da periferia da cidade, com a construção de uma nova malha urbana. Não é assim surpreendente a sua passagem para a secção Norte do Fundo de Fomento da Habitação, durante a qual e até à década de 80, projeta 18 conjuntos habitacionais para Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo, Ponte da Barca, Paredes de Coura, Monção, Amarante, Guimarães, Penafiel, Gondomar, Valongo, S. Pedro da Cova ou Santo Tirso. Os projetos respondiam a carências habitacionais, a novos requisitos de bem estar e conforto, à vontade de crescimento e expansão de novas zonas de urbanidade. Já como arquiteto liberal continuará a projetar edifícios e conjuntos habitacionais para grandes investidores, caso de Joaquim da Silva Pereira, com terrenos no Porto e Paredes, ou dos Granitos do Castro, com projeto a construir em Braga, datado de 1982 e ao qual pertence o perfil do conjunto aqui publicado.
Domingos Pinto de Faria, cujo acervo doado à Fundação Marques da Silva já está disponível para consulta online no Arquivo Digital desta instituição, nasceu a 12 de janeiro de 1934. Faria hoje 90 anos.
Estátua "Porto" regressa à Antiga Casa da Câmara, num gesto que recupera a integridade do projeto arquitetónico pensado por Fernando Távora
Num parecer redigido por Francisco Barata, na qualidade de membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, dirigido ao representante do Município do Porto da altura, em 2013, defendia-se a reposição da estátua "Porto" junto à Casa dos 24. Sublinhava-se então a densa carga simbólica desta obra e o gesto de Fernando Távora ao integrá-la no discurso arquitetónico, urbano e artístico contemporâneo do projeto que desenvolvera para um edifício que era lugar e significado do poder municipal. A intervenção ia para além do próprio edifício, ao considerá-lo na sua relação com todo o morro da Sé, com a colina da Vitória, a Torre dos Clérigos, a cidade atual. Pensara-o enquanto "objeto arquitetónico" carregado de tempo, transformado num "memorial recordatório de longos anos de vida e de história da cidade do Porto", permanentemente aberto ao presente.
Ontem, 10 de janeiro de 2024, a estátua de João Joaquim de Sousa Alão, que coroou o frontão dos Paços do Concelho da Praça Nova e que Fernando Távora "descobriu" nos Jardins do Palácio de Cristal, regressou à "Casa dos 24", recuperando a sua dignidade de símbolo integrado no entendimento global da obra arquitetónica. Este gesto de reinstalação levado a cabo pela atual Câmara Municipal do Porto, através do Museu do Porto, "considerando apenas um ligeiro afastamento em relação ao exato ponto original", por questões de visibilidade, não podia deixar de ser saudado pela Fundação Marques da Silva, instituição onde se encontra depositado o arquivo de Fernando Távora e a documentação que permite "contar" a história deste projeto que estará, aliás, em destaque na sessão do próximo sábado, dia 13 de janeiro, a realizar no contexto da programação paralela da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Caberá a Joana Restivo a sua apresentação e análise. Fica o convite...para revisitar a estátua no local pensado por Fernando Távora e para vir à Fundação Marques da Silva. A sessão tem início às 15h e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Imagens: Arquivo Fernando Távora, Fundação Marques da Silva, e fotografia de Pedro Fiuza.
Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto
Museo d’Arte Classica - Facoltà di Lettere e Filosofia (Roma)
Até 30 de janeiro de 2024
Inaugurou em dezembro passado, no Museo d’Arte Classica da Città Universitaria, em Roma, a exposição "Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto". Com curadoria de Fabio Balducci e Paolo Marcoaldi, decorre de uma iniciativa do Departamento de Arquitetura e Projeto da Sapienza, Università di Roma, pensada no contexto das comemorações do centenário do nascimento do arquiteto português, e manter-se-á patente ao público até 30 de janeiro.
Nesta exposição, através do confronto entre a obra de Fernando Távora com a obra de outros arquitetos, estabelece-se uma leitura comparativa que vai identificando poéticas semelhantes, enquanto se traça uma linha do tempo onde a vida, a produção teórica e a prática de Távora se entrelaçam. Um jogo de referências e filiações construído a partir de 4 obras referenciais de Fernando Távora: a Casa de Férias de Ofir (1957-1958) e a Casa Experimental de Muuratsalo de Alvar Aalto (1952-54); o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (1956-60) e a Villa Cattaneo de Carlo Mollino em Agra (1952-56); o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1956-60) e a Neue Nationalgalerie de Ludwig Mies van der Rohe (1962-68); e a Casa dos 24 (1995-2003), com o Museu de Santo Tirso, dos seus alunos Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura (2010-2015).
"Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto" insere-se no programa Távora 100 (Programa Entidades Parceiras) e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2
Joana Restivo, Pedro Baía, Carlos Machado e Moura + Alexandre Alves Costa e Maria Manuel Oliveira
13 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva
No próximo sábado, 13 de janeiro, na Fundação Marques da Silva vão estar em destaque mais três dos 7 projetos de Fernando Tavora selecionados para a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Joana Restivo vai falar da Recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), Pedro Baía, da Casa de Férias (Ofir, 1957-58); e Carlos Machado e Moura, do Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (Matosinhos, 1956-1960).
Na visita que se seguirá às intervenções dos conferencistas, Alexandre Alves Costa será acompanhado por Maria Manuel Oliveira.
A entrada é, como habitualmente, livre, ainda que sujeita à lotação do espaço e a sessão tem início às 15h.
COLEÇÃO COOPERATIVA ÁRVORE
13 JAN - 31 MAR, Espaço Miguel Torga (S. Martinho de Anta, Sabrosa)
Entre 13 de janeiro e 31 de março vai estar patente ao público, no Espaço Miguel Torga, a exposição Coleção Cooperativa Árvore, com curadoria de José Emídio. Esta iniciativa vai também proporcionar a apresentação simultânea, em S. Martinho de Anta, de 3 desenhos da autoria de Alcino Soutinho, cedidos pela Fundação Marques da Silva. Datados do início da década de 60, pertencem a um projeto não realizado deste arquiteto para um Monumento a Miguel Torga, escritor nascido nesta freguesia do município de Sabrosa, e que igualmente previa uma intervenção do espaço urbano envolvente.
A exposição, com obras de pintura e desenho de vinte artistas representados no acervo da Cooperativa Árvore, inaugura no próximo sábado, às 16h.
TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO
/ Inauguração da exposição
/ Conversa e visita guiada com os arquitetos e artistas convidados
/ Lançamento do livro Margens Convergentes
13 de janeiro, a partir das 16h, Sala da Cidade
No próximo dia 13, sábado, vai decorrer a inauguração oficial da exposição TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO. Trata-se da primeira iniciativa do ciclo de Arquitetura, Arte e Território, Cuidar de um país, uma ação que tem como momento fundador a proposta do Atelier do Corvo (Carlos Antunes e Désirée Pedro) para a representação de Portugal na 18.ª mostra internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, coorganizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
A exposição, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e se encontra patente ao público, desde 29 de dezembro, na Sala da Cidade, tem como propósito demonstrar, através de oito propostas heterogéneas, como, no atual contexto de esvaziamento do interior do país na razão direta da hiperconcentração da população nas grandes cidades, "a arquitectura e a arte têm sabido encontrar estratégias que estruturam o território, o recriam e reavivam o seu tecido mais profundo, retomando as suas possibilidades esquecidas, consolidando-o." Estes projetos, gestos transformadores do espaço e do tecido social envolvente, onde se torna visível a substância de que se faz o tempo, são a Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e a Casa da Taipa, em Beja, de Bartolomeu Costa Cabral; a Associação Bairro Alagoas, em Peso da Régua, de António Belém Lima; a reabilitação do Largo do Toural, em Guimarães, de Maria Manuel Oliveira, em colaboração com a artista Ana Jotta; a pequena Capela de Netos, numa aldeia da Figueira da Foz, de Pedro Maurício Borges; a Biblioteca Municipal e Arquivo de Grândola, de Pedro Matos Gameiro e Pedro Domingos; a recuperação do Mercado do Bolhão, no Porto, por Nuno Valentim. A exposição inclui ainda projetos do Anozero e do Walk&Talk que, através dos artistas programados e nos territórios intervencionados, têm vindo a lançar estratégias conducentes ao reforço da urbanidade.
À sessão inaugural de TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO tem início às 16h, com uma conversa e visita guiada com os arquitetos e artistas convidados, seguindo-se, às 18h, o lançamento de Margens Convergentes, livro onde se reune o resultado de um workshop realizado pela Bienal Anozero, em 2019, com apresentação de José António Bandeirinha. A exposição poderá ser visitada até 2 de março.
A "casa redonda" de Manuel Marques de Aguiar ou a procura de um sentido de pertença
A Quinta das Carvalhas, comprada por Manuel da Silva Reis em 1953, oferece um cenário idílico e imponente. Situada no concelho de São João da Pesqueira, em plena região demarcada do vinho do Porto, num monte que se estende pela margem esquerda do rio Douro e de onde é igualmente possível avistar a confluência deste com o rio Torto, tem origens que remontam a 1759. E é para esta paisagem dominada pelas vinhas e pelo xisto, para este "excesso de natureza de uma beleza absoluta", como diria Miguel Torga, que o arquiteto Manuel Marques de Aguiar, já na década de 60, foi convidado por Manuel da Silva Reis a pensar uma habitação. Projetar para um lugar assim pressupunha como ideia primeira procurar a medida justa entre construído e paisagem natural, procurar um sentido de presença sem perda de um sentido de pertença. E pensou uma casa redonda que permitisse uma ligação una ao seu entorno. Responderia às necessidades de um espaço doméstico, integraria um espaço de adega e de prova de vinhos, e nem faltaria um implúvio. A casa seria assente e levantada a partir da matéria dominante, o xisto. Manuel Marques de Aguiar ainda assistiu ao assentamento das fundações, contudo, as bases do acordo estabelecido com o cliente viriam a ser quebradas. Optou então por afastar-se da obra, assumindo a responsabilidade moral e ética de manter incólume a verdade que defendera. Nesse mesmo lugar ergue-se hoje uma outra casa redonda. A de Manuel Marques de Aguiar resiste nos poucos desenhos que hoje se guardam no Arquivo da Fundação Marques da Silva e é substância do projeto.
Manuel Marques de Aguiar nasceu no Porto a 8 de janeiro de 1927. Faria hoje 96 anos.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2
Joana Restivo, Pedro Baía, Carlos Machado e Moura + Alexandre Alves Costa e Maria Manuel Oliveira
13 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva
A segunda sessão da programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE vai acontecer já no próximo dia 13 (sábado). Os conferencistas convidados são agora Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, o mesmo é dizer que nos vão falar, respetivamente, da Recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), da Casa de Férias (Ofir, 1957-58) e do Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (Matosinhos, 1956-1960).
Na visita que se seguirá, Alexandre Alves Costa será acompanhado por Maria Manuel Oliveira.
A entrada é, como habitualmente, livre, ainda que sujeita à lotação do espaço e a sessão tem início às 15h.
Há projetos assim, que sobrevivem em ideia, nas linhas que traçaram uma perspetiva do que poderia vir a ser uma possível forma construída. Assim foi com este desenho de José Adriano Anselmo Vaz, de meados da década de 70, feito a pedido do proprietário de um terreno no Funchal e a pensar na implantação de um hotel que acabaria por não se tornar realidade. A década de 70 marca, contudo, para este arquiteto, o início de um percurso profissional que viria a estar marcado, em paralelo com a atividade liberal, pela colaboração, primeiro com a Câmara de Sintra, e depois com a Câmara de Lisboa, onde virá a assumir a coordenação do planeamento urbanístico da zona oriental e do plano de urbanização da área envolvente da Expo 98.
O arquiteto Anselmo Vaz nasceu a 4 de janeiro de 1940. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Construir um lugar onde a vida se faz presente:
Manuel Botelho e as casas de Valadares
Dizia Manuel Botelho que "fazer Arquitectura é construir lugares onde a vida se faz presente" e que esta "só poderá responder às realidades do mundo e da vida, na síntese de opostos que concilia racionalidade com intuição, lógica com sentimento, disciplina com fantasia, na atmosfera do bom senso que não renega, contudo, o lugar da poesia". Pois tudo isso encontramos nas moradias projetadas para o Engenheiro Matos de Almeida e para o Engenheiro Augusto Pina em Valadares, Vila Nova de Gaia.
A memória descritiva é clara quanto à ideia subjacente à composição do projeto. As moradias "organizam-se segundo um eixo que as atravessa longitudinalmente, dando origem a um corredor de distribuição, com um pé-direito a toda a altura do edifício, que serve duas alas rectangulares, uma à sua direita e outra à sua esquerda". Mas são os esquissos e sobretudo as fotografias do construído a desvendar o gesto criativo que as distingue. Aí nos deparamos com surpreendentes combinações de texturas matéricas, com pormenores construtivos que cuidam a mais pequena escala, com espaços interiores quentes e iluminados. Aqui se construiu um lugar onde a vida se fez e continua presente.
Manuel Botelho nasceu a 29 de dezembro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto!
A propósito de livros e ainda antes das férias natalícias tempo ainda para falar de mais duas novidades:
Companhia dos Livros é um projeto do jornalista Sérgio Almeida, do JN, sobre literatura, rodado em diferentes espaços. Pois a Fundação Marques da Silva foi o cenário escolhido para a gravação de mais dois episódios deste programa. O primeiro, dedicado ao ensaio de Jorge Costa Lopes sobre A Biblioteca de Vergílio Ferreira, lançado a 14 de dezembro, já se encontra disponível, o segundo sairá no próximo dia 27. Vale a pena ver e estar atento ao que se segue!
Entretanto, em Itália, acaba de ser publicado o livro de Stefano PeregoConversazioni Portoghesi. L´eredità di Fernando Távora. Publicado pela Lettera Ventidue, representa o ponto de chegada da investigação empreendida pelo autor ao longo destes últimos três anos em torno de Fernando Távora. O fascínio sentido e a vontade de compreensão da obra, do pensamento e do método deste arquiteto português conduziu Stefano Perego, também ele arquiteto e professor no Politécnico de Milão, a recorrentes consultas do acervo da Fundação Marques da Silva, durante visitas a Portugal que passavam igualmente pela descoberta dos lugares da obra construída e pela procura de outros olhares. As conversas com João Mendes Ribeiro, Álvaro Siza Vieira, Giovanni Tomaso Muzio,Carlos Martins, Pedro Pacheco, Fernando Barroso, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez surgem agora alinhadas com outros registos documentais e fotográficos que nos devolvem essa ligação indissolúvel de Távora entre a vida e a arquitetura.
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
#1 Conferências + Visita Guiada
De uma "magistral aula de arquitetura" ao "tempo real" do projeto
Foi com o olhar de Beatriz Serrazina sobre o Anfiteatro de Direito da Universidade de Coimbra, que esta arquiteta e investigadora considera, tomando de empréstimo palavras de Gonçalo Byrne, uma "magistral aula de arquitetura"; e a imersão no "fluir da experiência e a recorrência da arquitetura" no Convento/Pousada de Santa Marinha da Costa, proposta por Bruno Gil, outro dos arquitetos e investigadores convidados a analisar as obras selecionadas de Fernando Távora, que teve início a programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Coube depois a Alexandre Alves Costa e a Jorge Figueira percorrerem os vários espaços expositivos explicando os critérios que lhes deram forma, partilhando a sua visão sobre o tanto que aqui nos é apresentado. Momento que contou com a surpresa de se poder transformar num diálogo vivo, numa conversa espontânea entre os guias e o grupo de colaboradores de Fernando Távora que, por feliz circunstância, se associaram a esta visita trazendo consigo o testemunho do "tempo real" dos projetos e da sua materialização em obra. Contou ainda com as intervenções dos conferencistas convidados e até com a de Sergio Fernandez, um dos curadores temáticos que fez questão de estar presente.
As próximas sessões, com a certeza de muito ainda para descobrir e partilhar, estão marcadas para os dias 13 e 20 de janeiro próximo.
Enquanto se aguarda o início da programação complementar da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, a acontecer amanhã, com as conferências de Beatriz Serrazina e Bruno Gil, seguidas de uma visita guiada por Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira, retomamos a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
CONFERÊNCIAS + VISITAS GUIADAS
Beatriz Serrazina e Bruno Gil + Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira
16 DEZ - 15H - Fundação Marques da Silva
Com os projetos de Fernando Távora para o Anfiteatro da Faculdade de Direito (Coimbra) e para a Pousada de Santa Marinha da Costa (Guimarães) em destaque, vai decorrer no próximo sábado, dia 16 de dezembro, a primeira das 3 sessões da programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
Seguindo o modelo pensado pelos curadores da exposição, composto por Conferências e Visita Guiada, a sessão vai ter início às 15h com Beatriz Serrazina e Bruno Gil, os conferencistas convidados para interpretar os referidos projetos, seguindo-se uma visita guiada por dois dos elementos da equipa curatorial, Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
CONFERÊNCIAS + VISITAS GUIADAS
Programação complementar à exposição
A programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, inaugurada no passado dia 20 de outubro na Fundação Marques da Silva, vai ter início a 16 de dezembro, data da primeira de três sessões onde se cruzam duas abordagens distintas:
CONFERÊNCIAS sobre cada uma das 7 obras expostas, por cada um dos autores convidados a sobre elas escreverem para o Catálogo: Beatriz Serrazina e Bruno Gil, Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, Eliana Sousa Santos e Pedro Levi Bismarck;
VISITAS GUIADAS pelo coordenador da equipa curatorial deste projeto central de TÁVORA 100, Alexandre Alves Costa, acompanhado por Jorge Figueira, Maria Manuel Oliveira e José António Bandeirinha, respetivamente.
As sessões, agendadas para 16 de dezembro e 13 e 20 de janeiro do próximo ano, têm início às 15h. A entrada e participação é livre, mas condicionada à lotação do espaço.
Alfredo Leal Machado: o tempo do estudante e o tempo do arquiteto
Em 1953, a ESBAP, sob direção de Carlos Ramos, juntamente com a Academia Nacional de Belas Artes e o Sindicato Nacional dos Arquitetos, promove uma exposição de homenagem ao "Mestre Marques da Silva" (1869-1947), expondo, na Escola, as suas obras, acompanhadas de projetos realizados ou em realização por alguns dos seus discípulos. E aí nos deparamos com o nome de Alfredo Duarte Leal Machado, que apresenta painéis fotográficos dos Pavilhões masculino e feminino do Sanatório D. Manuel II, em Vila Nova de Gaia, do edifício das Obras Públicas, em Coimbra, da Fábrica Triunfo, também em Coimbra, e do interior do Restaurante Abadia, no Porto. Mas se recuarmos ao ano de 1928, ainda durante a direção de José Marques da Silva, também o nome de Alfredo Duarte Leal Machado constava da lista dos alunos do Curso de Arquitetura Civil que nesse ano tomaram a iniciativa de organizar uma homenagem a Marques da Silva. A sessão, durante a qual se procede ao descerrar de um medalhão, cujo molde faz hoje parte do acervo da Fundação Marques da Silva, é presidida por Guedes de Oliveira e adquire uma particular importância, já que nela Marques da Silva aproveitou para lutar pela afirmação da Escola e da missão do arquiteto, assim como para lançar o desafio para a constituição de uma associação de antigos e atuais alunos da Escola.
Leal Machado, ao participar numa e noutra ação, nos 25 anos que as separam, deixa clara a sua filiação à Escola e ao Diretor que, em abril de 1932, tendo sido seu professor, irá assinar a sua Carta de Curso Especial de Arquitetura Civil e o seu Diploma de Arquiteto. A consulta do seu dossier de aluno, disponível na FBAUP, por entre a formalidade do processo burocrático que caracteriza este tipo de documentação, vai disponibilizando dados curiosos sobre o percurso deste então aspirante a arquiteto na EBAP. Ficamos a saber, por exemplo, que Leal Machado, depois de ter concluído com distinção a instrução primária do segundo grau, em 1917, 4 anos mais tarde, vindo de Paços de Ferreira e residente no Colégio dos Orfãos, no Porto, está a ser admitido no 1.º ano do curso preparatório "com destino a Arquitectura". As cartas de admissão sucedem-se anualmente, de acordo com a progressão do curso, sendo que em 1926, ano do desenho aqui publicado e onde é evidente a matriz beauxartiana da sua formação, bem distinta da obra exposta em 53, indica como nova morada o Hotel Nacional (rua de Entreparedes). No ano seguinte, aluno do 4.º ano do Curso de Arquitectura Civil, declara ser morador no Hotel Aliança (rua Sampaio Bruno), traços de uma certa errância pela cidade. Em 1928, no ano da referida Homenagem a Marques da Silva, surge-nos como aluno finalista, isto é, a solicitar admissão à frequência do 5.º ano. Por fim, encontra-se associado ao processo deste aluno um pedido de admissão à matrícula no Curso de Urbanologia, datado de 1945, que não terá procedência. Ressalve-se que, por esse tempo, Alfredo Leal Machado estaria a residir em Coimbra, cidade onde não só deixaria obra construída como tinha assumido funções como Vereador.
Como arquiteto, na qualidade de colaborador de Manuel Lima Fernandes de Sá, na Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, em 1951, regressará ao Porto e à Escola. Coassina então um projeto para o Pavilhão de Arquitetura a situar nos jardins do Palacete Braguinha, para onde a Escola se transferira em 1937 e ainda hoje permanece.
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904, em Santiago de Modelos, concelho de Paços de Ferreira. Passam hoje 119 anos sobre o seu nascimento.
"The work of the Portuguese architect Fernando Lanhas – sustainability in Architecture"
Luís Urbano, Diogo Sousa Rocha, Tuomas Siitonen
13.12.2023, 16h - Museu do Design, Helsínquia
No próximo dia 13 de dezembro, o Museu do Design de Helsínquia vai acolher um encontro entre três arquitetos - Luís Urbano, Vice-presidente da Fundação Marques da Silva, Diogo Sousa Rocha, um dos fundadores do Mass Lab, e Tuomas Siitonen, do Departamento de Arquitetura da Aalto University - para uma conversa sobre sustentabilidade em Arquitetura, a partir da obra do artista e arquiteto português Fernando Lanhas.
Esta iniciativa, organizada no contexto do centenário do nascimento de Fernando Lanhas, foi organizada pela Embaixada de Portugal na Finlândia e na Estónia e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto disponibilizou, no seu canal youtube, as gravações vídeo do encontro TÁVORA NO TEMPO, iniciativa inserida no programa de celebração do centenário do Arquiteto Fernando Távora - TÁVORA 100 - e que teve lugar no dia 21 de outubro passado. As gravações acompanham o programa então seguido:
PVP - Pousada do Vinho do Porto, um concurso que José Carlos Loureiro nunca esqueceu
Dificilmente um arquiteto se esquece de um projeto, mesmo se quando o enfrentou, a sua construção, não sendo um dado adquirido, acabou por não acontecer. E em particular se, com esse projeto, se venceu o Concurso que ditou o programa ao qual este deveria responder. Assim foi com o projeto para uma Pousada do Vinho do Porto que José Carlos Loureiro desenvolveu em 1964, a localizar na Régua, mais precisamente na proximidade da estrada que liga Santa Marta de Penaguião a Peso da Régua. Não era a primeira vez que José Carlos Loureiro se confrontava com este tipo de equipamento. Dez anos antes projetara a Pousada de S. Bartolomeu, em Bragança, "um importante ponto de ruptura com o imaginário oficial das pousadas de turismo, sendo a primeira de uma série que se afasta do discurso iconográfico-celebrativo do Estado Novo, para propor uma abordagem mais realista à tradição e à cultura portuguesas" (SIPA).
A Pousada do Vinho do Porto não viria a sair do papel, mas os desenhos hoje guardados no Arquivo da Fundação Marques da Silva garantem a sobrevivência da ideia e mostram como poderia ter sido. A consulta da memória descritiva deixa entrever a preocupação com o ajustamento do edifício à topografia do terreno, a procura de uma orientação otimizada e a importância de o abrir a uma paisagem "deslumbrante". Diz-nos também do cuidado com que toda a organização e relações dos espaços internos foram pensados, assim como prevista a utilização de materiais tradicionais da região, apoiados por técnicas e materiais mais recentes. Por sua vez, a estimativa orçamental apresentada garantia o cumprimento das instruções emitidas pelo Ministério das Obras Públicas (MOP) para construção de edifícios públicos. Não foi, contudo, possível identificar a entidade promotora do concurso nem, consequentemente, as razões pela qual não se avançou com a sua construção, ficando desde já o repto lançado a quem conseguir partilhar estas informações.
Certo é que, em 2013, José Carlos Loureiro, em entrevista ao Correio do Porto, ao falar sobre o seu Arquivo, onde constavam mais de 400 projetos, não deixou de referir o da Pousada do Vinho do Porto. A ele pertencem as expressivas imagens aqui publicadas. Este arquiteto, nascido a 2 de dezembro de 1925, faria hoje 98 anos.
Hoje e o próximo sábado são os últimos dias para visitar a exposição ALGAS ELÉTRICAS, na Fundação Marques da Silva. Aqui se dão a conhecer o projeto de Pablo Bras, "Le Pavillon des Rêves", sobre as energias residuais potenciais em ambientes suburbans, e o projeto "Alga", de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação baseada nas algas verdes que invadem as nossas praias.
A exposição, com curadoria de Scott Longfellow, foi apresentada pela Agora du Design e pelo Institut français du Portugal, sendo parte integrante da programação da Porto Design Biennale, edição 2023. A entrada, entre as 14h e as 17h30, é livre.
"Foi um coup de foudre". É esta a expressão utilizada por Raúl Hestnes Ferreira, em conversa com Alexandre Alves Costa, Adelino Gonçalves e Nuno Correia, publicada na monografia das Edições Asa, para descrever o momento em que conheceu Louis Kahn. Corria o ano de 1962 e foi de tal forma intenso o impacto do momento em que o então jovem estudante de arquitetura ouve Kahn falar sobre o edifício Salk, que este decidiu abandonar Yale e ingressar na Universidade da Pensilvânia, onde Louis Kahn ensinava, coadjuvado por Norman Rice e Robert Le Recolais.
Dessa sua passagem pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo, Raúl Hestnes Ferreira guardou um conjunto de apontamentos tirados em aula, juntamente com um ou outro trabalho académico e listas bibliográficas de suporte a algumas das disciplinas por si frequentadas, hoje preservados no acervo doado à Fundação Marques da Silva. Observá-los sob diferentes perspetivas é um desafio, já que a sua leitura começa a extrapolar o mero âmbito da sala-de-aula quando se cruza com outros contextos mais amplos, que nos conduzem, por exemplo, aos projetos que Kahn se encontrava então a realizar e que Hestnes Ferreira acompanha também em atelier, ou com o que virá a ser a sua influência no percurso futuro do aluno, enquanto arquiteto. Mas, a um primeiro olhar e desde logo, através deles, podemos refazer o plano de estudos vigente e identificar os respetivos professores de cada disciplina. Lá encontramos, entre outros e para além dos já mencionados, os nomes de Romaldo Giurgola, August Komendant, Erwin Anton Gutkind ou Chester Rapkin. Entrevemos igualmente os temas e a forma como iam sendo desenvolvidos ao longo de cada aula.
Os apontamentos manuscritos das aulas de Kahn, onde vamos entrevendo, entre outros, o foco nas questões da circulação, os modos de pensar edifícios com funcionalidades muito específicas ou uma análise profunda das estruturas monásticas, incluem esquemas e muitas notas sobre conteúdos, ideias e comentários, a oscilar por vezes entre o português e o inglês, mas sempre claras no sentido do que estará a ser debatido e dos casos em estudo. Notas pormenorizadas e de síntese perante o que lhe é dado ouvir, até porque "são as coisas que não estão escritas no programa que são de facto importantes" e "the motivation is the important thing".
Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931. Tinha pouco mais de 30 anos, quando se cruzou com Louis Kahn. O que viveu nesse "tempo americano" e em particular o que aprendeu com Kahn seria determinante e manter-se-ia presente em muito do que veio a projetar assim que regressado a Portugal. Hestnes Ferreira completaria hoje 92 anos.
Francisco Granja, o arquiteto do Cine-Teatro Vale Formoso, "uma casa de espectáculos que honr[ou] o Porto", com "uma programação de alta categoria"
Esta perspetiva, desenhada e assinada por Francisco Granja, data de 1948 e refere-se à fase final do projeto para construção do Cine-Teatro Vale Formoso, no Porto, iniciado em parceria com Carlos Neves, em 1944, mas que caberia aquele arquiteto finalizar.
Situado na freguesia de Paranhos, na rua de S. Dinis, este Cine-Teatro foi implantado em terreno cedido por Arnaldo Caldeira Pato, a quem viria a ser comissionada a sua construção numa fase inicial, transitando de seguida para Alberto Simões Carneiro, seu sócio na Empresa Cinematográfica Vale Formoso. Uma iniciativa privada, mas inserida numa dinâmica de alcance nacional, impulsionada e apoiada pelo Estado Novo. E uma sintonia programática que a memória descritiva de 1946 fazia questão de sublinhar: "São, como se sabe, as casas de espectáculos, verdadeiras escolas de educação cívica, e, graças à iniciativa do Governo na sua grandiosa Obra de Revolução Nacional, se tem criado, pelo País fora, os incentivos profundos e vincados, abrindo caminho às iniciativas particulares que o secundam na creação profunda e progressiva da cultura intelectual artística do Pôvo Português".
O Vale Formoso, com as suas linhas modernistas, foi assim um edifício pensado de raiz e modelado de acordo com a nova tipologia que ao longo da primeira metade do século xx se vai difundir: a de um Cine-Teatro, ou seja, um equipamento capaz de receber teatro, mas, sobretudo, um espaço onde fosse também possível projetar cinema, não obstante um e outro implicarem diferentes necessidades técnicas. Foi também projetado para acolher mais de 1000 espectadores, pois era suposto servir não só a freguesia de Paranhos, como as freguesias vizinhas de Bonfim, Nossa Senhora da Conceição, Carvalhido e Lapa. Dado que desde logo justifica a escala adotada para o edifício e a generosidade dos seus espaços interiores. Desafios, de programa e de escala, que o seu autor soube superar.
Segundo Carolina Carvalho, que em 2019 defendeu, no âmbito da sua dissertação de mestrado para a FAUP; a possibilidade de o reabilitar para sede do TUP, o Cine-Teatro Vale Formoso abriu as suas portas a 30 de dezembro de 1948. Percorrendo memórias soltas deste Cine-Teatro, é dado assente que este "cinema de Bairro", até à década de 70, conseguiu afirmar-se na cidade. Ideia que os seus promotores, aliás, publicitavam: "uma casa de espectáculos que honra o Porto", com "uma programação de alta categoria". Entraria depois, tal como muitas outras casas deste tipo, num lento declínio, acabando por vir a ser alugado, já na década de 90 pela IURD, que aí permaneceu até 2010. Em 2022, foi classificado Património de Interesse Municipal, conjuntamente com um grupo de moradias, num conjunto delimitado pela Rua de S. Dinis, Rua do Capitão Pombeiro e Rua de Cunha Júnior. Uma classificação "fundamentada na sua autenticidade e exemplaridade, de artefacto arquitetónico de época que mantém a sua matriz projetual, e pela memória coletiva que transporta nas suas volumetrias".
Francisco Fernandes da Silva Granja nasceu em Viseu, a 23 de novembro de 1914. O acervo deste arquiteto formado pela EBAP em 1940 foi doado à Fundação Marques da Silva, em cujo Arquivo pode ser consultado e estudado. Passam hoje 109 anos sobre o seu nascimento.
Escritos Escolhidos #30 em jeito de balanço
Fernando Távora, "Eu sei, eu sei / Sim, eu sei"
Esta que é 30.ª edição do podcastEscritos Escolhidos, é também aquela que vai finalizar este projeto surgido em 2020, em tempos de confinamento. Chega assim ao fim um espaço onde ganharam voz "escritos" de 22 autores/arquitetos, de uma ou de outra forma ligados à Fundação Marques da Silva ou aos seus Arquivos, por vezes revisitados: José Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Alexandre Alves Costa, Bartolomeu Costa Cabral, Álvaro Siza, Raúl Hestnes Ferreira, José Carlos Loureiro, Sergio Fernandez, Jorge Gigante, José Porto, Fernando Lanhas, Octávio Lixa Filgueiras, Alfredo Matos Ferreira, Marques de Aguiar, Mário Bonito, Agostinho Ricca, António Cardoso, Manuel Graça Dias, Manuel Botelho, Nuno Portas e Francisco Barata Fernandes. O programa termina sem esgotar todos os que nele poderiam ter tido lugar. Em jeito de despedida, nada como regressar ao tanto que Fernando Távora foi escrevendo e partilhar um inspirador escrito-poema-manifesto de 1980, um convite a mergulhar permanente e apaixonadamente na paixão da vida.
Escritos Escolhidos, com conceção e locução de Paula Abrunhosa, faz parte da plataforma criada pela Casa Comum da Universidade do Porto, para disponibilização deste tipo de conteúdos. Desde a primeira hora contou com a colaboração vital e imprescindível de Paulo Gusmão e de todos aqueles que, ao longo dos vários programas, se tornaram cúmplices na seleção e enquadramento dos textos aí abordados.
CONSTRUIR POR PALAVRAS: Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias
Colóquio Internacional
27-29 novembro 2023, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
CONSTRUIR POR PALAVRAS é o primeiro Colóquio Internacional que o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) se propõe organizar em torno das "Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias". Com coordenação científica de Patrícia Monteiro e Fernando de Moraes Gebra, cruzando olhares e análises interdisciplinares, este Colóquio tem como objetivo refletir sobre diferentes formas de estruturação e percepção do espaço edificado, bem como o seu impacto na sociedade, a partir obra de escritores e poetas portugueses e estrangeiros. Terá lugar no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com os dois primeiros dias destinados à apresentação das várias comunicações e o dia 29 a contemplar um programa social.
Esta iniciativa conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva, instituição onde, para além dos vários acervos arquivístivos e bibliográficos que a distinguem, se encontra depositada a mais importante coleção privada pessoana, reunida ao longo da vida pelo Arquiteto Fernando Távora.
TÁVORA Desenho de Viagem
18.11.23 - 20.04.24 | Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende
No próximo dia 18, sábado, às 17h30, com o apoio da Fundação Marques da Silva, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar na Sala de Exposições Temporárias uma exposição dedicada aos desenhos de viagem do Arquiteto Fernando Távora.
TÁVORA desenho de viagem apresenta um conjunto de trabalhos realizados entre 1960 e 1997 por Fernando Távora ao longo de viagens que se estendem a quatro continentes - América, Ásia, África e Europa -, provenientes do arquivo depositado na Fundação Marques da Silva. A exposição ficará patente ao público até 20 de abril do próximo ano.
Esta iniciativa, inserida no programa de comemoração do centenário do arquiteto Fernando Távora - Távora 100 -, é parte integrante das celebrações do 30.º aniversário desta instituição, que se encontra instalada num edifício projetado por José Carlos Loureiro, ainda em vida do pintor Júlio Resende. Neste mesmo dia e no âmbito desta efeméride, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar mais duas exposições: RESENDE desenho de viagem, na Sala do Acervo, e LUGAR DO DESENHO - 30 anos, na Sala 3/HISCOX.
O valor permanente da obra de Fernando Távora: observado através do projeto de conservação das suas obras
Sede da Assembleia de Guimarães | 18 novembro 2023 – 20 janeiro 2024
Integrada no programa Távora 100 – Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com curadoria de Vincenzo Riso e Ana Luísa Rodrigues, inaugura no próximo dia 18 de novembro de 2023 pelas 15h00 na Sede da Assembleia de Guimarães.
Nesta exposição, mostram-se estudos desenvolvidos por estudantes do Mestrado Integrado em Arquitetura da EAAD-UM, no âmbito da U.C. Atelier de Projeto (5º ano), sob o tema da conservação do património Moderno. No ano académico 2015-2016, os estudantes tiveram como estudo de caso o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953/1959), da autoria de Fernando Távora. E no ano de 2021-2022, o edifício sede da Assembleia de Guimarães também de Fernando Távora. Ambos os exercícios tiveram como pressuposto o estudo dos edifícios, tendo em vista a definição de intervenções para a sua boa conservação e uso. Os estudos assim particularizados destas duas obras ensaiam uma reflexão acerca das qualidades absolutas da obra de Fernando Távora, aqui especificamente reconhecida na correspondência entre princípios de idealização da construção e a sua realidade material. Assim, propõem-se em exibição coordenada os resultados dos trabalhos escolares desenvolvidos.
A exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com organização da Assembleia de Guimarães (Rui Vítor Costa) e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (Bruno Figueiredo) (EAAD/UMinho) e com apoio da Câmara Municipal de Guimarães e do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), estará patente na Sede da Assembleia de Guimarães, até 20 de janeiro de 2024. Pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 13h00 às 22h30.
O programa Távora 100 é uma iniciativa conjunta da Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a Universidade do Minho e a Universidade de Coimbra para a Organização das Comemorações do Centenário do Nascimento do Arquiteto Fernando Távora.
PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Um livro para afirmar a continuação e preservação de um legado
Mais do que o lançamento de um livro, na Fundação Marques da Silva, no passado sábado, assistiu-se ao (re)encontro de uma comunidade que se reconhece e se revê num sentimento de orgulhosa pertença a um lugar com características singulares: o Parque Habitacional do Luso-Lima, um projeto de José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos.
O conjunto habitacional, iniciado no final dos anos 50, em resposta a uma encomenda da Santa Casa da Misericórdia do Porto, proprietária do terreno onde veio a implantar-se, localizado numa zona da cidade então ainda em expansão, à rua da Alegria, propunha um modelo inovador de estrutura urbana. A validade do seu plano programático e dos ideais humanistas que o sustentavam, ainda hoje evidente, potenciou e possibilitou um forte sentido de comunidade, visível nas memórias de quem habitou ou continua a habitar este lugar. Aqui, entre torres e blocos, forma e função harmonizaram-se numa arquitetura de qualidade que percorre o desenho meticuloso dos espaços interiores e exteriores, dos fogos às áreas comuns e de serviços, da galeria ao jardim. Aí se concentraram artistas e agentes culturais da cidade que, nesse viver de proximidade, o ajudaram a distinguir. Aí cresceram livremente várias gerações de crianças, aí se foi construindo uma consciência coletiva de um habitar incomum.
Assim, numa sala pequena de mais para todos os que quiseram estar presentes e num ambiente de calorosa partilha de memórias, decorreu a apresentação deste livro, pensado e organizado por Luís Pinto Nunes (atual morador) e Luís Albuquerque Pinho (que aí passou a sua infância), onde se conta a história do Luso-Lima, se propõem diferentes olhares sobre o espaço e se publica um alargado "álbum de família". Sublinhando a sua relevância, seja na Fundação, seja na visita guiada que se seguiu, oradores (Fátima Vieira, Susana Lourenço Marques, António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan, Luís Pinheiro Loureiro e Luciana Rocha) e público convergiram ainda na necessidade de garantir a continuidade e preservação deste legado. Que seja também um contributo para questionarmos a forma como nos relacionamos com a cidade e os modelos que procuramos para nela habitar.
Francisco Barata Fernandes, uma «Aula fora-de-moda»
Escritos Escolhidos #29
É a pensar numa «aula fora-de-moda» que Francisco Barata Fernandes começa a preparar-se para as Provas de Agregação que viria a realizar em 2016, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. E são esses primeiros apontamentos, recolhidos por Mariana Sá, que hoje se dão a conhecer no 29.º Escritos Escolhidos.
Francisco Barata Fernandes tornou-se arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Acompanhando ativamente o movimento que, com participação de professores e estudantes, lutou pela gestão democrática no Curso de Arquitetura e pela reformulação de uma estrutura de curso conforme à cidadania e autonomia da arquitetura, obteve o seu diploma em 1980. Quatro anos mais tarde partiu para Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar centros históricos. Doutorou-se já na década de 90, na Universidade do Porto, com a tese Transformação e Permanência na Habitação Portuense – as formas da casa na forma da cidade, orientada por Fernando Távora e Daniele Vitale. Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura do Porto, aí exerceu também, entre outras, funções de presidente do Conselho Diretivo (2006-2010) e presidente do Conselho Científico (2014-2018). Sempre demonstrou um particular interesse pelas questões da cidade, do território e do seu ordenamento, pela História na sua relação com a Arquitetura, pela reabilitação do património construído. A prática do ofício, iniciou-a ainda estudante, no atelier de Fernando Távora. Posteriormente, em associação, com Alfredo Matos Ferreira, Bernardo Ferrão e Manuel Fernandes de Sá. Mais tarde, em atelier próprio, que ao longo dos anos viria a integrar Madalena Pinto da Silva e o filho de ambos, Manuel Barata Fernandes. Da sua obra, destaque para o Plano para a Avenida da Liberdade em Lisboa, a Cooperativa de Massarelos no Porto, o projeto de conservação e recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira, a recuperação da Igreja Matriz de Vimioso ou a reabilitação do Palácio dos Condes de Basto e Pátio de S. Miguel em Évora. E, no âmbito da capital da cultura Porto 2001, a reabilitação da Praça da Cadeia da Relação e do Largo do Olival, e ainda o projeto da Rua do Almada. Assinou também o projeto da Marginal de S. Paio, em Canidelo, Vila Nova de Gaia. Com a reabilitação do edifício projetado por José Marques da Silva na rua Alexandre Braga, pertencente à Fundação Marques da Silva, viria, em 2014, juntamente com Nuno Valentim e José Luís Gomes, a receber o Prémio João de Almada. Foi, desde a primeira hora, membro do Conselho Geral desta Fundação, que teve o privilégio de receber em doação o seu acervo e bibliotecas profissionais.
Francisco Barata Fernandes, nasceu no Porto a 12 de novembro de 1950. Faria hoje 73 anos.
Amanhã é dia de apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, um projeto editorial de Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, publicado pela Pierrot le Fou. A partir das 15h30, na Fundação Marques da Silva, vai ter lugar uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, que contará com a participação de António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e dos editores, Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes. Se a chuva der tréguas, segue-se uma visita guiada ao jardim por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima, seguida de Magusto.
O livro, amplamente ilustrado, contém documentação do processo evolutivo deste projeto assinado por José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, que aí instalaram o seu atelier, e da sua construção; um conjunto de textos da autoria de Bernardo Pinto de Almeida, Luciana Rocha e Sónia Moura; e, no final, fotografias provenientes de álbuns de algumas famílias que aí viveram ao longo da década de 70, como foi o caso dos arquitetos Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Augusto Amaral e Anni Günther, João Serôdio, Manuel Teles ou dos artistas plásticos João Dixo e João Machado. Com ele espera-se também promover a classificação deste conjunto habitacional, pelo valor patrimonial material e imaterial que nele converge.
Esta edição de PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023 conta com o apoio da Direção Geral das Artes, Fundação Marques da Silva, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Câmara Municipal do Porto - Divisão Arquivo Geral, Faculdade de Belas Artes do Porto, Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade.
E porque não levar consigo um caderno que transporta um belo desenho de um dos "nossos" arquitetos? Estão já disponíveis 2 novos modelos que têm em comum um mesmo ponto de partida: a reprodução de desenhos recolhidos no arquivo da Fundação. O primeiro, pensado pelo Nonverbal Club no contexto do programa Távora 100, propõe dois cadernos de capa branca que dão total protagonismo aos desenhos de viagem de Fernando Távora. O outro, com design gráfico de Francisca Rebelo, estagiária da FBAUP, associa aos desenhos de José Marques da Silva, Fernando Távora, Fernando Lanhas e Octávio Lixa Filgueiras, uma capa com cor, assumidamente chamada a desempenhar uma função importante na composição final.
Venha visitar as exposições "Fernando Távora. Pensamento Livre" e "Algas Elétricas" e passe pela nossa Loja.
Rui Goes Ferreira e a importância do detalhe em arquitetura
Em 1964, inserido no programa de apoio à construção de Habitações Económicas, da Federação das Caixas de Previdência, Rui Goes Ferreira é chamado a projetar uma vivenda unifamiliar para o Dr. Ricardo Camacho, a implantar na Rua dos Ilhéus, numa área nobre da cidade do Funchal. O programa, documentado no Arquivo deste Arquiteto pertencente à Fundação Marques da Silva, revela pormenores curiosos, com Rui Goes Ferreira a fazer questão de assumir alguns compromissos de princípio. Por exemplo, o aspeto geral deveria ser "sóbrio e digno. Sem planos complicados e confusos, nem placas estúpidas de cimento." Ou, que se obrigava a cumprir escrupulosamente o valor estipulado, já que "a competência dum arquitecto mede-se pelo lado artístico e funcional, mas em especial, pela economia, detalhe e pontualidade." O certo é que a grande preocupação recaía na vontade de evitar atrasos ou paragens por falta de detalhes por parte do autor do projeto.
A vivenda, de rés-do-chão e 1.º andar, acabaria de ser construída em 1973 e permanece na família, já que é hoje habitada pela filha do Dr. Ricardo Camacho. Mantém essa tão desejada sobriedade e recato sublinhadas no projeto, permanecendo escondida por trás de um muro no interior de um quarteirão. Como podemos ler no Mapa de Arquitetura Rui Goes Ferreira: obra n.º 04, "a sua distinção encontra-se na qualidade dos materiais e no desenho dos pormenores, suavemente adaptados ao quotidiano". Os desenhos dos estores ou os caixilhos de batente de canto assim o confirmam, tal como o cuidado na escolha de madeiras como mogno, criptoméria ou sucupira.
Rui Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Faria hoje 97 anos.
Vinte e quatro anos separam estas duas viagens a um mesmo destino, a Grécia. A primeira, tirada por Sergio Fernandez, é de 1976 e nela podemos identificar Fernando Távora e Alcino Soutinho em "analítico diálogo" sobre indiscernível assunto, enquanto Laura Soutinho e Álvaro Siza descontraidamente conversam a seu lado. A segunda, tirada por José Bernardo Távora, é de 2000 e capta o momento em que Fernando Távora e Alcinho Soutinho procuram uma qualquer informação num livro igualmente não identificado que Alcino Soutinho segura nas mãos. De novo, o tema que os ocupa permanece inacessivel a quem observa a fotografia, mas ao vê-las lado a lado, percebe-se como apesar da passagem dos anos a cumplicidade entre ambos se manteve, assim como o gosto da viagem em grupos que refletiam as suas vivências pessoais e afetivas, os interesses que os uniam. Viajar era cruzar a vida com a Arquitetura. Aí se estreitavam laços de amizade enquanto se exercitava o olhar por destinos que intencionalmente se procuravam. Em 2000 cumpriu-se o desejo de Fernando Távora regressar à Grécia. Pelo impacto que tiveram, estas viagens não se podem dissociar da forma de estar destes arquitetos, seja no exercício da arquitetura, seja enquanto professores. Delas ficaram registos que lhes acrescentaram outros olhares e lhes conferiram um significado crescente para novas gerações que os podem ver e consultar: fotografias, desenhos, escritos (alguns em exposição em Fernando Távora. Pensamento Livre). É que um arquiteto, como em tempos um artigo do jornal Público referia, nunca é um turista acidental.
Alcino Soutinho nasceu a 6 de novembro de 1930. Faria hoje 93 anos.
PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes (Eds.)
Lançamento de livro, visita guiada e magusto
11 de novembro, Fundação Marques da Silva (15:30) e Luso (17:00)
A apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, pensado e organizado por Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, da editora Pierrot le Fou, vai acontecer no próximo dia 11 de novembro. Será uma sessão a dois tempos, o primeiro, às 15:30, na Fundação Marques da Silva, e um segundo, no Luso, a partir das 17:00. É que depois de uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, onde participam António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e os editores, seguir-se-á, se as condições climatéricas assim o permitirem, uma visita guiada por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima. E para acabar em festa, porque é dia de São Martinho, todos estão convidados para um Magusto.
Esta será também uma oportunidade única para adquirir o livro com um desconto especial.
E já abriu a exposição ALGAS ELÉTRICAS. Com curadoria de Scott Longfellow, dá a conhecer os projetos de Samuel Tomatis e Pablo Bras, dois caminhos de investigação e criação distintos que partilham uma mesma vontade: procurar formas de tornar o mundo em que vivemos mais positivo e sustentável.
A visitar de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).
Fernão Simões de Carvalho e o "Continental" das Avenidas Novas
Em 1980, Fernão Simões de Carvalho (São Paulo de Luanda, 1929) decide regressar do Brasil, onde colaborara com Horácio Camargo e Maurício Roberto, e fixa-se definitivamente em Portugal. Recebe então a encomenda de Manuel Lourenço Marçal, proprietário das Construções Continental, lda., para projetar um edifício de escritórios a implantar na Travessa Sá da Bandeira, em Lisboa. Circunstâncias várias levarão, contudo, à transformação desse projeto inicial num Hotel, ainda que as principais linhas propostas se mantenham e reconheçam no edifício construido, voltado agora para a Rua Laura Alves. Nesta nova e última fase, que decorre entre 1985-87, Simões de Carvalho, com a colaboração de Cristina Blanc, vai propor um edifício com 22 pisos (entre os quais 5 caves e um piso técnico), unificados acima do solo por uma enorme e elegante fachada envidraçada num plano curvilíneo. Soluções que não só otimizam a adaptação ao terreno, como permitem rentabilizar a sua ocupação. No interior, sobressai o exercício de trazer a maior iluminação natural possível, seja através de varandas ou da inserção de poços de luz, e a presença de espaços ajardinados. Coube ainda ao atelier de Simões de Carvalho projetar a iluminação e a decoração interior, desenhando candeeiros e mobiliário.
O Hotel Continental tem sofrido algumas intervenções posteriores, mas continua a manter a essência do projeto pensado e desenhado por Fernão Simões de Carvalho que completa hoje 94 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
PRÉMIO FERNANDO TÁVORA 17.ª edição
Conferência do vencedor e abertura da Exposição "Aldeias Modernistas"
31 outubro, 18h00, sede OASRN
Na próxima terça-feira, pelas 18h00, realiza-se na sede da OASRN a Conferência e abertura da Exposição do Vencedor da 17.ª edição do Prémio Fernando Távora.
“Aldeias Modernistas” apresenta a viagem do arquiteto João David Valério, percorrendo um conjunto de protótipos de habitação coletiva em alta densidade / baixa altura construídos na Suíça durante as décadas de 1950 a 1980.
"Procurou-se uma viagem com perspectivas múltiplas que permitissem um panorama histórico mais completo e, simultaneamente, contribuíssem para o trabalho na contemporaneidade. A viagem foi uma ferramenta indispensável, tanto na dimensão mais evidente de conhecer os edifícios no local e as pessoas que os ocupam, como na oportunidade de visita aos arquivos e encontro com pessoas ligadas a estas obras que generosamente partilharam as suas memórias e ideias. Neste diário de viagem fica uma síntese da experiência, articulando a dimensão teórica com a beleza de viajar e o espanto de descobrir novos lugares e pessoas."
A entrada e gratuita, sujeita a inscrição prévia.
A Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura são parceiras deste Prémio organizado pela OSRN e que conta com o apoio da Ageas Seguros.
Porto Design Biennale: Algas Elétricas
nova data: 27.10.2023
17h, Fundação Marques da Silva
A exposição “Algas Elétricas” apresentada no âmbito da Porto Design Biennale já tem uma nova data de abertura!
Dia 27 de outubro, às 17h, venha à Fundação Marques da Silva conhecer os projetos de Pablo Bras - Le Pavillon des Rêves -, sobre o potencial de energia residual em ambientes suburbanos, e de Samuel Tomatis - Alga -, o culminar de sete anos de trabalho sobre as algas verdes que estão a invadir as nossas praias.
A exposição “Algas Elétricas”, com curadoria de Scott Longfellow, reúne estes dois projetos de investigação em design que pouco têm em comum, a não ser a lucidez de dois criadores face ao “aqui e agora”, a sagacidade e a capacidade destes criadores gerarem futuros a partir de erros do passado, ao que parece sem esperança.
Inserida na programação da Porto Design Biennale, esta exposição é apresentada pela Agora du Design e pelo Institut français du Portugal.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
assim foi a abertura
Assim foi, na passada sexta-feira, na Fundação Marques da Silva, com o auditório do Palacete Lopes Martins a ser demasiado pequeno para acolher todos os que quiseram estar presentes na sessão de abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
Poderá agora visitá-la até ao dia 3 de fevereiro, de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 18h00 (última entrada às 17h30).
Távora no Tempo e abertura do núcleo "Aulas"
um dia, muitas vozes, renovados olhares sobre Fernando Távora
Sábado passado, na continuação do programa iniciado com a abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, e já na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi a vez de um conjunto de personalidades enfrentar a complexidade de uma figura poliédrica e heterodoxa como é a de Fernando Távora, cruzando olhares e debatendo visões a partir de diferentes perspetivas. A esta polifonia de vozes - Alexandre Alves Costa, Teresa Cálix, Carlotta Torricelli, José António Bandeirinha, Luís Soares Carneiro, Ana Vaz Milheiro, Fernanda Barbara, João Belo Rodeia, Ricardo Pais, Gonçalo Byrne, Jorge Figueira, Emilio Tuñón, José Miguel Rodrigues e Manuela Oliveira - reuniu-se a voz do próprio Fernando Távora presente no núcleo "Aulas", na Galeria de Exposições, que então se deu também a conhecer.
O encontro foi gravado e será futuramente divulgado.
DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS
colóquio
24 de outubro, 10h45-17h30, DARQ-UC
O colóquio DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS integra-se numa série de iniciativas organizada pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra que, centrada no percurso de sete figuras que partilham a sua experiência profissional e pessoal sobre um tema específico, tem por objetivo retratar o papel do desenho na atividade académica-científica e na prática profissional dos arquitetos e de outros protagonistas ligados à disciplina da Arquitetura.
Nesta sua 5.ª edição, e enquanto parte do programa Távora 100, centra-se em Fernando Távora. Como se sabe, o desenho ocupa um relevante lugar no percurso de vida deste arquiteto. Da prática da arquitetura à docência, passando pelos diários de viagem, o desenho constitui um modo de ver o espaço que nos rodeia: é, por isso, uma memória de um tempo próprio que inevitavelmente reflete as circunstâncias experienciadas pelo arquiteto. Em DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS vai-se procurar revelar esses percursos, desenhados em ambientes distintos, pelos que tiveram o privilégio de partilhar com Fernando Távora o desenho na escola do Porto, no Colégio das Artes em Coimbra, no escritório, em viagem, nas suas investigações ou até na esplanada de um café.
Programa
10h45 Abertura
11h00 Eduardo Fernandes
11h30 Ana Alves Costa
12h00 Teresa Pais
12h30 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
/
15h00 Jorge Figueira
15h30 Rita Marnoto
16h00 Carlos Martins e Paulo Providência
16h30 Luís Urbano
17h00 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
17h30 Encerramento
A organização desta edição, que vai ter lugar ja amanhã, foi assegurada por Luís Miguel Correia, Teresa Pais e Gonçalo Canto Moniz (Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra).
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
ABERTURA 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza
Fundação Marques da Silva
A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE abre amanhã! Ação central das comemorações do centenário de Fernando Távora - que estão a cargo da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho - celebra a vida e obra desta figura maior da Arquitetura portuguesa.
José Marques da Silva e os Palacetes do Conselheiro Pedro Araújo
"O carácter distintivo dos espaços, os lugares significantes, os valores de particularização e de individuação fazem da habitação o terreno mais inquietante do arquitecto e da ética do projecto [...] na mútua revelação e cumplicidade do arquitecto e do encomendador A casa é assim um duplo espelhamento." (António Cardoso, O Arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX)
O Conselheiro Pedro Maria da Fonseca Araújo (1862-1922) foi uma figura influente na vida política, social e comercial da cidade do Porto entre o final do séc. XIX e as duas primeiras décadas da centúria seguinte. Destacado e bem-sucedido homem de negócios, benemérito e mecenas, exerceu vários cargos públicos de relevo e obteve mútiplas distinções, a última das quais, a atribuição por D. Manuel II do título de Marquês da Brejoeira. Monárquico progressista, exerceu, entre outras, a função de Vereador da Câmara Municipal do Porto (1890-1895) e assumiu a Presidência da Associação Comercial do Porto entre 1895-1896 e 1901-1905.
Por sua vez, José Marques da Silva (1869-1947), regressara à sua cidade natal, o Porto, em 1896, com o estatuto de arquiteto diplomado pelo Governo Francês e com a proposta de um projeto para uma Estação Central, que, como sabemos, virá a realizar. Em breve ingressará na Câmara Municipal (1904-07), como Arquiteto, e na Escola de Belas Artes (1906-39), como Professor. O prestígio e qualificação de Marques da Silva garantem-lhe um conjunto de encomendas públicas, onde se inscreve a poderosa Associação Comercial do Porto, sendo que os primeiros trabalhos aí executados datam de 1893, prolongando-se até 1912. Por formação e vocação, nada mais natural, portanto, do que ser procurado para idear também os espaços de habitação de muitas destas figuras emergentes e afirmativas na cena pública da cidade, que assim procuravam um arquiteto capaz de materializar espaços diferenciados, isto é, lugares significantes e convergentes com as suas aspirações sociais. E entre elas, o Conselheiro Pedro Araújo.
Marques da Silva, entre 1910 e 1926, será chamado a intervir em dois lugares de exceção, ambos pertencentes ao Conselheiro: o Palacete da Rua do Campo Alegre, no Porto (que Fernando Távora virá a recuperar na década de 80, enquanto Círculo Universitário do Porto); e o Palácio da Brejoeira, em Monção, onde as obras se prolongaram para além da própria vida do Conselheiro. Aqui, naquela que foi a primeira casa a ter luz elétrica na região, ainda podemos admirar hoje o teatrinho Apolo e espaços singulares como a sala de leitura e a biblioteca, ou mesmo peças de mobiliário e o requintado acabamento de alguns tetos, caso do da sala de jantar, da autoria deste arquiteto.
José Marques da Silva nasceu no Porto, a 18 de outubro de 1869.
Algas Elétricas
Abertura da Exposição
21 de outubro, 18h, Fundação Marques da Silva
A Porto Design Biennale traz à Fundação Marques da Silva a exposição apresentada pela Agora du Design e o Institut français du Portugal, sob curadoria de Scott Longfellow, Algas Elétricas.
Em sintonia com o tema para 2023 - Ser Água -, a exposição reúne dois projetos de investigação em design: "Le Pavillon des rêves" de Pablo Bras, com a proposição de dispositivos de transformação em energia dos fluxos, materiais e energias, presentes em ambientes residenciais suburbanos; e o projeto "Alga" de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação pluridisciplinar sobre as algas verdes que invadem as nossas praias e criam matéria orgânica tóxica, com o propósito de as transformar num recurso positivo e sustentável.
Estes projetos foram desenvolvidos graças à bolsa AGORA, um programa francês de apoio financeiro e de acompanhamento profissional para projetos de investigação em design que estejam conscientes dos desafios do nosso tempo, financiado pelo Ministério da Cultura francês e pela Fondation d´entreprise Hermès. A exposição Algas Elétricas foi co-produzida por esta associação e pelo Institut français du Portugal no âmbito do Fonds d´innovation do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês, e com o apoio do Institut français Paris.
A exposição inaugura no próximo dia 21 de outubro, às 18h, e manter-se-á patente ao público até 3 de dezembro.
E de um pátio nasceu um teatro!
Filipe Oliveira Dias e o Teatro Helena Sá e Costa
No pátio interno do edifício já habitado pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), entre as ruas da Alegria e da Escola Normal, no Porto, e por isso de forma praticamente impercetível a partir do exterior, no final da década de 90, nasceu um Teatro. Um projeto de Filipe Oliveira Dias pensado para uma Escola, mas que se abre para a cidade, e onde Nuno Teotónio Pereira reconheceu a delicadeza de uma intervenção contemporânea que soube respeitar e valorizar a preexistência.
Na sua discrição, articulado com o corpo ao qual pertence e adequadamente equipado para a apresentação de espetáculos de Música, Teatro e Dança, trata-se da primeira obra de relevo de um arquiteto que viria posteriormente a ser chamado para outros edifícios teatrais marcantes, entre os quais se destacam o Teatro Municipal de Bragança, o Teatro de Vila Real, ou até mesmo a reabilitação e readaptação do Cine-Teatro Imperador para instalação da Casa da Criatividade, em S. João da Madeira. A experiência adquirida no desenvolvimento do Teatro para a ESMAE, a pesquisa realizada, que passou pela visita a teatros congéneres em vários países europeus, seria determinante para a qualidade da resposta arquitetónica e tecnológica dada às encomendas públicas que se seguiram.
A ideia inicial para o que viria a ser o Teatro que adotou o nome de uma reconhecida pianista e professora portuense, Helena Sá e Costa (1913-2006), passava apenas por dotar a Escola de um espaço de representação para as Artes que ensinava através da adequação do pátio central a essa função. Contudo, e apesar de um escasso orçamento, da solução simplista de uma cobertura, o projeto acabaria por evoluir para a construção de um autêntico teatro, devidamente apetrechado em termos de mecânica de cena, também ela pensada e projetada no atelier de Oliveira Dias. Tal como as cadeiras "Flame" que preenchem e enchem de cor a sala com capacidade para mais de 200 lugares (176 na plateia e 48 no balcão). Este modelo de cadeira de teatro, inspirado nas linhas de uma harpa, foi especificamente pensado para satisfazer as múltiplas exigências deste tipo de salas. Construída pela Figueras International Seating, esta silenciosa cadeira equipa hoje em dia numerosos teatros e auditórios um pouco por todo o mundo, tendo sido, em 2007, numa versão em pele natural de cor azul-marinho, escolhida para a Sala de Imprensa da Casa Branca, em Washington.
O Teatro continua a servir as necessidades artísticas da comunidade escolar para a qual foi criado, mas contribui igualmente para a dinamização cultural da cidade do Porto, onde se insere. Com a sua aura de espaço encoberto, onde a engenhosidade da sua arquitetura requer a astúcia de um olhar mais atento para se deixar revelar, continua a suscitar interesse, como foi o caso recente de um grupo de alunos do Workshop de Arquitetura e Cinema orientado por Luís Martinho Urbano, em 2022, que aí realizou "A Dúvida", uma divertida curta-metragem que tem este Teatro como protagonista e que aqui partihamos. Nada como a ver e aceitar a proposta para entrar e fazer uma visita invulgar, onde somos conduzidos do palco à sala, e acedemos ao que por norma se esconde, da régie aos bastidores.
Filipe Oliveira Dias, filho de engenheiro e neto de arquiteto, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022, formou-se em Arquitetura na ESAP e doutorou-se na Universidade de Sevilha. Nasceu a 16 de outubro de 1963, no Porto. Faria hoje 60 anos.
TÁVORA NO TEMPO
Encontro
21 de outubro, 9h30-17h30, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
O Encontro Távora no Tempo reúne na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto personalidades convidadas a partilharem um pensamento crítico sobre a obra de Fernando Távora, nas suas múltiplas dimensões, consolidando o seu legado como uma referência maior no panorama da arquitetura nacional e internacional. Ao dinamizar um espaço de reflexão que reúne novos olhares sobre esta figura ímpar, pretende-se demonstrar a contemporaneidade das linhas de pensamento e ação de Távora, em particular junto das novas gerações de arquitetos.
Esta iniciativa, parte do programa comemorativo do centenário do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100- realiza-se também como um desdobramento da exposição Fernando Távora. Pensamento Livre, cuja abertura se assinala no dia anterior, na Fundação Marques da Silva. Entre as 11 e as 11h30, na Galeria da FAUP, será assim inaugurado o núcleo temático "Aulas", com curadoria de Manuel Correia Fernandes.
Távora no Tempo tem início às 9h30 e prolonga-se até às 17h30. A entrada é livre, apenas sujeita à limitação do espaço.
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Palacete Lopes Martins - Fundação Marques da Silva
20.10.2023 – 03.02.2024
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ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza
Fernando Távora. Pensamento Livre é uma exposição sintética da vida e obra do Arquiteto Fernando Távora, que procura - em 7 obras e 5 entradas temáticas - retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional. Com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano, Maria Manuel Oliveira, não tem, no entanto, qualquer intenção de se aproximar de uma mostra retrospetiva.
As obras presentes nesta exposição são: Mercado da Feira (1953/1959); Casa de Ofir (1957/1958); Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, em Matosinhos (1956/1960); Escola do Cedro, em Gaia (1957/1961); Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães(1972/1985);Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000); e Casa dos 24, antigos Paços do Concelho do Porto (1995/2003). As cinco entradas temáticas, complementares à exposição central, cada uma com o seu espaço e curadoria próprias, dão notícia da complexidade intelectual e cultural de Fernando Távora: "Referências", Ana Tostões; "Viagens", Sergio Fernandez; "Tratados de Arquitetura", Domingos Tavares; "Literatura Modernista", Celeste Natário; e "Aulas", Manuel Correia Fernandes, com este último núcleo a estender-se à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Será também lançado o Catálogo, onde se publica uma nota interpretativa de críticos da nova geração sobre cada uma das obras sete obras expostas: Pedro Levi Bismarck; Pedro Baía; Carlos Machado e Moura; Eliana Sousa Santos; Bruno Gil; Beatriz Serrazina; e Joana Restivo, respetivamente.
Fernando Távora. Pensamento Livre é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva e a ação central de Távora 100. Este programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.
O programa Távora 100 conta com o apoio do Banco BPI; Fundação la Caixa; DST Group; Tintas Cin; e a Efapel. A Fundação Marques da Silva integra a RPAC – Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.
Lançamento do Catálogo do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha
Visita guiada ao Estádio da Universidade da Maia (ISMAI)
14 de outubro, às 16h00, entrada livre
Em janeiro passado foi revelado o projeto vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitetura da Maia, João Álvaro Rocha: ISMAI – Estádio, um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro.
No próximo dia 14 de outubro, numa iniciativa dos promotores e organizadores deste Prémio, a Câmara Municipal da Maia e a APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, será lançado o respetivo Catálogo, numa edição bilingue, com o registo de todas as obras a concurso.
A sessão, com início às 16h00 e de entrada livre, terá lugar no próprio Estádio, sendo seguida de uma visita guiada pelos arquitetos Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro, dois dos coautores do projeto.
O Estádio para o Instituto Superior da Maia, atual Universidade da Maia, começou a ser projetado em 2012, com a sua construção a ser concluída em 2017. Como fez questão de sublinhar o Júri deste Prémio, "a obra requalificou a relação entre os edifícios do campus e entre estes e a paisagem, incluindo o Estádio e o horizonte marcado pela linha de metro, através da sensibilidade à topografia." A obra vencedora, que "demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa", está em pleno funcionamento, num efetivo cumprimento dos objetivos norteadores do projeto.
José Porto, uma arquitetura com muitas vidas e múltiplas geografias
José Luiz Porto conclui a sua formação académica, iniciada em Lisboa, na cidade suíça de Genebra, em 1913. Será aí que o seu percurso profissional começa a construir-se, mas como pintor-decorador. A década de vinte assinala não só a mudança para Paris como o princípio de uma nova etapa: a de arquiteto. Será nos anos 30 que a colaboração com os Engenheiros Reunidos ditará o seu regresso definitivo a Portugal. Fixa-se no Porto, ainda que Vilar de Mouros nunca saia do seu horizonte. Conquistará o primeiro prémio em vários concursos para grandes equipamentos públicos a construir na cidade e, entre outros projetos residenciais, será chamado a desenhar a mítica casa para Manoel de Oliveira, bem como alguns cenários para o filme Aniki Bobó. Será, contudo, a década seguinte a marcar um significativo alargamento do seu território de ação.
Portugal era então um território pluricontinental e José Porto será um dos arquitetos que, a partir da metrópole, vai assinar um conjunto de projetos em África, com particular visibilidade e impacto na cidade da Beira, capital da província de Sofala, no leste de Moçambique. Desde logo, o Anteprojeto de Urbanização, de autoria conjunta com o engenheiro Joaquim Ribeiro Alegre (1943-47), para o Gabinete de Urbanização Colonial, sedeado em Lisboa, parcialmente executado. Elevada a cidade em 1907, a Beira ia-se afirmando, pela sua localização estratégica, como um importante porto de mar: situada no centro do país e voltada para o Oceano Índico, ergue-se sobre a margem esquerda do rio Pungué, sendo atravessada pelo rio Chiveve. Pelos anos 40/50, num movimento liderado pela Companhia de Moçambique, a Beira atravessava um período de acentuada expansão e desenvolvimento, marcado pela construção de grandes equipamentos que continuam ainda hoje a ser um símbolo identitário do património urbano da cidade. Só José Porto, para além do Anteprojeto, viria a desenvolver um estudo para a Central Elétrica e para o Clube Náutico, o projeto para o Cineteatro Olympia, a remodelação dos Paços do Concelho e dos edifícios dos Correios e Telégrafos, bem como o icónico Grande Hotel da Beira, uma arquitetura sobrevivente em fantasmática ruína, mas com muitas vidas para contar.
Este Grande Hotel, que José Porto começa a projetar em 1946 para a zona nobre da cidade, em Ponta Gêa, documentado em cerca de vinte desenhos existentes no arquivo da Fundação Marques da Silva, em poucos anos conheceu a ascensão e queda. Considerado um dos mais imponentes e luxuosos do seu tempo em todo o continente africano, abriu as suas portas em 1955. Era composto por quatro blocos, unidos por corredores envidraçados, com a fachada do corpo principal, à imagem da casa da Rua da Vilarinha, a distinguir-se pelas suas linhas arredondadas. A horizontalidade do conjunto era sublinhada pelas galerias que percorriam todos os pisos, pontuadas por varandas, janelas e palas de proteção solar. Com 131 quartos, o edifício inseria-se num terreno com vegetação e incluía uma piscina de dimensões olímpicas e uma boîte. Ao seu lado, sobre o espaço público, foi colocada a escultura "A Mão", da autoria do artista plástico Jorge Garizo do Carmo. Oito anos após a sua abertura, em 1963, os seus proprietários consideraram insustentável a sua gestão. Defendem algumas fontes que acabaria por ser fatal o impedimento de abertura de um casino, mas a ocupação do Hotel, desde o início ficara aquém das expectativas, situação que a abertura do concorrencial Hotel Embaixador viria a agudizar. Apenas a piscina, no início da década de 70, viria a reabrir sob a responsabilidade da Comissão Técnica de Natação da Associação dos Desportos. Após a Independência e durante a guerra civil, entrou em acentuada decadência, primeiro com as caves a servirem de prisões improvisadas, depois para abrigo a refugiados. Nele vivem hoje, em condições precárias, cerca de 2.000 pessoas.
José Porto deixaria o projeto (que começara a ser construído em 1949) em 1953, ano em que António Arantes e Oliveira, um dos administradores da Companhia de Moçambique na Beira, contrata para acompanhar a conclusão das obras o arquiteto Francisco de Castro. Tinha entretanto em mãos, no Porto, projetos como o Hotel D. João I, o edifício Emporium e um estudo para um cinema na Rua Sá da Bandeira, assim como, desde 1946, começara a remodelar a antiga casa dos pais, em Marinhas (Vilar de Mouros), para nela se vir a fixar.
José Porto nasceu em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883, há 140 anos.
Távora - Identidade e Circunstância / Clássico e Moderno
Ciclo de Conversas
#2 | Domingos Tavares e Paulo Moura. Modera Luís Martinho Urbano
6 de outubro, 18h-19h30, anfiteatro de D. Pedro Pitões
O Ciclo Távora - Identidade e Circunstância, programado pelo Museu do Porto no contexto da exposição A urgência da cidade - O Porto e os 100 anos de Fernando Távora, pretende reunir antigos colaboradores, alunos e amigos deste Arquiteto, mas também profissionais de nova geração que inscrevem a sua visão e trabalho de arquitetura a partir do seu legado fundador.
Depois de uma primeira sessão, decorrida no passado dia 29 de setembro, com uma conversa entre Luís Aguiar Branco e Nicolau Brandão moderada por Teresa Cunha Ferreira que tinha por ponto de partida, "Távora: Aula e Festa", vai continuar no próximo dia 6 de outubro com novos intervenientes: Domingos Tavares e Paulo Moura, com moderação de Luís Martinho Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva. O tema desta próxima sessão é "Távora: Clássico e Moderno".
Este Ciclo, que decorre, assim o permitindo o tempo, ao ar livre, no anfiteatro de D. Pedro Pitões, anexo à Antiga Casa da Câmara, prevê ainda a realização de mais duas sessões: a 13 de outubro, "Távora: Português e Universal" (Antonio Esposito e Ana Tostões, moderação de João Rapagão) e 20 de outubro, "Távora: Presente e Futuro" (Andreia Garcia e Nuno Valentim, moderação por Álvaro Domingues).
Foram anunciados os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora:
Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista
Com o projeto Na Linha da Frente. A arquitectura do bunker nas linhas de defesa da Europa Central, Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista foram os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.
O Júri decidiu unanimemente por uma proposta que considerou ser "consistente, com um plano de viagem extremamente bem estruturado e pormenorizado, demonstrando preparação prévia rigorosa. O projeto apropria-se e reformula o próprio conceito de viagem, através da forma como os candidatos pensaram a relação com o território e a especificidade na aproximação a cada um dos lugares.” Especificou ainda que “um dos fatores que pesou na distinção desta proposta face às demais, prende-se com o seu conteúdo imagético e de fascínio por estes objetosarquitetónicos, de alguma forma ocultos e desconhecidos, inscrevendo-a numa reativação dos problemas de fronteira e de guerra que nos vêm afligindo. A proposta procura a discussão do passado destes objetos, também em Portugal, e da sua importância para a memória coletiva futura.”
A cerimónia, que contou também com uma conferência do arquiteto/fotógrafo Duarte Belo, Ininterrupta Viagem, decorreu ontem, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos.
O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, é organizado com o apoio da Fundação Marques da Silva, da Câmara de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, sendo patrocinado pela Ageas Seguros.
PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Anúncio do Vencedor da 19ª edição e Conferência por Duarte Belo
2 outubro, 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos
Cumprindo o que já é uma tradição, na próxima segunda-feira, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, vai decorrer mais uma sessão do Prémio Fernando Távora. Integrada no programa das Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a cerimónia incluirá o anúncio do vencedor da 19.ª edição e uma conferência pelo arquiteto/fotógrafo Duarte Belo: Ininterrupta Viagem.
O júri desta 19.ª edição é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arq.ta Andrea Soutinho (Fundação Marques da Silva), pela Arq.ta Ana Vieira (Casa da Arquitectura), pela Arq.ta Susana Ventura (OASRN) e pela Dr.ª Maria José Távora (família do Arquiteto Fernando Távora).
O Prémio, que tem o objetivo de continuar a perpetuar a memória de Fernando Távora, valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto direto com outras realidades na formação da cultura do arquiteto enquanto profissional, conta uma mais uma vez com as parcerias da Fundação Marques da Silva, da Câmara Municipal de Matosinhos, e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.
No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, o percurso e algumas obras de Celestino de Castro, Mário Bonito, Fernando Távora e José Carlos Loureiro estiveram em destaque. Foram estes os 4 arquitetos selecionados para a reflexão a fazer durante aquele que foi o segundo colóquio organizado pelo Colégio criado pela Ordem dos Arquitectos, em 2016, para proteção, salvaguarda e valorização do património arquitetónico construído e do ambiente, enquanto ato próprio da profissão e do seu envolvimento com a sociedade. E mais uma vez, a ideia subjacente a este momento de reflexão e partilha, assentou na presença de oradores, arquitetos e não-arquitetos, que puderam falar na perspetiva disciplinar do projeto, mas também do que decorre de uma ligação direta com o construído. Uma leitura feita nos dias de hoje sobre o que distingue os percursos destes arquitetos, como foi e/ou continuam a ser vividos os espaços que projetaram, enquadrando a sua ação no contexto urbano, político e social em que esta decorreu e se materializou.
Em comum, as vidas destes quatro arquitetos passaram não só por uma importante e continuada prática de projeto, como também pela participação cívica e pela carreira docente, mais ou menos longa, mas com uma forte repercussão nos jovens aspirantes à profissão que ajudaram a formar. Do que fizeram e da herança que deixaram ou do que significa habitar a sua arquitetura se falou neste colóquio, depois de uma intervenção inicial de Gonçalo Byrne a desenhar o quadro histórico, nacional e internacional, que permite compreender os seus posicionamentos individuais, cívicos e profissionais. Foi o traçar de um pano de fundo acompanhado do contraponto a esta nossa década de 20, cem anos passados, e aos novos desafios colocados aos arquitetos de hoje, expresso num desejo para que, também agora, num tempo de crescente instabilidade, a Arquitetura possa vir a ter um papel decisivo na criação de lugares de vida.
Sobre Celestino de Castro (1920-2007) falaram José Fernando Gonçalves e Paulo Seco. Se o primeiro apresentou um olhar transversal sobre o percurso do arquiteto, do CODA às propostas para a Avenida dos EUA, e de um homem de um grande engajamento social e político, que soube ser moderno sem nunca deixar que a ética se subjugasse à estética; o segundo apresentou o projeto de reabilitação que tem em curso na casa José Braga, no Porto, um projeto de Celestino de Castro da década de 50. Mário Bonito (1921-1976) foi apresentado por Helder Casal Ribeiro e pelo seu próprio filho, Sérgio Bonito. Casal Ribeiro, tomando como ponto de partida o texto deste arquiteto, "A Universalidade na Arquitectura", escrito em 1970, sublinhou o caráter polifacetado dos seus interesses, detendo-se depois em três obras: o CODA, o Pavilhão Ilhas Adjacentes; o Edifício Ouro; e o Estádio de Guimarães. Já o seu filho, numa intervenção a 2 vozes, porque feita sobre um testemunho do seu irmão Gabriel, depurou a paixão pelo cinema de Mário Bonito e o modo como esta se reflete nos restantes domínios da sua vida. Alexandre Alves Costa e Carlos Martins falaram de Fernando Távora (1923-2005). Alexandre Alves Costa devolveu-nos um entendimento mais íntimo e próximo de Fernando Távora, no entanto, sem deixar de especificar o que considera ser o seu contributo para a chamada Escola do Porto, defendendo a ideia da sua fidelidade ao Moderno como coisa inconclusiva, ou seja, a procura coerente de uma permanente contemporaneidade; o seu espírito ordenador, enquanto regra da sua intervenção; a sua heterodoxia. Por sua vez, Carlos Martins, antigo colaborador, adotou o guião em tempos feito por Fernando Távora e Luís Ferreira Alves, para estruturar a sua intervenção sobre duas obras referenciais: o Pavilhão de Ténis, "obra manifesto"; e a Torre dos 24, "obra testamento". O último conjunto de oradores convidados, Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, abordaram a obra de José Carlos Loureiro (1925-1922). Nuno Brandão Costa percorreu várias das obras dispersas pelo Porto, algumas menos faladas e estudadas, mas que, pela sua capacidade de diálogo com o lugar, na discrição das suas linhas exteriores, em muito contribuem para uma certa atmosfera da cidade: o edifício AXA, o Hotel Dom Henrique, os edifícios da rua Visconde Bóbeda, da rua Formosa, da rua Guedes de Azevedo, e, por fim também, o Tribunal de Barcelos. Já Paulo Vinhas, descrevendo o processo de transformação do auditório do Parnaso em habitação mostrou, na primeira pessoa, o que significa "habitar o Parnaso".
Um dia cheio, terminado pelas intervenções de Pedro Alarcão e João Appleton, numa síntese das várias comunicações, e de Diana Roth, sobre o trabalho que o Colégio Arquitectónico do Património tem vindo a realizar.
O Colóquio "Arquitectos. Geração de 1920" foi gravado e em breve deverá estar disponível para visualização no canal YouTube da Ordem dos Arquitectos.
Em 1969, Nuno Portas publica, na editora Livros Horizonte e com prefácio de Fernando Távora, o texto preparado para o concurso a professor do 1.º Grupo na EBAL, A Cidade como Arquitectura. Escrito num período de grande aproximação à "escola de Barcelona", e em particular a Oriol Bohigas, dada a sua ativa participação nos Pequenos Congressos que reuniam arquitetos portugueses e espanhóis, este ensaio representava, segundo o autor, o culminar de um processo de "abertura à cidade" iniciado com a sua anterior publicação, A Arquitectura para hoje (1964). Tratava-se de uma reflexão crítica sobre as questões da cidade-território, que tinha, desde então, vindo a reforçar com os contributos do trabalho desenvolvido com os alunos e pela experimentação levada a cabo no LNEC.
Nuno Portas faz questão de começar o livro com uma "provocação" aos novos arquitetos, expondo as convicções e desígnios que motivam a sua necessidade de dar a conhecer certas posições metodológicas, do problema que o move. Avança, depois, para a análise do tema, que aborda a partir de quatro coordenadas: "Método e Projecto"; "Projecto e Cidade"; "Cidade e Desenho"; "Desenho da Cidade e Ensino". Cada um destes capítulos vem acompanhado, no fim, por um conjunto de ilustrações e respetiva bibliografia, onde deixa transparecer um grande conhecimento e sentido de atualidade face ao panorama internacional do seu tempo, no domínio da arquitetura e urbanismo, seja em termos projetuais ou principais correntes teóricas. A pesquisa sobre o "fazer cidade", a preocupação com os problemas-chave da arquitetura na escala urbana, a constante atenção aos problemas da habitação, manter-se-ão, aliás, uma constante do seu percurso, bem documentada também no acervo doado à Fundação Marques da Silva.
Sobre A Cidade como Arquitectura, especificamente, Tiago Lopes Dias refere, em livro que esta Fundação e as Edições Afrontamento em breve publicará, que Portas, neste ensaio, vai estabelecer os limites do poder sedutor do imaginário de vanguarda e colocar os problemas do «desenho urbano» e do «arquitectar para o grande número» numa perspetiva não-utopista. Solà-Morales, que insistentemente, mas sem sucesso, lhe pedirá desde o início dos anos 70 para trabalhar uma versão em língua espanhola, a publicar pela Gustavo Gilli na coleção "Ciencia Urbanística", por si coordenada, continuaria, em 2005, a considerá-lo um livro seminal. Quase quatro décadas passadas, em 2007, viria a ser reeditado, embora ainda e apenas em português. Certo, porém, é que a leitura deste texto continua a fornecer matéria para renovada reflexão e a manter a sua atualidade e relevância, pela lucidez e fundamentação do discurso que nele flui e também porque neste "processo de dar sentido e forma ao que é eminentemente complexo na organização, expandido e descontínuo no espaço, indefinivel ou mutável no tempo: a cidade-território", estudado em termos de método e de crítica, neste livro para arquitetos e não arquitetos, como refere Távora a concluir o seu prefácio, "é, afinal, e únicamente, o Homem que está em causa."
Nuno Portas nasceu a 23 de setembro de 1934. Faz hoje 89 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Sobre as imagens: capa e páginas 174-5 do livro a cidade como arquitectura (obras do Grupo Juan XXIII, Fernando Távora e Álvaro Siza Veira); fotografia do acervo Nuno Portas (Simposyum de Castelldefels, 1972. Da esquerda para a direita, Oriol Bohigas, Helio Piñón, Maria Luisa Scalvini, Xavier Rupert Ventós e Nuno Portas).
Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, 10h00-18h00, Fundação Marques da Silva
Arquitectos. Geração 1920 foi o tema escolhido pelo Colégio do Património Arquitectónico para a realização do seu 2.º Colóquio, a decorrer no próximo dia 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, no Porto. Serão quatro os arquitetos em destaque: Celestino de Castro (1920-2007); Mário Bonito (1921-1976); Fernando Távora (1923-2005); e José Carlos Loureiro (1925-2022). Para cada um, dois testemunhos, dois oradores convidados. Será um dia completo, com sessões de manhã e de tarde, almoço incluído, a iniciar com uma comunicação de Gonçalo Byrne sobre o tema em debate, seguindo-se aos painéis dedicados a cada um deste quatro arquitetos um espaço de debate e o encerramento dos trabalhos.
Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva, instituição de acolhimento do Colóquio. Esta iniciativa, parte integrante do programa Távora 100, conta ainda com o apoio das empresas Diasen, SanJose, Sika Portugal e Azulima.
Para mais informações sobre Programa e condições de participação ver AQUI
Fernando Lanhas: a ânsia de tudo querer saber, de tudo querer entender
Fernando Lanhas dizia que "olhar um plano de cronologia não é pensar os acontecimentos, registar as datas, as descobertas. Há um significado a entender, o porquê do Homem tanto querer saber as coisas." Autor de cronologias várias, da criação do mundo ou da história dos fósseis à história do fabrico brinquedo, Fernando Lanhas tinha uma "noção da grandeza do tempo" e uma ânsia inesgotável de tudo saber. A sua atenção tanto se detinha na observação de fenómenos microscópicos, quanto se deixava atraír pela imensidão do Cosmos. Foi arquiteto de formação (ESBAP, 1941-47). No seu acervo existem cerca de uma centena de projetos documentados que ainda aguardam um olhar mais informado. No entanto, desde cedo os seus interesses foram-se desdobrando por outros domínios. Já nas primeiras cartas que troca com Fernando Távora*, seu colega de curso e mais tarde sócio, no início da década de quarenta, se percebe a importância da Pintura - moderna - e a vontade de explorar caminhos de diálogo entre as Ciências, as Artes e as Letras. "Eu não perco tempo. […] Eu procuro continuamente alguma coisa. Eu procuro uma essência. Procuro o conhecimento. Eu quero entender." (Fernando Lanhas, os 7 rostos, documentário de António de Macedo, 1988). Acabou por ser um visionário pragmático, algo filósofo, algo místico, um artista com um trabalho distinto, pessoal, por vezes desconcertante, um polímata capaz de atuar e de ser reconhecido pelo seu trabalho em vários domínios (arqueologia, astronomia, museologia, etnologia ou botânica). Foi radicalmente ele próprio ou, como diria Eugénio de Andrade, um "desirmanado".
Entre 1955 e 1962, Fernando Lanhas, que sistematicamente foi registando os seus sonhos, dedicou-se a pensar uma Casa do Espaço, um lugar onde a imaginação, tornada matéria, ampliaria a uma escala única os horizontes do conhecimento humano. Procurou e colecionou seixos e fósseis, mas nunca deixou de olhar o céu. Em contrapartida, em muitos dos seus projetos descobre-se uma particular atenção ao quotidiano, uma consciência da vida urbana, uma procura de resposta funcional aos problemas que tem para resolver, seja numa habitação, seja num grande equipamento. Em muitos deles a escada - interior ou exterior, sobretudo helicoidal - é um recurso recorrente. Será uma nota de modernidade, um elemento plástico e simultaneamente prático, de acesso e ligação. Só que é irresistível pensar que, com Lanhas, tudo parece ir para além do meramente visível e apetece propor-lhe outros significantes. Entre os seus esquissos e processos de projeto, como é o caso da Sede para a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (1983-89), vai-nos surpreendendo com escritos soltos, "degraus" que nos permitem mais uma aproximação ao seu enigmático mundo mental privado: "Prendemos em nós o nosso menino/ e não o dizemos./ Cedo não sentíamos os dias/ as horas nem as sabíamos./ Breve aprendemos os segundos./ É melhor decerto assim,/ crescer e ser menino."
Fernando Lanhas nasceu a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 100 anos.
* Troca de correspondência entre Fernando Lanhas e Fernando Távora (1943 e 1946) transcrita em Manuel Mendes (ed.), "O meu caso": Arquitectura, imperativo ético do ser. 1937-1947, Porto: Fundação Marques da Silva, FAUP, U.Porto Press, 2020, pp. 541-591.
José da Cruz Lima: esboçar um projeto de arquitetura
A 29 de dezembro de 1945, José da Cruz Lima defendeu na Escola de Belas Artes do Porto o seu "Projecto duma Casa de Habitação", apresentado a concurso para obtenção do diploma de Arquiteto (CODA). Uma cópia desse projeto encontra-se arquivada na Fundação Marques da Silva, enquanto documento integrante do seu acervo. É composto por 93 peças escritas e 8 peças desenhadas. José da Cruz Lima, na memória descritiva e justificativa que abre o dossier, prescinde muito pragmaticamente de nela inserir um qualquer preâmbulo, reflexão teórica ou enquadramento urbano. Pretende sim que a sua leitura dê "uma ideia segura do programa proposto" e que mostre "com suficiente clareza o modo como foi resolvido." Foca-se, portanto, na apresentação do projeto ou, como diria Manuel Botelho em "Os Anos 40: A ética da estética e a estética da ética", deixa que seja o carácter objetual da arquitetura a prevalecer.
Mas, no seu acervo encontram-se outros documentos que nos permitem saber que o CODA, num procedimento que era corrente, correspondia a um projeto para um cliente real, o industrial Manuel Rodrigues da Silva, casado, e que a residência, destinada a albergar o casal, uma filha, a sua professora "estrangeira" e uma criada, seria construída em Arrifana (Aveiro). E existe ainda um interessante conjunto de esquissos que dão testemunho do caminho percorrido, revelando algumas das questões que o arquiteto se foi colocando. Registos datados, pelo menos, de outubro de 1944, e que, para além de definirem o traço do seu autor, vão assim registando um modo de pensar arquitetura através do desenho.
Maria José Marques da Silva: do sentido do olhar à conquista de uma voz
Distam 25 anos entre uma e outra fotografia. Ambas se referem a sessões de homenagem a José Marques da Silva e ambas foram tiradas na Escola de Belas Artes do Porto; em ambas, e por razões distintas, se encontra ausente a figura homenageada, numa e noutra podemos identificar Maria José Marques da Silva.
Na primeira, que uma inscrição no verso nos diz tratar-se de 1928, Marques da Silva seria um dos elementos a ocupar a mesa presidida por Guedes de Oliveira para onde se dirigiam os olhares do público. A sessão tinha sido uma iniciativa dos estudantes do Curso Especial de Arquitetura Civil, com Luís Benavente como seu porta-voz. Neste plano da sala, voltado para a assistência, o olhar recai sobre o canto inferior direito da fotografia, onde se destacam três figuras femininas: Maria José Marques da Silva (então com quase 14 anos), a sua mãe, D. Júlia, e a sua tia, D. Amélia Lopes Martins. Poucos anos depois, Maria José começaria o seu percurso nessa mesma Escola, que frequentaria entre 1933 e 1943.
Outras homenagens ao seu pai acabariam por vir a acontecer, seja por iniciativa dos alunos (1939), seja por iniciativa da Direção da Escola (1941). Maria José tornara-se, entretanto, a primeira mulher arquiteta pela Escola do Porto e exercia arquitetura em atelier conjunto com o seu marido, também arquiteto, David Moreira da Silva.
A segunda fotografia remete-nos para dezembro de 1953. O foco não incide agora no público, mas sim na mesa de honra da Sessão Solene, presidida por Carlos Ramos. Tratava-se de um dos atos do programa de homenagem a José Marques da Silva, organizado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, a Academia Nacional de Belas Artes, o Sindicato Nacional dos Arquitetos e alguns dos discípulos de Marques da Silva, seis anos após a sua morte. Maria José, depois de, no dia anterior, ter descerrado o fac-símile da assinatura do seu pai na fachada do Teatro de S. João, discursava na qualidade de filha do homenageado. Participaria ainda, mostrando o seu trabalho, na exposição e catálogo então realizados.
Mas a defesa do legado do pai seria, até ao final da vida, um desígnio constante de Maria José Marques da Silva. Em 1986, na qualidade de Presidente da Secção Regional Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses (1984-87), caber-lhe-ia liderar a organização da quarta edição do Congresso da AAP, que neste ano teria lugar no Porto, e, conjuntamente, da exposição J. Marques da Silva, Arquitecto, 1869-1947, na Casa do Infante. Será no contexto desta última celebração que tornará público, pela primeira vez, o desejo de vir a criar uma fundação.
Maria José Marques da Silva nasceu a 7 de setembro de 1914.
Depois de Fernando Távora: Conversas, primeiro livro publicado no contexto do projeto de investigação Novo/Antigo (uma iniciativa do CEAU/FAUP), chegou a vez de Fernando Távora: Obras. Completa-se assim o díptico dedicado ao trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido pelo arquiteto Fernando Távora. Com coordenação de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, este segundo volume, em edição bilingue (pt/eng), resulta igualmente da parceria estabelecida entre as Edições Afrontamento, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Amplamente ilustrado, Fernando Távora: Obras reúne textos dos coordenadores, de Rui Fernandes Póvoas; José Bernardo Távora, José Miguel Rodrigues e Andrea Ugolini, e sistematiza a investigação realizada sobre 14 obras, entre as mais representativas e outras menos conhecidas, mas sempre obras cuja documentação ou informação disponível permitiu documentar os três momentos propostos para análise: a preexistência, o projeto e o após intervenção. No seu conjunto, definem um arco temporal que vai de 1950 a 2003. O trabalho de investigação apresentado neste livro, para além de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, integrou ainda o contributo de Maria Milano e Fernando Cerqueira Barros. O novo livro encontra-se já no circuito comercial e pode ser adquirido tanto na Fundação Marques da Silva, como na Feira do Livro.
«É conhecido o pensamento do filósofo chinês Lao Tsé quando afirma que "uma casa não é constituída pelas suas quatro paredes mas pelo espaço que elas limitam".
[...] nascido no Porto, cidade granítica por excelência, sempre tenho vivido nessa cidade, em velha casa também construída em semelhante material.
Daí a minha afirmação [...] de que o granito me acompanha "desde a minha infância", numa íntima relação que julgo para mim de capital significado. [...] o termo granítico mais do que referir-se ao manuseamento e utilização de um tipo de pedra, ultrapassa tal referência construtiva para significar um modo de ser, uma condição humana, um padrão, quási uma segunda natureza, um conceito de vida e do modo de vivê-la.
É conhecida a importância da relação do homem com o seu meio físico e, no caso português é clara a natureza do homem do granito cujo sentido caminha paralelamente entre a dureza e a plasticidade, a autoridade e a nobreza, a clareza e a decisão, a força e a permanência, características que podem manifestar-se em conceitos arquitectónicos de natureza decorativa ou construtiva, mas devem ser ultrapassados por conceitos de ordem moral, cultural, social e económica.
O "granito da minha infância" não é, com efeito, apenas um material que desde sempre envolve a minha existência física e utilizo na minha prática profissional, mas, muito mais do que isso, um espírito que determina a minha pessoa e toda a minha obra.»
Porto, Novembro de 1999*
Completam-se hoje cem anos sobre o nascimento de Fernando Távora, a 25 de Agosto de 1923. No ano anterior ao do texto citado (texto datilografado encontrado pelo seu filho, o também arquiteto José Bernardo Távora), numa entrevista publicada na revista Documents de Projectes d’Arquitectura, num número especial dedicado à sua obra, Távora afirmou: «Tenho uma pintura, um Pantocrator catalão do século XIV que comprei num leilão, que tem um alfa e um ómega inscritos. Todos nós somos, em certa medida, o alfa e o ómega. Somos o fim, mas também o princípio de algo.» Ao longo deste ano muitas serão as iniciativas pensadas para celebrar a vida e obra deste Arquiteto, para refletir sobre a importância e significado do seu legado.
Ao longo de um ano serão mais de trinta as iniciativas que vão celebrar, em diversas cidades do país, o centenário do Arquiteto Fernando Távora.
O programa arranca hoje, com a inauguração da exposição "A urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora", na Antiga Casa da Câmara (Casa dos 24), no Porto, seguindo-se amanhã, em dia de aniversário, 25 de agosto, a inauguração da exposição da Galeria da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos.
Outubro será o mês em que se inicia o programa de iniciativas organizado pela Ordem dos Arquitectos, Fundação Marques da Silva, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Através do Site Távora100.pt poderá ir acompanhando o que vai acontecendo, assim como pela página de Instagram távora_100 que, a partir de hoje, publicará diariamente imagens, notícias e outra informação relativa a Fernando Távora.
"Comemoração dos 100 anos do nascimento do Arquiteto Fernando Távora (1923–2005)"
25 de agosto a 23 de setembro, Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca
A 25 de agosto, dia de aniversário de Fernando Távora, às 18h, na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, vai inaugurar mais uma exposição comemorativa do centenário deste arquiteto.
"Trata-se de uma exposição documental com a apresentação de imagens e plantas representativas (integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal de Matosinhos), dividindo-se em três núcleos distintos: Projetos realizados pelo Arquiteto; Projetos iniciados por Fernando Távora e concluídos por Álvaro Siza Viera; e Projetos não realizados."
Refira-se que, em Matosinhos, Fernando Távora deixou, entre outros, a sua assinatura em projetos icónicos, como é o caso da reabilitação da Quinta da Conceição e do Pavilhão de Ténis aí implantado, assim como, anos mais tarde, a recuperação e adaptação a museu da Quinta de Santiago.
Esta exposição, organizada pela Câmara de Matosinhos, também anunciada no programa Távora 100, manter-se-á patente ao público até 23 de setembro. De entrada livre, pode ser visitada de segunda a sexta feira das 9h às 19h, e aos sábados entre as 9h30 às 12h30 e entre as 13H30 e as 17h30.
A Feira do Livro do Porto está de regresso e a Fundação Marques da Silva vai marcar presença
25 de agosto - 10 de setembro, Jardins do Palácio de Cristal
Com "Todas as Palavras" e a figura do escritor Manuel António Pina em destaque, está quase a começar a edição 2023. Neste regresso aos Jardins do Palácio, a Fundação Marques da Silva volta também a marcar presença, com alguns dos seus títulos disponíveis a preços promocionais no Pavilhão n.º 27, da U.Porto Press, a editora da Universidade do Porto, e no Pavilhão das Edições Afrontamento.
A Feira abre já a 25 de agosto e prolongar-se-á até 10 de setembro.
Os horários de abertura são, de 2ª feira a 6ª-feira, às 12:00, e aos sábados e domingos, às 11:00. Pode ser visitada até às 21:00, de domingo a quinta feira, e até às 22:00, às sextas e sábados.
A URGÊNCIA DA CIDADE - O PORTO E 100 ANOS DE FERNANDO TÁVORA
exposição, antiga casa da Câmara
24 de agosto - 29 de outubro 2023
A exposição A Urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora, com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, vai inaugurar, na Antiga Casa da Câmara, no próximo dia 24 de agosto, reabrindo assim ao público este espaço simbólico, também conhecido por "Casa dos 24", projetado por Fernando Távora entre 1995 e 2003.
A Exposição, o primeiro momento de um vasto programa celebratório do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100-, que se prolongará até setembro de 2024, visa "a história da cidade, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea", lançando em simultâneo um olhar sobre a vida e obra de Fernando Távora, uma figura singular, pela sua formação, pensamento e ação.
Esta iniciativa do Museu do Porto contou também com o apoio da Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se acolhe o importante e vasto arquivo e biblioteca do Arquiteto Fernando Távora.
A Exposição manter-se-á patente ao público até 29 de outubro e poderá ser visitada de terça a domingo, entre as 12h e as 19h.
Fotografia: "processo técnico ou artístico de produção de imagens através da fixação da luz refletida pelos objetos numa superfície impregnada com um produto sensível às radiações luminosas." Eis a primeira entrada do dicionário da Porto Editora, quando procuramos o significado da palavra "fotografia". E prossegue com outras possíveis aceções, sabendo nós que quando falamos de "fotografia", enquanto tema, se abre um horizonte quase infinito de sentidos e de possíveis aproximações. Hoje é Dia Mundial da Fotografia. Este ano, mais do que centrar a atenção no objeto em si, fazemos o caminho inverso, em direção ao ponto de partida de um processo que implica, se falarmos em termos profissionais, todo um manancial de instrumentos, que vai das máquinas analógicas ou digitais a um simples fotómetro, meios de revelação incluídos. E detemo-nos no primeiro momento, o de "saber olhar", o da procura do ângulo e da luz certa que leva ao gesto, ao ato de fotografar. Uma fotografia revela sempre o olhar distintivo, a singularidade do seu fotógrafo.
E aqui temos um fotógrafo em ação, Paulo Catrica, a explorar o interior da Casa dos 24, num espaço se prepara para dar a ver a exposição do Museu do Porto, "A Urgência da Cidade - O Porto e 100 anos de Fernando Távora", a inaugurar no próximo dia 24 de agosto, e de onde sairá uma das fotografias da autoria deste fotógrafo que vai poder descobrir na exposição "Fernando Távora. Pensamento Livre", na Fundação Marques da Silva, duas das iniciativas do programa Távora 100.
A fotógrafa que "apanhou" o fotógrafo em flagrante foi Telma Dias.
Octávio Lixa Filgueiras: o anteprojeto para o Museu Etnográfico de Viseu
O convite para desenvolver o anteprojeto para a instalação de um Museu Etnográfico na Casa do Adro, por parte da Junta Distrital de Viseu, no final da década de sessenta do século passado, parece ter representado para Octávio Lixa Filgueiras uma possibilidade única de congregar vários dos interesses que sempre o acompanharão ao longo da vida: arquitetura, arqueologia naval, etnografia e museologia. Com o atelier instalado na R. Barão de S. Cosme e com Alexandre Vasconcelos como colaborador, apresenta, no contexto de adaptação da Casa do Adro, uma proposta de construção de um novo edifício, em terreno adjacente. Aqui ficaria instalado o Museu, onde se poderia expor um Rabelo original, peça de exceção que entretanto descobrira em Melres, assim como um Xalavar, barco do Furadouro usado na pesca de arrasto (Xávega), e uma Barca Serrana, isto sem obstar a exposição de outras tradições e artes populares. Observando os vários esquissos e peças desenhadas do projeto, até se poderia afirmar que a própria forma do edifício se assemelharia ao casco de uma grande embarcação. Desconhecem-se os motivos que terão levado a que este plano tivesse sido abandonado, sendo que a sua construção teria exigido um grande investimento. Octávio Lixa Filgueiras prosseguiria, porém, durante mais algum tempo com o trabalho centrado apenas na reabilitação, ampliação e adaptação a Museu Etnográfico da preexistente Casa do Adro, já com a colaboração de Álvaro Cancela Meireles, a quem pediu, durante a década de setenta, que o substituisse e que, por sua vez, também o viria a abandonar antes da sua conclusão. O que hoje existe não corresponde ao projeto arquitetónico e museográfico inicialmente idealizado por Lixa Filgueiras, mas no arquivo da Fundação Marques da Silva permanecem os desenhos e alguma documentação escrita a testemunhar esse sonho de construir um museu de raiz onde também as embarcações tradicionais portuguesas pudessem conquistar um espaço de visibilidade.
Nascido no Porto, a 16 de agosto de 1922, o arquiteto Octávio Lixa Filgueiras faria hoje 101 anos.
Assim foi a apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente
Na passada sexta-feira, os Jardins da Fundação abriram-se para deixar entrar miúdos e graúdos. De forma descontraída, Artur Prudente foi apresentando a sua instalação a quem vinha chegando. Este trabalho de (re)construção da paisagem, com o foco em zincogravuras, foi o resultado da sua micro-residência artística, que ainda terá direito a uma publicação, também ela reflexo do seu trabalho de arquelogia tecnológica em matéria de impressão.
O mês de agosto aí está, mas estamos já a preparar o muito que a partir de setembro irá acontecer na Fundação Marques da Silva. Boas Férias!
Construção da Paisagem:
micro-residência artística de Artur Prudente
4 de agosto, Jardins da Fundação, 17h-20h
Se está pelo Porto, na próxima sexta-feira, 4 de agosto, traga uma manta e venha passar o final da tarde nos jardins da Fundação Marques da Silva. Poderá então passear pelo espaço e assistir à exposição/apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente, Construção da Paisagem, a acontecer no galinheiro, agora transformado não em bancada mas em palco, aliás, como todos os espaços anexos, antigos lugares onde habitaram também patos, pavões e póneis.
Ao longo das últimas semanas, Artur Prudente fez a sua leitura destes lugares suspensos no tempo, procurando pormenores e recantos que deixam entrever o preciso momento que atravessam, nessa possibilidade de um futuro que lhes dará nova forma. Fotografou-os e fez das imagens obtidas material de recriação artística, submetendo-as à técnica da zincogravura. Neste trabalho de arqueologia de espaços e técnicas de impressão em diálogo com um arquivo, umas e outras, fotografias e gravuras, nesta sua dupla dimensão documental e artística, passarão depois a fazer parte da Fundação, e serão ainda trabalhadas para um livro-registo a publicar através do recurso à técnica da diazotipia.
Para já, entre as árvores de fruto, nos terrenos salpicados de hidranjas e de agapantos, poderá estender a sua manta e ficar a conhecer melhor a reconstrução e reencenação desta paisagem que Artur Prudente tem para nos mostrar. A entrada é pelo portão da Rua Latino Coelho, n.º 444.
Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, Fundação Marques da Silva
A 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, vai decorrer o 2.º Colóquio promovido pelo Colégio do Património Arquitectónico. "Arquitectos. Geração de 1920" será o tema desta edição e já se encontra confirmada a participação de Gonçalo Byrne, para a conferência de abertura, e as intervenções de José Fernando Gonçalves e Paulo Seco, sobre Celestino de Castro; Gabriel Bonito e Helder Casal Ribeiro, sobre Mário Bonito; Alexandre Alves Costa e Carlos Martins, sobre Fernando Távora; e Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, sobre José Carlos Loureiro.
Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva, instituição de acolhimento do Colóquio.
Em breve serão divulgadas mais informações sobre o programa e forma de inscrição.
Decorreu ontem a segunda parte de "Saal - Miragaia", uma iniciativa da Confederação - colectivo de investigação teatral desenhada a partir da residência de Ricardo Medina. O momento incluiu uma visita pelo território, com passagem pelas arcadas de Miragaia, pelo Monte dos Judeus e pela Calçada das Virtudes; e o lançamento de um caderno, com design de Macedo Cannatà, onde se partilha agora o resultado da investigação que foi sendo realizada sobre a "Operação Miragaia", desenvolvida entre entre 1975/76, sob coordenação de Fernando Távora. O trabalho de recolha documental e de enquadramento histórico levado a cabo por Ricardo Medina foi moldado pela procura de entendimento das ideias que sustentaram a proposta então apresentada. Através dele tentou dar corpo a uma reflexão sobre o que ficou deste projeto, não construído, sobre o que permanece (in)visível da visão humanista de Fernando Távora e que continua a ter significado neste tempo que é o nosso.
Quem estiver interessado no caderno, apenas necessita contactar a Confederação através do email: online@confederacao.pt.
Este projeto de investigação, desenvolvido no âmbito do programa Cultura em Expansão, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
António Cardoso, o autor do livro O arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX, teve um papel determinante no processo de criação da Fundação Marques da Silva e na construção do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso. Historiador de formação, artista por convicção e um comunicador de excelência, trabalhou sobre a memória sem nunca perder o sentido do seu tempo. Nasceu em Amarante, a 21 de julho de 1932, e veio a falecer no Porto, a 3 de junho de 2021.
Em 2022, na Casa-Atelier José Marques da Silva, inaugurou-se a exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência. Partilha-se agora o testemunho de Susana Cardoso, que teve lugar na sessão de abertura na dupla condição de filha e curadora. Uma memória mais intíma que deixa ver como público e privado se intersetam nesta figura ímpar.
SAAL - Miragaia
Residência / Percurso / Publicação
23 de julho, 17h, Auditório do Grupo Musical de Miragaia
SAAL – Miragaia resulta da residência do arquiteto Ricardo Medina em Miragaia, ao longo do ano de 2022. Tendo como objetivo perceber o que aconteceu neste território no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, nomeadamente os esforços, motivações e movimentações que tiveram lugar durante o tempo que decorreu o processo SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local – e qual o seu lastro ao longo das décadas seguintes, este projeto quer dar a conhecer as personagens, sítios e paisagens que fizeram parte e construíram este momento. A Brigada Técnica de Miragaia, assim se nomeava a equipa coordenada pelo arquiteto Fernando Távora (1923-2005), estava integrada no SAAL/Norte, tendo colaborado intensamente com a Associação de Moradores de Miragaia, fundada em 1976. E foi nesse choque de ideias, vontades, urgências e tempos que este projeto caminhou. A investigação realizada passou, entre os vários arquivos consultados, pela Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se encontra o acervo documental e bibliográfico de Fernando Távora.
Em continuidade com o trabalho desenvolvido na última edição do Cultura em Expansão, vai acontecer, no próximo dia 23 de julho, com início às 17h, no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, uma nova apresentação do SAAL – Miragaia e na qual Ricardo Medina propõe uma outra forma de contacto com aquilo que aconteceu em Miragaia no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Neste evento, para além de uma visita será ainda apresentada uma nova publicação sobre o SAAL – Miragaia que tem como objetivo deixar uma síntese dos estudos e pesquisas resultantes da residência de 2022.
A participação é gratuita, mas limitada a 50 pessoas. Reservas: online@confederacao.pt.
Lançamos hoje, em dia de homenagem a Alexandre Alves Costa, mais uma edição da Newsletter da Fundação Marques da Silva. Começamos por dar notícia de uma exposição que está para terminar, enquanto outra se prepara para chegar, mas há muito mais para descobrir...
Há uma nova ferramenta ao alcance de todos, o site heritageatlasporto.pt, um "repositório" pensado para acolher um amplo conjunto de dados relativos a projetos de intervenção sobre o construído. Estruturado com base numa matriz comum - arquitetos formados na ESBAP -, dá a conhecer 150 obras que nos são apresentadas com recurso a fotografias, mapas, testemunhos, memórias descritivas dos respetivos autores e outra documentação de arquivo, bem como através do redesenho do projeto, onde os vermelhos e amarelos se assumem como linhas orientadoras fulcrais para a leitura do sentido da intervenção realizada. Um trabalho de sistematização, a percorrer a memória do processo de cada projeto, isto é, o antes, o durante e o depois, e que se desdobra num projeto editorial, paralelo e transversal. Esta recolha de informação, nem exaustiva nem conclusiva, pretende possibilitar mútiplas abordagens, seja sobre o conhecimento dos objetos em si, os edifícios intervencionados; seja sobre os autores dos projetos e sobre esse território comum a todos que é escola do Porto; seja ainda enquanto instrumento pedagógico para as novas gerações de estudantes ou enquanto contributo para renovadas reflexões sobre a prática atual de intervenção no património.
Esta investigação, coordenada por Teresa Cunha Ferreira e Rui Póvoas, foi desenvolvida no âmbito do projeto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, no CEAU/FAUP, e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
O novo site e o projeto editorial, ambos ainda em curso e em atualização, mas onde as obras selecionadas deixam bem patente a diversidade de caminhos percorridos, foram apresentados no Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, decorrido no passado dia 10 de julho, na Faculdade de Arquitectura da U.Porto. O conferencista convidado foi Martin Boesch, que abordou, no decurso da sua comunicação, a investigação/exposição sobre Tessenow (Mendrisio, 2022), o projeto desenvolvido para o Kurtheater, em Baden, e a sua experiência de ensino em Mendrisio. Durante a manhã, intervieram ainda e para além dos coordenadores de Novo/Antigo, David Ordonez Castañón, José Miguel Rodrigues, Mariana Correia e Gonçalo Canto Moniz. Da parte da tarde, o programa versou sobre práticas de projeto mostradas pelos próprios autores: Adalberto Dias, Sergio Fernandez, Alexandre Alves Costa, Pedro Ramalho e João Mendes Ribeiro. A jornada concluiu-se com um debate final, moderado por Jorge Figueira e Nuno Valentim.
Homenagem a Alexandre Alves Costa
Dia Nacional do Arquitecto - Ordem dos Arquitectos
18 de julho, 18h, sede nacional (Lisboa)
Por decisão unânime do Conselho Diretivo da Ordem dos Arquitectos (OA), Alexandre Alves Costa vai ser homenageado no Dia Nacional do Aquiteto, que este ano se realiza a 18 de julho.
Alexandre Alves Costa fez do real a sua centralidade. Dialogou com o fluir da história, dela se tornando um atento conhecedor, mas sempre habitou um vasto universo cultural e poético que, aliado a uma fina intuição, desde muito cedo o ajudou a olhar e compreender o seu presente. A sua obra reage com o lugar, consequência desse desejo constante de participar na construção do futuro. E sempre pensou sobre Arquitetura, pois fazê-lo é pensar sobre a vida.
Alves Costa iniciou a sua formação na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde estabeleceu laços que perduraram ao longo dos tempos com Fernando Távora e Álvaro Siza, entre muitos outros. E aqui o vemos, no início da década de 60, numa visita de estudo a Coimbra com a sua turma do 2.º ano do Curso de Arquitetura ou na Piscina das Marés, no tempo em que iniciava a sua prática projetual, enquanto colaborador no atelier de Siza. Seja como arquiteto (sobretudo a partir da década de 70 com Sergio Fernandez, com quem partilha o Atelier 15) seja como professor de várias gerações de estudantes de arquitetura (no Porto, em Coimbra ou no Minho), o seu testemunho tem sido exemplar. Membro honorário da OA, Alexandre Alves Costa é também membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, instituição à qual doou, juntamente com Sergio Fernandez, o seu acervo profissional.
O Dia Nacional do Arquitecto visa celebrar anualmente a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquitecto em Portugal, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a 3 de Julho de 1998, assim como a data de revogação do Decreto 73/73 com a publicação da Lei 31/2009, a 3 de Julho de 2009.
A sessão deste ano terá lugar, como referido, a 18 de julho, no Auditório Nuno Teotónio Pereira (sede nacional da Ordem dos Arquitectos, Lisboa) e inicia-se às 18h.
Prémio Fernando Távora - 19.ª edição
candidaturas abertas até 7 de agosto
Até 7 de agosto, ainda é possível concorrer à 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Este Prémio, promovido anualmente em memória da figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitecto e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem.
Na 19ª edição, a bolsa de viagem tem um valor de € 6.000,00, e o júri do Prémio é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arqª Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), pela Arqª Ana Vieira (indicada pela Casa da Arquitectura) e pela Arqª Susana Ventura (em representação da OASRN) e, também, pela Drª Maria José Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).
A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta também com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, como instituições parceiras, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
Colóquio | Novo/Antigo: Escola do Porto
10 de julho de 2023, 2.ª feira, 10h00-18h30, Auditório Fernando Távora
O Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, coordenado por Teresa Cunha Ferreira e Rui Fernandes Póvoas, é uma iniciativa do CEAU/FAUP que decorre no âmbito do Projecto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto e conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva.
O colóquio pretende debater e disseminar práticas de intervenção no construído desenvolvidas por arquitetos diplomados pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, nos quais se reconhece um legado pedagógico para a prática profissional dos arquitetos. No seu programa está incluída a apresentação de práticas de projeto por Martin Boesch, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (Atelier 15), Pedro Ramalho, Adalberto Dias, João Mendes Ribeiro e Eduardo Souto de Moura. E será também apresentado o projeto de investigação e o e-book Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, editado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez-Castañon e Rui Fernandes Póvoas, onde se propõe um olhar renovado sobre práticas de intervenção no construído, através de uma narrativa crítica do processo de projecto e obra (antes, durante e após a intervenção).
TÁVORA 100
A apresentação do programa de comemoração do centenário do nascimento de Fernando Távora
A 25 de agosto passam 100 anos sobre o nascimento de Fernando Távora e um conjunto de instituições agregaram-se em torno da vontade comum de celebrar a sua vida, a sua obra e o seu legado. Fernando Távora foi um arquiteto com uma profundidade cultural e intelectual invulgares, alguém que viveu intensamente o seu presente, mas com um percurso e linhas de pensamento que o projetam para além do seu tempo. O centenário será agora a oportunidade para renovar leituras sobre o sentido desse legado, para promover debates e revisitações, para afirmar a contemporaneidade do seu discurso. Um ano a convocar cem.
Esse programa comemorativo – Távora 100 - constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. A elas se uniram outras instituições parceiras da iniciativa e que, também elas, se fizeram representar na sessão de apresentação do Programa, decorrida no passado dia 30 de junho, na sede da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN).
As várias intervenções foram unânimes no reconhecimento da importância de manter presente a herança polifacetada e a “discursividade tavoriana” para as novas e futuras gerações. Exposições, conferências, debates, visitas guiadas, lançamento de livros, e muito mais, iniciativas comuns e individuais das várias instituições envolvidas vão preencher este Programa que se dirige, muito para além da comunidade dos arquitetos e da comunidade educativa, à população em geral. Todas as ações programadas passaram também, a partir do passado dia 30 de junho, a estar disponíveis no site especificamente criado para o efeito: tavora100.pt.
Tendo como destaque a notícia do lançamento do site "tavora100.pt" para divulgação do Programa de Celebração do Centenário do Arquiteto Fernando Távora, publica-se hoje uma nova edição de Newsletter da Fundação Marques da Silva.
Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora
Conheça o Programa em "tavora100.pt"
A partir de hoje, através do site tavora100.pt, dá-se a conhecer o Programa de Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora, organizado conjuntamente pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Aí se divulgam as iniciativas centrais do Programa, bem como um extenso calendário de actividades propostas pelas instituições organizadoras e parceiras deste projecto de celebração da vida e obra do Arquitecto Fernando Távora.
Atos em Conversa: SUSTENTAR
Bienal ´23 Fotografia do Porto
30 de junho, 19h, Pr. da Alegria (Porto)
A Bienal ´23 Fotografia do Porto trouxe à Fundação Marques da Silva a exposição Green Roofs, Grey Roofs, um projeto integrado no núcleo Sustentar, que tem Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Amanhã, às 19h, na Praça da Alegria, juntamente com artistas e especialistas envolvidos nas restantes exposições pertencentes a este núcleo, "Inter-relações", "Atravessar a Matéria do Tempo" e "Petricor", Inês d´Orey (artista convidada de Green Roofs, Grey Roofs), Luís Urbano (curador e Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva) e Lara Dias (da ANCV Green Roofs) vão participar numa conversa moderada por Virgílio Ferreira em torno deste tema central: SUSTENTAR.
Ontem foi dia de mais Visitas-Oficina a Green Roofs, Grey Roofs, na Fundação Marques da Silva. A exposição entra agora nos seus últimos dias. Até sábado, 1 de julho, ainda poderá (re)descobrir as coberturas verdes tornadas visíveis por Inês d´Orey.
Curadoria: Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira
Artista: Inês d´Orey
Organização: Bienal´23 Fotografia do Porto
Parceiros: Fundação Marques da Silva, ANCV Green Roofs
Fernando Távora nasceu no dia 25 de Agosto de 1923. Para celebrar o centenário, mas também a vida e obra de uma figura maior da cultura e arquitectura portuguesas, a Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho propõem um programa de iniciativas, designado Távora 100, a decorrer entre Agosto de 2023 e Setembro de 2024, e que será tornado público a 30 de Junho.
O que fazer perante fotografias que nos deixam mais perguntas do que respostas? Temos de aceitar que estamos perante um enigma e - por que não? - partilhá-lo, na esperança de que alguém possa ter algo a acrescentar. Referimo-nos a um conjunto de 7 fotografias integradas no acervo de João Queiroz. Delas conseguimos apenas identificar o lugar, pois podemos afirmar, com bastante segurança, que se tratam de registos de uma das muitas exposições que a nave central do Palácio de Cristal, no Porto, foi acolhendo, desde a sua criação em 1865. Mas qual e quando? É o momento de avançar com algumas hipóteses, ainda que vagas. Duas destas fotografias, exatamente as que registam o Stand da Fiat têm um carimbo no verso: "João Queiroz, Arquitecto". Ora sabemos, por exemplo, que João Queiroz concluiu o Curso de Arquitetura Civil na Escola de Belas Artes do Porto em 1920 e que obteve o Diploma de Arquiteto em 1926. E, por outro lado, sabemos que a Fiat saiu vencedora do Grand Prix de France, distinção que tão orgulhosamente se anuncia no Stand fotografado, em 1922, com Felice Nazzaro. Este seria, aliás, o ano em que, no Palácio de Cristal, se organizou uma estrondosa receção aos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral. A par destas fotografias existem outras 3 relativas a uma escultura e, muito em particular, a um alto-relevo de uma águia a voar sobre uma onda, com a Cruz da Ordem de Cristo em pano de fundo. A peça é rematada pelo brasão da cidade do Porto e ostenta duas inscrições: "Junho MCMXXII" e "Azas Eternas". Mas esta não parece ser uma exposição nem vocacionada para o evento nem estritamente dedicada à indústria automóvel, embora disso nos cheguem notícias. Pertencerão estas fotografias, onde apenas algumas apresentam o selo da Casa Alvão, a uma mesma série? Diz-nos, por outro lado, a Ilustração de outubro de 1926 que aqui se realizou uma importante Exposição das Indústrias Portuguesas, onde a variedade de temáticas aqui fotografadas se poderia enquadrar. Um novo dado a considerar, só que nada mais nos permite do que avançar com a hipótese de, muito provavelmente, se tratar de algo passado durante a década de 20 do séc. XX, hipótese essa que a imagem do Stand exterior ajuda a reforçar.
Com o lugar e o período cronológico mais ou menos traçados, passamos à questão seguinte: qual a razão que levou João Queiroz a obter e guardar estas fotografias? Seria o interesse pelos carros, pelas linhas arquitetónicas do Stand da Fiat ou, até mesmo, existiria algum envolvimento na conceção da sua estrutura, daí que estas duas fotografias tenham sido especificamente distinguidas com o seu carimbo pessoal? Não sabemos, claro. E a existência de fotografias focadas noutros Stands, por exemplo o dos Lanifícios Chemina de Alenquer, os aparelhos eléctricos de BEMFICA ou as perspetivas gerais da nave onde se destaca a publicidade ao Primeiro de Janeiro ou à Ourivesaria Aliança, não será supreendente se pensarmos que João Queiroz era coproprietário e fundador da Casa Sant´Ana, uma loja de artigos decorativos situada na rua da Santa Catarina, bem perto do seu atelier. Só que há que considerar ainda um outro elemento: todas as fotografias registam o espaço sem visitantes e, no caso do Pavilhão exterior, de um espaço ainda em montagem. E voltamos a colocar questões: Estaria a sua presença lá justificada por estar envolvido no projeto, na organização ou movido por interesses ligados à sua própria casa comercial? ...
Deixam-se as questões em aberto, mas acrescenta-se, por fim, que João Queiroz, também conhecido por Capitão Queiroz, nasceu no Porto a 23 de junho de 1892. Foi, como a ele se referiu Alexandre Alves Costa, "um arquiteto tranquilo". Gostaríamos que fosse um arquiteto mais conhecido. No seu acervo, para além de fotografias e outros desenhos dispersos, existem múltiplos projetos e uma singular biblioteca a aguardar quem os pesquise. Em dia de aniversário, fica também lançado este convite.
Em sintonia com a festa São Joanina, a Fundação Marques da Silva estará encerrada durante a tarde de amanhã, sexta-feira, pelo que as exposições não poderão ser visitadas. Mas cá estaremos na segunda-feira, a última semana de Green Roofs, Grey Roofs, prontos para o/a receber. Um bom São João!
Fátima Vieira distinguida com a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Gaia
A Prof.ª Doutora Fátima Vieira, Vice-Reitora da U. Porto e Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva desde 2018 foi distinguida pela Câmara Municipal de Gaia com a Medalha de Mérito Cultural - Grau Ouro.
Uma distinção que vem reconhecer o empenho de Fátima Vieira em, "através da cultura, dar aos estudantes da Universidade do Porto uma noção alargada de território: é esse um dos desígnios do Corredor Cultural, que integra instituições culturais de Vila Nova de Gaia."
A Fundação Marques da Silva publicou recentemente um conjunto de fotografias do interior do "Liceu Alexandre Herculano", tiradas durante uma visita guiada pelos autores do seu projeto de remodelação: os arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. A essas fotografias foram agora associadas outras que nos permitem abrir uma janela sobre o tempo longo de um edifício projetado por José Marques da Silva que marcou e continua a marcar a cidade do Porto, pela sua arquitetura, pelo seu valor urbanístico, por quem o frequentou, em suma, pela história que lhe está associada e pela vontade de o ver de novo cumprir a sua função: ser um lugar de vida, de ensino e aprendizagem. Não se deixou assim fugir um momento único para apreciar a qualidade da intervenção agora realizada e a essência da arquitetura daqueles espaços, completamente renovados e que em breve deixarão de estar silenciosos e vazios. Esta compilação de imagens pode ser vista na página YouTube da Fundação Marques da Silva.
E aproveitamos para informar que, durante os meses de junho e julho, a Câmara Municipal do Porto promove visitas guiadas, organizadas conjuntamente com o Jornal de Notícias, às quintas e sextas-feiras, sempre às 18h. O acesso é gratuito, mas dependente de inscrições prévias (consultar condições em jn.pt/iniciativas)
A vertiginosa torrente de imagens de Filomena Molder
Há uma forma própria de falar em Filomena Molder, uma cadência encantatória para quem a ouve. Parte de si, da sua própria experiência, da condição de quem observa e pensa, mas enquanto ato coletivo, na medida em que a sua leitura do mundo é polifónica. Nela, cruzam-se e dialogam os seus autores de eleição, aqueles que sempre persegue ou que a perseguem, os que vai descobrindo ou com quem se vai cruzando. E nesta rede de constelações, não como Sibila, mas como Ariadne, demonstrou as inesgotáveis possibilidades de aproximação ao tema que lhe tinha sido proposto para encerramento do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento: O espaço da imagem.
Encadeando diferentes pontos de vista, Filomena Molder foi desenhando, formando, sugerindo, determinando, expandindo e diluindo o espaço físico, mental e afetivo de quem acompanhou, no passado sábado, na Fundação Marques da Silva, os seus deslumbramentos e contínuos desdobramentos. Foi uma torrente vertiginosa de imagens onde ecoaram as vozes de artistas, filósofos, poetas, historiadores, antropólogos ou até psicólogos e pediatras. E basta citar alguns destes nomes. Sim, lá estiveram Kant, Goethe, Wittgenstein e Benjamin, mas também Santo Agostinho, Johann Georg von Hamann e Hermann Broch. E porque o corpo, que ocupa e transforma o espaço, foi a casa de partida para um estimulante jogo de reflexão e questionamento, recorreu a Ushio Amagatsu e Herberto Helder, e passou pela rima de Dante, por Italo Calvino ou pelos coros das tragédias de Ésquilo e de Sófocles. Com a consciência desperta para a importância do pé na libertação da mão e do olhar, ou seja, na disponibilidade para a imaginação, defendendo o mistério inerente à aprendizagem da linguagem, evocou a condição de comunidade e as condições temporais onde se desenvolve a nossa vida, individual e humana, fazendo emergir as vozes de Óssip Mandelstam, de Michel de Certeau ou André Leroi-Gourhan e a mais imprevista voz de Julianna Vamos. Ao passar da gravidade para a profundidade, porque o espaço, como diria Bob Dylan, "contains multitudes", explorou as relações do espaço com a arte e regressou a Eduardo Chillida e a Alberto Giacometti, rememorando Rembrandt e o território das Musas. Filomena Molder falou, em suma, da inevitabilidade da imagem, da impossibilidade de fuga a um jogo que é também a história da nossa vida, o das imagens que nos rodeiam, as que a nossa linguagem cria, as imagens fundantes, isto é, as do teatro da nossa vida, com a casa a ocupar o lugar mais íntimo. Imagens dialéticas e de onde não se pode retirar o presente, já que é no presente que se vive. Por isso, deixou também imagens para o espaço, a do "labirinto", "ponte" e de "poço", casas, afinal, do Jogo da Glória.
Este ciclo, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que asseguraram a moderação das 4 sessões que o constituiram.
A atividade editorial continua a ser uma das áreas estratégicas da Fundação Marques da Silva, enquanto instrumento privilegiado de valorização do seu património documental e enquanto reflexo de uma permanente abertura e incentivo à prática da investigação. É também a face visível de uma rede de colaborações e parcerias que têm vindo a ampliar-se. Exemplo disso são os numerosos títulos já publicados, nacional e internacionalmente, com a chancela ou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
E só durante este último mês deram entrada nas livrarias 3 novos ltítulos, livros que também podem ser adquiridos na Fundação Marques da Silva, presencialmente ou através da Loja Online:
- Novo/Antigo: Fernando Távora, Conversas, o primeiro volume de um díptico que visa o trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido por Fernando Távora, lançado durante colóquio NOVO/ANTIGO. FERNANDO TÁVORA. É um livro coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, editado em parceria pela Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e as Edições Afrontamento.
- A Escrita do Porto: Construção de uma Identidade, de Eduardo Fernandes, é o segundo volume da coleção A Escolha do Porto: Contributos para a atualização de uma ideia de escola, um projeto editorial da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento. Neste segundo livro abordam-se as questões que podemos associar à génese da “Escrita do Porto” (neste contexto, a palavra “escrita” é entendida como registo de uma ideia emergente), indissociável da figura de Fernando Távora e da sua obra teórica, desenhada e construída
- Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008, uma monografia inédita do arquiteto Manuel Botelho com edição de António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, onde se apresenta uma seleção de 27 obras e projetos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia. Publicada pela editora Circo de Ideias, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
O ESPAÇO DA IMAGEM
com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
Encerramento do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento"
Fundação Marques da Silva, 17 de junho, 15h
A quarta e última sessão do ciclo ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO tem como convidada Filomena Molder. Com esta filósofa e investigadora, depois do "espaço da escrita", do "espaço do movimento" e do "espaço do corpo", será dada a vez ao "espaço da imagem". E o sentido da sua intervenção também já está definido: “Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”
Depois de Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil e Ana Godinho Gil, mais um encontro a não perder! Tem lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo sábado, dia 17, com início às 15h. A entrada é livre.
O ciclo de conversas ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO, idealizado, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Alexandre Alves Costa, Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa
Lançamento da 3.ª edição do livro, com apresentação de Raquel Henriques da Silva
FAUP, 15 de junho, 18h30
A FAUPpublicações vai lançar, amanhã, 15 de junho, a 3.ª edição do livro Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa, da autoria de Alexandre Alves Costa, Professor Emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A apresentação estará a cargo de Raquel Henriques da Silva. A sessão começa às 18h30 e é de entrada livre.
Às terças-feiras é dia de Visit.ação à exposiçao Green Roofs, Grey Roofs, o mesmo é dizer que o Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, se enche de crianças. E é vê-las, de olhar atento a tudo o que as rodeia, desde que atravessam o portão da pr. do Marquês, prontas a descobrir o universo da fotografia e em particular o das que Inês d´Orey nos apresenta nesta exposição.
As visitas interativas, inseridas na programação da Bienal ´23 Fotografia do Porto, têm mediação e curadoria educativa do Coletivo Arisca, e prolongam-se até ao final do corrente mês de junho.
O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva
Este sábado, 17 de junho, com Filomena Molder como convidada, conclui-se o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. Na Fundação Marques da Silva vai-se falar do Espaço da Imagem. A sessão, moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, inicia-se às 15h e é de entrada livre.
A remodelação do "Liceu Alexandre Herculano": um projeto de compromisso
Desconhece-se a data precisa em que José Marques da Silva se deixou fotografar, de chapéu e guarda-chuva, que o tempo assim o exigia, na galeria central de acesso ao jardim interior do então Liceu Alexandre Herculano, obra que tinha começado a projetar em 1914. A primeira pedra tinha sido lançada a 31 de janeiro de 1916, pelo Presidente Bernardino Machado, o mesmo que, em visita à cidade do Porto e no dia seguinte, assinalaria o lançamento da obra da Avenida dos Aliados, com a remoção da primeira pedra do palacete onde a Câmara se tinha instalado. Mas, tal como a Avenida, o processo de construção do Liceu acabaria por ser longo e faseado, arrastando-se até aos anos 30, altura em que se concluem o ginásio e a ala nascente. É, aliás, apenas em 1930 que o horticultor Jacinto de Matos e o calceteiro Guilherme de Oliveira finalizam o jardim da Reitoria que Marques da Silva tem em pano de fundo. A inauguração, com o "liceu oriental" a entrar em pleno funcionamento, chegou apenas em 1934. Seria esse o contexto para a fotografia? O ano é um mero pormenor numa história que continua a escrever-se.
Quase um século depois, em 2023, é a vez de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, autores do projeto de requalificação, se deixarem fotografar nessa mesma galeria, onde as árvores denunciam a passagem do tempo. Mais do que a graça de repetirem o gesto e a pose, sem guarda-chuva que o dia era cheio de sol, é mesmo a vontade de sublinhar o seu compromisso com a obra de Marques da Silva e a vontade de assegurar a este lugar um novo futuro que os leva a aceitar o enquadramento proposto. Já em 2010, Alexandre Alves Costa referia, nas Conferências Marques da Silva, a propósito da remodelação do "Liceu Alexandre Herculano", que seria a preexistência a constituir-se a fronteira para o impossível, pelo que seria imperativa a preservação dos seus valores fundamentais. O projeto de transformação enfrentou, também ele, sucessivos adiamentos e revisões, mas a obra está finalmente a terminar. É, assim, um momento único para visitar a "nova" Escola Secundária Alexandre Herculano. O vazio interior, apenas atravessado por uma abundante luz e por alguns vestígios dos trabalhos ainda em curso, presta tributo à arquitetura do espaço, como as fotografias de Telma Dias, que passam agora a complementar a memória documental que a Fundaçao Marques da Silva preserva sobre este edifício, evidenciam. Está aberta a contagem decrescente para um novo ciclo de vida.
A arquitetura da "Clara de Resende": Perspetiva(s)
O desenho que hoje se publica diz apenas tratar-se de uma "perspectiva", não contendo qualquer outra informação que permita revelar o projeto a que pertence, quem é o seu autor ou o ano em que foi produzido. Contudo, para quem passe pela rua do Primeiro de Janeiro, no Porto, facilmente nela reconhecerá a Escola Secundária que adotou o nome da pintora Clara Winston de Resende, nascida em Paris, em 1855, filha do pintor portuense Francisco José Resende, e que, regressada a Portugal, viria a falecer nesta cidade, em 1933.
O edifício da atual Escola Secundária Clara de Resende, contemporâneo, por exemplo, da Escola do Cedro de Fernando Távora ou da Escola Francesa de Manuel Marques de Aguiar, Carlos Carvalho Dias e Luís Cunha, foi construído entre 1957 e 1959, ano em que o escultor Fernando Fernandes é convidado a executar o painel cerâmico para a fachada principal. Inaugurou no ano seguinte e, dado o valor espacial, funcional e plástico da sua arquitetura, encontra-se classificado, desde 2011, como Monumento de Interesse Público. Mas a "Clara de Resende" precede esta construção. A inicialmente designada Escola Elementar Clara de Resende, dedicada à formação técnica de uma população exclusivamente feminina, tinha sido criada em 1949 e, depois de passar por outras instalações (rua das Taipas e rua Aires de Gouveia), aguardava um espaço próprio e autónomo para se fixar. A oportunidade para o pensar surgiu em 1955, altura em que a Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário lança o concurso de onde viria a sair vencedor o atelier lisboeta de João de Barros Vasconcelos Esteves, onde colaboravam Eduardo Valente Hilário e Luiz Alçada Baptista (estagiário). Serão estes três arquitetos a desenvolver o projeto final.
Foi do arquivo de Luiz Alçada Baptista que nos chegou esta imagem, parte integrante do processo de projeto, pontuada por três figuras femininas que denunciam o traço deste arquiteto, nascido na Covilhã, mas familiarizado com a cidade do Porto. Aliás, nesse mesmo ano de 1955, Luiz Alçada Baptista, concluída a frequência do Curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, preparava-se para defender o seu projeto de C.O.D.A., o que veio a acontecer em dezembro com "uma habitação na Serra da Estrela". O projeto para a "Clara de Resende" não seria, porém, uma experiência isolada. Ao longo do seu percurso de arquiteto, em particular no âmbito do GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), gabinete que forma juntamente com Maurício de Vasconcellos, e com a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, continuará a desenvolver importantes projetos para edifícios escolares, como é o caso do complexo para a Universidade da Beira Interior.
Luiz Alçada Baptista faria hoje, 9 de junho, 99 anos. O seu arquivo profissional pode agora ser estudado na Fundação Marques da Silva.
Quanto à arquitetura da Escola Secundária Clara de Resende, e em jeito de nota final, refira-se que continua a somar distinções, já que o projeto de remodelação da autoria de Carlos Prata com Sara Almeida, e cuja equipa integrou Luís Alçada Baptista (arquiteto paisagista, filho de Luiz Alçada Baptista), para o projeto de espaços exteriores, em 2012, veio a ser o vencedor da 14.ª edição do Prémio João de Almada.
O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva
O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, vai concluir-se no próximo dia 17 de junho e traz como oradora convidada, a filósofa e investigadora Filomena Molder.
“Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”
O desafio está lançado. Venha e participe. A sessão, moderada pelos organizadores, começa às 15h e é de entrada livre.
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ
até 29 de julho, na Casa-Atelier José Marques da Silva
Este próximo sábado, dia 3 de junho, estava previsto um Encontro com Luís Pavão, talvez o mais fiel fotógrafo da obra de Raúl Hestnes Ferreira ao longo do tempo. Seria o quinto e último deste ciclo pensado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. Imprevistos de última hora impedem que assim aconteça, pelo que a sessão está cancelada. Mas a exposição aí está, para continuar a ser visitada e redescoberta, no piso nobre da Casa-Atelier José Marques da Silva, até 29 de julho.
Pelo olhar de Inês d´Orey:
a visita guiada a Green Roofs, Grey Roofs
No passado sábado, Inês d´Orey esteve na Fundação Marques da Silva para uma visita guiada à exposição Green Roofs, Grey Roofs. Claro que se falou da fotografia enquanto objeto artístico ou até na maximização do olhar que o drone, agora utilizado pela artista, permitiu. Um movimento de expansão do gesto de fotografar a colocar novos desafios. Falou-se, assim, do processo que esteve na base do que pode ser visto nesta exposição, mas debateram-se também as questões que levaram a que fossem estes e não outros os objetos/coberturas de edifícios a serem fotografados. Ou seja, a partir das vantagens e benefícios destas estruturas, esteve igualmente em foco essa preocupação maior do nosso tempo, assumida como um dos eixos estruturais desta edição da Bienal de Fotografia do Porto: a sustentabilidade.
A exposição pode ser visitada até 1 de julho, no 1.º piso do Palacete Lopes Martins, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. Entrada livre.
Uma manhã de empatia com a vida e a obra de Fernando Távora:
assim foi o colóquio Novo/Antigo.
Foi uma manhã inteiramente dedicada a Fernando Távora, a do passado sábado. O colóquio Novo/Antigo reuniu, na Fundação Marques da Silva, um conjunto heterogéneo de pessoas ligadas por um sentimento comum de empatia com Fernando Távora. De diferentes gerações, chegados de lugares diversos e com circunstâncias distintas de relacionamento com Fernando Távora, amigos, antigos colaboradores, colegas, clientes ou investigadores, individualmente ou em diálogo, e muito para além do âmbito estrito da forma como este arquiteto projetava a partir de preexistências, tema principal deste encontro, cruzaram memórias, muitas histórias e refletiram em conjunto sobre uma personalidade invulgar e fascinante. Recordaram a sua forma de estar e de fazer arquitetura, dialogaram sobre o sentido da sua obra e foram unânimes quanto à importância de um legado que deve ser revisitado, questionado, conhecido e preservado, em suma, tratado como "algo vivo".
A manhã concluiu-se com a apresentação dos dois livros resultantes do projeto coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas, que em breve estarão em circulação e disponíveis para venda.
Novo / Antigo. FERNANDO TÁVORA
Colóquio e lançamento de livros
27 de maio, 9h30-14h, Fundação Marques da Silva
O Colóquio Novo/Antigo. FERNANDO TÁVORA, parte integrante do projeto editorial com o mesmo nome, coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, pretende introduzir um novo e mais profundo olhar sobre práticas de intervenção no construído.
Organizado conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (Grupo PACT) da FAUP, este Colóquio inclui a realização de duas mesas-redondas e a apresentação dos dois livros que registam a investigação realizada sobre um conjunto significativo de obras de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvidas por Fernando Távora: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas. No próximo sábado, 27 de maio, na Fundação Marques da Silva, entre família, colegas, críticos, amigos e colaboradores, a manhã será dedicada ao pensamento e obra de Fernando Távora. E estão todos convidados. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera
Amanhã, 23 de maio, no Departamento de Arquitetura do Politécnico de Milão
O Departamento de Arquitectura do Politécnico de Milão vai promover uma jornada de estudo inteiramente dedicada ao arquiteto Fernando Távora. A iniciativa, TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera, coordenada por Marina Landsberger, Angelo Lorenzi, Stefano Perego e Carlotta Torricelli, vai reunir um conjunto de reconhecidos arquitetos e investigadores, italianos e portugueses, para debaterem o pensamento, a obra e a herança de Fernando Távora. Também a Fundação Marques da Silva estará presente, sendo representada pelo seu Vice-Presidente, Luís Martinho Urbano.
Acontece a 23 de maio, com o patrocínio da Fundação Marques da Silva.
José Gil e Ana Godinho Gil na Fundação Marques da Silva: as palavras de quem se predispõe a pensar
José Gil e Ana Godinho Gil, os convidados da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, foram desafiados a falar sobre os conceitos de "corpo" e de "espaço". E fizeram-no magistralmente, no passado sábado, a partir de uma condição maior: declarar abertamente que o seu território, o de quem se predispõe a pensar, se encontra em permanente processo de procura. As ideias que partilharam refletem, assim, o ponto em que se situam as suas linhas de pensamento, o seu processo de questionamento sobre uma realidade em contínua transformação, esse lugar onde vivemos, que nos interseta e é por nós intersetado.
As suas intervenções traduziram-se numa estimulante reflexão sobre a infindável gama de possíveis que um corpo - individual ou coletivo, natural ou transformado - tem para se projetar e inscrever num espaço que pode ser tangível ou virtual ou pertença do sensível, embrionário ou cósmico, mas que se produz constantemente e está sempre mediado e carregado de intensidades. Indo da micro à macro escala, José Gil falou da projeção de um corpo que tanto pode fazer de uma parede uma pele, como voltar-se para o seu interior, encolher ou dilatar-se. E se para falar do espaço resultante de uma projeção, José Gil cruzou os domínios da arte, em particular da Pintura ocidental, Ana Godinho Gil partiu dos pressupostos expostos por Winnicott em Jogo e Realidade para abordar o conceito de espacialidade livre, com as suas zonas de contiguidade e continuidade, um espaço produtor de diferenças e onde estas se manifestam, um espaço de reciprocidade e, como tal, modificável.
Houve ainda tempo para aflorar questões como o impacto transformador das alterações climáticas; a paradoxal contradição que nos dias de hoje se verifica entre o desejo de imortalidade e a vontade de mudança do corpo tradicional; ou até mesmo a substituição desse corpo pelo robot. Ficou a consciência da dificuldade e complexidade desta "viagem mental" a um universo marcado por uma transitoriedade tão rápida e imponderável, que a própria linguagem ainda não a consegue acompanhar. No passado sábado, o espaço da Fundação converteu-se num espaço de pensamento.
Este ciclo, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da FAUP. A próxima e última sessão será com Filomena Molder, a 17 de junho.
Green Roofs, Grey Roofs,
a exposição que passou a habitar o Palacete da Fundação Marques da Silva
No passado sábado festejou-se a inauguração da nova exposição que habita o primeiro piso do Palacete Lopes Martins, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que contou com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jane Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Esta exposição, produzida pela Bienal ´23 Fotografia do Porto em parceria com a Fundação Marques da Silva no contexto do núcleo "Sustentar", traz-nos o olhar reflexivo de Inês d´Orey sobre os benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos. Com o foco direcionado para a cidade do Porto, foram fotografados projetos como a Praça Goncalves Zarco, de Manuel de Solà-Morales (2004); o Metro da Trindade, de Eduardo Souto de Moura (2005); a Praça de Lisboa, de Pedro Balonas (2012); o Museu da Cidade do Porto: Reservatório, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (2018); o Edifício Emporium, de Morais Soares Arquitectos (2020); Terminal Intermodal de Campanhã, Nuno Brandão Costa, 2021.
Green Roofs, Grey Roofs, pode ser visitada até 1 de julho, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. A entrada é gratuita.
Amanhã é um dia com muito para ver e para fazer, na Fundação Marques da Silva.
Às 15h00, no Palacete Lopes Martins, inicia-se a conversa sobre O Espaço do Corpo, com José Gil e Ana Godinho Gil. A sessão será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento". À mesma hora, na Casa-Atelier José Marques da Silva, terá lugar uma oficina de criação para famílias com crianças e jovens, Empatia em Família, promovida no âmbito da exposição que a Bienal ´23 traz à Fundação. E às 16h30, de novo no Palacete Lopes Martins, é a inauguração desta exposição, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que conta com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Estes são os destaques da Newsletter de maio da Fundação Marques da Silva, que hoje se publica. Mas há muito mais a acontecer.
O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva
O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento regressa à Fundação Marques da Silva e traz como convidados José Gil e Ana Godinho Gil. Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo, asseguram também a moderação da sessão que terá como tema o Espaço do Corpo.
"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."
É no sábado, dia 20 de maio, às 15h. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
GREEN ROOFS, GREY ROOFS / Bienal ´23 Fotografia do Porto
Uma nova exposição em Dia Internacional dos Museus!
A exposição Green Roofs, Grey Roofs, de Inês d´Orey, com curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira, parte integrante da Bienal ´23 Fotografia do Porto, abre hoje ao público no Palacete Lopes Martins da Fundação Marques da Silva, celebrando igualmente o Dia Internacional dos Museus.
A inauguração da exposição acontecerá no próximo sábado, dia 20, às 16h30, com a presença da artista e dos curadores, e será antecedida por uma oficina para famílias, orientada pelo coletivo Arisca, às 15h.
A exposição é visitável de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (último acesso às 17h30).
A Nova Ponte sobre o Douro
Há uma nova sessão "Fora de Portas"
19 de maio, 18h, Auditório da FEUP
No próximo dia 19 de maio haverá uma nova sessão do projeto “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, desta vez com o foco na Nova Ponte sobre o Douro. O Arq.to José Carlos Nunes, o Eng.º. Miguel Sacristán Montesinos e o Eng. Filipe Vasques serão convidados a apresentar a obra, partilhando detalhes sobre um projeto que tanto impacto terá nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. A moderação será assegurada pela Arq.ta Bárbara Rangel.
Esta sessão, que se junta às VII Jornadas da Engenharia Civil da FEUP, vai decorrer no Auditório da FEUP. O acesso é gratuito, mas requer inscrição prévia em: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/
“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, iniciativa que tem o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizada em parceria pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, Casa da Arquitectura, da Ordem dos Engenheiros Região Norte e da Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil - LC Porto.
Da paisagem da infância ao exercício de decifração da obra de Raúl Hestnes Ferreira
Assim foi o "encontro com" Alexandre Alves Costa
Este "encontro com" Alexandre Alves Costa poderia ter sido dominado pela nostalgia, mas ainda que a saudade tenha sido declarada, o que aconteceu foi a partilha bem-humorada de uma "Jornada" - numa assumida apropriação do poema de José Gomes Ferreira que Fernando Lopes-Graça viria a incluir nas suas Heróicas - preenchida pela presença de muitos, a começar pelos que povoaram essa paisagem da infância, a casa de João José Cochofel na Serra da Lousã, onde ambos - Alexandre Alves Costa e Raúl Hestnes Ferreira - passaram férias. Como diria Irene Lisboa, aí foram lançadas muitas das sementes do que viriam a ser.
Ao longo dessa "Jornada", e a de Raúl Hestnes Ferreira sempre foi "solitária e de serena independência", houve lugar para continuados reencontros, como a cidade do Porto ou a docência em Coimbra, outros territórios de partilha e, no caso do Curso de Arquitetura da Universidade de Coimbra, o espaço onde Raúl Hestnes Ferreira viria a cumprir a sua paixão pelo ensino. A admiração por Louis Kahn foi sentida por estes dois arquitetos, mas mesmo quando as referências se cruzam, há muitas maneiras de fazer arquitetura e muitas formas de entender o lugar. Foi, portanto, sem rodeios que Alexandre Alves Costa admitiu o seu estranhamento perante uma obra de difícil interpretação como é a de Raúl Hestnes Ferreira, uma obra enigmática que, para ser desvendada, tinha de ser analisada para além da questão do gosto, na singularidade da sua linguagem, na procura das convições e circunstâncias que a fundamentam. Uma obra que começou por rejeitar, para depois reconhecer e aderir ao jogo que ela propõe. Recorreu então a Távora, que sobre a arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira considerava que não interessava gostar ou não gostar, mas sim o facto de ser sólida, de pousar, de ter gravidade. A história da sua difícil aproximação à Agência da CGD, projetada por Hestnes, em Avis, acabou por ser o momento em que Alexandre Alves Costa partilhou a sua progressiva descoberta dos códigos que, no seu entender, decifram o enigma que Hestnes Ferreira e a sua arquitetura representam. Percebeu-se também uma outra sua afirmação: "a obra de Raúl Hestnes Ferreira nao resulta da sua biografia, mas esta foi fortemente condicionada pelas suas crenças disciplinares".
Exposição | Green Roofs, Grey Roofs
Bienal´23 Fotografia do Porto, Fundação Marques da Silva
Abertura: 20 de maio, 16h30
A Bienal´23 Fotografia do Porto está de volta à cidade e traz-nos "Atos de Empatia". Nesta nova edição reúne 70 artistas, apresenta 15 exposições agrupadas em 4 núcleos ("Sustentar" - "Vivificar" - "Conectar" - "Expandir") e organiza 123 visit.ações. A Fundação Marques da Silva é, de novo, uma instituição parceira, acolhendo, no Palacete Lopes Martins, entre 20 de maio e 1 de julho, a exposição Green Roofs, Grey Roofs, com Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira.
Nesta exposição,Inês d´Orey ensaia uma reflexão acerca dos benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos, focando o seu olhar na cidade do Porto. Green Roofs Grey Roofs cria um lugar de questionamento entre as boas práticas e o potencial transformador por estas geradas, promovendo reflexão sobre temas como sustentabilidade, ecologia e cultura na construção e renovação da cidade. Esta exposição insere-se no núcleo "Sustentar", pensado para sublinhar a urgência de implementar uma mudança cultural e económica que encare os recursos naturais e os ecossistemas como fundamentais para um desenvolvimento regenerativo das cidades e um futuro sustentável para todas as formas de vida. "Sustentar" é, assim, o conceito agregador de uma plataforma de laboratórios criativos nos centros urbanos portugueses, que promoveu a colaboração e troca de conhecimento entre artistas e cientistas, agentes sociais e culturais, municípios e empresas, para criar novos imaginários.
A Bienal´23 abre a 18 de maio, em Dia Internacional dos Museus, mas a inauguração desta exposição acontece a 20 de maio, às 16h30, sendo antecedida, às 15h00, de uma Oficina dirigida a famílias.
A Bienal Fotografia do Porto é organizada e produzida pela Plataforma Ci.CLO em coprodução com a Câmara Municipal do Porto e financiada pela Direção-Geral das Artes, com o apoio mecenático do BPI e da Fundação ”La Caixa”, o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e uma rede de vários parceiros estratégicos a nível nacional e internacional.
"Encontros com"
#04 Alexandre Alves Costa
moderação de Alexandra Saraiva
Sábado, 13 de maio, 15:30, Fundação Marques da Silva
Alexandre Alves Costa, o convidado da quarta sessão do ciclo "Encontros Com", conheceu Raúl Hestnes Ferreira ainda durante a infância, férias conjuntas num tempo distante. Voltou a cruzar-se com o Raúl-estudante, quando este, entre 1952 e 1957, frequentou a Escola de Belas Artes do Porto. Bem mais tarde, viriam a ser ambos professores do Departamento de Arquitetura de Coimbra. Ao longo das suas vidas, apesar das suas maneiras bem distintas de fazer arquitetura, continuaram a alimentar um respeito e uma confiança mútuas. Será o próprio Raúl-arquiteto a convidar Alexandre Alves Costa a escrever sobre o projeto que tinha realizado para uma Agência da Caixa Geral de Depósitos em Avis. Seria a longa e cúmplice conversa que tiveram, e onde também participaram Adelino Gonçalves e Nuno Correia, sobre arquitetura e sobre a vida, a concluir a monografia, Raúl Hestnes Ferreira: Projetos, 1959-2002.
Alexandre Alves Costa virá à Fundação falar na primeira pessoa, sobre o que a sua memória retém desta distante proximidade com Raúl Hestnes Ferreira. É já no próximo sábado, 13 de maio, com a moderação a ser assegurada por Alexandra Saraiva, a curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão começa às 15h30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
José Forjaz e Malangatana, uma amizade que também ganhou a forma de uma casa
José Forjaz e Malangatana nasceram no mesmo ano, um em Coimbra, outro em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique. Conheceram-se em meados dos anos 50, no atelier de Pancho Guedes, que ambos frequentavam, um como desenhador de arquitetura, outro como pintor "por conta". Aí teve início uma amizade que se revelaria inabalável à passagem do tempo. Os seus caminhos não deixaram de tomar direções distintas, mas convergiram de novo, e definitivamente a partir de 1974. Viveram então o entusiasmo de uma chamada comum para "a construção de um Moçambique melhor". Sempre se consideraram "irmãos de luta e de interesses, de compromissos e de alegrias." Já na década de 90, caberia a José Forjaz desenvolver o plano para a construção do Centro Cultural de Matalana, que teve em Malangatana o seu principal dinamizador. E poucos anos depois, em 1997, José Forjaz seria de novo chamado a desenhar um outro projeto para o pintor: a sua Casa-Estúdio. Na invenção das linhas que definem a sua forma e volumetria, na cor que a envolve, nas janelas que abraçam a paisagem circundante ou estendem para o pátio, na atenção ao lugar e à sustentabilidade, no recurso aos materiais e aos construtores locais, a arquitetura da casa, expressão concreta e real de um entendimento cúmplice entre amigos, estava pronta a tornar-se espaço de vida e de criação.
José Forjaz nasceu a 10 de maio de 1936. Parabéns, Senhor Arquiteto!
O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva
"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio, e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."
Com estas palavras de José Gil e Ana Godinho Gil está lançado o guião da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. A moderação, como sempre, estará a cargo dos organizadores do ciclo Gonçalo Furtado e António Oliveira. A conversa terá lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo dia 20 de maio, às 15h. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
O ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento" conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Manuel Botelho: o gesto próprio de quem sempre procurou o diálogo
A sessão de encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, com o encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" concluiu-se também todo um programa em torno da obra e da figura de Manuel Botelho, arquiteto, professor, autor. Foi, contudo, apenas o ponto de chegada de mais uma etapa e o início de um novo ciclo, aquele que permitirá, com o distanciamento do tempo e o acesso à documentação agora preservada nesta Fundação, alcançar um outro conhecimento e um renovado entendimento daquela que foi a obra desenvolvida por um arquiteto discreto, mas profundamente culto e atento.
O caminho até agora percorrido pelos dinamizadores deste programa, que teve como objetivo maior dar visibilidade e reposicionar Manuel Botelho no panorama da arquitetura portuguesa - António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia -, passou pela realização de três exposições, onde confluíram várias instituições e o contributo de muitos, caso do registo fotográfico de Duarte Belo e da investigação de Bruno Castro. Desdobraram-se depois em múltiplas iniciativas, entre visitas guiadas, conferências, mesas-redondas e, agora, o livro, Manuel Botelho: Obra e Projecto 1980-2008. Como este processo coletivo de trabalho se desenvolveu a pensar num tempo futuro, o périplo pelo "território" deste arquiteto também preparou e concretizou a doação do seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva e da sua biblioteca à Escola de Arquitetura da Universidade do Minho.
Por tudo isto, a sessão de encerramento, numa sala demasiado pequena para acolher todos aqueles que fizeram questão de comparecer, revestiu-se de um carácter muito particular. Pode dizer-se que os afetos se fizeram sentir, mas da sala para a mesa, muito para além da homenagem à pessoa, as palavras que se ouviram deram sobretudo corpo a um estimulante e por vezes aceso debate de ideias, sinal bem demonstrativo em como o seu percurso e obra, as suas referências e o modo como fazia arquitetura, podem e devem ser objeto de análise e reflexão, matéria de pensamento. Coube ao próprio Manuel Botelho, com a discrição, a simplicidade e elegância que o caracterizam, concluir o momento, numa síntese do que para si significa projetar: "estabelecer um diálogo com o tempo, um diálogo com o sítio, um diálogo com o mundo, um diálogo com o homem."
Como escrevem os curadores, no texto inicial do livro, "a obra de um arquiteto não termina quando, pela última vez, se fecha a porta do escritório".
Encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Lançamento de livro (15h30) e Mesa-redonda (16h00)
amanhã, na Fundação Marques da Silva
Começa às 15h30, com o lançamento do livro Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008, que será apresentado pelos editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e pelo coordenador editorial, Pedro Baía.
Logo a seguir, às 16h00, começa a mesa-redonda moderada por Jorge Figueira, com Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira.
"Encontros com"
#04 Alexandre Alves Costa
moderação de Alexandra Saraiva
13 de maio, 15:30, Fundação Marques da Silva
Foi a convite de Raúl Hestnes Ferreira que Alexandre Alves Costa se deslocou a Avis, para visitar a Agência da Caixa Geral de Depósitos. Do exercício do olhar deveria resultar o exercício da escrita. E assim foi, com as impressões dessa incursão a Avis, sob um sol escaldante, registadas no artigo "A construção da Geometria" que a revista Architécti haveria de publicar em 1993. Mas este está longe de ser o primeiro encontro entre estes dois arquitetos, apesar dos caminhos tão distintos que ambos seguiram.
Alexandre Alves Costa, o convidado da quarta sessão do ciclo "Encontros Com", conheceu Raúl Hestnes Ferreira ainda durante a infância, férias conjuntas num tempo distante. Voltou a cruzar-se com o Raúl-estudante, quando este veio para a Escola de Belas Artes do Porto e concluiu nesta cidade o curso Especial (os primeiros quatro anos). Bem mais tarde, viriam a ser ambos professores do Departamento de Arquitetura de Coimbra. Ao longo das suas vidas, apesar das suas maneiras bem diferentes de fazer arquitetura, continuaram a alimentar um respeito e uma confiança mútuas que transparece, por exemplo, na conversa que remata a monografia sobre a obra projetada por Hestnes Ferreira, publicada em 2002.
Nada como vir à Fundação Marques da Silva, no próximo dia 13 de maio, e ouvir o testemunho de Alexandre Alves Costa, na primeira pessoa, sobre o que a sua memória retém desta distante proximidade com Raúl Hestnes Ferreira. A sessão será moderada por Alexandra Saraiva, a curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ, e começa às 15h30. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Lançamento de livro e Mesa-redonda
6 de maio, 15h30, Fundação Marques da Silva
O último dia de abertura ao público da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, 6 de maio, vai ser assinalado com o lançamento da monografia Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008 e com uma mesa-redonda.
O livro, que traça uma retrospetiva inédita do percurso do arquiteto Manuel Botelho, reúne, ao longo de 360 páginas, uma selecção de 27 obras e projectos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia. Será apresentado pelos editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e pelo coordenador editorial, Pedro Baía. Trata-se de uma publicação da Circo de Ideias e tem o apoio da Fundação Marques da Silva. A sessão tem início às 15h30.
A mesa-redonda, com início às 16h00, será moderada por Jorge Figueira e nela participam Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira. Um painel constituído por antigos colaboradores de Manuel Botelho e, sobretudo, por arquitetos e investigadores que se têm vindo a dedicar ao estudo e critica da Arquitetura Portuguesa, para procurar responder ao desafio de nela posicionar a obra desenvolvida por este arquiteto.
As ressonâncias que habitam "o espaço do movimento"
Daniel Tércio em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira
Na segunda sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, com Daniel Tércio a assumir a função de interlocutor dos organizadores/moderadores Gonçalo Furtado e António Oliveira, a escrita deu lugar ao movimento, a palavra ao corpo que dança. Foi mais uma aproximação ao conceito de "espaço" enquanto tema convergente de diferentes abordagens disciplinares, ideia estruturante e transversal desta iniciativa a materializar em 4 conversas.
As Artes Plásticas foram o primeiro território de formação de Daniel Tércio, mas são vários os seus universos de interesse, entre os quais a Literatura (é autor publicado de obras de ficção científica), a Arquitetura (uma atenção presente desde a infância, também experienciada através do seu irmão arquiteto, que o convidou a colaborar em projetos de arquitetura, e uma das áreas de pensamento que o tem vindo a acompanhar), a Filosofia (em particular o campo da Estética) ou a Ecologia (num repensar do conceito de Natureza em sintonia com o caminho apontado por Guattari). Dominante, porém, foi o seu fascínio pela Dança, objeto e matéria de continuado estudo e investigação, de interpelação, de observação, de crítica, de criação e de prática experimental, um caminho de compreensão e de posicionamento no mundo e no tempo em que vive. Interesses que se intersectam e se cruzam, tanto no seu percurso profissional, quanto se tornaram naturalmente presentes nesta conversa que decorreu no Dia Mundial da Dança.
A especificidade do momento acabou por lançar Daniel Tércio numa viagem pela história da efeméride e da Dança, explicando a importância de Jean-Georges Noverre, cujo dia de nascimento foi a 29 de abril de 1727, para a autonomização desta forma de arte, bem como a atualidade das suas ideias. Seguiu-se um exercício de análise do que significa a organização do espaço por corpos em movimento e do processo de construção da Dança, sublinhando o que nele se assemelha ao processo de pesquisa do arquiteto. Falou da escrita no espaço, da coreografia, de como surge e de como pode interpelar tanto os espectadores quanto os próprios intérpretes; do desafio que a cenografia implica com a transformação do espaço cénico, referindo, entre outros, o trabalho de João Mendes Ribeiro e o diálogo estabelecido entre este arquiteto e Olga Roriz; e falou dos figurinos, outra das componentes que interagem com o movimento, citando como exemplo a criação de Picasso em Parade. O conceito de heterotipia, a noção de espaço-tempo, espaço interior ou espaço virtual representaram outras vias de análise da Dança enquanto movimento de um corpo em ressonância com o que o rodeia, da esfera de um corpo que intersecta outros, da pulsação e intenções que sempre orientam a sua deslocação num espaço. E para além dos espaços reais, cénicos e urbanos, passou ainda por lugares distópicos utopicamente imaginados e pelos espaços expandidos tornados possíveis com as novas tecnologias. Os "objetos coreográficos" de William Forsythe ilustraram, por sua vez, a capacidade da Dança intensificar o corpo no espaço, fazendo do movimento e da efemeridade da interação com o público matéria de constante recriação. Mas foram muitas as referências a outros autores, criadores e pensadores que foram surgindo no fluir de uma conversa onde o próprio Daniel Tércio demonstrou na sala como se pode, através do movimento, alterar e condicionar a relação com o espaço. Um conjunto de reflexões a integrar, por fim, o resultado de uma busca por novos ângulos de interação com o espaço-cidade, experiências de aproximação ao urbanismo sensorial, potenciadas pelo confinamento e que nele são se esgotaram, reforçando até, para além da dimensão laboratorial e artística, esse desejo há muito alimentado por Daniel Tércio de que o Zeppelin possa vir a ser de novo uma realidade.
Na próxima sessão, já a 20 de maio, será a vez d´ "O espaço do corpo", com José Gil e Ana Godinho Gil.
O ESPAÇO DO MOVIMENTO
Daniel Tércio conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira
amanhã, 29 de abril, às 15:00, na Fundação Marques da Silva
Em Dia Mundial da Dança, o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento vai trazer Daniel Tércio à Fundação Marques da Silva.
O Espaço do Movimento será, assim, o tema desta segunda sessão, onde Daniel Tércio se propõe questionar a qualidade inconstante do corpo dançado. "Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
A conversa será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, os organizadores deste ciclo, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
A sessão começa às 15h00 e é de entrada livre. Venha e participe!
O problema da habitação: operações SAAL, participação e democracia
Sessão de cinema e conversa
Com Alexandre Alves Costa, Ana Drago e Gonçalo Antunes
Moderação a cargo de Ricardo Santos
29 de abril, Auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro (Lisboa)
A terceira sessão do ciclo de cinema e conversas Habitação e cidade: o passado, o presente e o futuro de Lisboa tem como tema O problema da habitação: operações SAAL, participação e democracia.
A projeção do documentário Habitat, realizado por Fernando Lopes em 1976, dará o mote para a conversa moderada por Ricardo Santos (CEAU-FAUP). Nela vão participar Alexandre Alves Costa (arquiteto), Ana Drago (socióloga) e Gonçalo Antunes (CICS.NOVA / NOVA FCSH).
Este ciclo, programado no âmbito da exposição Políticas de Habitação em Lisboa, da Monarquia à Democracia, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizado pelo Arquivo Municipal de Lisboa, em parceria com o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (CICS.NOVA). A sessão, de entrada livre, tem início às 15:00.
O gesto incessante de fotografar o território:
António Menéres e Vilarinho das Furnas
António Menéres sempre gostou de viajar e de fotografar. E fê-lo constantemente, muitas vezes regressando a lugares há muito percorridos e fotografados, como é o caso de Vilarinho das Furnas.
Em 1962, António Menéres tinha decidido visitar o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, no Gerês, juntamente com dois amigos de Leça, o primo, José Clemente Menéres, e Rui Leuschner Fernandes, amigo de infância e o único que tinha, na época, automóvel: uma “arrastadeira”, melhor dizendo, um Citroën de 11 cv. Só que a leitura do livro de Jorge Dias sobre Vilarinho das Furnas acabou por conduzi-los a um novo destino, esta aldeia comunitária em Terras de Bouro. Como sempre, António Menéres foi munido com a sua Leica 3B (modelo de 1938), que ainda hoje funciona. Nesse tempo, ainda não se equacionava a construção da barragem que viria a submergir o povoado. As fotografias então tiradas registaram a tranquilidade do dia a dia da aldeia e cristalizaram a imagem de um lugar onde a vida acontecia, indiferente ainda a esse futuro desconhecido apesar de não muito distante.
Em 2022, António Menéres regressou a Vilarinho das Furnas, ou melhor, às suas ruínas, tornadas visíveis com a descida do nível das águas. Foi acompanhado de Pedro Borges de Araújo, Anni Gunther e Fernando Barros. Nas mãos, sinal dos novos tempos, tinha já uma Leica Digital, e, no olhar, o reconhecimento do lugar que conhecera e que agora emergia das perspetivas e dos ângulos escolhidos para captar o esqueleto, a fantasmagoria da aldeia. As fotografias aí estão a confrontar um antes e um depois, a dar voz a um tempo passado e presente, mas também a dar testemunho da atenção de um arquiteto com alma de fotógrafo ao território.
António Menéres nasceu a 26 de abril de 1930. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Ver montagem em vídeo de algumas das fotografias referidas aqui
Sergio Fernandez entre Moledo e Caminha: a Urbanização da Quinta do Rego
Caminha é um território bem conhecido e apreciado por Sergio Fernandez, que nela fez construir a icónica Vill´Alcina, o seu refúgio de férias. Mas é também uma paisagem com a qual tem estabelecido outras ligações que vão pontuando a sua prática profissional e até docente, caso da Urbanização da Quinta do Rego, que, em 1983, foi tema das provas de acesso ao lugar de Professor na Escola Superior de Belas Artes do Porto.
A Urbanização da Quinta do Rego é um projeto do Atelier 15 de Sergio Fernandez e Alexandre Alves Costa iniciado em 1980 e ao qual pertence a perspetiva hoje publicada. Embora alterado, este imóvel residencial, pela sua volumetria, pelo jogo que estabelece entre espaços interiores e exteriores, e pela intensa cor que lhe confere o tijolo aparente de todas as suas fachadas, impõe-se agora ao olhar de quem visita Moledo do Minho, estância balnear do concelho de Caminha.
Apesar da Urbanização se encontrar implantada na proximidade de uma estrada nacional, a possibilidade de interferência do trânsito automóvel e dos ventos do norte que frequentemente assolam a região foi anulada pela solução projetual adotada. O conjunto volta-se para o belo mar da Praia de Moledo, formando um pátio exterior coletivo, a pensar nas crianças e no contacto permanente entre todos os seus moradores, um espaço seguro que não deixa de preservar a intimidade dos espaços habitados. O complexo tem ainda prevista a existência de lugares de parqueamento, demarcados por um sistema de pórticos, e uma limitada linha de estabelecimentos comerciais à entrada. Os autores do projeto até assumem, sem complexos, a influência da arquitetura de Leslie Martin na conceção do projeto, mas tiveram sempre presente a singularidade e a beleza da paisagem onde iriam intervir, numa vontade expressa de responder aos desejos de quem pudesse escolher aqui morar.
Sergio Fernandez nasceu a 25 de abril de 1937. Parabéns, Senhor Arquiteto!
O ESPAÇO DO MOVIMENTO
conversa com Daniel Tércio
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
29 de abril, 15h, Fundação Marques da Silva
Num momento em que o festival Dias da Dança percorre os palcos da cidade, o ciclo ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO, organizado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, traz à Fundação Marques da Silva Daniel Tércio.
O mote para aquela que é a segunda das quatro conversas que, ao longo deste Ciclo, pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço", foi assim lançado pelo convidado desta sessão:
"Partindo do pressuposto de que a dança, tal como a arquitetura, produz espaço, tenciono questionar a qualidade inconstante do espaço dançado. Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
Daniel Tércio foi Professor da Universidade de Lisboa, tendo lecionado cursos de História da Dança, Estética, Movimento e Artes Visuais. Até 2021, coordenou o programa doutoral em Motricidade Humana, na especialidade de Dança, e foi membro da direção do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança. Enquanto crítico de dança, colabora regularmente com a imprensa escrita desde 2004. Os seus interesses vão da estética e história da dança aos estudos culturais, iconografia, tecnologias digitais e estudos da cidade.
A conversa, que acontece no Dia Mundial da Dança, a 29 de abril (sábado), será moderada pelos organizadores. Tem início às 15h e é de entrada livre.
Com o ISCTE em pano de fundo, assim foi o "encontro com" Bernardo Miranda
Foi em 1989 que Bernardo Miranda conheceu Raúl Hestnes Ferreira. Esse foi o ano em que, vindo de Barcelona, iniciou no atelier do Largo da Graça uma colaboração que pensara ser breve. Só que não ficou apenas o mês programado, mas sim cerca de 10 anos ligado a esse espaço de difícil definição, marcado pela invulgar personalidade de Hestnes Ferreira. E quando finalmente Bernardo Miranda abandonou o trabalho em atelier, o estranhamento, a relação profissional com o arquiteto, com o mentor, dera já lugar a uma amizade que até ao final da vida de Hestnes Ferreira se foi aprofundando e ganhando contornos de natureza quase filial. Contudo, os seus percursos de vida aproximaram-se igualmente pela ligação de ambos ao ISCTE. Raúl Hestnes Ferreira começara a projetar os primeiros edifícios para o Campus em 1972. Foi com a Ala Autónoma, o INDEG e o Edifício II que este se tornou então território comum no que se refere ao desenho da sua arquitetura, mas também pelo facto de Bernardo Miranda, com o beneplácito de Raúl Hestnes Ferreira, ter transitado do projeto para o quadro docente da instituição. Tempo em que também a decisão de se doutorar no Porto foi tomada com o apoio de Hestnes Ferreira e Alexandre Alves Costa. Já neste tempo presente, com a "sala de operações" instalada no Edifício da Ala Autónoma e a consciência da profunda habitabilidade deste espaço, Bernardo Miranda regressou ao projeto. O ISCTE atravessa de novo um ciclo de construção e expansão, refletido tanto nas intervenções recentemente realizadas na entrada do Edifício I e no Piso 4 da Ala Autónoma, como no planeamento de novos edifícios em Lisboa e em Sintra.
Naquela que foi a terceira sessão do ciclo "Encontros Com", Bernardo Miranda traçou a linha evolutiva do processo construtivo do ISCTE e sublinhou a experiência intensa de trabalho com Hestnes Ferreira, a forma livre como este se entregava ao projeto, numa liberdade que não era incompatível com uma grande exigência e rigor; falou da compreensão que, com o tempo, foi ganhando da sua arquitetura e do seu método de trabalho; sublinhou ainda o respeito que este tinha pelos seus alunos e a importância das pessoas e dos afetos que, nos seus últimos anos de vida, foi deixando transparecer. Com ele aprendeu, a propósito de uma janela para a Ala Autónoma, que nem tudo tem de ter uma justificação.
Em Dia Mundial do Livro e com o arquivo de José Forjaz quase a chegar à Fundação Marques da Silva, vindo de Moçambique, nada como sugerir um regresso à leitura de Pensar Arquitectura, o livro onde se reúne um vasto conjunto de textos escritos por José Forjaz ao longo do tempo, onde a palavra é chamada a expressar um pensamento próprio sobre uma condição, a de ser arquiteto, e uma prática, a da arquitetura e do ensino. Aqui se podem encontrar comunicações e conferências, respostas a convites vários ou tão-só registos avulsos onde se fixam reflexões, declarações, cumplicidades, pensamentos que traduzem a evolução das perspetivas e inquietações do seu autor. E pode seguir-se aqui também um percurso criativo formado a partir das imagens que o vão ilustrando, em paralelo com os textos, ainda que sem uma relação imediata com a palavra escrita.
Este não é o primeiro livro de José Forjaz, que já tinha publicado em 1999 Entre o Adobe e o Aço Inox, mas este livro, editado pela caleidoscópio, foi lançado na Fundação Marques da Silva, em maio de 2018, num encontro que também contou com a presença de Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda. Quatro anos depois, em 2022, o arquivo deste arquiteto foi doado a esta Fundação que agora se prepara, finalmente, para o receber e dar a conhecer.
Com a vinda à Fundação Marques da Silva de Bernardo Miranda, no âmbito do ciclo Encontros Com, e de Daniel Dércio, no âmbito do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, em destaque, publicamos hoje a Newsletter do mês de abril.
"Encontros com"
#03 Bernardo Miranda
moderação de Alexandra Saraiva
22 de abril, 15:30, Fundação Marques da Silva
Esta é uma semana de Encontros Com. A próxima sessão deste ciclo vai acontecer no próximo sábado, com Bernardo Miranda, atual Vice-Reitor do ISCTE e antigo colaborador de Raúl Hestnes Ferreira, como convidado. E claro que em destaque estarão os vários projetos desenvolvidos por Hestnes Ferreira para o ISCTE, assim como a partilha das memórias que Bernardo Miranda guarda da experiência de trabalho em atelier. Refira-se que os quatro edifícios que formam o Complexo do ISCTE, na área da Cidade Universitária de Lisboa, foram todos planeados pelo arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, um processo evolutivo invulgar que começa a realizar-se em 1976, com o início da construção do edifício ISCTE I, onde posteriormente será integrado o Pavilhão Esplanada que o desenho documenta e onde é percetível o jogo com a configuração geométrica ortogonal dominante do edifício.
Com moderação de Alexandra Saraiva, este é o terceiro dos cinco Encontros propostos no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão tem início às 15h30 e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Manuel Teles, o autor do projeto para a primeira Piscina de Cantanhede
Em 2022, a Câmara Municipal de Cantanhede comunicou a intenção de construir uma piscina exteriorno espaço de jardim adjacente às Piscinas Municipais, um complexo desportivo "moderno e versátil", que permite, para além da prática de várias modalidades desportivas, a realização de Campeonatos Nacionais de Natação.
A origem desta infraestrutura remonta, contudo, ao início da década de 80 do século XX, altura em que o Município anunciou a decisão de tornar realidade um sonho há muito acalentado pela população, a construção de uma piscina coberta, junto à zona escolar do Pinheiro Manso. Cinco anos depois, a 22 de dezembro de 1986, o Diário de Coimbra publicava a notícia da abertura à comunidade do novo recinto que integrava, para além da Piscina, os balneários, um tanque de aprendizagem e, em espaços exteriores anexos, dois campos de ténis e um muro de batimentos de utilização dupla. Bem equipado, o complexo previa até o recurso a aquecimento solar. Tinha sido inaugurado pelo Secretário de Estado da Juventude e Desportos, e fora acolhido com orgulho e satisfação pela comunidade local. Pouco tempo depois, em janeiro de 1987, o mesmo jornal dava já conta da ampla utilização desta infraestrutura desportiva e do grande interesse despertado, até nos concelhos vizinhos. A vila estava na "senda do progresso" e a natação tinha passado a ser uma modalidade acessível a todos.
Na imprensa da altura, ficou apenas por revelar a quem coubera a autoria do inovador projeto: o arquiteto Manuel Teles. E foram várias as obras desenvolvidas por Manuel Teles para a sua região natal, Coimbra, e para Cantanhede em particular, apesar de ter adotado o Porto, cidade da sua formação, para viver e trabalhar. O primeiro projeto que é chamado a realizar para a Vila de Cantanhede, ainda a partir do seu atelier na Rua de São Lázaro, data de 1970: o Plano Parcial de Recuperação Urbana da Zona de Expansão Norte da Vila. Seguir-se-ia o Cinema (1976); o Conjunto Habitacional (20 habitações integradas em banda contínua) para o Fundo de Fomento de Habitação (1977); a esquadra da PSP (1979); o Plano Parcial de Recuperação Urbana da Zona de Expansão Sul da Vila (1980); e o Plano e Loteamento da Zona Industrial (1981). O complexo de piscinas cobertas e espaços exteriores, iniciado em 1981, e o último projeto para Cantanhede documentado no arquivo doado a esta Fundação, viria já a ser executado no atelier da rua da Alegria, onde, a partir de 1984, se regista também a colaboração de Octávio Alves, enquanto arquiteto estagiário.
6.º Modos de Editar: "In Situ – Ex Situ"
Seminário + demonstração + exposição + lançamento de livros
A partir de 18 de abril
FBAUP e FIMS
A 18 de abril inicia-se a 6.ª edição do Seminário Modos de Editar, um projeto coordenado por Graciela Machado e Rui Santos que tem como foco as pesquisas tecnológicas desenvolvidas no i2ADS/FBAUP em torno da produção contemporânea e da história alargada dos processos de edição e reprodução fotomecânicos. Este ano, o Seminário está inserido na programação do 1.º encontro de investigação do Pure Print Archeology e volta a contar com o apoio da Fundação Marques da Silva, seja enquanto lugar de acolhimento de uma das sessões, seja enquanto espaço privilegiado de conexão entre algumas das pesquisas em curso e os espécimes em arquivo, nomeadamente zincogravuras da autoria de Marques Abreu, pertencentes ao acervo de Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva.
Serão três dias para refletir, testar práticas e apresentar investigações académicas e artísticas que exploram processos fotomecânicos e inovadores na área da impressão. E é neste contexto que o Modos de Editar, enquanto seminário aberto à comunidade fora e dentro da FBAUP, dará o seu contributo. Esta edição inclui ainda, a exposição In Situ – Ex Situ, no Museu da FBAUP, e o lançamento dos livros Modos de Editar: Arquivo Aberto e Gravura Fotomecânica, editados pelo i2ADS.
SESSENTA DE SESSENTA
Exposição na Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas, C.R.L.
de 15 de abril a 3 de junho de 2023
Inaugura no próximo dia 15 de abril, às 16h00, a exposição Sessenta de Sessenta. Com curadoria de Nuno Higino, este projeto expositivo tem como objetivo assinalar o 60.º aniversário da Cooperativa Árvore, reunindo obras de 60 autores, entre artistas plásticos e arquitetos, que estiveram de alguma forma envolvidos na sua fundação, em abril de 1963. Para nos devolver o ambiente artístico e o contexto histórico e sociológico desse tempo, todas as obras selecionadas têm em comum o facto de terem sido produzidas durante a década de 60.
A Fundação Marques da Silva associou-se também à efeméride, cedendo obras de Fernando Távora, Alcino Soutinho, Sergio Fernandez e Alexandre Alves Costa. Nomes que estarão representados juntamente com Alberto Carneiro, Álvaro Siza, Álvaro Lapa, Ângelo de Sousa, Barata Feyo, Charters de Almeida, Dario Alves, Eurico Gonçalves, João Vieira, José Rodrigues, Luis Demée, Maria Antónia Siza, Nikias Skapinakis, Nuno Barreto, Sá Nogueira, entre outros.
A Exposição, parte integrante do programa comemorativo deste aniversário, vai estar patente na sede da Cooperativa Árvore, nas Salas 1,2 e 3, até 3 de Junho.
Hoje, 11 de abril, em dia de aniversário de Manuel Graça Dias, recuperamos a sua presença e a sua voz através da partilha de um registo praticamente inédito, a entrevista realizada por Luís Urbano e Francisco Ferreira, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em julho de 2016.
E nada como o próprio para nos falar das experiências que viveu: da sua formação ao tirocínio em Macau, com Manuel Vicente; do encontro com Paulo Rocha; ou do sentido da sua arquitetura e das circunstâncias que definiram algumas das suas obras mais conhecidas, como o edifício Golfinho, em Chaves, e o Pavilhão de Portugal para a Expo 92, em Sevilha, onde também se foi firmando uma sólida e cúmplice parceria com Egas José Vieira. Nesta conversa, assume também o seu gosto de explicar, de divulgar arquitetura, materializado na imprensa escrita, em programas para televisão e rádio, na realização de curtas-metragens. No fundo, um olhar retrospetivo sobre um intenso percurso de vida que não esconde nem "contradições" nem "complexidades" e que desde sempre se foi distinguindo por uma certa irreverência. Atento ao seu tempo, em Manuel Graça Dias conjugam-se a capacidade de pensar e questionar, para criar, mas também e sempre para dialogar. É que urbanidade rima com humanidade.
Neste mesmo dia, a Ordem dos Arquitectos, numa cerimónia que se inicia às 17h30 no LU.CA, em Lisboa, vai entregar o Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra aos vencedores desta primeira edição: Ricardo Leitão e Rita Furtado.
O desafio de projetar uma "obra total"
Germano de Castro Pinheiro e a Casa do Castanhal
Durante os anos 50 e 60, pelo Gabinete de Engenharia e Arquitetura de Germano de Castro Pinheiro, situado na antiga rua de Santo António, uma rua central da cidade do Porto, passaram, entre outros, Arnaldo Araújo, Ricardo Figueiredo, Eduardo Figueirinhas e Alexandre Rodrigues. Entre os projetos então desenvolvidos em Gabinete, o da Casa do Castanhal, pelo processo e pelo resultado alcançado, foi um dos mais acarinhados por Castro Pinheiro.
Iniciou-se em 1960, por encomenda de um amigo, Nelson Quintas. Era uma uma "obra total", por idealizar a construção, num terreno de forte declive, situado na Maia, de uma casa, de uma piscina exterior, o arranjo do jardim e, ainda, o desenho de mobiliário e de alguns pormenores de execução. Germano de Castro Pinheiro procurou tirar partido das condições naturais desse terreno, assim como do conhecimento dos modos de vida da família que iria habitar a casa a construir, fatores determinantes para ditar a sua implantação, a distribuição interna dos espaços e a sua relação com a paisagem envolvente. Um projeto com final feliz e uma Casa que continua a ser o lugar de conforto e de vida para novas gerações da família.
No desenvolvimento deste projeto, colaborou igualmente Alexandre Rodrigues que o viria a apresentar, sob orientação de Castro Pinheiro, a concurso para obtenção do diploma de arquiteto, em 1965, tendo por júri Carlos Ramos, Octávio Lixa Filgueiras e Viana de Lima.
Germano de Castro Pinheiro nasceu a 10 de abril de 1913, na Figueira da Foz.
A Fundação Marques da Silva deseja a todos uma Boa Páscoa e aproveita para informar que de 6 a 10 de abril, inclusivé, se encontra encerrada ao público. As visitas às exposições e restante atividade será retomada na terça-feira seguinte, dia 11, de acordo com o horário habitual, entre as 14h00 e as 18h00 (último acesso às 17h30).
Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra
Primeira Edição
Cerimónia de Entrega: 11 de abril, 17h30, LU.CA, Teatro Luís de Camões
No próximo dia 11 de abril, dia em que Manuel Graça Dias celebraria 70 anos de idade, às 17h30, no LU.CA - Teatro Luís de Camões, vai decorrer a cerimónia de entrega do Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra.
O Júri desta primeira edição, presidido por Sergio Fernandez, e formado pelos arquitectos Sofia Isidoro (por indicação do Ministério da Cultura), Ana Vaz Milheiro (por indicação da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte) e Inês Vieira da Silva e Egas José Vieira (ambos por indicação do Conselho Directivo da Ordem dos Arquitectos), avaliou um universo de 31 candidaturas em função da afirmação da importância, valor e mensagem a transmitir, sublinhando tratar-se de uma evocação de Manuel Graça Dias às primeiras obras e lhe estarem associadas as condições de “qualidade arquitectónica, inventividade e considerações ambientais”.
Os vencedores, por unanimidade, foram os arquitetos Ricardo Leitão e Rita Furtado, com a "Casa em Freamunde", uma obra de raiz, construída em contexto urbano descaracterizado. Dizem os autores premiados no texto que acompanha o projeto, traduzindo uma inteligente e sensível base de trabalho, que a casa “não é nem podia ser pura”. Conceito que abordam com "uma atitude onde a criatividade está intimamente ligada ao rigor e ao sentido do que pode e deve ser o espaço de habitar (...) sem recurso a qualquer tipo de exibicionismo fácil, mas de grande valor arquitetónico."
O Júri deliberou ainda atribuir uma primeira menção honrosa ao segundo trabalho mais votado, referente à candidatura “Casa-Atelier”, da autoria da arquiteta Maria João Rebelo, e uma menção honrosa a dois trabalhos ex aequo, à candidatura “Edifício General Silveira”, da autoria dos arquitetos Tiago Antero e Vítor Fernandes e à candidatura “Casa com Muitas Caras” da autoria da arquiteta Ana Luísa Soares.
Este Prémio, que visa homenagear Manuel Graça Dias e “reconhecer e celebrar a qualidade da arquitectura produzida por arquitectos com formação recente”, foi lançado pela Ordem dos Arquitectos em outubro do ano passado e conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva.
Prémio Fernando Távora
Lançamento da 19ª edição /
Conferência de Carlos Machado e Moura | Pedro Abranches Vasconcelos
3 de abril, 18:00, sede da OASRN
No próximo dia 3 de abril, pelas 18h00, na sede da OASRN, vai decorrer a sessão de lançamento da 19ª edição do Prémio Fernando Távora.
O programa da sessão inclui a apresentação do regulamento, a constituição de júri da nova edição e a conferência dos vencedores da 16ª edição, Arq. Carlos Machado e Moura e Arq. Pedro Abranches Vasconcelos que, tendo por título “Estrelas do Mar", apresenta um roteiro de viagem pelas fortificações da costa continental portuguesa.
O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da OASRN, nesta sua 19.ª edição, volta a contar com a parceria da Fundação Marques da Silva, da Câmara Municipal de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.
A participação na sessão é gratuita, sujeita a inscrição e à lotação do espaço.
Ver teaser da Conferência "Estreslas do Mar" aqui
+ info sobre o Prémios e inscrições: www.oasrn-oasrn.org
"Encontros com"
#03 Bernardo Miranda
moderação de Alexandra Saraiva
22 de abril, 15:30, Fundação Marques da Silva
O primeiro projeto de Raúl Hestnes Ferreira para o ISCTE data de 1976. Foi-lhe então pedido o que viria a ser o edifício ISCTE I, em 1976. Seguir-se-ia um Pavilhão Esplanada, a Ala Autónoma, o Centro de Formação INDEG e o novo edifício para o ISCTE II, já construído em novo milénio. A diversidade tipológica, a escala em questão, a continuidade da relação estabelecida entre arquiteto e um mesmo cliente, atribuem um significado particular a estes trabalhos no conjunto da obra de Hestnes Ferreira. Bernardo Miranda, atual Vice-Reitor do ISCTE para a área do património, foi colaborador deste arquiteto entre 1990 e 1996, tendo então participado e acompanhado o desenvolvimento de alguns destes projetos. Será ele o terceiro convidado deste ciclo de "Encontros com", programado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ.
Alexandra Saraiva volta a assegurar a moderação de mais esta sessão que, inevitavelmente, passará por uma partilha da vivência do atelier, mas também pelo que significa "habitar" - agora - estes espaços.
O ESPAÇO DO MOVIMENTO
conversa com Daniel Tércio
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
29 de abril, 15h, Fundação Marques da Silva
"Partindo do pressuposto de que a dança, tal como a arquitetura, produz espaço, tenciono questionar a qualidade inconstante do espaço dançado. Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
Este é o ponto de partida proposto por Daniel Tércio para a segunda conversa do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, pensado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira. Ou seja, o "Espaço da Escrita" vai ceder o lugar ao Espaço do Movimento. Daniel Tércio, o convidado desta sessão, foi Professor da Universidade de Lisboa, tendo lecionado cursos de História da Dança, Estética, Movimento e Artes Visuais. Até 2021, coordenou o programa doutoral em Motricidade Humana, na especialidade de dança, e foi membro da direção do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança. Enquanto crítico de dança, colabora regularmente com a imprensa escrita desde 2004. Os seus interesses vão da estética e história da dança aos estudos culturais, iconografia, tecnologias digitais e estudos da cidade.
A sessão é de entrada livre, sujeita à lotação da sala, e tem início às 15h.
A Casa que fez o sítio: o encontro com Luís Urbano
Hoje é dia Mundial do Teatro. Não serão as nossas casa os grandes palcos onde decorre a nossa vida? No passado sábado, no segundo encontro programado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ, com Luís Urbano em diálogo com Alexandra Saraiva, os protagonistas da sessão foram a Casa de Albarraque e o arquiteto que a imaginou. Contaram-se muitas histórias: a memória das aulas teóricas no "farol" do Colégio das Artes, em Coimbra; do que levou Manuel Graça Dias a escrever um argumento para a rodagem de um filme de ficção em torno da Casa; das peripécias que envolveram essa rodagem, para que um inusitado carteiro pudesse entregar a "encomenda". E falou-se, claro, da arquitetura da Casa, do ascendente exercido pela Maison Carrée de Alvar Aalto, de como a Casa fez o sítio, de como a partir de tijolo e reboco, apesar do reduzido orçamento, o arquiteto perseguiu a vontade de explorar uma nova linguagem. Com a projeção da entrevista que precedeu as filmagens e da curta-metragem produzida no âmbito do projeto Ruptura Silenciosa, Raúl Hestnes Ferreira tomou a palavra e ocupou o ecrã. Recordou o seu percurso, a importância das suas experiências, a razão de ser das suas opções, de como se tornou possível projetar aquela casa: um trabalho de minúcia sobre uma ideia para um terreno tão desabrigado que, na altura, daquele lugar, ainda se podia avistar a Serra de Sintra e o mar. Mas foi uma casa pensada para quem nela ia viver. Por isso falou do pai, José Gomes Ferreira, e das árvores que Rosalía, a sua mulher, foi plantando em torno dela, do carácter dos espaços que nela se conjugam. Ao assistir-se à "Encomenda", nesse habitar ficcionado para a câmara, é a arquitetura da Casa, na sua individualidade, que se afirma, porém, deixando entrever como foi e continua a ser um palco onde apetece viver.
O Cinema Avis, de Maurício de Vasconcellos, e os desenhos que o mantêm visível
No arquivo da Fundação Marques da Silva guarda-se a memória de muitos projetos construídos, outros que apenas foram imaginados, e outros ainda que, apesar de construídos, por circunstâncias várias e não obstante muitos deles terem vivido tempos áureos, acabaram por desaparecer do território. É o caso do Cinema Avis, na Avenida Duque de Ávila, em Lisboa, uma remodelação de Maurício de Vasconcellos do outrora Cinema Palácio, projetado por Raul Lino. Hoje, é um espaço residencial, mas, em particular durante a década de 60, foi um dos cinemas de referência da capital. Os desenhos em arquivo devolvem-nos esse tempo, mesmo ainda antes de o ser, ou seja, o momento em que Maurício de Vasconcellos o pensou e desejou enquanto equipamento para uma metrópole, um lugar com força urbana, a marcar o ritmo da vida cultural da cidade, onde não faltavam os néons para dar conta da sua presença. Foi um projeto cuidado e rigoroso, desde a optimização da preexistência, às instalações elétricas e ao tratamento acústico da sala, em concordância com "os mais modernos conhecimentos destas matérias", como nos lembra a memória descritiva de agosto de 1956. A partir de 1974, com desvios sensíveis da programação, o espaço entrou em declínio, acabando por vir a ser demolido. Permanecem os desenhos e a memória do projeto a lembrar a sua existência mais fulgurante.
Maurício de Vasconcellos nasceu a 27 de março de 1925. Faria hoje 98 anos.
O Funicular dos Guindais, arquitetura em movimento
Para unir a cota alta, na zona da Batalha, à cota ribeirinha, a cidade do Porto inaugurou, em junho de 1891, um funicular projetado por Raul Mesnier de Ponsard, engenheiro com origens familiares francesas, portuense por nascimento, autor de vários equipamentos desta natureza em Portugal. Com um moderno e complexo mecanismo acionado a vapor, situado na encosta dos Guindais, junto a um dos panos da muralha fernandina e com uma vista panorâmica de exceção sobre o rio e a Ponte Luís I, o Funicular foi celebrado como mais um símbolo de progresso no sistema de transportes urbanos da cidade. Porém, passados apenas dois anos, um trágico acidente viria a ditar o seu encerramento. Foi preciso aguardar pelo plano de reabilitação urbana lançado pelo Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, para se reconsiderar, num outro tempo, a importância da sua reposição. Coube a Adalberto Dias repensar o lugar e a sua história, as preexistências, assegurar a ligação da área a intervencionar em ligação à rede urbana como um todo, estabilizar um percurso que chega a atingir 45º de inclinação, e encontrar soluções técnicas eficazes e adequadas para o concretizar. Em 2004, a cidade tinha de novo em funcionamento o Funicular dos Guindais, a oferecer uma breve viagem com apenas 3 minutos de duração e a sensação de momentaneamente se levitar sobre o rio. E sobre o túnel, nem sequer faltam pequenas chaminés que se assemelham a garrafas de vinho do Porto. Arquitetura em movimento.
Adalberto Dias, cujo arquivo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022, nasceu a 26 de março de 1953. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Amanhã, às 15h30, Encontro com Luís Urbano
na Fundação Marques da Silva
Amanhã, na Fundação Marques da Silva, com Luís Urbano, a Casa de Albarraque de Raúl Hestnes Ferreira estará em destaque. É o segundo encontro programado no âmbito da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão, de entrada livre, começa às 15h30 e será moderada por Alexandra Saraiva.
Estádio do Dragão
Inovação Fora de Portas está de regresso
26 de março, 10h30
O “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” está de regresso. No próximo dia 26 de março, às 10h30, com o Eng.º Hugo Marques como convidado e a Arq.ta Bárbara Rangel como moderadora, falar-se-á do Estádio do Dragão, obra de grande dimensão e complexidade, construída entre 2002 e 2004.
A sessão inclui ainda a exibição de um vídeo documental sobre a obra e uma visita guiada a zonas do estádio referidas ao longo da sessão.
Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia.
"Encontros com"
#02 Luís Urbano
25 de março, 15:30, Fundação Marques da Silva
Em 2013, no âmbito do projeto de investigação Ruptura Silenciosa, pensado e coordenado por Luís Urbano, Manuel Graça Dias realizou A Encomenda, uma curta-metragem rodada em torno de uma das mais acarinhadas e reconhecidas obras de Raúl Hestnes Ferreira, a Casa de Albarraque. Nesta pequena ficção, pontuada de humor e de poesia, através da interacção entre o arquiteto e um peculiar carteiro, fica-se a conhecer e a entender esta casa onde ecoa um tempo escandinavo e a medida de uma vida, a de José Gomes Ferreira, seu pai. No decurso das filmagens, Manuel Graça Dias e Luís Urbano entrevistaram Raúl Hestnes Ferreira, um registo que é possível rever na exposição e onde, para além de desvendar o processo de construção da Casa de Albarraque, Hestnes Ferreira partilha, em discurso direto, as suas memórias sobre o que foi o seu percurso, da formação à experiência profissional, passando pelas viagens que marcaram a sua vida.
Esta segunda sessão de Encontros com tem Luís Urbano como convidado e a revisitação destes momentos como ponto de partida. Passaram-se, contudo, 10 anos e o balanço a fazer ganhou seguramente novos sentidos. Como em todas as sessões deste ciclo, a moderação está a cargo de Alexandra Saraiva, curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA – FORMA | MATÉRIA | LUZ. A entrada é livre, apenas condicionada à lotação do espaço. Começa às 15h30.
Um pedaço de papel e almoços entre amigos em Dia Mundial da Poesia
Quem conhecia mais intimamente Fernando Lanhas, sabia que era recorrente vê-lo a escrevinhar nas toalhas de papel que cobriam as mesas dos restaurantes. E assim aconteceu, naquele dia 9 de novembro de 1977, com o apontamento que hoje publicamos. Este mesmo escrito, mas sem data, encontra-se transcrito na "Antologia Poética" do livro Fernando Lanhas: os sete rostos (p. 91). O pequeno fragmento de papel de toalha de mesa chegou ao nosso conhecimento através do filho do Arq.to Octávio Lixa Filgueiras, Carlos Filgueiras, que o encontrou no meio dos papéis que o seu pai tinha por hábito guardar. Permite-nos agora datar o poema publicado, mas ficar a saber também que é um curioso testemunho de um dos muitos almoços que estes dois arquitetos costumavam combinar entre si. Unia-os uma amizade que, iniciada na Escola de Belas Artes, se manteve ao longo das suas vidas, alimentada por interesses comuns nas áreas da etnografia e da arqueologia. Num tempo em que "todos" se conheciam, elegiam-se afinidades eletivas que foram permitindo ultrapassar as diferenças que também os distinguiam. E entre almoços ou nos lanches da casa da Rua de S. Tomé, onde vivia Lixa Filgueiras, também ele autor de um livro de poesia, Requiem às Glórias do Mundo e outros poemas, poderíamos citar outros nomes, como Ângelo de Sousa, José Rodrigues (que viria a ilustrar um dos seus contos), Alberto Carneiro, José Forjaz, ou até mesmo um improvável General Eanes. Em Dia Mundial da Poesia, destaque para este pensamento poético, perdido e achado num pedaço de papel, recolhido na espontaneidade de um encontro entre amigos.
Pensar o espaço enquanto ficção, na escrita e na arquitetura
Nuno Camarneiro em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira
Pensar o "espaço", enquanto campo de trabalho da Arquitetura, a partir de diferentes perspetivas disciplinares, é o fio condutor das quatro conversas que compõem o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. No passado sábado, Nuno Camarneiro, cientista e escritor, em diálogo com os organizadores/moderadores, Gonçalo Furtado e António Oliveira, falou do conceito e da sua apropriação enquanto ferramenta de compreensão do real e simultaneamente mecanismo de criação. Partindo do seu percurso, da sua obra escrita e dos seus autores de referência, abordou as múltiplas aceções do espaço: real, simbólico, imaginário, do jogo de espelhos que sempre se estabelece entre a construção teórica e a experiência individual, social e política do mundo. Neste território comum à literatura e à arquitetura, com as suas interseções e transposições, contrapôs a liberdade ficcional da escrita e o seu potencial antecipador de outras realidades, ou até mesmo o exercício sinestésico de quem lê, aos constrangimentos inerentes à sua objetualização, à projeção do arquiteto, até quando esta permanece idealizada. Falou-se da memória e dos modelos que vão filtrando a nossa perceção do espaço e da forma como este, nas suas diferentes escalas, vai ditando as nossas vidas, sem deixar de referir a recente experiência de confinamento e a globalização do imaginário que marca o nosso tempo.
Na próxima sessão, em abril, com Daniel Tércio, será a relação entre corpo, movimento e espaço a estar em destaque.
O ESPAÇO DA ESCRITA
conversa com Nuno Camarneiro
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
18 de março, 15h, Fundação Marques da Silva
Nuno Camarneiro é o primeiro convidado do Ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento", um conjunto de quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço".
Com O ESPAÇO DA ESCRITA como tema, Nuno Camarneiro define assim o ponto de partida para a conversa: “Uma história são pessoas num lugar por algum tempo”, assim começa o romance "Debaixo de Algum Céu", que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção.”
A conversa será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, autores e organizadores desta iniciativa que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Todas as sessões deste Ciclo decorrem na Fundação Marques da Silva. Com início às 15h, são de acesso livre, apenas condicionadas à lotação do espaço.
Na semana em que se inicia um novo ciclo,«Espaço, Escrita e Pensamento», com Nuno Camarneiro como convidado, e se prepara a segunda edição do ciclo paralelo à exposição «Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz», um «Encontro com Luis Urbano», publica-se a edição de Março da Newsletter da Fundação Marques da Silva. A ler aqui
Corria o ano de 1805, quando a Real Companhia Velha decide comprar a casa que desde 1761 tinha arrendada, na Rua das Flores, cidade do Porto, a Manoel de Figueiroa Pinto. E aí permaneceu até 1961. Alguns anos depois, Silva Reis, o seu Presidente de então, encomenda à dupla de arquitetos Manuel Marques de Aguiar e Luiz Botelho Dias o projeto de transformação do edifício, a entrar num visível estado de degradação, em Estalagem. O desafio era grande, seja pela centralidade da sua localização, seja pelo programa a cumprir. Acautelando o prestígio inerente à instituição e a garantia de criação de ambientes confortáveis e convidativos, havia que recuperar e valorizar as existências e assegurar a sua transição para um novo corpo a construir, destinado a acolher quartos e serviços. As soluções não poderiam comprometer nem o respeito pela traça do edifício antigo nem a eficácia da resposta a novas funções. Princípios que se encontram expressos na memória descritiva de janeiro de 1969. O projeto para a "Estalagem do Vinho do Porto", desenvolvido no gabinete da Rua Sá da Bandeira, prolongou-se pelo tempo, com os dois arquitetos envolvidos na sua defesa e pormenorização. A documentação hoje arquivada na Fundação Marques da Silva e de onde foi retirada a perspetiva agora publicada, assinada por Luiz Botelho Dias e datada de agosto de 1974, assim o confirma. Não viria, contudo, a ser construído. A Casa da Companhia, o n.º 69 da Rua das Flores, sobreviveu, foi ganhando novos inquilinos e acaba de ser renovada, cumprindo-se enquanto hotel de luxo. Mas este processo de projeto faz parte da história do edifício e da história da cidade imaginada. Aquela que não correspondendo ao que existe nos diz do que poderia ter sido.
ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO Ciclo de conversas
Mar - Jun 2023 / Fundação Marques da Silva
O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, organizado pelo Professor Gonçalo Furtado e pelo Arquiteto António Oliveira, consiste em quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço". Os escritores e filósofos Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil/Ana Godinho Gil e Maria Filomena Molder responderam ao desafio lançado e, entre março e junho, virão à Fundação Marques da Silva falar sobre o lugar que o conceito ocupa nos seus ofícios de escrita e pensamento, sobre como o espaço é construído pelo homem e, simultaneamente, como nele se constrói. As conversas, moderadas pelos organizadores do Ciclo, são abertas ao público em geral, que também será convidado a nelas participar.
A primeira conversa acontece já no próximo dia 18, com Nuno Camarneiro.
Este Ciclo conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
La Ciudad en Disputa / The City in Dispute
Exposição
Galeria La Virreina, Barcelona
Desde a reconstrução neorrealista na Itália do pós-guerra, passando pelos "poblados dirigidos" em Espanha, até à experiência do SAAL em Portugal, a exposição La Ciudad en Disputa, com curadoria de María García Ruiz e Moisés Puente, apresenta um olhar em perspetiva sobre a habitação social do Sul da Europa, através do qual se interpela a forma como, entre 1949 e 1976, a ação política se entrecruzou com a prática arquitetónica.
Nesta exposição, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, estará em destaque o projeto de Sergio Fernandez para a Operação SAAL no Bairro do Leal (Porto, 1974-76), assim como outra documentação proveniente dos arquivos de Alcino Soutinho e Alfredo Matos Ferreira.
La ciudad en Disputa inaugura amanhã, 3 de março, na Galeria La Virreina, em Barcelona, e ficará patente ao público até 4 de junho deste ano.
Alfredo Matos Ferreira e a piscina para o Convento de Santa Marinha da Costa
A requalificação do convento de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, é um dos projetos que, pela sua dimensão e complexidade, Alfredo Matos Ferreira destaca do período que considera ter sido o mais interessante da sua longa carreira, aquele em que colaborou com Fernando Távora e onde, entre estes dois arquitetos, para além de uma sólida amizade, se firmou uma "grande concordância no modo de abordar os problemas da Arquitectura e do Urbanismo" (Memória, p. 217).
Na reconversão a Pousada do velho e degradado edifício conventual havia que articular preexistências com processos de construção contemporâneos e introduzir infraestruturas relacionadas com o conforto, a par da conceção de novos espaços construídos de raiz. Coube a Alfredo Matos Ferreira projetar a Piscina, um lugar idealizado para descanso e que deveria cumprir um programa relativamente simples: uma piscina para adultos e outra para crianças, vestiários, balneários e um pequeno bar, assim como um espaço para tratamento da água da nascente que abastecia o convento. O acesso ao espaço seria possível seja através da grande escadaria de ligação do Convento ao tanque circular construído pelos frades no séc. XVIII ou através de uma alameda de tílias que também permitiria o trânsito motorizado. A solução proposta por Matos Ferreira, afirmando-se pela sua geometria, desenvolvia-se em dois pisos, uma plataforma para organizar todos os espaços ao ar livre ou cobertos, e um piso semienterrado, para apoio e instalação de maquinaria de tratamento de água. Mas só um piso enterrado, a assegurar esta última valência, viria a ser construído (Memória, p. 224).
Alfredo Matos Ferreira nasceu a 1 de março a 1928.
Ana Tostões e a longa e aventurosa vida de Raúl Hestnes Ferreira
Naquele que foi o primeiro encontro organizado em torno da exposição HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, Ana Tostões veio à Fundação Marques da Silva falar-nos da longa e aventurosa vida do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira. Num primeiro momento esteve em foco a pessoa, a adolescência singular, a atração nórdica, a descoberta do universo kahniano; assim como a identificação do que é distintivo da forma de projetar deste arquiteto: o uso do carvão, as geometrias em espaço, a subtileza do trabalho sobre a luz, a grandiosidade, o rigor construtivo ou o respeito pela natureza dos materiais. Da extensíssima obra de Raúl Hestnes Ferreira, Ana Tostões destacou Albarraque, obra perfeita, e fez também questão de referir o olhar inteligente deste arquiteto sobre um passado recente da arquitetura portuguesa, desde logo nas suas abordagens à obra de Cassiano Branco e Keil do Amaral, lembrando que Hestnes Ferreira fez parte de uma geração de arquitetos politicamente comprometida e consciente do seu papel. Seguiu-se uma visita à exposição pautada por uma estimulante conversa com a curadora Alexandra Saraiva ao longo de todo o percurso expositivo.
O próximo encontro é já no dia 25 deste mês, com Bernardo Miranda.
"Encontros com"
#01 Ana Tostões
25 de fevereiro, 15:30, Fundação Marques da Silva
Encontros com é o título que agrupa genericamente um conjunto de cinco sessões pensadas no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz. E se nela os curadores Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto, nos propõem uma leitura da obra de Raúl Hestnes Ferreira a partir do seu processo de trabalho, entre o projeto e a experiência do construído, as ações agora programadas têm como objetivo aprofundar e colocar em discussão outros olhares, outras possíveis perspetivas de análise do extenso e invulgar campo de trabalho deste arquiteto.
A primeira convidada deste ciclo vai ser Ana Tostões, arquiteta, investigadora, curadora e professora catedrática, autora (entre muitas outras publicações) do livro Idade Maior, Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa (FAUP, 2015) que, no próximo sábado, dia 25, às 15:30, na Fundação Marques da Silva, irá fazer uma breve introdução à figura de Raúl Hestnes Ferreira, seguida de uma visita guiada à exposição.
As sessões são de acesso gratuito, apenas limitadas à lotação do espaço.
A Fundação Marques da Silva vai estar encerrada esta terça-feira, 21 de fevereiro, dia de Carnaval. O horário de visita às exposições e o atendimento aos investigadores será retomado logo no dia seguinte.
"Fernão Simões de Carvalho - O Moderno Brutalista"
Duas novas visitas guiadas
O Círculo de Arquitetura de Oeiras vai prolongar a exposição "Fernão Simões de Carvalho - O Moderno Brutalista" até 18 de março, mês durante o qual será ainda possível participar em duas novas visitas guiadas:
/ 02 de Março – Visita Guiada à Casa do Arquiteto em Queijas (dois horários disponíveis – 15:00 e 16:00)
/ 08 de Março – Visita guiada à Exposição (às 18:00)
Inscrições através do email circulodaarquitetura@oeiras.pt.
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ já se deu a conhecer
Foi em ambiente de festa que a exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ abriu as suas portas e deu a conhecer uma outra forma de interpretar o percurso e a obra de Raúl Hestnes Ferreira. Antes porém, nas intervenções de Luís Urbano e da curadora principal, Alexandra Saraiva, foi referido o trajeto de transferência do seu arquivo do atelier da Graça para a Fundação Marques da Silva, as investigações que antecederam este novo projeto expositivo e tudo o quanto tem vindo a ser feito para que a memória documental do trabalho deste arquiteto e professor de exceção possa continuar a enfrentar o tempo, possa continuar a ser estudada, possa continuar a ser comunicada. Entretanto, a exposição aí está, à sua espera.
A visitar na Casa-Atelier José Marques da Silva, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00.
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ
Inaugura amanhã, às 16:00, na Fundação Marques da Silva
Fase final de montagem da nova exposição.
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ inaugura amanhã, às 16:00, na Fundação Marques da Silva.
Contamos com a sua presença!
Bartolomeu Costa Cabral e o projeto para a estação de metro da Quinta das Conchas
Quando se pensa na obra de arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral é imediata a associação aos projetos desenvolvidos para as Universidades da Covilhã, Guimarães ou Bragança, o plano de habitação do Bairro do Pego Longo, a Escola do Castelo, a "casa de taipa", as moradias da Travessa da Oliveira, Ribeiro Sanches e as Amoreiras, em Lisboa, a Galeria 111 ou a recuperação do Teatro Taborda, alguns dos seus mais amados projetos, já para não se falar do matricial Bloco das Águas Livres. Mas ao longo do seu percurso contam-se muitos outros que não deixam de ser exemplares do seu processo de trabalho e dos valores éticos, estéticos e humanos que o norteiam. É no compromisso entre arte e técnica construtiva, entre a resposta a uma função precisa e o sentido para a comunidade onde as suas obras ganham forma, que se fundamenta a sua ação e a consistência da sua obra. Mesmo quando se assume como coordenador de uma equipa, como é o caso da estação de metro da Quinta das Conchas, inaugurada em 2004. A arquitetura desta estação metropolitana de Lisboa, integrada na Linha Amarela e que chegou a chamar-se Quinta do Lambert e Quinta das Moucas antes de assumir em definitivo a atual designação de Quinta das Conchas, é assim da autoria de um coletivo composto por Mário Crespo, João Gomes e Anabela João, com coordenação de Bartolomeu Costa Cabral. O espaço integra ainda intervenções dos artistas plásticos Joana Rosa e Manuel Baptista.
É um projeto onde ecoam influências do metro de Foster para Bilbao, desenvolvido a partir do lugar, com e para as pessoas. O que se alcançou resulta de uma relação próxima de trabalho e partilha entre arquitetos, a equipa de serviços técnicos do metro de Lisboa e os artistas plásticos envolvidos. E, de novo, aí se pode sentir a força e o respeito pelos materiais, o espaço de liberdade de escolha que Bartolomeu Costa Cabral sempre se impôs, o acautelar das necessidades do utilizador, a procura de beleza. Por isso não é também de estranhar que juntamente com a memória documental deste projeto, hoje parte do arquivo da Fundação Marques da Silva, ainda se preservem modelos de estudo para um dos elementos conferidores de identidade a esta estação, o azulejo canelado que reveste parte importante das suas superfícies parietais.
Bartolomeu Costa Cabral nasceu a 8 de fevereiro de 1929. Faz hoje 94 anos e continua a projetar. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Quando Alexandre Alves Costa volta o seu olhar para os anos em que se fez arquiteto, entre a Escola Superior de Belas Artes e o estágio no LNEC, entre o Porto e Lisboa, entre Távora ou Siza e Nuno Portas, não hesita em afirmar o seu sentido de pertença à geração da heterodoxia, que tinha em Eduardo Lourenço o seu grande ideólogo. E devolve-nos, quando o ouvimos, uma leitura muito pessoal dessa década, os anos sessenta em Portugal, de onde transparece uma procura consciente de apreensão da realidade "real" do país que era e é o seu, aliada a uma inquebrantável vontade de mudança, de construção de um tempo novo. Nesse reencontro com o passado, vai reconhecendo a existência de um lado solar, desse espaço de liberdade habitado por um sentimento de esperança transversal, para além da arquitetura, aos domínios da poesia e do cinema. São referências e memórias interpretadas a partir da sua própria experiência, sensibilidade e idiossincrasia, num encantamento pelo mundo na riqueza da sua globalidade.
Alexandre Alves Costa nasceu a 2 de fevereiro de 1939. Para assinalar o seu aniversário, a Fundação Marques da Silva recuperou a entrevista dada a Luís Urbano, em 2014, no âmbito do projeto CIRCA 1963. É que como o próprio refere a propósito da Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, outra das suas grandes referências, apropriando-se das palavras de Eduardo Lourenço, nela "não lemos o passado, lemos sempre o futuro". Parabéns, Senhor Arquiteto!
A primeira Newsletter de 2023 abre com o anúncio de uma nova exposição a inaugurar na Casa-Atelier José Marques da Silva: HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, enquanto no Palacete Lopes Martins se mantém a exposição CARTOGRAFIA MANUEL BOTELHO: Obra e Projeto. Mas há muito mais a acontecer.
Fernando Távora em debate nos Encontros de Arquitetura da Fondazione Corrente
2 de fevereiro, 18:00
Dell´organizzazione dello spazio, tradução para língua italiana de Carlotta Torricelli do texto original de Fernando Távora, livro publicado pela editora nottetempo com o apoio da Fundação Marques da Silva e da família de Fernando Távora, vai ser um dos temas em debate nos Encontros de Arquitetura da Fondazione Corrente.
A sessão dedicada ao livro, a primeira deste ciclo de conversas e também a primeira apresentação pública do livro a ter lugar em Milão, inicia-se às 18:00 e nela participam, para além de Carlotta Torricelli, tradutora e autora da nota introdutória ao livro, Gregorio Carboni Maestri, Giovanni Muzio e Stefano Perego.
De acesso livre, estes encontros são coordenados por Jacopo Muzio Treccani.
"Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista"
Mesa Redonda
2 de fevereiro, Círculo da Arquitetura (Oeiras), 18:00
A exposição Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista, patente ao público no Círculo da Arquitetura, em Oeiras, está a entrar nos seus últimos dias, mas no próximo dia 2 de fevereiro ainda poderá assistir a uma mesa redonda onde serão debatidas várias das temáticas assinaladas neste projeto expositivo. Tomam parte no painel Beatriz Serrazina, Filomena Espírito Santo, Hugo Farias, Inês Lima Rodrigues, Joana Basto Malheiro, João Carrola Gomes, Maria Manuela da Fonte e Michel Toussaint. A sessão, de entrada livre, tem início às 18:00 e para participar basta inscrever-se através do email circulodaarquitetura@oeiras.pt.
´Uma moradia em forma de círculo no centro do Porto`
Adotar a forma circular para compor uma habitação não é seguramente um gesto comum, e ainda mais invulgar se nos estivermos a referir a uma das zonas centrais da cidade do Porto. Mas no final dos anos quarenta, mais exatamente em 1949, assim aconteceu quando os arquitetos David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva, em aditamento a projetos anteriores, trabalharam a possibilidade de adaptação do torreão do "Palácio do Comércio", a moradia. Não existem elementos que nos permitam aferir se tal decisão decorreu da vontade do cliente ou de uma proposta dos arquitetos. Seja como for, 7.º e 8.º pisos, ligados internamente por uma escada em caracol, transformam-se num espaço de habitação que ainda hoje distingue o topo sul da fachada principal, no cruzamento entre as ruas Sá da Bandeira e Fernandes Tomás, afirmando-se como um dos elementos identitários e mais icónicos de todo o edifício.
O "Palácio do Comércio", projeto em que David Moreira da Silva começa a trabalhar desde 1940, foi encomendado pela firma Ferreira & Filhos, Lda e desde o primeiro momento, aliás em sintonia com as aspirações camarárias, teve por objetivo ser "grandioso". "Concebido de modo a poder contribuir, em elevado grau, para a plena valorização estética e funcional do núcleo central citadino, êste edifício, que tanto pela sua privilegiada situação, grande composição, invulgares dimensões, como pelos nobres e ricos materiais com que deverá a vir a ser construído, não poderá deixar de ser, para os vindouros, um bem marcante, expressivo e dignificador PADRÃO da nossa época – graças à larga capacidade realizadora e ao tão notável como louvável espírito bairrista e de sacrifício da firma que o pretende construído, não poderá deixar de ser, para os vindouros, um bem marcante, expressivo e dignificador Padrão da nossa época - graças à larga capacidade realizadora e ao tão notável espírito bairrista e de sacrifício da firma que o pretende construir [...]." (memória descritiva de 1946)
Em resposta a uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, a Direção-Geral do Património Cultural tem em curso um processo de classificação deste edifício-quarteirão.
David Moreira da Silva nasceu na Maia, a 28 de janeiro de 1909.
Políticas de Habitação em Lisboa: da Monarquia à Democracia Exposição
Museu de Lisboa, Palácio Pimenta, Pavilhão Preto
Vai inaugurar, no próximo dia 2 de fevereiro, às 18:00, no Palácio Pimenta, a exposição Políticas de Habitação em Lisboa: da Monarquia à Democracia. Promovida pelo Arquivo Municipal de Lisboa e com curadoria científica de Gonçalo Antunes, a exposição apresenta os resultados urbanos das políticas habitacionais implementadas nesta cidade nos últimos 200 anos, destacando as diferenças práticas e conceptuais dessas políticas, em particular no que respeita a opções de arquitetura, morfologia, desenho urbano, destinatários e localização.
Nesta reflexão sobre a evolução das políticas de habitação e a forma como estas contribuíram para a construção da paisagem urbana de Lisboa, não poderia deixar de estar sinalizado o Bairro Fonsecas e Calçada, de Raúl Hestnes Ferreira, desenvolvido no âmbito do SAAL para as Cooperativas 25 de Abril e Unidade do Povo.
A exposição, que conta assim com o apoio da Fundação Marques da Silva, poderá ser visitada até 30 de abril deste ano, de terça a domingo, entre as 10:00 e as 18:00. Durante este período serão ainda realizadas 3 visitas orientadas pelo curador científico a 11 de fevereiro, 11 de março e 15 de abril.
HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz Exposição
11.02 a 29.07.2023, Fundação Marques da Silva
HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, a próxima exposição a habitar a Casa-Atelier José Marques da Silva, com curadoria de Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto, questiona a arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018) sob a perspetiva do diálogo que se pode estabelecer entre a experiência do construído e a memória de projeto.
A partir da documentação em arquivo na Fundação Marques da Silva, os curadores selecionaram 13 obras realizadas por este arquiteto, entre o final dos anos sessenta e a primeira década do século XXI, e traçaram um itinerário capaz de propor um outro entendimento sobre a singularidade do processo de trabalho de Hestnes Ferreira e o significado da sua arquitetura. A leitura agora proposta surge-nos ainda balizada por uma breve incursão através do seu tempo de formação, enquanto arquiteto, e pela projeção de alguns vídeos. Um programa de ações paralelas virá ainda aprofundar e expandir os caminhos abertos pela Exposição.
HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz tem inauguração marcada para o próximo dia 11 de fevereiro, às 16:00, na Casa-Atelier José Marques da Silva. O momento será assinalado com uma visita guiada pelos curadores. Nesse dia, a entrada é livre.
Este projeto expositivo, uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, surge na continuidade de um longo processo de inventariação, tratamento de digitalização do acervo de Raúl Hestnes Ferreira, doado a esta Fundação em 2018, e conta com o apoio da família do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, da sua unidade de investigação DINÂMIA´CET-Iscte, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território, e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BPD/ 111869/2015; 2021.02417.CEECIND; SFRH/BPD/117167/2016).
"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto", novas datas
A exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto vai poder continuar a ser visitada até ao dia 6 de maio, data para a qual foi igualmente reagendada uma sessão de encerramento constituída pelo lançamento de uma monografia com a retrospetiva do trajeto deste arquiteto e uma mesa redonda com a participação de Jorge Figueira (moderador), Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira. De entrada livre (sujeita à lotaçâo do espaço), a sessão terá início às 16:00, na Fundação Marques da Silva. Até lá, a Exposição mantém-se aberta ao público durante o horário habitual: de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00.
Comissariada por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano a Exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto resulta de uma parceria entre a Fundação Marques da Silva (FIMS), a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo/FAUP (CEAU/FAUP), o Laboratório da Paisagem, Património e Território (Lab2PT) e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (EAAD-UM); e conta com o apoio à divulgação da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OA-SRN).
O livro a Manuel Botelho, obra e projeto, a publicar pela Circo de Ideias, tem como editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e como coordenador editorial, Pedro Baía. Esta publicação conta com o apoio de todas as instituições parceiras do projeto que, desde janeiro de 2022, tem vindo a concretizar um diversificado conjunto de ações para dar a conhecer a produção e o percurso singular de Manuel Botelho.
Carlos Carvalho Dias e o Congresso da AIU onde se pensaram as pequenas e médias cidades à escala do mundo (Braga, 1984)
Poderia ser a simples fotografia de um grupo, reunido em pleno centro da cidade de Viana do Castelo, a acompanhar com evidente atenção as palavras do guia que desloca a sua atenção para um ponto que não nos é dado ver. Só que sabemos também que o guia é o arquiteto Carlos Carvalho Dias e que foi tirada a 6 de setembro de 1984, durante o primeiro dia da viagem ao Norte de Portugal e Santiago de Compostela organizada no contexto do 20.º Congresso da Associação Internacional de Urbanistas, que tivera lugar em Braga, entre 1 e 5 do referido mês de setembro. A fotografia encontra-se arquivada num dossier pertencente ao arquivo de Carlos Carvalho Dias, na altura Vice-Presidente da ISOCARP (International Society of City and Regional Planners), instituição da qual tinha sido um dos fundadores. O Congresso, presidido por Derek Lyddon, teve por tema "A implementação de Planeamento em pequenas cidades" e contou com a presença de mais de centena e meia de participantes internacionais para apresentarem e discutirem 16 casos de estudo: cidades de pequena e média dimensão, maioritariamente europeias, mas também situadas no Brasil, Peru, Marrocos e Índia. O exemplo português era precisamente a cidade de Braga, para a qual tinha sido projetado o Anteplano de Urbanização, de Carlos Carvalho Dias e Lúcio Miranda, do início da década de 70, e o Plano posterior, mas já então em vigor, da autoria de Manuel Fernandes de Sá. Na altura foi igualmente apresentada, por Fernandes Ribeiro, a experiência de renovação urbana levada a cabo pelo CRUARB, ou seja, na área Ribeira-Barredo, no Porto. A passagem de testemunho da presidência da Associação para um representante português, Manuel da Costa Lobo, era outro dos pontos do programa. O dossier de Carlos Carvalho Dias, agora consultável na Fundação Marques da Silva, inclui informações relativas aos trabalhos preparatórios, relatórios que sintetizam as principais conclusões do Congresso e outros registos, entre os quais, documentos que testemunham um sentimento de generalizada aprovação e satisfação pelo trabalho desenvolvido por parte dos organizadores, em particular o de Carlos Carvalho Dias.
Carlos Carvalho Dias nasceu em Viana do Castelo, a 14 de janeiro de 1929. Faz hoje 94 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Domingos Pinto de Faria numa varanda com vista para a cidade
Domingos Ferreira Pinto de Faria obteve o seu Diploma de Arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1965, tendo-se apresentado a Concurso com um Plano de Renovação para um Quarteirão junto à Quinta do Covelo, delimitado pelas ruas Faria de Guimarães, Covelo, Campo Lindo e Monte de S. João. Tema e desenvolvimento foram desde logo assumidos pelo próprio como resultantes da experiência acumulada durante a sua passagem pelo Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto, onde iniciara a sua atividade profissional, em 1957, e onde permanecerá até 1970. Durante esse período, colaborou na elaboração do Plano Diretor da Cidade do Porto orientado por Robert Auzelle e na equipa que visava extinguir as ilhas. Será dessa altura a fotografia que hoje publicamos e com a qual se assinala o dia do seu nascimento, a 12 de janeiro de 1934.
Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista
Visita guiada por Inês Lima Rodrigues
12 de janeiro, às 18:00
No contexto da exposição "Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista", patente ao público no Cìrculo da Arquitetura, em Oeiras, foi pensada uma programação paralela que, entre visitas guiadas e a realização de uma mesa redonda, agrega ao projeto expositivo outras leituras sobre o significado e sentido da obra desenvolvida por este arquiteto e urbanista.
Assim, já amanhã, dia 12, Inês Lima Rodrigues, arquiteta e investigadora que não só tem vindo a dedicar-se ao estudo e reconhecimento da obra e do arquiteto Fernão Simões de Carvalho, como tem sido a mediadora do processo de transferência do seu arquivo para a Fundação Marques da Silva, vai fazer uma visita guiada à Exposição. A visita tem início às 18:00 e a participação está apenas dependente de inscrição prévia para circulodaarquitetura@oeiras.pt.
Seguir-se-á, a 26 de janeiro, uma visita guiada pelo arquiteto Hugo Faria, à Casa do Arquiteto, em Queijas, e, a 2 de fevereiro, uma mesa redonda com a participação de Beatriz Serrazina Hugo Farias, Maria Manuela da Fonte, Michel Toussaint, João Carrola Gomes, Inês Lima Rodrigues e Joana Basto Malheiro.
A exposição, de entrada livre, pode ser visitada até 18 de fevereiro, de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
A Direção Regional de Cultura do Norte tem vindo a divulgar as instituições parceiras da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea - Norte, entre as quais, a Fundação Marques da Silva.
Na entrada dedicada a esta Fundação pode aceder a informações sobre o que somos e o que fazemos, visitar a exposição multimédia em destaque, conhecer um pouco da história dos espaços onde se encontra localizada e saber quem foi o arquiteto José Marques da Silva.
ISMAI – Estádio
Foi revelado o vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha
E o primeiro prémio da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha* foi atribuído a um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, Luís Pinheiro Loureiro, José Manuel Loureiro: ISMAI – Estádio, um projeto feito a pensar na comunidade.
Como é referido na memória descritiva. "Um extenso espaço vazio separava os dois extremos do campus académico, limitado a Nascente, pela linha de metro [...] Agora jogam as crianças das escolas de futebol, os jovens estudantes universitários praticam e aprendem o ensino do desporto, enquanto outros podem assistir [...]. O objetivo foi cumprido".
O júri desta primeira edição, composto pelo engenheiro António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia; pelos arquitetos José Gigante, em representação da APJAR; Teresa Fonseca, designada pela Ordem dos Arquitectos; José Miguel Rodrigues e pelo curador José Maia, pela Câmara Municipal da Maia, decidiu ainda atribuir uma Menção Honrosa a SISMA – Unidade Industrial da Maia, da autoria da arquiteta Sandra Maria Machado Ferreira Garcia.
Os projetos a concurso encontram-se em exposição até 31 de janeiro, na Galeria D. Manuel II do Fórum da Maia.
* Este Prémio, promovido pela Câmara Municipal da Maia e organizado pela APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos localizados no Município da Maia.
Manuel Marques de Aguiar e a Rua de Gonçalo Cristóvão
Há muito que o nome "Gonçalo Cristovão" deixou de convocar a memória de uma pessoa concreta, para passar a designar um lugar urbano preciso na cidade do Porto. A abertura da rua que "do Campo da Regeneração vai desembocar a Santo António do Bonjardim", segundo o Livro de Vereações de 1838, decorre da oferta do terreno ao Município pelos herdeiros de Gonçalo Cristóvão Teixeira Coelho Sá Melo Pinto de Mesquita, proprietário da Quinta do Bonjardim, a quem a Câmara decidira, em início de século, comprar "16 penas de água" para utilização pública. De então para cá, a nova Rua foi ganhando forma e cada vez mais habitantes e utilizadores, foi-se expandindo e transformando continuamente. A imagem que dela hoje temos, enquanto via pública, é sobretudo consolidada em meados do século XX, sendo um dos pontos de intervenção visados no Plano de Antão de Almeida Garrett e, sobretudo, no de Robert Auzelle. Exatamente no gaveto com a rua do Bonjardim, situa-se um dos seus mais icónicos edifícios, projetado por Manuel Marques de Aguiar. O projeto iniciou-se em finais dos anos 50, em resposta à encomenda de Mário dos Santos Figueiredo, mas a forma como Marques de Aguiar o vai desenvolver encontrava-se já intimamente ligada às propostas de Auzelle, que atribuíra a este arquiteto portuense, seu aluno anos antes em Paris, a coordenação daquele eixo de circulação. E daí também a importância que Marques de Aguiar vai dar à volumetria do corpo a edificar, evidenciada em vários esquissos pertencentes ao processo de projeto do que acabará por ficar conhecido como "Edifício Figueiredo". A implantação e desenho final da fachada, com a sua característica torre central e galeria de entrada, acabará por ficar aquém do que tinha sido inicialmente imaginado e desejado por Manuel Marques de Aguiar, seja porque o cliente forçará à densificação da ocupação, seja pela envolvente, incapaz de se realizar enquanto "boulevard", tal como chegou a ser equacionado. Porém, continua, juntamente com o edifício contíguo, também da autoria deste arquiteto, o edifício "Lar Familiar", a conferir uma identidade própria a este lugar da cidade e a demonstrar a sua solidez construtiva e plena funcionalidade enquanto espaço dedicado a serviços, comércio e habitação.
Manuel Marques de Aguiar nasceu no Porto a 8 de janeiro de 1927.
José Adriano Anselmo Vaz formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, em 1964, e nesse mesmo ano foi admitido no atelier de Viana de Lima. A passagem por Paris, no ano seguinte, reforçou o seu interesse pelo planeamento urbano, numa antecipação do que viria a ser uma área dominante do seu percurso profissional a partir da década de 70, enquanto arquiteto da Câmara de Sintra e, posteriormente, de Lisboa. Aqui, entre outros projetos, assumirá a coordenação do planeamento urbanístico da zona oriental e do plano de urbanização da área envolvente da Expo 98, sendo o representante técnico da Câmara, tanto na promoção da Expo 98, quanto no projeto urbanístico da área selecionada para a sua localização e respetivas acessibilidades. Manteve, desde a sua formação, a atividade em regime de profissão liberal. Falou e escreveu sobre muitos dos projetos em que esteve envolvido, acompanhou teses, estágios e trabalhos de alunos portugueses e estrangeiros. Em julho de 2022 doou a sua biblioteca profissional à Fundação Marques da Silva.
Anselmo Vaz nasceu a 4 de janeiro de 1940. Parabéns, senhor arquiteto!
Imagem: Anselmo Vaz, estudo para a frente de rio, Lisboa, s.d.
"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Reabre hoje ao público, na Fundação Marques da Silva
A exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" reabre hoje ao público, retomando os horários habituais, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00 (última admissão às 17:30).
Venha até à Fundação Marques da Silva e siga o "fio vermelho" que o conduzirá através das várias coordenadas que traçam o espaço de vida e de obra de Manuel Botelho.
A Casa de Ponte da Barca, desenhada por Manuel Botelho
Nesta fotografia de Manuel Botelho há um sentido de transcendência e de poesia. Só um olhar conhecedor será capaz de nela identificar a Casa projetada para o Dr. Luís Barroso Pires, no terreno de forte pendente, situado na margem direita do rio Vade, afluente do rio Lima, em Ponte da Barca, mas lá está o contorno ondulante da fachada a denunciar a materialidade do construído. Foi o seu primeiro projeto construído em nome individual e com ele, em 1989, conquistou o Prémio Nacional de Arquitectura Keil do Amaral. O Júri, formado por José Charters Monteiro, Alexandre Alves Costa, Duarte Castel-Branco, Alexandre Brás Mimoso e Pedro Vieira de Almeida reconheceu a investigação formal e a linguagem própria que a obra revelava, a criatividade do autor e a sua importância para o desenho do território. A Casa de Ponte da Barca, como ficou também conhecida, continua a cumprir a sua função de abrigo a quem a habita, contudo, ainda que pensada para um terreno bucólico e como um espaço que desce para o rio, sempre continuará a tentar alcançar o infinito.
Manuel Botelho nasceu a 29 de dezembro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto!
E do projeto de reabilitação do Cinema Batalha, da autoria do Atelier 15, saiu o desenho que dá forma ao Postal de Boas Festas da Fundação Marques da Silva. É com ele que a todos desejamos uma feliz quadra natalícia e um bom 2023.
Aproveitamos para informar que a Fundação Marques da Silva se encontra encerrada ao público entre 22 de dezembro e 2 de janeiro, inclusive, retomando a sua atividade a 3 de janeiro.
"FERTILE FUTURES”
Andreia Garcia (Architectural Affaires) vai representar Portugal na próxima Bienal de Arquitetura de Veneza
“Fertile Futures” foi o projeto selecionado para representar Portugal na 18.ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, que decorrerá entre 20 de maio e 26 de novembro de 2023. Apresentado por Andreia Garcia (Architectural Affairs), em co-curadoria com Diogo Aguiar e Ana Neiva, terá como foco sete distintas hidrogeografias profundamente marcadas pela ação antropocêntrica: Bacia do Tâmega, Douro Internacional, Médio Tejo, Albufeira do Alqueva, Rio Mira, Lagoa das Sete Cidades e Ribeiras Madeirenses. O projeto inclui a encomenda a jovens arquitetas e arquitetos, em colaboração com especialistas de outras áreas de conhecimento, da apresentação de modelos propositivos para um amanhã mais sustentável, saudável e equitativo, em cooperação não hierarquizada entre disciplinas, gerações e espécies.
Segundo a Direção-Geral das Artes, a representação portuguesa, que ficará instalada no Palácio Franchetti, "defenderá, entre Portugal e Veneza, a pertinência do contributo da Arquitetura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo, respondendo diretamente à convocatória de Lesley Lokko [arquiteta e escritora escocesa-ganesa, curadora-geral desta edição Bienal], partindo de uma aprendizagem que convoca o contexto africano, como outros que há muito testemunham condições climáticas extremas."
A Fundação Marques da Silva faz parte do corpo de entidades parceiras e apoiantes deste projeto, escolhido pelo júri constituído por Paulo Carretas (da DGARTES), e pelos especialistas Joaquim Moreno, Isabel Ortins Simões Raposo, Julia Albani e Nuno Grande.
foto: Veneza, Palácio Cavalli-Franchetti, G. Massiot & Cie., 1910.
I Viaggi di Fernando Távora: últimos dias da exposição
Inaugurada a 23 de setembro, na Galleria del Ridotto, em Cesena (Itália), a exposição I viaggi di Fernando Távora está prestes a concluir-se. Para assinalar o encerramento, está agendada para amanhã, 10 de dezembro, uma última sessão, com a participação de Elisabetta Bovero, Luísa Távora, Antonio Esposito e Giorgio Liverani, seguida de uma visita à exposição.
Sugestão de fim de semana: uma visita à exposição "Cartografia Manuel Botelho"
Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto é a exposição que habita temporariamente o Palacete da Fundação Marques da Silva. Um projeto pensado e materializado por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano para dar a ver, sobretudo entre desenhos, maquetas e fotografias, mas também recorrendo aos instrumentos do ofício ou a objetos por si idealizados, a obra do arquiteto Manuel Botelho, o seu corpo de trabalho. Uma arquitetura de autor e um universo invulgar que também nos são desvendados pelas fotografias de Duarte Belo, num jogo dialogante entre tempos distintos que ali se cruzam e ampliam de sentidos.
São 18 projetos de Manuel Botelho que nos são mostrados aqui, contudo, como refere André Tavares na crítica recentemente publicada no Ípsilon/Público, "O Interior e o Tempo", "apesar de monográfica, esta exposição abre muitas pistas para pensar a arquitectura para além do universo do autor que apresenta. Mostra-nos um passado muito recente e tanto põe em evidência o potencial de um caminho singular como o de Botelho, como nos revela o exterior contraditório onde os seus projectos procuravam inscrever um interior infinito."
Venha visitá-la até 21 de janeiro, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00, excepto feriados.
Nota sobre a imagem: fotografia de António Neves, 2022
Leal Machado, a Escola de Regentes Agrícolas, em Coimbra, e muito ainda por investigar
Quando se consulta o breve historial da atual Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) ficamos a saber que a instituição que lhe deu origem se instala nesta cidade, na Quinta de São Martinho ou do Bispo, na quinta do Paul e noutras menores, em 1887, com o nome de Escola Central de Agricultura, e que passados dois anos viu ser-lhe reconhecido o estatuto de Escola Nacional, designação que manteve até 1931. Nessa data, na sequência de uma profunda reorganização do ensino, passou então a designar-se Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra. E assim se manteve até à sua extinção, ditada pela criação das Escolas Superiores Agrárias, com cursos estruturados a nível superior, conferidores do grau de licenciatura. Por sua vez, o antigo lugar de residência do Bispo, a Casa do Bispo, onde reza a lenda terá estado Luís Vaz de Camões, foi classificada Imóvel de Interesse Público em 1967 (Decreto n.º 47508). Será algures nesta linha de tempo que se inscreve o projeto para o Edifício Principal da Escola de Regentes Agrícolas de Alfredo Duarte Leal Machado, desenvolvido ao que tudo indica, a pedido do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (M.O.P.C.) - Direcção de Edifícios do Centro. A documentação em arquivo na Fundação Marques da Silva - 3 plantas - não se encontra datada. Sabemos, contudo, que Leal Machado terminou o Curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto em 1932 e que Coimbra foi um dos seus lugares de ação, tendo mesmo chegado, durante a década de 40, a exercer as funções de Vereador na Câmara Municipal.
Investigar o percurso deste arquiteto, prematuramente desaparecido em 1954, será seguramente um território de descoberta. Fica o desafio.
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904.
Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas
Conferência Marques da Silva 2022 - o vídeo
Para quem não teve a oportunidade de estar presente no Auditório Fernando Távora, no passado dia 29 de novembro, para assistir à conferência de Paolo Zermani, aqui se partilha o link que dá acesso ao vídeo realizado pela TVU.
Naquela que foi a edição 2022 das Conferências Marques da Silva, Paolo Zermani falou das suas referências e apresentou alguns dos seus projetos: o restauro do Castelo de Novara (2016); a reabilitação arquitetónica e litúrgica da Basílica de S. Andrea, em Mântua (2016); a igreja de San Giovanni, em Perugia (2006-10); o crematório (2010) e a Escola Europeia, ambos em Parma (2017); a pequena capela no bosque, em Varano dei Marchesi (2012).
O mais recente livro de Alexandre Alves Costa, uma "deriva" sobre a vida, intensamente vivida como um todo
A sala do Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, onde decorreu, no passado sábado, o lançamento do livro Argumentos 1: em deriva, tornou-se demasiado pequena para acolher todos aqueles que quiseram estar presentes. Entre eles, pontuavam numerosos amigos, muitos deles cúmplices de tantos dos momentos revisitados por Alexandre Alves Costa nesta sua "deriva" matizada de paixão, convicção, amizade e compromisso. Afinidades desde logo partilhadas com Francisco Louçã, a quem cabia apresentá-lo e que, numa inteligente, provocatória e bem humorada argumentação, foi abordando todos os capítulos que o formam. Defendeu então que neste livro, que poderia significar um simples atrevimento da memória, está ausente o drama do tempo perdido, pois nele se evidencia uma vontade de viver intensa e racionalmente a vida na totalidade das dimensões que ela implica, nele se confirma, afinal, a ideia de que criar significa não desistir de procurar a "beleza como esplendor da verdade". Coube a Alexandre Alves Costa surpreender Francisco Louçã e a assistência com a projeção de uma gravação feita por António Pina de um dos episódios narrados no livro, no capítulo que tem por título "Cidadania", sublinhando de seguida que, não sendo este um livro de arquitetura, está necessariamente dependente da sua experiência de arquiteto, que é ela que molda a sua perceção do tempo e do espaço, a forma como reconhece e imagina a realidade que o envolve, como nela participa e nela se enquadra. A sessão foi aberta por Luís Urbano, vice-presidente da Fundação Marques da Silva, a quem coube apresentar Alexandre Alves Costa, nas múltiplas facetas que têm caracterizado a sua ação e intervenção.
Argumentos 1: em deriva fará agora o seu próprio caminho, aguardando os seus leitores, enquanto primeiro de dois livros a publicar através de parceria entre a Fundação Marques da Silva e a UPorto Press.
"Nós que vivemos ainda os poemas do Novo Cancioneiro, declamados nos pequenos círculos pelas vozes inigualáveis de Manuela Porto ou Maria Barroso, nunca mais nos libertámos da emoção que sentíamos. Os que são inclusivos como eu, e não negamos o nosso passado constitutivo feito de tantas partes, continuamos agradecidos a cada uma delas por serem fundamentais na construção da complexidade do que sabemos e do que somos." ("Quando eram rudes e exilados", p. 85)
Argumentos 1: em deriva, o primeiro de dois livros de Alexandre Alves Costa a publicar pela Fundação Marques da Silva e pela UPorto Press, percorre textos escritos ao longo dos anos, num tom marcadamente pessoal. Neles, o autor reflete sobre a sua experiência de vida e dá livre curso a uma linha de pensamento e de ação indissociável da sua condição de Arquiteto. Fala-nos de um “desejo de experiência da beleza, da justiça e da liberdade” que aqui partilha com os seus leitores.
O lançamento é já amanhã, às 16:00, na Fundação Marques da Silva. A apresentação estará a cargo de Francisco Louçã.
Sobre a imagem: Alexandre Alves Costa em visita a Peroguarda, fotografia de Sergio Fernandez, finais dos anos sessenta.
José Carlos Loureiro e uma casa "presente como um reino"
A casa de José Carlos Loureiro, em palavras emprestadas a Sophia, "permanece presente como um reino", o seu reino. Começou a torná-la uma realidade em 1949. Assente numa plataforma sobre a pendente do terreno, tinha apenas 100m2, mas abria-se para o rio e estava rodeada por um jardim pronto a ser plantado. É com a defesa deste projeto, então pensado para Pais e 4 filhos, que obtêm o diploma de Arquiteto, na Escola de Belas Artes do Porto. A rematar as suas considerações gerais estavam já os seus princípios norteadores, a defesa de uma arquitetura à escala do homem, lógica, plasticamente pura e bela na sua simplicidade total. Uma simplicidade que advinha da clareza da planta e do sistema construtivo. Nessa casa procurava uma "sensação de abrigo" e de conforto. Habitou-a para o resto da sua vida. Não teve 4, mas sim 2 filhos. Vieram netos, chegaram os bisnetos. E ela cresceu com eles, ampliou-se. Assim o previa o projeto inicial. Ganhou área, foi deixando que as paredes se cobrissem de pinturas, testemunhou a passagem dos anos, colecionou memórias. Cresceram também as árvores no jardim e tudo o que nele foi plantando com as suas próprias mãos. Assumia as suas origens serranas, o gosto pela Natureza. Deixou que ela envolvesse a casa, marcasse o caminho. O rio, sempre lá, a definir a paisagem. E lutou para nela ser feliz.
José Carlos Loureiro nasceu na Covilhã, a 2 de dezembro de 1925.
A conferência de Paolo Zermani, uma reflexão sobre a sua obra, sobre a arquitetura enquanto disciplina, sobre a paisagem italiana como paradigma da paisagem ocidental
A arquitetura de Paolo Zermani tem uma materialidade que aspira à imaterialidade. Define-se a partir do reconhecimento da paisagem italiana e da procura de um sentido de pertença a uma herança civilizacional comum, aquela onde assentam os fundamentos da cultura europeia ocidental. E por isso convoca as artes, a poesia, o pensamento filosófico para uma leitura silenciosa de cada lugar onde se afirma, num gesto sempre consciente do que a precede, tanto quanto de em si mesma vir a ser o fundamento para a transformação que um tempo futuro necessariamente trará. O território do seu trabalho enfrenta assim a transitoriedade da vida - do homem, da arquitetura, da cidade -, esse constante devir que defende ser em si mesmo uma condição própria da disciplina, uma vocação para sempre renascer, só que sempre de modo diferente. O compromisso entre a sua voz e a identidade coletiva ou a coerência e precisão que a sua obra reflete apoiam-se em elementos como lugar, tempo, terra, luz e silêncio. E foi através deles que Paolo Zermani, na FAUP, apresentou a um auditório cheio e atento alguns dos seus projetos: o restauro do Castelo de Novara (2016); a reabilitação arquitetónica e litúrgica da Basílica de S. Andrea, em Mântua (2016); a igreja de San Giovanni, em Perugia (2006-10); o crematório (2010) e a Escola Europeia, ambos em Parma (2017); a pequena capela no bosque, em Varano dei Marchesi (2012).
Em breve será disponibilizado o registo em vídeo desta comunicação, pela TVU, seguindo-se a publicação na coleção Conferências Arquiteto Marques da Silva.
Alexandre Alves Costa, Argumentos 1: em deriva
Lançamento do livro
Apresentação por Francisco Louçã
3 de dezembro, 16:00, Fundação Marques da Silva
"Deriva é um modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana, é a técnica da passagem rápida por ambiências variadas. Usa-se, também, mais particularmente, para designar a duração de um exercício contínuo dessa experiência" ("Algumas considerações não conclusivas", p.205)
O lançamento de Argumentos 1: em deriva acontece já no próximo dia 3 de dezembro, sábado, na Fundação Marques da Silva, e para apresentar o livro estará presente Francisco Louçã, bem como o seu autor. Garantida a presença de dois oradores de excelência, não há como não querer vir! A sessão começa às 16:00.
Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista
De 30.11.22 a 18.02.23 no Círculo de Arquitetura, Oeiras
Fernão Simões de Carvalho Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista é o novo projeto expositivo do Círculo da Arquitetura de Oeiras, desenvolvido com o apoio da Fundação Marques da Silva e em colaboração com a Faculdade de Arquitetura de Lisboa, o CiAUD e o Arquivo Histórico Ultramarino. Aqui se percorre a carreira deste arquiteto e urbanista, nascido em Luanda, em 1929, e com uma obra repartida por três países, Angola, Brasil e Portugal.
Fernão Lopes Simões de Carvalho formou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e especializou-se no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris. Enquanto defensor do Movimento Moderno, explorou as qualidades técnicas e plásticas da aplicação do betón brut, claramente aprendida na convivência com Le Corbusier e Wogenscky (1956-1959). Durante a década de 1960, regressou a África. Durante esse período construiu em Luanda e nas cidades vizinhas uma série de edifícios emblemáticos, entre os quais o arrojado Centro de Radiodifusão de Luanda. Em 1967 vem para Portugal, mas depois do 25 de Abril decide ir para o Brasil, por falta de encomenda e não motivado por razões de caráter político. No Rio de Janeiro vai colaborar, enquanto arquiteto, no escritório de Horácio Camargo e, no campo do urbanismo, com Maurício Roberto. Será deste período o plano da Cidade Vilas do Atântico, que realiza para a empresa Odebrecht. Cinco anos depois, Simões de Carvalho retorna a Portugal e realiza ainda uma série de obras públicas e privadas. Nesta fase da sua vida, exercerá em paralelo com a prática da arquitetura, as funções de professor, atravessando a transição da ESBAL para Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, assim como as funções de assessor de Urbanismo e Planeamento de Construção da CML. Vive atualmente na icónica casa por si projetada em Queijas. O seu acervo foi doado à Fundação Marques da Silva em 2021.
A exposição ficará patente ao público até 18 de fevereiro de 2023 e pode ser visitada de terça a sábado entre as 14h e as 19h.
É com regresso das Conferências Marques da Silva, hoje, 29 de novembro, como notícia de abertura, acompanhada da fotografia do Padiglione di Delizia, situado em Varano (Parma), obra de Paolo Zermani, que se publica mais uma Newsletter da Fundação Marques da Silva. A ler aqui
Imagem: Paolo Zermani, Padiglione di Delizia, Varano (Parma), 1986. Fotografia de Luigi Ghirri e Maurizio Negri.
Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas
as Conferências Marques da Silva estão de volta
Depois de dois anos suspensas, as Conferências Marques da Silva estão de regresso ao Auditório Fernando Távora (FAUP) e trazem, pela primeira vez ao Porto, Paolo Zermani para falar sobre "Arquitecturas Italianas". É a 15.ª edição deste ciclo e vai acontecer no próximo dia 29 de novembro, terça feira. A apresentação estará a cargo da arquiteta Ana Francisca Silva, autora de uma dissertação de mestrado sobre este professor e arquiteto que, em 2018, foi galardoado com o prémio Antonio Feltrinelli para a Arquitetura. A abertura será assegurada pelos representantes das duas instituições organizadoras, o Diretor da FAUP, João Pedro Xavier, e o Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, Luís Urbano.
A sessão inicia-se às 18:30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
Este "apelo ao sol" é um desenho invulgar no conjunto do acervo de Raúl Hestnes Ferreira. Dele, sabemos apenas que está datado de abril de 1957, altura em que o seu autor estava a viver no Porto e se preparava para concluir o 4.º ano do Curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes. E sabemos também que este ano, longe do ingénuo e repousante imaginário que o desenho convoca, correspondeu ao culminar de um período bastante convulsionado na vida de Hestnes Ferreira. Desde que em 1952 viera para esta cidade, já que a Escola de Belas Artes de Lisboa se tornara inviável por ser politicamente sufocante, Hestnes Ferreira passara um semestre prisão, em 1955, juntamente com outros estudantes, entre eles Alcino Soutinho (o longo processo judicial, resultante da repressão exercida sobre as associações estudantis, ainda que resulte numa absolvição, arrastar-se-á exatamente até 57). A frequência do Curso voltará a ser de novo interrompida em 1956, ao ser chamado a cumprir o serviço militar. Inicialmente integrado no Curso de Oficiais Milicianos de Queluz, na sequência de uma informação da PIDE, Raúl Hestnes Ferreira acaba por ser afastado e incorporado na 1ª Companhia Disciplinar de Penamacor como soldado raso. Regressa ao Porto, como já referido, para concluir o ano escolar. No entanto, perante esta sequência de acontecimentos, a vontade de sair do país tornara-se cada vez mais premente e, em setembro, parte rumo aos países nórdicos. O primeiro destino foi a Noruega, país natal de sua mãe, seguir-se-ia a Finlândia, para visita às obras de Alvar Aalto. Encontros imprevistos com outros estudantes de arquitetura levam a que se instale em Helsínquia. A cidade apresenta-se então como o lugar ideal para aprofundar a sua formação e exercer arquitetura. Só que este destino impunha-lhe um cenário de vida bem distinto daquele que trazia do seu país de origem. Assaltam-no o desejo de sol e das idas à praia, a falta dos amigos. As cartas dirigidas a Pitum (Francisco Keil do Amaral) iam ajudando a exorcizar esses fantasmas, mas o próprio confessará mais tarde que esse sobressalto será também uma das condições que acabará por determinar a decisão de, passado um ano, voltar para Portugal. E mesmo se o Estados Unidos ainda chegam a representar uma nova experiência de vida em território estrangeiro, manter-se-á fiel a Lisboa, ao seu atelier no Largo da Graça.
Raúl Hestnes Ferreira nasceu em Lisboa, a 24 de novembro de 1931.
Vida e Segredo Aurélia de Souza 1866-1922
de 24 de novembro a 21 de maio
Museu Nacional Soares dos Reis
O Museu Nacional Soares dos Reis, em parceria com os Amigos do MNSR – Círculo Dr. José de Figueiredo, vai inaugurar amanhã, 24 de novembro, a exposição Vida e Segredo Aurélia de Souza 1866-1922. Trata-se de mais uma ação integrada no programa evocativo que tem vindo a percorrer e congregar um conjunto de entidades para assinalar o primeiro centenário desta artista e para o qual a Fundação Marques da Silva volta a colaborar através do empréstimo da pintura a óleo sobre tela da autoria de Aurélia de Souza pertencente à coleção de José Marques da Silva, "Bebé e Lilita".
Comissariada por Maria João Lello Ortigão de Oliveira, a exposição organiza-se em quatro grandes temas que pretendem abranger, dentro dos limites físicos de um espaço museal, o mundo visível de uma mulher artista tão radical quanto secreta.
Considerava Francisco Granja que, apesar de "excepcionalmente dotadas de encantos naturais", as praias algarvias não tinham "instalações à altura da sua beleza". Corria o ano de 1942 e este então aspirante ao diploma de arquiteto, em concurso a decorrer na Escola de Belas Artes do Porto, defendia a necessidade de equipar este território com estâncias que ajudassem a garantir-lhe um lugar de destaque no turismo europeu. O seu contributo passava assim por dotar a região, rica em recursos naturais, de um "hotel à beira-mar" capaz de responder a exigências de comodidade e conforto que os novos tempos impunham. A sua arquitetura, numa vontade de adequação ao fim em vista, seguiria linhas modernas, ainda que procurasse "não afastar muito a construção do estilo regional". Esta solução foi apresentada a concurso em 207 peças escritas e 12 peças desenhadas.
Francisco Granja, o arquiteto que foi aluno de José Marques da Silva e viria a ficar conhecido pelo projeto para o cinema Vale Formoso, no Porto, nasceu a 23 de novembro de 1914.
Está concluído o processo de classificação do Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Guimarães, de Fernando Távora, como Monumento de Interesse Público
É oficial, o Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Guimarães, projetado por Fernando Távora no final dos anos cinquenta, já se encontra classificado Monumento de Interesse Público.
Depois de um longo processo de classificação, iniciado em 2014 pela Fundação Marques da Silva, foi hoje publicada a Portaria n.º 814/2022, que classifica como monumento de interesse público o Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Covas, no lugar do Salgueiral, freguesias de Creixomil e Urgeses, concelho de Guimarães, distrito de Braga. Nesta decisão foram ponderados critérios "relativos ao caráter matricial do bem, ao génio do respetivo criador, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, e às circunstâncias suscetíveis de acarretarem diminuição ou perda da sua perenidade ou integridade". E "embora o edifício se encontre parcialmente adulterado por intervenções posteriores, considera-se que não se encontra perdida a sua capacidade evocativa do projeto original, onde o granito local, o betão e o ferro se conjugam com a envolvente natural para compor uma obra de grande valor formal e conceptual, bem ilustrativa do alcance da obra de Fernando Távora e do seu posicionamento em relação aos desafios colocados pela arquitetura moderna."
Fernando Távora em língua italiana
"Diario di bordo" e "Dell´organizzazione dello spazio"
Sessão de apresentação dos livros com a presença dos tradutores, de Madalena Pinto da Silva e de Fernando Barroso
25 de novembro, 17:00, Biblioteca Malatestiana,
Em dezembro de 2012, no âmbito do projeto Fernando Távora, Modernidade Permanente, foi lançada uma edição fac-símile do Diário que Fernando Távora registou da sua viagem, em 1960, aos Estados Unidos e ao Japão. Essa edição, coordenada por Álvaro Siza e Rita Marnoto, contemplava ainda uma versão em língua inglesa. Passados dez anos, é a vez de esse mesmo texto ser também divulgado e tornado acessível ao público em língua italiana, numa tradução de Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno, que também assinam a autoria dos textos introdutórios. O livro, a publicar pela Lettera Ventidue, com o apoio da Família de Fernando Távora e da Fundação Marques da Silva, constitui mais um importante contributo para a divulgação a uma escala internacional do pensamento e obra deste Arquiteto, já que, depois da versão em castelhano (Universitàt Politécnica de València, trad. Aitor Varea Oro, 2014) ainda no ano passado, em Itália, foi publicada a tradução do livro Da organização do espaço, pela nottetempo, com tradução e introdução de Carlotta Torricelli.
Os dois livros em língua italiana serão agora apresentados, no próximo dia 25 de novembro, na Biblioteca Malatestiana, em Cesena, cidade que acolhe, de momento, a exposição "I Viaggi di Fernando Távora", na Galleria del Ridotto. A sessão, organizada pelo Curso de Arquitetura da Universidade de Bolonha, constará de uma conversa a decorrer entre Madalena Pinto da Silva e os tradutores, e das intervenções de Fernando Barroso, Elena Mucelli, Fabrizio Apollonio e Carlo Verona.
A exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" já pode ser visitada
De segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00*, já pode visitar a exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto. Como chegou a ser referido na concorrida sessão de abertura do passado sábado, que contou com as intervenções de Bruno Baldaia, Duarte Belo, José Salgado e Luís Urbano, seguidas de uma visita guiada, esta é a mais completa das 3 até agora realizadas, pois nela se torna percetível a expressividade única dos desenhos originais do atelier de Manuel Botelho que agora se mostram, a maior parte deles pela primeira vez. Aqui, a orientação do percurso proposto ao visitante, simbolicamente representada pelo fio de prumo que no patamar da escadaria do Palacete Lopes Martins prenuncia a chegada ao espaço expositivo, foi desenhada a partir de um território singular: um lugar onde se cruzam afinidades, a verticalidade e coerência de uma vida, e um trabalho cuja notável qualidade se afirma agora como indiscutivelmente merecedora de uma maior atenção e reconhecimento no mapa da arquitetura portuguesa. E é este o principal desígnio dos curadores de todo este programa de ações onde a exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto se insere, ajudar, através de um olhar distanciado e mediado pelo tempo, a conquistar essa desejada visibilidade e interesse público sobre um legado inspirador, sobre uma obra teórica e projetual que continua a ter muito para ensinar. A exposição aí está, até 21 de janeiro de 2023.
"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
abre amanhã, às 15:00, na Fundação Marques da Silva
A exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto abre amanhã ao público e vai trazer as anunciadas surpresas, como as peças desenhadas e a maquete do projeto para um Centro de Talassoterapia a construir na Póvoa de Varzim, desenvolvido por Manuel Botelho em coautoria com Manuel Mendes, em 1993. Recorrendo a uma solução formal desenhada sob a influência do imaginário mítico da água, respondia ao desafio de criar um equipamento público de larga escala e forte impacto urbano. Pensado para ser um lugar de "encontro da terra e do mar, sempre cheio de mistérios, onde a vida pode acontecer", devido a circunstâncias alheias ao projeto de arquitetura, acabou por não chegar a ser construído. Foi, contudo, para quem o chegou a conhecer, sempre reconhecido como um exercício projetual modelar, daí que seja uma das obras em destaque na exposição. Mas há muito mais para descobrir nesta Cartografia Manuel Botelho. As portas abrem-se às 15:00 e a entrada é livre.
Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto
Abertura e Apresentação da Exposição
12 de novembro, 15:00, Fundação Marques da Silva
O trabalho de atelier de Manuel Botelho é o foco da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, a terceira a realizar no âmbito de um programa mais vasto de ações iniciado em janeiro deste ano. Com este novo projeto expositivo, o ciclo comissariado por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano, depois da passagem por outras instituições, transfere-se para a instituição de acolhimento do acervo deste arquiteto, a Fundação Marques da Silva.Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto parte da documentação em arquivo e vai dar a ver registos, parte deles até agora inéditos, do trabalho de uma figura singular onde se cruzam várias dimensões e interesses: a arquitetura, o design de objetos, a produção teórica vertida para a escrita e a docência. Aqui, entre documentos e objetos, entre referências a obra construída ou tão só projetada, entre as fotografias que Duarte Belo foi reunindo das suas visitas pelo território e pelos lugares do quotidiano deste arquiteto, se irá cartografando um percurso de leitura e aproximação ao universo de Manuel Botelho, à sua prática da arquitetura, ao seu pensamento, à sua forma singular de ver o mundo.
No dia 12, a assinalar a abertura da exposição, decorrerá uma sessão de apresentação com início às 15:00, que conta com a participação de Bruno Baldaia, Duarte Belo, José Salgado e Luís Urbano. Neste dia a entrada é livre.
Nova data para a edição 2022 das Conferências Marques da Silva Paolo Zermani: arquitecturas Italianas
29 de novembro, 18:30, Auditório Fernando Távora (FAUP)
Por motivos de força maior, a conferência "Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas" decorrerá não a 17, mas sim a 29 de novembro, terça-feira, com início às 18:30, no Auditório Fernando Távora ( Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto).
Pela primeira vez, Paolo Zermani virá ao Porto falar sobre a sua obra de arquitetura. A apresentação estará a cargo da arquiteta Ana Francisca Silva, autora de uma dissertação de mestrado defendida na FAUP sobre este arquiteto, "A construção do ritual como constante no projeto. Estudo da obra de Paolo Zermani".
Na imagem: Cappella nel bosco, Varano dei Marchesi, Parma 2012. Um lugar de meditação construído no interior dos bosques da região de Parma, por onde passava o itinerário de peregrinação da Strada Romea.
Rui Goes Ferreira e a defesa de um "diálogo de qualidade"
Em 1968, Rui Goes Ferreira e Manuel Vicente foram chamados a intervir na zona de confluência das Ruas da Carreira e Rua das Pretas, em plena zona histórica da cidade do Funchal, então ocupada por dois prédios recentes, incaracterísticos e considerados obsoletos. Em seu lugar, e por proposta desta dupla de arquitetos, surgiu o Bloco Comercial ainda hoje conhecido pelo nome do espaço urbano para onde se volta, o Largo da Igrejinha. O projeto, desenvolvido num momento em que o Funchal se preparava para receber um Colóquio de Urbanismo, com Robert Auzelle e Nuno Teotónio Pereira como convidados especiais, e na sequência do impacto da vinda de Lúcio Costa a Portugal, representava um desafio, seja pelo programa interno que o equipamento a construir implicava, seja pela natureza do seu inevitável programa urbanístico. A posição tomada foi defendida pelos seus autores na memória descritiva: «Há em verdade que defender, teimosamente, os valores do passado, mas há que defendê-los com uma atitude construtiva, quer reconhecendo a necessidade que deles temos e aceitando a sua atualização, quer fazendo-os acompanhar de obras contemporâneas.» Sem esquecer que era ponto assente que, «nestas matérias de integração, em ambientes urbanos de expressão muito caracterizada, tudo se deve passar ao nível dum diálogo de qualidade…Isto é, qualquer peça de arquitetura de "qualidade" se integra num ambiente existente de “qualidade”. E essa “qualidade” será o denominador comum, o “tema” do diálogo..»
O Bloco Comercial do Largo da Igrejinha é a segunda das 22 obras assinaladas no Mapa de Arquitetura recentemente lançado pela Secção Regional da Ordem dos Arquitetos, com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Secretaria Regional e de Turismo da Madeira. Sob coordenação de Madalena Vidigal, arquiteta, neta de Rui Goes Ferreira responsável pela seleção de conteúdos, este Mapa desenha um percurso que traz uma nova consciência sobre a importância da obra projetada por este arquiteto para a Madeira, contribuindo simultaneamente para o "diálogo" que tem de continuar a ser mantido entre a arquitetura, o património e as necessidades impostas pela cidade contemporânea.
Viagens há que conquistaram um lugar na história, como a mítica viagem que Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Alexandre Alves Costa, Fernando Távora, José Grade e Sergio Fernandez organizaram em 1976, tendo como destino a Grécia. Outras se tinham antecedido, mas do grupo então reunido, Alcino Soutinho e Laura Soutinho, Alexandre Alves Costa e Luísa Brandão, Sergio Fernandez, José Grade, António Corte Real e Manuela Corte Real, agora contando também com José Luis Carvalho Gomes, equipados com 3 carros (um Austin 1300, uma Renault 4L e um Citroën Dyane) decidem explorar o Norte de África. O percurso deveria passar por Marrocos, Argélia e Tunísia. Foram muitas as peripécias, desde carros avariados, uma retenção na fronteira da Argélia e a difícil tarefa de tentar encontrar comida durante o Ramadão. Mas como todas as viagens, entre a amizade que os unia e a beleza da paisagem, foi mais um momento inesquecível para quem a viveu. E dela ficaram, para além da memória ou para memória futura, o que registaram do que lhes foi dado ver, fixado em desenhos, fotografias e textos. Arquitetura? Sim, muita. Mas também tudo o resto, de pessoas a ambientes e animais. Como este "camelo pensador" que Alcino Soutinho desenhou.
Paolo Zermani: Arquiteturas Italianas
Conferência Marques da Silva 2022
29 de novembro, 18:30, Auditório Fernando Távora (FAUP)
As Conferências Marques da Silva estão de regresso com Paolo Zermani como conferencista. Aquela que será a 14.ª edição deste ciclo anual, promovido pela Fundação Marques da Silva em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, está marcada para 29 de novembro, tendo lugar, como sempre, no Auditório Fernando Távora (FAUP).
O tema proposto é Paolo Zermani: Arquiteturas Italianas. Ou seja, ficaremos assim a conhecer, apresentadas na primeira pessoa, a obra e a linha de pensamento deste Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura de Florença, natural de Medesano (Parma), distinguido, em 2018, com o Prémio Antonio Feltrinelli para a Arquitetura.
“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”
Sessão presencial no e sobre o Terminal Intermodal de Campanhã
5 de novembro, 10:30
O “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” volta ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), desta vez uma sessão in loco, durante a qual vamos ouvir os autores do projeto e também participar numa visita guiada.
Será já este sábado, 5 de novembro, às 10h30, e contará com os seguintes convidados: Arq.º Nuno Brandão Costa (Brandão Costa Arquitectos), a Eng.ª Elza Mendes (Cacao), o Eng.º Renato Bastos (AdF) e a Arq.ª Rita Guedes (Rita Guedes Arquitectura Paisagista).
A moderação será assegurada pela Arq.ª Bárbara Rangel (@dec.fe.up.pt).
Assegure o seu acesso à sessão (gratuita e com inscrição prévia), aqui: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/
Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia.
Argumentos 1: em deriva
o novo livro de Alexandre Alves Costa
"Argumentos não é um livro de arquitetura, é uma tentativa, provavelmente frustrada, de me servir da minha experiência, no seu âmbito, por ela ser o meio mais simples de articular tempo e espaço, de modelar a realidade, de fazer sonhar." (Alexandre Alves Costa)
Argumentos 1: em deriva é o primeiro de um conjunto de dois livros de Alexandre Alves Costa a publicar pela Fundação Marques da Silva em parceria com a U.Porto Press. Estruturado em cinco capítulos – “Memórias”, “Cidadania”, “Outros Caminhos”, “Livros”, “Arquitetura, Cidade e Território” -, nele se reúne um conjunto alargado de textos, alguns até agora inéditos, que o seu autor, em resposta às mais diversas circunstâncias, foi escrevendo ao longo dos anos.
O lançamento será no próximo dia 3 de dezembro, com Francisco Louçã e a presença do autor, na Fundação Marques da Silva, mas o livro encontra-se disponível, a partir de hoje, na loja da Fundação e na Reitoria da Universidade do Porto, entrando em breve no circuito comercial.
"António Carneiro, o poeta com pincéis"
Museu da Quinta de Santiago (Matosinhos)
29 de outubro de 2022 a 26 de fevereiro de 2023
Cerca de 50 obras e de 20 documentos e objetos pertencentes ao pintor António Carneiro (1872-1930), parte deles inéditos ou praticamente desconhecidos do público, vão estar em exposição no Museu da Quinta de Santiago. Será uma oportunidade única para descobrir ou redescobrir este artista que nasceu há 150 anos em Amarante e residiu grande parte da sua vida na cidade do Porto, tendo encontrado no mar e nas praias de Leça inspiração para várias das suas aclamadas "paisagens". António Carneiro, o poeta com pincéis, exposição retrospetiva com curadoria de Cláudia Almeida, reúne um conjunto invulgar de quadros, alguns deles pela primeira vez apresentados lado a lado num mesmo espaço expositivo. São obras maioritariamente provenientes da coleção do Município de Matosinhos, mas também das coleções de várias instituições nacionais que se associaram a esta iniciativa, entre as quais a Fundação Marques da Silva, a quem pertence um retrato de Marques da Silva desenhado por António Carneiro, que tal como Marques da Silva foi professor da Escola de Belas Artes do Porto, em 1928.
A exposição inaugura amanhã, 29 de outubro, às 17:00, e poderá ser visitada até 26 de fevereiro do próximo ano, de terça a sexta, entre as 10:00 e as 13:00 e as 15:00 e as 18:00, ou aos sábados, domingos e feriados, entre as 15:00 e as 18:00.
A abertura da exposição será assinalada por um momento musical a cargo do Quarteto de Cordas de Matosinhos que interpretará composições de Cláudio Carneiro, filho do artista homenageado.
A Casa de Queijas de Fernão Simões de Carvalho, um lugar de liberdade conceptual e a síntese de uma vida
Fernão Lopes Simões de Carvalho nasceu a 27 de outubro de 1929 em Luanda, Angola. Terminou o curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1955) e especializou-se no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris (Sorbonne). Foi um defensor do Movimento Moderno ao longo da sua carreira, repartida por três países: Angola, Brasil e Portugal. Explorou as qualidades técnicas e plásticas da aplicação do betón brut, claramente aprendida na convivência com Le Corbusier e Wogenscky (1956-1959).
Durante a década de 1960, construiu em Luanda e nas cidades vizinhas uma série de edifícios emblemáticos com a marca corbusiana adaptada às especialidades do clima tropical angolano, sendo de realçar o arrojado projeto para o Centro de Radiodifusão de Luanda. Ainda assim, muitas outras obras deste período ficaram por concretizar.
Em abril de 1974 encontra-se a desenvolver o projeto da casa onde planeia vir a viver, mas após a Revolução decide ir para o Brasil, onde colabora no escritório carioca de Horácio Camargo e, no campo do urbanismo, com Maurício Roberto. Cinco anos depois, Simões de Carvalho regressa a Portugal e constrói ainda uma série de obras públicas e privadas. Entre elas, dedica-se a terminar a sua residência em Queijas. Com uma clara linguagem corbusiana, esta casa representa uma síntese da sua arquitetura brutalista. É aqui que ainda reside.
Hoje é dia de aniversário. Muitos Parabéns, Senhor Arquitecto.
Manuel Graça Dias dá nome a um novo Prémio e é atribuído o título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos à Fundação Marques da Silva
No próximo dia 27 de outubro vai ser lançado o Prémio Manuel Graça Dias dst - Ordem dos Arquitectos, Primeira-Obra, uma iniciativa da Ordem dos Arquitetos que transporta uma dupla intenção: revelar novos valores na arquitetura portuguesa, incentivando e promovendo o reconhecimento público de autores de obras que tenham como referência a Arquitetura enquanto um bem de qualidade ao serviço da comunidade; e celebrar Manuel Graça Dias, sublinhando a imaginação, o inconformismo, a disponibilidade e generosidade que esta figura ímpar sempre demonstrou nas múltiplas dimensões que marcaram o seu percurso de vida (o arquiteto Manuel Graça Dias faleceu em 2019, aos 66 anos de idade).
Este novo Prémio, um concurso bianual que tem na Fundação Marques da Silva um parceiro institucional, dirige-se assim a autores de obras de arquitetura que tenham sido construidas nos primeiros oito anos após a sua inscrição como membro na OA (nesta primeira edição, entre 2014 e 2021), com o autor(es) da obra distinguida a receber o valor pecunário de 20.000€, o convite para uma apresentação e a ter uma oportunidade de a publicar através dos meios da OA.
Na mesma sessão será ainda feita a atribuição do título deMembro Honorário da Ordem dos Arquitetos. E se, no ano anterior esse título foi atribuído a Maria José Marques da Silva, este ano será a vez da instituição que a sua doação à Universidade do Porto ajudou a criar: a Fundação Marques da Silva. Um gesto que vem assim reconhecer o trabalho e ações desenvolvidas nacional e internacionalmente pela Fundação "da investigação e produção de conhecimento científico, conferências, atividade editorial e reflexões disciplinares sobre os temas que prestigiam a arquitetura e o nosso património disciplinar e científico."
A cerimónia do dia 27, com início às 18:00 na Sede Nacional da Ordem dos Arquitectos, insere-se na programação do Dia Mundial da Arquitetura 2022.
A coleção de pintura e desenho artístico da Fundação Marques da Silva cresceu com a doação de 8 obras de António Cardoso
A Pintura e o Desenho foram uma constante na vida de António Cardoso (1932-2021), como a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" veio recentemente demonstrar. O seu percurso artístico remonta aos anos 1950, com a frequência da Academia Alvarez a marcar o início de uma aprendizagem oficinal que nunca, desde então, deixou de praticar. As suas obras refletem o impacto das suas viagens, dos lugares de vida, do seu conhecimento do meio e da história da arte, bem como a exploração de caminhos de desenvolvimento que vão despertando o seu interesse enquanto artista na procura de uma linguagem própria. Obras que se afirmaram também nos circuitos expositivos, numa itinerância surpreendente quando vista em retrospetiva. E agora, pela mão dos seus filhos, Susana e Eduardo Luís Cardoso, oito dos trabalhos expostos na Casa-Atelier José Marques da Silva entre maio e setembro passado passaram a fazer parte da Fundação Marques da Silva. Um conjunto que engloba obras produzidas entre 1968, caso da Pintura-Objeto em madeira policromada que a imagem ilustra, e 2014 com um acrílico sobre tela da série Transformações e Transfigurações, mas que integra também exercícios de colagem ou de utilização do pastel sobre papel e dois desenhos originais a tinta-da-china que fazem parte do àlbum XX Desenhos. Uma importante doação que vem complementar o acervo documental de António Cardoso doado ainda em vida e ampliar a coleção de Pintura e Desenho Artístico da instituição com um nome fundamental naquela que é a sua história.
"Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
Visitas Guiadas à Exposição por Egas José Vieira
25 de outubro e 8 de novembro, 18:00
Nos próximos dias 25 de outubro e 8 de novembro, o Arquiteto Egas José Vieira vai guiar duas visitas à exposição "Manuel Graça Dias, O Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto", atualmente patente ao público no Círculo da Arquitetura, (Rua Sacadura Cabral, Nº51, Cruz-Quebrada/ Dafundo). As visitas iniciam-se às 18:00. Para poder participar, basta enviar um email para circulodaarquitetura@oeiras.pt. As inscrições encontram-se abertas.
Hoje, em Cesena, fala-se de Fernando Távora, da viagem que fez aos EUA e ao Japão em 1960 e das influências italianas na sua arquitetura. São estes os temas das conferências de Raffaella Maddaluno e de Giorgio Liverani, seguidas de uma visita guiada à exposição "I viaggi di Fernando Tàvora", que se manterá na Galleria del Ridotto até 11 de dezembro.
THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method
A visitar na Fundação Marques da Silva
Últimos dias
THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method, a exposição que a Fundação Marques da Silva acolheu no âmbito da Arquiteturas Film Festival entrou na sua última semana de abertura ao público. Até ao próximo sábado, 22 de outubro, ainda poderá visitá-la e ficar com uma perspetiva do trabalho que o Centre for Documentary of Architecture tem vindo a desenvolver, já que The Matter of Data se insere na pesquisa interdisciplinar que esta instituição tem vindo a desenvolver sobre questões da migração e modernismo colonial, relacionando os múltiplos significados e a complexa história dos modernismos arquitectónicos, a sua história de migração e transferência.
Com curadoria de Ines Weizman, esta exposição está organizada em dois eixos: matéria e dados. Os estudos de caso arquitetónicos – apresentados como “biografias arquitetónicas” – congregam documentação fílmica, estudos de arquivo, análise de materiais e documentação construtiva digital em apresentações táteis e multimédia.
Créditos fotográficos: Ivo Tavares Studio, cortesia de Arquiteturas Film Festival, organizado pelo INSTITUTO
Monumento ao Marquês de Pombal, o projeto de Marques da Silva e Alves de Sousa que dava um romance
No acervo de José Marques da Silva encontra-se profusamente documentado o projeto que este arquiteto, juntamente com o escultor Alves de Sousa, apresentou a Concurso para o Monumento ao Marquês de Pombal em 1913, para construção na cidade de Lisboa. Dele nos chegaram desenhos, uma extensa lista de registos escritos e fotografias que fixam diferentes momentos de realização da maquete, como a imagem documenta. Mas também uma curiosa correspondência e outra documentação anexa que, cruzada com a ampla cobertura da imprensa de então, nos vai traçando as entrelinhas de uma longa e participada história. Se a decisão de abertura do próprio Concurso aos artistas nacionais teve de ultrapassar várias e atribuladas etapas antes de ser uma realidade, ainda mais agitados foram os momentos que se seguiram ao anúncio do vencedor, com o Júri a preterir a proposta de Marques da Silva e Alves de Sousa, "...Cuidar dos Vivos", em favor da "Gloria progressus...delenda reactio" dos arquitetos Adães Bermudes e António de Couto, e do escultor Francisco dos Santos. Bastará dizer que, para além dos argumentos esgrimidos nos jornais, o assunto foi discutido na Câmara dos Deputados e no Conselho de Ministros, sendo instada a própria Procuradoria Geral da República a manifestar-se. A polémica tinha como principais protagonistas Marques da Silva e Adães Bermudes, tendo chegado a estar aprazado um duelo entre Marques da Silva e Ressano Garcia, na sequência das declarações que este último fizera publicar (vide tese de António Cardoso, onde é citada notícia do Diário de Notícias de 13 de maio de 1914). Quanto a defensores, a dupla portuense teve em António Arroyo (engenheiro, escritor e músico distinto) o seu mais acérrimo defensor. A decisão final teve de esperar pelo ano de 1917 e dela decorre a construção do Monumento que hoje distingue a Rotunda homónima, em Lisboa. Entretanto, Marques da Silva e Alves de Sousa tinham já em mãos o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, na Boavista, no Porto.
José Marques da Silva nasceu nesta cidade, a 18 de outubro de 1869.
Decorreu, no passado sábado, na Fundação Marques da Silva, a homenagem do Grupo de Arqueologia Naval do Noroeste (GANNO) ao seu fundador, em 1980, o arquiteto Octávio Lixa Filgueiras. Naturalmente, foi a dimensão do trabalho desenvolvido no âmbito da história da arquitetura naval por Lixa Filgueiras a estar em destaque, muito em particular através do testemunho de dois elementos associados deste Grupo, Manuel Martins Rêgo e Maia dos Santos, e da projeção do documentário realizado em 1991 por Vítor Bilhete, com guião de Octávio Lixa Filgueiras, sobre o processo tradicional de construção de um barco rabelo.
Mas a sessão integrou ainda, como anunciado, o lançamento do Boletim especial publicado em junho passado, onde se reunem textos da autoria de várias individualidades da área da arquitetura, da história e da cultura marítima e fluvial, um número que teve no arquiteto António Menéres o seu principal dinamizador. E foram vários os autores presentes nesta sessão, assim como presentes estiveram filhos e netos do arquiteto Octávio Lixa Filgueiras. Pedro Borges de Araújo partilhou algumas memórias da sua convivência com Octávio Lixa Filgueiras, desde os tempos em que foi seu aluno na ESBAP, sem deixar de justificar a importância do seu legado.
Para assinalar este momento de homenagem, os dois estiradores do átrio do Palacete Lopes Martins tiveram ainda em exposição uma série de publicações sobre a temática naval da autoria deste arquiteto, bem como o livro e a maquete da primeira edição Da função social do arquitecto.
GANNO: Homenagem ao Arquiteto Octávio Lixa Filgueiras
Lançamento de Boletim especial e exibição do documentário "Arquitectura do Rabelo"
15 de outubro, 15:00, Fundação Marques da Silva
O Grupo de Arqueologia Naval do Noroeste (GANNO), fundado pelo arquiteto Octávio Lixa Filgueiras, para assinalar o centenário do nascimento do seu fundador, a 16 de agosto passado, publicou uma edição especial do seu Boletim, cujo lançamento decorrerá no próximo 15 de outubro, na Fundação Marques da Silva.
A sessão, que se inicia às 15:00, vai contar com a participação de António Maia dos Santos (membro da Direção do GANNO), de Miguel Filgueiras (em representação da família do Arq.to Lixa Filgueiras) e Pedro Borges de Araújo, um dos autores convidados a escrever para a referida edição do Boletim. Esta será também uma ocasião para rever o documentário "Arquitectura do Rabelo", realizado por Vítor Bilhete a partir de uma investigação de Octávio Lixa Filgueiras.
José Porto e o anteprojeto para o Estádio Distrital do Porto
Entre a rua Silva Porto, a rua de Monsanto, a rua do Ameal e a rua da Telheira, no Porto, esteve prevista a construção de um grandioso Estádio Distrital. O programa do concurso público de anteprojetos e de projetos, para além de especificar os requisitos orientadores dos concorrentes e a composição do Júri, que seria presidido pelo Governador Civil (Coronel Dr. Herculano Jorge Ferreira), indicava que a data final de entrega dos trabalhos na Secretaria do Governo Civil do Porto seria 30 de maio de 1934. Haveria prémios financeiros para os classificados em 1.º e 2.º lugar e menções honrosas para os que ficassem em terceiro e quarto. O anteprojeto vencedor teria de apresentar a respetiva "maquette" até 14 de junho, recebendo, para tal, um valor extra equivalente ao do segundo prémio.
Num álbum da Sociedade Portuguesa de Fomento, não datado, onde se mostram alguns dos inúmeros trabalhos da firma Engenheiros Reunidos, pertencente ao arq.to José Porto, o seu autor, lá nos deparamos com a fotografia da referida "maquette", a dar conta, não só do projeto, como do facto de ter sido esta a proposta vencedora do Concurso lançado pelo Governo Civil.
E tudo isto permite traçar o contexto que explica a presença, no acervo de José Marques da Silva (que deve ter sido chamado a participar no Júri do Concurso), do documento datilografado dos "autores do ante-projecto do Estádio Distrital" com os esclarecimentos e alterações propostas para a sua execução definitiva. Documento esse que termina com o compromisso de os autores, antes de passarem à realização definitiva do projeto, fazerem uma "visita de estudo aos melhores e mais recentes estádios, gimnásios e piscinas de França, Alemanha, Itália e Suíça, não só para o efeito de qualquer correcção que porventura a observação directa venha a aconselhar, mas principalmente para apreciar in loco pormenores de execução entre nós desconhecidos."
Só que esta, é uma história ainda com muito por contar. No acervo de José Porto, então recentemente chegado ao Porto, vindo de Paris, encontramos cerca de uma dezena de peças desenhadas correspondentes ao anteprojeto apresentado a concurso, mas nada se encontrou ainda sobre um seu futuro desenvolvimento. Quanto ao Estádio é apenas certo que dele restaram ecos da memória de uma vontade de construção.
José Porto nasceu a 10 de outubro de 1883, em Marinhas, Vilar de Mouros.
Um novo Mapa de Arquitetura para dar a conhecer a obra de Rui Goes Ferreira na Madeira
Há um novo Mapa de Arquitetura, o primeiro sobre o território madeirense, dedicado à obra do arquiteto Rui Goes Ferreira. A conceção e organização de conteúdos esteve a cargo da arquiteta Madalena Vidigal, neta de Rui Goes Ferreira que tem vindo a desenvolver uma ampla investigação sobre a obra deste arquiteto e a materializar várias iniciativas de divulgação da sua obra em particular, mas também sobre a arquitetura da região.
Este Mapa, cujo lançamento decorreu no passado dia 4 de outubro, no Museu de Fotografia da Madeira, foi produzido e publicado pela Seção Regional da Ordem dos Arquitectos, com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Secretaria Regional de Turismo e Cultura da Madeira. Como foi referido durante a sessão, trata-se de um convite irrecusável para parar e refletir sobre o legado deixado por este arquiteto, para ir à procura das obras aí representadas e nelas encontrar uma leitura, uma narrativa que permita caracterizar a intervenção de Rui Goes Ferreira.
O roteiro apresentado percorre 22 obras projetadas por este arquiteto e, à imagem dos Mapas de Arquitetura lançados pela OASRN, para além da versão impressa, também pode ser consultado online. Basta clicar sobre o número ou letra identificativa e surge a informação respetiva: www.mapadearquitetura-madeira.com
"Viagem às arquiteturas energéticas insulares", a proposta vencedora da 18.ª edição do Prémio Fernando Távora
A proposta vencedora da 18.ª edição do Prémio Fernando Távora permitirá a Inês Vieira Rodrigues empreender uma "Viagem às arquiteturas energéticas insulares", ancorada nos Açores e na Islândia. A decisão reuniu a unanimidade do Júri, presidido por André Tavares (indicado pela OASRN – Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte) e composto ainda por Maria João Seixas (nomeada pela OASRN enquanto figura de relevo cultural externa ao campo disciplinar da Arquitetura), por José Bernardo Távora (indicado pela Fundação Marques da Silva), por Pedro Baía (indicado pela Casa da Arquitetura) e por Francisco de Tavares e Távora Pereira Coutinho (designado pela família do Arquiteto Fernando Távora).
Perante a qualidade, relevância e atualidade dos seus temas, o Júri decidiu atribuir também duas menções honrosas às propostas de Luis Duarte Ferro, «Silêncios loquazes: a cultura por vir» e de João Carlos de Almeida e Silva, «A presença da Eva. À procura de casas que foram brindes publicitários».
O anúncio do vencedor decorreu no passado dia 3 de outubro, na sede da OASRN, altura em que Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva, vencedores da 15ª edição do Prémio, proferiram a sua conferência sobre a viagem realizada "Às fronteiras do México". A conferência de apresentação da viagem de Inês Vieira Rodrigues realizar-se-á em abril de 2024, na data de lançamento da 20.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Prémio Fernando Távora
hoje, às 18:00, na sede da OASRN
Hoje, 3 de outubro, em Dia da Arquitetura, terá lugar, na sede da OASRN, mais uma sessão do Prémio Fernando Távora com o anúncio do vencedor da 18.ª edição, a apresentação do trabalho dos vencedores da 15.ª edição, os arquitetos Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva (na imagem), sobre "As Fronteiras do México" e uma breve conversa com a jornalista Maria João Seixas, membro do júri da presente edição e no qual a Fundação se encontra representada pelo arquiteto José Bernardo Távora.
I viaggi di Fernando Távora
na Galleria del Ridotto (Cesena, Itália), até 11 de dezembro
Na Galleria del Ridotto, por iniciativa do Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha, com o apoio da Fundação Marques da Silva, dá-se a conhecer, pela primeira vez em Itália, mais de 8 dezenas de desenhos de viagem realizados pelo Arquiteto Fernando Távora entre 1960 e 1997. A exposição I viaggi di Fernando Távora assenta na seleção feita pelo arquiteto José Bernardo em 2017, para a exposição apresentada na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, mas agora moldada a um percurso expositivo que se ajusta à configuração do novo espaço, onde também se acolhe um conjunto de maquetes realizadas pelos alunos de arquitetura do Campus de Cesena.
A inauguração, no dia 23 de setembro, foi antecedida de uma sessão programada no âmbito da Festa Dell´Architettura 2022, na Biblioteca Malatestiana, onde participaram o diretor do Departamento e a coordenadora do Curso de Arquitetura da Universidade de Bolonha, Fabrizio Apollonio e Elena Mucelli, respetivamente, Paula Abrunhosa e Ana Freitas, em representação da Fundação Marques da Silva, e os curadores desta exposição, Antonio Esposito, Saverio Fera, Giovanni Leoni e Giorgio Liverani. A exposição manter-se-á patente ao público até 11 de dezembro deste ano.
"Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
a visitar até 12 de novembro, no Círculo de Arquitetura de Oeiras
A exposição "Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto", inaugurada no passado dia 22 de setembro no Círculo de Arquitetura de Oeiras, revisita 18 projetos realizados por Graça Dias entre 1985 e 2018, seja individualmente, seja em parceria com Egas José Vieira, antigo aluno e arquiteto com quem viria a fundar o atelier Contemporânea, em 1990, após a colaboração para o Concurso do Pavilhão de Portugal na Expo 92´ de Sevilha. Estruturada em 4 núcleos - habitação, restauração, espaços lúdicos e diversos - a exposição apresenta um vasto conjunto de desenhos e maquetes, entre os quais se encontram vários originais cedidos pela Fundação Marques da Silva, assim como fotografias e registos videográficos. Esta iniciativa, organizada pelo Município de Oeiras e com curadoria de António Faísca, pretende ser uma homenagem a Manuel Graça Dias, arquiteto e professor de palavra viva e contagiante, que ensinava os seus alunos "a serem inconformados" e a "fugirem de certezas".
A visitar até 12 de novembro, de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
Arquiteturas Film Festival
Hoje, às 21:30, na Fundação Marques da Silva
Com Ortrun Bargholz e Anna Luise Schubert
Para hoje, na Fundação Marques da Silva, o Arquiteturas Film Festival propõe mais dois documentários: “The Modern Writer’s Workshop’: At the Limits of Architectural Freedom” (2014),de Ortrun Bargholz and Lucas Podzuweit, e “Umzugsgut: Articles of Daily Use and Home Furnishings of the Emigrant Are Described as U.” (2017), de Anna Luise Schubert and Amelie Wegner. Esta, que é a terceira e última sessão deste ciclo apresentado pelo CDA, vai contar ainda com a presença de Anna Luise Schubert e Ortrun Bargholz, para uma introdução e conversa sobre os trabalhos a projetar. A sessão tem início às 21:30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
Prémio Fernando Távora
Anúncio do vencedor da 18.ª Edição do Prémio
Conferência de Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva
Conversa com Maria João Seixas
3 de outubro (segunda-feira), 18:00, Sede da OASRN
No próximo dia 3 de outubro, em Dia da Arquitetura, será anunciado mais um vencedor do Prémio Fernando Távora que vai já na sua 18.ª edição. A sessão, a ter lugar na sede da OASRN, conta ainda com a apresentação do trabalho dos vencedores da 15.ª edição, os arquitetos Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva, sobre "As Fronteiras do México" e uma breve conversa com a jornalista Maria João Seixas, membro do júri da presente edição e no qual a Fundação se encontra representada pelo arquiteto José Bernardo Távora.
Trata-se de uma iniciativa da OASRN, em parceria com a Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
Arquiteturas Film Festival Porto
Projeção de documentários
21:30, Fundação Marques da Silva
Ontem foi assim, na Fundaçao Marqies da Silva. Sala cheia para a conferência inaugural da curadora da exposição The Matter of Data, Ines Weizman, seguida da projeção de 3 curtas-metragens. Hoje, serão projetados os documentários "Deep White" e "Phonograph and Memory: tracing a sound from Kabul". A sessão começa às 21:30 e conta com a presença de Anne Luise Schubert e Ines Weizman.
THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method
Abertura da Exposição - Conferência de Ines Weizman - Projeção de Curtas-metragens
hoje, 28 de setembro, às 21:30, na Fundação Marques da Silva
Com a exposição THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method em pano de fundo, hoje, às 21:30, na Fundação Marques da Silva, lugar de acolhimento da programação da instituição convidada desta edição do Arquiteturas Film Festival, o Centre for Documentary Architecture (CDA), inicia-se a primeira de três sessões que incluem, para além da conferência inaugural da curadora da exposição e fundadora do CDA, Ines Weizman, debates e projeção de curtas-metragens e documentários produzidos no âmbito deste Centro onde se juntam arquitetos, cineastas, artistas, programadores digitais, historiadores e outros amantes da arquitetura.
A exposição fica patente até 22 de outubro 2022 e pode ser visitada de segunda a sábado, das 14:00 às 18:00. Durante o período de duração do Festival, até 1 de outubro, é de entrada gratuita.
A 9.ª edição do Arquiteturas Film Festival está prestes a começar. A Sessão de Abertura acontece hoje, 3ª feira dia 27 de setembro, no Cinema Passos Manuel, no Porto, às 21h30.
A edição deste ano reflete sobre a ideia de “abrandamento”, ainda que isso implique demolir, reduzir, reutilizar, ou subtrair a arquitetura.
Seminário de Metodologia do Desenho
Nuno Portas em Sevilha, fevereiro de 1971
Em 1971, Nuno Portas deslocou-se a Sevilha, a convite do Departamento de Estética, Composição Arquitectónica e História da Arte da Escola de Arquitectura desta cidade, para dar um Seminário sobre Metodologia do Desenho. O interesse suscitado será comprovado pela grande concorrência registada: mais de 50 arquitetos e 150 alunos inscritos, números publicados na imprensa local. Foram 6 aulas que decorreram entre 27 de Janeiro e 4 de Fevereiro, e onde não só traçou o "panorama atual" da metodologia do desenho, como abordou a atividade que tinha vindo a desenvolver no LNEC. A fotografia que acompanha esta nota foi retirada de um dossier com recortes de imprensa relativos ao Seminário, pertencente ao conjunto de documentos recentemente integrados no Arquivo da Fundação Marques da Silva.
Nuno Portas nasceu a 23 de setembro de 1934.
Parabéns, Senhor Arquiteto!
I viaggi di Fernando Tavora
Exposição
23 de setembro a 11 de dezembro
Galleria del Ridotto, Cesena, Itália
No âmbito da Festa dell´Architettura 2022, o Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha, com a colaboração da Fundação Marques da Silva, vai apresentar na Galleria del Ridotto a exposição I viaggi di Fernando Távora.
Tomando como ponto de partida a seleção já feita em 2017 por José Bernardo Távora, serão agora expostos em Cesena mais de 80 desenhos originais da autoria do arquiteto Fernando Távora, realizados entre 1960 e 1997, que, pela primeira vez, poderão ser vistos em Itália.
Antonio Esposito, Francesco Saverio Fera, Giovanni Leoni e Giorgio Liverani assinam a curadoria desta exposição que inaugura no próximo dia 23 de setembro e se manterá patente ao público até 11 de dezembro, na Galleria del Ridotto.
"Manuel Graça Dias: o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
Exposição
22 de setembro a 12 de Novembro
Círculo da Arquitetura, Oeiras
Três anos passados sobre o desaparecimento prematuro de Manuel Graça Dias, o Círculo de Arquitetura do Município de Oeiras, com o apoio da Fundação Marques da Silva, vai inaugurar na próxima quarta feira, às 18:00, uma exposição que "visa enaltecer e homenagear" o trabalho deste arquiteto. A exposição Manuel Graça Dias: O Arquiteto Arquitetonicamente Incorretoapresenta uma seleção de dezoito projetos, entre os quais se destacam o Pavilhão de Portugal para a Expo’ 92, em Sevilha, e O Teatro Azul, em Almada. Para além de esquissos e desenhos de projeto, a exposição integra ainda um conjunto de maquetes relativas a vários dos projetos expostos.
A exposição inaugura dia 22, às 18:00 e pode ser visitada até 12 de novembro de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda reuniram-se para uma animada conversa, moderada por Laura Castro, cumprindo assim o objetivo de se assinalar o encerramento da exposição “Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência” através do exercício do encontro e da partilha, tão acarinhado e cultivado por António Cardoso. E se esta figura, multifacetada e poliédrica, foi transversal a todos, já que todos com ele se cruzaram em diferentes circunstâncias e momentos, foi igualmente inevitável convocar outras presenças referenciais, a de José-Augusto França e a de Amadeo de Souza-Cardoso, para cujo atual reconhecimento da sua originalidade artística e da sua internacionalização António Cardoso muito contribuiu. A particularidade do Museu de Amarante tornou-se assim um tema central nesta conversa, mas também o foi a necessidade de dar continuidade ao caminho aberto por António Cardoso encontrando respostas adequadas aos desafios impostos por um novo tempo, seja no que se refere ao futuro do Museu Amadeo de Souza-Cardoso - da sua arquitetura ao projeto museológico e à reposição do Prémio -, seja na pertinência de um reposicionamento crítico do ensino da história da arte.
Publicamos hoje a newsletter da Fundação Marques da Silva, com a notícia de abertura a deixar em primeiro plano o encontro de amanhã, com Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas, João Pinharanda e moderação de Laura Castro. Mas há muito mais para ler e novas iniciativas se anunciam. A ler aqui
Fernando Lanhas e a recriação do Museu Monográfico de Conímbriga
No início da década de 1980, Fernando Lanhas foi chamado a remodelar e ampliar o Museu Monográfico de Conímbriga, aí se incluindo o arranjo de interiores, isto é, das zonas de entrada, de receção, de exposição, restaurante e auditório. Cabia-lhe, assim, reconfigurar este espaço museológico, com a premissa de aproveitar a parte já construída, unificando-a (existia o corpo projetado por Amoroso Lopes, em 1959, e as três alas desenhadas por António Portugal, em 1974). O seu interesse pela museologia reflete-se na particular atenção dedicada ao desenho das áreas e suportes expositivos. O Museu reabrirá as suas portas em abril de 1985, com arranjo da envolvente paisagística pensado por Gonçalo Ribeiro Telles e Francisco Caldeira Cabral. Seguir-se-ia a construção do auditório. Em todo este processo Fernando Lanhas teve como interlocutor, por parte da Direção dos Edifícios Nacionais do Centro, o eng.º José Teles de Oliveira. A título de curiosidade, refira-se que da correspondência trocada entre ambos sobressai o apreço de Teles de Oliveira pelas "coisas" que Fernando Lanhas ia escrevendo e pelo que este considerava ser uma demonstração da sua extraordinária sensibilidade na apreciação da vida.
Fernando Lanhas nasceu no Porto, a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 99 anos.
Arquiteturas Film Festival
27 de setembro a 1 de outubro
Fundação Marques da Silva, Casa Comum, FAUP, INSTITUTO e Cinema Passos Manuel
Este ano, tendo como mote Slow Down!, o Arquiteturas Film Festival não só se muda para o Porto como vai passar pela Fundação Marques da Silva, para onde está programada uma exposição, uma conferência e a projeção de curtas-metragens e documentários. O Festival encontra-se estruturado em 4 eixos: Programa Oficial; Programa da Instituição Convidada; Programa Experimental; e Programa de Competição. Cada eixo está associado a um ou dois locais da cidade: para além da Fundação Marques da Silva, que vai acolher a programação da Instituição Convidada, o Centre for Documentary Architecture (CDA), o Festival passará pelo Cinema Passos Manuel (Programa Oficial), pela Casa Comum (Programa de Competição), pelo INSTITUTO (Programa Experimental) e pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (Masterclasses e Workshop).
Assim, na Fundação Marques da Silva (Palacete Lopes Martins), entre 28 de setembro e 22 de outubro, poderá visitar a exposição THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method e ficar a conhecer o arquivo do Centre for Documentary Architecture (CDA), um coletivo de pesquisa interdisciplinar formado por historiadores de arquitetura, cineastas e tecnólogos digitais. Entre "matéria e dados", que relacionam documentação fílmica, estudos de arquivo, análise de materiais e documentação construtiva digital, estarão em exibição estudos de caso, apresentados como "biografias arquitetónicas".
A assinalar a inauguração da exposição, no dia 28 de setembro, às 21:30, decorrerá a conferência da curadora, Ines Weizman. Esta arquiteta e académica, diretora e fundadora do CDA, com um particular interesse pelas questões da migração e do modernismo colonial, apresentará o trabalho que tem vindo a desenvolver e sobre o qual assenta tanto a presente exposição como a que, em 2019, passou por Weimar, Telavive e Berlim, The Matter of Data: Tracing the Materiality of "Bauhaus-Modernism".
Ainda na Fundação, nos dias 29 e 30 de setembro, em duas sessões com início às 21:30, serão projetadas curtas-metragens e documentários produzidos pelo CDA, com apresentação de Ines Weizman, Anna Luise Schubert e Ortrun Bargholz.
Durante o Festival, que decorre entre 27 de setembro e 1 de outubro, o acesso à Fundação Marques da Silva (exposição e exibição de filmes) será gratuito
+ informações sobre todo o programa: https://arquiteturasfilmfestival.com
O percurso profissional de José da Cruz Lima, arquiteto diplomado pela Escola de Belas Artes do Porto, em 1945, decorreu de forma discreta, já que muita da sua produção se destinou a responder a encomendas de clientes particulares. Ainda assim, num tempo em que os estabelecimentos cinematográficos atingiam uma particular relevância e popularidade nos meios urbanos, foram vários os projetos realizados por este arquiteto para este tipo de salas de espetáculo, seja de raiz, seja de remodelação de edifícios preexistentes, regra geral antigos teatros que não resistiam ao apelo crescente do público pela projeção de filmes. Logo em 46, surge a proposta de remodelação do Teatro Eduardo Brasão, em Santo Tirso. Contudo, em 1949, a Sonora Filmes vai atribuir a este mesmo arquiteto a responsabilidade de desenhar no centro da então vila, um novo Cinema, cuja construção se prolongará até à década de 60. Ao novo Cine-Teatro, o arquiteto tentará até, sem sucesso, atribuir o nome de Cine Astro. Ainda na década de 50, em 1954, Cruz Lima será chamado a remodelar o Teatro Garrett, na Póvoa do Varzim. E dois anos depois, no Porto, vai desenvolver os projetos de "reforma e melhoramento" dos Cinemas Olympia e Águia de Ouro, tendo em vista o embelezamento e a melhoria de condições de conforto e segurança dos respetivos espaços interiores. Os Cine-Teatros, projetados ou intervencionados por Cruz Lima, vieram a ter destinos diferentes, com as salas portuenses a garantirem a sobrevivência da sua arquitetura através de uma alteração de função.
José da Cruz Lima nasceu em Luanda, a 9 de setembro de 1910.
Vamos falar de história, arte e arquitetura #2
Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas, João Pinharanda
moderação de Laura Castro
Fundação Marques da Silva, 17 de setembro, 16:00
Parafraseando palavras do próprio António Cardoso a propósito da exposição sobre Marques da Silva, organizada em 1986, também a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" participa da exigência moral de mostrar e de/monstrar. Inaugurada a 7 de maio, perseguiu o objetivo de revisitar o percurso de vida de António Cardoso, reunindo numa mesma linha de tempo a sinalização das múltiplas dimensões da vasta obra por si realizada. Alcançou igualmente a certeza de que o seu legado deve ser revisitado e convertido em ponto de partida para renovadas reflexões sobre os desafios do presente. Assim, depois de um primeiro encontro realizado em junho, a 17 de setembro, dia de encerramento, vai acontecer um segundo encontro com Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda, cabendo a Laura Castro a sua moderação. Vamos, portanto, ouvir falar de história, arte e arquitetura. A sessão começa às 16:00, com a presença de Fátima Vieira, Presidente da Fundação, e todos estão convidados já que a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
Entre uma e outra imagem podemos observar uma mesma figura feminina em dois tempos distintos. A primeira, da década de 30, enquanto aluna de arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto, junto ao Professor Acácio Lino; a segunda, junto ao então Presidente da República Mário Soares, na qualidade de Presidente da Secção Regional Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses, por ocasião do 4.º Congresso Nacional, realizado no Porto em 1986 e no âmbito do qual seria igualmente inaugurada, na Casa do Infante, a exposição "J. Marques da Silva. Arquitecto 1869-1947". Entre uma e outra, o percurso de uma vida, entre uma e outra, presença constrastante num meio então dominado por homens, entre uma e outra, a coragem para abrir caminhos para as mulheres arquitetas em Portugal.
Maria José Marques da Silva nasceu no Porto a 7 de setembro de 1914, na Casa-Atelier que hoje acolhe a Fundação Marques da Silva, instituição por si idealizada, juntamente com o seu marido, o também arquiteto e urbanista, David Moreira da Silva.
Fotografias: Arquivo da Fundação Marques da Silva e Centro de Documentação da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, respetivamente.
As exposições da Fundação Marques da Silva estão de regresso
Estão, a partir de hoje, reabertas ao público as exposições da Fundação Marques da Silva. "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência", "Contrafactum: matéria, forma, conteúdo" e "Aalto intemporal: o DNA da Cultura Arquitetónica" entram agora nas semanas finais e trazem novidades. Na sala de "Contrafactum" já se encontram lado a lado a maquete de 1935 e a sua recriação de 2022. Entretanto, marque na agenda o dia 17, para assistir ao segundo encontro de "vamos falar de arte, história e arquitetura", desta vez com a presença de Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda, com moderação de Laura Castro.
Contamos com a sua presença!
Horários de visita: de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).
Ontem, serenamente, José Carlos Loureiro despediu-se da vida. Nascido na Covilhã, a 2 de dezembro de 1925, chegou ao Porto em 1941 para ingressar na Escola de Belas-Artes. A casa por si projetada em Valbom e que, habitando-a, foi transformando em lugar íntimo de conforto e felicidade familiar, garantiu-lhe o diploma de arquiteto e anunciou o que viria a ser um longo e intenso percurso profissional. José Carlos Loureiro praticou Arquitetura de uma forma comprometida, generosa e apaixonada, sempre demonstrando uma invulgar sintonia entre a arte de bem desenhar e a arte de bem construir. Desejava, acima de tudo, imaginar e criar espaços onde as pessoas se sentissem bem. Foi o autor de obras icónicas como o Pavilhão dos Desportos-Palácio de Cristal, o Edifício Parnaso, o Conjunto Luso-Lima ou o Hotel D. Henrique, na cidade do Porto, mas também da Pousada de S. Bartolomeu, em Bragança, da Casa-Atelier Júlio Resende, em Gondomar, do Conservatório Gulbenkian e dos Edifícios Residenciais em Aveiro, do Instituto Superior da Maia ou da "Capelinha" de Fátima. Desde muito cedo aliou ao exercício da atividade projetual, individualmente ou em gabinete (primeiro com Pádua Ramos, depois com o seu filho e mais recentemente também com o seu neto), o desafio da experiência do ensino. Foi também, e sempre, um cidadão atento e interventivo sobre as questões que dominaram o seu tempo, tendo-se distinguido pela matriz ética que imprimiu ao desempenho dos vários cargos públicos que foi chamado a assumir. Teve importantes participações em colóquios, congressos e exposições de carácter nacional e internacional. Por tudo isto, foi sendo publicamente reconhecido. Em 2013, doou o seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva que desta forma lhe presta uma sentida homenagem e assinala um profundo pesar pela sua perda. Como poderia ter dito o seu grande amigo Eugénio de Andrade, a sua vida teve a dignidade de um poema.
O corpo estará em câmara ardente a partir da tarde hoje, na Capela da Ressurreição, em Valbom. O seu funeral realiza-se amanhã, às 11h.
Fernando Távora ou do gesto e da razão para o desenho
No canto inferior direito deste mapa-mundodesenhado por Fernando Távora pode ler-se: “1 – a volta ao mundo como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian / 2 – a viagem ao Brasil com alunos da ESBAP / Os ‘sítios’ onde estive (a preto); os sítios onde estiveram antepassados meus (a verde).”
Fernando Távora gostava de "saltar fronteiras", de, tal como Pessoa, “viajar, correr países, ser outro constantemente” tendo, enquanto Arquiteto, uma atenção permanente sobre a qualidade da construção do mundo. Desenhar era, para si, uma forma de conhecimento e de comunicação, uma "forma eterna e magnífica de entendimento entre os homens." E nas muitas viagens realizadas sempre encontrou "gestos e razões" para o desenho. De "Cairo ou de Kyoto, de Filadélfia e de Atenas, de Bangkok e de Congonhas, de Goa e de Paris, homens, objectos e lugares da antiguidade e do presente." Serão esses desenhos agora a continuar a "saltar fronteiras", as do tempo e dos lugares. Depois da exposição realizada em Guimarães, em 2017, com coordenação de José Bernardo Távora, será Cesena o próximo destino. Tavora in viaggio inaugurará em setembro próximo.
Fernando Távora faria hoje 99 anos. Nasceu no Porto, a 25 de agosto de 1923.
"A Nacional" em transformação ou como captar os interstícios do tempo
Dia Mundial da Fotografia
O edifício que Marques da Silva começou a idealizar em 1919 para a Companhia de Seguros A Nacional foi determinante para a fixação da imagem daquela que continua a ser a principal sala de visitas da cidade do Porto. Implantado sobre o chão do cunhal poente formado pela Praça da Liberdade e a então Avenida das Nações Aliadas era, segundo relatório de 1924 da referida Companhia, "na opinião geral o mais belo e imponente edifício" aí construído. Em pleno século XXI, em resposta a um desejo de adaptação a outras funcionalidades, este edifício agora centenário prepara-se para iniciar um novo ciclo de vida sob projeto dos arquitetos Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes (menos é mais). Os andaimes que o envolvem, e que o Grémio da Independência, símbolo da Companhia, esculpido por Sousa Caldas insiste em desafiar, denunciam as obras em curso, mas o que esta fase da intervenção deixa visível em breve será impercetível ao olhar de quem passa ou de quem irá habitar os renovados espaços interiores. Cabe à câmara de Francisco Ascensão registar este momento único, transportando para as fotografias a obter a condição maior de virem a ser testemunhos privilegiados deste interstício do tempo.
Hoje, a assinalar o Dia Mundial da Fotografia e para abrir a curiosidade sobre o muito que haverá a descobrir, partilhamos esta fotografia do que virá a ser o interior de um apartamento.
Octávio Lixa Filgueiras: uma vida, muitos caminhos
No final dos anos 50, Octávio Lixa Filgueiras desenvolvia já uma intensa atividade, seja como arquiteto, como professor ou como autor de trabalhos pioneiros no domínio da etnologia e da arqueologia naval. Tinha obtido o seu Diploma em 54, com "Urbanismo: um tema rural", um trabalho inovador por ser o primeiro CODA teórico-prático apresentado na ESBAP. Tinha também assegurado a coordenação da Equipa da Zona II do Inquérito à Arquitetura Popular e, em 56, integrara a representação portuguesa ao X Congresso CIAM, em Dubrovnik. Ainda nesta década, fizera parte da equipa de redação para o Norte, juntamente com Arnaldo Araújo, Manuel Marques de Aguiar e José Forjaz, da revista Arquitectura, onde será publicado, em dezembro de 1959, o "Aditamento à Grille C.I.A.M. d´Urbanisme", comunicação que apresentara em Madrid, na qualidade de bolseiro do Instituto de Alta Cultura. Enquanto arquiteto liberal, tinha vindo a assinar, desde a década anterior, um número significativo de projetos, entre os quais assumiam particular relevo as cinco estações para a The Anglo-Portuguese Telephone Company, localizadas no Porto, Matosinhos e Gaia. Na imagem podemos ver o esboceto do alçado poente das instalações fabris da SONAE, na Maia, projeto que apresenta em março de 1960 e que, com as suas linhas modernas, durante muitos anos veio a marcar a paisagem de quem saía do Porto em direção a Norte. Pouco depois, em 1962, e ainda enquanto este projeto estava em construção, foi designado professor efetivo da ESBAP, começando nessa altura a pôr em prática a experiência dos inquéritos urbanos, no contexto de renovação da cadeira de Arquitetura. Estavam, pois, bem definidos os múltiplos caminhos a percorrer e que, ao longo das décadas seguintes, ainda congregaram importantes ações no campo da defesa do património arquitetónico e cultural, bem como a publicação de vários contos, num regresso a outras dimensões da escrita, anunciadas em 49 com o livro de poesia Requiem às Glórias do Mundo e outros poemas.
Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto há exatamente 100 anos.
A Fundação Marques da Silva vai entrar em férias de verão. De 13 a 28 de agosto, encerram-se as instalações. O atendimento a investigadores será retomado a 29 deste mês. As exposições reabrem apenas a 5 de setembro. Até lá, um bom verão!
Na visita guiada ao cemitério da Lapa, na passada sexta feira, José Pedro Tenreiro levou um grupo sempre atento a percorrer os lugares onde repousam várias gerações das famílias Marques da Silva e Lopes Martins, enquanto ia revelando as surpreendentes histórias que a partir deles e entre eles se podem contar. Um percurso iniciado no jazigo desenhado por Maria José e David Moreira da Silva, onde se encontra depositado José Marques da Silva, e que veio a concluir-se, depois de uma passagem pelos jazigos de Bernardo Marques da Silva e de António Lopes Martins, na capela mortuária projetada por Marques da Silva para Amélia Lopes Martins. Aqui se destacou a forma singular como esta se afirma no espaço e para o tempo em que foi construída, na relação que estabelece com a sepultura de José Lopes Martins e a sua importância enquanto exercício modelar para projetos posteriores de Marques da Silva. Uma visita a demonstrar que há muito para dizer sobre este tema.
Esta que foi a terceira das cinco visitas propostas pela Irmandade da Lapa para o Ciclo de 2022 e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
A presença de Marques da Silva no cemitério da Lapa
Visita guiada por José Pedro Tenreiro
Hoje, às 18:00
A visita que hoje se vai realizar no cemitério da Lapa, sob orientação do arquiteto José Pedro Tenreiro, entre o que foi ou não chegou a ser aí realizado sob traço de José Marques da Silva, constitui uma oportunidade única para se falar sobre esta dimensão menos visível e até agora menos estudada da obra desenvolvida por este arquiteto. Começa às 18:00!
A presença de Marques da Silva no Cemitério da Lapa
Visita guiada por José Pedro Tenreiro
29 de julho, 18:00
A temática funerária esteve presente na infância e juventude de José Marques da Silva através da oficina paterna, mas também na sua formação em Paris, onde, em 1895, apresenta - no Salon - o projeto de um monumento funerário à memória de João Henrique Andresen, documentado nos arquivos desta Fundação. Já arquiteto, seria recorrentemente convidado a desenvolver esta tipologia de projeto, desde logo para o Cemitério da Lapa onde, aliás, se encontra sepultado. Contudo, é de referir que ao longo da sua carreira foram várias as obras desenvolvidas para a Irmandade da Lapa.
Não é por isso de estranhar que a Ordem da Lapa tenha proposto a realização de uma visita guiada ao cemitério da Lapa sob o signo da presença de Marques da Silva neste espaço, a incluir no Ciclo programado para 2022. A visita vai acontecer a 29 de julho, às 18:00, e será conduzida pelo Arquiteto José Pedro Tenreiro, cujas recentes investigações sobre o sentido e as circunstâncias que deram origem às obras aí construídas permitirão apresentar uma nova leitura desta dimensão do trabalho de arquitetura de José Marques da Silva.
O acesso às visitas implica a aquisição de um bilhete no valor de 2,50€ e a inscrição prévia em www.irmandadedalapa.pt (tel. 225 502 828).
Uma visita para celebrar os 90 anos de António Cardoso
Ontem, 21 de julho, António Cardoso faria 90 anos de idade. A data tornou-se o pretexto ideal para a realização da visita guiada à exposição Isto não é so um quadro: António Cardoso para além da evidência, por Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa. Com a casa cheia, entre as peças e documentos expostos, e as histórias que se foram contando, aconteceu mais um exercício de aproximação a uma vida invulgar, marcada por uma obra inscrita agora na linha do tempo.
Prémio Fernando Távora
Candidaturas até 1 de agosto
Até 1 de agosto, ainda é possível concorrer à 18.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Este Prémio, promovido anualmente em memória da figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitecto e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem.
A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta também com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, como instituições parceiras, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
Visita guiada à exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"
com Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa
21 de julho, 18:30
Abertura de inscrições
Do colecionador ao pintor, do investigador ao professor, do crítico de arte ao lançamento das bases do que são hoje a Fundação Marques da Silva e o Museu Amadeo Souza-Cardoso, há muito para descobrir na exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência. No dia em que faria 90 anos, 21 de julho de 2022, a Fundação organiza uma visita a esta exposição guiada por três elementos da equipa curatorial: Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa. O acesso é livre, até um máximo de 25 participantes, sujeito apenas a inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt.
O projeto de arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
com Pedro Ramalho e Bárbara Rangel
FEUP, 15 de julho,17:30
“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” regressa ao formato original, com uma sessão presencial dedicada ao projeto de arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Para abordar os aspetos técnicos desta importante obra da cidade do Porto, que marca a transformação de toda uma zona da cidade (o Pólo II da Universidade do Porto), estará presente o Arq.º Pedro Ramalho, autor do projeto, em conversa com a Arq.ª Bárbara Rangel.
Para participar, basta fazer uma inscrição prévia no website da Porto Innovation Hub
A iniciativa “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” resulta da colaboração entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP (DEC/FEUP), o Município do Porto, a Reitoria da Universidade do Porto e a Gaiurb, sendo a Fundação Marques da Silva uma das suas instituições apoiantes.
Com as três exposições atualmente patentes ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva e no Palacete Lopes Martins, e a notícia das mais recentes doações em destaque, saiu hoje nova newsletter da Fundação Marques da Silva. A ler aqui.
De 17 de junho a 5 de agosto, todas as sextas-feiras, às 15:00, o projeto "Norte Contemporâneo" leva à TSF as entidades parceiras da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC) - Norte. No dia 22 de julho será a vez da Fundação Marques da Silva, que estará representada pela sua Presidente, Fátima Vieira.
Em 2013, a Ordem dos Arquitetos concedeu o título de membro honorário a Luís Ferreira Alves, um bem-sucedido empresário a quem a fotografia, por paixão e acaso, foi acontecendo. A profissionalização, na área da fotografia de arquitetura, surgiu como caminho durante a década de 80, com trabalhos para Pedro Ramalho, Álvaro Siza ou Fernando Távora. Da obra realizada, sabemos hoje como foi importante para afimar uma outra forma de olhar a arquitetura portuguesa, e, em particular, para dar a conhecer a obra dos mais relevantes arquitetos formados na escola do Porto. A Fundação Marques da Silva não poderia deixar de manifestar um voto de pesar pelo seu falecimento e, num gesto de simbólica homenagem, publicar duas das fotografias da série "Quinta da Covilhã", tiradas em abril de 2006, a pedido de José Bernardo Távora.
Durante os próximos dias 8, 9 e 10 de julho, o CCB celebra 10 anos de Garagem Sul. E têm sido 10 anos de uma programação desafiante e inovadora, capaz de transformar o antigo parque de estacionamento do CCB num lugar de referência e reflexão quando falamos sobre formas de expor e comunicar arquitetura. A Fundação Marques da Silva, parceira de alguns desses projetos, não podia deixar de se associar a este momento. Parabéns, Garagem Sul!
Para além dos respetivos acervos de arquitetura se encontrarem na Fundação Marques da Silva, qual a circunstância que une o Fórum da Maia, a Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio e o Hotel Dom Henrique, projetados por José Carlos Loureiro, o Velódromo Maria Amélia do MNSR, intervencionado por Fernando Távora, o Reservatório da Pasteleira - Museu da Cidade, requalificado por Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, ou o Museu Militar do Porto, onde está presente a intervenção de Fernando Lanhas? Sim, todos fazem parte do Roteiro da edição 2022 do Open House, este ano com curadoria da arquiteta Graça Correia e do historiador Joel Cleto. No seu conjunto, são mais de 70 as obras selecionadas entre Porto, Matosinhos, Maia e Vila Nova de Gaia. A não perder, 2 e 3 de julho.
"Do síndroma da Torre à confusão post na arquitectura", texto de Nuno Portas
Hoje é dia de Escritos Escolhidos
Neste texto de 1984, Nuno Portas expressa a sua preocupação pelas consequências práticas da aplicação de uma pretensa “ideologia da vida urbana”, que, em sua opinião, se traduziu em soluções desastrosas, com os urbanizadores (urbanistas e arquitetos incluídos) a “perderem o sentido do tamanho das coisas e dos espaços”.
Imagem: Duas imagens apresentadas por Nuno Portas no simpósio de Castelldefels (1972), onde se confrontam dois modelos de intervenção urbana: a operação realizada pelo Marquês de Pombal na Baixa de Lisboa, com as intervenções posteriores de expansão urbana de Ressano Garcia, que Nuno Portas considera um exemplo bem sucedido de abordagem a um território urbano. As imagens foram retiradas da edição espanhola que compilou as apresentações e mesas redondas desse congresso (Llorens, Tomás [ed.], Arquitectura, Historia y Teoría de los Signos. El Symposium de Castelldefels, Barcelona, La Gaya Ciencia, 1974).
As inaugurações e o lançamento do livro ou o exercício da arte do olhar
A intemporalidade da obra aaltiana e o encantamento por uma casa de montanha que se traduz num irresistível convite de descoberta da sua intimidade, mediados pelo desvelar de gestos que fazem ressurgir a expressão dos materiais para lhe encontrar novos sentidos, preencheram a tarde e a noite de ontem na Fundação Marques da Silva. Na sua singularidade, convergiram enquanto exercícios da arte do olhar que, superando a passagem do tempo, nos conduzem a uma outra dimensão, a da procura de compreensão do objeto desse olhar, dando-nos a ver, afinal, uma herança comum, que continua presente e transmissível.
A partir de hoje podem ser visitadas, dentro dos horários habituais (segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00) as exposições Aalto Intemporal; Contrafactum (ainda em processo evolutivo); e Isto não é só um quadro. E claro, há um novo livro para ler: Vill´Alcina.
Autofocus #05: Experience | Perception
27 de junho, a partir das 16:00
formato webinar
O quinto encontro da programação 2021/2022 do projeto Autofocus tem como tema "Experience | Perception" e está agendado para hoje, 27 de junho. A sessão, em formato webinar, inicia-se às 16:00 e vai integrar as comunicações de:
Alberto Pérez-Gómez, New questions around the primacy of perception in architecture Juhani Pallasmas, From Vision to Existential Sense: architecture and our experience of the world Steven Holl, Revisiting Questions of Perception
Seguir-se-á um período de discussão aberto a um painel alargado de participantes.
Amanhã, no contexto deste Seminário, na Fundação Marques da Silva, será inaugurada a exposição "Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica".
Para saber como participar e obter mais informações sobre este seminário, basta consultar o press-release.
O programa ABLeS, onde se cruzam Arquitetura, Filosofia e Ciências, resulta de uma parceria de três centros de Investigação: Instituto de Filosofia/Mind Language Action Research Group (FLUP); Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (FAUP); e Centro de Investigação em Território, Arquitetura e Design/G1 (Faculdades de Artes e Arquitetura da Universidade Lusíada - Norte (Porto). Estas edições são coordenadas pelos Professores e Arquitetos Pedro Borges de Araújo e Sérgio Amorim.
As sessões serão gravadas e posteriormente disponibilizadas na plataforma digital ABLeS Intersections.
"CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo"
Apresentação do projeto por Graciela Machado
28 de junho, 18:00, Fundação Marques da Silva
O projeto "CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo" desenvolve-se a partir de uma procura de entendimento do contexto de produção de uma maqueta em gesso pertencente ao acervo da Fundação Marques da Silva - "Aquila", Plano de Urbanização das Termas do Gerês, 1935 (José Porto, Engenheiros Reunidos).
Entre o restauro da maqueta original e a sua mimetização, com recurso à recriação de materiais e processos de construção, a entrevistas e encenações em torno do seu fazer, "Contrafactum" estabelece um jogo dinâmico da peça com o seu lugar de pertença que vai transformar uma sala do Palacete Lopes Martins num palco de mediações encenadas.
Assumindo-se o carácter experimental de "CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo", a 28 de junho, com o espaço expositivo ainda parcialmente montado, Graciela Machado, que assina a conceção e coordenação do projeto, fará uma apresentação do que foi feito e do que está ainda a ser elaborado. A abertura da sala, num gesto de antecipação, permitirá ao público passar a acompanhar a evolução do projeto.
"CONTRAFACTUM: matéria, forma, conteúdo", produzido em parceria com a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, é a resposta da Fundação Marques da Silva ao desafio lançado pelo Centro Português de Fundações, Projeto 17-Geografias, Património Cultural das Fundações Portuguesas.
Era esta a placa que identificava o atelier de João Queiroz, na rua de Santa Catarina. Este militar que também foi arquiteto, pertenceu a uma geração de arquitetos formados pela Escola do Porto que permaneceram vinculados à cidade, enquanto sede do exercício profissional, tendo desempenhado um papel discreto, mas decisivo, nas transformações urbanas do Porto e do norte de Portugal durante o século XX.
João Marcelino Queiroz nasceu no Porto, a 23 de junho de 1892.
"Lá fora é imenso. Aqui dentro é como um útero"
Lançamento do livro Vill´Alcina, de Germana Lópes Souza
Com Maria Manuel Oliveira, Sergio Fernandez
28 de junho, 21:30, Fundação Marques da Silva
De uma visita a um lugar pode nascer um livro. Assim aconteceu com Vill´Alcina, mais que um livro, um objeto artístico desenvolvido por Germana Lópes Souza no âmbito da disciplina de Teoria Geral e Organização do Espaço, enquanto estudante de arquitetura na FAUP, após uma visita a esta casa que se funde na paisagem que a envolve, em Caminha, guiada pelo arquiteto que a desenhou em 1974, Sergio Fernandez.
Com o apoio da Fundação Marques da Silva, o livro aí está, pronto a ser partilhado. A sessão de lançamento, no dia 28 de junho, às 21:30, vai contar com a presença do arquiteto Sergio Fernandez e da autora, tendo ainda como convidada a arquiteta Maria Manuel Oliveira.
"Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"
Exposição encerrada dias 23 e 24 de junho
A Fundação Marques da Silva informa que amanhã, 23 de junho, em véspera de São João, extraordinariamente, a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" se encontra encerrada ao público. Reabre no sábado, dia 25, às 14:00, retomando o horário previsto.
"Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica"
Exposição
28 de junho a 17 de setembro de 2022
Fundação Marques da Silva
Em paralelo com a realização do Seminário programado para 27 de junho, ABLeS (Autofocus Blended Learning eSeminars series) traz à Fundação Marques da Silva a exposição "Aalto Intemporal - o DNA da Cultura Arquitetónica".
Com curadoria de Tore Tallqvist (colaborador de Alvar Aalto e professor de História da Arquitetura da Universidade de Tampere), a exposição, feita a partir de trabalhos desenvolvidos com os alunos, tem como objetivo traçar a "genealogia" de Alvar Aalto, inscrevendo a sua obra no tempo longo da história da arquitetura. Colaboraram ainda neste projeto expositivo o professor Olli-Paavo Koponen e a arquiteta Marianna Verhe. A linha gráfica foi criada em colaboração com o arquiteto Jussi Heinonen.
Nesta sua passagem por Portugal, e mais concretamente pela Fundação Marques da Silva, a exposição vai integrar um novo módulo com documentação relativa a projetos de arquitetos portugueses influenciados pela obra de Alvar Aalto, nomeadamente Fernando Távora, Raúl Hestnes Ferreira, Alcino Soutinho e Alfredo Matos Ferreira.
A exposição inagura a 28 de junho, no primeiro piso do Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva), onde permanecerá patente ao público até 17 de setembro do corrente ano.
Exposição "Estação Central da Beira. Keeping it Modern"
últimos dias
Se ainda não teve a oportunidade de visitar a exposição "Estação Central da Beira. Keeping it Modern", poderá fazê-lo entre hoje e amanhã, dia do seu encerramento. Disposta na ala principal do Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva), a exposição conta a história deste projeto dos anos sessenta do século XX, da autoria dos arquitetos João Afonso Garizo do Carmo, Francisco de Castro e Paulo de Melo Sampaio, inserindo-o no mapa da arquitetura moderna que ainda hoje se pode traçar em território moçambicano. A exposição decorre de um projeto de investigação coordenado por Paulo Lourenço e Elisiário Miranda, apoiado pela Getty Foundation. Pode ser visitada entre as 14:00 e as 18:00.
Ricardo Carvalho convidou, José Adrião aceitou.
Há um novo "Passa-a-palavra: falemos de arquitetura" para ouvir
Neste que é o 19 episódio de "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura", José Adrião leva-nos a percorrer os caminhos idealizados e materializados por Dimitris Pikionis, nos anos 50 do século XX, para a Acrópole de Atenas.
Qual o significado das esculturas que pontuam as fachadas do Teatro Nacional São João e como se relacionam com a arquitetura do edifício? Que técnicas foram usadas para a sua construção e, agora, para o seu restauro? Que princípios nortearam o restauro das fachadas deste Teatro e como se articularam as diferentes especialidades envolvidas? Que estratégias podem ser propostas para a sua preservação?
A resposta a estas e outras questões é-nos dada pela Arquiteta Ângela Melo (DRCN) e pela Engenheira Esmeralda Paupério (IC-FEUP), neste filme documental, realizado por Luís Martinho Urbano para a iniciativa "Inovação Fora de Portas”, um projecto promovido pelo Município do Porto e coordenado pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, em parceria com a Reitoria da Universidade da Porto, a Gaiurb, a Ordem dos Engenheiros Região Norte, a Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, a Fundação Marques da Silva e a Casa da Arquitectura.
O encontro #1 a partir de "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"
A cadeira destinada a Raquel Henriques da Silva ficou vazia, devido à greve da CP, mas Laura Castro e Rui Ramos asseguraram aquele que foi o primeiro encontro programado no contexto da exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência". Depois das boas vindas da Presidente da Fundação, Fátima Vieira, a leitura da carta escrita por António Cardoso a José Augusto França no "Ano Novo" de 1985 serviu de mote para uma conversa onde se falou dos referenciais que moldaram o discurso deste historiador, da sua matriz francesa à importância de um olhar "contaminado" pela sociologia da arte, como frisou Laura Castro. A importância da investigação desenvolvida por António Cardoso sobre Marques da Silva e o seu significado para a história da arquitetura portuguesa foi destacado por Rui Ramos, para quem a publicação da sua tese pode ser considerada uma espécie de livro-enciclopédia. Numa análise que partiu das margens, das pistas que o autor vai deixando semeadas em contraponto ao texto central, explicou como aqui se foram desconstruindo discursos mais formais e se foram reformulando as interrogações a fazer sobre a herança clássica no século XX. Um entendimento da complexidade inerente à obra arquitetónica, que é hoje, na sua metodologia, mais consensual na sua atenção, por exemplo, ao desenho, mas que à época propunha uma outra forma de a pensar, estudar e comunicar. A conversa estendeu-se à assistência, proporcionando interessantes diálogos sobre os modelos interpretativos da história e a singularidade do caso português, sobre as muitas formas que o desenho pode assumir ou até mesmo sobre como tem vindo a ser encarada a história da arquitetura portuguesa e os sentidos que, dependente da formação de quem a escreve, esta pode assumir.
O próximo acontece a 17 de setembro e vai reunir Andrea Soutinho, Helena de Freitas, João Pinharanda e Laura Castro.
Vamos falar de história, arte e arquitetura
hoje, às 18:00, na Fundação Marques da Silva
A história, por formação, a arte, por vocação, e a arquitetura, enquanto campo de investigação foram áreas sempre presentes e confluentes em António Cardoso. Do que representaram para o trabalho que desenvolveu em múltiplas frentes, e dos muitos temas que o cruzamento destes três domínios proporcionam se faz o ponto de partida para esta primeira conversa.
Entrada livre, apenas limitada à lotação do espaço. Venha e participe!
"Da poética na arquitetura", texto de Manuel Botelho
Hoje é dia de Escritos Escolhidos
O 27.º episódio de Escritos Escolhidos recupera um texto de Manuel Botelho, de 2005. Trata-se de uma reflexão sobre a poesia na arquitetura e foi selecionado para este podcast com o apoio de António Neves.
A imagem que o acompanha é uma fotografia de Duarte Belo da casa que o arquiteto Manuel Botelho começa a projetar em 1999 para o Dr. Paulo Pires, na Quinta Vale de Locaia, Cambres, Lamego. Casa onde se sente que a "poesia assume-se assim não como um método, mas como atmosfera natural do projecto em arquitectura".
"Uma habitação na Serra da Estrela"
Do CODA às Casas da Serra de Luiz Alçada Baptista
Luiz Alçada Baptista apresentou-se a Concurso para obtenção do Diploma de Arquiteto em dezembro de 1955, com o projeto para "uma habitação na Serra da Estrela". Partiu para o desenvolvimento do seu trabalho do "estudo de diversos elementos de carácter autóctone [...] das condicionantes de uma zona da Beira Baixa" e pretendia, com a sua proposta, realizar uma "contribuição para uma arquitetura mais integrada no meio ambiente e mais de acordo com a sensibilidade e recursos dos homens [...] uma arquitetura que sirva o homem e seja o seu reflexo".
Já na década seguinte, os princípios modernistas e o imperativo de integração no território envolvente defendidos por Luiz Alçada Baptista viriam a ser aplicados nas Casas da Serra, construidas como segunda habitação para si próprio e para o irmão, o escritor António Alçada Baptista, no sítio da Tapada do Dr. António, na Covilhã. As Casa encontram-se ainda ligadas à família Alçada Baptista e estão em vias de classificação.
Exposição | "Do que vejo. Aurélia de Souza"
Museu da Quinta de Santiago
Inaugura na próxima quinta-feira, às 18h30, no Museu da Quinta de Santiago, a exposição “Do que vejo. Aurélia de Souza”. A iniciativa insere-se na evocação do 1º centenário da morte da artista, sendo parte de um programa mais extenso que congrega sete entidades parceiras e que culminará em 2023, com o lançamento de um Catálogo Raisonné.
Com curadoria de conjunta de Cláudia Almeida – coordenadora do museu - e Filipa Lowndes Vicente – investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a exposição parte do acervo da autarquia, uma série de 21 obras da artista que abarcam as várias temáticas desenvolvidas no decorrer da sua atividade artística, complementando este universo estético e visual com outras obras provenientes de coleções particulares e públicas, entre as quais, uma pintura proveniente da coleção de pintura de José Marques da Silva, cedida por esta Fundação, "Bebé e Lilita".
Uma exposição para nos mostrar "do que via Aurélia" e que nos desafia agora a dizer "o que vemos nós" destas obras.
A exposição pode ser visitada de terça a domingo e feriados das 10h às 13h e das 15h às 18h.
"Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"
Programa Paralelo à exposição
No próximo dia 13, na Fundação Marques da Silva, vai-se falar de história, arte e arquitetura. É a primeira conversa a acontecer no contexto da exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência", com Laura Castro, Raquel Henriques da Silva e Rui Ramos. Estes três primeiros convidados cruzaram-se, nas mais variadas circunstâncias, com António Cardoso, mas se este é o ponto de partida para a conversa, tudo fica em aberto quanto ao ponto de chegada. Nada como vir e participar. A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço. Começa às 18:00.
Hoje, 3 de junho, decorrido um ano sobre o falecimento de António Cardoso, a Fundação Marques da Silva lança a sua Newsletter tendo como destaque a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"e a notícia de uma primeira conversa sobre história, arte e arquitetura que, no próximo dia 13, às 18:00, vai reunir Raquel Henriques da Silva, Rui Ramos e Laura Castro. Um gesto de homenagem e de reconhecimento, pois a memória é "o recurso humano contra a morte, a rasura". Mas há muito mais para ler aqui.
Fernando Távora em Aveiro
Novo livro de Domingos Tavares
Apresentação na Feira do Livro de Aveiro (espaço autores)
5 de Junho, 17:30
"Sobranceiro à pequena colina que marca o núcleo histórico de Aveiro, o edifício municipal concebido pelo arquitecto Fernando Távora é uma demonstração construída da sua «lição das constantes». Em 1963, Távora tomou em mãos a concretização dos pressupostos do plano de urbanização desenvolvido por Robert Auzelle. Ao reformular a imagem urbana através de novos sinais de monumentalidade, a passagem do plano ao projecto evidenciou o confronto entre a malha histórica e um núcleo moderno de comércio e serviços na margem sul do Canal do Côjo. A torre com noventa metros de altura, que não foi construída, era uma afirmação de modernidade vertical na paisagem horizontal da região. Para o edifício que acolheu a biblioteca, Távora reservou um papel simbólico, abrindo transparências ao vento nordeste que corre sobre as águas das salinas do Vouga, incorporando a sua forma na longa vida do burgo aveirense."
Esta é a sinopse do novo livro de Domingos Tavares sobre o edifício municipal que Fernando Távora concebeu e construiu no centro da cidade de Aveiro entre 1963 e 1967, e que a Dafne Editora vai lançar no próximo dia 5 de junho, no espaço autores da Feira do Livro de Aveiro.
Neste livro, onde se encontram reproduzidos alguns documentos pertencentes aos arquivos de Fernando Távora e David Moreira da Silva, cedidos pela Fundação Marques da Silva, e fotografias de Luís Oliveira Santos, o autor apresenta a concepção do edifício - recentemente reabilitado por José Bernardo Távora - na história urbana de Aveiro e, ao expor as convicções e ideias subjacentes ao pensamento de Fernando Távora (1923-2005), tira partido da sua «lição das constantes» para inscrever o trabalho do arquitecto na transformação permanente da cidade e da sua história. Uma narrativa enquadrada pelo plano urbanístico de Robert Auzelle e que se vai desdobrando no sentido cívico do edifício, na valorização do artesão e das qualidades da construção, da memória como instrumento do desenho do espaço urbano.
"Bondade, dor, amor, ódio
acerca das fachadas do Teatro Nacional de São João"
Saiu a SBO #27, maio 2022
Sábado passado, decorreu a sessão do Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostradedicada à apresentação do processo de reabilitação das fachadas do Teatro Nacional São João. Foi também o momento para se proceder ao lançamento de mais uma Sebenta d´Obra. E nesta vigésima sétima edição, Ângela Melo e Esmeralda Paupério contam "como se fez esta fachada e como se manteve o sorrios e as lágrimas de cada escultura. Uma lição de história, de construção e de respeito pelo saber de várias épocas".
Para quem não teve a oportunidade de assistir presencialmente à sessão, onde para além das intervenções de Bárbara Rangel, Ângela Melo e Esmeralda Paupério, foi projetado o vídeo documental realizado por Luís Urbano sobre a intervenção feita, já pode aceder à página “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, onde se encontra o link para o canal do youtube da Porto Innovation Hub.
A SBO #27 pode ser adquirida na loja da Fundação Marques da Silva.
Filipe Oliveira Dias
O arquivo da Fundação Marques da Silva continua a crescer
Basta citar, a título de exemplo, entre a vasta obra projetada e construída de Filipe Oliveira Dias, o conjunto residencial do Monte de São João, no Porto (Prémio INH 2014, conjuntamente com Rui Almeida); os teatros municipais de Vila Real e Bragança ou o Teatro Helena Sá e Costa (Porto) e a cadeira "Flame", inspirada numa harpa e desenhada para os equipar, que veio a ser a cadeira escolhida para a Sala de Imprensa da Casa Branca, em Washington D.C.; a requalificação do pavimento da Rua Miguel Bombarda (em parceria com o pintor Ângelo de Sousa); a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras; ou as Piscinas Municipais de Mirandela para desde logo se perceber o amplo território de ação deste arquiteto prematuramente desaparecido na véspera de completar 51 anos de idade, a 15 de outubro de 2014.
Filipe Oliveira Dias formou-se em Arquitetura na Escola Superior Artística do Porto, em 1989, e obteve posteriormente o seu doutoramento na Universidade de Sevilha. A sua atividade profissional iniciou-se, ainda antes de concluir a licenciatura, no atelier do arquiteto Pulido Valente, mas cedo fundou atelier em nome próprio. Os projetos relacionados com equipamentos teatrais, onde se inclui o design de mobiliário e, para além das obras citadas, o restauro e modernização do cinema de São João da Madeira, granjearam notoriedade pública, contudo, a habitação social, os grandes equipamentos públicos e as intervenções de carácter urbano foram igualmente campos onde desenvolveu uma extensa atividade, por diversas vezes premiada e publicada, em Portugal e no estrangeiro.
Hoje, na Fundação Marques da Silva, foi oficializada a doação do acervo deste arquiteto pela Dr.ª Cláudia Oliveira Dias e pelo Professor Luís Urbano (Vice-Presidente da Fundação). Estiveram ainda presentes a Dr.ª Mafalda Maçorano e o Professor André Santos. Isto significa que, em breve, a documentação relativa à atividade projetual de Filipe Oliveira Dias, da documentação gráfica a um conjunto de maquetes, passando por peças por si desenhadas, bem como uma significativa Biblioteca profissional passarão a integrar o Arquivo da Fundação, ficando assim disponíveis para consulta e estudo.
Há Engenharia Fora de Portas!
28 de maio, Teatro Nacional São João
Conferência e Visita Guiada
Esmeralda Paupério, Ângela Melo, Bárbara Rangel
10:00 (presencial) - 10:30 (online)
Com o regresso à normalidade, também o Fora de Portas se reinventa e assume o formato híbrido. Assim, a sessão no Teatro Nacional São João, já no próximo Sábado, poderá contar com a presença de 20 participantes que terão a oportunidade de assistir à conferência com a participação da Eng.ª Esmeralda Paupério, do Instituto de Construção da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e da Arq.ª Ângela Melo, da Direção Regional de Cultura do Norte, que partilharão as suas perspetivas sobre o processo de recuperação do exterior do icónico teatro, numa conversa moderada pela Arq.ª Bárbara Rangel, também da FEUP.
Os participantes terão também a possibilidade de acompanhar uma visita guiada, pelas convidadas, à fachada do edifício, assim como, assistir ao já habitual vídeo documental.
Em paralelo, e para quem não tiver oportunidade de assistir presencialmente, manter-se-á a transmissão em direto na página da iniciativa Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra ou no canal do youtube da Porto Innovation Hub.
Ambos os formatos (presencial ou online) mantêm-se de acesso livre e gratuito, sendo apenas necessária uma inscrição prévia.
O “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” resulta da colaboração do Município do Porto, no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub (PIH), com o Departamento de Engenharia Civil da FEUP (DEC/FEUP), em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto e a Gaiurb, com o apoio da Ordem dos Engenheiros - Região Norte (OERN), a Ordem dos Arquitetos (OA), a Casa da Arquitectura (CA) e a Fundação Marques da Silva.
Ricardo Carvalho e a Casa Luis Barragán
Hoje é dia de "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura"
Neste "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura", Ricardo Carvalho leva-nos de regresso ao bairro de Tacubaya, na Cidade do México, para de novo mergulharmos na atmosfera intimista de um espaço tão irrepetível quanto frágil, tão delicado e subtil quanto monumental e afirmativo: a Casa de Luis Barragán.
Estão de regresso os Autofocus Blended Learning eSeminars
Conferências da neurocientista Kate Jeffery e do arquiteto-filósofo Gareth Griffths
24 e 26 de maio, formato webinar
Estão de regresso os Autofocus Blended Learning eSeminars (ABLeS). A 24 de maio, será abordado o tema Space. DIY [Do it yourself], a 26 de maio, Memory Matter Matters. Como habitualmente, cada seminário terá um conferencista convidado: a 24 de maio, é a neurocientista Kate Jeffery, do University College of London, com "Uneasy Cities"; a 26, o arquiteto-filósofo Gareth Griffiths, da Tampere University, com "What does local mean?".
As sessões iniciam-se às 15:00, as conferências, às 16:00, seguindo-se um espaço de debate. São de acesso livre, bastando apenas clicar nos respetivos links:
O programa ABLeS, onde se cruzam Arquitetura, Filosofia e Ciências, resulta de uma parceria de três centros de Investigação: Instituto de Filosofia/Mind Language Action Research Group (FLUP); Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo (FAUP); e Centro de Investigação em Território, Arquitetura e Design/G1 (Faculdades de Artes e Arquitetura da Universidade Lusíada - Norte (Porto). Estas edições são coordenadas pelos Professores e Arquitetos Pedro Borges de Araújo e Sérgio Amorim.
As sessões serão gravadas e posteriormente disponibilizadas na plataforma digital ABLeS Intersections.
Quando cuidar significa também descobrir e criar condições de partilha
A campanha, extensiva e intensiva, de higienização de documentos iniciada em janeiro deste ano pela Fundação Marques da Silva com o apoio da Oficina de Restauro de Documentos Gráficos da UP (GDI - UP Digital) contabiliza, em maio, números bem expressivos:
- 4779 registos (peças escritas e desenhadas) pertencentes ao acervo do arquiteto António Teixeira Guerra, datados entre 1946 e 2004, relativos ao seu período de formação e a mais de uma centena de projetos, para além de 13 caixas com documentação diversa e registos fotográficos;
- 8935 registos da prática disciplinar dos arquitetos Maurício Vasconcellos e Luíz Alçada Baptista (acervos individuais e em sociedade: GPA/Grupo de Planeamento e Arquitetura), datados entre 1954 e 1996, relativos a cerca de 3 centenas de projetos;
- 23 caixas de documentação variada, produzida ou reunida nos mais diversos contextos pelo arquiteto Nuno Portas, desde registos bibliográficos, documentos pessoais (curricula, correspondência, ...), textos, conteúdos pedagógicos, legislação, recortes, registos de viagem, etc.;
- 1109 documentos do acervo profissional de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, datados entre 1982 e 2002, referentes a cerca de 7 dezenas de projetos, mais 18 caixas de documentação variada.
Isto significa que deram entrada e já podem ser consultados mais 21.923 documentos (maioritariamente peças desenhadas, muitas delas inéditas) e 54 caixas com documentação escrita e registos fotográficos. Esta ação vai ter agora continuidade a nível interno, estando já em preparação uma nova campanha de digitalização documental que permitirá não só ampliar possibilidades de consulta como reforçar o acesso a documentos através do Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva.
"Ruas e Estradas", de Manuel Graça Dias
Hoje é dia de Escritos Escolhidos
Manuel Graça Dias gostava de falar da vida nas e das cidades, da "vida que ainda pode ser generosa, complexa, imprevista, caótica, múltipla". Neste texto de 2005, discorre sobre a forma como os termos “rua” e “estrada” têm vindo a ser usados, apropriados, acrescentados, deslocalizados, ...
Exposição "NENHUM SÍTIO É DESERTO. Álvaro Siza: Piscina de Marés (1960-2021)"
18 de maio a 1 de julho de 2022
Galeria de Exposições da FAUP
Álvaro Siza começou a desenhar em 1960 a Piscina de Marés, em Leça da Palmeira. Classificada como Monumento Nacional em 2011 e incluída no “Conjunto de Obras Arquitectónicas de Álvaro Siza” inscritas na Lista Indicativa do Património Mundial (2017), é uma obra que se destaca pelos seus excepcionais valores culturais e paisagísticos, e por ser uma referência internacional da arquitetura moderna ainda em pleno uso pelas comunidades locais. Entre 2018 e 2021, foi alvo de um conjunto de obras de requalificação e restauro, da autoria do próprio Álvaro Siza, levadas a cabo pela Câmara Municipal de Matosinhos. Foi ainda paralelamente realizado um estudo da gestão e conservação do complexo, coordenado por Teresa Cunha Ferreira (CEAU-FAUP), financiado pela Getty Foundation, no âmbito do programa Keeping It Modern.
A exposição “NENHUM SÍTIO É DESERTO. Álvaro Siza: Piscina de Marés (1960-2021)”, que hoje se inaugura na FAUP, às 18:00, com curadoria de Teresa Cunha Ferreira e Luís Urbano, vem agora propor um olhar renovado sobre esta obra de referência no contexto da arquitetura mundial, ilustrando as suas múltiplas vidas através de um conjunto de elementos desenhados, fotográficos, audiovisuais, maquetas, alguns livros e periódicos cedidos pela Fundação Marques da Silva e objetos – muitos deles inéditos – que permitem reconstituir uma narrativa crítica do processo de projeto, construção e reabilitação do edifício ao longo das últimas seis décadas. Será igualmente lançado um catálogo que propõe uma viagem temporal sobre a obra, que acompanha a exposição. Esta iniciativa pretende abrir novas perspetivas interpretativas e, simultaneamente, inspirar o ensino e a prática da arquitetura para as gerações futuras.
A exposição é de entrada livre e poderá ser visitada de segunda a sexta, entre as 9:00 e as 20:00.
Dia Internacional dos Museus / 18 de maio:
entrada gratuita nas exposições
No Dia Internacional dos Museus, que anualmente se celebra a 18 de maio, venha visitar gratuitamente as exposições da Fundação Marques da Silva.
Entre na Casa-Atelier José Marques da Silva, em "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" e deixe-se surpreender pelo que se pode entrever das muitas vidas de António Cardoso, do colecionador ao pintor, do investigador ao professor, do viajante ao autor e crítico de arte. E no recanto que encerra a exposição, apanhe o carro eléctrico e passeie-se ao longo da linha 22 em sua companhia para conhecer a arquitetura de Marques da Silva que daí se pode identificar.
São outras as viagens possíveis se entrar no Palacete Lopes Martins, neste caso com destino a Moçambique. Aqui, poderá aceder ao mapeamento da arquitetura moderna deste território, ficar a conhecer o projeto da "Estação Central da Beira" e ainda admirar os desenhos de José Porto para o Grande Hotel desta mesma cidade.
Exposição "Território Manuel Botelho"
Sessão de Encerramento: visita guiada, apresentação do livro e mesa-redonda
18 de maio, a partir das 17:00, Galeria Garagem Avenida
entrada livre
Uma visita guiada por Carlos Maia e Duarte Belo, com início às 17:00; a apresentação do livroTerritório Manuel Botelho, por Duarte Belo e Bruno Baldaia, pelas 17:30; e, pelas 18:00, a mesa redonda "Cultura e Contexto", com Filipa Guerreio, Luís Tavares Pereira, Mariana Carvalho e Paolo Melis, moderada por João Cabeleira, 5 arquitetos que em circunstâncias diversas se cruzaram com Manuel Botelho, são as iniciativas propostas para assinalar o encerramento da exposição "Território Manuel Botelho", inaugurada a 6 de abril, na Galeria Garagem Avenida, em Guimarães. Na ocasião, será ainda formalizado o acordo de cedência de cerca de 1500 livros da biblioteca de Manuel Botelho para a Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) da Universidade do Minho, representada pelo seu Diretor, Paulo Cruz.
Esta exposição, com curadoria de António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia e Duarte Belo, foca o trabalho de três décadas do atelier de arquitetura Manuel Botelho, que cruza arquitetura, design de objetos, reflexão teórica, escrita e docência e resulta de uma parceria entre o Laboratório da Paisagem, Património e Território (Lab2PT), a EAAD, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP). A sua realização insere-se num ciclo de diferentes exposições sobre a vida e obra de Manuel Botelho iniciado em janeiro, na FAUP, e que, antes de regressar ao Porto, passará ainda por Coimbra.
A entrega da biblioteca de Manuel Botelho à EAAD resulta do trabalho de inventariação da sua obra empreendido pelos curadores da exposição e pelos bolseiros da UMinho, enquanto o seu acervo profissional, documentação relativa a 67 projetos, desde moradias a equipamentos públicos, foi já doado à Fundação Marques da Silva.
Todas estas iniciativas contam ainda com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Ordem dos Arquitectos – Secção Regional do Norte.
"Estação Central da Beira", uma exposição a visitar, um património a preservar
A Estação Central da Beira, atualmente gerida pela Companhia Ferroviária de Moçambique, foi construída entre 1962-63, a partir do trabalho coletivo de uma equipa de arquitetos (João Afonso Garizo do Carmo, Francisco de Castro e Paulo de Melo Sampaio) liderada por Bernardino Ramalhete. Ainda assim, o seu desenho exibe um forte carácter unitário, nele se destacando o impressionante arco com 55m de vão que recebe quem a ela se dirige. O seu projeto surge num tempo em que Portugal, enquanto território pluricontinental, procurava afirmar uma imagem de modernidade, progresso e de vontade de permanência através de um grande investimento na construção em larga escala de equipamentos infraestruturais. A Estação Central da Beira insere-se neste ciclo histórico e é exemplar dessa arquitetura, pautada por critérios de qualidade e de rapidez do processo construtivo. Sobrevivendo ao desgaste imposto pelas múltiplas situações adversas que teve de enfrentar, continua a ser um símbolo identitário do património urbano da Beira e da arquitetura de origem portuguesa que apenas em África se pode encontrar.
É a importância, arquitetónica e patrimonial, desta estação de caminhos de ferro que está na base do projeto de investigação coordenado por Paulo Lourenço e Elisiário Miranda. Com ele se espera poder lançar as bases para um programa de intervenção e de ação preventiva, tal como vir a obter a sua futura classificação. O projeto, financiado pela Getty Foundation, implica também a disseminação de seminários e iniciativas para partilha de conhecimentos, sendo a atual exposição uma das etapas a percorrer. Depois de ter sido apresentada em Guimarães e antes de chegar à Beira, pode ser visitada na Fundação Marques da Silva, espaço onde se encontra documentada a obra de outros arquitetos que também projetaram para a África lusófona, daí que agora possam ser igualmente conhecidos alguns registos de um outro projeto para a Beira, o Grande Hotel desenhado por José Porto em 1949, o mesmo autor, com Ribeiro Alegre, do plano de urbanização que atualmente continua a gerir a topografia urbana da Beira.
A exposição, inaugurada no passado sábado, 14 de maio, pode ser visitada, de segunda a sexta, entre as 14:00 e as 18:00, no Palacete Lopes Martins da Fundação Marques da Silva até 18 de junho.
"Estação Central da Beira. Keeping it Modern"
Abertura da Exposição e apresentação do projeto
Com Paulo Lourenço e Elisiário Miranda, moderação de Luís Martinho Urbano
14 de maio, 16:00, Fundação Marques da Silva
Amanhã, às 16:00, o Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, vai acolher uma nova exposição: "Estação Central da Beira. Keeping it Modern". Trata-se de um projeto desenvolvido no âmbito do programa Keeping It Modern, iniciativa da Getty Foundation, de Los Angeles, que em 2019 contemplou com uma bolsa o projeto de conservação e manutenção da Estação Central da Beira (1957-1966), em Moçambique.
A assinalar este momento inaugural, os coordenadores do projeto, Paulo Lourenço e Elisário Miranda, respectivamente da Escola de Engenharia e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, farão a apresentação do projeto, numa conversa moderada por Luís Martinho Urbano.
Nesta sua passagem pelo Porto, uma vez que se trata de uma exposição itinerante, haverá ainda uma extensão do projeto para dar a conhecer alguns desenhos e fotografias de época relativos ao icónico Grande Hotel da Beira, provenientes do acervo do arquiteto que o projetou em 1949, José Porto.
Manuel Aires Mateus convidou, Ricardo Bak Gordon aceitou
Há um novo "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura" para ouvir
É nas margens do Tejo que Ricardo Bak Gordon vai encontrar a eleita para este Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura, uma obra que, não sendo projeto de um arquiteto, se constitui objeto de valor e sentido arquitetónico: a Ponte sobre o Tejo ou Ponte 25 de Abril.
O acervo do arquiteto Manuel Botelho já faz parte da Fundação Marques da Silva
Enquanto decorre o programa diversificado de iniciativas desenhadas em torno da obra de Manuel Botelho, foi assinado, no passado dia 7 de maio, o contrato de doação do acervo profissional deste Arquiteto à Fundação Marques da Silva. Uma sessão que contou, para além do Doador e da Presidente, Fátima Vieira e Vice-Presidente da Fundação, Luís Martinho Urbano, com a presença dos arquitetos António Neves e Bruno Baldaia. Foi um momento simbólico, mas que desde já formaliza a integração de documentos relativos a 67 projetos de arquitetura e ao seu período de formação em Itália no Centro de Documentação da instituição, em antecipação às ações que em breve irão decorrer na própria Fundação Marques da Silva. Neste momento e no seguimento das que já foram realizadas na Faculdade de Arquitetura da UP, entre janeiro e março deste ano, encontra-se patente ao público a exposição "Território Manuel Botelho", na Galeria Garagem da Avenida, em Guimarães, que encerrará no próximo dia 18 de maio.
"Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência",
a nova exposição da Casa-Atelier José Marques da Silva
"Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" aí está, para dar a conhecer António Cardoso, quem foi, o tanto que fez, o muito que nos deixou. Uma exposição que parte de um gesto de reconhecimento, mas que surpreende pelo muito que encontrou para contar. António Cardoso dedicou grande parte da sua vida a cuidar da memória, a pesquisar sobre a história e o sentido da obra de José Marques da Silva e de Amadeo de Souza-Cardoso, e de tudo e todos que permitissem compreendê-los, só que viveu também de forma invulgarmente comprometida o seu tempo, enquanto artista, enquanto homem de ação, num contínuo movimento de consagração da arte da partilha e do diálogo.
Com esta exposição, invadida pela cor, a Casa-Atelier mostra-se de novo enquanto lugar de encontro. São 5, os espaços a percorrer: a sala dos "altares", dos "óleos", das "geometrias intersectantes", dos "outros caminhos" e os "recantos". No dia em que as suas portas se abriram foram muitos a visitá-la. Venha também, estamos à sua espera.
"Estação Central da Beira. Keeping it Modern"
Exposição e Colóquio com Paulo Lourenço, Elisiário Miranda e moderação de Luís Martinho Urbano
14 de maio, 16:00, Fundação Marques da Silva
A exposição Estação Central da Beira. Keeping It Modern vai abrir as suas portas ao público no dia 14 de maio, às 16:00. Nesta sua passagem pela Fundação Marques da Silva, depois de ter sido exibida na Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, vai integrar um conjunto de desenhos originais de José Porto, arquiteto com várias obras projetadas para a cidade da Beira, em Moçambique, em meados do século XX, entre as quais se destaca o Grande Hotel da Beira.
Para assinalar a abertura da Exposição, decorrerá um colóquio de apresentação do projeto da Estação Central da Beira, com intervenções de Paulo Lourenço e de Elisiário Miranda, moderado por Luís Martinho Urbano.
Poderá ser visitada até 18 de junho, no Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva), de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00.
"Isto não é só um quadro:
António Cardoso para além da evidência"
Hoje, às 16:00
Hoje, a partir das 16:00, na Casa-Atelier José Marques da Silva, já pode descobrir o que a exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência tem para revelar. Venha visitá-la.
Entrada livre.
Com a exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência prestes a inaugurar, publicamos nova Newsletter da Fundação Marques da Silva.
António Cardoso: “Laranjo: uma poética de libertação e de rigor”
Há um novo Escritos Escolhidos
Em “Laranjo: uma poética de libertação e de rigor”, texto datado de 1985, António Cardoso procura a poesia imanente à obra plástica de Francisco Laranjo, transformando a própria palavra em matéria poética. É mais um Escritos Escolhidos.
Isto não é só um quadro
António Cardoso para além da evidência
7 de maio, 16:00, Fundação Marques da Silva
A exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência lança um olhar sobre o percurso de vida de António Cardoso, figura que cruzou múltiplos domínios e deixou um legado hoje visível na sua produção artística, nas várias gerações de alunos que ajudou a formar e no lançamento das bases do que é hoje a Fundação Marques da Silva e o Museu Amadeo Souza-Cardoso.
Trata-se de uma leitura retrospetiva, a primeira realizada após o seu falecimento em junho passado, definida entre Porto e Amarante, entre o trabalho desenvolvido sobre José Marques da Silva e Amadeo de Souza-Cardoso, dando a ver a pluralidade de interesses que o moviam. Historiador de formação, artista por convição, António Cardoso trabalhou sobre a memória sem nunca perder o sentido do seu tempo.
A exposição inaugura no próximo dia 7 de maio, às 16:00, na Casa-Atelier projetada por Marques da Silva. Manter-se-á patente ao público até 17 de setembro deste ano. A visitar de segunda a sexta, entre as 14:00 e as 18:00.
Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção
últimos dias
Sábado passado, Rui Mendes orientou uma visita guiada à exposiçãoBartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção e deu a conhecer as intervenções em curso no Bloco das Águas Livres, bem como o que está a ser desenvolvido para a Escola do Castelo e o Edifício do Martim Moniz. Foi a última visita guiada a esta exposição que pode ainda ser visitada até 7 de maio, entre as 14h e as 18h, na Fundação Marques da Silva.
A "dança das formas" no Bar do Hotel Bergere, de José Porto
Hoje é o Dia Mundial da Dança, só que conceitos como "espaço", "corpo", "movimento", "ritmo" ou "leveza", isto para citar apenas alguns, são conceitos que habitam territórios comuns a outras linguagens, a outros mundos. Como a arquitetura. Como neste estudo para o pavimento do Hotel Bergere, influenciado pela geometria da planta, que José Porto desenvolveu durante a sua estadia em Paris, nos anos vinte. Nele, as formas "dançam" ao ritmo das cores. Se chegou a materializar-se, se chegou a proporcionar a experiência de um corpo real o percorrer, será uma outra história, ainda a aguardar por quem a venha contar.
Isto não é só um quadro
António Cardoso para além da evidência
Inaugura a 7 de maio, às 16:00
Casa-Atelier José Marques da Silva
A exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência segue o rasto dos muitos caminhos percorridos por António Cardoso – artista, professor, investigador e museólogo falecido em junho de 2021 – para dar a conhecer a teia de interesses e de paixões que moldaram a sua vida e a importância do seu legado. Inaugura no dia 7 de maio, às 16h, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Curatorialmente desenvolvida por um coletivo formado por Susana Cardoso (filha), Laura Castro (DRCN), Domingas Vasconcelos (CMP), Celso Santos e Leonor Soares (FLUP) e Paula Abrunhosa (FIMS), esta exposição é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva e contou com o apoio da família de António Cardoso, da Direção-Geral da Cultura do Norte, do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, da Câmara Municipal do Porto, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e da Faculdade de Belas Artes desta mesma Universidade.
Ontem, na Fundação, falou-se sobre "Argamassas para a conservação de edifícios do início do século XX - Compatibilidade e Sustentabilidade". Teatro S. João e Nacional foram casos de estudo.
Decorreu ontem, na Fundação, o 2.º seminário CemRestore. O mesmo é dizer que se falou sobre "Argamassas para a conservação de edifícios do início do século XX - Compatibilidade e Sustentabilidade". Associando investigação e prática construtiva, aqui se cruzaram perspetivas de arquitetos, engenheiros e historiadores sobre este tema, deixando evidente a relevância do projeto Cem Restore e a necessidade de se continuar a promover a ligação entre centros de pesquisa, tecnologias de construção e modos de intervenção no património. E dada a natureza da instituição e dos arquitetos que nela estão documentados, a Fundação mostrou ser um local privilegiado para congregar estes debates. Não por acaso, dois dos casos de estudo apresentados são duas obras de Marques da Silva: o Teatro S. João e a "Nacional".
Rui Mendes, arquiteto, investigador, professor e coautor com Bartolomeu Costa Cabral dos projetos de reabilitação atualmente em realização e/ou desenvolvimento para o Bloco das Águas Livres, o Edifício do Martim Moniz e a Escola do Castelo vai fazer uma visita guiada à exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção, centrada nestes projetos.
Será uma oportunidade única, nestes dias finais da exposição, para conhecer as singularidades destas obras e a existência renovada a que aspiram. Rui Mendes é também o autor das maquetas do Edifício do Martim Moniz e da Escola do Castelo que se encontram expostas, estando prevista para breve a publicação de um livro sobre este dois projetos a editar pela Circo de Ideias com a sua assinatura.
A visita guiada vai decorrer no próximo sábado, 30 de abril, com início às 15:00 e terá a duração aproximada de 1h/1h30. A entrada é livre, sujeita apenas a inscrição prévia através do email fims@reit.up.pt. Lotação máxima de 20 participantes.
2.º seminário CemRestore | Argamassas para a conservação de edifícios do início do século XX - Compatibilidade e Sustentabilidade
Hoje, 27 de abril, 15h-19h30, na Fundação Marques da Silva
Hoje, na Fundação Marques da Silva, José Pedro Tenreiro, Tiago Inácio, Ana Velosa, António Santos Silva e Luís Almeida, e Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos vão abordar a utilização dos cimentos, enquadrando o seu desenvolvimento e aplicação em diversos contextos, nacionais e internacionais.
As suas intervenções decorrem no âmbito do 2.º Semináro do CemRestore, projeto coordenado por Ana Velosa (UA) e António Santos Silva (LNEC), com a participação de Clara Pimenta do Vale (FAUP).
Os trabalhos iniciam-se às 15:00 e prolongam-se até às 19:30. A sessão de abertura conta com as intervenções de Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, João Pedro Xavier, Diretor da FAUP, e de Ana Velosa, coordenadora do CemRestore pela Universidade de Aveiro.
Em 1953, António Menéres era ainda um jovem estudante de Arquitetura com um particular interesse pela fotografia. E foi com a sua Zeiss Ikon que, em Veiga, uma aldeia pobre e isolada da freguesia de Quintela de Lampaças, próxima de Bragança, fixou a imagem destas duas crianças gémeas toscamente acomodadas num carrinho habilmente construído a partir de caixas de sabão. Mas o que então António Menéres não tinha antecipado é que, cerca de dois anos depois, as fotografias tiradas em Veiga viriam a legitimar a sua participação numa experiência determinante e inesquecível: o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal.
Por essa altura, Fernando Távora tinha sido convidado por Carlos Ramos para liderar a Zona 1 do Inquérito e formar a equipa que cobriria o Minho, o Douro Litoral e a Beira Litoral. António Menéres, então colaborador do Gabinete, tal como Rui Pimentel, demonstrou desde logo a sua vontade de pertencer à equipa em formação. Mas se, no caso de Rui Pimentel, a decisão era pacífica, o mesmo não se passava com António Menéres por este não cumprir uma das condições impostas pelo SNA para esta missão: ser arquitecto-estagiário. Távora acabou por admitir a sua colaboraçao, mas caberia a Carlos Ramos decidir. E assim se dirigiu António Menéres à Escola para defender a sua causa, apresentando-lhe esta e outras fotografias feitas em Veiga. O apoio de Carlos Ramos foi imediatamente conquistado, só que a palavra final teria de caber agora a Inácio Peres Fernandes, então presidente do SNA. Perseverante, António Menéres não hesitou e dirigiu-se a Lisboa, onde voltou a mostrar as fotografias que, mais uma vez, impressionaram possitivamente. E assim, com a promessa feita a Peres Fernandes de que acabaria o Curso Superior de Arquitetura, propondo-se ao concurso de "Grande Composição", a disciplina em falta no seu currículo académico, venceu o último obstáculo e obteve finalmente a desejada autorização para fazer parte da equipa. O resto já é do conhecimento público. Do seu trabalho resultou uma importante cobertura fotográfica do território que lhe estava atribuído e o cumprimento da promessa. O Diploma de Arquiteto veio a ser obtido em 1961, com um projeto de renovação urbana que propounha a remodelação e beneficiação do Forte de Leça para reinstalação dos Serviços de Capitania.
António Menéres nasceu a 26 de abril de 1930.
Parabéns, Senhor Arquiteto!
Em dia de aniversário do Arquiteto Sergio Fernandez recuperamos um excerto do elogio proferido por Jorge Figueira na sessão de doação do acervo à Fundação Marques da Silva no passado dia 13 de abril:
"O Sergio é um arquitecto único e, mais do que isso, é um homem singular [...] como fazer o elogio de um homem modesto?
Em qualquer caso, a modéstia do Sergio não é simples nem é cultivada como um estilo;
sendo temperamental passa também para o plano da profissão de arquitecto.
E é uma modéstia que não significa aceitação, ou resignação, nem muito menos menoridade ou secundariedade.
É uma modéstia activa, uma modéstia inteligente; é talvez mesmo, no intimo, um plano de ataque.
[...] Ainda agora o encontrei na obra de reabilitação que estão a realizar no Cinema Batalha.
O estaleiro é um lugar difícil, onde a modéstia, mesmo a activa, sobrevive com dificuldade.
Sem dúvida que a resiliência que encontramos em muitos arquitectos tem a ver com a tarimba destes embates duros em obra.
Sergio encontrou o seu caminho, porque sendo muito modesto é também muito incisivo, na obra, como quando foi professor, como é na vida. É uma equação aparentemente impossível. Muito modesto e muito incisivo."
Livros em construção: livros ainda antes de serem livros
Há um longo caminho a percorrer até um livro ser livro. E nem todas as promessas de livro chegam a sê-lo. Por vezes, têm mesmo de aguardar que sejam outros, que não o autor, a dar-lhe essa desejada forma. No acervo de Raul Leal são muitos os manuscritos que testemunham esse impulso obsessivo para a escrita. São muitas as revisitações de uma mesma ideia, muitas as versões que antecedem o momento da publicação ou que até mesmo lhe sucedem. Outros, registam o que acabou por permanecer num diálogo do autor consigo mesmo ou numa vontade irrealizada de se assumir em forma de livro. Mas o acervo resistiu ao tempo, força de um colecionador como Fernando Távora e também de um grupo de investigadores (Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário) que, transcrevendo, decifrando e organizando os originais manuscritos, em breve irá iniciar a publicação destes materiais, surpreendentes e até agora inéditos.
Hoje, 23 de abril, celebra-se o Dia Mundial do Livro.
Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção
Prolongamento da exposição até 7 de maio
Se até agora não surgiu a oportunidade ou se pretende rever esta exposição sobre um arquiteto singular, Bartolomeu Costa Cabral, com curadoria de Paulo Providência, Pedro Baía e Mariana Couto, pode ainda fazê-lo até 7 de maio, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h, no Palacete Lopes Martins.
"Rememorar" | Igreja de São Carlos Borromeu de Angra do Heroísmo
I Estação do ciclo de exposições LUGARES DO SAGRADO
23 de abril a 24 de julho de 2022
Entre 1984 e 1990, na sequência do sismo que se fez sentir na Ilha Terceira, em 1980, coube aos Arquitetos Fernando Távora e José Bernardo Távora projetarem a Nova Igreja de São Carlos Borromeu de Angra do Heroísmo. Este "Lugar do Sagrado" vai agora acolher a primeira estação de um ciclo de exposições programadas pela Direção Regional de Cultura - Governo dos Açores para valorização do património cultural de temática religiosa dos Açores.
A exposição concebida para este espaço - Rememorar - apresenta o resultado de um trabalho de seleção de objetos com relevante valor simbólico e artístico para a comunidade de São Carlos, juntamente com um conjunto de documentação inédita relativa ao projeto, pertencente ao acervo da Fundação Marques da Silva.
Inaugura a 23 de abril e poderá ser visitada até 24 de julho deste ano.
2.º Colóquio "Organizar, Preservar e Comunicar a Memória da Arquitetura: os Arquitetos e os Arquivos de Arquitetura de Portugal, Inglaterra e o Brasil"
Webinar, 20 de abril, 17h-18h30
Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, será um dos oradores do 2.ª Colóquio "Organizar, Preservar e Comunicar a Memória da Arquitetura: os Arquitetos e os Arquivos de Arquitetura de Portugal, Inglaterra e o Brasil", iniciativa com coordenação científica do investigador do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora (CIDEHUS) Paulo Batista. Será a segunda participação neste encontros, desta vez para falar sobre o arquivo do Arquiteto José da Cruz Lima.
O colóquio, em formato webinar, vai realizar-se amanhã, 20 de abril, entre as 17h-18h30, e será transmitido em direto, via Facebook do CIDEHUS.
2.º seminário CemRestore | Argamassas para a conservação de edifícios do início do século XX - Compatibilidade e Sustentabilidade
27 de abril, 15h-19h30, Fundação Marques da Silva
O CEMRESTORE, projeto coordenado por Ana Velosa (UA) e António Santos Silva (LNEC), com a participação de Clara Pimenta do Vale (FAUP), vai promover o segundo Seminário dedicado ao estudo de argamassas do início do século XX em Portugal. Decorrerá na Fundação Marques da Silva e conta com três sessões e 5 apresentações: José Pedro Tenreiro, Tiago Inácio, Ana Velosa, António Santos Silva e Luís Almeida, e Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos.
A entrada é livre, mediante inscrição prévia em formulario online.
Um olhar retrospetivo ao percurso de Manuel Teles, sobre o momento em que inicia a sua prática arquitetónica, traz-nos de volta um conjunto de nomes e de projetos que marcaram o seu e o nosso tempo. Formado na Escola de Belas Artes do Porto, onde foi colega de Álvaro Siza, Manuel Teles começou por trabalhar, ainda estudante, no atelier de João Andresen. Entre 1968 e 1970, enquanto colaborador de Viana de Lima participou no projeto que este então desenvolvia com Oscar Niemeyer para o Funchal: o arrojado Casino Park Hotel. Integra de seguida o quadro da Câmara Municipal do Porto, funções que o conduzem ao Plano do Campo Alegre a à participação no Processo SAAL e no Comissariado para a Renovação da área urbana Ribeira-Barredo, onde se cruza com Fernando Távora. Experiências estruturantes para a construção do que acabou por vir a ser uma sólida carreira de arquiteto e de professor.
Páscoa 2022:
Exposição "Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção"
Encerra hoje e reabre a 18 de abril
Informa-se que de 15 a 17 de abril, período de celebração da Páscoa, a Fundação Marques da Silva se encontra encerrada ao público. A exposição "Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção" volta a abrir as suas portas na próxima segunda-feira, dia 18 de abril.
Doação dos Acervos de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez
/Junção dos Centros de Documentação FIMS e FAUP
- 13 de abril, 18h, Fundação Marques da Silva -
com transmissão direta via Facebook da Fundação Marques da Silva
Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez são dois arquitetos portuenses que a partir da década de 70, com a fundação do Atelier 15, têm vindo a partilhar a autoria de uma vasta obra, projetada e construída, quase totalmente publicada. Uma intensa atividade que se estende ainda ao território da docência e da divulgação de arquitetura, documentada nos respetivos arquivos que a partir de 13 de abril passarão a fazer parte do património documental da Fundação Marques da Silva. A doação a esta instituição incluirá, para além dos processos de arquitetura e de um extenso conjunto de publicações, o conjunto da obra autoral teórica, publicada e não publicada, de Alexandre Alves Costa, produzida enquanto docente e crítico de Arquitetura.
Neste mesmo dia, será também assinado o protocolo que fixa a junção das duas instituições que, sob a égide da Universidade do Porto, se dedicam à recolha, estudo e divulgação de acervos documentais de arquitetura: a Fundação Marques da Silva e o Centro de Documentação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Juntos, passam a agregar a memória documental de cerca de 60 acervos de arquitetos que nos ajudam a contar e a entender a história da arquitetura e do urbanismo em Portugal, desde finais do séc. XIX até à atualidade.
A sessão, de acesso restrito, inicia-se às 18h00 no Palacete Lopes Martins e será disponibilizada no canal Vímeo da Fundação Marques da Silva. Vai contar com a presença do Reitor da UP, António Pereira de Sousa, da Presidente da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira, e do Diretor da Faculdade de Arquitectura, João Pedro Xavier. Álvaro Siza, o autor do projeto para o futuro Centro de Documentação a construir nos jardins da Fundação Marques da Silva, fará a apresentação de Alexandre Alves Costa, enquanto Sergio Fernandez será apresentado por Jorge Figueira.
Há desenhos que logo denunciam o seu autor, mesmo que neles não se encontre uma assinatura. É o caso deste, onde traço e cor revelam o nome de Manuel Graça Dias. Não é que ligasse muito às combinações, usava as cores como as sentia, deixando que se "encostassem". E os encontros corriam, de modo geral, bem.
Acresce dizer que este desenho pertence ao projeto que Manuel Graça Dias e Egas José Vieira desenvolveram para a nova sede do Expresso/Sojornal na rotunda da Bela Vista, em Lisboa, no final dos anos 90.
Manuel Graça Dias nasceu a 11 de abril de 1953. Faria hoje 69 anos.
Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Guimarães, de Fernando Távora, proposto para classificação de MIP
Foi publicada em DR (Anúncio 68/2022) a decisão de classificação do Posto Duplo de abastecimento de combustíveis projetado por Fernando Távora para o lugar de Covas/Guimarães a monumento de interesse público (MIP).
O processo foi iniciado em 2014, pela Fundação Marques da Silva, numa tentativa de se preservar a harmonia, equilíbrio compositivo, formal e plástico do projeto original, então ameaçados. A relevância da proposta foi reconhecida em 2015, com a decisão de abertura do procedimento de classificação. O anúncio de hoje é mais uma importante etapa para a preservação deste testemunho do pensamento arquitetónico, paisagístico e urbanístico de Fernando Távora. Datado de 1959, nele se exprime a capacidade deste arquiteto para formular sistemas de ação onde se refletem os cânones do movimento moderno, problematizados com base numa realidade que lhe é próxima, interpretada a partir da sua história e identidade.
Gonçalo Byrne convidou, Manuel Aires Mateus aceitou.
Há um novo Passa-a-Palavra para ouvir.
Manuel Aires Mateus é a voz que habita este novo Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura, o 16.º. E ao ouvi-lo ficaremos a conhecer as razões pelas quais, quando passa por Roma, é sempre a San Carlino que regressa.
Nota à imagem: Francesco Borromini, San Carlo alle quatro fontane, in Paolo Portoghesi, Francesco Borromini, Electa, Milão [1984] (monografia 2262 da Biblioteca Fernando Távora).
‘Território Manuel Botelho’
Exposição
Garagem Avenida, de 6 de abril a 18 de maio de 2022
No próximo dia 6 de abril, às 17h00, na Garagem Avenida, em Guimarães, com uma sessão que contará com as Intervenções de Paulo Cruz, Carlos Maia, Duarte Belo e Manuel Mendes, inaugura-se a exposição ‘Território Manuel Botelho’. Trata-se do segundo momento de um ciclo de diferentes exposições desenhadas em torno da obra e acervo do arquiteto Manuel Botelho, comissariado por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia e Duarte Belo, e iniciado há exatamente dois meses, na FAUP, com a exposição ‘Manuel Botelho. Projeto e Obra’.
A exposição ‘Território Manuel Botelho’ propõe um olhar alargado sobre a obra deste arquiteto, cuja singular produção atravessa mais de três décadas e cruza a arquitetura, o design de objetos, a reflexão teórica vertida para a escrita, e a docência, "cruzando dois olhares distintos que se intersectam e relacionam: por um lado o registo fotográfico documental, produzido por Duarte Belo (fotógrafo, arquiteto e antigo aluno de Manuel Botelho), do percurso pelo território de espaços construídos e de objetos do arquiteto bem como pelos espaços do seu quotidiano; por outro lado, através das Maquetes realizadas para esta mostra, pelos bolseiros da EAAD-UM (Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira), assim como desenhos e esboços e fotografias são apresentadas 7 obras determinantes que permitem entender e caracterizar a produção do Atelier Manuel Botelho ao longo do tempo."
Este ciclo de exposições tem igualmente o propósito de assinalar a salvaguarda dos registos do trabalho deste arquiteto através do depósito do seu acervo profissional na Fundação Marques da Silva e da entrega da sua biblioteca à Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho, instituições que naturalmente integram a parceria que dá corpo ao projeto e onde se integram ainda, como instituições parceiras, o Laboratório da Paisagem, Património e Território e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos está também presente assegurando apoio à sua divulgação.
A exposição ‘Território Manuel Botelho’ pode ser visitada de 2.ª a 6.ª feira, entre as 10h e as 17h (encerra aos feriados). A entrada é livre.
No passado dia 29 de março, a Fundação Marques da Silva recebeu Pedro Lamares e a produtora"Até ao Fim do Mundo" para filmagens que irão fazer parte dos próximos programas de Nada será como Dante, série sobre literatura semanalmente transmitida na RTP2, às terças-feiras à noite. Nada como ver, para ouvir, mas também para reconhecer os espaços eleitos.
What? When? Why not? Portuguese architecture
2.º debate do ciclo "Temas contemporâneos na arquitetura portuguesa"
Casa da Arquitectura, 2 de abril, 16h30-19h30
O 2.º debate do ciclo "Temas contemporâneos na arquitetura portuguesa", desenhado no contexto da exposição “What? When? Why not? Portuguese architecture” vai acontecer amanhã, na Casa da Arquitectura. E será vez de Carolina Coelho, Bruno Gil, Mário Krüger e Gonçalo Byrne abordarem a questão "What research?".
Este ciclo, com coordenação científica e moderação de Jorge Figueira e Bruno Gil, foi organizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela Casa da Arquitectura em parceria com a Fundação Marques da Silva.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço e ao levantamento de bilhete no dia a partir das 10h.
Lançamento 18ª Edição do Prémio Fernando Távora
Com a participação de Armando Rabaça, Maria Neto, Paulo Moreira e Susana Ventura
Sede da OASRN, 4 de Abril, 18h
O lançamento da 18.ª edição do Prémio Fernando Távora vai decorrer a 4 de abril, na sede da OASRN e vai contar com a participação de alguns dos vencedores de edições passadas. Após as palavras de abertura e apresentação do regulamento, Armando Rabaça, Maria Neto, Paulo Moreira, Susana Ventura partilharão a sua experiência enquanto participantes e vencedores do Prémio. Será uma reflexão sobre o papel que a viagem teve no seu trajeto profissional e uma ocasião para refletir sobre as possibilidades de futuro do próprio Prémio Fernando Távora.
A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta ainda com as parcerias da Câmara Municipal de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.
“Somente Duas Palavras” de Agostinho Ricca:
é mais um Escritos Escolhidos
"Somente duas palavras" é o título do texto preparado por Agostinho Ricca, em 2001, para a sessão de lançamento da monografia onde se reunem 37 projetos e obras de sua autoria. Está no ar mais um Escritos Escolhidos.
Na imagem podemos ver dois desenhos do projeto para o Cinema Avis, datados de 1956, da autoria de Maurício de Vasconcellos. São apenas dois de um universo que já contabiliza mais de 8.500 peças desenhadas em processo de limpeza e reacondicionamento. Mas, esta semana, a Fundação Marques da Silva deu também início a mais uma grande ação de digitalização onde parte destes documentos será igualmente inserida. Em breve, cerca de 1000 novas imagens digitais, relativas a projetos dos arquitetos José da Cruz Lima, António Teixeira Guerra, António Menéres, Manuel Graça Dias e Maurício de Vasconcellos estarão disponíveis.
Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo:
Um colóquio para dar continuidade ao legado de Bernardo Ferrão
Foi na Fundação Marques da Silva, num espaço onde simbolicamente se voltaram a reunir os dois irmãos (Bernardo e Fernando Távora) e numa manhã dedicada ao vasto e sumptuoso universo da arte da ourivesaria e joalharia, que se encerrou o colóquio internacional Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo. Uma iniciativa do Círculo Dr. José de Figueiredo - Amigos do MNSR, que assim continua a homenagear o trabalho pioneiro e ainda hoje incontornável de Bernardo Ferrão no campo das artes decorativas e em particular sobre a produção artística do "Oriente português". Neste mesmo dia foi lançado o Livro de Atas do Colóquio.
Na passada sexta-feira, perante uma sala repleta, Fátima Vieira, José Miguel Rodrigues, Nuno Brandão Costa e Luca Ortelli, num conjunto de intervenções rematadas pelo próprio Giorgio Grassi, deixaram claro porque vale a pena ler e conhecer "Uma Vida de Arquitecto". Esta análise retrospetiva da vida de Giorgio Grassi representa uma lição que, para além mesmo do campo estrito da arquitetura, ganha sentido, oferecendo múltiplas perspetivas de leitura. Assumindo um discurso direto e sincero, que não contorna a experiência de aprendizagem e ensino de um ofício sobre o qual não esconde as dificuldades enfrentadas, Giorgio Grassi tornou compreensível a todos o como e o porquê dos projetos que faz. Escolhas de uma grande coerência e que levaram, paralelamente, à redescoberta de personagens hoje fundamentais, os seus Mestres, a sua família espiritual, indissociável da sua prática, da sua arquitetura, também ela apresentada neste livro onde fica percetível a beleza dos seus desenhos e não se esquecem os amigos que o foram acompanhando.
Em Dia Mundial do Teatro partilhamos um desenho pertencente ao projeto de requalificação (remodelação e ampliação) do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, levado a cabo por Maurício de Vasconcellos, no início da década de 90. O Coliseu é um equipamento teatral que segue uma tipologia específica. A circularidade que o distingue está impressa neste desenho da planta, encontrado durante a a operação de limpeza e reacondicionamento de documentos que se encontra em curso na Fundação Marques da Silva. Nele se pode também observar um pequeno esquisso para estudo das bancadas, já que uma das questões que sempre se impõe, neste tipo de projeto, é assegurar ao público boas condições acústicas e de visibilidade. O então centenário Coliseu dos Recreios veio a reabrir as suas portas em 26 de fevereiro de 1994.
Uma Vida de Arquitecto
Lançamento do livro de Giorgio Grassi, com tradução de José Miguel Rodrigues
hoje, às 22h, na Fundação Marques da Silva
Giorgio Grassi está de regresso ao Porto e à Fundação Marques da Silva para o lançamento de mais um livro da coleção Giorgio Grassi - opera omnia sic. É "Uma Vida de Arquitecto", o terceiro volume a ser publicado, com tradução e prefácio de José Miguel Rodrigues, numa parceria editorial da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento. Para o apresentar, para além dos autores, estarão presentes Fátima Vieira, presidente da Fundação Marques da Silva, Luca Ortelli, antigo colaborador e amigo, e Nuno Brandão Costa, tal como José Miguel Rodrigues, arquiteto e professor da FAUP.
Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura está de regresso com Gonçalo Byrne
Poderá uma casa ser um poema? É com esta pergunta que se inicia mais uma nova temporada de Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura. Quem nos vai dar a resposta será Gonçalo Byrne.
Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo
Congresso Internacional
Porto, 24 a 26 de março de 2022
No próximo dia 26, a Fundação Marques da Silva vai acolher o colóquio internacional Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo. Será o terceiro e último dia de um programa que se propõe abordar diferentes temáticas: "A Arte do Marfim", "Mobiliário e Talha", Têxteis e Cerâmica" e "Ourivesaria e Joalharia".
Esta iniciativa do Círculo de Amigos do MNSR - Dr. José de Figueiredo conta com a colaboração das instituições de acolhimento - Museu Nacional Soares dos Reis, Reitoria da UP e Fundação Marques da Silva - e o apoio da CMP.
"Livros Pedidos" leva Raúl Hestnes Ferreira para a exposição Sound it: Rádio Antecâmara
Susana Ventura inicia hoje a sua intervenção no mais recente projeto a ocupar a Garagem Sul do CCB, Sound it: Rádio Antecâmara. O mesmo é dizer que até 25 de março, o programa de rádio "Livros Pedidos" será transmitido em direto a partir deste espaço expositivo onde todas as experiências propostas se desenham a partir de uma dimensão sonora. O programa de Susana Ventura tem início num pedido prévio aos arquitectos José Neves, Pedro Maurício Borges, Luísa Bebiano e Inês Dantas, para seleccionarem um excerto de um livro de ficção ou um poema que servirá de ponto de partida para uma conversa sobre literatura, arquitectura, cinema, entre outras expressões artísticas. Mas a relação entre literatura e arquitectura será igualmente explorada através de um conjunto de elementos selecionados pela autora, entre os quais, alguns desenhos e fotografias referentes à Casa de Albarraque, projetada por Raúl Hestnes Ferreira para o seu pai, o escritor José Gomes Ferreira, em 1960, provenientes do acervo deste arquiteto, em arquivo na Fundação Marques da Silva. Estes registos passam, assim, a fazer parte da exposição que pode ser visitada até 4 de setembro.
Esta semana, na Fundação, temos o lançamento do mais recente livro da coleção Giorgio Grassi - opera omnia sic e a sessão de encerramento do colóquio internacional Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo. Contamos consigo, mas há mais a acontecer. Acaba de sair a Newsletter da Fundação Marques da Silva.
Uma Vida de Arquitecto
Lançamento do livro de Giorgio Grassi com tradução de José Miguel Rodrigues
Em Uma Vida de Arquitecto, Giorgio Grassi faz uma "prova de reflexão" sobre o seu percurso e fá-la acompanhar de um registo da obra, uma espécie de guia explicativo do seu trabalho, e de um álbum de amigos, aqueles que, diz-nos, teve a sorte de encontrar. Falamos do terceiro volume a ser publicado no âmbito do projeto de tradução integral para português da obra escrita de Giorgio Grassi, coordenado por José Miguel Rodrigues, o seu tradutor, e editado conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento. E no próximo dia 25 de março, para apresentação deste livro, na Fundação Marques da Silva e com a presença dos autores, estarão também Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, e os Arquitetos Luca Ortelli e Nuno Brandão Costa.
A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
Estão de volta os podcasts da Fundação Marques da Silva
Estão de volta os podcasts da Fundação Marques da Silva. A partir de hoje, sempre às quintas-feiras, intercaladamente, sairá um Escritos Escolhidos e um Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura.
E é com “Da arquitectura abstracta à arquitectura realista”, texto publicado em 1956, na revista Lusíada, da autoria de Mário Bonito, que hoje, se retomam os Escritos Escolhidos, já que amanhã, 18 de março, passam 101 anos sobre o nascimento deste arquiteto.
Domingos Pinto de Faria, o mais recente acervo da Fundação Marques da Silva
Foi com um projeto de renovação de quarteirão no Covelo que, em 1965, Domingos Pinto de Faria (1934-2002) obteve o seu Diploma de Arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto, mas a sua formação incluiu ainda a frequência de um curso de economia de construção com D. A. Turin. Por sua vez, o percurso profissional iniciou-se logo no final dos anos 50, na Câmara Municipal do Porto, junto de Auzelle e enquanto membro da equipa responsável pelo Plano de extinção das ilhas. Os anos 70 marcaram a entrada no Fundo de Fomento da Habitação onde, na década de 80, chegou a assumir o cargo de Diretor da Direção de Habitação do Norte. Da obra desenvolvida enquanto profissional liberal destacam-se, na cidade do Porto, entre outros, os projetos para a Universidade Católica do Porto, o Centro Diocesano - Casa de Vilar ou a reconstrução do Hotel Boa-Vista. A sua obra estende-se, contudo, a Braga, Póvoa de Varzim, Cinfães, Marco de Canavezes, Gondomar, Francelos e Famalicão.
O acervo Domingos Pinto de Faria já faz parte do Arquivo da Fundação Marques da Silva.
Fotografia: Domingos Pinto de Faria com o seu filho, também arquiteto e atual Diretor do Curso de Arquitetura da Universidade Fernando Pessoa, Luís Pinto de Faria, no atelier da Travessa das Antas, no Porto.
Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo
Congresso Internacional
Porto, 24 a 26 de março de 2022
O colóquio internacional Bernardo Ferrão e as Artes Decorativas no Oriente e no Mundo vai reunir 25 especialistas em Artes Decorativas para, ao longo de 3 dias (entre 24 e 26 de março), cruzando diferentes tempos e geografias, apresentarem e debaterem o resultado das investigações que têm vindo a desenvolver. Depois de uma sessão plenária, em 4 sessões, serão abordadas temáticas tão distintas quanto "A Arte do Marfim", "Mobiliário e Talha", Têxteis e Cerâmica" e "Ourivesaria e Joalharia". Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Círculo Dr. José de Figueiredo - Amigos do MNSR que, em 2017, recebeu a doação do acervo documental do Eng.º Bernardo Ferrão, atualmente em depósito no MNSR e já disponibilizado para consulta virtual na plataforma AtoM. O colóquio terá lugar no Museu Nacional Soares dos Reis (24-25), Reitoria da Universidade do Porto (25) e Fundação Marques da Silva (26). Para além do apoio destas instituições, conta ainda com o apoio da CMP.
A quem atravessou recentemente o átrio da Estação de S. Bento, não terá decerto passado despercebida a presença da cor no teto onde orgulhosamente se exibem os primeiros destinos daquela que era, e continua a ser, a Gare Central do Porto: Minho e Douro.
A subtil mudança, que marca um regresso às cores originais, e a mais visível para quem percorrer o espaço, insere-se nas obras de Reparação do Teto, Cobertura e Instalação de Passadiços recentemente empreendidas pela Infraestruturas de Portugal. A opção de coloração decorreu de um aprofundado trabalho de pesquisa que contou com o apoio da equipa técnica da DRCN. No seu conjunto, as intervenções materializadas nesta Estação projetada por José Marques da Silva tiveram em vista melhorar as condições de segurança para pessoas e bens, mas também preservar e valorizar a imagem de um equipamento público de reconhecida importância patrimonial.
Há mais cor na Estação de S. Bento e um novo motivo para a visitar.
É um simples esquisso traçado sobre um guardanapo de papel, quem sabe se não mesmo feito na "Chaleira", o café que Luiz Botelho Dias e Manuel Marques de Aguiar então frequentavam, no Foco, bem próximo do seu escritório de arquitetura. Corria o ano de 1987. Unia-os uma longa amizade, fortalecida pelos tempos já distantes de elaboração do Plano parcial de urbanização da zona entre Leça da Palmeira e Lugar da Boa Nova, onde Botelho Dias e Álvaro Siza formavam a equipa dirigida por Marques de Aguiar. Entretanto, tinham tomado a decisão de literalmente deitar abaixo a parede que os separava e passar a abraçar o desafio de projetar em conjunto. Foi já no contexto desta sociedade que pensaram para Montalegre a Escola, o Forno e o Mercado, assim como, juntamente com Diogo Alpendurada, se envolveram ativamente na Comissão de Apoio à Junta de Nevogilde, em defesa da marginal da Foz.
E com este desenho da autoria de Manuel Marques de Aguiar, que nos revela muito mais do que um mero encontro entre um retratado e quem o retrata, assinalamos o aniversário de nascimento de Luiz Botelho Dias, a 11 de março de 1929.
Graça Correia Ragazzi, Andreia Garcia e Sandra Barclay: as vozes femininas de Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura
Em março, vão regressar os podcasts da Fundação Marques da Silva. E porque hoje é Dia da Mulher, nesta Fundação onde sobressai o papel determinante de uma arquiteta, Maria José Marques da Silva, sugerimos um regresso à voz de outras mulheres arquitetas. Em Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura, Graça Correia, Andreia Garcia e Sandra Barclay viajam e levam-nos a viajar por obras de arquitetura que as fascinam e inspiram.
What? When? Why not? Portuguese architecture
1º debate do Ciclo “Temas Contemporâneos na Arquitetura Portuguesa”
Casa da Arquitectura, 5 de março, a partir das 15h
O 1.º Debate do Ciclo “Temas Contemporâneos na Arquitetura Portuguesa, organizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela Casa da Arquitectura em parceria com a Fundação Marques da Silva, surge no contexto da exposição “What? When? Why not? Portuguese architecture”. Vai decorrer no dia 5 de março, com início às 15h00, na Casa da Arquitectura. A coordenação científica e moderação estarão a cargo de Jorge Figueira e Bruno Gil. Na abertura, a Fundação Marques da Silva estará representada pela Presidente do Conselho Diretivo, Fátima Vieira, juntamente com Nuno Sampaio, Diretor Executivo da Casa da Arquitectura. O programa obedecerá à seguinte ordem de trabalhos:
What Colonialism?
Ana Vaz Milheiro (Dinâmia’cet-ISCTE, FAUL)
José Pedro Monteiro (CECS-UM)
Ana Fernandes (Dinâmia’cet-IUL, FAUP)
What Women?
Patrícia Santos Pedrosa (CIEG/ISCSP/UL, UBI)
Jorge Figueira (CES-Darq/FCTUC)
Helena Souto (IADE-UE)
Zaída Muxi (ETSAB-UPC, Espanha)
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço e ao levantamento de bilhete no dia a partir das 10h.
Alfredo Matos Ferreira, um homem em sintonia com o (seu) tempo
Alfredo Matos Ferreira foi sempre um homem de fortes convicções e pluridisciplinar na sua ação. Enquanto arquiteto e enquanto cidadão procurou manter um posicionamento ético perante os desafios que abraçava e defender sempre a sua liberdade criativa. Considerava o SAAL a experiência mais gratificante de toda a sua carreira de arquiteto. E viveu-a intensamente não só enquanto responsável da equipa da Lapa (Porto), intervindo no terreno, mas também filmando diversos momentos de um período de fortes convulsões e transformações políticas e sociais. Alfredo Matos Ferreira nasceu a 1 de março de 1928. Assinalamos o dia com uma imagem retirada dessas filmagens que hoje, ainda que continue a ser carnaval, adquire estranhas ressonâncias.
O acervo de Germano de Castro Pinheiro passou a fazer parte desta Fundação
Germano de Castro Pinheiro (1913-1992), arquiteto formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, tem um conjunto assinalável de obra construída na região litoral norte do país, realizada entre o final da década de 30 e a década de 80 do século XX. A documentação que regista o trabalho desenvolvido no escritório da rua de Santo António e posteriormente na rua Clemente Menéres, no Porto, foi agora doada à Fundação Marques da Silva pelo seu filho e neto, ambos igualmente arquitetos, estando assim lançadas as bases para um novo contexto que permitirá resgatá-lo de um certo anonimato. Enquanto parte integrante e importante do Arquivo desta instituição, estará agora salvaguardada a sua preservação, bem como passará a beneficiar de condições que viabilizam o seu estudo e divulgação.
Sobre as imagens: os arquitetos Germano Manuel Torres de Castro Pinheiro e Germano Manuel Novais de Castro Pinheiro hoje, na Fundação; Germano de Castro Pinheiro, Desenho de perspetiva do conjunto do equipamento balnear "Maresia" (1972, Póvoa do Varzim).
Manuel Botelho . Professor
mesa redonda
23 de fevereiro, 18h30, Auditório Fernando Távora (FAUP)
A mesa redonda "Manuel Botelho . Professor" surge no contexto da exposição "Manuel Botelho: Projecto e Obra", atualmente patente ao público na Galeria de Exposições da FAUP, e vai reunir seis arquitectos que, nesta instituição, enquanto alunos ou docentes, se cruzaram com Manuel Botelho: António Neves (introdução), Jorge Reis (moderação), Conceição Melo, Eduardo Fernandes, Inês Beleza e José Manuel Soares.
Os livros ocupam um lugar especial nesta Fundação. E não se pode falar simplesmente de uma Biblioteca. Sim, temos uma Biblioteca Corrente onde os nossos investigadores podem consultar as mais recentes edições lançadas pela instituição, assim como toda a bibliografia que tem vindo a ser reunida através de ofertas, permutas e aquisições. Mas existem as "outras" Bibliotecas, aquelas que nos revelam interesses e paixões dos arquitetos aqui representados. Pesquisar as bibliotecas dos "nossos" arquitetos é também uma forma de os descobrir e entender, da obra à pessoa. A mais recente entrada chegou da parte da Arq.ta Margarida Coelho, que tem vindo a enriquecer este acervo com livros que atravessam as várias áreas do seu percurso profissional: arquitetura, urbanismo e património. São mais de duas centenas de títulos, entre monografias e periódicos.
Bartolomeu Costa Cabral agraciado com o Grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
O arquiteto Bartolomeu Costa Cabral foi ontem condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi um momento de dupla celebração já que a cerimónia decorreu no dia do seu aniversário.
"A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores."
A Fundação Marques da Silva regozija-se com mais um importante reconhecimento público do percurso e obra do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral.
Créditos da imagem: Rui Ochoa/Presidência da República
Bartolomeu Costa Cabral: o atelier da rua da Alegria
Durante mais de 4 décadas, foi no terceiro andar do número 25 da rua da Alegria que Bartolomeu Costa Cabral se entregou ao ofício de ser arquiteto. Espaço que em junho de 2019 fecharia as suas portas, mas cuja poesia que o envolvia se entrevê e pressente nesta filmagem de Luís Urbano, realizada no momento que antecedeu a transferência do arquivo para a Fundação Marques da Silva. É também um dos 4 vídeos que até 23 de abril podem ser vistos na exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção. Hoje, 8 de fevereiro, passam 93 anos sobre o nascimento de Bartolomeu Costa Cabral. Parabéns, Senhor Arquiteto!
"Arquitetura
Energy - Marina Abramovic"
Alexandre Alves Costa
"Arquitetura. Energy - Marina Abramovic" é o título que aponta alguns dos possíveis sentidos deste desenho/colagem de Alexandre Alves Costa, a que a legenda, "Com prazer, Sebastião, resistiu vivo à adversidade do martírio, com a energia de querer transformar o mundo para lá de todas as amarguras", vem oferecer outras possíveis decifrações. Cabe a quem o observa aceitar o desafio lançado pelo autor e assim descobrir os "argumentos" que sustêm as suas navegações. E Alexandre Alves Costa é um autor que se permite, pelo desenho ou pela palavra escrita, a liberdade de partir "em deriva" por imprevistas geografias e destinos. Em breve, a Fundação Marques da Silva, em parceria com a UPorto Press, lançará um novo livro de sua autoria. Mas, para já, celebre-se hoje o seu aniversário.
Parabéns, Senhor Arquiteto!
Trata-se de uma carta não datada, mas que não deixa dúvidas quanto a quem a escreve - Juan Honold Dünner - e a quem se destina - David Moreira da Silva. Revela também a partilha de um domínio comum a estes dois interlocutores - urbanismo - e a vontade de confrontar as realidades dos respetivos países de origem - Chile e Portugal. Não é claro o lugar ou o contexto em que se conheceram, mas teria sido por volta de 1960, ano em que Juan Honold Dünner ocupava as funções de arquiteto na Direção de Planeamento do Ministério das Obras Públicas chileno e ano em que assume as funções de coordenador do Plano Intercomunal de Santiago. Os documentos que a carta acompanhava, bem como uma até agora enigmática tradução datilografada da legislação chilena (Lei geral de construções e urbanização) encontram-se hoje no acervo de David Moreira da Silva que, à data, estava a desenvolver o plano para a cidade de Aveiro, depois de duas décadas de intensa atividade no plano urbanístico. A história continua para quem a desejar investigar e muito haveria a explorar, mas hoje, com ela se assinala o aniversário de David Moreira da Silva, nascido a 28 de janeiro de 1909.
Há uma nova campanha em larga escala de higienização de documentos
Está em curso uma nova campanha, extensiva e intensiva, de higienização de documentos na Fundação Marques da Silva. Se, entre 2020 e 2021, o foco recaiu nos acervos de Raúl Hestnes Ferreira e Francisco Granja, agora vão ser limpos e reacondicionadas peças desenhadas e escritas produzidas por Maurício de Vasconcellos e Luiz Alçada Baptista, Manuel Graça Dias e José Egas Vieira, e António Teixeira Guerra. A campanha, que abrange milhares de registos deverá estar concluída no final de março deste ano. O processo será realizado pela equipa técnica da Fundação Marques da Silva, com o apoio da Oficina de Restauro de Documentos Gráficos da UP (GDI - UP Digital).
A Fundação Marques da Silva manifesta um profundo pesar pelo falecimento do Professor António Silva Cardoso, Vice-Reitor da Universidade do Porto e Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia Civil (FEUP). Ao longo do seu percurso foram vários os momentos em que a sua ação se cruzou com esta instituição, seja na requalificação dos espaços construídos, seja no exercício das funções de Presidente do seu Conselho Geral, cargo que assumiu em 2018. Para sempre será recordada a sua forma serena e assertiva de estar, a sua capacidade de realização e de congregar o contributo de todos.
O funeral realiza-se na tarde de hoje, na Murtosa, na zona de Aveiro, depois da Missa de Corpo Presente que terá lugar às 13h30, na Igreja do Foco (Porto).
Carlos Carvalho Dias:
uma nova entrada no Arquivo Digital da Fundação, em dia de aniversário
Hoje, o Arquiteto Carlos Alberto Carvalho Dias celebra 93 anos e, em dia de aniversário, a Fundaçao Marques da Silva abre ao domínio público a consulta do seu acervo no Arquivo Digital da instituição. Este instrumento de pesquisa, ainda em construção e em permanente atualização, permitirá o acesso online a informações relativas ao seu percurso e a obras documentadas no acervo doado a esta instituição. De momento, fica disponível a consulta de uma lista com cerca de uma centena de projetos de arquitetura e/ou urbanismo referenciados, desenvolvidos entre 1956 e 1993, com incidência no norte litoral do país, o seu território de eleição.
Manuel Botelho. Projeto e Obra
Exposição
Galeria da FAUP, de 26 de janeiro a 9 de março de 2022
No próximo dia 26 de janeiro, na Galeria da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, vai inaugurar a exposição "Manuel Botelho. Projecto e Obra". Trata-se de uma primeira iniciativa no contexto de um conjunto alargado de ações que tem como propósito dar a conhecer o singular percurso de Manuel Botelho, um arquiteto cuja produção cruza os territórios da arquitectura, do design de objectos, a reflexão teórica vertida para a escrita e a docência. Com ela se assinala também a salvaguarda dos registos do trabalho deste arquiteto, através do depósito do seu acervo profissional na Fundação Marques da Silva, entidade instituída pela Universidade do Porto (entre 1980 e 2010, Manuel Botelho exerceu a carreira docente nesta Universidade), e da entrega da sua biblioteca à Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho.
"Manuel Botelho. Projecto e Obra" reúne uma seleção de projectos de diferentes escalas, programas e enquadramento, bem como de objectos que integram o corpo de trabalho de Manuel Botelho. Organiza-se em dois espaços da Galeria da FAUP constituindo dois olhares distintos: ao longo da galeria circular expõe-se ‘Território Manuel Botelho’, um registo fotográfico documental, produzido por Duarte Belo (fotógrafo, arquitecto e antigo aluno de Manuel Botelho), do percurso pelo território de espaços construídos e de objectos do arquitecto bem como pelos espaços do seu quotidiano; no espaço central, em ambiente de atelier, são expostos desenhos e maquetes originais bem como outras produzidas para esta mostra.
Com comissariado de António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Filipa Guerreiro e Duarte Belo (Território Manuel Botelho), a Exposição, que decorre de um trabalho de identificação e inventarização da obra do Arquitecto Manuel Botelho levada a cabo pelos comissários com o apoio de Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira, bolseiros da Universidade do Minho, resulta de uma parceria entre a FAUP, a Fundação Marques da Silva, o Laboratório da Paisagem, Património e Território e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.
O ciclo que se inicia com a exposição na FAUP prosseguirá, em itinerância, nas instituições parceiras, acompanhado da realização de mesas redondas e visitas às obras deste arquiteto. Este processo inclui ainda o lançamento de duas publicações: uma monografia, editada pela Circo de Ideias, e um registo das visitas às obras, editado pelo Museu da Paisagem.
A sessão de inauguração vai decorrer no dia 26 de janeiro, 4.ª feira, às 18h30, no Auditório Fernando Távora, com introdução de João Pedro Xavier (Diretor da FAUP) e contará com intervenções de Álvaro Siza e dos comissários.
A mostra, de entrada livre, estará patente até 9 de março, na Galeria de Exposições da FAUP, de 2.ª a 6.ª feira, das 9h00 às 20h00 (encerra aos feriados). A entrada é livre.
"Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção"
Habitação, Cidade, Universidade são os três eixos em que assenta a exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção que a partir de hoje, 10 janeiro, no Palacete Lopes Martins, reabre as suas portas ao público. Venha visitá-la e conhecer os muitos registos reunidos pelos curadores - Pedro Baía, Paulo Providência e Mariana Couto - para revelar a singularidade do percurso profissional do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, que se estende de 1948 aos nossos dias.
A exposição pode ser visitada de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).
Nota à imagem: fotografia de Catarina Costa Cabral
Manuel Marques de Aguiar: uma década que anuncia todo um futuro
O sentido do percurso profissional de Manuel Marques de Aguiar define-se logo durante a década de 50. Em 1954, termina a sua licenciatura em Urbanismo, em Paris, e regressa ao Porto para concluir, no ano seguinte, a sua formação como arquiteto na Escola de Belas Artes desta cidade. O diploma tem assinalada a menção de 20 valores. Quanto à prática profissional, no seu acervo, agora à guarda da Fundação Marques da Silva, encontram-se registos que remontam ao início dos anos 50, com destaque para o Anteplano de Pedras Salgadas e o Plano de Vidago, ambos de 1954. Já como arquiteto recém-licenciado, encontra-se documentado um projeto, que chegou a contemplar a execução de uma maquete, para um Cine Teatro em Famalicão, obra de 1955 que não virá a ser construída (vide imagens). Logo em 1956, integra os serviços de urbanização da Região Norte e aí permanecerá várias décadas traduzidas num amplo e reconhecido trabalho que se estenderá aos Açores, sem nunca abdicar de paralelamente manter o seu atelier de arquitetura. É como arquiteto liberal que, a finalizar a década, desenvolverá o projeto do emblemático edifício Figueiredo, localizado naquela que então se pretendia vir a ser um "boulevard" portuense, a rua Gonçalo Cristovão. E, claro, desde sempre desenhou compulsivamente, num exercício ainda recentemente destacado na exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar.
Manuel Marques de Aguiar nasceu a 8 de janeiro de 1929.
A Fundação Marques da Silva deseja a todos um Bom 2022 e informa que, em concordância com as medidas em vigor de contenção da pandemia, a abertura ao público da exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção apenas será retomada a 10 de janeiro. Até lá, prossegue o atendimento a investigadores com agendamentos previamente acordados.
Imagem: Expoisção "Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção", fotografia de Catarina Costa Cabral.
É a partir de uma gravura de António Cardoso - Paisagem, 1978 - que a Fundação Marques da Silva envia os seus votos de Boas Festas e de um excelente Novo Ano.
Um desejo acompanhado de um agradecimento a todos os que em nós confiaram, os que nos visitaram ou que connosco colaboraram, reforçando o sentido de cumprimento de um projeto que, a cada ano, está mais forte e consolidado. E em 2022 serão muitas as novidades a anunciar!
Entretanto, aproveitamos para informar que entre 27 e 31 de dezembro a Fundação se encontra encerrada, retomando as suas atividades logo a 3 de janeiro.
Aproxima-se o final do ano, mas ainda há tempo para concluir uma nova operação de digitalização de documentos em larga escala, a terceira levada a cabo em 2021, com o apoio da empresa Grafit. Desta vez, o foco incidirá em documentos pertencentes aos acervos de Rui Goes Ferreira, Manuel Marques de Aguiar, Manuel Graça Dias e Manuel Botelho.
As paredes que acolheram a exposição de desenhos de Manuel Marques da Aguiar já se encontram despidas. No Palacete, a exposição Bartolomeu Costa Cabral: um arquivo em construção continua patente ao público, mas novos projetos estão já em fase de preparação e em breve haverá novas razões para se visitar a Casa-Atelier José Marques da Silva...
António Ferreira da Costa (1898-1961), pintor, é uma figura invulgar. Nele se destaca a coerência e mestria técnica da sua obra, como retratista ou paisagista, mas também a defesa convicta de ideais políticos que estarão na base de uma conclusão tardia do curso de Pintura, na Escola de Belas Artes do Porto, em 1933. Ainda assim, chega a ser diretor artístico da Escola Nacional do Desenho, nesta mesma cidade, e a obter um assinalável sucesso com cursos de ensino técnico do desenho por correspondência. Não é, contudo de estranhar, que este aluno de João Marques de Oliveira esteja representado na coleção de Pintura de José Marques da Silva, onde se encontra um admirável retrato de um Poveiro (a pastel) e um expressivo retrato do próprio Marques da Silva (a óleo). Esta presença, desde o passado dia 7 de dezembro, estendeu-se agora a um traballho académico, Academia (nu masculino), doado à Fundação Marques da Silva pelo neto do pintor, o Eng.º Miguel Ferreira da Costa. O quadro foi recebido pela Presidente, Fátima Vieira, e pelo Vice-Presidente, Luís Urbano, estando presente Artur Vasconcelos, autor do Catálogo de Pintura da Fundaçao Marques da Silva.
Poucos serão os que conseguem identificar o jovem arquiteto que a fotografia fixa, de rolo e chapéu na mão, com o olhar dirigido a algo ou alguém que não nos é revelado. Desconhecemos o lugar onde ele se encontra, mas sabemos tratar-se de Alfredo Leal Machado. Nascido a 7 de dezembro de 1904, terminou a sua formação em Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto, onde foi aluno de Marques da Silva, em 1932. Deixou obra projetada e construída no Porto, Vila Nova de Gaia, Espinho e Coimbra, cidade onde chegou mesmo a ocupar um lugar de Vereador entre 1942 e 1945. A morte prematura, num acidente ocorrido em 1955, deixou suspensa a sua carreira.
Em dia de aniversário, fica esta notícia, a pensar no olhar atento de um investigador que possa recuperar a sua obra da lonjura do tempo.
Casa-Atelier Júlio Resende: o sentido de uma amizade, em dia de aniversário de José Carlos Loureiro
A Casa-Atelier que José Carlos Loureiro projetou para Júlio Resende começou a ganhar forma no início dos anos 60. A precedê-la tinha a vontade de encontrar a solução ideal para o contexto de vida de um amigo que era também artista. Construída na vizinhança da sua própria casa, cumpriu o sonho de quem a veio a habitar e que dela sempre fez questão de falar "apaixonadamente". Foi classificada em 2011 como Monumento de Interesse Público.
José Carlos Loureiro nasceu a 2 de dezembro de 1925. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Visita guiada ao desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
Na companhia dos arquitetos David Viana, Marta Aguiar e Sofia Aguiar, percorreu-se, no passado sábado, o piso nobre da Casa-Atelier José Marques da Silva, em visita à exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar. Foi uma oportunidade única para admirar a diversidade de desenhos produzidos por este arquiteto, incessantemente, ao longo da sua vida. Desenhos que nos revelam o "chão" onde assentaram as suas vivências e que se tornam imprescindíveis para um entendimento franco do seu percurso, pessoal e profissional. E se, por um lado, estes registos de espaços, lugares, pessoas, fixam o seu olhar sobre os territórios de partilha que sempre elegeu como forma de estar e de agir, tornou-se evidente, por outro lado, a sua atualidade e capacidade de diálogo com o tempo que é hoje o nosso.
Com a visita guiada que assinala o encerramento da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar em destaque, publicamos mais uma edição da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
O tempo longo, do lugar e do projeto: a remodelação do Museu de Évora
Foi em 1993 que Raúl Hestnes Ferreira ganhou o Concurso para o projeto de remodelação do Museu de Évora. Daí datam os primeiros esquissos, desenhos e uma maqueta. Em 2002 iniciou-se o projeto de execução e a obra acabou por arrancar em 2007. Duraram dois anos. O "novo" Museu, com a volumetria e a imagem do edifício estabilizada, revelou então uma espacialidade interior completamente renovada e valorizada, em diálogo - procurado e consciente - com as muitas vidas de um lugar cujas fundações remontam ao tempo do Fórum Romano.
Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931. Faria hoje 90 anos.
Visita guiada à exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
27 de novembro, 15h, Casa-Atelier José Marques da Silva
Abertura de inscrições
No próximo dia 27 de novembro, às 15h, para assinalar o encerramento da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, David Viana (curador), Marta Aguiar e Sofia Aguiar (arquitetas, filhas do arquiteto Manuel Marques de Aguiar) vão fazer uma visita guiada aberta a todos. Será a última oportunidade para admirar este singular conjunto de desenhos e fotografias expostos na Casa-Atelier José Marques da Silva, ficando a conhecer as muitas histórias que através dele se podem contar.
Para participar basta apenas fazer uma inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt até 26 de novembro. A lotação máxima é de 20 elementos.
Alunos do 10.º e 11.º anos da Escola Secundária Aurélia de Sousa foram desafiados a ver, compreender e tentar fazer maquetes de arquitetura, sob orientação do professor e arquiteto Luís Urbano. Assim começou a manhã na Fundação Marques da Silva, espaço de acolhimento da primeira iniciativa proposta pela Universidade do Porto para celebrar o Dia Europeu do Património Académico.
Uma visita à Fundação em Dia Europeu do Património Académico
18 de novembro
A Fundação Marques da Silva vai participar no Dia Europeu do Património Académico, uma iniciativa programada pelas Universidades Portuguesas representadas no Conselho de Reitores para promover um espaço de afirmação da vocação cultural das universidades enquanto espaços abertos e transformadores, que celebram a diversidade de culturas e fomentam a livre circulação de ideias. O conjunto de ações programadas tem, assim, como objetivo revelar a riqueza de uma herança cultural que pode ser usufruída por todos.
Integrada nas ações propostas pela Universidade do Porto, a Fundação Marques da Silva irá receber grupos de estudantes do 10.º e 11.º anos da Escola Secundária Aurélia de Sousa, que visitarão, guiados pelo arquiteto e professor Luís Urbano, o acervo de maquetes da Fundação e a exposição Bartolomeu da Costa Cabral/um arquivo em construção. A visita encerrar-se-á com uma oficina de maquetes.
Visita Guiada à exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
por David Viana, Marta Aguiar e Sofia Aguiar
27 de novembro, 15h, Casa-Atelier José Marques da Silva
No próximo dia 27 de novembro, para assinalar o encerramento da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, David Viana (curador), Marta Aguiar e Sofia Aguiar (arquitetas, filhas do arquiteto Manuel Marques de Aguiar) vão fazer uma visita guiada aberta a todos. Será a última oportunidade para admirar este singular conjunto de desenhos e fotografias expostos na Casa-Atelier, ficando a conhecer as muitas histórias que através dele se podem contar.
Para participar basta apenas fazer uma inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt até 26 de novembro. A lotação máxima é de 20 elementos.
Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção
a visitar até 23 de abril, na Fundação Marques da Silva
A exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção abriu as suas portas para dar a ver um arquivo vivo, aberto e capaz de promover novas dinâmicas. Estruturada em três núcleos: Habitação - Cidade - Universidade, apresenta um conjunto de projetos que percorrem a linha do tempo e o modo de fazer arquitetura de um arquiteto que nunca deixou de ter presente a dimensão ética, humana e social desta "arte construtiva".
A exposição pode ser visitada de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h.
Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção
Hoje, às 16h, Fundação Marques da Silva
Começam a abrir-se as portas da exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção. Inaugura hoje, às 16h, na presença do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral e com uma visita guiada pelos curadores, Pedro Baía, Paulo Providência e Mariana Couto. A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço. Estamos à sua espera!
Biblioteca Geral da Universidade da Beira Interior (Covilhã)
O terceiro núcleo temático da exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção tem como título Universidade. E foram vários os projetos desenvolvidos por Bartolomeu Costa Cabral para instituições de Ensino Superior, entre eles o da Biblioteca para a Universidade da Beira Interior, na Covilhã (1997-2001), que a imagem documenta.
A exposição inaugura amanhã, às 16h00, estando presente o arquiteto Bartolomeu Costa Cabral. Os curadores, Pedro Baía, Paulo Providência e Mariana Couto farão uma visita guiada.
O edifício na Praça do Martim Moniz, em Lisboa, resposta a uma encomenda da EPUL, data de 1973. É um dos projetos que exemplifica uma das preocupações centrais na obra de Bartolomeu Costa Cabral, a construção do espaço urbano. É também um dos projetos expostos em Cidade, um dos eixos temáticos da exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção.
A Casa em Taipa foi construída entre 2004 e 2008, na Herdade dos Delgados, em Beja. É um dos vários projetos que farão parte do primeiro núcleo da exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção, dedicado ao programa habitacional desenvolvido por este arquiteto.
Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção
abertura da exposição: 13 de novembro, 16h
Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva)
A exposição Bartolomeu Costa Cabral / um arquivo em construção, com curadoria de Pedro Baía, Paulo Providência e Mariana Couto,propõe uma leitura da pluralidade da produção do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, num percurso profissional singular que se estende ao longo de um conjunto de mais de duas centenas de projetos, desde 1948 até aos nossos dias. Inaugura no dia 13 de novembro, às 16h, no primeiro piso do Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva). Nesta ocasião, estará presente o arquiteto Bartolomeu Costa Cabral e os curadores farão uma visita guiada através do percurso expositivo.
Organização: Fundação Marques da Silva.
Apoios: Ordem dos Arquitectos, SIPA, Instituto Politécnico de Tomar e Faculdade e Arquitectura da U.Porto.
Agradecimentos: Irene Buarque, Teresa Pavão e Rui Sanches, Rui Mendes e Gill Stoker.
Um Mapa de Arquitetura para melhor conhecer a obra de Rui Goes Ferreira na Madeira
Rui Goes Ferreira desenvolveu uma intensa e diversificada atividade profissional na Madeira, em particular durante as décadas de 60 e 70 do século XX. Atento ao lugar, ao contexto urbano e paisagístico da sua terra natal, projetou em sintonia com os princípios modelares de uma formação moderna, mantendo-se sensível às preocupações e necessidades de uma comunidade com um caráter singular. Como refere Madalena Vidigal, sua neta e também arquiteta, "não existe no Funchal outro arquitecto local que tenha, nesta época, contribuído tanto para as transformações na cidade".
A Ordem dos Arquitectos - Secção Regional da Madeira (SRMAD), que ainda recentemente propôs a atribuição do título de Membro Honorário a Rui Goes Ferreira, reconhecendo a importância do trabalho desenvolvido por este arquiteto e em resposta a um desafio lançado por Madalena Vidigal, está agora a produzir, com o apoio da Fundação Marques da Silva, instituição detentora do acervo profissional de Goes Ferreira, um Mapa de Arquitetura dedicado à sua obra edificada. No total, serão 17 as obras a sinalizar, num roteiro com múltiplos percursos sugeridos. Entre elas, este conjunto habitacional para Porto Santo, num projeto que também se encontra representado na exposição At Play: Arquitetura e Jogo, atualmente em exposição na Garagem Sul do CCB.
Rui Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926.
A contemporaneidade da arquitetura de Alcino Soutinho
Em 2005, Alcino Soutinho foi convidado a projetar um conjunto habitacional para os lotes 7 e 8 dos jardins da Efanor, em Matosinhos. Seria o primeiro edifício a ser construído neste lugar, marcado pela envolvência de generosos espaços verdes. O rigor estrutural e construtivo sustenta esta arquitetura contemporânea, discreta, mas sólida e afirmativa, com um grande sentido de urbanidade. Sinal da sua vitalidade é também o facto de agora está a ser retomada pela sua filha, Andrea Soutinho, convidada a dar continuidade ao projeto inicial.
FILARCH 2021: Visões
Simpósio de Arquitetura e Filosofia
5-6 de novembro, Fundação Marques da Silva
Durante os dias 5 e 6 de novembro, a Fundação Marques da Silva vai acolher a segunda edição de FILARCH, um Simpósio focado na relação entre a Filosofia e a Arquitetura, mas que visa igualmente abrir o campo de reflexão a diferentes áreas do conhecimento.
Para 2021, o tema proposto pelos organizadores, Eduardo Queiroga e Constantino Pereira Martins, foi "Visão, possibilidade, virtualidade", isto é, o desafio de mostrar em que consiste uma visão, uma possibilidade que se ergue no real como uma sombra da imaginação sobre as coisas.
Ao longo destes 2 dias, distribuídos por 4 painéis distintos, cerca de 16 conferencistas nacionais e internacionais (Itália, França, Espanha, Grécia, Ucrânia, Hungria, República Checa, mas também dos E.U.A. e Brasil) discorrerão livremente sobre a temática proposta, partilhando pensamentos, dilemas e experiências.
A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
Esta iniciativa conta com o apoio da Fundação Marques da Silva (instituição e acolhimento) e da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos.
A anteceder um fim de semana cheio de boas sugestões, entre elas o lançamento do livro de Ana Tostões, Lisboa Moderna, a acontecer no Palacete Lopes Martins, publica-se mais uma edição da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
What? When? Why not? Portuguese Architecture
Exposição e Colóquio Internacional
Galeria da Casa da Arquitectura
29-30 de novembro
Em julho de 2019, o projeto (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture, coordenado por Jorge Figueira e Bruno Gil, foi apresentado publicamente na Fundação Marques da Silva, instituição parceira. Agora, volvidos dois anos de investigação, tem lugar uma Exposição e um Colóquio Internacional: What? What? When? Why not? Portuguese Architecture.
A Exposição, reflexo deste projeto de investigação, pretende identificar, problematizar e disseminar o conceito de “arquitetura portuguesa” no contexto nacional e internacional, confrontando a sua história, ideias e métodos, com um mundo em transformação, apresentando o tema em várias dimensões disciplinares e interdisciplinares, e convocando diversas sensibilidades. Inaugura a 29 de outubro, na Galeria da Casa da Arquitectura, e aí estarão presentes múltiplos documentos provenientes do Arquivo da Fundação Marques da Silva. Ficará patente ao público até 24 de abril de 2022.
Neste contexto expositivo, vai decorrer um Colóquio Internacional, a 30 de outubro, com os coordenadores Jorge Figueira e Bruno Gil, e os investigadores nucleares, Ana Vaz Milheiro, Carlos Machado e Moura, Carolina Coelho, Eliana Sousa Santos, Gonçalo Canto Moniz, José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Nuno Grande, Patrícia Santos Pedrosa e Rui Lobo a partilharem os resultados alcançados em cada uma das respetivas linhas de investigação. Como oradores convidados participarão Hans Ibelings, com uma reflexão sobre culturas periféricas e centrais no contexto da arquitetura europeia, Cristiane Muniz, diretora da Escola da Cidade, e Fernando Viégas, presidente da Associação Escola da Cidade, São Paulo.
Ana Tostões, Lisboa Moderna
Lançamento de livro
Apresentação a cargo de Paula Santos e José Fernando Gonçalves
29 de outubro, 21h30, Palacete da Fundação Marques da Silva
A Fundação Marques da Silva vai acolher, no próximo dia 29 de outubro, o lançamento do livro de Ana Tostões, Lisboa Moderna, uma publicação conjunta da Docomomo International e da editora Circo de Ideias. A sessão, a decorrer no Palacete Lopes Martins, conta com a presença da autora e apresentação de Paula Santos e José Fernando Gonçalves.
"Este livro [...] propõe pensar a cidade moderna de Lisboa a partir de uma leitura da sua transformação e de uma análise histórica e crítica sobre um conjunto de projectos modernos que marcaram o território ao longo dos séculos XX e XXI. Com base numa pesquisa de arquivo e num levantamento fotográfico, destacam-se os bairros de Alvalade, Infante Santo, Olivais Norte, Olivais Sul, Restelo e Telheiras que revelam a aplicação singular dos conceitos da urbanística internacional, assim como obras que se evidenciam pela sua modernidade, tais como o Instituto Superior Técnico, o Parque Florestal de Monsanto, o Edifício e Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o Centro Cultural de Belém e a Escola Alemã de Lisboa."
Maria José Marques da Silva e Rui Goes Ferreira, Membros Honorários 2021
Cerimónia de outorga de títulos: 22 de outubro, 18h30
Auditório da Sede Nacional da Ordem dos Arquitectos (Lisboa)
Os arquitetos Maria José Marques da Silva, pela Secção Regional Norte, e Rui Goes Ferreira, pela Secção da Madeira, serão postumamente distinguidos com o título de Membro Honorário, em cerimónia a decorrer na Sede Nacional da Ordem dos Arquitectos, no próximo dia 22 de outubro.
Na base da proposta de atribuição do título a Maria José Marques da Silva, cuja doação conjunta com David Moreira da Silva à Universidade do Porto veio a estar na origem da atual Fundação Marques da Silva, Conceição Melo, Presidente do Conselho Diretivo Regional do Norte, destaca o facto ter sido a primeira mulher a obter um diploma de Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto (1943), a prática relevante na arquitetura e no urbanismo, inicialmente com o pai, José Marques da Silva, e depois com David Moreira da Silva, que viria a ser seu marido e colega de escritório, mas também a sua ação enquanto Presidente da Secção Regional Norte. A concluir a fundamentação da proposta, acrescenta ainda, "Neste tempo por que passamos somos levados a reconhecer a menor visibilidade que dedicámos às arquitetas que fazem parte deste legado comum. O que acresce ao mérito próprio de Maria José Marques da Silva e conduziu a esta proposta que de tão óbvia só peca por tardia."
O percurso de Rui Goes Ferreira, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva (2018), e o impacto da sua ação na Madeira, para onde traz "a reflexão sobre o papel social do arquiteto, valorizando a paisagem como um dado cultural" justifica a proposta apresentada por Susana Jesus, Presidente do Conselho Diretivo Regional da Madeira. Rui Goes Ferreira, "Cria um atelier-escola na procura de novas soluções. Cruzou a Arquitetura com o Urbanismo, Arte e Sociedade: docente na Academia de Música e Belas Artes da Madeira; projetos para as Caixas de Previdência, habitação individual e coletiva; colaborou no Plano Diretor da Cidade do Funchal (discussão pública - Colóquios de Urbanismo, 1969); projeto cultural da Galeria de Artes Decorativas TEMPO com o escultor Amândio Sousa."
Nesta cerimónia serão ainda atribuídos os títulos de Membro Honorário aos arquitectos António Abel (Alentejo), Célio Melo Costa (Centro), Diogo Seixas Lopes (Lisboa e Vale do Tejo), João Correia Rebelo (Açores) e José Paulo Veloso (Algarve).
Em representação da Fundação Marques da Silva estará presente o Vice-Presidente, Luís Urbano. Em representação da família do arquiteto Rui Goes Ferreira, estará a arquiteta Madalena Vidigal, sua neta, e a arquiteta Teresa Goes Ferreira, sua filha.
Documentação de uns para outros
1.as Jornadas Interdisciplinares
Sociedade Martins Sarmento (Guimarães)
23 de outubro de 2021
A Sociedade Martins Sarmento, no âmbito de um programa de sensibilização para a preservação de documentação pessoal, familiar e empresarial, vai promover em Guimarães, em 23 de outubro de 2021, as I.as Jornadas Interdisciplinares “Documentação de uns para todos”, em colaboração com o Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, a Casa de Sarmento e o CITCEM.
Nestas Jornadas, participarão dois membros do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva, Luís Urbano (Vice-Presidente) e Armando Malheiro, que também integra a Comissão Organizadora desta iniciativa.
José Marques da Silva e o Teatro São João:
um projeto, muitas narrativas
No próximo fim de semana, entre 22 e 24, o Teatro Nacional São João vai reabrir as suas portas. Um programa vasto, que passa pela apresentação de uma exposição, 10 Atos 100 Anos; um colóquio internacional, Teatros Nacionais: Missões, Tensões, Transformações; o lançamento de três Cadernos do Centenário; e uma nova produção teatral, Lear, sinalizará o final das obras de reabilitação e modernização do edifício que o arquiteto José Marques da Silva começou a projetar em 1909, hoje classificado Monumento Nacional.
Na Fundação Marques da Silva preserva-se o mais importante núcleo de documentos relativos a esta obra, já de maturidade, desde os desenhos para o Concurso, aos elementos das várias fases do Projeto, passando por centenas de apontamentos, documentação vária sobre o "teatro lyrico do Porto", registos de correspondência, fotografias, modelos em gesso e livros, bem como muitas notas de viagem que dão conta do olhar atento de um arquiteto em constante pesquisa, como é o caso deste esquisso da fachada e planta da "nova opera comique" (reedificada em Paris, entre 1893 e 1898).
José Marques da Silva nasceu a 18 de outubro de 1869.
Lançamento e apresentação da publicação The Idea of Álvaro Siza: Carlos Ramos Pavilion and the Bouça Council Housing Project
Com Mark Durren, João Leal e Nuno Grande, moderação por Pedro Leão Neto
14 de outubro, 18h30, Palacete Lopes Martins
Amanhã, 14 de outubro, no Palacete Lopes Martins, os fotógrafos Mark Durren e João Leal, bem como o arquiteto, programador cultural e curador Nuno Grande, numa conversa moderada por Pedro Leão Neto, diretor da publicação scopionewspaper, vão apresentar o projeto editorial The Idea of Álvaro Siza: Carlos Ramos Pavilion and the Bouça Council Housing Project, uma publicação que tem como base o início da coleção da scopionewspaper, focalizada no trabalho desenvolvido pelos fotógrafos Mark Durden e João Leal, envolvendo uma seleção de edifícios arquitetónicos concebidos por Álvaro Siza. Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, abrirá a sessão.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço. A conversa decorrerá em inglês.
José Porto e o Concurso para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus
A Igreja do Sagrado Coração de Jesus é hoje Monumento Nacional, mas a história da sua construção remonta a 1962, ano de abertura de um Concurso de Anteprojetos. Serão 13 as candidaturas apresentadas ao Júri designado para o efeito, composto por: D. Júlia Guedes, em representação da Paróquia; o Padre João de Almeida, em representação do Secretariado das Novas Igrejas do Patriarcado; e os Arquitetos Octávio Lixa Filgueiras, Sebastião Formosinho Sanchez e Bartolomeu Costa Cabral. Este último, em representação do Sindicato Nacional de Arquitectos, por impedimento, acabou por ser substituído por Conceição Silva. A título consultivo integravam ainda o Júri o Arquiteto Hermann Bauer e o Cónego Manuel Falcão.
A proposta vencedora, como é do conhecimento geral, foi a n.º 11, apresentada pelos arquitetos Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, Vasco Lobo e Víctor Figueiredo. Contudo, o tempo foi apagando a memória do que poderia ter sido uma outra configuração para esta Igreja, como a da proposta n.º 13, apresentada por David Albino Fernandes Caravana e José Luís Porto, então com 79 anos de idade. Aquele que pode ser considerado um projeto tardio de José Porto, está aqui representado nesta perspetiva do interior, retirada da Revista Aquitectura (n. 76 - outubro de 1962), onde se publicaram todas as candidaturas e o resultado do Concurso.
Dos vários arquitetos citados neste destaque, três têm os respetivos arquivos profissionais na Fundação Marques da Silva, entre eles José Porto, que nasceu em Vilar de Mouros, a 10 de outubro de 1883.
Raúl Hestnes Ferreira: 24 566 desenhos higienizados e reacondicionados!
A 15 de junho de 2020, a Fundação Marques da Silva deu início a um amplo projeto de limpeza e reacondicionamento de milhares de documentos provenientes do atelier de Raúl Hestnes Ferreira. Está agora concluído esse tratamento, no que se refere às peças desenhadas, tendo sido intervencionados um total de 24 566 registos. A operação, coordenada pela Oficina de Restauro de Documentos Gráficos da Universidade do Porto, em coordenação com a equipa técnica da Fundação Marques da Silva, passou pela abertura, separação, limpeza, estabilização e reacondicionamento de todos estes rolos de esquissos e desenhos, já parcial mas substantivamente digitalizados, que agora se encontram salvaguardados e disponíveis para estudo.
E já está em curso uma nova ação. Mas sobre ela daremos nota em breve.
Lançamento e apresentação da publicaçãoThe Idea of Álvaro Siza: Carlos Ramos Pavilion and the Bouça Council Housing Project
14 de outubro, 18h30, Palacete Lopes Martins
A Fundação Marques da Silva vai acolher, no dia 14 de outubro, o lançamento e apresentação do projeto editorial The Idea of Álvaro Siza: Carlos Ramos Pavilion and the Bouça Council Housing Project, uma publicação que tem como base o início da coleção da scopionewspaper, focalizada no trabalho desenvolvido pelos fotógrafos Mark Durden e João Leal, envolvendo uma seleção de edifícios arquitetónicos concebidos por Álvaro Siza para a série intitulada "A Ideia de Álvaro Siza".
A sessão contará com a presença dos fotógrafos e autores Mark Durden e João Leal, bem como do arquiteto, programador cultural e curador Nuno Grande. A moderação desta conversa em torno do universo da fotografia e da arquitectura será assegurada por Pedro Leão Neto, diretor da publicação scopionewspaper, que igualmente apresentará o projeto Fotografia Documental e Artística: Um Olhar Contemporâneo sobre a Arquitetura Portuguesa e The Idea de Álvaro Siza. Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, abrirá a sessão que tem como objetivo explorar a singularidade e o significado das relações que podem ser estabelecidas entre os fotógrafos, os seus processos artísticos e a arquitectura e ideias-chave do arquitecto, nomeadamente sobre o Pavilhão Carlos Ramos, o complexo habitacional do Bairro da Bouça e Álvaro Siza. A conversa decorrerá em inglês.
Este lançamento é uma iniciativa da AAI/CEAU/FAUP | scopio Editions, em colaboração com a Fundação Marques da Silva. Vai decorrer no Palacete Lopes Martins e inicia-se às 18h30. A entrada é livre, mas sujeita à lotação do espaço.
A conferência de Jorge Mealha sobre Espaços de privação de liberdade
Jorge Mealha, na qualidade de coordenador do Estudo de Conceção dos Novos Estabelecimentos Prisionais, por parte da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa em resposta a uma encomenda do Ministério da Justiça, apresentou, na Fundação Marques da Silva, as linhas mestras do trabalho desenvolvido sobre um tema que continua a ser pouco debatido, não obstante o facto de a dimensão criminal estar tão intrínsecamente relacionada com as restantes dimensões que pautam a vida em sociedade.
A investigação realizada teve por finalidade estabelecer as bases de um programa preliminar para a conceção de novos equipamentos nacionais, nomeadamente no Montijo e Ponta Delgada. A proposta de possíveis soluções espaciais e construtivas - balizada por três vetores: economia, reinserção e segurança - partiu de um exaustivo levantamento do contexto atual e do seu confronto com casos mais recentes de implementação de novos modelos, nos Países Nórdicos e na Catalunha. O desafio passa agora por combater o preconceito em torno deste tipo de equipamentos, propondo novos paradigmas de ação, pautados em estruturas mais permeáveis e flexíveis, onde seja possível intervir de forma diferenciada, com várias escalas de intervenção, e, tendo também em vista a sua sustentabilidade, mais focadas numa perspetiva reintegradora do que numa visão punitiva e estigmatizante.
A conferência Espaços de Privação da Liberdade assinalou a participação da Fundação Marques da Silva nas Jornadas Europeias do Património 2021.
17.ª Edição do Prémio Távora: anúncio do vencedor
Sessão presencial com transmissão online
4 de outubro, 19h
Amanhã, 4 de outubro, pelas 19h, na sede da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), vai ser anunciado o vencedor da 17.ª Edição do Prémio Fernando Távora. A sessão conta com uma breve apresentação do trabalho dos vencedores da 16ª edição, Carlos Machado e Moura e Pedro Abranches Vasconcelos, e com a conferência de Isabel Pires de Lima, personalidade cultural de relevo convidada pela OASRN para integrar o júri deste ano do Prémio Fernando Távora.
No júri, em representação da Fundação Marques da Silva, entidade parceira desta iniciativa, esteve o Arq.to José Bernardo Távora.
A entrada é livre mediante inscrição prévia para norte.cultura@ordemdosarquitectos.org. A sessão será também transmitida em direto no facebook e canal de youtube da OASRN.
Espaços de privação de liberdade
Conferência de Jorge Mealha
amanhã, 2 de outubro, às 15h
Palacete da Fundação Marques da Silva
De que forma pode, a arquitetura, ajudar a construir um novo paradigma acerca do que podem ser, no presente e no futuro, os espaços de privação da liberdade? Jorge Mealha, arquiteto e autor do estudo sobre os novos equipamentos prisionais para o Ministério da Justiça, vem à Fundação, falar sobre o impacto da qualidade e do aspeto geral dos espaços interiores e exteriores na criação de ambientes mais humanizados.
A entrada é livre, apenas condicionada à lotação dos espaços.
A conferência tem início às 15h e insere-se na programação das Jornadas Europeias do Património, que este ano têm por tema "Património Inclusivo e Diversificado". Neste dia, pode ainda ser visitada gratuitamente a exposição "O desenho na obra e Manuel Marques de Aguiar", entre as 14h e as 18h, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Um equipamento, um plano, uma urgência de desenho
o encontro de ontem, Perspetivas sobre viver urbano #2
Decorreu ontem, no Palacete da Fundação Marques da Silva, mais um encontro sobre Perspetivas do viver urbano. Aqui se falou da Escola Francesa (entre o projeto e a sua vivência), da história do Plano de Reconstrução da Cidade de Angra do Heroísmo (desenvolvido em condições de absoluta exceção, para obter a máxima eficácia no mínimo espaço de tempo), dos múltiplos ângulos que o gesto de desenhar pode conter e do tanto que um desenho pode comunicar. A sessão contou com os testemunhos de Nuno Valentim, Francisco Morais e Álvaro Domingues, enquadrados pelas intervenções de Marta Aguiar e David Viana, que sublinharam o sentido do lugar, a importância do desenho, o respeito pelo território, a pertinência do método colaborativo e as diferentes escalas presentes na obra de Manuel Marques de Aguiar, sem deixarem de referir as oportunidades de trabalho que se abriram com a entrada do acervo de Manuel Marques de Aguiar na Fundação Marques da Silva.
A abrir o encontro, Fátima Vieira, Presidente da Fundação, também ela uma ex-aluna da Escola Francesa, anunciou o prolongamento da Exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, que passará a estar patente ao público, na Casa-Atelier José Marques da Silva, até 20 de novembro.
Em Perspetivas sobre o viver urbano #2 teremos a presença de Álvaro Domingues, Francisco Morais e Nuno Valentim. Teresa Heitor, devido a um imprevisto de ultima hora não poderá comparecer. A sessão será moderada por Marta Aguiar e David Viana.
Espaços de Privação da Liberdade
Conferência de Jorge Mealha
2 de outubro, 15h, Palacete da Fundação Marques da Silva
Jorge Mealha, arquiteto, autor de um recente estudo sobre a conceção de novos equipamentos prisionais para o Ministério da Justiça, vem à Fundação Marques da Silva falar sobre a forma como a arquitetura pode ajudar a construir um novo paradigma acerca do que podem ser, no presente e no futuro, estes espaços de privação da liberdade; de como, através da qualidade e do aspeto geral dos espaços interiores e exteriores se podem criar ambientes mais humanizados que, apesar da performance no tocante à segurança, possam promover a reabilitação do indivíduo e a sua desejada reintegração social e profissional enquanto cidadão.
A conferência tem início às 15h e insere-se na programação das Jornadas Europeias do Património.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Perspetivas sobre o viver urbano #2 | 29 de setembro, 18h00
com Álvaro Domingues, Francisco Morais, Nuno Valentim e Teresa Heitor
moderação de David Leite Viana e Marta Aguiar
Palacete da Fundação Marques da Silva
Este é o segundo encontro organizado no contexto da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar. Tal como em junho, o legado de Manuel Marques de Aguiar, a sua obra e as suas referências, constitui o ponto de partida para se pensar e debater o território urbano, o sentido da sua organização e da vida que nele decorre, isto é, sobre o "fazer cidade" em função dos contributos da arquitetura e do urbanismo.
Como convidados estarão Álvaro Domingues, geógrafo, para um olhar externo e crítico sobre o território urbano, em confronto com as paisagens desenhadas por Manuel Marques da Aguiar em exposição na Casa-Atelier José Marques da Silva; Francisco Morais, arquiteto que colaborou com Manuel Marques da Aguiar no plano de reconstrução de Angra do Heroísmo, nos anos de 1980 a 82; Nuno Valentim, arquiteto responsável pelas mais recentes intervenções nos espaços da Escola Francesa; e Teresa Heitor, que tem vindo a desenvolver um amplo trabalho de investigação e reflexão sobre tipologias de equipamentos escolares. A sessão será moderada por David Leite Viana, curador da Exposição, e Marta Aguiar, arquiteta e filha de Manuel Marques de Aguiar que, desde 2013, tem vindo a reunir e a dar a conhecer o percurso e obra desenvolvida pelo seu pai. O encontro conta ainda com a presença da presidente da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira.
A entrada é livre, mas condicionada à lotação da sala. Para quem quiser previamente assegurar lugar, pode sempre proceder a reserva através de email para fims@reit.up.pt.
Conferência de Jorge Mealha e Dia Aberto
Jornadas Europeias do Património 2021
2 de oububro - Fundação Marques da Silva
A Fundação Marques da Silva vai estar presente nas Jornadas Europeias do Património com duas propostas distintas, que vão ter lugar no dia 2 de outubro. Assim, às 15h00, no Palacete Lopes Martins, será possível assistir à conferência de Jorge Mealha, arquiteto diplomado e doutorado pela FAAUL, autor do estudo de conceção para os novos estabelecimentos prisionais para o Ministério da Justiça, sobre Espaços de Privação da Liberdade. Uma oportunidade para refletir sobre o presente e o futuro das prisões, que se pretendem mais humanizadas e promotoras de reintegração, em resposta a um contexto de profundas transformações das sociedades contemporâneas.
O acesso é livre, apenas limitado à lotação do espaço.
Ao longo deste dia (2 de outubro), entre as 14h e as 18h (último acesso às 17h30), será ainda possível visitar gratuitamente a exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva. A exposição, que se prolongará durante o mês de outubro, reúne um significativo número de registos gráficos que refletem o olhar deste arquiteto e urbanista portuense sobre os lugares que habitou, o seu quotidiano, a passagem do tempo e os seus ritmos, bem como o seu território de intervenção. A visita estende-se também aos Jardins da Fundação, para usufruir da experiência imersiva A vida dos desenhos, desenvolvida a partir da exposição.
As Jornadas Europeias do Património iniciam-se a 24 de setembro, prolongando-se este ano, excecionalmente, até 3 de outubro. Têm por tema Património Inclusivo e Diversificado.
No dia em que se iniciam as Jornadas Europeias do Património, a Fundação Marques da Silva lança a sua Newsletter de setembro. Aqui se anunciam as propostas para a edição das Jornadas que este ano decorrem sob o tema Património Inclusivo e Diversificado, mas também muitas outras ações em curso.
At Play: Arquitetura & Jogo
Exposição
28 de setembro de 2021 a 30 de janeiro de 2022
CCB - Garagem Sul
A exposição At Play: Arquitetura & Jogo, organizada pelo CCB/ Garagem Sul em colaboração com o CIVA, Bruxelas, vai inaugurar no próximo dia 28 de setembro. "At Play é uma exposição a propósito de brincadeira e imaginação, de experiências construídas e narrativas mitológicas. Centra-se na ideia de «Criação de Mundos» e aproxima duas personagens: o arquiteto e a criança." Nesta sua itinerância por Lisboa, integra também referências a projetos de Bartolomeu Costa Cabral, Fernando Lanhas, Manuel Graça Dias, Rui Goes Ferreira, Raúl Hestnes Ferreira e José Carlos Loureiro, arquitetos representados na Fundação Marques da Silva, uma das entidades apoiantes da exposição. Com curadoria de David Malaud, contou agora com os contributos de Nikolaus Hirsch, Cedric Libert, André Tavares e Ivo Poças Martins.
At Play pode ser visitada de terça a domingo, na Garagem Sul do CCB, entre as 10h00 e as 18h00.
Perspetivas sobre o viver urbano #2 | 29 de setembro, 18h
Álvaro Domingues, Francisco Morais, Nuno Valentim e Teresa Heitor
moderação a cargo de David Viana e Marta Aguiar
A 29 de setembro, no Palacete Lopes Martins, vai decorrer o segundo encontro sobre Perspetivas do Viver Urbano, com Álvaro Domingues, Francisco Morais, Nuno Valentim e Teresa Heitor como convidados. A sessão, que decorre no contexto da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, será moderada por David Leite Viana e Marta Aguiar, contando ainda com a presença da presidente da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira.
Tal como em junho, o legado de Manuel Marques de Aguiar, a sua obra e as suas referências, constitui o ponto de partida para se pensar e debater o território urbano, o sentido da sua organização e da vida que nele decorre, sobre o "fazer cidade" em função dos contributos da arquitetura e do urbanismo.
A entrada é livre, mas condicionada à lotação da sala. Para quem quiser previamente assegurar lugar, pode sempre proceder a reserva através de email para fims@reit.up.pt.
Imagem: Aglomération au bord d’un canal (exercício académico);IU de Paris, s.s.; caneta e lápis de cor sobre papel vegetal; 42,4x61,5 cm. FIMS/MMA/F1-pd0024
Em 1953, Fernando Lanhas aceita a incumbência de projetar um lavadouro e um fontanário comunitários para a localidade de Milheirós de Poiares, em Santa Maria da Feira. Eis um dos desenhos que documentam o lavadouro, onde se destaca a figuração estilizada das mulheres que lhe trariam vida e significado. A história dos lavadouros públicos e do seu progressivo abandono (ou abandono desta prática ancestral) é todo um outro assunto, mas atente-se no cuidado em ajustar o espaço projetado à função e na elegância subtil de um traço, já tão reconhecível de Fernando Lanhas, que confere movimento e valor artístico ao quadro criado.
Fernando Lanhas nasceu no Porto a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 98 anos.
MGD na TV
Sete sessões triplas de arquitetura pela mão de Manuel Graça Dias
Garagem Sul – Exposições de Arquitetura
10 – 11 setembro
Inicia-se hoje, 10 de setembro, o ciclo MGD na TV: Sete sessões triplas de arquitetura pela mão de Manuel Graça Dias. Ao longo de dois dias, serão apresentados no Pequeno Auditório do CCB 21 episódios gravados por Graça Dias para a Televisão, escolhidos e apresentados por sete convidados: Alexandra Areia, Susana Menezes, João Luís Carrilho da Graça, Ana Vaz Milheiro, Ricardo Pedroso Lima, Mariana Salvador e João Botelho. A entrada é livre.
O Edifício Miradouro, projetado pelo casal de arquitetos Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva entre 1963 e 1972, para a Cooperativa nos Pedreiros, continua ainda hoje a distinguir-se visualmente na linha de horizonte que define a cidade do Porto. Na verticalidade dos seus 15 pisos, acentuada pela cota elevada do terreno onde foi erguida (com a fachada principal voltada para a rua da Alegria), acolhe um programa multifuncional que integra espaços comerciais, residenciais e de escritório, um icónico restaurante e um hotel. A revesti-lo, uma massa azulejar onde predomina a cor amarela com a estilização distintiva do macete e do escopro do pedreiro. A torre impõe-se pela impressionante vista panorâmica que oferece, em particular a partir do terraço que a remata, a fazer jus ao nome que a identifica, e pelo arrojo da sua construção neste local e enquanto parte de uma vontade de afirmação construtiva que se inicia com as primeiras Oficinas e Armazéns da Cooperativa dos Pedreiros, ainda hoje localizadas no terreno posterior do Edifício Miradouro (E.M.).
Maria José Marques da Silva nasceu a 7 de setembro de 1914.
A 2 de agosto iniciámos, a 2 de setembro concluímos.
Ao longo do mês de agosto, a Fundação Marques da Silva publicou nas redes sociais, diariamente, fotografias que deram a ver em grande plano o que muitas vezes passa despercebido a quem percorre as duas casas da Pr. do Marquês, antigo espaço de habitação de José Marques da Silva e hoje sede da instituição (Casa-Atelier José Marques da Silva e Palacete Lopes Martins). Foram 63 imagens, captadas por João Lima ao longo de um dia passado nestes espaços. Apresentam-se agora no seu conjunto, em jeito de convite/desafio para que, in situ, visitando-nos claro, possa identificar o seu lugar de pertença e, até, dar continuidade a este álbum...
A Fundação Marques da Silva volta a estar aberta aos sábados
Estar em férias é também, por excelência, sinónimo de tempo em família. E aqui está mais um desenho de Manuel Marques de Aguiar a retratar Marta, que compenetradamente desenha o retrato do pai, sob o olhar atento de Sofia. Com este expressivo registo de duas das suas cinco filhas - o quinto da série #férias - se anuncia também que, a partir de setembro e até ao final deste mês, a exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar onde este e muitos mais desenhos - de vida e de profissão - podem ser observados, volta a poder ser visitada aos sábados, entre as 14h e as 18h.
Na Fundação Marques da Silva prepara-se um novo projeto expositivo. Vai acontecer no Palacete Lopes Martins, no próximo mês de outubro, e já tem título: "Bartolomeu Costa Cabral / Um arquivo em construção".
Com curadoria de Paulo Providência, Pedro Baía e Mariana Couto esta exposição tem como objetivo registar uma leitura da produção do arquitecto Bartolomeu Costa Cabral através do cruzamento do seu acervo, recentemente depositado na Fundação Marques da Silva, com os arquivos dos arquitectos Maurício Vasconcelos, Alçada Baptista e Nuno Teotónio Pereira, procurando traduzir a pluralidade do seu percurso profissional ao longo de várias décadas, no âmbito de programas habitacionais, escolares e de equipamentos.
As edições da Fundação Marques da Silva estão nas Feiras do Livro do Porto e de Lisboa
A Feira do Livro tem hoje o seu início, 26 de agosto, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, e a partir de amanhã, 27, também no Porto, nos jardins do Palácio de Cristal. Mais uma vez, as publicações editadas pela Fundação Marques da Silva voltam a marcar presença, podendo ser adquiridas a preços reduzidos, em Lisboa, no Pavilhão da Blau, e no Porto, no Pavilhão da U.Porto Press (a editora da Universidade do Porto), mas também no Pavilhão das Edições Afrontamento, nas duas cidades.
A visitar, no Porto ou em Lisboa, até 12 de setembro.
E ainda a propósito do aniversário de Fernando Távora
É do autor desta fotografia que a Fundação Marques da Silva tem em arquivo, o Arq.to António Menéres, que nos chega a informação que nos permite agora ficar a saber que "foi obtida no dia 14 de Agosto de 1960, por ocasião de uma visita do mestre Carlos Ramos, a Leça da Palmeira ao gabinete na Quinta da Conceição - cedido pela APDL - onde o arqtº Fernando Távora coordenava os estudos dos arruamentos envolventes da doca nº 2, junto da ponte móvel, terminando com uma ida à Casa de Chá, na Boa Nova, nessa época em construção e ainda na fase dos toscos.
Faziam parte desta equipa os arq.tos Rui Pimentel (ainda visível, de costas, à esquerda) e Luís Botelho Dias. Esta visita incluiu a passagem pelo Pavilhão de Ténis, na Quinta da Conceição."
E porque ficamos a saber a sua história em dia de aniversário do Arq.to Fernando Távora, aqui a partilhamos também.
"Um objeto natural precisa de tensões, pressões, chuva, vai sendo modelado. A obra de arquitectura nasce assim. Atrás disso tudo está o pensamento, tem que estar o pensamento, e esse pensamento tem que se construir e, quanto a mim, constrói-se sobretudo nesses momentos em que provavelmente para as outras pessoas, estaremos a ser parvos, ou não estaremos a funcionar, ou estaremos a ler... e é nisso que eu, hoje, gasto uma boa parte do meu tempo, a pensar e... a ver os outros. É uma coisa maravilhosa ver os outros. Eu, às vezes, digo aqui aos meus colaboradores, se há um problema de arquitectura, um pormenor, uma janela, deve estar resolvido, aqui à volta, num raio de quinhentos metros. E realmente se nos preocuparmos com janelas ou a conservação dos materiais, ou com a luz e a sombra, ou de como é o vidro, como se comporta, e tal, está tudo aqui. Tudo." (in Fernando Távora, A Razão n.º 4, ano V, 1995)*
Fernando Távora nasceu a 25 de agosto de 1923, no Porto. Faria hoje 98 anos.
* Excerto da citação publicada no tomo I.I de As raízes e os Frutos: palavra desenho obra. Investigação, organização, edição e notas de Manuel Mendes, Fundação Marques da Silva e Edições Afrontamento, 2020, p. XII.
Imagem: Casa dos 24, fotografia de Luís Ferreira Alves.
Regressamos a Manuel Marques de Aguiar e às férias passadas em família na Quinta do Ribeiro, onde a vontade de dar cor ao desenho da cozinha proporcionou o pretexto para ir a Braga, à rua do Souto, tomar um café numa esplanada e, já agora, ir a uma papelaria comprar a tinta acrílica.
Quanto ao desenho, podemos agora encontrá-lo na sala 2 da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, onde se reunem os registos gráficos que mostram a sua perceção do quotidiano, do tempo e dos seus ritmos, as relações entre as pessoas, os lugares. A visitar na Casa-Atelier José Marques da Silva até 30 de setembro.
Uma das muitas formas de olhar para uma fotografia, pode ser a de procurar descobrir a história que ela tem para nos contar. A que hoje se publica foi retirada do acervo do arquiteto Rui Goes Ferreira. Corria o ano de 1957 e Rui Goes Ferreira, o fotógrafo, acabara de obter o seu diploma de arquiteto da Escola de Belas Artes do Porto. O pai oferece-lhe então, em agosto desse ano, uma viagem a Berlim que lhe permitirá, como nos revela o seu caderno de apontamentos, passear pela cidade, participar na Visita Oficial à Interbau (Exposição Internacional da Construção ou IBA) e contactar com arquitetos das mais variadas geografias, entre os quais, Pierre Vago. Mas a fotografia, que pertence a uma série, mostra-nos uma outra presença, um outro encontro, não menos surpreendente: Carlos Ramos, o fotografado, também ele em visita à Exposição.
Com esta memória fotográfica da Interbau 57, assinala-se o Dia Mundial da Fotografia, mas ao longo deste mês de agosto, a cada dia, siga o nosso Zoom-in nas redes sociais: fotografias de João Lima que deixam transparecer a subtileza de alguns dos pormenores que distinguem as casas-sede da Fundação Marques da Silva.
A série #férias continua. Depois da praia, a vida no campo.
O desenho das galinhas em movimento, na quinta do ribeiro, com a ramada alta, criava um dos espaços que Manuel Marques de Aguiar mais apreciava (de transição entre o fechado e o aberto, a proteger do sol no verão e a deixar passar no inverno).
Octávio Lixa Filgueiras: o arranjo para o Bank of London & South America, Ltd.
"O presente estudo diz respeito ao novo arranjo da sala do público da filial, no Porto, do Banco Inglês (Bank of London & South America, Ltd.). Mantêm-se o princípio do esboceto anteriormente apresentado, ou seja, o acesso pela avenida dos Aliados, o recuo do balcão para lá das duas colunas, e a translacção das caixas para o extremo sul da sala a abertura das portas para a avenida dos Aliados impõe a elevação do pavimento para uma cota de + 0,27 relativamente à actual, o que se consegue fácil e economicamente...". Assim começa a memória descritiva que, 1956, Octávio Lixa Filgueiras submete ao seu cliente. Uma simples obra de arranjo interior de um espaço hoje ocupado por uma outra entidade bancária, o BBVA. Mas a perspetiva muda quando se recupera a linha do tempo deste edifício, outrora pertencente ao Dr. Joaquim Emílio Pinto Leite, onde se encontrava instalada uma filial do Banco do Minho e que será intervencionado por José Marques da Silva, a partir de 1922, no seguimento do processo de alinhamento do eixo oriental de abertura da que virá a ser a Avenida dos Aliados. O Bank of London & South America, Ltd. ficará seu proprietário ainda durante a década de 20, assim se mantendo até 1956, altura em que Octávio Lixa Filgueiras irá ser chamado a repensar o seu interior, mobiliário incluído. Não é por isso de estranhar que, entre os documentos relativos a este processo de obra, no acervo de Lixa Filgueiras, se encontre um conjunto de desenhos do projeto original de Marques da Silva, no que pode ser considerada uma intertextualidade arquitetónica.
Octávio Lixa Filgueiras nasceu a 16 de agosto de 1922, o ano em que Marques da Silva inicia o projeto aqui mencionado.
E na só aparente tranquilidade de agosto, também a coleção de escultura da Fundação Marques da Silva, onde os modelos em gesso assumem particular relevância, está a ser alvo de uma especial atenção. É que, em breve, vai passar a ocupar um lugar que lhe trará renovada visibilidade. Por enquanto mostramos um dos quatro modelos criados por Teixeira Lopes - a alegoria do Inverno - para a fachada do edifício das 4 Estações, na Rua das Carmelitas, a retocar a sua imagem. Mas vai haver muito mais para ver...
"Ir à praia era um gozo.
Podia ser no intervalo de almoço: Mixu, arranjas uma "buxa" (sande) e eu vou lá ter.
E como era Verão, era tempo de andar de "mobilete" e ir ter com as 5 e Mixu à Praia do Homem do Leme.
Observar (a desenhar) também era estar (com os miúdos que fazem o castelo, a filha que joga,...)
Não era mais de uma hora."
Hipertexto de Marta Aguiar a um desenho do seu pai que se encontram na exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar. Refira-se que Mixu era o nome pelo qual o arquiteto Manuel Marques de Aguiar carinhosamente se dirigia à sua companheira de vida e mãe das suas 5 filhas.
Esta exposição pode ser visitada, durante o mês de agosto, de segunda a sexta, entre as 14h e as 18h, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Enquanto o projeto de limpeza e reacondicionamento do acervo de Raúl Hestnes Ferreira prossegue, com 23.648 peças desenhadas já intervencionadas, está agora em curso uma nova abordagem a este acervo com o objetivo de identificar e reorganizar os cerca de 750 registos fotográficos relativos a viagens com destinos tão distintos quanto os países nórdicos, Itália, França ou o Reino Unido, e de onde foi retirada a fotografia que acompanha esta notícia. Aqui vemos Raúl Hestnes Ferreira, provavelmente em Kristiansund, terra de origem da sua mãe, durante uma viagem realizada à Noruega para rever amigos e paisagens de particular afeição - Hestnes Ferreira era fascinado pelos fiordes - com lugar ainda para uma conferência sobre a sua obra em Trondheim, como nos confidenciou a sua filha Sílvia. Um trabalho que está a ser realizado por Coling Lima, aluno do Departamento de Arquitetura da FCTUC, em colaboração e sob coordenação da equipa da Fundação Marques da Silva. Os dados daqui resultantes poderão proporcionar novas e mais rigorosas leituras sobre esta dimensão do acervo e da vida do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira.
A concluir esta primeira semana do mês de agosto, a Fundação Marques da Silva publica a sua newsletter com notícias que falam das mais variadas iniciativas em curso, passando, entre outros assuntos, por exposições, novidades editoriais, acervos ou parcerias. A ler, aqui.
O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
A família e os amigos são presenças recorrentes nos desenhos de Manuel Marques de Aguiar, para quem estar era sinónimo de observar. E bastava uma simples caneta ou lápis para registar as particularidades de cada um, captadas em linhas que traçam a expressão de cada corpo ao qual ousam mesmo dispensar o próprio rosto.
Este desenho, datado de junho de 1987, é um dos muitos que podem ser apreciados na exposição O Desenho da Vida de Manuel Marques de Aguiar. A visitar na Casa-Atelier até 30 de agosto, de segunda a sexta, entre as 14h e as 18h. A partir de 1 de setembro, retoma-se a abertura aos sábados.
MGD na TV.
Sete sessões triplas de arquitetura pela mão de Manuel Graça Dias
Centro Cultural de Belém - Garagem Sul
Pequeno Auditório - 10 e 11 de setembro
"Entre 1992 e 1996, Manuel Graça Dias entrevistou arquitetos, mostrou edifícios, falou de cidades, apresentou obras e discutiu ideias". Trouxe a arquitetura para a televisão. O Centro Cultural de Belém organiza agora um ciclo de 21 episódios da série televisiva gravada por Graça Dias, a decorrer entre 10 e 11 de setembro, escolhidos e apresentados por 7 convidados: Alexandra Areia, Susana Menezes, João Luís Carrilho da Graça, Ana Vaz Milheiro, Ricardo Pedroso Lima, Mariana Salvador e João Botelho. Serão dois dias e sete sessões triplas para recordar a "alegria, irreverência e entusiasmo de Manuel Graça Dias". Uma iniciativa que não poderia deixar de receber todo o apoio da Fundação Marques da Silva, instituição a quem foi doado o seu acervo de arquitetura.
Prolongue-se o olhar e atente-se no pormenor. O que nos pode dizer do todo em que se integra? Este foi o desafio lançado ao fotógrafo João Lima, o de percorrer a Casa-Atelier e o Palacete numa desassombrada procura de detalhes que, enquanto improváveis protagonistas, pudessem tornar-se novos instrumentos de leitura dos espaços que a Fundação habita. As imagens que daí resultaram e que iremos diariamente partilhar ao longo do mês de agosto (o mês em que se celebra a fotografia) proporcionam uma outra forma de os conhecer. Deixe-se espantar pela subtileza destas fotografias e, numa próxima visita à Fundação, tente descobrir o lugar que representam...
O Desenho da Vida na Obra de Manuel Marques de Aguiar
Visitar a exposição em agosto
Durante o mês de agosto continua a ser possível visitar a exposição O Desenho da Vida na Obra de Manuel Marques de Aguiar, na Casa-Atelier José Marques da Silva e passar pela experiência imersiva nos jardins da Fundação, mas apenas de segunda a sexta-feira, entre as 14h e as 18h. Basta dirigir-se à entrada principal da Fundação (Pr. Marquês de Pombal, n.º 44) que lhe será dado acesso ao espaço. Aos sábados passa a estar encerrada.
São 8 maquetas que fizeram parte da exposição monográfica - Fernando Távora: Percurso - levada a cabo em 1993 no CCB. Representam o Anfiteatro e anexos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo; o Bloco da Foz do Douro; a Casa de Férias de Ofir; o Convento das Irmãs Franciscanas de Calais; o Edifício da Polícia de Segurança Pública de Guimarães; a Escola do Cedro; o Mercado Municipal de Vila da Feira; e o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição. Estiveram em depósito no CCB, mas aguardam agora a possibilidade de serem vistas sob uma nova luz ao retomar o lugar que lhes pertence no acervo da Fundação Marques da Silva.
Uma Vida de Arquitecto
Acaba de sair um novo livro da coleção Giorgio Grassi, opera omnia sic
Acaba de sair o quinto volume da coleção Giorgio Grassi, opera omnia sic!
Em Uma Vida de Arquitecto, o autor traça um retrato daquele que tem vindo a ser o seu compromisso com a arquitetura, enquanto ofício inteiro e íntegro. Um confronto com a sua própria história que nos é apresentado em três partes distintas, ainda que uno no seu todo: o ensaio autobiográfico; um registo ilustrado de todos os seus projetos e obras, construídos ou não, cronologicamente alinhados; e um álbum de amigos, gesto de gratidão para com todos aqueles que, em múltiplas geografias e gerações, estão presentes na prática de projeto e no exercício teórico de Grassi, e onde somos surpreendidos por uma invocação de Fernando Távora. O livro integra ainda uma nota introdutória da autoria de José Miguel Rodrigues, o tradutor e coordenador desta coleção, editada pela Fundação Marques da Silva em parceria com as Edições Afrontamento.
Uma Vida de Arquiteto vem juntar-se a Leon Battista Alberti e a arquitectura romana (2015) e a Escritos Escolhidos (2018).
Prémio Carreira atribuído a Fernando Távora
Viana Paxis
O Prémio Carreira desta primeira edição de Viana Praxis* foi atribuído a Fernando Távora, num gesto de reconhecimento da qualidade e importância dos vários projetos desenvolvidos por este arquiteto para o Município de Viana do Castelo. Este Prémio "visa distinguir profissionais, que ao longo da sua carreira mais se distinguiram em termos locais e nacionais, nos domínios da salvaguarda e valorização do património, resultando das suas atividades um claro benefício para o concelho de Viana do Castelo." E basta citar, no caso de Fernando Távora, o Anfiteatro e Anexos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, os Edifícios da Praça da Liberdade ou os planos de urbanização para o Largo de S. Domingos e para a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra. A receber o Prémio esteve José Bernardo Távora, arquiteto que, para além de ser filho de Fernando Távora, colaborou ativamente nestes projetos.
Ainda no âmbito do programa Viana Praxis, foi inaugurada, nos Antigos Paços do Concelho, uma Exposição dedicada a Fernando Távora, com destaque para as obras construídas em Viana do Castelo, dando igualmente a ver os vários projetos candidatos ao Prémio Reabilitação Urbana. Esta exposição, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, pode ser visitada até 5 de agosto.
*Viana Praxis - Prémio de Reabilitação Urbana de Viana do Castelo é uma iniciativa municipal que pretende dar visibilidade às obras e boas práticas existentes no concelho e "constituir-se como um reconhecimento público e um estímulo para profissionais cujo trabalho incida sobre o território de Viana do Castelo." Contempla um Prémio Carreira e um Prémio de Reabilitação Urbana.
Viana Praxis
Conferências, Entrega de Prémios, Exposição
16 de julho a 5 de agosto de 2021
Município de Viana do Castelo
Amanhã, 16 de julho, o Município de Viana do Castelo inaugura a primeira edição de Viana Praxis, iniciativa que pretende distinguir e estimular profissionais, cujo trabalho incida sobre o território de Viana do Castelo, e que contempla a atribuição de um Prémio de Reabilitação Urbana e de um Prémio Carreira, a realização de um conjunto de Conferências em torno deste tema e a apresentação de uma Exposição nos Antigos Paços do Concelho. Esta primeira Exposição conta, este ano, com o apoio da Fundação Marques da Silva e manter-se-á aberta ao público até 5 de agosto. A entrega de Prémios será transmitida em streaming através do facebook da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Alexandre Alves Costa distinguido com a Medalha de Mérito da Cidade do Porto
Alexandre Alves Costa recebeu ontem a Medalha de Mérito da Cidade - Grau Ouro. A cerimónia de atribuição de Medalhas de Honra, Mérito e Bons Serviços, presidida pelo Dr. Rui Moreira, decorreu na Casa do Roseiral, abrangendo todos os indigitados em 2020 e 2021.
Arquiteto, Professor Catedrático Jubilado da FAUP, investigador, comunicador e autor de um vasto conjunto de artigos e ensaios na área da crítica e história da Arquitetura, Alexandre Alves Costa exerce a profissão liberal desde 1970. Com Sergio Fernandez fundou o Atelier 15, espaço de criação e projeto com obra construída, premiada e quase totalmente publicada. A atual distinção vem juntar-se ao Prémio AICA/MC 2007, Prémio Municipal de Arquitectura Diogo de Castilho (2009), Prémio Europa Nostra (2010) e a atribuição do grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant´Iago de Espada, durante a Presidência do Dr. Jorge Sampaio. Alexandre Alves Costa é membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva.
Fundação Marques da Silva e APJAR assinam Protocolo de Cooperação
Os representantes da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira (Presidente) e Luís Urbano (Vice-Presidente), e da Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha (APJAR), Conceição Melo (Presidente), assinaram ontem, na Casa-Atelier José Marques da Silva, um Protocolo de Cooperação Institucional.
Pensado enquanto instrumento operacionalizador de ações a desenvolver conjuntamente pelas duas instituições, já que ambas partilham uma mesma matriz, assente na salvaguarda e disponibilização de Arquivos de Arquitetos, o presente Protocolo formaliza e fixa essa vontade de estabelecimento de parcerias e colaborações futuras que visem incentivar a investigação, o intercâmbio cultural e a divulgação de conhecimentos em áreas de interesse comum.
Na passada sexta feira, com o lançamento do livro de Eduardo Fernandes, A Escrita do Porto: Antecedentes, foi cumprida a primeira etapa de um itinerário que traça a história de um processo complexo e suscetível de múltiplas interpretações: a formação e consolidação da Escola do Porto. Aquele que é o primeiro de dez volumes inicia-se com José Marques da Silva, raiz longínqua, e termina com o prenúncio da afirmação de uma figura fulcral para a estabilização deste processo, Fernando Távora.
A sessão de lançamento contou com as intervenções de Sergio Fernandez, de Paulo Tormenta Pinto, do autor do Livro e dos representantes dos editores, Luís Urbano, pela Fundação Marques da Silva, e José Ribeiro, pelas Edições Afrontamento. Em conjunto, refletiram sobre a ideia agregadora que preside à Escola do Porto, estabelecendo um diálogo onde transpareceu a importância de regressar a este tema, aportando novos contornos e leituras que um crescente distanciamento temporal necessariamente transporta.
Lançamento do livro A Escrita do Porto: Antecedentes de Eduardo Fernandes
Hoje, no Palacete, com Sergio Fernandez e Paulo Tormenta Pinto
Hoje, no Palacete Lopes Martins, é dia de lançamento deA Escrita do Porto: Antecedentes. Para apresentar este livro de Eduardo Fernandes, onde se fala do legado de Marques da Silva, do dilema da primeira geração moderna e do legado de Carlos Ramos, foram convidados Sergio Fernandez, autor do prefácio, e Paulo Tormenta Pinto, Diretor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo do ISCTE, autor de uma tese de doutoramento sobre Cassiano Branco.
Na imagem*, o edifício DKW, de Arménio Losa e Cassiano Barbosa, arquitetos formados na Escola do Porto e também dois dos protagonistas do período de transição entre Marques da Silva e Carlos Ramos. Arménio Losa chegou mesmo a ser convidado por Carlos Ramos para assistente da recém-criada Cadeira de Urbanologia, cargo que viria a ser impedido de desempenhar por censura da PIDE.
A sessão tem início às 18h e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
* Fotografia de Mário Novais, 1953, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian.
A Escrita do Porto: Antecedentes
Lançamento do livro de Eduardo Fernandes
com Sergio Fernandez e Paulo Tormenta Pinto
Fundação Marques da Silva, 2 de julho, 18h
A Escrita do Porto: Antecedentes é o primeiro de 10 volumes que, no seu conjunto, trazem a resposta de Eduardo Fernandes à pergunta: de que é que se fala, quando se fala da "Escola do Porto"? O autor aborda, neste livro prefaciado por Sergio Fernandez, os Antecedentes da Escrita do Porto, isto é, o contexto da arquitetura portuguesa na primeira metade do século XX, revisitando o legado de Marques da Silva, o dilema da primeira geração moderna e o legado de Carlos Ramos. Aqui, a palavra "escrita" é usada com o sentido de "registo de uma ideia emergente", que se reconhece em texto, mas também em desenho e em obra.
A sessão de lançamento decorrerá no Palacete Lopes Martins, no dia 2 de julho, às 18h. A apresentação estará a cargo de Sergio Fernandez e Paulo Tormenta Pinto. O acesso é livre, condicionado à lotação do espaço. Caso pretenda garantir lugar, basta enviar email (fims@reit.up.pt) e pedir para reservar.
O livro A Escrita do Porto: Antecedentes é coeditado pela Fundação Marques da Silva, as Edições Afrontamento e o Lab2PT- Laboratório de Paisagens, Património e Território da Universidade do Minho, e conta com o apoio do Centro de Documentação da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Os livros proporcionaram a João Queiroz as viagens que nunca chegou a realizar e converteram-se também em preciosos instrumentos de trabalho ao longo da sua vida de arquiteto. Ao percorrer a sua Biblioteca, hoje preservada na Fundação Marques da Silva, pressente-se a sua vontade de conhecimento do “estado do mundo da arquitetura”. Uma rápida consulta aos títulos e logo ganham forma os temas sobre os quais iam recaindo os seus interesses, como, por exemplo, montras para casas comerciais. Ele, que viria a ser o autor da icónica montra para a Perfumaria Tinoco, na rua de Santa Catarina, no Porto.
Em Projecto e Circunstância: A coerência na diversidade da obra de Rogério de Azevedo, Ana Alves Costa interpreta de forma inovadora o legado de um arquiteto que urge (re)descobrir. O livro, editado pela Fundação Marques da Silva e pelas Edições Afrontamento, foi ontem apresentado no âmbito de uma homenagem a Rogério de Azevedo, promovida pela Saba, na Garagem do Comércio. Está agora disponível para leitura e pode ser adquirido nos pontos de venda habituais, entre os quais a loja online da Fundação Marques da Silva.
Até ao final desta semana, e no decurso da homenagem ontem realizada a Rogério de Azevedo, poderá ser visitada uma pequena exposição de plantas e fotografias do projeto para a Garagem de O Comércio do Porto, organizada pela empresa municipal de Cultura do Porto, a Ágora, e que pode ser visitada no último piso deste equipamento até domingo.
Projecto e Circunstância: a coerência na diversidade da obra de Rogério de Azevedo, de Ana Alves Costa
A Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento lançam um novo livro
Projecto e Circunstância: a coerência na diversidade da obra de Rogério de Azevedo, de Ana Alves Costa é o novo projeto editorial da Fundação Marques da Silva, a publicar em parceria com as Edições Afrontamento.
O lançamento deste livro, que conta com um prefácio de José Miguel Rodrigues, decorrerá hoje, dia 21, na Garagem Comércio do Porto, no âmbito de uma homenagem ao Arquitecto Rogério de Azevedo organizada pela Saba, a empresa gestora deste equipamento, projetado por Rogério de Azevedo e uma das suas obras mais emblemáticas, já classificado como Monumento de Interesse Público. Devido ao contexto que atravessamos, a sessão será de acesso restrito, mas o livro passará a estar disponível para aquisição nos pontos de venda habituais (incluindo loja online da Fundação).
Dedicado aos nossos amigos arqueólogos
Escritos Escolhidos Especial, com Alexandre Alves Costa
Jornadas Europeias da Arqueologia
No terceiro fim-de-semana de junho, em todos os países membros do Conselho da Europa, realizam-se as Jornadas Europeias da Arqueologia. Para assinalar o momento, a Fundação Marques da Silva preparou um Escritos Escolhidos em formato especial. O texto seleccionado, “dedicado aos nossos amigos arqueólogos”, é da autoria de Alexandre Alves Costa e nele se propõe um regresso a Idanha-a-Velha, lugar de muitos passados requalificado pelo Atelier 15 entre 1994 e 2010. Um longo processo de transformação, enriquecido pela presença no terreno de "historiadores, antropólogos, arquitetos e sobretudo arqueólogos, de cuja perspicaz avaliação se foi retirando alguma convicção."
Neste Escritos Escolhidos será o próprio autor a ler o texto, com a sua voz a sobrepor-se a registos de imagem que nos remetem para esta aldeia da Beira Baixa, classificada, pelo importante conjunto arqueológico e arquitetónico que nela se preserva, Monumento Nacional em 1997.
OFF-SHORE, James Newitt
Fundação Marques da Silva
14.05 - 27.06.2021
«Off-Shore» é uma instalação composta por materiais encontrados e animações, com foco numa iniciativa utópica localizada no meio do mar. «Off-Shore» é um convite para reimaginar o mar como um espaço extraterritorial — com um estatuto legal ambíguo e uma nova fronteira para o armazenamento de dados — e um trabalho que não deixa de ser crítico das ideologias capitalistas e muitas vezes colonialistas que podem estar subjacentes a este esforço de reimaginação.
Organização e Produção: Ci.CLO
Co-produção: Câmara Municipal do Porto
Mecenas: Banco BPI, Fundação "la Caixa"
Apoio Financeiro: Direção-Geral das Artes
Parceiros: Fundação Marques da Silva
Ontem, no Palacete da Fundação Marques da Silva, retomou-se o prazer do encontro, da conversa em tempo real entre Manuel Correia Fernandes, José António Lameiras e Teresa Marat-Mendes, moderada por David Viana e Sofia Aguiar. Uma sessão onde também o público presente fez questão de intervir.
Falou-se do percurso de Manuel Marques de Aguiar, das suas referências e da linha coerente que estabeleceu entre a vida e a profissão. Em particular, abordou-se a sua ligação a Espinho, o tempo longo que dedicou a conhecer e a planear a organização deste território urbano. Abrindo o horizonte a outros terriórios e tempos, sublinhou-se a importância do desenho, a necessidade de pisar o chão, de dirigir a atenção ao outro para poder responder às suas preocupações. Mas também se realçou a imponderabilidade que condiciona o ato de pensar o território hoje, de um futuro cada vez mais imprevisível, da força do contexto. Referiu-se a complexidade de um processo de natureza intrinsecamente participativa, que deverá estar ao serviço de uma comunidade, da urgência em repor uma garantia de confiança nos elementos decisores, do facto de um plano urbano traduzir sempre uma vontade política de fazer "cidade", conceito cada vez mais difícil de definir.
O próximo encontro decorrerá a 29 de setembro e tem já confirmadas as presenças de Álvaro Domingues e Teresa Heitor. A moderação estará a cargo de David Viana e Marta Aguiar.
A sala de jantar do Palacete volta a abrir-se para receber Manuel Correia Fernandes, Teresa Marat-Mendes e José Lameiras. Será uma conversa moderada por David Viana e Sofia Aguiar, sobre Perspetivas do viver urbano. Esta é a notícia em destaque na Newsletter que hoje se publica e que traz já o convite para novas iniciativas.
Perspetivas sobre o viver urbano #1 | 16 de junho, 18h
Manuel Correia Fernandes, Teresa Marat-Mendes e José António Lameiras
moderação a cargo de David Viana e Sofia Aguiar
Inscrições abertas
Uma parte significativa do percurso profissional de Manuel Marques de Aguiar passou pelo desenvolvimento de estratégias de ordenamento da região Norte do país, nos Serviços de Urbanização da Direção-Geral de Organização do Território. Enquanto arquiteto-urbanista liberal, Marques de Aguiar dedicou-se igualmente ao planeamento urbano, área onde o trabalho realizado para o município de Espinho veio a adquirir particular evidência. Mas também colocou o conhecimento adquirido em França ao serviço do município do Porto, enquanto interveniente ativo na vinda de Robert Auzelle, e no desenho de toda a orla marítima desde Leça até à Foz do Douro, território por si habitado e onde acabará por cruzar o dever e o coração.
Para este primeiro encontro (o segundo decorrerá a 29 de setembro), organizado no contexto da exposição atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva, O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, estarão presentes o arquiteto Manuel Correia Fernandes, cuja extensa carreira enquanto arquiteto e professor, também passou pela coordenação do Programa de Revitalização e Requalificação da Baixa do Porto, em 2001, ou pelo exercício de funções na CMP, designadamente como Vereador do Urbanismo entre 2013 e 2017; o engenheiro José António Lameiras (uma vez que a arquiteta Sandra Almeida, Chefe de Divisão de Planeamento e Projetos Estratégicos da CM de Espinho, devido a um imprevisto, não poderá comparecer), docente do Centro Regional das Beiras da Universidade Católica Portuguesa e perito do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território para a elaboração da Lei do Solo, detentor de uma vasta experiência profissional em planeamento urbanístico; e a arquiteta Teresa Marat-Mendes, cuja atividade científica (é Professora no Iscte e coordenou vários projetos para o DINÂMIA CET-IUL) se tem vindo a centrar nas áreas da Morfologia, Metabolismo, Desenho e Sustentabilidade Urbana, Arquitetura e Urbanismo Português Contemporâneo.
A moderar a sessão, estarão o curador da Exposição, o arquiteto David Viana, Chefe da Divisão de Planeamento da CM de Matosinhos, investigador no ISTAR-Iscte e membro do Conselho Científico do PNUM e do Conselho Editorial da Revista de Morfologia Urbana; e a arquiteta Sofia Aguiar, filha do arquiteto Manuel Marques de Aguiar que vive e trabalha entre Porto e Havana, pertencendo ao grupo de artistas que fundou e gerou o Movimento Cultural FAC (Fábrica de Arte Cubana). Sofia Aguiar é igualmente curadora/artista e dinamizador de múltiplos projetos tendo, a convite da Ministra da Cultura da Bolívia, realizado um estudo para a criação de "indústrias culturais" sustentáveis.
Para garantir a presença e participação neste encontro, que decorre no Palacete da Fundação Marques da Silva, no próximo dia 16 de junho, com início às 18h00, pede-se apenas a realização de uma inscrição prévia, através do email fims@reit.up.pt.
Perspetivas sobre o viver urbano #1 | 16 de junho, 18h
com Manuel Correia Fernandes, Teresa Marat-Mendes e Sandra Almeida
moderação de David Leite Viana e Sofia Aguiar
Palacete da Fundação Marques da Silva
Perspetivas sobre o viver urbano é o mote para dois Encontros pensados no contexto da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar e que vão ter lugar no Palacete da Fundação Marques da Silva. Para este primeiro encontro, a acontecer já no próximo dia 16 de junho, com início às 18h00, teremos como convidados Manuel Correia Fernandes, Teresa Marat-Mendes e Sandra Almeida. Numa conversa moderada por David Leite Viana e Sofia Aguiar, será evocado o percurso profissional de Manuel Marques de Aguiar, cujo arquivo foi doado à Fundação Marques da Silva, como ponto de partida para uma análise do sentido da construção de vivências coletivas em espaços urbanos e do papel que a arquitetura e o urbanismo desempenham nessa mesma construção.
A entrada é livre, mas a lotação máxima do espaço é de 30 lugares. As inscrições, previamente obrigatórias por email (fims@reit.up.pt), encontram-se abertas a partir de hoje, dia 9 de junho, dia em que também se assinala o Dia Internacional dos Arquivos.
A Fundação Marques da Silva despede-se, com profunda tristeza, do Professor António Cardoso. Numa singela homenagem ao principal mentor deste projeto e membro do seu Conselho Geral, recordamos as qualidades humanas que sempre o distinguiram, a atenção ao outro, a sua perserverança, bonomia e espírito conciliador; e a qualidade do seu percurso profissional, como investigador - até à data permanece o autor do estudo mais abrangente e sistematizado do arquiteto José Marques da Silva -, como professor, como divulgador e como artista.
O funeral realiza-se amanhã, em Amarante, às 18h00.
António Cardoso Pinheiro de Carvalho nasceu em Amarante em 1932.
Concluiu o Curso do Magistério Primário em 1951. A sua formação artística iniciou-se com a frequência da Academia Alvarez (anos 50) e da Escola Superior de Belas Artes do Porto (1965-1966). A sua ligação a Amarante e ao Museu Amadeo de Souza Cardoso determina o convívio, nos anos 50, com Albano e Victor Sardoeira. Foi através dele que se realizaram em Amarante exposições de Arte Moderna, organizadas pela Galeria Alvarez e que se realizaram no Porto exposições de Amadeo de Souza Cardoso, num intercâmbio cultural que se prolongaria tempo fora. Nos anos 60 integrou o Instituto de Meios Audiovisuais e o Instituto de Tecnologia Educativa, apresentando programas de Televisão Escolar entre 1963 e 1965. Entre este ano e 1974, foi realizador da Televisão Educativa e da Telescola/ITE. Foi director do Curso do CPTV / ITE (1977-1981) e coordenou diversas acções de formação de Professores do Ensino Básico e Secundário, e de Professores do CPTV, difundidas pela RTP do Instituto de Tecnologia Educativa. Paralelamente, frequentava a Faculdade de Letras da Universidade do Porto onde se licenciou em História, em 1974. A partir de 1981 integrou o quadro de docentes do Curso de História, variante de Arte, da Faculdade de Letras, tendo leccionado, entre outras, as cadeiras de Sociologia da Arte e História da Arte do século XX. Leccionou ainda no Mestrado de História de Arte do Departamento de Ciências e Técnicas do Património, nos Seminários de Verão orientou teses de mestrado e de doutoramento e coordenou diversas visitas guiadas e exposições. Em 1982, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, visitava a Bienal de Veneza e a Documenta 7, de Kassel. Doutorou-se em História da Arte com uma tese que viria a ser editada com o título O Arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do país na primeira metade do século XX (Faup Publicações, 1997). O trabalho desenvolvido para a tese de doutoramento conduziu à doação do legado de Marques da Silva à Universidade do Porto, que viria a dar origem ao Instituto Arquitecto José Marques da Silva, em 1994. Representou a Faculdade de Letras da Universidade do Porto na Comissão do Património da Câmara Municipal do Porto, entre 1996 e 2001. O seu interesse pelo património artístico e arquitectónico também tinham já determinado que ocupasse o lugar de delegado da Junta Nacional da Educação, em Amarante, tendo estado ligado à classificação do património arquitectónico daquela localidade. É investigador na área da história da arquitectura e da pintura, tendo publicado numerosos textos e ensaios em catálogos de exposições. Foi responsável científico de importantes exposições na cidade do Porto: Marques da Silva/Arquitecto 1896/1947 (Casa do Infante, 1986); Casa de Serralves, retrato de uma época (Casa de Serralves 1988); e Aguarelas de Marques da Silva (Instituto Marques da Silva, 2001). Tem divulgado particularmente a obra de Amadeo de Souza Cardoso, em Portugal e no estrangeiro. Director do Museu Amadeo de Souza Cardoso, em Amarante, a partir dos anos 90, tendo sido responsável pelo catálogo da colecção do museu, editado em 1997. Realizou exposições individuais na Galeria Divulgação, em 1967, no Porto, e no Museu Amadeo de Souza Cardoso, em 1979, em Amarante. Participou em numerosas exposições colectivas, nomeadamente, nas seguintes: Exposições anuais e itinerantes da Academia Alvarez (1955-1962); Salões dos Novíssimos (1958-1964); Salões de Arte Moderna da SNBA (1958-61); II Exposição de Artes Plásticas da FCG (1961); Claro / Escuro, SNBA (1964); XV Exposição Magna da ESBAP (1966); Exposições do Cinquentenário da morte de Amadeo de Souza Cardoso (1969); Levantamento da Arte do Século XX no Porto, MNSR e FCG (1975); [+] de 20 grupos e episódios do Porto do séc. XX, Galeria do Palácio (2001); 50 Anos Depois, Galeria Alvarez (2004) e Amarante em Wiesloch, Alemanha (2004). Recebeu o Prémio dos Críticos de Arte para a Representação Portuguesa na I Bienal de Paris, de 1959. A sua actividade profissional é vasta e invulgar, uma vez que se reparte pelas áreas do ensino, da investigação histórica e da prática artística. Embora o seu empenho na área das humanidades possa ter ofuscado a sua actividade artística, António Cardoso nunca deixou de desenhar e de pintar, sendo certo que esta prática continuada que manteve foi, a partir de certa altura, menos divulgada do que o seu trabalho de professor universitário. Professor, museólogo, conferencista e crítico de arte, António Cardoso foi membro da APOM (Associação Portuguesa de Museologia), da ARPPA (Associação Regional do Património Cultural e Natural) e é membro da Associação Internacional dos Críticos de Arte (Secção Portuguesa).
Modos de editar: entre a cópia e o original | #2 Exposição
Concluídas as residências e workshops desta quinta edição de Modos de Editar: entre a cópia e o original, é agora possível apreciar o trabalho neles desenvolvido. A exposição pode ser visitada ao longo da semana, entre as 14h e as 18h, no Palacete da Fundação Marques da Silva. A entrada é livre.
5º seminário Modos de editar: Entre cópia e original
A quinta edição do seminário Modos de Editar: Entre cópia e original vem trazer um novo olhar sobre o ozalid. Em diálogo com o espaço e os arquivos da Fundação Marques da Silva, alunos e professores da Faculdade de Belas Artes da U.Porto estão a realizar residências e workshops que têm como ponto de partida a reativação desta técnica de reprodução de imagem. Os trabalhos que têm vindo a ser produzidos ao longo desta semana ficarão expostos no Palacete da Fundação, juntamente com algumas peças desenhadas da autoria de José Marques da Silva para a Escola de Belas Artes do Porto e objetos e instrumentos originais, com particular destaque para os provenientes do atelier do arquiteto António Menéres.
A exposição poderá ser visitada de 31 de maio a 5 de junho, entre as 14h e as 18h.
Entrada livre.
5º seminário Modos de editar: Entre cópia e original
Residências - Workshops - Exposição
Fundação Marques da Silva
24 de maio a 5 de junho
O 5º seminário Modos de editar: Entre cópia e original, sob coordenação de Graciela Machado e Rui Santos, pretende continuar a explorar as possibilidades formais, estéticas e conceptuais encerradas no uso dos meios reprográficos por artistas, designers e arquitectos através da realização de residências, workshops, exposição e seminário.
Esta edição do Seminário foi pensada como um espaço de partilha de experiências de investigação e artísticas em torno da tecnologia reprográfica do Ozalid, explorando três eixos de observação que possibilitem a compreensão e ampliação do seu legado histórico, da sua preservação ou da sua utilização em contextos artísticos e gráficos no presente: · O arquivo e problemas de conservação
· Testemunhos de quem cuida de coleções Design/Arte
· Os atuais produtores e os autores. Projetos editoriais que recorrem ao uso de ferramentas de produção efémeras e suportes mutáveis.
O eventodesenrola-se em dois momentos distintos:
- entre 24 de maio e 5 de junho, na Fundação Marques da Silva, docentes e estudantes da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) vão ensaiar e desenvolver trabalhos de estudo de categorias de imagem realizados a partir de peças desenhadas por José Marques da Silva para a então Escola de Belas Artes do Porto e com recurso a materiais cedidos pelo Arq.to Antonio Menéres. Propostas que consideram o uso prático e simbólico de um território físico e imaterial hoje ocupado pela FBAUP na cidade do Porto e que ficarão expostas ao público na semana que se inicia a 31 de maio;
- no último trimestre de 2021, na FBAUP, para debate e reflexão do trabalho entretanto realizado.
Dell´ organizzazione dello spazio
de Fernando Távora, com tradução de Carlotta Torricelli
É hoje lançado em Itália o livro de Fernando Távora, Da Organização do Espaço, com tradução de Carlotta Torricelli. Trata-se de um projeto da editora Nottetempo que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da família deste autor-arquiteto.
Escrito em 1962, sob o impacto da viagem aos Estados Unidos e ao Japão, Da Organização do Espaço respondeu a uma exigência académica integrada no concurso para Professor à Escola Superior de Belas Artes do Porto. As preocupações então expressas por Fernando Távora denotam o seu entendimento da arquitetura e urbanismo português e internacional daqueles anos, das circunstâncias de uma época. Síntese dos estudos teóricos empreendidos no final da década de 40, sucessivamente atualizada e aprofundada no evoluir da prática profissional e letiva, trata-se de um exercício ensaístico revestido de atualidade que convida à sua leitura, como as várias reedições e agora esta versão em língua italiana vêm confirmar.
A vida dos desenhos: uma experiência imersiva nos jardins da Fundação
Dia Internacional dos Museus 2021, 18 de maio
E se os desenhos de Manuel Marques de Aguiar ganhassem vida e invadissem os jardins da Fundação Marques da Silva? Este é o ponto de partida para a instalação de arte digital que o Coletivo 7 criou no contexto da exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar. E assim, a partir de 18 de maio, em Dia Internacional dos Museus, os desenhos estendem-se da Casa-Atelier para os jardins, proporcionando aos visitantes uma experiência imersiva audiovisual, com recurso a realidade aumentada. Apenas é necessário descarregar a app “MMA_desenha_vida” e seguir as instruções disponíveis no local. Os visitantes devem ainda trazer os seus auriculares para potenciar a experiência. A entrada é livre.
Off-Shore é a exposição que hoje se dá a conhecer no Palacete da Fundação Marques da Silva. A ela cabe o destaque da Newsletter de maio. Mas há mais novidades.
Exposição | Off-Shore
James Newitt
Fundação Marques da Silva, 14 de maio a 27 de junho
Bienal de Fotografia do Porto 2021
A Fundaçao Marques da Silva vai acolher, entre 14 de maio e 27 de junho, a exposição Off-Shore, de James Newitt. Programada no âmbito da edição 2021 da Bienal de Fotografia do Porto, Off-Shore é uma instalação composta por materiais encontrados e animações, com foco numa iniciativa utópica localizada no meio do mar. Off-Shore é um convite para reimaginar o mar como um espaço extraterritorial — com um estatuto legal ambíguo e uma nova «fronteira» para o armazenamento de dados — e um trabalho que não deixa de ser crítico das ideologias capitalistas e muitas vezes colonialistas que podem estar subjacentes a este esforço de reimaginação.
Organizada pela Ci.CLO Plataforma de Fotografia, a Bienal de Fotografia assumiu como tema para a edição de 2021 "O que Acontece com o Mundo Acontece Connosco". Nela estarão presentes 16 curadores e 46 artistas nacionais e internacionais.
Aexposição patente ao público no primeiro piso do Palacete Lopes Martins, pode ser visitada de segunda a sábado, das 14h às 18h. Acesso gratuito.
Este sábado ainda poderá visitar a exposição o Desenho da Vida na obra de Marques de Aguiarentre as 10h00 e as 12h30, mas a partir da próxima semana, retomamos os horários normais: de segunda a sábado, das 14h às 18h.
Prémio Fernando Távora
Lançamento da 17ª Edição
Sessão em formato digital - 7 de maio 2021
Com transmissão direta via facebook, a Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos vai lançar, no próximo dia 7 de maio, pelas 19h, a 17.ª Edição do Prémio Fernando Távora, iniciativa que continua a ter como uma das suas entidades parceiras a Fundação Marques da Silva.
A crise pandémica condicionou, de modos diferentes, a realização dos dois últimos prémios pelo que a sessão vai contar com uma presença virtual dos anteriores premiados, que farão um enquadramento sucinto dos projetos galardoados e das influências sofridas pelo impedimento ou condicionamento de viajar.
Nesta sessão serão ainda revelados os membros do júri, que é renovado anualmente e inclui, para além do representante do Conselho Diretivo Regional da OA e dos representantes indicados pelos parceiros, uma figura de relevo cultural externa ao campo disciplinar da arquitetura e um elemento designado em conjunto com a família do arquiteto Fernando Távora.
What Women? Reflexões e Práticas
Seminário em formato digital
13 de maio, 15h00
"What Women?", um dos 11 eixos temáticos do projeto (EU)ROPA - Rise of Portuguese architecture, pretende fazer um levantamento da emergência histórica e presença/ausência das mulheres no contexto da arquitetura portuguesa, alargando a discussão à reflexão e à prática dos feminismos na história em Portugal.
O seminário em formato online do próximo dia 13 de maio que o cartaz com um desenho de Maria José Marques da Silva anuncia insere-se nesta linha de investigação. Organizado e com moderação dos Investigadores Principais dos projetos "(EU)ROPA" e "W@ARCH", respetivamente Jorge Figueira e Patrícia Santos Pedrosa, vai contar com a participação de Adriana Bebiano, Ana Tostões e Irene Pimentel.
Perspetivas sobre a Arquitetura e a Cidade
Conversa aberta / MAM 2021
Fórum da Maia, 3 de maio, 20h30
Álvaro Domingues, Francisco Vieira de Campos e Mário Nuno Neves vão falar sobre Arquitetura e Cidade, no próximo dia 3 de maio, às 20h30, no Fórum da Maia. Esta conversa aberta, com moderação de Carlos Magno, acontece no âmbito da edição 2021 do Mês da Arquitetura da Maia.
Inscrição gratuita, mas obrigatória. Basta enviar um email para infocultura@cm-maia.pt
Tão Longe, tão perto: Atelier 15 em diálogo com Luís Urbano
FAU Encontros
Hoje, às 18h00
Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (Atelier 15), em diálogo com Luis Urbano e mediação de Marta Bogéa, é o primeiro encontro de 2021 da série Tão longe, tão perto, programada no âmbito do FAU Encontros.
Este evento virtual, com transmissão simultânea entre Porto/Portugal e São Paulo Brasil pode ser acompanhado pelo YouTube (clique aqui).
O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
Abriu, no passado sábado, a nova exposição da Fundação Marques da Silva, "O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar". E há tanto para descobrir!
De segunda a sexta, das 14h às 18h e aos sábados, das 10h às 12h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
“Acordam-nos às 10.30 da manhã. Miseravelmente tarde. O Domingos abre a janela do nosso quarto. Fico excitadíssimo. Está tudo completamente coberto de neve. As casas ganham um sabor extraordinário. Recortadas no branco dos telhados, dos campos e dos caminhos, as paredes são figuras geométricas castanho-escuras. Vestimo-nos a correr. Pequeno almoço magnífico, à lareira e regado a aguardente. Insisto em que tenho quarto, mas não serve de nada. A minha casa é aqui. O Sr. Pedro diz que nos encontrava a faltar, tanto como se fôssemos seus filhos. O Domingos e eu vamos ao carro que também está coberto de neve. Tiramos tudo quanto lá está dentro, para o quarto. Fico surpreendido quando o abro; está atulhado de coisas. Lá vamos metendo tudo. Insistem para que meta o carro numa loja. O tio Zé Cubano oferece-me a sua e, com a ajuda do Domingos e do António que tiram um carro de bois de lá de dentro, lá fica. Almoçamos e a tarde passa-se depressa. Distribuo algumas coisas que trouxe, visito pessoas amigas. Paro em casa da tia Emília. O Emídio morto por ver-me. Já tinha ido procurar-me. Vou a casa da tia Domingas, que fica muito satisfeita com a lata. Depois vou a casa do Sr. Mariano levar o brinquedo ao Augusto. Vem comigo levar-me à luz o Alexandre. Serão 4 e meia e já é noite. Está a família toda sentada a volta da lareira, comendo castanhas assadas. Os miúdos, sem que ninguém lhes diga nada, descascam-nas para mim. Lá estou um bocado na conversa. Depois vou a casa da Vitória. Mesmo de noite, noto qualquer coisa de estranho; rebocaram a casa exteriormente e por dentro também. O Bernardino está doente. A Vitória mostra-me a casa, que por dentro ficou bem. O Alfredo fica radiante com o comboio. Ainda passo por casa do Sr. Pedro. Depois vou cear a casa da Sra. Maria Teresa. O tio Farruco sempre bem-disposto e a mulher também. Depois apareceu o Sr. Pedro, a Sra. Ana Maria e o Domingos. Passou-se bem e depressa a noite. Continuamente a comer e a beber ou vinho ou aguardente, peras assadas, carne, chocolate, etc. Regressamos. Ainda ouvimos um pouco de música (agora é todas as noites) e estivemos ao fogo. Depois cama. Ainda continua tudo nevado.”
Esta é a entrada do dia 1 de Dezembro de 1963 do inédito “Diário de Campo”, escrito por Sergio Fernandez para o seu CODA sobre Rio de Onor. Essa experiência, que marcou profundamente o seu futuro percurso profissional, foi relatada na entrevista feita a propósito da exposição “Mais que Arquitectura” e pode ser revista aqui. Sergio Fernandez celebra hoje o seu 84º aniversário.
O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
Na Fundação Marques da Silva a partir de hoje!
Reabrem-se as portas da Casa-Atelier José Marques da Silva para uma nova exposição. O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar aí está a aguardar a sua visita. Hoje, em dia de abertura, a entrada é livre.
Townscape, de Gordon Cullen, publicado em 1961, foi um livro que exerceu um grande impacto na comunidade de arquitetos e urbanistas da época. Não é por isso de estranhar a sua presença na biblioteca de muitos arquitetos portugueses, caso de Fernando Távora, Alcino Soutinho, Octávio Lixa Filgueiras ou de Manuel Marques de Aguiar. Cullen distingue-se também pela forma como exemplifica o conceito de paisagem urbana, recorrendo ao desenho para demonstrar análises dinâmicas e humanizadas dos espaços urbanos. Influência que se pressente, por exemplo, quer na forma como Manuel Marques de Aguiar capta as paisagens que desenha, quer no Relatório elaborado em 1965 a propósito do XXII Congresso da Federação Internacional de Arquitetura e Urbanismo, em Viena, com passagem por algumas cidades europeias.
Saiu a Newsletter de abril com a notícia de uma nova exposição em destaque! É já no próximo sábado, 24 de abril, a abertura de O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar.
Há um novo arquiteto na Fundação Marques da Silva: José da Cruz Lima
O acervo do arquiteto José da Cruz Lima passou a fazer parte da Fundação Marques da Silva. Natural de Luanda, cedo veio a fixar-se no Porto. Aluno de José Marques da Silva, defendeu o CODA, na Escola de Belas Artes do Porto em dezembro de 1945, com o programa "Uma residência particular". Foi colaborador de Januário Godinho, vindo posteriormente a desenvolver uma longa carreira como profissional liberal e como arquiteto da Câmara Municipal de Ovar. Tem obra projetada e construída no Porto, Matosinhos, Ovar e Torreira. A sua biblioteca profissional, peças desenhadas e escritas, fotografias e mobiliário profissional constituem o acervo que em breve poderá ser alvo do olhar e do interesse de investigadores.
O Desenho da Vida na obra de Manuel Marques de Aguiar
Exposição | Casa-Atelier José Marques da Silva
24 de abril a 30 de setembro
A Casa-Atelier José Marques da Silva tem uma nova exposição pronta a inaugurar!
A partir do dia 24 de abril, a exposição O desenho da vida na obra de Manuel Marques de Aguiar, com curadoria de David Leite Viana, deixa ver o traço inconfundível de um arquiteto/urbanista que, entre muitas outras obras e geografias, desenhou a Escola Francesa, definiu estratégias para o ordenamento da região norte, planeou a imagem urbana de Espinho e pensou a reconstrução de Angra do Heroísmo, após o terramoto de 1980. Ao longo de 5 núcleos temáticos, a exposição revela projetos, desenhos e memórias de um intenso processo de pesquisa, às vezes intuitivo, outras vezes sistemático, orientado para a definição de valores e prioridades de transformação do espaço. Mas revela, também e sobretudo, o seu modo único de olhar e apreender a vida, os ambientes que o rodeiam, o seu quotidiano tecido de afetos.
A Escola Francesa do Porto:
Escritos Escolhidos #21 e desenho inédito de Manuel Marques de Aguiar
DIMS 2021
A Escola Francesa do Porto, construída nos primeiros anos da década de 60, é um exemplo bem-sucedido de cooperação entre as comunidades francesa e portuguesa. Foi projetada por Manuel Marques de Aguiar, Carlos Carvalho Dias e Luiz Cunha, um conjunto de então jovens arquitetos que viriam a desenvolver um percurso de relevo e a marcar o desenho urbano do país e da cidade do Porto em particular.
A construção desta Escola, graças aos esforços de vários intervenientes de ambos os países envolvidos, ajudou a configurar a zona da cidade onde se encontra implantada. Entre a sua arquitetura e o projeto pedagógico e formativo que a anima, congrega hoje significados e valores que representam uma herança comum.
A história do seu projeto será contada no podcast “Escritos Escolhidos" e acompanhada pela divulgação deste desenho inédito da autoria de Manuel Marques da Aguiar. Com eles, a Fundação Marques da Silva assinala a sua participação no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.
O Grupo de Moradias Populares do Aleixo, projetado no início dos anos 70 pelo arquiteto Manuel Teles, com o apoio da restante equipa da Repartição de Construção de Casas da Direcção dos Serviços de Habitação da Câmara Municipal do Porto, foi começado a construir em ditadura, inaugurado na véspera da revolução e ocupado clandestinamente durante o processo revolucionário. Agora, em democracia, o Aleixo existe apenas como memória. Numa decisão geradora de acesas discussões e polémicas, foram demolidas as 5 torres que o formavam e, em 2019, realojados os últimos moradores.
Tratou-se de um singular projeto de habitação estatal, pioneiro na sua proposta espacial de relações vicinais em altura, que acompanhou a evolução da cidade e do país. Vai ser este ano apresentado em Veneza a um público internacional, no âmbito da Representação Oficial Portuguesa da Biennale Architettura 2021. Os curadores, o atelier depA architects (Carlos Azevedo, Luís Sobral e João Crisóstomo) e o curador-adjunto Miguel Santos, seleccionaram o Aleixo para a exposição "In Conflit", num gesto que seguramente trará um novo olhar sobre a obra e o seu autor. Manuel Teles faria hoje 85 anos.
Nota: agradece-se à arquiteta Ana Jacinta Reis a partilha desta fotografia, captada em 23 de abril de 2019, prazo limite para saída dos últimos moradores das torres.
Estes são desenhos que projetam um futuro que nunca chegou a acontecer. Representam formas, ensaiam ideias para o preenchimento da esquina da rua dos Dragões, em Chaves. Entre demolições e a abertura de uma nova rua, este lote urbano, em 1985, perseguia um novo significado que Manuel Graça Dias tenta alcançar com a proposta de um edifício para habitação e escritórios, com um primeiro piso comercial. Em Chaves, cidade de particular afeição para este arquiteto, podemos encontrar várias obras construídas de sua autoria, delas sobressaindo o famoso edifício Golfinho. Mas estes desenhos de um cenário suspenso no tempo, apenas pensado, projetado, têm o fascínio de nos devolver o traço e o processo criativo do seu autor, enquanto nos desafiam a contrapor ao real, "ao que é", uma imagem do que poderia ter sido.
A Arquitetura e a Cidade
Mês de Arquitetura da Maia
6 de abril a 16 de maio de 2021
A partir de hoje, 17 projetos que ajudaram a construir a cidade da Maia e o seu centro, entre os quais se destacam os de José Carlos Loureiro, estarão em exposição no Fórum da Maia. São os projetos selecionados por Sérgio Amorim e Nuno Lopes para a edição 2021 do Mês da Arquitetura da Maia. A exposição, que tem por tema "A Arquitetura e a Cidade", conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e pode ser visitada de terça a domingo, das 10h00 às 22h00. Fica patente ao público até 16 de maio.
Reabertura da Exposição "Mais que Arquitetura"
À sua espera!
A partir de hoje, 5 de abril, voltam a abrir-se as portas da Fundação Marques da Silva. A exposição "Mais que Arquitetura" pode ser visitada de segunda a sexta, das 14h00 às 18h00 e aos sábados, enquanto o estado de emergência assim o impuser, das 10h00 às 12h30.
A Mãe de Cristo e as Santas Mulheres no Regresso do Calvário
Esquisso de Alves de Souza
Nesta quadra pascal partilhamos o Esquisso de Alves de Souza "A Mãe de Cristo e as Santas Mulheres no Regresso do Calvário". Trata-se de um trabalho em gesso, um alto relevo classificado em 6.º lugar no concurso semestral da Escola de Belas Artes de Paris. Viria por caminho de ferro para o Porto, em julho de 1910, para constar juntamente com mais três peças do autor, na 19.ª Exposição dos trabalhos escolares dos alunos da Escola Portuense de Belas Artes considerados dignos de distinção no ano letivo de 1909-1910. A peça esteve exposta com o número 185.
Hoje, tal como o painel 184, "Vítimas da Miséria", outro esquisso em gesso do mesmo autor, pertence à coleção de escultura da Fundação Marques da Silva. Refira-se que 1910 é também o ano em que a dupla Alves de Souza e José Marques da Silva recebe a adjudicação do Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular.
A Arquitetura e a Cidade: 17 projetos que marcaram a construção da Maia
Mês da Arquitetura da Maia #6
Fórum, 6 de abril a 16 de maio de 2021
A Arquitetura e a Cidade: 17 projetos que marcaram a construção da Maia [uma leitura da construção do centro da cidade da Maia a partir das arquiteturas e do discurso dos seus arquitetos] é o tema da 6.ª edição do Mês de Arquitetura da Maia, que se inaugura no próximo dia 6 de abril, no Fórum desta mesma cidade, obra projetada por José Carlos Loureiro.
Os seus curadores, os arquitetos Sérgio Amorim e Nuno Lopes, propõem "uma narrativa, entre muitas possíveis, da construção da cidade da Maia e do seu centro [...] uma visão configurada através de um conjunto de obras de arquitetura que, em si próprias, e através das relações que estabelecem com a cidade, são capazes de explicar ou, pelo menos, testemunhar, alguns dos principais processos da transformação urbana ocorrida, em particular, nos últimos sessenta anos." Trata-se de uma exposição que "pretende evidenciar o processo do “fazer arquitetura” – o imenso e extraordinário labor dos que a criam e constroem, umas vezes com maior atenção mediática, outras no silêncio do anonimato." E nela estarão expostos registos que documentam os vários projetos desenvolvidos pelo arquiteto José Carlos Loureiro para o Município da Maia.
Este ano com o apoio da Fundação Marques da Silva, o Mês da Arquitetura da Maia é uma iniciativa da Câmara Municipal da Maia, promovida pelo Pelouro da Cultura, sob vereação do Doutor Mário Nuno Neves.
Poderá ser visitada de terça a domingo, das 10h às 22h, até 16 de maio de 2021.
A Estação de S. Bento é uma das protagonistas do primeiro episódio da segunda série de Architecture the Railways Built. E foi André Tavares quem deu a conhecer o projeto a Tim Dunn, o apresentador deste programa produzido pela Brown Bob Productions para a UKTV Play. Nada como acompanhá-lo e voltar a olhar para esta obra de Marques da Silva. Há sempre algo de novo a descobrir!
Falar de Teatro é também falar de Arquitetura. Quando em 1998 Manuel Graça Dias e Egas José Vieira abraçaram o desafio de pensar um Teatro para Almada tinham apenas à sua disposição um sítio anónimo à espera de um qualquer acontecimento, um rarefeito baldio incompleto. Do compromisso entre forma e função foi nascendo um edifício embrulhado em cor: o Teatro Azul. Com ele se encontrou o sentido do lugar, nele se fundiram os conceitos de modernidade, funcionalidade, dignidade e utilidade social. Um espaço significante e com significado.
A Sala 35; Um guarda florestal patriota; Uma bala perdida
Escritos Escolhidos #20 - Alfredo Matos Ferreira
Escritos Escolhidos, na sua vigésima edição, traz-nos Alfredo Matos Ferreira e a memória de algumas aventuras vividas pelo grupo da mítica Sala 35: Alberto Neves, Alfredo Matos Ferreira, Álvaro Siza, António Menéres, Joaquim Sampaio, Luiz Botelho Dias e Vasco Macieira Mendes.
Raúl Leal: Filosofia e Literatura
Seminário Aberto
Vai decorrer hoje, às 17h00, mais um seminário aberto sobre o projeto de investigação "Raul Leal: Filosofia e Literatura". Nesta sessão, a decorrer na plataforma Zoom, Luísa Malato, Filipe Cortesão, Halwaro Carvalho Freire, Luís Ramos e Renato Epifânio abordarão múltiplas facetas da obra de Raul Leal e será feito um ponto de situação do inventário do espólio de Raul Leal, integrado no acervo de Fernando Távora, na Fundação Marques da Silva.
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores
[...]
Excerto de um "Poema inconjunto", retirado do livro Poemas de Alberto Caeiro (Lisboa, Editorial Ática, 1946) que repousa sobre a poltrona de Fernando Távora. No exterior, nos jardim da Fundação, temos um prenúncio de Primavera. Hoje é também o dia da Poesia.
S. Torcato, a construção de um Santuário, de João Luís Marques
Em 2019, a convite da Fundação Marques da Silva, João Luís Marques apresentou a conferência S. Torcato, a construção de um Santuário: Leitura do projeto a partir do espólio de Marques da Silva, no âmbito de um ciclo organizado pela Irmandade de S. Torcato, Olhares sobre S. Torcato. A investigação então realizada veio revelar uma teia de relações, de alcance internacional, que se projetou até muito recentemente. Em 2020, o Santuário foi elevado à condição de Basílica Menor. Publica-se agora o texto onde se conta a história da sua construção.
Hoje, Mário Bonito faria 100 anos. Nasceu no Porto a 18 de março de 1921. Formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto onde chegou a ser professor por convite de Carlos Ramos. Foi membro fundador do grupo ODAM e deixou marcas na cidade com obras inovadoras para o seu tempo, como o bloco de habitação coletiva "Ouro" (com Rui Pimentel), na rua Fernandes Tomás, o edifício da antiga Livraria Leitura, na rua de Ceuta, ou o bairro da Cooperativa "O lar familiar", no largo Maestro Miguel Ângelo e rua Carlos Dubini. O trabalho na Direção Geral de Urbanização absorveu a maior parte do seu percurso profissional, mas foi sempre um homem atento e interveniente. Escreveu e manteve, ao longo da sua vida, o interesse por várias disciplinas, entre as quais o Cinema e o Teatro. Colaborou com o Teatro Experimental do Porto, para quem projetou cenários, como a imagem documenta. Trata-se de um dos desenhos da peça A Gata Borralheira, um teatro de fantoches produzido pela secção infantil do Cine-Clube do Porto, e agradece-se a Manuel Mendes a sua partilha.
Saiu nova Newsletter da Fundação Marques da Silva a anunciar um desejado regresso da exposição Mais que Arquitectura, que ficará aberta ao público de 5 a 30 de abril. E como a Fundação não tem estado parada, também nela se dá conta de novos projetos e do que tem estado a ser feito.
Manuel Graça Dias
Ana Vaz Milheiro conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que arquitetura" - #12 Media
Manuel Graça Dias, utilizando todos os meios que teve ao seu dispor, soube comunicar como ninguém o seu gosto e conhecimento da arquitetura. Através da palavra, falada e escrita, através da imagem, passando pela rádio, televisão, cinema ou literatura e imprensa, captou a atenção de um público alargado para o universo da arquitetura. Era, portanto, inevitável ser uma figura em destaque na estação dedicada aos mídia da exposição "Mais que arquitectura", para a qual foi expressamente realizado este vídeo que coloca Ana Vaz Milheiro em diálogo com Paula Moura Pinheiro. Uma homenagem a um comunicador inquieto, atento e que acreditava na inteligência do seu interlocutor.
Em pé, ao lado de Álvaro Siza, numa fotografia possivelmente tirada por Alfredo Matos Ferreira onde também estão António Menéres e o pianista Joel Bello Soares, surge o arquiteto Luiz Botelho Dias, um dos membros do grupo formado na "sala 35" que viria a passar para o escritório da rua Duque de Terceira na década de 60, local onde foram fotografados. Ainda nessa década viria a trabalhar com Manuel Marques de Aguiar, por exemplo no Plano Parcial de Leça da Palmeira, onde intervém igualmente Ilídio Araújo.
Em 2019, no mesmo dia em que o acervo de Manuel Marques de Aguiar deu entrada na Fundação Marques da Silva, também a memória documental de Luiz Botelho Dias passou a fazer parte da instituição por decisão da sua companheira de vida, Gerda Botelho Dias.
Luiz Botelho Dias, arquiteto, nasceu a 11 de março de 1929.
Proceedings of the International Congress on Architectural Archive:
"Professional Experiences in a Cultural Diversity"
Está já em domínio público o livro de atas que reune os contributos de oradores e instituições presentes no Congresso sobre Arquivos de Arquitetura que teve lugar em Braga, entre 25 e 27 de setembro de 2019, "Professional Experiences in a Cultural Diversity", entre as quais a Fundação Marques da Silva. As reflexões e experiências aí partilhadas estão agora acessíveis, podendo assim promover novas leitura e debates.
Uma imagem de 1941, um olhar de 2021
Dia Internacional da Mulher
Em 1941, em Barcelos, em torno da figura tutelar de José Marques da Silva, reúne-se um grupo de professores e alunos de arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto. Não muito distante, entre Acácio Lino e Peres Guimarães, destaca-se a figura da sua filha, Maria José Marques da Silva, também ela estudante. Hoje, um qualquer encontro de estudantes de arquitetura seria bem diferente, mas foi assim que começou.
Hoje, dia 8 de março, é Dia Internacional da Mulher.
Armando Malheiro da Silva e Luís Urbano
A Fundação Marques da Silva em destaque nas entrevistas do CIDEHUS
8 de março, 17h00
Armando Malheiro da Silva e Luís Urbano, membros do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva, vão ser os próximos entrevistados do ciclo Os Serviços de Informação (in)Visíveis: da organização à difusão da informação. Conduzidas por Paulo Baptista e transmitidas em direto pelo Facebook do CIDEHUS, estas entrevistas têm como objetivo contribuir para uma maior divulgação de arquivos, bibliotecas, centros de documentação e museus nacionais. No próximo dia 8 de março, às 17h00, será a vez da Fundação Marques da Silva.
"Percurso"
Sergio Fernandez conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Arquitectura" - #11 Escrita
A exposição Mais que Arquitetura tem uma estação dedicada ao exercício da escrita, já que este, ainda que muitas vezes em resposta a obrigações académicas ou encomendas de editores, representa um frequente campo de pesquisa e reflexão dos arquitetos, seja na perspetiva de quem os escreve, seja na de quem os lê. Aí se encontra exposto o livro de Sergio Fernandez, Percurso: Arquitectura Portuguesa 1930-1974, escrito em 1985, como parte das provas então realizadas na Escola Superior de Belas Artes do Porto para obtenção do título de Professor Agregado. Na capa, um desenho feito durante uma estadia em Tblissi, cujo orignal se encontra igualmente exposto.
Em conversa com Paula Moura Pinheiro, Sergio Fernandez fala deste livro, uma ressonância do seu próprio percurso, do ato da escrita enquanto forma de comunicar e divulgar arquitetura, e até de Manuel Graça Dias, a quem reconhece, na sua explosão contínua de vitalidade e imaginação, a capacidade de bem pensar a arquitetura.
Manuel Marques de Aguiar é a nova entrada do Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva
O acervo de Manuel Marques de Aguiar é constituído por cerca de 4000 peças desenhadas, 10 ml de peças escritas, 5 ml de livros, 1 maqueta, um expressivo número de registos fotográficos e centenas de reproduções digitais de esquissos (desenho livre) que se estendem da década de 50, um tempo de formação, até ao final dos anos 90 do século XX, altura em que este arquiteto, urbanista, artista e homem atento e comprometido com o tempo em que viveu, conclui o seu percurso profissional.
Na documentação doada à Fundação Marques da Silva constam trabalhos académicos realizados na Escola de Belas Artes no Porto e em Paris, onde se diplomou como urbanista, mas sobretudo os registos do trabalho desenvolvido enquanto profissional liberal, com destaque para obras como a galeria do prédio de Gonçalo Cristóvão e do gaveto com a rua do Bonjardim (Edifícios “Figueiredo” e ”Lar Familiar”, 1957-1968), as escolas Francesa (1959) e de Montalegre (1965), ou o Mercado de Montalegre (1964). Nela se integram também valiosos apontamentos de muitos dos trabalhos realizados para os Serviços de Urbanização da Direção Geral de Ordenamento do Território ou como urbanista consultor do Município de Espinho, para o qual virá a construir uma identidade de cidade.
A partir de agora, também passará a ser possível consultar este acervo no Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva, o 18.º acervo de arquitetura a ser disponibilizado. Trata-se de uma nova entrada que gradualmente será ampliada com informação de pormenor e objetos digitais associados, mas onde já consta nota biográfica, lista de obras e quatro projetos discriminados: Cine-teatro de Famalicão (1955); Cooperativa "Lar Familiar", no Porto, em Gonçalo Cristovão (1957); Mercado de Montalegre (1965); e Estalagem do Vinho do Porto - Real Companhia Vinícula do Norte (1967).
O catálogo digital bibliográfico da Fundação Marques da Silva continua a crescer
A Fundação Marques da Silva alberga um conjunto bibliográfico de grande relevância, em particular no domínio da arquitetura, urbanismo, arte, história e literatura. Nele constam a biblioteca que José Marques da família reuniu - acrescentada pelo casal Maria José e David Moreira da Silva -, a importantíssima biblioteca profissional e pessoal de Fernando Távora e os vários núcleos de livros e revistas que foram sendo doados a esta instituição, integrados ou não em acervos de arquitetos. A estes núcleos vieram ainda juntar-se os livros editados com a chancela da Fundação Marques da Silva e uma biblioteca corrente, fruto de ofertas, trocas e aquisições de livros que assim se encontram disponíveis para os investigadores que nos procuram. No total, falamos de mais de mais de 13.000 titulos.
Em paralelo com o tratamento arquivístico da nossa documentação, a(s) biblioteca(s) têm vindo a ser igualmente catalogadas e também aqui se tenta chegar mais longe. Neste momento, e depois de mais 130 novas entradas relativas à biblioteca pessoana de Fernando Távora disponibilizadas durante o mês de fevereiro, já podem ser digitalmente identificados cerca de 6000 títulos referentes aos núcleos de Alcino Soutinho, António Cardoso, João Queiroz, Manuel Real, Margarida Coelho, Fernando Távora, Octávio Lixa Filgueiras e, claro, Marques da Silva/Moreira da Silva.
Alfredo Matos Ferreira e o desafio de organizar espaços de ensino
O Departamento de Física da Universidade de Aveiro (1989) foi o primeiro de uma série de quatro projectos desenvolvidos por Alfredo Matos Ferreira para o ensino superior. Seguir-se-iam o Departamento de Engenharia Química do ISEP (1990), a ESMAE (1991) e os Departamentos de Engenharia Civil e Geotecnia (1992), para o Politécnico do Porto. O tema da organização destes espaços era complexo e foi assumido como um desafio, "devido à grande diversidade de matérias leccionadas, com imposições espaciais de segurança e infra-estruturas muito diversas (...)", às quais acrescia a "impossibilidade de controlo dado o factor tempo e a crescente velocidade a que a pesquisa científica se processa e a sua natural imprevisibilidade." Foram oportunidades de experimentação para o estabelecimento de sistemas contrutivos e de circulação eficazes, compatíveis com uma distribuição de espaços interiores adequada às especificidades pedagógicas de cada um destes edifícios e a proposição de volumetrias desenvolvidas em consciente e otimizada ligação com a sua envolvente.
Alfredo Matos Ferreira, nasceu a 1 de março de 1928. Chegou a ponderar seguir uma carreira na Química, mas "outros ventos levaram[-no] a optar por uma área diferente mas igualmente apaixonante - a Arquitectura."*
Imagem: Alfredo Matos Ferreira, UA - Departamento de Física, implantação plantas, alçado, corte, deseho de estudo; vegetal, tina da china, esferográfica azul, lápis. * Cf. Alfredo Matos Ferreira, Memória, Porto, FIMS e Ed. Afrontamento, 2017.
História da Arquitetura Portuguesa:
Alexandre Alves Costa conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Arquitetura" - #10 Ensino
Neste depoimento, expressamente recolhido para a exposição Mais que Arquitetura, Alexandre Alves Costa fala sobre a sua experiência de Professor, em particular da forma como foi moldando a sua forma de ensinar História da Arquitetura Portuguesa. Em resposta a Paula Moura Pinheiro, conta-nos a circunstância que o fez confrontar-se com esta disciplina ou a influência de Fernando Távora, como, viajando pelo país, percorrendo-o de lés a lés, foi construindo o seu discurso, entre a linearidade do tempo histórico e a análise crítica, sempre tendo em vista a necessidade de esta base de conhecimento se tornar um instrumento crítico da Arquitetura.
Raúl Hestnes Ferreira e Manuel Graça Dias
"Escritos Escolhidos" #18 e #19
Raúl Hestnes Ferreira e Manuel Graça Dias ou quando a imagem ao espelho nos devolve o olhar do outro. Nestes Escritos Escolhidos, em "Das dificuldades do Belo indizível", Graça Dias fala do percurso e obra de Raúl Hestnes e este contrapõe com "Manuel Graça Dias" e uma questão, "devemos amar tanto tudo o que nos rodeia?". Corria o ano de 1995.
Alfredo Matos Ferreira e a Quinta de Joanamigo
"Mais que Arquitetura" - #9 Em casa
A abertura do vale, a existência de uma nascente de água, as ruínas de um cardenho e a eira adjacente, num terreno que oferecia uma panorâmica única sobre o rio Douro, em Barca de Alva, impressionaram Alfredo Matos Ferreira quando, aos 20 anos, visitou a Quinta de Joanamigo. Estava prestes a tornar-se coisa sua.
O primeiro projeto, em 50, riscado por um ainda jovem estudante de arquitetura com ânsias modernistas, mas para quem o Inquérito era matéria de vida, foi ditado pela necessidade de erguer uma casa destinada a habitação permanente de um caseiro. Acompanhou a sua construção no sítio. Anos mais tarde, seria preciso construir novas instalações agrícolas, ajustadas a novos cultivos, e modificar e ampliar gradualmente a casa, para acolher a sua própria família, sempre em claro diálogo com a paisagem que a cerca.
Neste vídeo temos o testemunho dado pelo próprio Alfredo Matos Ferreira, ritmado pela vivacidade de quem está tão intimamente ligado ao lugar. Foi recolhido em 2012, em conversa com Sergio Fernandez, Madalena Pinto da Silva, José Miguel Rodrigues e Luís Urbano, tendo sido agora recuperado para fazer parte da estação "Em Casa" da exposição Mais que Arquitetura, onde se encontram expostos outros registos da Quinta de Joanamigo.
Quando Raúl Hestnes Ferreira, Alfredo Matos Ferreira e Manuel Graça Dias imaginaram a Opéra Bastille
Em 1981, François Mitterrand aprovou o plano de construção de uma grande Ópera, "moderna e popular", a situar na simbólica praça da Bastille. Em janeiro de 1983 foi aberto um concurso internacional com base num ambicioso programa que obteve 1650 candidaturas, entre as quais as de 6 equipas de arquitetos portugueses, onde se inserem os nomes de Alfredo Matos Ferreira, Raúl Hestnes Ferreira e Manuel Graça Dias, cujos acervos foram doados à Fundação Marques da Silva. A partir desta documentação, Alexandra Saraiva desenvolveu uma investigação cujos resultados serão divulgados numa comunicação a proferir no âmbito do Colóquio Grands Projets: Urban legacies of the late XX century, organizado pelo ISCTE, a decorrer de 17 a 19 de fevereiro.
Deste concurso saiu vencedor Carlos Ott. O edifício foi inaugurado a 13 de julho de 1989, no quadro das celebrações do bicentenário da Revolução Francesa.
A. Machado, um enigma a desvendar
#up200e40_1 : os 241 anos da primeira aula de Debuxo e Desenho
Na Fundação Marques da Silva existem 18 desenhos de figura humana traçados a carvão sobre papel, assinados por um enigmático A. Machado. Dele sabemos apenas que, tal como José Marques da Silva, frequentava as Beaux-Arts, tendo sido aluno de Bonnat, de Laurens, de Constant. Sabemos também que, ambos longe do seu país, se apoiaram mutuamente em momentos de alguma dificuldade, mas pouco mais nos chega deste autor de quem hoje se publica o desenho copiado de um Souza Pinto, não datado, ainda que nos revele ser para o 3.ª anno. Desenhos que reforçam a cumplicidade que se ia estabelecendo entre os artistas portugueses formados na Academia portuense e que viam na capital francesa o desejado destino de crescimento artístico.
Com esta nota, a Fundação Marques da Silva associa-se à iniciativa promovida pela Faculdade de Arqutetura da Universidade do Porto, de celebrar a passagem de 241 anos sobre a primeira aula de Debuxo e Desenho.
Em dia de Carnaval, propomos uma viagem a Paris doutrora. Corria, muito provavelmente, o ano de 1892. O desafio é encontrar José Marques da Silva neste grupo de mascarados do Atelier Laloux.
A Vill´Alcina de Sergio Fernandez
"Mais que Arquitetura" - #8 Em casa
Situada em Caminha, num lugar de veraneio, a Vill´Alcina foi pensada para ser uma casa de férias. Nasceu de acasos - felizes - e Sergio Fernandez, o arquiteto que a projetou, não nega algumas das influências que ditaram a forma - duplicada - que acabou por adotar. Mas o seu procurado apagamento na paisagem, em resposta a um programa especial, reflete uma engenhosa e bem conseguida experiência de ajustamento à realidade.
Este depoimento, recolhido em 2011 por Luís Urbano e onde Sergio Fernandez abre as portas desta casa e partilha as memórias do tempo que a viu nascer, faz parte da estação "Em Casa" da exposição Mais que arquitetura.
Este será o ano de publicação de mais um livro da coleção Giorgio Grassi, opera omnia sic, um projeto nascido para apresentar em português a totalidade da obra escrita deste autor. Trata-se de Uma Vida de Arquitecto, uma crónica que relata o ponto de vista pessoal do autor sobre o seu percurso e o seu tempo. O novo título é uno no conjunto das três partes que o compõem: um ensaio sobre o ofício de viver de um arquitecto, os Projectos e um Álbum de Amigos.
Uma Vida de Arquiteto seguir-se-á assim a Leon Battista Alberti e a arquitectura romana (2015) e Escritos Escolhidos (2018). Giorgio Grassi, opera omnia sic é um projeto editorial desenvolvido conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento, cientificamente coordenado por José Miguel Rodrigues, que assina a autoria da tradução, notas e respetivos prefácios.
Bartolomeu Costa Cabral, uma maneira própria de fazer arquitetura
"Eu gosto um bocadinho de tudo quanto fiz, tive essa sorte." A frase pertence a Bartolomeu Costa Cabral e muitos foram os projetos que ele fez. Uma longa carreira de mais de sessenta anos de prática ininterrupta. Em dia de aniversário lembramos os primeiros projetos, a casa para o pai de João Almeida, em Colares, iniciada em 48, ainda estudante do 2.º ano da EBAL; em 1953, o Bloco das Águas Livres, em colaboração com Nuno Teotónio Pereira, o primeiro grande projeto de habitação coletiva, obra ímpar na aplicação dos cânones modernos; e em 59, a Escola do Castelo, o primeiro projeto produzido como autor único. Mas também os que o próprio destaca: "[...] todas as Universidades que fiz: Covilhã, Guimarães, Bragança. Gosto do trabalho do Bairro, é completamente diferente. Gosto da casa de taipa, que é assim muito especial. E gosto das três moradias. Travessa da Oliveira, Ribeiro Sanches e as Amoreiras. Gosto da Galeria 111, gosto do trabalho do Teatro Taborda."*
Parabéns, Senhor Arquiteto!
* citações in Mariana Couto, Bartolomeu Costa Cabral, Arquiteto na Continuidade, Tese de Doutoramento, FLUC, 2019, vol. II, p. 48.
Nota à imagem: Bartolomeu Costa Cabral, Maqueta da Casa na Travessa da Oliveira (Lisboa), [2002].
A Casa de Albarraque, por Raúl Hestnes Ferreira
"Mais que Arquitetura" - #7 Em casa
A Casa de Albarraque, projetada em 1960 por Raúl Hestnes Ferreira para o seu pai, o escritor José Gomes Ferreira, em terreno há largos anos pertencentes à família, assume um lugar de destaque no conjunto da obra deste arquiteto, mas também e sobretudo no contexto da arquitetura portuguesa de então. Projeto marcado pelo "tempo escandinavo", tornou-se um claro exemplo da procura de novas fontes de inspiração e de novos modelos operativos por parte de uma geração de novos aspirantes a arquitetos.
Neste vídeo, registado em 2013 por Manuel Graça Dias e Luís Urbano, é o próprio autor a revelar as circunstâncias que moldaram este seu trabalho: o empenho de Rosalía Abecassis Vargas, a quem se deve o arvoredo que agora envolve e proteje a casa, criada em sítio ermo e ventoso (condição que, na altura, ditou a sua orientação); a vontade de construir um espaço de habitação em sintonia com o modo de estar de quem o ia habitar, variado, com todas as funcionalidades necessárias, mas com carácter, ainda que contido, como contido era o orçamento; sem esquecer o criterioso tratamento da planta e dos materiais utilizados na sua construção.
A Casa de Albarraque foi pensada para o seu pai. Fosse outro o cliente, outra seria a casa.
Este registo acompanha a apresentação deste projeto na estação "Em Casa" da exposição "Mais que Arquitetura".
Quando Alexandre Alves Costa assim se representa, a traço grosso, de olhar austero e desafiador num rosto parcialmente ensombrado, era um jovem de apenas 17 anos. Seguir-se-ia a formação na Escola de Belas Artes do Porto, o estágio com Nuno Portas, no LNEC, o início da profissão de arquiteto, a partir da década de 70. Mas também uma vida marcada pelo ativismo cívico e político, pelas aulas de Projeto e História da Arquitectura Portuguesa, inesquecíveis para tantas gerações de jovens estudantes de arquitetura, pela criação, com Sergio Fernandez, do Atelier 15, pela participação em incontáveis iniciativas de divulgação de Arquitetura da mais diversa natureza. E o prazer ou a compulsão da escrita. Em 2020 tomou a decisão de doar o seu acervo profissional, juntamente com Sergio Fernandez, à Fundação Marques da Silva. Tem três filhas, uma delas também arquiteta. Hoje, é dia de aniversário, data que assinalamos com a partilha deste autorretrato. Parabéns, Senhor Arquiteto!
A Fundação Marques da Silva junta-se às comemorações do Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com uma sugestão: Escritos Escolhidos, o podcast lançado em abril passado onde através da leitura em alta voz se dá vida à palavra escrita de arquitetos. Várias vozes, vários tempos, outras tantas viagens. E são já 17 as edições disponíveis, que pode ouvir aqui
José Carlos Loureiro
"Mais que Arquitetura" - #6 Em casa
Uma casa que nasce de um desejo e de uma afirmação de princípios. Assim é a casa modernista que José Carlos Loureiro para si projetou há já 70 anos e onde, desde então, vive. A sua história é-nos contada na primeira pessoa, num testemunho recolhido em 2015, no âmbito da homenagem organizada pela Fundação Marques da Silva e pela FAUP, e comissariada por Alexandre Alves Costa, para assinalar o 90.º aniversário deste arquiteto que não hesita em reconhecer as circunstâncias felizes que o rodearam e o apoio incondicional do seu mestre, Carlos Ramos.
O vídeo, onde se edita parte da entrevista conduzida por Alexandre Alves Costa e Luís Urbano, integra a estação "Em Casa" da exposição Mais que Arquitetura, o espaço onde se apresentam exemplos de casas que podem ser consideradas exemplares da forma como os seus autores, clientes de si mesmos, pensam e fazem arquitetura.
Em 1931, David Moreira da Silva parte para Paris, concluída a frequência do curso especial de Arquitetura Civil da Escola de Belas Artes do Porto (1924-1929) e um estágio no atelier de José Marques da Silva, de quem viria mais tarde a tornar-se genro ao contrair matrimónio com Maria José Marques da Silva. Regressaria ao Porto, em 1939, com o estatuto de arquiteto diplomado pelo governo francês e o grau de urbanista. Durante esse período de intensa formação tinha frequentado o atelier Laloux-Lemaresquier, a École des Beaux-Arts de Paris, o Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris e viajaria para conhecer a arquitetura de outros lugares, de outros países.
Na Fundação Marques da Silva, instituição criada a partir do seu legado conjunto com Maria José à Universidade do Porto, são muitos os registos que documentam este período da sua vida: trabalhos académicos e apontamentos de aulas que transportam o nome de alguns dos seus professores (caso de Lemaresquier, Louis Hautecoeur, Henri Prost ou Jacques Gréber) fotografias, distinções ou postais dirigidos àquele que sempre considerará seu amigo e mestre, Marques da Silva. Para trabalho final na ENSBAP desenvolveu o tema La séction d´architecture d´une cité universitaire, tendo recebido uma medalha do comité do Melhor Diploma, a 5 de julho de 1939. O grau de urbanista foi atribuído após a defesa da tese Les villes qui meurent sans se dépeupler, disponível em versão digital e com nota introdutória de André Tavares.
David Moreira da Silva nasceu a 28 de janeiro de 1909, em Moreira da Maia.
Nota sobre a imagem: Desenho académico para a ENSBAP, Un Musée pour une collection particulier, fachada principal e planta, aguada a tinta da china, s.d. Este desenho encontra-se exposto na estação "Lá fora" da exposição Mais que Arquitetura.
A escola da costa do castelo
Bartolomeu Costa Cabral conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Arquitetura" - #5 Na cidade
Qual o poder de uma boa organização do espaço? Bartolomeu Costa Cabral, em conversa com Paula Moura Pinheiro, conta-nos a história que está por detrás da Escola do Castelo, em Lisboa, um projeto exemplar na sua adequação ao lugar e à função que dele se esperava poder vir a cumprir. Foi, aliás, o primeiro projeto desenvolvido a solo, iniciado em 1959, e que não hesitou em defender quando, já construído, sobre ele pairava a ameaça de abandono.
A Escola do Castelo é também um dos projetos selecionados para a estação "Na Cidade" da exposição Mais que Arquitetura. No percurso expositivo traçado, este é o espaço destinado a apresentar exemplos da importância simbólica que os edifícios podem adquirir na vida das cidades. Por outras palavras, projetos que nos mostram o poder transformador da Arquitetura.
Os arquivos de arquitetos em Portugal: da organização à difusão da informação
Simpósio online | 21 de janeiro | 17h00-18h30
No próximo dia 21 de janeiro de 2021, entre as 17h e as 18h30, irá-se realizar o simpósio Os Arquivos de Arquitetos em Portugal: da organização à difusão da informação, promovido pelo Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora (CIDEHUS) sob a coordenação científica e moderação do investigador Paulo Batista e comentários do investigador Ricardo Agarez.
Em representação da Fundação Marques da Silva, participarão Armando Malheiro da Silva e Luís Urbano, membros do respetivo Conselho Diretivo. No seu conjunto, esta iniciativa, com transmissão dirteta através do facebook do CIDEHU, vai congregar o contributo de sete instituições portuguesas.
A Fundação Marques da Silva, em cumprimento das medidas implementadas para conter a pandemia, encerrou no passado dia 15 de janeiro a exposição Siza - Inédito e Desconhecido e suspendeu temporarimente a abertura ao público da exposição Mais que Arquitetura.
Mas, dentro de portas, estamos a trabalhar para poder continuar, de forma segura, a disponibilizar conteúdos a investigadores, a partilhar informação com todos os que nos seguem, a garantir o funcionamento da nossa loja online e a preparar novos projetos que em breve se darão a conhecer. Continue a acompanhar-nos!
Bernardo Ferrão (1913-1982), irmão de Fernando Távora, engenheiro de formação e profissão, dedicou grande parte da sua vida ao estudo de mobiliário e cerâmica portuguesas, em particular das artes decorativas luso-orientais em Portugal, área onde veio a tornar-se um reconhecido colecionador e divulgador.
Em 2017, a Associação Círculo Dr. José de Figueiredo – Amigos do MNSR recebeu, em doação, o acervo documental do Eng.º Bernardo Ferrão. Concluído o trabalho de tratamento arquivístico deste importante conjunto de documentos, está agora a ser preparada a sua apresentação na plataforma digital da Universidade do Porto, em concordância com os parâmetros definidos para o Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva, instituição que passará a assegurar a sua gestão após disponibilização total do acervo para consulta pública.
Na imagem que acompanha esta notícia, reproduz-se parte de um documento pertencente a este acervo. Trata-se de um esquema por si traçado para obter, em 1968, as medidas exatas de um “Bom-Pastor” pertencente ao Castelo de Xavier, em Navarra.
O figurado de Barcelos
Alexandre Alves Costa conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Arquitetura" - #4 Coleções
Retoma-se hoje a publicação semanal de vídeos que nos levam a percorrer as diferentes estações da exposição "Mais que Arquitetura". Dos muitos domínios e temas que despertaram uma vontade de colecionar, tão presente e transversal a grande parte dos arquitetos aqui representados, destaca-se, nesta conversa entre Alexandre Alves Costa e Paula Moura Pinheiro, o fascínio exercido pelo figurado de Barcelos. E assim ficamos a conhecer as razões que estiveram na base da sua coleção e, em particular, da sua admiração pelas peças de Rosa Ramalho.
Carlos Carvalho Dias: das casas de praia para Moledo do Minho à Fundação Marques da Silva.
Foi com a proposta de um conjunto de casas de veraneio para a praia de Moledo do Minho que Carlos Carvalho Dias obteve o seu Diploma de Arquiteto em 1957, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Para trás ficara já a sua participação no Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal, enquanto membro da Zona 2, juntamente com Octávio Lixa Filgueiras e Arnaldo Araújo. Seguir-se-ia a participação no Plano Auzelle e a consolidação de um percurso onde, como autor ou promotor, se fundem as suas três areas de eleição: arquitetura, urbanismo e património.
Carlos Carvalho Dias nasceu em Viana do Castelo, a 14 de janeiro de 1929. Em outubro de 2020 tomou a decisão de doar o seu acervo e biblioteca profissionais à Fundação Marques da Silva.
Há dois novos livros em Loja:
AS RAÍZES E OS FRUTOS (volume 1, tomo I.I) e DO PROJETO CLÁSSICO À MEMÓRIA DA ORDEM
Em novo ano, novos livros!
"O meu caso" . Arquitectura, imperativo ético do ser, 1937-1947
Trata-se do primeiro volume, tomo I.I do projeto editorial As raízes e os frutos, com investigação, organização e notas de Manuel Mendes. Aqui se apresenta a movimentação do viver de Fernando Távora, o seu "estar no mundo sem fronteiras que se interroga, que se problematiza, que se realiza pelo conhecimento de tempos diversos, pelo conhecimento de lugares diversos".
Do projeto clássico à memória da ordem
Naquele que é o primeiro ensaio em português de José Ifgnazio Linazasoro, o autor regressa às suas primeiras obras e considerações teóricas para dar a ver o seu percurso de arquiteto.
Em breve daremos notícia sobre ações de lançamento, mas, para já, estas duas publicações podem ser adquiridas a preços especiais na loja online da Fundação Marques da Silva. Visitar loja
Últimos dias para visitar "Siza - Inédito e Desconhecido"
Para quem ainda não teve oportunidade de visitar a exposição "Siza - Inédito e Desconhecido", para quem deseja rever os desenhos únicos e outros registos de 3 gerações da família de Álvaro Siza que nela se dão a conhecer, estes serão os últimos dias em que o poderá fazer. E a acompanhar esta notícia em jeito de convite, partilhamos a chegada da escultura "Vénia" à Fundação, momento atentamente orientado pelo seu autor, Álvaro Siza, seguido por uma passagem pelos espaços expositivos, então em fase de montagem.
"A vida e obra de Manuel Marques de Aguiar perfazem um contributo singular no contexto da produção arquitetónica e urbana nacional devido à atenção dada às vivências que a sua arquitetura proporciona e respetivo potencial de apropriação espacial. Esta relação, mediada pelo tempo – que, por sua vez, acolhe a partilha – sintetiza-se num saber ver expresso na criação e construção de espaços e lugares que resgatam valores sobre os quais importa tornar a olhar nos dias de hoje, como a relevância do outro, do compromisso e do pensar." (David Viana)
Em maio de 2019, o acervo do arquiteto Manuel Marques de Aguiar foi doado à Fundação Marques da Silva. 2021 será o ano de esse gesto se materializar numa primeira exposição que já começou a acontecer. Coube a David Viana mergulhar na documentação e pensar um desejado projeto de partilha e apresentação pública deste acervo que em breve se dará a conhecer. Hoje, em dia de aniversário de Manuel Marques de Aguiar, fica um primeiro sinal da sua realização.
A entrevista de Ana Freitas para a Archivoz, uma reflexão sobre o papel da conservação e restauro no tratamento de acervos de Arquitetura
Em entrevista realizada por Alexandra Saraiva para a Archivoz Magazine, Ana Freitas, responsável pelo funcionamento da Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos e pela preservação da Biblioteca do Fundo Antigo da Universidade do Porto e do Arquivo da Universidade do Porto que ao longo do segundo semestre de 2020 esteve envolvida no projeto de conservação e restauro de cerca de 20.000 documentos pertencentes ao acervo de Raúl Hestnes Ferreira, na Fundação Marques da Silva, tece uma perspetiva do trabalho desenvolvido e reflete sobre a importância da interdisciplinaridade no tratamento da documentação de Arquitetura.
A Fundação Marques da Silva reabre as suas portas num gesto de partilha do que tem vindo a desenvolver. Com ele demonstramos a vontade de enfrentar novos desafios e continuar a crescer. O apoio de todos os que nos têm vindo a acompanhar foi e é importante. Bom 2021!
É pela mão de Manuel Marques de Aguiar e com o já tradicional arranjo gráfico de Rui Guimarães, que a Fundação Marques da Silva vem desejar umas Boas Festas e um promissor 2021.
É também um Postal que antecipa novos cenários e a vontade de esta casa se continuar a afirmar como um espaço de encontro aberto a todos.
A Fundação encerrará as suas portas a 23 de dezembro, voltando a reabri-las a 4 de janeiro, já em Novo Ano.
A viagem a Marrocos de 1967
Álvaro Siza em conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Aquitetura" - #3 Em Viagem
Álvaro Siza, em conversa com Paula Moura Pinheiro, recorda a viagem a Marrocos, de 1967, feita entre amigos, todos ligados à Escola, novos e desejosos de viajar. Uma aventura inesquecível através das cidades imperiais de um país de uma grande beleza paisagística e monumental, então tranquilo e sem turistas.
Este testemunho foi expressamente recolhido para fazer parte da estação #3 da exposição Mais que arquitetura. "Em viagem" é o momento do percurso expositivo onde estão em destaque viagens que influenciaram a produção e o pensamento arquitetónico de quem as realizou e que "ocuparam também o imaginário coletivo dos arquitetos portugueses".
Entre Le Corbusier e Leonardo
Álvaro Siza em "Escritos Escolhidos"
Dois textos inéditos de Álvaro Siza conduzem-nos até Le Corbusier. Entre a obra e a vida, um jogo de aproximações onde se intui uma surpreendente presença de Leonardo da Vinci.
Imagens: Leonardo, "A virgem dos Rochedos", 1483 a 1486, pintura sobre óleo, Museu do Louvre, Paris (Leonard de Vinci, Paris, Ed. Phaidon, p. 83); Vista do hall do Parlamento em Chandigarh (in "Le Corbusier 1887-1965, Milão, Electa, 1993, p. 252)
A casa Curutchet
Sandra Barclay em "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura"
Neste "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura" temos como destino La Plata, Buenos Aires. Sandra Barclay apresenta-nos a casa desenhada por Le Corbusier para o Dr. Curutchet, em 1948.
O acervo de José Porto cresceu. São mais de uma dezena de esquissos, onde se destacam os estudos para o Clube Náutico da Beira, projeto desenvolvido na década de 40 do século XX. Documentos raros, recentemente encontrados e agora entregues à Fundação Marques da Silva pelo Arquiteto Abílio Mourão.
Raúl Hestnes Ferreira
Ana Vaz Milheiro em conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que arquitetura" - #2 Lá fora
A segunda estação da exposição "Mais que arquitetura" - Lá Fora - incide sobre as estadas, mais ou menos prolongadas que, fora de Portugal e por razões profissionais, pessoais ou políticas, fizeram parte do percurso pessoal de alguns arquitetos. Experiências que não só marcaram os trajetos de cada um, como tiveram impacto no contexto da arquitetura nacional. É o caso de Raúl Hestnes Ferreira, um arquiteto que percorreu outras geografias, da Finlândia aos Estados Unidos da América. Sobre ele nos fala Ana Vaz Milheiro, em conversa com Paula Moura Pinheiro, e da importância que esses contactos tiveram na formulação de ideias diferentes das praticadas até então em Portugal.
A construção de um Pavilhão de Arquitetura e de Exposições nos jardins da Escola Superior de Belas Artes do Porto, em paralelo com a montagem das Exposições Magnas, integrava-se numa estratégia de aproximação à cidade que Carlos Ramos, então seu diretor, pretendia promover. Caberia a Manuel Lima Fernandes de Sá e Alfredo Leal Machado, a partir de 1951, projetar o novo espaço. Três anos depois, estava a ser inaugurado. A imagem, reconhecível a quem percorrer "Vistas de Exposição" (na FBAUP), será provavelmente desse ano, 1954, o mesmo em que um fatídico acidente retira a vida a Leal Machado, arquiteto formado na Escola e nascido a 7 de dezembro de 1904.
* imagem digitalizada gentilmente cedida pela Casa da Imagem/Fundação Manuel Leão.
Uma casa do Povo para Rio de Onor
Sergio Fernandez em conversa com Paula Moura Pinheiro
"Mais que Arquitetura" - #01 Na Escola
Foi com a proposta de uma Casa do Povo para a aldeia comunitária de Rio de Onor que, em 1964 e sob orientação de Arnaldo Araújo, Sergio Fernandez obteve o seu Diploma de Arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto. O projeto, desenhado no decurso de uma intensa experiência de imersão no lugar e partilha dos seus modos de vida, nunca viria a encontrar condições para a sua materialização, mas criou laços afetivos com a população que ainda hoje permanecem.
Em conversa com Paula Moura Pinheiro, Sergio Fernandez fala-nos dos encantos e vicissitudes por si vividos, das questões que então assaltavam os arquitetos portugueses e da forma como este método participativo viria a demonstrar-se determinante em projetos futuros.
Os desenhos desta Casa do Povo integram a primeira estação do percurso traçado para a exposição "Mais que Arquitetura", "Na Escola". E este é o primeiro de uma série de 12 vídeos, um por cada estação, gravados com diferentes intervenientes, que à conversa com Paula Moura Pinheiro, vão abordando temas nelas apresentados ou por elas suscitados.
José Carlos Loureiro e a demonstração de um saber projetar
Para José Carlos Loureiro, a arquitetura deve estar ao serviço das pessoas, contribuir para que a vida seja boa. Uma abordagem humanista que tanto está presente no desenho de uma casa, quanto no idealizar de grandes equipamentos. E de tudo projetou, a começar pela sua própria casa, um dos projetos representados na exposição Mais que arquitetura.
José Carlos Loureiro celebra hoje 95 anos de uma vida de sucesso. Sensibilidade ao sítio e à função, saber construtivo e abertura à mudança refletem-se numa extensa e consistente obra, tantas vezes transformadora do espaço público. Assim foi com o Centro Cívico da Maia (projetado em parceria com Pádua Ramos) como nos referem os coordenadores do Mês da Arquitetura da Maia 2021, numa breve reflexão que antecipa futuros cenários expositivos.
Fernando Távora e Taliesin, neste regresso de "Escritos Escolhidos"
"Taliesin não me saía (nem me sairá) dos olhos; até a cor do pó da estrada me lembrava Taliesin. Avancei não sei até onde. Não podia pensar concretamente. Qualquer coisa se apoderava de mim. Sentei-me algures. Descansei. Tinha razão o poeta: “olhos que nunca se molham, nada veem quando olham”. Naquelas duas horas eu tinha sofrido, estou certo, um dos maiores choques, talvez o maior, da minha vida de arquiteto."
Também os "Escritos Escolhidos" estão de regresso com um texto que traz a assinatura inconfundível de Fernando Távora. Nele nos é contado o seu encontro com a arquitetura de Wright em Taliesin.
"Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura" está de regresso
"Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura" entra na sua segunda série de emissões e traz-nos como convidado Robert McCarter, arquiteto e professor de Arquitetura na Sam Fox School of Design & Visual Arts (da Universidade de Washington, em St. Louis). A obra por si selecionada é o Unity Temple (Oak Park, Illinois), edifício projetado por Frank Lloyd Wright entre 1905 e 1908.
Em breve será possível voltar a sentir a voz e o olhar de Fernando Távora, acompanhá-lo nas suas inquietações e deambulações pelo seu mundo na rede das suas várias dimensões.
O livro (volume 1, tomo I.1), a editar em parceria pela Fundação Marques da Silva, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e U.Porto Press, é também um primeiro passo para a materialização de um sonho de Fernando Távora, que a investigação, organização e notas de Manuel Mendes veio tornar real.
"Siza - Inédito e Desconhecido":
Prolongamento até 16 de janeiro de 2021 e novos horários de visita
Têm sido muitos os que se deslocam à Fundação Marques da Silva para visitar as exposições "Mais que Arquitetura" e "Siza - Inédito e Desconhecido", inauguradas no dia 17 de outubro passado. Uma afluência de público que justifica o prolongamento até 16 de janeiro de 2021 da exposição dedicada aos desenhos e esculturas de Álvaro Siza.
Os novos contextos levam, contudo, a um ajustamento dos horários inicialmente previstos. Assim, poderá continuar a visitar as duas exposições de segunda a sexta-feira, entre as 14h00 e as 18h00, e aos sábados entre as 10h00 e as 12h30. Nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, as exposições manter-se-ão abertas das 14h00 às 18h00.
A visita guiada pelos curadores, agendada para o dia 19 de dezembro, manter-se-á, mas decorrerá durante a manhã, com início às 10h00 e dirigida a um máximo de 10 participantes.
A Fundação Marques da Silva estará encerrada aos domingos e feriados, e entre os dias 23 de dezembro de 2020 e 3 de janeiro de 2021.
Raúl Hestnes Ferreira: cruzar a cor com a vida
[dos desenhos de juventude à entrevista de 2013]
O processo de tratamento do acervo de Raúl Hestnes Ferreira tem vindo a proporcionar a descoberta de muitos registos considerados perdidos ou até agora inéditos, como é o caso deste conjunto de desenhos datados de maio e junho de 1957 e com o qual se assinala a passagem de 89 anos sobre o nascimento deste arquiteto. São peças desenhadas invulgares pelo traço e pela colorida paleta de cores utilizada pelo seu autor, invulgares também pelo que nos devolvem do seu tempo de estudante na Escola de Belas Artes do Porto quando, por motivos políticos, enquanto Presidente da Associação de Estudantes e membro do MUD juvenil, acaba por ser preso pela PIDE juntamente com Jorge Batista, Alcino Soutinho e António Teixeira Lopes. Seria o último ano passado na cidade. Seguir-se-ia a Finlândia.
Estes desenhos fazem agora parte de um número bem mais alargado de peças que a Fundação Marques da Silva se propõe digitalizar. Tratar, cuidar, estudar, partilhar, dar a ver. E são vários os documentos relativos a Raúl Hestnes Ferreira igualmente presentes na exposição "Mais que arquitetura", que chegou a ter prevista a projeção da entrevista realizada em 2013, por Manuel Graça Dias e Luís Urbano. Não tendo sido possível, aqui fica a sua partilha. Em discurso direto, será possível ouvir Hestnes Ferreira falar sobre o seu percurso de vida, as memórias da sua formação e da passagem pelo Porto, as viagens e experiências de trabalho e de estudo ou as circunstâncias que determinaram a sua prática, a sua vontade de fazer arquitetura.
"Siza - Inédito e Desconhecido" & "Mais que Arquitectura"
Amanhã, cumprindo as normas em vigor, as exposições "Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que Arquitectura" estarão encerradas, mas segunda-feira voltam a abrir as suas portas para receber quem ainda não teve a oportunidade de as visitar ou quem deseje voltar para ver com mais pormenor o muito que nelas há para descobrir.
“Resiliência”, este era o tema que Inês Lobo se propunha desenvolver na edição 2020 das Conferências Marques da Silva. A entrada em vigor de um novo estado de emergência levou ao reequacionar da sua realização na data prevista, 18 de novembro, e abdicar do formato presencial e da ligação à Faculdade de Arquitectura da U.Porto, condições que acompanham e ajudam a definir o carácter deste Ciclo desde o momento em que foi lançado, não foram opções a considerar. Em 2021, num outro contexto e com outra segurança, as Conferências Marques da Silva regressarão demonstrando, também elas, a sua “resiliência”.
Alcino Soutinho e a sua arquitetura modeladora de cidades
Hoje, Alcino Soutinho faria 90 anos. Defendia uma arquitetura "agarrada à terra" e a sua obra construída aí está a modelar cidades e a cruzar tempos. Obra também presente na exposição "Mais que Arquitetura", com a memória de alguns dos seus projetos e a evocação de momentos importantes da sua formação, como a viagem a Itália, em 1961. Amanhã, sábado, com a projeção do programa "Magazine Arquitectura - Alcino Soutinho", às 16h00, no Palacete Lopes Martins, regressaremos a 1993. As portas do atelier de Alcino Soutinho voltam a abrir-se para uma conversa conduzida por Manuel Graças Dias que se irá transformar em convite para uma revisitação de alguns dos seus projetos mais icónicos, como os Paços do Concelho de Matosinhos, o Banco Fonsecas & Burnay do Porto, o Museu Amadeo de Souza Cardoso em Amarante, ou o Departamento de Química e o Departamento de Engenharia e Cerâmica do Vidro para a Universidade de Aveiro.
Visita guiada às exposições "Mais que Arquitetura" e "siza-Inédito e Desconhecido" + projeção de “Magazine de Arquitectura - Alcino Soutinho”
7 de novembro, a partir das 14h30
Luís Urbano e António Choupina vão guiar os participantes na visita guiada às exposições “Mais que Arquitetura” & "Siza – Inédito e Desconhecido”, no próximo dia 7 de novembro, às 14h30, seguindo-se, às 16h00, no Palacete Lopes Martins, a projeção do programa “Magazine de Arquitectura - Alcino Soutinho”, de Isabel Colaço e Manuel Graça Dias (1993).
A participação na visita guiada está dependente de inscrição prévia através do email fims@reit.up.pt. A lotação do espaço onde vai decorrer a projeção está reduzida a 25 lugares.
Entrega dos Prémios AICA/MS/Millenium BCP a Bartolomeu Costa Cabral e Silvestre Pestana
Hoje, às 18h00, na Sociedade Nacional de Belas Artes, numa cerimónia restrita, serão entregues a Bartolomeu Costa Cabral (Arquitetura) e a Silvestre Pestana (Artes Visuais), pela Ministra da Cultura, Dr.ª Graça Fonseca, pelo Diretor-geral da DGArtes, Dr. Américo Rodrigues, e pelo Embaixador António Monteiro, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Millennium BCP, os prémios AICA/MS/Millenium BCP 2019.
O júri, composto por Sandra Vieira Jürgens, Nuno Faria, Rui Mendes e Pedro Baía e presidido por Ana Tostões, no momento da deliberação, destacou o facto de a arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral ser "fortemente marcada por uma atitude ética e por uma postura contracorrente baseada no trabalho sobre uma materialidade simultaneamente disciplinar e poética".
Bartolomeu Costa Cabral, cujo acervo foi recentemente doado à Fundação Marques da Silva, é um dos 15 arquitetos representados na exposição "Mais que arquitetura", designadamente com o projeto para o Grupo Escolar e Balnear do Castelo, um projeto icónico, desenvolvido em 1959, aqui registado nesta fotografia de João Carmo Simões.
"A Recepção do Team 10 em Portugal"
Lançamento de livro + projeção de "29-A"
Com Ana Tostões, João Rosmaninho e Pedro Baía
Palacete Lopes Martins, 4 de novembro, 18h00
O livro de Pedro Baía, «A Recepção do Team 10 em Portugal», publicado pela Circo de Ideias, será apresentado na Fundação Marques da Silva com uma conversa entre Ana Tostões, João Rosmaninho e o autor juntamente com a projecção da curta-metragem «29-A». A apresentação terá lugar no Palacete Lopes Martins (pr. Marquês de Pombal, nº 30) no dia 4 de Novembro, quarta-feira, às 18:00.
Entrada livre, mas dependente da lotação do espaço, atualmente reduzido a 25 lugares.
A recente classificação do conjunto formado pela Casa e Quinta da Covilhã, em Guimarães, tornou-se circunstância para o lançamento de uma nova Galeria de obras dedicada a projetos desenvolvidos pelo Arquiteto Fernando Távora e que se encontram ou estão em vias de serem classificadas. Uma nova entrada do Site da Fundação Marques da Silva que será gradualmente ampliada, estando já sinalizado, para além do referido projeto de requalificação da Casa e Quinta da Covilhã, o Posto duplo de abastecimento no lugar de Covas, também em Guimarães.
Álvaro Siza recebe hoje o Prémio Nacional de Arquitetura de Espanha
Álvaro Siza recebe hoje o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha, pela primeira vez atribuido a um arquiteto não espanhol, numa invulgar, mas simbólica cerimónia. Naquele que será um verdadeiro encontro ibérico, transmitido via streaming, com a presença dos Primeiros Ministros Espanhol e Português, será premiado um dos arquitetos vivos mais importantes do nosso tempo e cuja arquitetura, segundo Iñaqui Carnicero "atuou como um instrumento de reequilíbrio social, de redução de desigualdades e de melhoria da qualidade do território construído".
A atribuição deste galardão, a ser presencial, teria decorrido no Centro Galego de Arte Contemporânea em Santiago de Compostela, projetado por Álvaro Siza e aqui representado num desenho que pode ser visto na exposição "Siza - Inédito e Desconhecido", patente ao público na Casa-Atelier da Fundação Marques da Silva.
Dos trabalhos desenvolvidos em Espanha por Álvaro Siza, destaque-se ainda, entre outros, o Parque de Santo Domingo de Bonaval e a Faculdade de Ciências da Comunicação, também em Santiago de Compostela; a reconstrução do Portal de Riquer no centro histórico de Alcoi; o Centro Meteorológico da Vila Olímpica de Barcelona; o Complexo Cultural da Manzana del Revellín, em Ceuta; a Reitoria da Universidade de Alicante; ou o Paraninfo da Universidade do País Basco, em Bilbau.
Descubra o programa paralelo às exposições "Mais que Arquitectura" e "Siza-Inédito e desconhecido"
"Siza - Inédito e Desconhecido" está pela primeira vez em Portugal e pode ser visitada até 19 de dezembro. Além de esquissos de projecto, fantasias arquitetónicas e retratos do arquivo pessoal de Álvaro Siza Vieira, o visitante encontra a maqueta do novo Centro de Documentação da Fundação, um projeto ambicioso que irá acolher o espólio pessoal e profissional de 50 dos maiores arquitectos portugueses.
Na exposição "Mais que Arquitetura” descubra os desenhos da viagem de Fernando Távora aos Estados Unidos da América e ao Japão, que mais tarde influenciou o seu desenho de um arranha-céus para o centro de Aveiro. Ou ainda os desenhos e fotografias da casa de Sergio Fernandez em Caminha, uma de quatro casas desenhadas por arquitectos para si próprios, que combinam o lado mais erudito da arquitectura com métodos de construção locais. A exposição da Fundação Marques da Silva demonstra como grandes nomes da arquitectura em Portugal exploraram no seu trabalho outros recursos, como a fotografia, o cinema, a escrita, o ensino, os média, o colecionismo ou as viagens.
Em paralelo, semanalmente, aos sábados, existe um conjunto de atividades programadas, onde se incluem visitas guiadas. Devido às medidas impostas pela DGS, o acesso aos espaços de projeção está limitado aos primeiros 25 visitantes com bilhete adquirido para as exposições. A participação nas visitas guiadas dos curadores (7 de novembro e 19 de dezembro) está dependente de inscrição prévia, até à véspera, através de email (fims@reit.up.pt).
Já amanhã, 31 de outubro, poderá assistir, no Palacete Lopes Martins, às 16h00, à exibição do programa "Magazine de Arquitectura - Sergio Fernandez" , de Isabel Colaço e Manuel Graça Dias (1993) e, às 16h30, da "Visita Guiada a Idanha-a-Vella", de Paula Mora Pinheiro (2015).
Imagem: Palacete Lopes Martins, "Mais que Arquitetura", 2020. Fotografia de Inês d´Orey
Conferência Marques da Silva 2020
Inês Lobo, Resiliência
Inês Lobo será a conferencista da 14.ª edição das Conferências Marques da Silva. Esta conferência, que tem por tema "Resiliência", será proferida a 18 de novembro, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Devido ao contexto pandémico em que vivemos, a lotação do Auditório estará sujeita a uma significativa redução de lugares, pelo que o acesso presencial à sessão carece obrigatoriamente de inscrição prévia [formulário]. A conferência será também transmitida online em direto.
Arquitetos Pedro Abranches Vasconcelos e Carlos Machado e Moura são os vencedores da 16.ª edição do Prémio Fernando Távora
Com "Estrelas do mar: Fortificações Costeiras de Portugal Continental", os Arquitetos Pedro Abranches Vasconcelos e Carlos Machado e Moura sagraram-se vencedores da 16.ª edição do Prémio Fernando Távora. O júri, constituído pela jornalista Paula Moura Pinheiro, pela arquitecta Paula Silva, pelos arquitectos José Bernardo Távora (indicado pela Fundação Marques da Silva) e Eduardo Queiroga (em representação da OASRN) e, também, pela Dra. Maria da Graça de Tavares e Távora Pereira Coutinho (designada pela família do Arquitecto Fernando Távora) considerou que esta proposta se distinguiu "por ser inédita, contribuindo para um conhecimento atualizado e sistemático do património defensivo costeiro, através da utilização do desenho e das novas tecnologias numa uniformização, em termos de apresentação".
Anúncio do Vencedor da 16ª edição do Prémio Fernando Távora
26 de outubro, Sede da OASRN, 18h00
Num ano atípico, também o Prémio Fernando Távora teve de se reajustar. Hoje, às 18h00, na sede da Secção Regional do Norte (OASRN), numa cerimónia em formato reduzido, o júri da 16.ª edição deste Prémio, que conta com a Fundação Marques da Silva como entidade parceira e terá o arq.to José Bernardo Távora em sua representação, anunciará o vencedor. Extraordinariamente, não será proferida a Conferência do vencedor da edição anterior, já que a viagem prevista não pôde ser realizada, ficando também o lançamento da próxima edição provisoriamente em suspenso.
A sessão será transmitida em streaming, via facebook da OASRN.
Abertura simultânea de exposições na Fundação Marques da Silva
17 de outubro, das 14h00 às 18h00
Tudo pronto para a abertura ao público de "Siza - Inédito e Desconhecido", na Casa-Atelier Marques da Silva, e "Mais que Arquitectura", no Palacete Lopes Martins. Duas exposições que se tornam pretexto também para uma visita a estes espaços, que foram lugar de vida e de trabalho de José Marques da Silva e da sua família, hoje sede de uma instituição dedicada à cultura e património arquitetónicos.
Cento e cinquenta e um anos após o nascimento de Marques da Silva, naquele que é igualmente o mês dedicado à Arquitetura, este é um presente que queremos partilhar consigo. Esperamos pela sua visita!
"Siza - Inédito e Desconhecido"
Casa-Atelier José Marques da Silva
17 de outubro a 19 de dezembro de 2020
Quem, a partir de 17 de outubro, se deslocar à Fundação Marques da Silva será recebido com uma "Vénia", a escultura de Álvaro Siza, criada para Jeju, na Coreia do Sul e pela primeira vez apresentada em Portugal. Será ela a marcar a entrada para as exposições que agora se mostram ao público. Na Casa-Atelier, "Siza - Inédito e Desconhecido" reúne desenhos de três gerações da família de Álvaro Siza, para além de outras peças escultóricas e da maqueta para o novo centro de documentação da Fundação Marques da Silva, de sua autoria.
A exposição, depois de uma primeira apresentação em Berlim, na Tchoban Foundation, seguirá depois para Tsinghua Art Museum, em Pequim.
"Hestnes Ferreira´s Proposal for Amsterdam City Hall Competition - Analyzed in continuity with Louis Kahn", por Alexandra Saraiva
Durante o projeto de tratamento do acervo de Raúl Hestnes Ferreira que a Fundação Marques da Silva tem em curso, foi encontrado um conjunto de desenhos relativos ao Concurso para o Edifício Municipal de Amesterdam, de 1967. Alexandra Saraiva publica agora, no Journal of Architecture and Urbanism, o artigo "Hestnes Ferreira´s Proposal for Amsterdam City Hall Competition - Analyzed in continuity with Louis Kahn". Um trabalho de análise da proposta apresentada por Hestnes Ferreira, onde novamente se constata e sublinha a influência de Louis Kahn no trabalho deste arquiteto. Foi um concurso internacional com uma forte presença portuguesa. De Lisboa, Bartolomeu Costa Cabral e Manuel Taínha; Pedro Vieira de Almeida; o atelier Conceição da Silva, liderado por Tomás Taveira; Luís Fernandes Pinto; e Victor Consiglieri, com o pintor Artur Florentino. E do Porto, José Pulido Valente, com o pintor Jorge Pinheiro e o escultor José Rodrigues.
"Mais que Arquitectura"
Paula Moura Pinheiro convida
"Mais que Arquitectura" é uma (a)mostra simbólica do heterogéneo universo de interesses dos arquitectos nela representados e do quanto há para descobrir no vasto património documental da Fundação Marques da Silva.
Pode ser visitada a partir do próximo dia 17 de outubro. Acompanhe Paula Moura Pinheiro neste primeiro olhar sobre os espaços expositivos.
Abertura simultânea das exposições
"Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que Arquitectura"
17 de outubro, Fundação Marques da Silva
"Siza - Inédito e Desconhecido" Casa-Atelier José Marques da Silva
17 de outubro a 19 de dezembro de 2020
"Mais que Arquitectura" Palacete Lopes Martins
17 de outubro de 2020 a 17 de abril de 2021
Outubro será o mês em que a Fundação Marques da Silva vai abrir as portas da Casa-Atelier José Marques da Silva e do Palacete Lopes Martins para dar a ver as exposições “Siza – Inédito e Desconhecido” e “Mais que Arquitectura”. Esta será uma oportunidade única para conhecer os espaços e o importante núcleo documental que nesta Fundação tem vindo a ser reunido e continuamente ampliado, bem como os desenhos pertencentes ao arquivo pessoal de Álvaro Siza, esculturas até à data inéditas e a maqueta do novo centro de documentação, da autoria deste arquiteto, que se assume como marca de um futuro sonhado para esta instituição.
Horários e condições de visita
Segunda a sábado, das 14h às 18h00.
O bilhete de entrada é de 3€ geral e 1,50€ para jovens, estudantes e seniores.
No dia da abertura ao público, 17 de outubro, as exposições podem ser visitadas gratuitamente entre as 14h00 e as 18h00.
Um lote de desenhos recentemente integrado no espólio de José Porto revela-nos o que terá sido o primeiro estudo para a reabilitação da sua casa em Marinhas – Vilar de Mouros.
Os vários esquissos sugerem uma ampliação significativa do volume original - uma pequena construção rural – resultando numa intervenção de grande escala protagonizada por um imponente hall que articula a casa existente com a sua ampliação.
Mais tarde, em 1946, José Porto acaba por concretizar uma versão reduzida deste primeiro estudo, que reproduz alguns dos aspectos compositivos iniciais e que procura do mesmo modo um diálogo estreito entre a casa e o seu contexto.
José Porto nasceu em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883.
Há um sentido de atualidade na arquitetura de Fernando Lanhas, arquiteto que sempre projetou um espaço a pensar na função. A casa que para si idealiza, em 1959, e que mais tarde, na Avenida Antunes Guimarães, no Porto, acabará por habitar, é bem ilustrativa desta sua forma de fazer arquitetura. Atente-se no cuidado expresso na escada em caracol, nas varandas ou na representação do automóvel à escala. Um projeto que, nos dias de hoje, continua a suscitar interesse, tendo estado representado na 15ª Bienal de Istambul.
José Porto já está no Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva
A documentação relativa à obra de arquitetura de José Porto já está disponível para consulta online. Doada em 2017 à Fundação Marques da Silva pelo arquiteto Abílio Mourão, a quem foi confiado o acervo profissional deste arquiteto, e pelo CIRV-GEPAV (Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense), detentor de um fundo pertencente à Oficina Fontes, é composta de mais de três centenas de registos correspondentes a cerca de três dezenas de projetos produzidos entre finais da década de vinte e a década de sessenta do século XX.
Com a integração desta nova entrada, o Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva passa a disponiblizar o acesso à documentação de 17 acervos de arquitetura.
"A Encomenda", de Manuel Graça Dias, na TSA Playlist
O filme A Encomenda, de Manuel Graça Dias, foi selecionado para participar no Short Film Showcase da Toronto Society of Architects, Canadá, um evento especial da TSA Playlist. Lançada no início de 2020, a TSA Playlist é um programa temático com curadoria mensal que apresenta filmes relacionados com arquitetura, design e ambiente construído. "A Encomenda" fará parte de uma série intitulada Arquitetura e Contexto que analisa não apenas a relação entre os edifícios e a sua circunstância física, socioeconómica ou cultural, mas também a forma como se moldam e informam mutuamente.
A curta-metragem A Encomenda foi filmada na casa de fim-de-semana que Raul Hestnes Ferreira projectou em 1961 para o seu pai, o poeta José Gomes Ferreira. A Casa de Albarraque, como ficou conhecida, permanece, após quase sessenta anos, uma encantadora e inesperada obra de arquitectura. A Encomenda introduz-nos ao ambiente da casa, tomando como pretexto a chegada de um carteiro anarquista, muito palavroso e abelhudo, que a vai percorrendo, abrindo e fechando armários, tocando nos objetos, enquanto protesta contra o governo ou recita poemas, sob o olhar enfadado do proprietário, o próprio Raul Hestnes Ferreira. Só depois da saída do carteiro, o arquiteto poderá ouvir com calma um pouco de música e concluir pequenas bricolages, antes de se sentar no pátio, para então descobrir o conteúdo d’A Encomenda.
Manuel Graça Dias (1953-2019) foi um dos mais importantes arquitectos portugueses, professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e fundador do atelier Contemporânea (www.contemporanea.com), com obra construída em Lisboa, Porto, Almada, Braga, Chaves, Guimarães, Vila Real, Macau, Madrid, Sevilha ou Frankfurt, obra essa extensamente publicada e apresentada em múltiplas exposições. Com uma vida dedicada à divulgação da arquitetura, foi curador, autor de numerosos livros, colunista de jornais e revistas e apresentador de séries de arquitetura na RTP e na TSF. Realizou as curtas-metragens A Encomenda (2013) e A Limpeza (2013).
Acaba de ser publicada, na Archivoz Magazine, uma entrevista a Carlos Carvalho Dias, conduzida por Alexandra Saraiva. "Toda a nossa actividade se faz para o ser humano, que deve ser a nossa preocupação fundamental" é a frase em destaque de um conjunto de reflexões sobre a preservação da memória no domínio da Arquitetura, por parte de um importante e reconhecido arquiteto e urbanista que, em 2018, começou por doar à Fundação Marques da Silva os registos da sua colaboração no Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, e, em 2020, ampliar essa doação à restante memória documental do seu percurso profissional.
"Uma sala abobadada" é um dos muitos trabalhos académicos realizados por Maria José Marques da Silva enquanto estudante do Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes do Porto (EBAP). Esta arquiteta portuense, nascida a 7 de setembro de 1914, na Casa-Atelier projetada por seu pai e onde hoje se encontra a Fundação Marques da Silva, frequentou a EBAP entre 1933 e 1939, vindo a obter o seu Diploma em agosto de 1943.
E quando o abrir de um rolo nos devolve a memória de desenhos aparentemente perdidos!
Em 1967, o Município de Amsterdam lança um concurso internacional para a construção de um novo edifício camarário. Serão 7 as equipas portuguesas a participar na competição, entre elas, Raúl Hestnes Ferreira. Até ao momento, já foram tratados cerca de 16.000 desenhos do acervo deste arquiteto.
A Fundação Marques da Silva também está na Feira do Livro!
Com 14 títulos e o Puzzle Estação de S. Bento, disponíveis no pavilhão da Universidade do Porto (U. Porto Press, nº 33) com generosos descontos, a Fundação Marques da Silva marca presença na Feira do Livro que hoje se inaugura nos Jardins do Palácio de Cristal.
Sob o mote "Alegria para o fim do mundo", esta sétima edição da Feira do Livro do Porto contará com 80 expositores. Entre editoras, livreiros, alfarrabistas e demais entidades, distribuídas por 119 pavilhões, serão promovidos lançamentos de livros, palestras, debates, oficinas, apresentações várias e concertos. No Pavilhão da U.Porto Press serão ainda organizadas sessões de autógrafos e o concurso "É preciso ter sorte!" (+ info).
A Feira do Livro manterá as suas portas abertas até 13 de setembro e pode ser visitada de segunda a quinta feira, entre as 12h e as 21h30. Às sextas-feiras, o horário prolonga-se até às 23h. Durante o fim de semana abre às 11h. Aos sábados, encerra pelas 23h, enquanto aos domingos, encerra pelas 21h30.
"... cruzam-se recordações, realidades e sonhos, o passado e o futuro, factos, lugares, imagens, ideias e formas, gentes, viagens e leituras, assim se construindo a vida e obra de um homem e de um arquiteto."*
Fernando Távora, nasceu a 25 de agosto de 1923.
* in Fernando Távora: Percurso, CCB, 1993, p.9; desenho: Beirut, Musée Nationale/Junho, 3, 60.
Poderia ser um simples registo de um banal encontro de amigos, mas é muito mais o que esta fotografia nos revela. Basta referir que corria o ano de 52, que em frente à entrada principal do castelo de Blois estão Joseph Martin, do Canadá, Manuel Marques de Aguiar, de Portugal, e Amine Bezeri, do Líbano. A uni-los, a condição de arquitetos e a frequência do Instituto de Urbanismo de Paris.
"Usina": 3 poemas de Octávio Lixa Filgueiras (1949)
É com a poesia de Octávio Lixa Filgueiras que se conclui a primeira série de Escritos Escolhidos. Com este programa, o 15.º, assinala-se também a passagem de mais um aniversário deste arquiteto, nascido a 16 de agosto de 1922.
"El Carácter de la Tradición en la Arquitectura de Barney, Távora, Coderch" entre os seleccionados para a Bienal Colombiana de Arquitectura e Urbanismo 2020
Com curadoria de Andrés Erazo (Colômbia), Manuel Mendes (Portugal) e António Armesto (Espanha), a exposição, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, esteve patente ao público no Museu La Tertulia, em Cali, entre maio e agosto de 2019.
A XXVII edição da Bienal abarca 9 categorias e um total de 118 inscritos. Vai decorrer entre 18 e 28 de novembro e de entre os vencedores de cada uma destas categorias sairá o Prémio Nacional de Arquitetura.
A OASRN, em parceria com a Fundação Marques da Silva, acaba de lançar a segunda edição, revista e ampliada, do Mapa de Arquitetura José Marques da Silva (pt/eng e es/fr), e a segunda edição revista do Mapa de Arquitetura Fernando Távora (pt/eng e es/fr).
No âmbito desta linha editorial, a Fundação Marques da Silva colaborou ainda com a OASRN e a arquiteta Helena Ricca na produção do novo Mapa de Arquitetura Agostinho Ricca (pt/eng e es/fr). Com texto introdutório de João Luís Marques, percorre 49 obras representativas de um valioso e diversificado legado, idealizado ao longo de 70 anos de atividade profissional.
Neste contexto, a OASRN reeditou também o primeiro mapa a ser publicado, em 2008, o Mapa de Arquitetura Arménio Losa e Cassiano Barbosa (pt/eng e es/fr). A coleção completa-se com os Mapas de Arquitetura dedicados a Álvaro Siza (pt - eng - es) e Eduardo Souto de Moura (pt - eng - es).
O prazo de entrega de candidaturas à 16ª edição do Prémio Fernando Távora foi prorrogado até ao dia 31 de Agosto de 2020. Esta decisão prende-se com o carácter extraordinário da situação epidemiológica actualmente vivida.
Harry Wolf, arquiteto com uma longa e premiada carreira nos Estados Unidos da América, a residir no Porto há cerca de 5 anos, traz-nos de novo a arquitetura de Mies van der Rohe.
Este é o 12.º "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura"*, podcast que regressa em setembro com novos e inesperados convidados.
Prosseguem os trabalhos de tratamento do acervo de Raúl Hestnes Ferreira e as surpresas sucedem-se. Já foram encontrados originais que se pensavam perdidos de trabalhos académicos realizados na Escola de Belas-Artes do Porto, na Finlândia e nos Estados Unidos, assim como os esquissos para o Concurso da Ópera da Bastilha, em Paris, de 1983, aos quais a imagem se refere.
Dos escritos dispersos de Fernando Lanhas às arquiteturas sem arquitetos propostas por Carlos Antunes. Há novos podcast da Fundação Marques da Silva!
Esta semana, a Fundação Marques da Silva e a Casa Comum disponibilizam mais dois podcast: em "Escritos Escolhidos" serão lidos escritos dispersos de Fernando Lanhas; em "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura", Carlos Antunes oferece-nos uma viagem através de arquiteturas sem arquitetos, de ninhos.
"Siza - Unseen & Unknown" na loja online da Fundação Marques da Silva
Enquanto se aguarda a abertura ao público de "Siza - Inédito e Desconhecido/Siza - Unseen & Unknown", na Casa-Atelier José Marques da Silva, o Catálogo da exposição apresentada em Berlim, na Tchoban Foundation: Museum fur Architekturzeichung, em 2019, com curadoria de Kristin Feireiss e António Choupina, já pode ser adquirido na loja online da Fundação Marques da Silva.
A publicação reproduz o conjunto de 100 desenhos então expostos, enquadrados por textos dos curadores, de Álvaro Siza, Álvaro Leite Siza, José Luís Porfírio e Steven Holl. São desenhos que nos devolvem um olhar intimista sobre a obra deste arquiteto, associados a desenhos nunca antes vistos em público da sua falecida esposa, Maria Antónia Siza, desenhos do seu filho e arquiteto Álvaro Leite Siza e do seu neto, Henrique Siza.
"O Edifício na Praça de Martim Moniz (1973-1984), de Bartolomeu Costa Cabral: uma proposta de continuidade", por Mariana de Oliveira Couto
O edifício que Bartolomeu Costa Cabral pensou para a Praça Martim Moniz, em Lisboa, “iniciado em 1973, desenvolvido até 1975, adiado até 1981 e só então parcialmente construído (…) procurou devolver à Mouraria novos espaços de encontro e apropriação”.
O artigo de Mariana de Oliveira Couto, colaboradora da Fundação Marques da Silva e doutoranda da DArq UC, com uma tese sobre a obra de Bartolomeu Costa Cabral, publicado na ProArq (caderno 34) dá-nos a conhecer este projeto. A ler aqui
“Elas andaram aí”, mas com “estranhos destinos”. Como se (re)escreve na história portuguesa a arquitectura no feminino?
Este é o título do artigo de fundo escrito por Andreia Friaças para o Jornal Público sobre a presença das mulheres na arquitetura e sobre o que tem vindo a ser feito para que essa presença se torne visível. Uma história de afirmação que tem em Maria José Marques da Silva, a primeira mulher a terminar o curso de arquitetura no Porto, em 1943, uma das suas protagonistas.
Pela voz de Andreia Garcia, o novo "Passa-a-Palavra: falemos de Arquitetura" leva-nos a conhecer a Capela que Barragán desenhou para as Irmãs Clarissas Capuchinhas, em Tlalpan, na cidade do México.
Há mais um Escritos Escolhidos. O 13.ª podcast desta série traz-nos fragmentos da memória descritiva do anteprojeto para o Coliseu do Porto, de José Porto, datada de fevereiro de 2020.
Tratamento do acervo de Raúl Hestnes Ferreira continua
Continua a avançar o trabalho de tratamento do acervo do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira e a cada semana, dezenas de rolos de esquissos e desenhos de projeto são abertos, separados, limpos e reacondicionados. Até ao momento, foram já tratados cerca de 4000 registos. Ver vídeo aqui.
Escritos Escolhidos Especial
Álvaro Siza, Alcino Soutinho, Jorge Gigante e Fernando Távora lembram Arménio Losa
A 1 de julho de 1988, com 79 anos de idade, falecia Arménio Losa. Neste "Escritos Escolhidos", num gesto que agradecemos ao Arquiteto Álvaro Siza, recuperam-se os textos então publicados em sua homenagem, no Jornal de Notícias. São quatro testemunhos, quatro formas de lembrar um arquiteto que para Álvaro Siza foi constantemente contemporâneo, para Alcino Soutinho uma referência pela sua defesa cívica da Arquitetura, para Jorge Gigante uma lacuna difícil de preencher, e para Fernando Távora uma lição de esperança.
A imagem que acompanha esta notícia foi gentilmente cedida pelo Centro de Documentação da FAUP. Nela se encontram retratados "Soutinho, Semide, Aires Pereira, Távora, Siza, Marques de Aguiar, Forjaz, Sergio, Pedro e Losa" [FAUP/CDUA/AL-CB/PART/Fotos_503_1].
Francisco Granja já faz parte da Fundação Marques da Silva
Foi ontem, 30 de junho, assinado o protocolo que formaliza a doação do acervo de Francisco Granja (1914-1988) à Fundação Marques da Silva. São centenas de registos de projeto (peças desenhadas e escritas), fotografias e revistas de arquitetura e urbanismo a documentar o percurso de um arquiteto que foi discípulo de Marques da Silva. Das muitas obras projetadas, destaca-se a autoria do CineTeatro Vale Formoso ou a Garagem da Peugeot, no Porto, obras expostas na Exposição de 53, ou o conjunto de edifícios residenciais para a rua António José da Costa, também nesta mesma cidade. A documentação doada já está a ser alvo de tratamento arquivístico e de ações de conservação e restauro, tendo em vista a sua futura disponibilização.
Na assinatura de ontem, ponto de chegada de um processo iniciado por Clara Pimenta do Vale e César Romão, estiveram presentes, pela Fundação, a Presidente, Fátima Vieira, e o Vice-Presidente, Luís Urbano, e pela família de Francisco Granja, Maria Júlia Granja e Helena Pato Granja, esposa e filha deste arquiteto.
Fernando Távora, José Gigante, João Mendes Ribeiro
Há novos podcast da Fundação Marques da Silva para ouvir!
Em dia de S. João, aqui está a quadra popular a mostrar que também através dela tanto se pode dizer de arquitetura. E claro que estamos a falar de José Gigante, que assim nos convida a visitar a "Rota Corbusier". Mas temos também o Neues Museum, de Chipperfield, pela voz de João Mendes Ribeiro e uma figura transversal a estes dois convidados do Passa-a-Palavra, Fernando Távora, com a história do romance vivido com a Casa da Covilhã.
Entre dois mundos: a capela que João Queiroz projetou em S. João da Madeira
A assinalar a passagem de mais um ano sobre o nascimento de João Queiroz, a Fundação Marques da Silva divulga um conjunto de fotografias da capela de Santo António, em S. João da Madeira, projetada por este arquiteto. Inaugurada em 1935, foi construída com base numa subscrição pública que reuniu mais de 150 beneméritos. Clara Vale, autora destas imagens, salienta o contraste entre dois mundos: o de dentro e o de fora. No interior destaca as pias de água benta, os cachorros que seguram a asna e, principalmente, a escada sineira, em caracol, executada em betão armado. Esta investigadora considera ainda que é possível colocar a hipótese de atribuição da autoria dos vitrais Art Deco a desenho de João Queiroz, bem como as grades de entrada. A capela tem vindo a ser objeto de obras e aguarda agora a colocação de um novo altar.
Para um novo olhar sobre os desenhos de Raúl Hestnes Ferreira
A Fundação Marques da Silva tem em curso um amplo projeto de tratamento do acervo do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira. São milhares de registos que estão a ser limpos e reacondicionados. Um passo fundamental para que novas ações possam vir a ser desenvolvidas, garantindo a salvaguarda da documentação original.
Octávio Lixa Filgueiras e Manuel Teles no Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva
Os acervos dos arquitetos Octávio Lixa Filgueiras (1922-1996) e Manuel Teles (1936-2012) já podem ser consultados no Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva, bem como as respetivas listas de processos de obra de arquitetura/urbanismo. No seu conjunto, referem-se a mais de 1600 peças desenhadas e 11 metros lineares de peças escritas que têm vindo a ser tratadas em termos arquivísticos e que documentam tanto a formação académica, quanto a atividade profissional destes arquitetos e professores.
Os acervos agora disponibilizados integram ainda registos fotográficos e bibliográficos de relevo. A biblioteca de Octávio Lixa Filgueiras, num total de 1377 livros que abrangem áreas tão distintas como arquitetura, urbanismo, história, arte e património, já se encontra igualmente inventariada e está a começar a ser disponibilizada para consulta na plataforma Aleph, onde se encontra alojado o catálogo da Fundação Marques da Silva.
Com a integração das entradas de Octávio Lixa Filgueiras e Manuel Teles, o Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva passa a disponiblizar o acesso à documentação de 16 acervos de arquitetura. Trata-se de um processo em aberto, pelo que a informação incorporada nesta plataforma vai sendo progressivamente ampliada.
Os novos podcast da Fundação Marques da Silva:
Nuno Valentim, em "Passa-a-Palavra",
Sergio Fernandez e Álvaro Siza, em "Escritos Escolhidos"
Há mais 3 novos podcast da Fundação Marques da Silva para ouvir!
Em "Passa-a-Palavra: Falemos de Arquitetura", Nuno Valentim traz-nos a Casa Barragan. É uma casa onde cliente e arquiteto se fundem, pelo que "Escritos Escolhidos" propõe que se ouça o que um outro arquiteto tem a dizer sobre a casa que para si projetou. Referimo-nos a Sergio Fernandez e a Vill´Alcina. Para aquela que será já a 10.ª emissão de "Escritos Escolhidos", regressamos a Siza com a leitura de dois textos: Barragán e António Quadros.
Prémio Fernando Távora
Abertura de inscrições para a 16.ª edição
Está aberto o período de submissão de candidaturas à 16.ª edição do Prémio Fernando Távora, uma iniciativa organizada pela OASRN e que conta, a partir desta edição, com a Fundação Marques da Silva como entidade parceira.
As candidaturas podem ser apresentadas até 17 de agosto e o júri será constituido pela jornalista Paula Moura Pinheiro, pela arquitecta Paula Silva, pelos arquitectos José Bernardo Távora (indicado pela FIMS) e Eduardo Queiroga (em representação da OASRN) e, também, pela Dra. Maria da Graça de Tavares e Távora Pereira Coutinho (designada pela família do Arquitecto Fernando Távora).
Colóquio
WHAT EDUCATION? Arquitetura, Ensino e Investigação
Webinar: 22 e 23 de maio de 2020, 10:00
Colóquio/webinar WHAT EDUCATION? Arquitetura, Ensino e Investigação
Apresentação: Jorge Figueira, Gonçalo Canto Moniz, Luís Urbano
Oradores: Bruno Gil, Carolina Coelho, Eduardo Fernandes, Gonçalo Canto Moniz, Leonor Matos Silva, Pedro Pinto, Raquel Paulino
O colóquio What Education? Arquitetura, Ensino e Investigação*, a decorrer em formato digital, com acesso através da plataforma ZOOM, nos dias 22 e 23 de maio, a partir das 10:00, vai reunir os investigadores do projeto (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture e os investigadores convidados da linha “What Education”, com o objetivo de debater publicamente os primeiros resultados da investigação anunciada em julho do ano passado na Casa-Atelier Marques da Silva. Pretende-se identificar, para cada caso de estudo, os temas mais relevantes e os momentos-chave da formação do/a arquiteto/a. Simultaneamente, serão colocados os desafios trazidos a este contexto pela investigação, de acordo com os desenvolvimentos da linha “What Research”.
Esta iniciativa é organizada por Jorge Figueira, Gonçalo Canto Moniz, Bruno Gil, Carolina Coelho, do Centro de Estudos Sociais (CES-UC), em parceria com a Fundação Marques da Silva.
*Actividade no âmbito do projecto de investigação «(EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture», financiado por FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do COMPETE 2020 - Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI) e por fundos portugueses através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia. POCI-01-0145-FEDER- 030492.
De Paris para o Porto:
O restauro dos desenhos de Marques da Silva do atelier Laloux
Enquanto se aguarda o momento em que as portas da Fundação Marques da Silva se voltarão a abrir sem restrições, assinalamos o Dia Internacional dos Museus com uma iniciativa digital: um olhar sobre o processo de restauro dos desenhos realizados durante a formação de José Marques da Silva em Paris, entre 1890 e 1896, enquanto aluno da Escola de Belas Artes e jovem aprendiz de arquiteto no atelier de Victor Laloux.
Falamos de 68 desenhos de arquitetura, 10 desenhos de modelo e ornamento, 44 enunciados e 2 memórias descritivas - hoje parte integrante do acervo da Fundação Marques da Silva - que foram alvo de um amplo e meticuloso processo de restauro, em grande parte realizado por Ana Freitas, da Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da Universidade do Porto e que este vídeo vem ajudar a tornar visível.
Francisco Vieira de Campos, Graça Correia, José Carlos Loureiro e Raúl Hestnes Ferreira: há 4 novos podcast para ouvir!
Em "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura" estaremos perante a escala da pequena casa, com a Casa de Baião de que nos fala Francisco Vieira de Campos, e a escala do grande bairro, com a história do Lafayette Park, que nos é contada por Graça Correia.
Por sua vez, "Escritos Escolhidos", propõe duas narrativas de cunho bem pessoal: Raúl Hestnes Ferreira diz-nos quanto e como surge o seu primeiro projeto de arquitetura e José Carlos Loureiro revela a sua paixão pelo Palácio do Freixo.
Reabertura da Fundação Marques da Silva a consultas presenciais
A Fundação Marques da Silva informa que, a partir de hoje, vai reabrir parcialmente as suas portas. Entre as 10h00 e as 12h00, de segunda a sexta-feira, será possível realizar consultas presenciais à documentação e núcleos bibliográficos da instituição, estando assegurados os procedimentos necessários para que estas decorram em segurança. Cada consulta deverá ser previamente agendada, através de marcação por email – fims@reit.up.pt.
A 18 de maio serão reavaliadas as condições de acesso.
Álvaro Siza, Bartolomeu Costa Cabral, João Pedro Serôdio: os novos podcast da Fundação Marques da Silva
Em "Escritos Escolhidos", Álvaro Siza traça um retrato de Vittorio Gregotti e descreve uma gravura de Picasso; Bartolomeu Costa Cabral aborda o tema da continuidade na Arquitetura como condição essencial para a sua prática.
Em "Passa-a-Palavra: falemos de Arquitetura", João Pedro Serôdio responde ao desafio de Pedro Ramalho e fala-nos das Casa Farnsworth, de Mies.
São os três novos podcast da Fundação Marques da Silva.
A arquitetura de um livro numa época de encruzilhada: "Da função social do arquiteto"
Dia Mundial do Livro 2020
(...) o arquitecto, para realizar-se tem de saber fazer e, ao mesmo tempo, conhecer as coisas, e os homens, e o mundo, e a vida, e de tudo isso saber tirar uma lição que lhe permita erguer, no dealbar, um hino de esperança ao novo dia.
Octávio Lixa Filgueiras, Da Função Social do Arquitecto, 1985, p.16
Da função social do arquitecto: para uma teoria da responsabilidade numa época de encruzilhada é umlivro de Octávio Lixa Filgueiras que se encontra profusamente documentado na Fundação Marques da Silva.
Sabemos da sua razão de ser: constitui a resposta a uma das 3 provas pedidas pela Escola Superior de Belas Artes aos candidatos ao lugar de professor de Arquitetura, em concurso aberto em 1962.Sabemos do projeto e método de construção: no Centro de Documentação da Fundação preservam-se manuscritos, documentos datilografados, montagens para publicação e a forma como as ilustrações de autores vários iam sendo selecionadas e preparadas para aquela que será a primeira edição. Sabemos da tese que defendia: uma perspetiva humanista que propunha um envolvimento do arquiteto com a realidade social, ancorada em Gordon Cullen, Ernesto Rogers ou Lúcio Costa. Sabemos do seu interesse: em 1985 volta a ser editado pela ESBAP, com prefácio de Pedro Vieira de Almeida, prefácio esse que existe também, neste acervo, numa versão datilografada e com anotações de Octávio Lixa Filgueiras.
Alcino Soutinho, Alexandre Alves Costa, Nuno Brandão Costa e Pedro Ramalho em "Escritos Escolhidos" e "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura"
E há mais 4 novos podcasts da Fundaçao Marques da Silva já disponíveis na plataforma online da Casa Comum:
"Escritos Escolhidos" propõe-nos dois novos textos: Alcino Soutinho "regressa" a Itália para nos falar da sua geografia, da suas gentes, das suas cidades e Alexandre Alves Costa "regressa" a Maria de Sousa, para nos falar da cientista e da mulher que recentemente nos deixou.
Em "Passa-a-Palavra: falemos de Arquitetura", João Pedro Xavier lançou o convite a Nuno Brandão Costa e Nuno Brandão Costa desafiou Pedro Ramalho. Dois novos testemunhos que, de Barcelona, nos fazem seguir rumo a Florença e de Florença até Viena.
Fundação Marques da Silva, um arquivo em expansão
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2020
A Fundação Marques da Silva sinaliza o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios abrindo a consulta, no seu Arquivo Digital e Site Institucional, a 4 novos Sistemas de Informação: Fernando Lanhas, Rui Goes Ferreira, Raúl Hestnes Ferreira e Bartolomeu Costa Cabral.
Com as novas entradas, passa a permitir a navegação online através de 14 acervos documentais de arquitetura. Um precioso instrumento de pesquisa e uma forma privilegiada de preservar a memória da obra desenvolvida por estes arquitetos e do património por eles projetado. Um trabalho em permanência, em contínua atualização, a permitir que esta herança comum se torne acessível a todos.
Manuel Teles não foi apenas o arquiteto que projetou o Bairro do Aleixo. Formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (CODA: “Conjunto de Habitações no Espaço Rural”, 1965). Iniciou a sua atividade no atelier de João Andresen, colaborou com vários Municípios: Porto, Mira, Cantanhede e Barcelos, mas acabaria por desenvolver uma longa carreira como arquiteto liberal e como professor. Tem artigos publicados em revistas da especialidade e representou Portugal em vários fóruns internacionais.
Nasceu a 16 de abril de 1936.
Crucifixão, autor desconhecido, finais do séc. XVI
Uma pintura, muitas histórias
Neste quadro, uma pintura a óleo sobre madeira (77x100cm) onde se representa o tema do Calvário, destaca-se a exuberância e intensidade da cor que o preenche, bem como a qualidade verificada na definição anatómica das personagens. Desconhece-se o autor, mas tem como datação atribuída o final do século XVI. Foi um bem herdado de Amélia Lopes Martins, falecida em 1943, e encontrava-se associado à capela do Palacete então por ela habitado. Acabou por ser alvo de pareceres e avaliações várias por parte de várias personalidades, agentes ativos no mercado artístico nacional à época, mas o arquiteto José Marques da Silva decidiu adquirir a obra em causa, integrando-a no seu espólio pessoal. Pertence agora à coleção de Pintura da Fundação Marques da Silva. Com ele assinalamos a data e desejamos uma Feliz Páscoa.
Raúl Hestnes Ferreira e Fernando Távora no mais recente número da "AMPS Proceedings Series 17.1. Education, Design and Practice"
As atas do Colóquio Education, Design and Practice - Understanding skills in a Complex World, que teve lugar no Stevens Institute of Technology, em Nova Iorque, em junho de 2019, acabam de ser publicadas na AMPS Proceedings Series 17.1. Education, Design and Practice, tornando possível a leitura de duas comunicações realizadas no âmbito de investigações centradas na Fundação Marques da Silva:
- Alexandra Saraiva, "Hestnes Ferreira between European timelessness and North American classicism", pp. 150-159.
- Raffaella Maddaluno, "Fernando Távora and the United States: travel as a teaching practice", pp.130-136.
Refira-se que Alexandra Saraiva, ao abrigo de uma Bolsa de Pós-Doutoramento da FCT, investigadora do ISCTE-IUL, com uma tese de doutoramento sobre a influência de Louis Kahn em Raúl Hestnes Ferreira, está a apoiar o processo de tratamento do acervo do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira na Fundação Marques da Silva e que Raffaella Maddaluno, ao abrigo de uma bolsa de investigação concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian e conjuntamente com Giovanni Leoni e Antonio Esposito, está a trabalhar na publicação de uma tradução e estudo crítico do Diário da Viagem aos Estados Unidos e Japão, em 1960, de Fernando Távora.
"Escritos Escolhidos" e "Passa-a-Palavra"
Fundação Marques da Silva integra Podcasts da Casa Comum
A Casa Comum lançou o desafio e a Fundação Marques da Silva respondeu com duas linhas de podcasts: "Escritos Escolhidos" e "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura".
Tomando de empréstimo o título do último livro publicado no âmbito da tradução da obra escrita de Giorgio Grassi, "Escritos Escolhidos" propõe-se dar voz às palavras escritas por arquitetos que confiaram os seus acervos à Fundação Marques da Silva. É que a escrita, ditada por exigências profissionais ou em resposta a uma vontade pessoal, está sempre presente no quotidiano dos Arquitetos. Inéditos ou já publicados, serão textos que podem oferecer um outro olhar sobre quem os escreveu ou sobre a matéria que abordam. Um programa que se inicia com a leitura de um texto de José Marques da Silva, de 1915, inédito, sobre a abertura da Avenida da cidade.
Em "Passa-a-Palavra: falemos de arquitetura", a Fundação Marques da Silva convida a comunidade de Arquitetos a revelar o projeto ou obra que tem um lugar de referência na sua visão do mundo da Arquitetura, partilhando com os ouvintes o motivo pelo qual ele se torna especial. Caber-lhe-á seleccionar quem se segue. O primeiro convidado foi João Pedro Xavier, Diretor da Faculdade de Arquitetura da U. Porto, e o testemunho já foi passado. Em breve estará disponível e veremos quem tem a próxima palavra.
Enquanto as salas, silenciosas, aguardam o regresso dos aplausos, aí estão os edifícios e as suas memórias a manter vivo o Teatro - um Teatro que, no desafio de imaginar a sua arquitetura, marcou o percurso de José Marques da Silva. Nem todos os seus projetos foram construídos, como a proposta de 1908 para o Teatro Circo, em Braga, ilustrada na imagem, ou o Teatro Figueirense (1915). Mas o pequeno Teatro Apolo da Brejoeira (1912-13), em Monção, e o centenário Teatro de S. João (1909-20), no Porto, testemunham a sua "agilidade performativa", como refere Luís Soares Carneiro que em breve publicará, nos Cadernos do Centenário, um artigo sobre o processo seguido por Marques da Silva no projeto para este Teatro portuense, classificado em 2012, monumento nacional.
"Eu sei, eu sei
sim, eu sei. Sei-o agora e já há muito o sabia
sim, sei, sei isso.
Mas eu sei isso, e também sei o contrário.
E é tão difícil saber isso e saber o contrário.
Aceitar isso e não desprezar o contrário.
Sim, eu sei.
Eu sei que a terra terá cinco milhões de anos
eu sei que a vida terá três milhões de anos
eu sei que a “pequena” distância da terra a lua anda,
aproximadamente, pelos 400 000 kilómetros.
Eu sei, sim, eu sei,
eu sei
eu sei que tenho apenas 56 anos de idade,
1,65m de alto e um passo de 70 centímetros.
Sim, eu sei,
eu sei
mas sei também
que a praia ficará diferente se lhe roubar um grão de areia
eu sei
que o mar não será o mesmo se eu lhe roubar um grão de areia
eu sei
que o universo se altera quando respiro ou mesmo quando penso.
Sim, eu sei
eu sei que venho de longe e vou para longe
sei que não estou apenas aqui mas em muito lado, sei
que não vivo apenas o tempo que vivo.
Sei que o infinitamente grande é tão infinito como
o infinitamente pequeno
e sei e sei mais e muito mais
sei que não sou excepção.
Sei que sou como todos os homens
- os que nasceram e morreram
- os que hão-de nascer para morrer.
E sei que entre mim e os outros há uma eterna e indissolúvel união,
e que os outros precisam de mim, tanto quanto eu deles necessito.
E sei que é este sabermo-nos infinitamente grandes
por sermos infinitamente pequenos
que constitui a paixão da vida.
Eu sei, sim eu sei.
(E é sobre esta vida de paixão que tem sido
a minha que vou falar.
Com ironia, com tristeza, por vezes com rancor,
mas sempre, sempre com paixão.)
Há anos pensei um pensamento para gravar numa porta
que ofereci, simbolicamente, para a casa de uns amigos.
Esse pensamento pensava simplesmente: faz de cada
momento uma vida.
Ofereci a porta mas não gravei o pensamento.
Gravei-o na memória e procuro praticá-lo no quotidiano.
E é essa paixão pela paixão da vida que eu quero apaixonadamente
transmitir. Porque não vive quem não mergulha
permanente e apaixonadamente na paixão da vida.
Eu sei, sim eu sei.
Eu sei.
Fernando Távora, “Depoimento”, FBAUP, 21 de maio de 1980, in “Prólogo”
A Fundação Marques da Silva, tendo em conta as últimas recomendações e determinações das autoridades de saúde locais e nacionais, determinou o encerramento das suas instalações, prevendo reabrir no dia 13 de abril. Contudo, a nossa equipa estará, a partir de hoje, em regime de teletrabalho. Pode contactar-nos para fims@reit.up.pt e continue a acompanhar-nos em www.fims.up.pt.
ADIAMENTO DAS EXPOSIÇÕES E DO PROGRAMA PREVISTO PARA O DIA 14 DE MARÇO
A Direcção da Fundação Marques da Silva informa que, devido à imposição das medidas de contingência para combater a propagação do vírus COVID-19, não se encontram reunidas as condições para a abertura ao público das Exposições "Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que arquitectura", cuja inauguração estava prevista para o próximo dia 14 de Março de 2020.
Em consonância com as decisões que venham a ser tomadas pela Universidade do Porto e pelo Governo de Portugal, será oportunamente anunciado o seu reagendamento, bem como das restantes iniciativas programadas: inauguração das exposições, apresentação do projeto do novo Centro de Documentação, cerimónias de doação dos acervos dos arquitetos Bartolomeu Costa Cabral, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez.
Marques da Silva e o Teatro Nacional de S. João, em dia de Centenário*
Hoje, 7 de março de 2020, celebram-se os 100 anos da inauguração do Teatro de S. João, uma das obras mais importantes do Arquitecto José Marques da Silva.
Um desenho pouco conhecido (FIMS/MSMS/1844-pd0103v) realizado cerca de 1915-16, quando se estudava a decoração final do interior da sala de espetáculos, permite perscrutar, num detalhe, a essência da cultura e do espírito da sociedade portuense da época, na interpretação que dela fazia o arquitecto.
Três arcos de circulo, em três planos diferentes, articulam e aproximam três mundos diversos: o arco da direita (o primeiro do proscénio) abre para o palco, ou seja, para a Arte; o segundo, o arco da esquerda, o primeiro arco dos camarotes laterais, abre para a sala e para o Público; o terceiro, o arco de cima, delimitando a pintura do tecto, onde se previa surgir uma imagem do Olimpo, abre para o alto, para os Deuses. Ao centro da imagem, ainda no tecto, acima de uma imposta que, no canto, junta os três planos, está colocada uma tabela, de conteúdo inequivocamente oitocentista, onde se inscreve todo um programa cultural e que reúne os círculos do Público, da Arte e dos Deuses: “Poesia”. E, do lado oposto, não visível na imagem, existe o correlativo: “Música”.
Marques da Silva, subscrevendo embora aquele programa, não deixou de fazer do novo edifício um exemplo de modernidade, onde o betão e eletricidade eram já intrínsecos e essenciais à arquitectura, antecipando e impulsionando com o seu teatro o que seria a direção dominante no século que começava.
A Fundação José Marques da Silva mantém e conserva este desenho. Tal como conserva muitos outros do agora centenário Teatro de S. João. Em versão física, em versão digital, e também disponíveis online, são os novos arcos de círculo onde antigos planos e novas leituras convergem, possibilitando transformar os documentos em Memórias Exemplares. E é evocando a união das Artes que o Teatro convoca através de um desenho do Arquiteto que projetou o edifício, que sinalizamos a efeméride e congratulamos o Teatro Nacional de S. João pelo relevante percurso que tem vindo a construir.
* Agradecemos ao Prof. Luís Soares Carneiro o apoio na redação desta nota.
Fundação Marques da Silva abre as suas portas a 14 de março
Programa e Teaser
A partir de 14 de março, a Casa-Atelier e o Palacete da Fundação Marques da Silva abrem as suas portas à cidade com um programa diversificado:
14h30: Mesa-redonda “Siza-Inédito e Desconhecido” e “Mais que Arquitetura”, com os curadores das exposições 16h00: Cerimónia de Doação do Acervo do Arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, com Mariana Couto 16h30: Cerimónia de Doação do Acervo dos Arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, com Jorge Figueira 17h00: Porto de Honra
Entre as 10h00 às 20h00, as exposições patentes na Casa-Atelier e no Palacete da Fundação podem ser visitadas gratuitamente.
Inauguração conjunta das exposições
"Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que Arquitectura"
Com a inauguração conjunta das exposições "Siza - Inédito e Desconhecido" e "Mais que Arquitectura", a Fundação Marques da Silva abre as portas da Casa-Atelier Marques da Silva e do Palacete à cidade. À mostra de desenhos inéditos da coleção pessoal de Siza, junta-se outra que revela o heterogéneo universo de interesses dos arquitectos portugueses.
A abertura das exposições insere-se no programa de comemoração dos 150 anos do nascimento do Arquiteto José Marques da Silva, realizado em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, e decorre a 14 de março, associada a um conjunto de ações que incluem uma mesa-redonda com os curadores das exposições e a cerimónia de doação dos acervos dos arquitetos Bartolomeu Costa Cabral, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez à Fundação Marques da Silva.
A Quinta de Joanamigo, em Barca d´Alva, com o Douro em fundo, num território marcado pela força e grandeza da paisagem, ocupa um lugar central na vida e na obra de Alfredo Matos Ferreira. A habitação para o feitor desta Quinta será o primeiro projeto a concretizar, em 1950, marcando o início de um longo percurso com mais de 50 anos de prática projetual documentada na Fundação Marques da Silva. O acervo deste arquiteto, composto de mais de 2000 peças desenhadas, documentação escrita, maquetas, mobiliário e documentários por si produzidos, foi agora ampliado com a incorporção de um conjunto de mais de uma centena de revistas de arquitetura e urbanismo, nacionais e internacionais, de meados dos anos 40, caso da "L´architecture d´aujourd´hui", até meados dos anos 90, com exemplares da "Wettbewerbe". Revistas que permitem aceder ao seu universo de leituras e que agora ficam disponíveis para consulta. Alfredo Matos Ferreira nasceu a 1 de março de 1928.
Decorre hoje, em dia de S. Torcato e associada à "Feira dos 27", a cerimónia oficial para a elevação do Santuário de S. Torcato à condição de Basílica. O novo estatuto, concedido pelo Papa Francisco, reconhece a importância do culto e a qualidade da arquitetura. O atual Santuário resulta de um longo processo de construção, iniciado em 1825 e apenas concluído em 2015. Para a obra que atualmente se pode contemplar, fruto de uma rede internacional tecida no século XIX, contribuiram vários arquitetos, entre eles, José Marques da Silva, que a acompanhou desde 1896 até ao final da sua vida. Caberia a Maria José Marques da Silva e a David Moreira da Silva continuar a obra. Mas essa é uma história que em breve será dada a conhecer pelo investigador João Luís Marques. Para já, a Fundação Marques da Silva associa-se a este acontecimento, congratulando a Irmandade de S. Torcato pelo trabalho realizado.
"Casa São Roque: O gestor e o arquitecto" narra a transformação da Casa São Roque em palacete eclético, por José Marques da Silva, o arquiteto, e António Ramos Pinto, o gestor, no início do século XX. O livro, com textos da autoria de Domingos Tavares e Teresa Portela Marques, acompanhados por um registo fotográfico original de André Cepeda e fotografias antigas de Alberto Marçal Brandão, vai percorrendo a história da casa e dos seus habitantes, concedendo um lugar de destaque para o singular enquadramento paisagístico que igualmente distingue este espaço. Lançado no contexto da inauguração do centro de exposições de arte contemporânea, passa a partir de agora a estar disponível também na Loja online da Fundação Marques da Silva.
Um esquisso de arquitetura tem a inquietude e a liberdade de um gesto que, através do desenho, procura materializar ideias e soluções. E essa vitalidade criativa está bem expressa neste estudo de Bartolomeu Costa Cabral para uma Casa em Taipa, construída entre 2004 e 2008, na Herdade dos Delgados, em Beja, e destinada a um casal de artistas que fizera questão de apresentar a sua "lista de desejos". A casa faz uso das técnicas tradicionais de construção e é testemunho vivo do respeito do arquitecto pela vontade dos seus clientes, da sua sensibilidade para a força telúrica do lugar, do olhar atento para a cor da terra e para a beleza dos elementos. É com a publicação deste esquisso da Casa em Taipa, pertencente ao acervo recentemente doado à Fundação Marques da Silva, que hoje, 8 de fevereiro, celebramos o aniversário de Bartolomeu Costa Cabral.
Quando David Moreira da Silva e De Gröer pensaram Luanda
No acervo de David Moreira da Silva, arquiteto e urbanista nascido a 28 de janeiro de 1909, um dos fundadores da Fundação Marques da Silva, destacam-se registos de uma intensa atividade exercida na área do planeamento de cidades, exercida em colaboração com De Gröer, individualmente ou em colaboração, após 1943, com Maria José Marques da Silva. E se 1943 é o ano que sela o casamento e parceria profissional entre estes dois arquitetos, é também o ano da entrega do Plano de Urbanização de Luanda, iniciado dois anos antes com De Gröer, por encomenda da Câmara Municipal dessa cidade angolana. Pretendia-se através de um plano cientificamente pensado, delinear arruamentos e rede viária de ligação a cidades satélite, definir principais zonas de cidade e assegurar a resposta a preocupações higienistas e de sã convivência, transformando-a na "vila mais linda de Angola".
Um modelo de cidade ideal, onde não faltava a proposta de uma Praça do Império em sintonia com a lógica hierárquica da composição clássica, que acaba por não vir a ser concretizado, ainda que os seus ecos se tenham feito sentir em posteriores projetos.
"A Ética das Coisas"
Exposição sobre a arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral em Oeiras
Círculo da Arquitetura (Dafundo), 23 de janeiro a 12 de março
"A Ética das Coisas. Bartolomeu Costa Cabral Arquitetura 1953-2012", exposição que esteve patente ao público no Convento de Cristo, em Tomar, entre junho e setembro do ano passado, leva agora a Oeiras registos relativos a 18 projetos exemplificativos dos vários domínios pelos quais se estende a ação do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral.
Inaugura amanhã, dia 23, às 18h00, no espaço do Círculo da Arquitetura, estando a Fundação Marques da Silva representada pela sua Presidente, Fátima Vieira. A exposição poderá ser visitada até 12 de março, de terça-feira a sábado, entre as 14h00 e as 19h00.
Bartolomeu Costa Cabral distinguido com o Prémio AICA
Bartolomeu Costa Cabral deixou-se apaixonar pela relação que a Arquitetura tem com a vida, assumindo-a como o fio condutor de um longo percurso, com mais de seis décadas, dedicado ao exercício do projeto, à Arte de construir. A solidez da sua obra, onde a experiência do Bloco das Águas Livres assume um papel matricial, foi agora distinguida com a atribuição do Prémio AICA/MC/Millenium BCP. O júri, presidido por Ana Tostões e constituído por Sandra Vieira Jurgens, Nuno Faria, Rui Mendes e Pedro Baía destacou o facto de a sua arquitetura ser "fortemente marcada por uma atitude ética e por uma postura contracorrente baseada no trabalho sobre uma materialidade simultaneamente disciplinar e poética".
A Fundação Marques da Silva, que é a instituição de acolhimento do seu acervo profissional, congratula o Arquiteto Bartolomeu Costa Cabral por esta distinção e desde já antecipa que estará, em breve, em condições de poder contribuir para o estudo e divulgação da sua obra, nomeadamente disponibilizando um vasto corpo documental para consulta e investigação.
Faculdade de Arquitectura homenageia Francisco Barata
A Faculdade de Arquitetura inaugura amanhã, dia 16 de janeiro, às 18h00, a exposição "Francisco Barata. Continuar Inovando". A assinalar o momento inaugural, decorrerá uma sessão evocativa da vida e obra do arquiteto Francisco Barata (1950-2018), antigo diretor e professor da FAUP, mas também membro, desde a primeira hora, do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, institutição que ajudou a construir, pensando alguns dos seus espaços, em particular a reabilitação do pavilhão do jardim da sede e a requalificação do edifício de Alexandre Braga, Prémio João Almada em 2014, projeto desenvolvido com Nuno Valentim e José Luís Gomes.
Esta exposição, organizada conjuntamente pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e o Departamento de Arquitectura da Universidade de Bologna - Campus Cesena, tem curadoria de Antonio Esposito, Andrea Ugolini e comissariado de Carla Garrido Oliveira e Mariana Sá. Estará patente ao público até 19 de fevereiro na Galeria de Exposições da FAUP.
Manuel Marques de Aguiar, nascido a 8 de janeiro de 1927, foi um dos arquitetos e urbanistas que ajudaram a pensar e desenhar a cidade onde hoje vivemos. O Porto, que é possível reconhecer neste desenho, foi a cidade onde se formou, viveu e trabalhou. A memória do seu trabalho aqui permanecerá.
Bartolomeu Costa Cabral desenhou e Rui Guimarães transformou o desenho em Postal. Com ele, a Fundação Marques da Silva deseja a todos umas Boas Festas.
Aproveitamos para informar que estaremos encerrados a partir de 23 de dezembro de 2019, reabrindo a 2 de janeiro de 2020.
Arquivos de Arquitetura: do documento à mostra
mesa redonda #2 e últimos dias para visitar "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes"
O tratamento de 1400 desenhos com soluções construtivas de Vasco Vieira da Costa, realizado na Fundação Marques da Silva com o apoio da Oficina de Conservação e Restauro da U. Porto, teve como primeiro propósito tornar acessível a informação neles contida. Mas a operação, viabilizada pela Iperforma, pretende ir mais além e suscitar um novo olhar sobre Vasco Vieira da Costa, chamando a atenção para a necessidade de se reunir a totalidade do seu acervo como forma de potenciar a investigação sobre a obra de um arquiteto central para a Arquitetura Angolana da segunda metade do século XX.
No passado dia 12, Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani abordaram, sob diferentes perspetivas e recorrendo a situações concretas, as questões que se colocam perante um arquivo de arquitetura, da recolha e dos lugares de acolhimento ao tratamento do documento físico e à sua disponibilização pública, passando pelas narrativas que sobre ele se podem construir ou da sua ligação ao construído.
Foi uma sessão moderada por Luís Urbano, com um enquadramento inicial de Margarida Quintã, a curadora da mostra “Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes”, que até 20 de dezembro pode ser visitada na Casa-Atelier José Marques da Silva. A entrada é livre.
Arquivos de Arquitetura em debate na Fundação Marques da Silva
Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani falam sobre Arquivos de Arquitetura na Fundação Marques da Silva. Luís Urbano modera a conversa.
É hoje, às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva (pr. marquês de pombal, 44).
Ao longo de três dias de trabalho - 28 a 30 de novembro - mais de duas dezenas de intervenções de investigadores associados a vários centros de investigaçao europeus partilharam um espaço comum para apresentação e debate de ideias, projetos e novas perspetivas sobre os encontros do Team 10 e a sua repercussão na Península Ibérica.
O encontro decorreu na Faculdade de Arquitectura da U. Porto. No site oficial deste encontro encontram-se disponíveis os registos em vídeo da sessão de abertura e a conferência de Tom Avermaete, apresentada por Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, uma das entidades parceiras.
Arquivos de Arquitetura
mesa redonda #2 - Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes
12 de dezembro, 19h30, Casa-Atelier José Marques da Silva
Entre 2014 e 2015, a Fundação Marques da Silva aceitou o desafio de proceder ao tratamento documental de um conjunto de desenhos de Vasco Vieira da Costa, pertencentes à Universidade Agostinho Neto. Tratava-se de uma coleção constituída por 1411 documentos, agrupados em 12 pastas, relativos a soluções construtivas registadas entre 1950 e 1982, e visivelmente afetados pela passagem do tempo.
Coube a Ana Ramos e a Conceição Pratas assegurar o tratamento arquivístico, e a Ana Freitas operacionalizar as intervenções de conservação e restauro (limpeza, planificação, consolidação e acondicionamento). Um trabalho complexo que permitiu equacionar e questionar abordagens e metodologias de preservação e tratamento do documento físico original à criação de metainformação, da salvaguarda ao manuseamento técnico, para investigação e divulgação.
Parte dos desenhos então tratados encontra-se agora exposta na mostra "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes" em cujo âmbito se promove o encontro entre Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani. Numa conversa moderada por Luís Urbano vão abordar e refletir sobre esta temática.
A sessão, a decorrer no dia 12 de dezembro, tem início às 18h30 e é de entrada livre.
Alfredo Leal Machado e a(s) Escola(s) de Belas Artes do Porto
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904. Aqui o vemos fotografado na Escola de Belas Artes do Porto, então localizada no extinto Convento de Santo António. Começara a frequentá-la em 1921. Sairá diplomado em Arquitetura, em 1932.
Em 1953, será um dos 33 discípulos de Marques da Silva representados na mostra de homenagem ao Mestre que a Escola e a Associação de Arquitectos promove nas instalações da Escola, expondo quatro obras: Sanatório D. Manuel II, em Vila Nova de Gaia, o Edifício das Obras Públicas e a Fábrica Triunfo, em Coimbra, e a reformulação do espaço interior do Restaurante Abadia, no Porto. Outras poderiam ter igualmente constado, de projetos para edifícos municipais, às Casas da Criança que desenvolve para Bissaya Barreto, com particular destaque para o desenho da Casa do Internato e jardins do complexo localizado em Castanheira de Pêra.
Entretanto, tinha regressado à Escola, em 1951, não numa perspetiva académica, mas enquanto território de prática disciplinar. Na qualidade de colaborador de Manuel Lima Fernandes de Sá, na Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, coassina um projeto para o Pavilhão de Arquitetura a situar nos jardins do Palacete Braguinha, para onde a Escola se transferira em 1937 e ainda hoje permanece. Aí se evidencia um carácter modernista, bem distante da matriz beauxartiana refletida nos seus trabalhos académicos.
"Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes"
mesa redonda #2
com Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani, moderados por Luís Urbano
Casa-Atelier José Marques da Silva, 12 de dezembro, 18h30
No próximo dia 12 de dezembro, a Fundação Marques da Silva vai acolher a segunda mesa redonda programada no âmbito da mostra "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes".
O trabalho de tratamento e restauro da coleção de desenhos do arquiteto Vasco Vieira da Costa, realizado na Fundação Marques da Silva e base deste projeto expositivo, será o ponto de partida para uma reflexão sobre os desafios que hoje se colocam à preservação e divulgação de arquivos de arquitetura.
Participam Ana Freitas, da Oficina de Conservação e Restauro da U. Porto, Daniel Quintã, em representação da Iperforma, empresa de consultadoria em arquitetura e engenharia que promoveu o acordo com a Universidade Agostinho Neto, entidade detentora desta coleção de desenhos, Ana Tostões, Presidente do Docomomo International, e Julia Albani, em representação do Canadian Centre for Architecture. A moderadar a sessão estará Luís Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva.
José Carlos Loureiro e a sua arquitetura, em dia de aniversário
"José Carlos Loureiro é hoje um dos arquitectos do Porto. Desde 1950 que o é. Intervenções suas, de maior ou menor porte, pontuam a cidade. Umas vezes, decisivamente, como no caso do Pavilhão dos Desportos (não lhe cabe qualquer responsabilidade na hedionda demolição do Palácio de Cristal) que se afirma como "sinal identificador da nova entrada do Porto pela Ponte da Arrábida"; outras, subtilmente, como no caso do edifício do "Parnaso" onde, "entre o bloco isolado e referencial de rua" é visível o respeito pela cidade antiga e se veste também de cerâmica.
(...)
Cidade que, hoje, o reconhece como um dos que lhe moldaram a face dos últimos (quase) 40 anos; o tempo de ver afirmar-se uma obra em constante e aturada exigência de apuro e rigor numa maneira de fazer que lhe é própria e, sobretudo, profundamente séria.
Homem de ofício, José Carlos Loureiro é uma das possíveis e necessárias lições aos arquitectos de hoje."
Estas, são palavras de Manuel Correia Fernandes, publicadas no catálogo editado pela Universidade do Porto em 1987, Desenho de Arquitectura, que hoje, passados mais de 30 anos e com outras tantas novas e importantes obras projetadas desde então, mantêm todo o sentido e atualidade.
José Carlos Loureiro nasceu a 2 de dezembro de 1925. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Team Ten Farwest:
Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981
Congresso Internacional
28 a 30 de novembro, Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP)
Nos próximos três dias, entre 28 e 30 de novembro, na Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Congresso Internacional «Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula,1953-1981» vai colocar emdebate os processos de receção e assimilação, em Espanha e Portugal, das ideias lançadas nos encontros do Team 10 decorridos entre 1953 e 1981.
Este Congresso Internacional, organizado por Pedro Baía, Nelson Mota e Tiago Lopes Dias, em conjunto com as comissões organizadoras dos encontros de Guimarães (2017) e Barcelona (2018), tem a Fundação Marques da Silva como parceiro institucional. Em sua representação estará o Vice-Presidente, Luís Urbano, a quem caberá, no dia 29 de novembro, às 18h30, a apresentação do conferencista Tom Avermaete.
A Biblioteca de Marvila, de Raúl Hestnes Ferreira, um espaço com sentido comunitário
"Com quase 3000 metros quadrados, a Biblioteca ocupa dois edifícios, um construído de raiz e outro recuperado onde sobressai o antigo lagar de azeite, que foi preservado pelo arquiteto. Os livros e as memórias do passado coabitam lado a lado, entre salas de leitura, de trabalho e zonas lúdicas para diferentes faixas etárias. No antigo edifício recuperado da Quinta das Fontes encontra-se um espaço de homenagem ao escritor José Gomes Ferreira, pai do arquiteto." (Alexandra Saraiva)
A Biblioteca Municipal de Marvila foi o último projeto a ser inaugurado por Raúl Hestnes Ferreira, a 27 de novembro de 2016. A ideia começou a desenhar-se em finais da década de 90, com a Casa da Escrita, projeto para um edifício a construir na Quinta das Fontes. Em 2014, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu reformular o projeto original, dotando o espaço com uma Biblioteca que simbolizaria o arranque de um programa mais ambicioso de criação de uma rede de equipamentos municipais destinados a promover a inclusão social e a cidadania. O projeto para a Biblioteca de Marvila começou então a ganhar forma, num compromisso entre o novo e a reabilitação da ruína, entre a memória do lugar e os desafios do presente. Teria também uma área dedicada ao seu pai, José Gomes Ferreira. Não é por isso de estranhar que a esta Biblioteca tenham sido doados cerca de 2000 livros pertencentes ao escritor e outras peças do seu espólio, desde a secretária pessoal à pianola, passando pelo mobiliário da sala de jantar projetado por Francisco Keil do Amaral. Mas neste edifício, o arquiteto tomou também a decisão de fundir a obra literária na arquitetura, fazendo reproduzir em duas paredes outras tantas ilustrações que Abel Manta criara para "As aventuras de João Sem Medo". O projeto transformou-se num lugar de celebração de muitas vidas e muitas histórias.
A forma calorosa como esta Biblioteca foi recebida pelas gentes de Marvila, que a tornou coisa sua desde o momento em que se abriram as suas portas, deixou o arquiteto emocionado nesse ato inaugural. Para além do sentido arquitetónico e urbano do projeto, a presença das pessoas fazia cumprir o seu desígnio mais desejado, um sentido comunitário.
Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931.
"Bartolomeu Costa Cabral. 18 obras"
Segunda edição do livro, editada com apoio da Fundação Marques da Silva
O livro «Bartolomeu Costa Cabral. 18 Obras», editado por Paulo Providência e Pedro Baía, apresenta 18 obras projetadas entre 1960 e 2012 pelo arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, uma seleção que ilustra o seu percurso singular pela cultura arquitetónica portuguesa, desde o projeto do Bloco das Águas Livres até ao mais recente projeto da casa da Taipa.
A segunda edição deste livro da Circo de Ideias contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, no âmbito do acolhimento do acervo do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, e já pode ser adquirido na Loja online.
Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1
Simpósio e abertura da exposição e das inscrições para visitas guiadas
Inaugura hoje, 20 de novembro, às 17h30, na Galeria da FAUP, a exposição "Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1", com curadoria de Wilfried Wang e Carolina Leite, e coordenação de Alberto Lage.
A antecipar a abertura da exposição, às 15h00, decorre no Auditório Fernando Távora um simpósio que pretende debater a importância, no contexto da arquitetura atual, da casa que Eileen Gray construiu em Roquebrune Cap Martin, entre 1926–1929, e que denominou E.1027. Como oradores, estarão presentes os arquitetos Wilfried Wang, Ana Tostões, Lia Antunes e Carolina Leite.
Estão também abertas as inscrições para três visitas guiadas à exposição, a realizar nas seguintes datas:
23 de novembro, sábado, 11h00 – 12h00, com Carolina Leite
30 de novembro, sábado, 11h00 – 12h00, com Carolina Leite
6 de dezembro, 6.ª feira, 19h00 - 20h00, com Wilfried Wang (em inglês)
A participação, limitada a um número máximo de 20 participantes por visita, é gratuita mediante inscrição prévia no Site da FAUP.
Team Ten Farwest:
Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981
Congresso Internacional
28 a 30 de novembro, Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP)
No ano em que se assinalam 60 anos sobre o último CIAM, realizado em Otterlo, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto acolhe o Congresso Internacional «Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula,1953-1981» de 28 a 30 de Novembro de 2019.
Com dois encontros preparatórios já realizados em Guimarães (2017) e Barcelona (2018), «Team Ten Farwest» é um projecto de investigação que surge como resposta ibérica ao projecto «Team 10 East», organizado por Łukasz Stanek em 2013. Tendo como objectivo explorar as relações de Portugal e Espanha no âmbito dos debates que tiveram lugar em torno das ideias, das obras e dos protagonistas do Team 10, o Congresso propõe debater os processos de recepção e assimilação das ideias deste grupo de arquitectos na revisão crítica do movimento moderno na Península Ibérica.
O Congresso é organizado por Pedro Baía, Nelson Mota e Tiago Lopes Dias, em conjunto com as comissões organizadoras dos encontros de Guimarães e Barcelona. Para além da FAUP e da Fundação Marques da Silva, o Congresso conta com as seguintes parcerias: Escola de Arquitectura da Universidade do Minho; Lab2PT, Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra; TU Delft – Faculty of Architecture and the Built Environment; e Circo de Ideias.
Sobre o programa do Congresso
No programa do Congresso estão incluídas conferências de Joan Ockman (apresentada por Francisco Ferreira - EAUM) no dia 28; Tom Avermaete (apresentado por Luís Urbano - FIMS) no dia 29; e Łukasz Stanek (apresentado por José António Bandeirinha - DARQ) e Dirk van den Heuvel (apresentado por Nelson Mota - TU Delft) no dia 30.
No dia 28, quinta-feira, a abertura do Congresso conta com as intervenções de Teresa Calix (FAUP), Sérgio Fernandez e Pedro Baía.
No dia 29, sexta-feira, na sessão de trabalho PhD, serão apresentadas e debatidas as comunicações de Ilaria La Corte, Bruno Baldaia e João Luís Marques, e serão apresentadas duas publicações: a revista Joelho n.10, intitulada «Team 10: Debate and Media in Portugal and Spain», por Gonçalo Canto Moniz, e o livro «Jaap Bakema and the
open society» por Dirk van den Heuvel.
Nas sessões de sábado, dedicadas aos temas do Habitat, Networks e Media, serão apresentadas e debatidas as comunicações de Ana Luísa Rodrigues, Paolo Sustersic, Esperanza Campaña, Nuno Grande, Julio Garnica, Leonor Matos Silva, Jorge Figueira, Carlos Machado e Moura e Ana Esteban-Maluenda.
As sessões do Congresso serão moderadas por Óscar Ares Álvarez, Tiago Lopes Dias, Nelson Mota, Carolina B. García Estévez, Pedro Baía e Joaquim Moreno.
As conferências e as comunicações serão em inglês. A sessão de abertura, a sessão de trabalho PhD e a apresentação da Joelho 10 serão em português.
A partir de ontem e até 20 de dezembro próximo, na Casa-Atelier José Marques da Silva, é possível visitar a "Biblioteca de Detalhes" de Vasco Vieira da Costa percorrendo o espaço onde se encontra exposto um conjunto pequeno, mas significativo, de desenhos com soluções construtivas. Um ponto de partida invulgar para apresentar arquitetura, mas que adquire importância pela visibilidade que traz a esta fase do projeto, complementada aqui pelo confronto com a fotografia do construído e outros registos documentais. Desta forma, "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes", mostra organizada por Margarida Quintã, deixa subtilmente entrever o processo de trabalho e a relevância da obra desenvolvida por este arquiteto angolano.
Na mesa redonda que ontem sinalizou a abertura ao público da mostra, Manuel Correia Fernandes, José Quintão e Carlos Madureira, sob moderação de Eliseu Gonçalves, recordaram episódios vividos no gabinete de Vasco Vieira da Costa, em Luanda, nos primeiros anos da década de 70. Com muito humor, partilharam essa experiência comum junto de uma figura que entendiam ser intrinsecamente arquiteto e que então assumiu uma dimensão quase paternal. E foram unânimes na apreciação do seu modo de estar: tranquilo, grave, atento, marcado pelo rigor mental e ético, pela inteligência e pela sensibilidade. Unânimes também no reconhecimento da qualidade construtiva e funcional da sua arquitetura, marcada por uma grande racionalidade, de inspiração e matriz modernista, eficazmente interpretada e adaptada, com engenho e simplicidade, às particularidades do lugar e do clima. Obras como o Mercado de Kinaxixe, a Casa Inglesa ou o Edifício Mutamba, atual sede do Ministério da Habitação e Obras Públicas angolano, foram alguns dos exemplos citados. Refira-se que, concluída a formação académica, entre o Porto e Paris, cidade que o aproxima de Le Corbusier, com quem colaborou, e onde, em 47, chega a servir de cicerone ao amigo Fernando Távora, regressa a Luanda, onde permanece, resistindo às convulsões políticas dos anos 60 e 70. Aí receberá Louis Kahn, que faz questão de o visitar, e aí virá a ser o principal responsável, já depois do 25 de abril de 74, juntamente com Manuel Correia Fernandes, pela criação do Curso de Arquitetura na Universidade Agostinho Neto, hoje detentora de parte do seu património documental. A encerrar a sessão, onde esteve presente um dos filhos de Vasco Vieira da Costa e Barbara Gratz-Carr, José Manuel Soares, com mais uma nota bem-humorada, deu também o seu testemunho e contou histórias ilustrativas da singularidade do casal.
O isolacionismo a que foi votada a obra de Vasco Vieira da Costa, pelos contextos que rodearam a sua produção, afastada dos centros do poder, durante o regime ditatorial, garantiu-lhe paradoxalmente um campo de liberdade para o desenvolvimento de uma obra relevante que agora urge reconhecer e salvaguardar. Os desenhos apresentados em "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes" inserem-se num acervo que após tratamento e restauro empreendido na Fundação Marques da Silva e a Oficina de Conservação e Restauro da U. Porto se prepara para regressar a Luanda, como base para a criação de um Centro de Documentação. Mas as questões da preservação deste arquivo em particular, e dos arquivos de arquitetura em geral, será o tema da segunda mesa redonda organizada no âmbito desta mostra, a 12 de dezembro, com Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani, moderados por Luís Urbano.
Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes
Abertura da Mostra + Mesa Redonda
Hoje, às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva
A abertura da Mostra "Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes" dará o mote para a mesa redonda que se inicia às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva, com António Madureira, José Quintão e Manuel Correia Fernandes, arquitetos que partilham entre si a passagem pelo atelier de Vasco Vieira da Costa. Moderada por Eliseu Gonçalves é a primeira de duas mesas redondas a realizar no âmbito desta Mostra.
"Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes", comissariada por Margarida Quintã, apresenta um conjunto de desenhos particularmente focado em soluções e pormenores construtivos provenientes do acervo documental do arquiteto Vasco Vieira da Costa, património da Universidade Agostinho Neto (Luanda).
A Mostra permanecerá patente ao público até 20 de dezembro de 2019.
A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
"Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1"
Simpósio e Exposição
20 de novembro, 15h e 17h30, Faculdade de Arquitectura da U.Porto
A designer anglo-irlandesa Eileen Gray (1878-1976) vai estar em destaque na Faculdade de Arquitectura da U. Porto através de duas iniciativas: a Exposição "Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1" e o Simpósio que assinala a sua inauguração, no dia 20 de novembro, com Wilfried Wang e Carolina Leite, os curadores, Ana Tostões e Lia Antunes, como oradores.
Na encosta rochosa de Côte d‘Azur em Roquebrune Cap Martin, Eileen Gray construiu uma casa de férias, branca e alongada, que denominou de E.1027 (1926–1929). Aos 52 anos, esta foi a sua primeira incursão no mundo da arquitectura, realizada com o apoio do seu então companheiro Jean Badovici, editor da revista de vanguarda L´Architecture Vivante. Para Gray, E.1027 mais do que a oportunidade de aplicar novos conceitos espaciais, seria um manifesto, revisitado nos seus subsequentes projectos, para o qual ela concebeu não só a arquitectura, mas também praticamente todos os objectos e peças de mobiliário – para uma obra de arte total representada nesta exposição à escala 1:1.
A exposição reproduz um espaço da casa, o quarto, com cerca de 24 m2, visando assim retratar não só o espaço arquitetónico em si, como também revelar 15 peças de mobiliário originais e até então desconhecidas da autora.Tendo sido concebida com um intuito pedagógico, dá ao visitante a possibilidade de interagir não só com o espaço mas também com o mobiliário em si.
Inicialmente pensada para o Mebanne Hall, no Texas, em 2017, e já apresentada na Akademie der Künste, em Berlim em 2019, "Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1" chega agora ao Porto, após a publicação, pela editora Wasmuth, de uma monografia inteiramente dedicada a esta casa, e para apresentar conteúdos que dão a conhecer o processo de investigação que resultou na exposição e que realçam a sua importância. Inaugura às 17h30, na Galeria da FAUP, e manter-se-á patente ao público até 3 de janeiro de 2020.
Este projeto expositivo, que conta com a Fundação Marques da Silva como parceiro institucional, é organizado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, The University of Texas at Austin, O´Neil Ford Chair in Architecture, Krafna Arquitectos (Porto) e Hoidn Wang Partner (Berlim).
"O Ensino Moderno da Arquitectura" entre a memória e a investigação: notas sobre a sessão de lançamento do livro de Gonçalo Canto Moniz
Na sessão de lançamento do livro de Gonçalo Canto Moniz, "O Ensino Moderno da Arquitectura", mostrou-se por que razão é importante voltar o olhar para o passado e procurar compreender a forma como as primeiras Escolas de Arquitetura, no Porto e em Lisboa, foram construindo a sua identidade. Só assim é possível perceber qual o lugar que hoje ocupam, num território necessariamente diferente, mais partilhado e diversificado, herdeiro da matriz beauxartiana que imperou na primeira metade do século XX e das experiências pedagógicas que se sucederam e foram afirmando outros paradigmas de ensino, numa permanente tentativa de aproximação aos contextos reais que vão moldando e testemunhando a prática da arquitetura.
Este livro apresenta uma primeira leitura monográfica deste campo de análise. José António Bandeirinha destacou o rigor e utilidade científicos do estudo realizado, tal como a importância do carácter instrumental que agora adquire; Alexandre Alves Costa, também orientador do trabalho de tese que está na sua origem, considerou que a sua consulta se torna essencial para traçar a história do ensino da Arquitetura em Portugal e em particular no Porto, juntamente com o trabalho de Eduardo Fernandes e Raquel Paulino, entre outros.
Com a autoridade decorrente de quem viveu na primeira pessoa uma parte significativa do processo histórico que "o Ensino Moderno da Arquitectura" procura reconstituir, Alexandre Alves Costa partilhou as suas "histórias", dando voz às utopias que alimentaram a lenta transformação operada: a ilusão de modernidade transportada pela Reforma de 57; a vontade de aproximação ao real, com a imersão na(s) cidade(s); a emergência da análise e a proposta de um espírito científico; a urgência de uma síntese que o Inquérito enquadrou; ou a paradoxal reivindicação do Desenho e da História após a revolução de abril. Assim se percorreram os caminhos distintos de cada Escola e se chegou ao tempo atual, sendo esta história sentimental e vivida, afinal, o ponto de partida para a investigação de Gonçalo Canto Moniz, que agora, traduzida em livro, procura ser um contributo ativo no repensar das práticas pedagógicas das Escolas de Arquitetura do presente.
Nesta sessão foi também feita uma homenagem à figura de Marques da Silva, no ano em que passam 150 anos sobre o seu nascimento, personagem decisivo nesta narrativa pela forma de ensino que ajudou a implementar e pela forma de fazer arquitetura que praticou. Gonçalo Canto Moniz reconheceu a riqueza dos acervos da Fundação Marques da Silva e da Universidade do Porto e a sua fulcralidade na investigação realizada. O livro publicado pela Fundação Marques da Silva em parceria com as Edições Afrontamento aí está para o mostrar.
O Ensino Moderno da Arquitetura
Lançamento do livro de Gonçalo Canto Moniz
11 de novembro,18h30, Casa-Atelier José Marques da Silva
A imagem de uma "galinha com os pintos à volta" era utilizada por Carlos Ramos para ilustrar o seu método de ensino, assente no acompanhamento dos trabalhos ao estirador e num “ensino colectivo”, ou seja, que envolvia grupos de alunos na crítica ao projeto.
Na fotografia impressa na capa de O Ensino Moderno da Arquitetura, aqui o vemos, em 1958, rodeado por Gunther Wilhem, José Forjaz, Fernanda Alcântara, Manuel Marques de Aguiar, e de costas, José Semide e Fernando Távora, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, durante o Curso de Verão da UIA.
Neste livro de Gonçalo Canto Moniz, acompanha-se o quotidiano das duas escolas então responsáveis pela formação dos arquitectos portugueses, no Porto e em Lisboa, para traçar a lenta trajetória de construção de um paradigma de ensino moderno da Arquitetura em Portugal.
No próximo dia 11 de novembro, às 18h30, Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha vão apresentá-lo numa sessão que também conta com a participação dos representantes dos editores, Fátima Vieira, pela Fundação Marques da Silva, e José Ribeiro, das Edições Afrontamento.
O Bairro dos Pescadores, de Rui Goes Ferreira, "um exemplo de como a arquitetura pode fundar um lugar"
Amanhã, dia 8 de novembro, às 14h00, no Auditório do Museu da Electricidade, no Funchal, Madalena Vidigal vai falar sobre o Bairro Social dos Pescadores, um projeto desenvolvido no atelier de Rui Goes Ferreira, durante a década de 70, em Câmara de Lobos. A justeza do lugar e as condições de habitabilidade oferecidas por este conjunto de casas traduziram-se numa rápida apropriação por parte de quem era suposto habitá-las, logo após a sua construção, concluída em 1982. Com ele se construiu cidade e se respondeu às necessidades de integração social de uma comunidade que enfrentava reais problemas de pobreza e exclusão.
A intervenção de Madalena Vidigal insere-se no âmbito da iniciativa organizada pela Ordem dos Arquitetos - Delegação Madeira para celebração do Mês da Arquitetura e tem por tema “Habitação Coletiva: Cidade para todos”.
O painel contará ainda com a participação de Helena Roseta, Nuno Brandão da Costa, Ricardo Carvalho e Luís Spranger, sob moderação de Catarina Fernandes.
Alcino Soutinho na Chinati Foundation (Marfa, Texas), em 1998, fotografado por Laura Soutinho, ocupando a centralidade de um espaço onde as esculturas de Donald Judd se fundem no próprio território, numa coexistência estranha mas determinada pela exposição crua dos elementos, de estruturas reduzidas ao essencial, pela paisagem inóspita que lhes define os contornos.
Para Alcino Soutinho, um viajante permanente, mas sempre um arquiteto, as "viagens tiveram, sempre, que subjugar-se à arquitetura, porque uma coisa é ver a arquitectura e outra coisa a sua representação nos livros". Como referia a Helena Barroco, na entrevista aqui citada de 2010, "Passei momentos muito emocionantes." E Alcino Soutinho viajou, entre cumplicidades profissionais ou ao sabor dos afetos, por todos os continentes, desde a Ásia, aos EUA, à América Latina.
Também o interesse por Museus, pelas muitas formas que podem assumir, foi outra das suas constantes, como os inúmeros registos de viagens, onde esta fotografia se inclui, ou a exposição este ano apresentada no Museu do Neo-Realismo deixou evidente. É neste modo de ação, neste continuum que se vai construindo a sua obra, o seu percurso, a identidade do seu olhar arquitetónico. Trabalho que se constitui agora matéria de investigação e assim inicia o um novo caminho. Amanhã, com Helena Barranha, curadora da exposição, voltará ao continente americano e estará em Buenos Aires, na 12ª International Conference on the Inclusive Museum: Museums, Heritage and Sustainable Tourism, como tema central da sua comunicação: "Designing a Cultural Catalyst. Museum Architecture in the Work of Alcino Soutinho."
"Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes"
Inauguração da Mostra e Mesa Redonda
14 de novembro de 2019
A Mostra Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes, comissariada por Margarida Quintã, dará a conhecer um conjunto de desenhos particularmente focado em soluções e pormenores construtivos provenientes do acervo documental do arquiteto Vasco Vieira da Costa.
Inaugura a 14 de novembro, na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 18h30 e manter-se-á patente ao público até 20 de dezembro de 2019.
Paralelamente, decorrerão duas mesas redondas. A primeira marca a abertura da Mostra, reunindo três colaboradores de Vieira da Costa: António Madureira, José Quintão e Manuel Correia Fernandes. A moderação estará a cargo de Eliseu Gonçalves. Seguir-se-á, a 12 de dezembro, também na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 18h30, o encontro entre Ana Freitas (Oficina de Conservação e Restauro da U. Porto), Ana Tostões (Docomomo International), Daniel Quintã (Iperforma) e Julia Albani (Canadian Centre for Architecture), moderado por Luís Urbano (Fundação Marques da Silva), para debater os desafios que se colocam hoje à preservação de arquivos de arquitetura.
Na edição 2019 das Conferências Marques da Silva, José Capela mostrou “modos de não fazer nada”, ou seja, as muitas formas de sublinhar a individualidade de cada lugar - destine-se ele a espetáculos (teatro, ópera ou dança), exposições ou instalações - através de uma reinvenção de experiências cenográficas desenvolvidas por quem não consegue deixar de ser arquiteto.
Mostrar o que lá está, deslocar outro sítio replicando-o no palco, dar a ver o modo como se faz, delegar autorias, utilizar objetos “ready made”, ou copiar com assumido despudor foram os vários caminhos seguidos ao longo de um percurso, já reconhecido e premiado, de construção de cenografias que tem na instrumentalização da fotografia e na apetência pela manipulação da imagem a sua linha de continuidade. Os trabalhos apresentados tornaram evidente o jogo entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade das imagens como forma de alimentar a ilusão inerente ao espaço cénico e cuja leitura final só pode ser plenamente realizada quando todas a componentes se unem no momento em que o espetáculo acontece.
A abrir esta Conferência, que teve lugar no passado dia 31 de outubro, estiveram presentes Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, instituição organizadora, e João Pedro Xavier, Diretor da Faculdade de Arquitectura da U. Porto, entidade parceira desta iniciativa.
"O Ensino Moderno da Arquitectura"
Lançamento do livro de Gonçalo Canto Moniz
Apresentação por Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha
11 de novembro, 18h30, Casa-Atelier José Marques da Silva
No próximo dia 11 de novembro, às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva, Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha vão apresentar o livro de Gonçalo Canto Moniz, "O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do Arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)", uma coedição da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento, representadas nesta sessão por Fátima Vieira e José Ribeiro, respetivamente. Esta publicação, que acompanha o quotidiano das duas escolas então responsáveis pela formação dos arquitectos portugueses para traçar a lenta trajetória de construção de um paradigma de ensino moderno da Arquitetura em Portugal, contou também com o apoio da Faculdade de Arquitectura da U.Porto.
"modos de não fazer nada"
José Capela na edição 2019 das Conferências Marques da Silva
"Não gostava de cenografia quando comecei, sem o ter planeado, a fazer cenografia. Não apreciava a recorrente oposição entre a arquitetura das salas de teatro e a arquitetura daquilo que se instala no palco, e preferia as salas aos cenários. Comecei por adotar estratégias de apropriação dos próprios espaços de representação – estratégias às quais se poderá chamar, recorrendo ao vocabulário das artes visuais, site-specific. Usar ou sublinhar aquilo que já lá está. Essa possibilidade de apropriação de “coisas não feitas por mim” estendeu-se a outros aspetos da cenografia, designadamente remetendo decisões para o âmbito de trabalho de outros. Coloco-me frequentemente nesse lugar apenas de veiculação, em que decido mas não faço. Um dos capítulos do meu doutoramento chama-se assim: modos de não fazer nada. E é sobre modalidades de não-ação, sobre possibilidades de optar calculadamente por não fazer, que proponho falar." (José Capela)
José Capela, arquiteto e cenógrafo, vai ser o conferencista da edição 2019 Conferências Marques da Silva. "modos de não fazer nada" é a sua proposta.
É já na próxima quinta feira, dia 31 de outubro, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da U.Porto, às 18h30. Entrada livre.
Nota: a imagem que serviu de base ao cartaz, da autoria de José Carlos Duarte, é da cenografia de Hamlet, um projeto para a malavoadora (2014).
José Capela, "modos de não fazer nada"
Conferência Arquiteto Marques da Silva 2019
31 de outubro, 18h30, Auditório Fernando Távora (FAUP)
Em 2019, num ano em que o edifício do Teatro Nacional de S. João, projetado por Marques da Silva, iniciou os preparativos para celebrar o centenário que se avizinha, o ciclo Conferências Marques da Silva, anualmente organizado pela Fundação Marques da Silva com o apoio da Faculdade de Arquitectura da UPorto, oferece o palco a um arquiteto encenador: José Capela. E numa rotação do olhar, que assim se desloca do objeto arquitetónico para o projeto cenográfico, José Capela lança o desafio de falar nesta conferência sobre modalidades de não-ação, tomando como tema aquele que é também o título do seu catálogo de cenografias: modos de não fazer nada.
É já no dia 31 de outubro, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da U.Porto. A entrada é livre.
José Marques da Silva nasceu a 18 de outubro de 1869. Hoje, passados 150 anos sobre o seu nascimento, o seu nome é mais do que a memória de uma vida e o registo autoral dos projetos que desenvolveu. No lugar onde viveu este arquiteto existe agora uma Fundação dedicada à preservação, estudo e divulgação da arquitetura portuguesa.
Um plano de expansão das suas instalações, já em curso, e um ambicioso programa expositivo para a Casa-Atelier e para o Palacete Lopes Martins, com mostras dedicadas à abrangente colecção documental preservada na Fundação Marques da Silva, recentemente ampliada com a doação de mais de dez acervos de arquitectos portugueses, marcará o futuro próximo da instituição. A sua inegável relevância será ainda refletida em acordos a estabelecer com instituições congéneres.
Porto acolheu VI Congresso de Arquitetura Religiosa Contemporânea e José Carlos Loureiro apresentou o projeto para a Igreja de S. Veríssimo
O Seminário Maior do Porto acolheu o VI Congresso Internacional de Arquitetura Religiosa Contemporânea, de 10 a 12 de outubro, sobre o tema ‘Arquiteturas para uma nova liturgia: Intervenções no património religioso depois do Concílio Vaticano II’.
Foi um programa intenso para refletir sobre a necessidade de promover a interdisciplinaridade entre Arquitetura, Arte e Teologia na resposta aos desafios que a contemporaneidade coloca. O roteiro proposto no âmbito deste Congresso proporcionou ainda aos participantes a oportunidade única de uma visita à Igreja de S. Veríssimo guiada pelo seu autor, o Arquiteto José Carlos Loureiro. A encerrar o percurso, foi ainda possível, visitar a intervenção de Marques da Silva na Igreja de Cedofeita.
A iniciativa, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, foi organizada pelo Observatório de Arquitectura Religiosa Contemporânea (OARC), o Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP e o Centro de Estudos de História Religiosa – CEHR-UCP e reuniu especialistas de Espanha, Itália, Portugal, Brasil, Hungria, Croácia, México, Venezuela, Chile, Bélgica e Austrália.
E contudo, elas movem-se...na Arquitetura: a sessão
A Fundação Marques da Silva, espaço e projeto que materializa a vontade e o sonho de uma mulher arquiteta, Maria José Marques da Silva, acolheu, na passada sexta-feira, a sessão do ciclo "E contudo, elas movem-se: Mulheres nas Artes e nas Ciências" que tinha como propósito centrar o debate sobre a sua presença no domínio da Arquitetura. Falou-se da produção de conhecimento, da presença das mulheres no ensino, na atividade projetual e no desenho do território urbano. Levantou-se a questão da visibilidade e do papel que a investigação e os arquivos podem desempenhar na recuperação da memória e no reconfigurar da historiografia relativa a tempos onde o direito ao exercício disciplinar da arquitetura teve de ser conquistado. Falou-se do pioneirismo de Maria José Marques da Silva e da surpreendente modernidade expressa nos seus trabalhos académicos. Referiu-se a necessidade de se construir uma consciência crítica e de se estabelecerem redes que assegurem a representatividade e o reconhecimento das mulheres também num tempo que é o nosso.
Participaram neste debate, moderado por Marinela Freitas, Patrícia Pedrosa, Jorge Figueira e Joana Lage.
Este ciclo multidisciplinar prolonga-se até 29 de outubro (consultar programa)
"E contudo, elas movem-se...na Arquitetura"
Hoje, às 18h30, na Fundação Marques da Silva
No arquivo da Fundação Marques da Silva encontramos o trabalho académico de Maria José Marques da Silva, primeira mulher diplomada na Escola das Belas Artes do Porto, em 1943. (...) Será possível, a partir daqui, re-projetar uma outra figura?
As inúmeras fotografias do casamento de Maria José Marques da Silva mostram a ruralidade que sempre dominou Portugal, até chegar a Europa, e uma relação com a terra sempre mais próxima de Frank Lloyd Wright do que com Le Corbusier, como o episódio de Fernando Távora em Taliesin torna evidente. (...) Um arquivo pode reconstruir uma personagem?
(Jorge Figueira)
Hoje, às 18h30, o Palacete Lopes Martins (um dos edifícios sede da Fundação Marques da Silva e casa onde morou a arquiteta Maria José Marques da Silva, aqui retratada quando se prepara para defender o CODA, na ESBAP, em 1943) volta a abrir as suas portas para acolher a mesa redonda que transporta o ciclo "E contudo, elas movem-se! Mulheres nas Artes e nas Ciências" para o território da Arquitetura.
Participam nesta sessão, moderada por Marinela Freitas, Joana Pestana Lage, Jorge Figueira e Patrícia Santos Pedrosa. A entrada é livre.
* Palacete Lopes Martins, Pr. Marquês de Pombal, nº 30, Porto
Os ecos da reabilitação do edifício Emporium e a inauguração da Casa Manoel de Oliveira, com a mostra de desenhos para a Casa da Vilarinha ou para os cenários de "Aniki Bóbó", são os mais recentes contributos para o reconhecimento do nome de José Porto e da evidência da sua obra no tempo presente. Afinal, aquele que Manoel de Oliveira considerava "uma pessoa muito especial, exigente e incorrupto", era o arquiteto que, chegado de Paris ao Porto, em meados dos anos 30, sempre colocava a sua atenção no lado estético e no equilíbrio das formas, fossem elas arquitetónicas, objetuais ou humanas.
José Porto nasceu em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883.
E contudo, elas movem-se...na Arquitetura
11 de outubro, 18h30, Fundação Marques da Silva
“E contudo, elas movem-se…na arquitetura”, uma das iniciativas programadas no âmbito do ciclo "E Contudo, Elas Movem-se! Mulheres nas Artes e nas Ciências", pretende dar visibilidade às mulheres arquitetas, destacando o seu pioneirismo na área e sublinhando os obstáculos que elas tiveram (e continuam a ter) de ultrapassar para serem (re)conhecidas na profissão.
Patrícia Santos Pedrosa, Jorge Figueira e Joana Pestana Lage serão os oradores convidados desta sessão. A mesa redonda, moderada por Marinela Freitas, decorrerá na renovada sala de jantar do Palacete Lopes Martins (pr. Marquês de Pombal, nº 30), uma das duas casas que constituem a sede da Fundação Marques da Silva, um projeto nascido da visão do casal Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva para assim preservar o espaço de encontro das suas vidas: a arquitetura.
Dia 11 de Outubro, às 18h30, na Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS). A não perder!
VI Congresso Internacional de Arquitetura Religiosa Contemporânea
10 a 12 de outubro, Seminário Maior do Porto
Entre 10 e 12 de outubro, vai decorrer o VI Congresso Internacional de Arquitetura Religiosa Contemporânea. Organizado pelo Observatorio de Arquitectura Religiosa Contemporánea (OARC), o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP e o Centro de Estudos de História Religiosa - CEHR-UCP, é dedicado ao tema "Arquiteturas para uma nova liturgia. Intervenções no património religioso depois do Concílio Vaticano II".
Para além das comunicações e mesas redondas previstas no programa do Congresso, foi desenhado um roteiro de visitas que inclui a visita à Igreja Matriz de Valbom, projetada pelo Arq.to José Carlos Loureiro e que contará com a sua presença. Do roteiro consta ainda uma passagem pela Igreja de Cedofeita, onde inevitavelmente se falará dos contributos do Arquiteto José Marques da Silva ao longo do complexo processo que está na origem da sua construção.
Esta iniciativa, cientificamente coordenada por Esteban Fernández-Cobián (Universidade da Coruña. Coordenador), João Luis Marques (CEAU-FAUP) e João Alves da Cunha (CEHR-UCP), conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
"Artes Património Lazer", a Fundação nas Jornadas Europeias do Património 2019
"Artes Património Lazer" foi o tema agregador das Jornadas Europeias do Património que se realizaram entre 27 e 29 de Setembro. E cinema, fotografia, arquitetura moderna, música, moda, jogo e uma trama urdida no território ambíguo de paisagens urbanas, interiores e exteriores, características de Antonioni, tudo isso está presente em "Blow-Up" e, por tudo isso, sobre este filme se estruturou a proposta de participação da Fundação Marques da Silva nesta edição de 2019.
A sessão, moderada por Luís Urbano e Francisco Ferreira, teve lugar na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, espaço que voltará a abrir as suas portas no próximo dia 11 de outubro, para um novo encontro a ser em breve noticiado.
A 1 de outubro celebra-se o Dia Europeu das Fundações e dos Doadores. A Fundação Marques da Silva associa-se a esta celebração através da partilha de dois testemunhos que permitem dar a conhecer o seu projeto fundacional e a ação que tem vindo a desenvolver.
A Fundação Marques da Silva, instituída pela Universidade do Porto a partir do legado dos arquitetos Maria José e David Moreira da Silva, herdeiros do arquiteto José Marques da Silva, foi formalmente reconhecida a 13 de julho de 2009 (Despacho nº 16482/2009), após transformação estatutária do Instituto Arquiteto José Marques da Silva, criado em 1994.
Blow-Up: entre a essência cinematográfica e a expressão arquitetónica
Conversa com Luis Urbano e Francisco Ferreira
Jornadas Europeias do Património 2019
27 de setembro, 21h30, Palacete Lopes Martins
“Nos filmes de Michelangelo Antonioni, a arquitetura funciona não apenas como cenário ou pano de fundo, mas também como o seu equivalente psicológico e cultural. Os espaços arquitectónicos ajudam a moldar o tom e o ambiente desse mundo e dos seus personagens. Para Antonioni, há um sistema de valores inerente aos diferentes estilos arquitetónicos: o minimalismo simplificado da arquitetura moderna tem, na maior parte das vezes, uma conotação negativa nos filmes, enquanto que as elaboradas estilizações orgânicas do barroco são idealizadas como representantes da tradição perdida e da beleza.”
Diane Borden, “Antonioni and Architecture”, Mise-en-scène 2 (1980): 25.
Blow-Up, filme mítico de Antonioni, rodado em 1966, será o ponto de partida para uma conversa entre Luis Urbano e Francisco Ferreira. Dois arquitetos, dois professores que têm vindo a dedicar parte da sua atenção aos cruzamentos entre cinema e arquitetura, para uma troca de impressões, que se pretende alargada a todos os presentes, sobre as interseções entre estas duas formas de expressão e, em particular, sobre o modo como estão presentes em Antonioni.
Esta iniciativa, que dá a conhecer a renovada Sala de Jantar do Palacete Lopes Martins, assinala a participação da Fundação Marques da Silva nas Jornadas Europeias do Património, cujo tema para a edição deste ano é Artes Património Lazer.
Maria José Marques da Silva: arquitetura em várias frentes
Conferência de Jorge Figueira no II Congresso ABRE
Paris, 18 de Setembro, EHESS
"Maria José Marques da Silva: arquitetura em várias frentes" foi o tema proposto por Jorge Figueira para a sua participação no II Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE). A comunicação, que abordará o projeto, o percurso associativo e o legado institucional daquela que foi a primeira mulher a formar-se em Arquitetura na cidade do Porto, terá lugar amanhã, 18 de setembro, em Paris, integrada no painel "Género, arquitetura e domesticidade modernas", entre as 13h30 e as 16h00.
A segunda edição deste Congresso decorrerá na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), entre 18 e 21 de setembro, e vai debater uma grande variedade de temas e disciplinas que tanto vão da arquitetura, literatura, cinema, música, artes plásticas, património, Amazónia, populações ameríndias, como se estendem à história colonial, à ditadura militar, à escravatura contemporânea, às questões raciais e do género, às migrações e questões ambientais, políticas urbanas, desigualdades, entre outros.
O olhar de Fernando Lanhas a partir de um desconcertante cadeirão vermelho em plena serra de Valongo. Descanso inquisidor num passeio para estudo de fósseis e minerais registado pelo seu filho Pedro Lanhas, na década de 90, a caminho de Mont´Alto. Um registo invulgar de uma invulgar personagem. Arquiteto de formação, Fernando Lanhas percorreu muitos domínios e saberes. Nasceu a 16 de setembro de 1923. O seu acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva a 18 de maio do corrente ano.
Bartolomeu Costa Cabral arquitetura 1953-2012
"A Ética das Coisas"
Ontem, na Sala do Noviciado do Convento de Cristo, foi assim. Uma conversa moderada por Rui Serrano, com Bartolomeu Costa Cabral, Luís Urbano (vice-presidente da FIMS), Madalena Cunha Matos, Mariana Couto, Pedro Baía, Rui Mendes, Telmo Cruz e Maximina Almeida para falar sobre Arquitetura, sobre a Arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral, sobre forma, função e vida, sobre modernidade e contemporaneidade, sobre os reflexos da passagem do tempo na forma de fazer e pensar o ato de projetar, sobre um percurso de grande longevidade, de 70 anos de prática disciplinar, traduzido em duas centenas de projetos, onde a experiência do Bloco das Águas Livres assume um papel matricial.
Encerra hoje "A Ética das Coisas", seguir-se-á a itinerância da exposição, a reedição do livro editado pela Circo de Ideias, agora com o apoio da Fundação Marques da Silva, mas, sobretudo, a abertura de novos caminhos para o entendimento da obra de Bartolomeu Costa Cabral com a doaçao do acervo a esta instituição.
"A Ética das Coisas"
Conferência - Bartolomeu Costa Cabral arquitetura 1953-2012
14 de setembro, 15h00, Convento de Cristo
A conferência "Bartolomeu Costa Cabral arquitetura 1953-2012", a decorrer na Sala do Noviciado do Convento de Cristo, em Tomar, no próximo sábado 14 de setembro, vai proporcionar o encontro entre o arquiteto Bartolomeu Costa Cabral e Luís Urbano (vice-presidente da FIMS), Madalena Cunha Matos, Mariana Couto, Pedro Baía, Rui Mendes, Rui Serrano e Telmo Cruz.
Em conjunto, numa conversa informal que pretende tambem alargar-se ao público presente, vão abordar temas como Arquitetura e modernismo; Arquitetura e sociedade; Arquitetura e planeamento; Arquitetura e património; Arquitetura, sensibilidade e afetos; Arquitetura, função e movimento; Arquitetura e luz natural.
Esta iniciativa assinala o encerramento da exposição "A Ética das Coisas", a exposição que desde 29 de junho dá a ver 18 projetos exemplificativos dos vários domínios pelos quais se estende a ação do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, desde estabelecimentos de ensino a equipamentos diversos, passando pela habitação individual e colectiva.
Refira-se que o arquivo profissional do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral foi recentemente doado à Fundação Marques da Silva, estando em curso o processo da sua integração no Centro de Documentação desta instituição.
Maria José Marques da Silva, uma mulher pragmática e com sentido de futuro
Passam hoje 105 anos sobre o nascimento de Maria José Marques da Silva. Filha de José Marques da Silva, tornou-se a primeira mulher formada em Arquitetura no Porto. Construiu um longo percurso como arquiteta, em parceria com David Moreira da Silva, e não deixou de lutar pela afirmação da disciplina e da classe como dirigente associativa. Mas transversal à sua vida foi também a defesa do legado deixado pelo seu pai, seja em 53, onde a vemos, na foto, a descerrar o fac-simile da assinatura de José Marques da Silva na fachada do Teatro de S. João, no âmbito da homenagem promovida pela ESBAP, a ANBA e o SNA, seja naquela que é hoje a face mais visível da sua ação, a Fundação Marques da Silva.
As edições da Fundação presentes na Feira do Livro do Porto 2019
A Avenida das Tílias, nos Jardins do Palácio de Cristal, volta a acolher a Feira do Livro do Porto e a Fundação Marques da Silva, de novo no Pavilhão da U.Porto (pavilhão 4), estará também representada com as suas edições.
Este ano, a Feira do Livro reunirá 128 expositores – entre editores, livreiros, alfarrabistas, distribuidores e instituições – , distribuídos por 130 pavilhões. A sua programação, que passa por uma homenagem ao professor e ensaista Eduardo Lourenço, a evoção da Viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães e os 50 anos da chegada do homem à Lua, ou a celebração dos 100 anos de Sophia e de Sena, inclui debates, sessões de spoken word, lições, um ciclo de cinema, uma exposição, oficinas, ações de programa educativo e de animação.
A Feira Inaugura amanhã, dia 6 de setembro, às 12h00, e manter-se-á aberta ao público até ao dia 22, de segunda a sexta-feira. Aos sábados e domingos inicia às 11h00. Encerra às 21h30 de domingo a quinta-feira e às 23h00 à sexta-feira e ao sábado. A entrada é livre.
Fernando Távora e a Casa da Covilhã ou a história de um romance
“De há muito que nos conhecíamos…
Mas só comecei a conhecê-la melhor quando, juntos, iniciámos o romance da sua – e nossa – transformação. Havia que tocar-lhe e tocar-lhe foi um acto de amor, longo e lento, persistente e cauteloso, com dúvidas e certezas, foi um processo sinuoso e flexível e não um projecto de estirador, foi um método de homem apaixonado e não de frio tecnocrata, foi um desenho de gesto mais do que um desenho no papel.
Foram, assim, dez anos de muitos longos gestos e de algum pouco papel, dez anos fixando e decidindo com cautela as transformações que ambos – ela e eu – íamos amorosamente aceitando.
Assim cruzamos as nossas vidas: hoje ela está prosseguindo no seu espaço e no seu tempo e o seu desenho aí está escrevendo e recordando a história do nosso romance.
De há muito que nos conhecíamos.” (Fernando Tavora, "Prólogo", Fernando Távora, Minha Casa, C3, p. 44-45)
Quem assim escreve é Fernando Távora, que neste dia 25 de agosto faria 96 anos. A Casa da Covilhã, em Guimarães, tinha uma longa história a precedê-la quando, em 73, este arquiteto, conhecendo algo da sua alma e do seu corpo, inicia o seu restauro e reabilitação. Passados 10 anos, no final do texto citado, destinado ao catálogo de Onze Arquitectos do Porto. Obras recentes, reconhecia que "agora conhecemo-nos melhor e ambos estamos diferentes".
A Casa, através do seu filho, o arquiteto José Bernardo Távora, continua a perpetuar a história deste romance e mantêm-se literal e simbolicamente viva. O seu valor patrimonial - arquitetónico, histórico, artístico, simbólico - deverá ser em breve reconhecido, estando o imóvel em vias de classificação.
Em Dia Mundial da Fotografia, partilham-se duas fotografias datadas do início do século XX que captam o momento de construção e o interior de um espaço sagrado situado em pleno território do Grande Porto. Mas só um olhar prevenido conseguiria nelas identificar a igreja projetada por Marques da Silva para a Paróquia de S. Martinho de Cedofeita, em 1899, pois a vida e materialidade que exibem há muito foi engolida pelo tempo.
Entre uma e outra imagem, distam quase 30 anos, com a abertura ao culto da Capela Mor a merecer as honras da imprensa: "Foi inaugurada solemnente no domingo a nova igreja de Cedofeita – obra dispendiosa e durante muitos annos paralysada por falta de recursos, mas que o bolso generoso dos catholicos, alguns delles até com sacrifício, conseguiu realizar, não por completo ainda, mas de fórma, a que n’essa igreja pudesse desde já haver o culto divino.” (“A nova igreja de Cedofeita”, Comércio do Porto, 12.11.1929)
Avanços e recuos levariam à parcial demolição da ‘nova’ igreja e centro pastoral, com o consequente abandono da função inicialmente prevista para o que dela restou. Seguir-se-iam propostas de António Agnelo Barbosa de Abreu, Octávio Lixa Filgueiras e Fernando Abrunhosa de Brito, cabendo a Eugénio Alves de Sousa a autoria do projeto para a Igreja finalizada já na década de 70 e que hoje podemos observar na proximidade da Igreja Românica. Confrontar as imagens fotográficas com o lugar é o convite que se lança, um convite para percorrer Cedofeita e descobrir nas imediações do novo templo, a presença fantasmática de outros gostos, vontades e ambições.
Para quem quiser saber mais:
António Tomás Duran Castro concluiu recentemente um trabalho de investigação que traduz um “Olhar crítico sobre a história do centro pastoral da igreja de Cedofeita – Da conceção à concretização”. Estas e outras imagens, bem como o levantamento de material inédito que documenta a longa e peculiar história da construção da(s) igreja(s) de Cedofeita podem agora ser consultados na sua dissertação de Mestrado, orientada por João Luís Marques e recentemente defendida na FAUP.
Octávio Lixa Filgueiras por entre as páginas dos seus livros
O problema do habitat é uma constante em Octávio Lixa Filgueiras, naquele que foi o arquiteto coordenador da equipa da Zona II do Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal, o professor que promoveu os Inquéritos Urbanos, no âmbito da disciplina de Arquitetura Analítica, o participante ativo em múltiplos encontros, nacionais e internacionais, de arquitetura e urbanismo, ou o autor de textos como “A função social do arquiteto” e “Na Génese da Carta do Habitat”, ambos da década de 60.
Não é por isso de estranhar que, na biblioteca doada à Fundação Marques da Silva, sejam vários os títulos a remeter para esta temática, como é o caso de “La Charte d’ Athènes”, oferecida ‘ao Octávio’ por Fernando Vieira Campos, com os sublinhados a testemunharem uma leitura atenta, ou do livro de Heath Licklider, “Architectural Scale”, adquirido em fevereiro de 67, onde se escondem notas manuscritas sobre Ricci e Savioli, ecos da primeira bienal da Casa Habitada, decorrida em 65, em Florença, e dedicada aos “interiores de hoje”.
Com perto de um milhar de registos relativos a múltiplos domínios e áreas de interesse, a biblioteca profissional deste arquiteto, nascido no Porto a 16 de agosto de 1922, está praticamente inventariada e ficará em breve disponível para consulta.
A fotografia que acompanha esta nota, datada de janeiro de 1953, foi cedida por Carlos Carvalho Dias e foi tirada no atelier de Francisco Pereira da Costa. Da esquerda para a direita estão António Côrte-Real, Francisco Pereira da Costa, João José Tinoco, Octávio Lixa Filgueiras, Carlos Carvalho Dias e Eduardo Iglésias. Desconhece-se quem é o autor do registo.
Conferências, conversas e visita guiada marcam encerramento da exposição em Cali
A afluência de público que sempre pautou cada uma das ações que envolveram a participação de Manuel Mendes, Benjamín Barney-Caldas e Andres Erazo, em Calí, foi bem reveladora do interesse suscitado pela Arquitetura dos três arquitetos representados na exposição “El Carácter de la Tradición en la Arquitectura de Barney, Távora, Coderch”. Uma conferência, o conversatório e visita guiada realizados no Museu, marcaram assim o programa de encerramento de uma exposição que se prepara agora para entrar em itinerância. Em paralelo, decorreu ainda uma Aula de abertura do Semestre, por Manuel Mendes, na Faculdade de Arquitectura da Universidade de San Buenaventura.
"O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)"
Livro de Gonçalo Canto Moniz é novidade na loja online da FIMS
"O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do Arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)", livro de Gonçalo Canto Moniz, publicado em parceria pela Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento, traça a trajetória de afirmação de um paradigma de ensino moderno da Arquitetura em Portugal. A obra, que parte da análise do quotidiano das duas escolas então responsáveis pela formação dos arquitectos portugueses, permite repensar o papel do arquitecto num período central da arquitectura portuguesa, mas também refletir sobre a escola de Arquitectura hoje, 40 anos depois da sua entrada no sistema universitário democrático. Como refere José António Bandeirinha, no Prefácio deste livro, é um valoroso instrumento para pensar a pedagogia de todos os tempos a partir da viragem do moderno e isso transforma-o num precioso documento, também no campo da teoria e da crítica de arquitectura.
São pouco conhecidas as ligações de Miguel Ventura Terra ao Porto, ainda que seja esta a cidade onde obtém a sua primeira formação em Arquitetura, onde promove amizades e onde acabará por ser chamado a atuar em vários momentos da sua vida.
José Pedro Tenreiro investigou e traçou o rasto dessas ligações com o território e com os outros profissionais em exercício no Porto de então. Ventura Terra e o Porto é o resultado da investigação realizada.
Para aceder a sua leitura e para mais informações, clique aqui.
"O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)"
Palestra e lançamento de livro de Gonçalo Canto Moniz
5 de agosto, Faculdade de Arquitectura da UFB
O livro "O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)", de Gonçalo Canto Moniz, conjuntamente editado pela Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento, vai ter a sua primeira apresentação pública no próximo dia 5 de agosto, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Federal da Bahia (Brasil).
O lançamento do livro surge no contexto da conferência e da conversa que Gonçalo Canto Moniz levará a cabo com Nivaldo Andrade e Edson Fernandes, em torno da presença do "ensino moderno" nas práticas pedagógicas contemporâneas.
"O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969)" traça a lenta trajetória de construção de um paradigma de ensino moderno da Arquitetura em Portugal, num período particularmente rico da sociedade portuguesa e da cultura arquitetónica internacional. Um período onde se concentram as transformações pedagógicas mais significativas para o entendimento da nossa contemporaneidade. Nele se analisa este processo complexo de formalização de experiências que pretendiam então implementar um corpo teórico e prático comum, internacionalmente reconhecível, nas duas únicas Escolas de Belas-Artes do país, situadas no Porto e em Lisboa. Relações, equilíbrios e tensões são abordados na perspetiva dos seus protagonistas: legisladores, políticos, professores, alunos e arquitetos, bem como dos espaços que os conformam e os refletem.
Em breve, o livro passará a estar disponível no mercado nacional.
Depois da conferência de António Armesto, na sessão inaugural da exposição El carácter de la tradición en la arquitectura de Barney, Távora, Coderch (Museo La Tertulia, Cali, Colômbia), será agora a vez de Manuel Mendes, a 1 de agosto, proferir a última conferência do programa de ações paralelas à exposição. O auditório da Cinemateca do Museo será o local onde esta se vai realizar, tendo como título "Fernando Távora . Da circunstância: história tradição moderno, operatividade objetividade autenticidade, humanidade". Seguir-se-á uma conversa com Benjamín Barney e Andrés Erazo.
Nesta deslocação à Colômbia, caberá ainda a Manuel Mendes orientar, com Andres Erazo, uma visita guiada à Exposição e, no dia 31 de julho, assinalar a abertura do segundo semestre do Curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidad de San Buenaventura, com uma aula sobre "Álvaro Siza, a naturalidade da síntese na evolução livre do pensar no desenho: talvez recomeçar a viagem?".
"(EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture", um projeto em busca de um novo olhar para a Arquitetura Portuguesa
Foram ontem reveladas, na Fundação Marques da Silva, as intenções de(EU)ROPA: Rise of Portuguese Architecture. Assumidamente polissémico, transversal e aberto à participação e à internacionalização, este projeto tem como propósito maior devolver um novo olhar sobre a Arquitetura Portuguesa e a sua conexão com o mundo de hoje. Para traçar uma nova perspetiva sobre o que define a sua identidade, a forma como esta foi sendo construída e como se tem vindo a afirmar, propõe dez chaves interpretativas que colocam em diálogo diferentes vozes, gerações, tempos e geografias.
Depois das intervenções dos investigadores responsáveis, Jorge Figueira e Bruno Gil, a definir a estrutura geral do projeto, foi a vez de cada um dos investigadores convidados a coordenar as várias linhas temáticas - Ana Vaz Milheiro, Carlos Machado e Moura, Carolina Coelho, Eliana Sousa Santos, Gonçalo Canto Moniz, José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Nuno Grande, Patrícia Pedrosa e Rui Lobo - dar a conhecer posicionamentos e metodologias.
Os diferentes prismas de aproximação e questionamento crítico ao fenómeno de ‘ascensão’ e disseminação da Arquitetura Portuguesa passam assim pela sua análise sob o ponto de vista da História, da Historiografia, do Fascismo, do Colonialismo, da Sociedade, da Educação, da Investigação, das Práticas desalinhadas e alternativas ou do Género, do que significa ser Portuguesa.
A sessão, aberta pela Presidente da Fundação Marques da Silva, que sublinhou a relevância da parceria estabelecida com o CES para a concretização de (EU)ROPA: Rise of Portuguese Architecture constituiu um primeiro momento de partilha pública que terá em breve novos desenvolvimentos.
Na Casa-Atelier José Marques da Silva falar-se-á hoje de Arquitetura Portuguesa a propósito do projeto (EU)ROPA: Rise of Portuguese Architecture, primeiro destaque da Newsletter #39.
Uma viagem para mergulhar nas obras de Hestnes Ferreira
A fotografia foi tirada em frente à mítica Casa de Albarraque, projetada em 1960, por Raúl Hestnes Ferreira, para o seu pai, o escritor José Gomes Ferreira e reflete bem o ambiente vivido durante a viagem que permitiu visitar 18 obras deste arquiteto por Lisboa, Avis, Beja, Évora, Moita.
Uma viagem que transportou o grupo também para o universo pessoal de Hestnes Ferreira, evocando histórias de infância partilhadas por Pitum Keil do Amaral, ao som das músicas que faziam parte do seu quotidiano.
Esta iniciativa foi organizada por Alexandra Saraiva e Paulo Tormenta Pinto, investigadores do Dinâmia (ISCTE-IUL), e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva que teve a representá-la o seu Vice-Presidente, Luís Urbano.
Apresentação do Projeto "(EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture"
Casa-Atelier José Marques da Silva
16 de julho, 18h30
Com a participação de Jorge Figueira (Investigador Responsável), Bruno Gil (Co-Investigador Responsável) e Ana Vaz Milheiro, Carlos Machado e Moura, Carolina Coelho, Eliana Sousa Santos, Gonçalo Canto Moniz, José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Nuno Grande, Patrícia Pedrosa e Rui Lobo vai ser apresentado o projeto (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture: Fundamentals, Platform, Progression. Será no próximo dia 16, na Casa-Atelier José Marques da Silva, com início às 18h30.
Sediado no Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, este projeto, que conta com a Fundação Marques da Silva como parceira, tem como objetivo identificar, sistematizar, caracterizar e expor um dos mais celebrados fenómenos da cultura contemporânea – a arquitetura portuguesa – e confrontar a sua história, ideias e métodos, com um mundo em transformação. Reunindo um grupo de investigadores com pesquisa significativa nesta área, o projeto tira partido das suas experiências no sentido da criação de uma leitura inovadora da arquitetura portuguesa, lançando uma nova dimensão crítica e pertinência global.
Raúl Hestnes Ferreira em destaque: visita guiada a obras projetadas no sul do país e comunicação de Alexandra Saraiva em colóquio internacional
Entre 5 e 6 de julho vai-se Mergulhar no Sul de Raúl Hestnes Ferreira. A visita, organizada por Alexandra Saraiva e Paulo Tormenta Pinto, do Dinâmia ISCTE-IUL, com o apoio da Fundação Marques da Silva, vai permitir revisitar um conjunto significativo de obras projetadas por Raúl Hestnes Ferreira em lugares como Lisboa, Évora, Avis, Beja, Moita ou Albarraque.
A antecipar o início do Roteiro, às 9h00 do dia 5, no ISCTE-IUL, será ainda possível assistir à Conferência que reúne os testemunhos de antigos colaboradores do atelier de Raúl Hestnes Ferreira, dos organizadores, de Luís Urbano, em representação da Fundação Marques da Silva, e de Maria de Lurdes Rodrigues, Reitora da IUL.
A acompanhar a visita estarão também Ana Tostões, António Bandeirinha, António Batista Coelho e alguns dos antigos colaboradores do atelier de Hestnes Fereira.
Já se encontra também disponível para visualização online da comunicação de Alexandra Saraiva para o Colóquio Education, Design and Practice - Understanding skills in a Complex World, que teve lugar em Nova Iorque, entre 17 e 19 de junho, Hestnes Ferreira between European timelessness and North American classicism. Refira-se a propósito que Alexandra Saraiva, ao abrigo de uma Bolsa de Pós-Doutoramento da FCT, investigadora do ISCTE-IUL, com uma tese de doutoramento sobre a influência de Louis Kahn em Raúl Hestnes Ferreira, está a apoiar o processo de tratamento do acervo deste arquiteto na Fundação Marques da Silva.
A Ética das Coisas – Bartolomeu Costa Cabral, arquitetura 1953-2012
Exposição
Salas do Noviciado, Convento de Cristo, Tomar
29 de junho a 15 de setembro
Inaugura amanhã, 29 de junho, no Convento de Cristo, em Tomar, a exposição "A Ética das Coisas – Bartolomeu Costa Cabral, arquitetura 1953-2012". Organizada em parceria pela Direcção Geral do Património Cultural – Convento de Cristo e a Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Sul, e conjuntamente com a Comissão da Festa dos Tabuleiros e o Instituto Politécnico de Tomar, a exposição dá a ver 18 projetos exemplificativos dos vários domínios pelos quais se estende a ação do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, desde estabelecimentos de ensino a equipamentos diversos, passando pela habitação individual e colectiva.
A Fundação Marques da Silva, que será a instituição de acolhimento do acervo profissional do Arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, congratula os organizadores desta iniciativa e desde já antecipa que estará, em breve, em condições de poder contribuir para o estudo e divulgação da sua obra, nomeadamente disponibilizando um vasto corpo documental para consulta e investigação.
A exposição estará patente ao público até 15 de setembro, nas três Salas do Noviciado, espaço que já acolheu anteriormente projetos expositivos dedicados a Nuno Mateus e José Mateus (ARX Portugal), Souto de Moura, Carrilho da Graça.
A visita guiada à exposição "e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados"
Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa regressaram ontem ao espaço expositivo por si proposto para a Casa-Atelier José Marques da Silva, juntamente com Luís Viegas, e partilharam com o grupo de visitantes a circunstância e o modo como “e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados” surgiu e se foi estruturando. Paragem de um tempo mais longo, a exposição vai deixando antever o que pode ir oferecendo um acervo ainda em investigação, um conjunto documental com múltiplos sentidos e caprichosas formas de expressão. Mas nela se vão já dando a conhecer testemunhos maioritariamente inéditos de um arquiteto com consciência urbana, para quem o humano informa e conforma, mas sobretudo de um entusiasta do aprender, do reconhecer e do dar a ver.
A exposição manter-se-á patente ao público até dia 30 de junho.
"e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados"
Visita guiada pelos curadores
Hoje, às 18h30
Vai decorrer hoje uma visita guiada por Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa à exposição e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados. A exposição, que se manterá patente ao público até 30 de junho, ocupa o piso principal da Casa-Atelier José Marques da Silva. São quatro núcleos documentais, com registos de projeto, pormenores construtivos e de mobiliário, escritos, fotografias, desenhos e cartografias representativos dos muitos interesses de um arquiteto invulgar.
Hoje, no dia em que a cidade do Porto se prepara para festejar mais um S. João, passam também 127 anos sobre o nascimento de João Queiroz. A memória documental de projeto e a biblioteca profissional deste arquiteto profundamente ligado à cidade do Porto estão agora a ser analisados por Clara Pimenta do Vale de quem se aguarda, para breve, um olhar renovado sobre a sua obra. Uma análise que procura interpretá-la estabelecendo um diálogo com os cerca de 90 livros integrados no acervo doado em 2015 à Fundação Marques da Silva.
Como é já o caso do edifício Inova casa p´todos, situado na Rua da Boavista, um conjunto de habitações económicas projetado em 1930, onde João Queiroz tem de engenhosamente conceber um sistema de acessos que consiga garantir a independência dos 6 inquilinos, distribuídos por dois pisos, e com acessos não partilhados quer às caves quer aos logradouros nas traseiras. Obra construída que só por si explica o interesse por livros como “Da propriedade horizontal ou por andares”, de Luiz da Cunha Gonçalves, ou até mesmo e noutra perspetiva “Decorative Lighting” da Empresa Americana John C. Virden e “Le Luminaire”, livro que apresenta candeeiros e outras luminárias adequadas às novas e modernas formas de iluminação electricas. Mas sobre isso se falará noutra ocasião. Para já fica a recordação da efeméride e o desejo de um bom S. João!
Visita Guiada à exposição "e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados"
25 de junho, 18h30, Casa-Atelier José Marques da Silva
Com "e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados", Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa começam a desvendar o pensamento e o processo de projeto de um arquiteto invulgar, Fernando Lanhas. Do mapeamento de lentas transformações aos projetos de habitação unifamiliar e plurifamiliar, passando pela apresentação de elementos de outros projetos como sejam os museológicos ou por escritos e composições singulares, o primeiro piso da Casa-Atelier José Marques da Silva oferece um primeiro olhar imersivo no acervo agora doado à Fundação Marques da Silva.
No próximo dia 25, com inicio às 18h30, vai decorrer uma visita guiada pelos curadores à exposição que se manterá patente ao público até ao final deste mês de junho. A participação implica apenas a inscrição prévia através de email fims@reit.up.pt ou por contacto telefónico para 22 5518557. O número máximo de participantes é de 30 e o mínimo de 10.
Prolongamento da exposição "Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo" até 29 de setembro
Esta é uma das raras exposições que acrescentam matéria ao estudo da arquitetura, ao expor material inédito à luz da museigrafia, da tecnologia e dos parâmetros académicos atuais.
José Pardal Pina, "A exposição de arquitetura como exercício de investigação", in Umbigo
Para quem ainda não teve a oportunidade de visitar a exposição patente ao público no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, ainda o poderá fazer até 29 de setembro, de terça a domingo. Comissariada por Helena Barranha e organizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira em parceria com a Fundação Marques da Silva, a exposição tece a narrativa de uma longa viagem que vai do tempo de formação de Alcino Soutinho, em Itália, até ao delinear do projeto síntese para o Museu do Neo-Realismo, inaugurado há 12 anos. Um percurso expositivo que mostra a continuada experiência de interpretação do Museu enquanto tipologia arquitetónica, por parte de um arquiteto que sempre afirmou gostar de Museus. E entre os muitos registos da sua praxis, entre viagens e projetos, aí está a exposição para o demonstrar.
"Fundação Marques da Silva vai abrir o seu palacete à cidade"
Artigo de Sérgio Costa Andrade, hoje publicado no Público
A Fundação Marques da Silva, em pleno ciclo de expansão e num ano marcado por múltiplas efemérides, tem em curso um plano de renovação e reorganização dos seus espaços. E disso nos dá conta o artigo de Sérgio Costa Andrade, hoje publicado no Jornal Público, "Fundação Marques da Silva vai abrir o seu palacete à cidade".
Marta Llorente é uma arquiteta sensível e atenta às incidências literárias da arquitetura. É uma arquiteta que lê e que encontra na literatura um dispositivo de interpretação do território urbano, uma ferramenta de pensamento e de ação. Nos textos e poemas que povoam o seu universo pessoal de autores procura a voz, o conhecimento do lugar, a relação dos seres humanos com os espaços que habitam, sejam eles longínquos no tempo ou os recantos periféricos e frágeis das grandes metrópoles dos nossos dias.
Ontem, no lançamento de “Poética Urbana”, numa sessão onde se leu Federico Garcia Lorca e Jaime Gil de Biedma, falou-se de como a cidade se oferece à literatura e de como a literatura pode transformar o nosso olhar sobre a cidade. Entre a conversa da autora com Fátima Vieira e a análise de António Guerreiro, falou-se da consubstancialidade entre cidade e poesia, da cidade enquanto prosa do mundo, da reciprocidade entre texto e cidade, das paisagens urbanas que se identificam com os autores que as representaram e recriaram, como a Lisboa de Pessoa, a Dublin de Joyce ou a Praga de Kafka.
Este livro de Marta Llorente parte da emergência do fenómeno urbano na literatura para colocar em destaque Cervantes, Baudelaire, Eliot, Lorca, Martín Santos, Jaime Gil de Biedma, num percurso que termina… ou se abre às palavras de Javier Pérez Andújar. O seu interessado leitor pode desde já encontrá-lo na loja online da Fundação Marques da Silva. Boa leitura!
"Poética Urbana: A cidade da palavra literária"
Lançamento do livro de Marta Llorente
Apresentação de António Guerreiro e participação de Fátima Vieira
4 de junho, 18h30, Salão Nobre do Palácio do Bolhão
A imagem da cidade, entendida como ideia universal ou como um lugar concreto do mundo, a partir da literatura urbana, isto é, do conjunto de textos que possuem uma intenção estética relativa ao contexto urbano, é o ponto de partida para a autora deste livro. Marta Llorente, conferencista da edição 2016 das Conferências Arquiteto Marques da Silva, propõe-se fazer em Poética urbana. A cidade da palavra literária uma aproximação às relações entre literatura e espaço habitado centrada na tradição literária em língua castelhana, mas sem deixar de estabelecer as suas relações com a literatura europeia, com outras literaturas e cidades que formam os espaços onde tem vindo a desenrolar-se a nossa vida e a nossa cultura.
A sessão de lançamento, com apresentação a cargo de António Guerreiro e a participação de Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, vai decorrer no próximo dia 4 de junho, no Salão Nobre do Palácio do Bolhão.
A sala da torre do relógio, um espaço de características construtivas singulares situado no torreão norte da Estação de S. Bento, atualmente gerido pelo The Passengers Hostel, mostrou ser o local ideal para acolher o lançamento da segunda edição de "Estação S. Bento. Marques da Silva". Aí se falou do sentido de oportunidade deste livro, de como estes equipamentos se apresentam como palimpsestos, como estruturas de continuidade que preservam a espessura da história e das questões que cada tempo se e lhe coloca. De como esta Estação Central, que foi edificada quando o comboio era o principal meio de transporte da época, com uma modernidade evidente, continua, nos dias de hoje, a ser percorrida por cerca de 11 milhões de passageiros por ano, e a suscitar renovados olhares sobre os seus autores, José Marques da Silva e Jorge Colaço, os seus engenheiros, os seus construtores; sobre o modo e a forma de construir; sobre os valores estéticos que refletem e os contextos políticos que foram cruzando e sobre ela atuaram.
O livro, através dos seus três autores, fixa o olhar de um historiador que "viveu" em intimidade profunda com José Marques da Silva, António Cardoso; de um arquiteto que pratica e estuda arquitetura, Domingos Tavares; de uma doutoranda sobre Jorge Colaço, Cláudia Emanuel. Se um nos traz a narrativa histórica, outro acrescenta a reinterpretação do(s) projeto(s), com lugar ainda para a análise dos 26.352 azulejos de Jorge Colaço, naquela que foi a sua terceira grande encomenda e a primeira de outras importante obras também expressas na cidade do Porto.
Coube a Raquel Henriques da Silva apresentar o livro e moderar a participação dos autores. Na abertura da sessão, que teve lugar no dia em que passaram 144 anos sobre a ligação ferroviária com o Minho, cena histórica representada na decoração azulejar do átrio, intervieram Luís Urbano e José Ribeiro, representantes da Fundação e das Edições Afrontamento, respectivamente, instituições co-editoras, e ainda Paula Azevedo, representante da IP Infraestruturas de Portugal, entidade gestora deste equipamento.
Lançamento da segunda edição, revista e ampliada, do livro Estação S. Bento
Apresentação por Raquel Henriques da Silva
Com António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel
20 de maio, 18h00, Sala da Torre do Relógio (The Passenger Hostel)
Hoje, 20 de maio, às 18h00, no dia em que passam 144 anos sobre a primeira ligação ferroviária Porto-Braga, facto histórico representado na composição azulejar que reveste o átrio da Estação de S. Bento, a Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento vão lançar a segunda edição reformulada do livro "Estação S. Bento".
A apresentação da obra será feita por Raquel Henriques da Silva. A abrir a sessão, que conta com a participação dos três autores - António Cardoso, Domingos Tavares, Cláudia Emanuel -, estarão os representantes das entidades envolvidas na sua organização: Luís Urbano, da Fundação Marques da Silva e José Ribeiro, das Edições Afrontamento, Paula Azevedo, da IP Infraestruturas de Portugal, e Rosa Gomes, da CP Comboios de Portugal.
Vai acontecer na Sala da Torre do Relógio do The Passenger Hostel, situada no último piso da ala norte do edifício da Estação de S. Bento, com entrada a partir da plataforma da Gare
O Dia Internacional dos Museus na Fundação Marques da Silva
Em dia Internacional dos Museus, a Casa-Atelier José Marques da Silva abriu as suas portas para dar a ver uma primeira mostra sobre o acervo de arquitetura de Fernando Lanhas. "e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados" é a exposição que apresenta a resposta dos três curadores, Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa, ao desafio de, a partir da documentação doada à Fundação Marques da Silva, reinterpretar o pensamento e processo de projeto de um arquiteto invulgar, pela constelação de domínios que suscitaram o seu interesse e ação, pela permanente inquietação, pela vontade de tudo compreender. Os tópicos agora e-nunciados, expondo registos maioritariamente inéditos, confirmam a riqueza da documentação doada e apontam promissoras linhas futuras de estudo e investigação sobre Fernando Lanhas.
A inauguração da exposição foi assim o momento simbolicamente escolhido para formalizar a doação deste importante núcleo documental à Fundação Marques da Silva, com Luís Urbano, em representação da Fundação Marques da Silva, e Pedro Lanhas, em representação da família de Fernando Lanhas, a proceder à assinatura do contrato de doação. Na ocasião, o Vice-Presidente da Fundação referiu o significado que adquire este gesto no contexto do Centro de Documentação da instituição e da Universidade do Porto, antecipou futuras incorporações, que em breve serão tornadas públicas, e traçou, em linhas gerais, o plano em curso de ampliação de condições de receção, tratamento, estudo e divulgação de acervos de arquitetura. Coube a Pedro Lanhas partilhar a surpresa e o contentamento de estar a (re)descobrir a obra do seu pai e a Nuno Tasso de Sousa, numa evocação de Abel Salazar, enaltecer a multiplicidade de interesses de Fernando Lanhas como sinal distintivo e qualificador da forma da sua forma de fazer arquitetura e de estar no mundo.
A exposição pode agora ser visitada de segunda a sexta, entre as 14h30 e as 17h00.
e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados
18 de maio, 16h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Dia Internacional dos Museus
"(...) Parece nada existir sem que tenha acontecido uma razão. (...) Os Homens reparam sempre em tudo o que observam. Reparar é atender ao que desperta uma intuição. (...) O Homem, como fenómeno, continua-se na Arte. (...) O Homem ainda não se adquiriu. A Arte é entretanto."
Fernando Lanhas
"e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados" inaugura amanhã, às 16h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Entre a proposta de uma apresentação do mapeamento das lentas e caprichosas mutações observadas e registadas por Fernando Lanhas, a uma primeira panorâmica sobre os elementos que documentam o seu processo de projeto, no sublinhar das relações instersticiais entre texto e imagem ou da relação simbiótica entre o abstrato e o figurativo, Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa traçam um roteiro que nos explica a forma de ver de Fernando Lanhas.
É um roteiro construído a partir do acervo de arquitetura de Fernando Lanhas que amanhã será formalmente doado à Fundação Marques da Silva, com a assinatura do Contrato de Doação. Uma proposta de leitura que mais do que um ponto de chegada é um ponto de partida para novas e continuadas investigações.
Publicamos hoje a Newsletter #38 com destaque para os vários projetos expositivos, a inaugurar e em curso, bem como o lançamento próximo de duas novidades editoriais.
e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados
Abertura da Exposição e Assinatura do Contrato de Doação
18 de maio, 16h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Dia Internacional dos Museus
A assinalar o Dia Internacional dos Museus, a Fundação Marques da Silva vai apresentar na Casa-Atelier José Marques da Silva, com curadoria de Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa, a exposição e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados.
Trata-se de uma primeira apresentação de materiais pertencentes ao acervo doado à Fundação e representativos, como constelações, do universo do artista, cruzando alguns dos diversos domínios em que este dividia e multiplicava os seus interesses. A ação, desenhada no contexto da investigação que está atualmente em curso, será ainda circunstância para se proceder à formalização da doação, através da assinatura do Contrato de Doação, a realizar entre os representantes da Fundação, os Professores Fátima Vieira e Luís Urbano, com o representante dos herdeiros de Fernando Lanhas, o Eng.º Pedro Lanhas.
Como um enunciado orientado por tópicos desenhados pelo autor, Homem da linha, da letra e do número, na valorização do revelável, o objetivo desta celebração pública é o de “dar a ver” os múltiplos contornos e confrontos, entre o estranhamento e a inquietação, de uma “adequada” prática artística da arquitetura. Este evento, envolverá ainda a exibição do documentário “LH: Saber ver, demora”, de João Trabulo, de 2001, onde se mostra não só o seu percurso biográfico e artístico, como também acompanha momentos da montagem da exposição organizada no Museu de Serralves nesse mesmo ano.
A exposição, que se inaugura às 16h00 do dia 18 de maio, manter-se-á patente ao público até 18 de junho. Está também inserida na programação do Dia Internacional dos Museus que, em 2019 reúne a participação de mais de 30 Museus e de mais de 70 atividades propostas ao público.
Lançamento da segunda edição, revista e ampliada, do livro Estação S. Bento
Apresentação por Raquel Henriques da Silva
Com António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel
20 de maio, 18h00, Sala da Torre do Relógio - The Passenger Hostel
No próximo dia 20, com apresentação da historiadora Raquel Henriques da Silva e na presença dos autores - António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel - vai ser lançada a segunda edição, reformulada, do livro Estação S. Bento.
A sessão decorrerá na Sala da Torre do Relógio, do The Passenger Hostel, na último piso da ala norte do edifício.
Dedicada à génese deste projeto de Marques da Silva, a monografia "Estação S. Bento", da autoria de António Cardoso, publicada em 2007 e atualmente esgotada, tornou-se, pela narrativa, qualidade das ilustrações, documentação e grafismo, um livro de referência. A sua reformulação, refletida nesta segunda edição, que continua a assegurar a valorização da componente gráfica, contempla a integração de novos textos de mais dois autores: Domingos Tavares, para uma análise do(s) projeto(s), e de Cláudia Emanuel, sobre os 20 mil azulejos desenhados por Jorge Colaço para revestir o vestíbulo da Estação.
Trata-se de um projeto editorial realizado conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e pelas Edições Afrontamento, que encerra o programa de celebração dos 150 anos do nascimento de Jorge Colaço.
"El carácter de la Tradición en la Arquitectura de Barney, Távora, Coderch"
Museo La Tertulia - Cali (Colômbia)
10 de maio a 18 de agosto de 2019
Benjamín Barney (Colômbia, 1941), Fernando Távora (Portugal, 1923-2005) e José Antonio Coderch (Espanha, 1913-1984). Obras destes três arquitetos, originários de três países distintos e de de três gerações diferentes, é a base desta realização expositiva com curadoria de Andrés Erazo Barco (U. de San Buenaventura, Cali, Colombia), Antonio Armesto (UPC, España) e Manuel Augusto Mendes Soares (U. Porto, Portugal), a qual pretende refletir sobre o ethos, o carácter próprio da Arquitetura.
No contexto da Exposição, a obra de Távora evoca a ideia de modernidade permanente, que tão bem expôs na Lição das Constantes, como condição, sentido e valor essenciais da Arquitetura. Explora-se ali o seu interesse pela Arquitetura Portuguesa, erudita e popular, como condição de modernidade. Para o efeito, recorre-se particularmente ao processo projetual da Casa Dr. Ribeiro da Silva, em Ofir, contextualizando projeto e obra numa síntese que se estende ao Mercado Municipal da Feira, Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição e Escola do Cedro, em Gaia. A evocação valoriza e destaca os encontros e intersecções operativas que Távora sempre procurou e sintetizou entre as suas viagens pelos CIAM e por Portugal, nomeadamente pela região do Minho.
Na sequência do encontro com Andres Erazo, em 2018, a Fundação Marques da Silva esteve, desde o início, envolvida na evolução deste projeto. Uma ação que se integra no trabalho contínuo, persistente, em atualização permanente, que esta Fundação desenvolve na promoção da arquitetura portuguesa, do seu estudo e investigação, nomeadamente a pessoa e obra de referência Fernando Távora.
"El carácter de la Tradición en la Arquitectura de Barney, Távora, Coderch" inaugura no próximo dia 10 de maio, no Museo La Tertulia, em Cali (Colômbia), onde permanecerá até 18 de agosto. A exposição, que tem um carácter itinerante, percorrerá outros destinos na América do Sul, sendo posteriormente apresentada em Portugal e Espanha.
"A exposição de arquitetura como exercício de investigação"
O olhar de José Pardal Pina sobre a exposição "Um edifício, muitos museus: Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo"
"Em suma, Um edifício, muitos museus: Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo ensaia a exposição de arquitetura como exercício de investigação, evidenciando linhas de pesquisa variadas, sobre um nome da arquitetura portuguesa que encontra aqui o primeiro passo para uma monografia atualizada. Esta é uma das raras exposições que acrescentam matéria ao estudo da arquitetura, ao expor material inédito à luz das exigências da museografia, da tecnologia e dos parâmetros académicos atuais."
Miguel Ventura Terra nasceu em Seixas, a 14 de julho de 1866 e veio a falecer em Lisboa, a 30 de abril de 1919, com 53 anos de idade. Formou-se na Academia Portuense de Belas-Artes e, tal como José Marques da Silva, obteve o Diploma de Arquiteto do Governo Francês tendo passado pelo Atelier de Jules André e de Victor Laloux. Enquanto arquiteto foram-lhe atribuídos múltiplos Prémios Valmor: 1903, 1906, 1909 e 1911.
Em Lisboa, deixa a sua assinatura em edifícios como a Maternidade Alfredo da Costa, os Liceus Pedro Nunes, Camões ou Maria Amália Vaz de Carvalho, a Sinagoga de Lisboa e vários Palacetes (como o Palacete Mendonça) e casas unifamiliares na Rua Alexandre Herculano, incluindo a sua própria casa. É de sua autoria o projeto de reconstrução da Câmara dos Deputados, destruída por um incêndio em 1895, e a requalificação do então Palácio das Cortes, hoje Palácio de S. Bento. A norte, bastaria citar o Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo ou o Hospital de Esposende.
Envolveu-se ativamente na luta pela defesa dos interesses dos arquitetos e pela afirmação do estatuto do Arquiteto. Foi também um ativista político empenhado na construção de uma ordem social mais justa tendo integrado a primeira vereação republicana da Câmara Municipal de Lisboa.
Raquel Henriques da Silva, no catálogo da Exposição sobre a sua obra, promovida pela Assembleia da República, em 2009, sublinha que "como arquiteto e como governante municipal, foi quase sempre com o futuro que se relacionou". Deixou ainda, no seu testamento, manifesta vontade de criar um fundo de pensões para apoiar os que se dedicam ao estudo das Belas Artes nas Escolas de Lisboa e Porto, a quem doou os bens remanescentes da sua herança.
Sobre ele se falará hoje na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 18h30, no âmbito do programa que assinala o centenário da sua morte.
Centenário da morte de Ventura Terra
30 de abril
Casa-Atelier José Marques da Silva e Auditório Casa Comum (Reitoria U. Porto)
Uma conversa e a projeção do documentário "Ventura Terra - Projectar a Modernidade" representam os dois momentos de um programa que, no próximo dia 30 de abril, pretende assinalar o centenário da morte de Miguel Ventura Terra.
Às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva, Alda Serra e José Tenreiro apresentam o seu olhar sobre este arquiteto cujo percurso formativo, pessoal e profissional se cruzou com o de José Marques da Silva. A abertura da sessão estará a cargo da Presidente da Fundação, Fátima Vieira.
À noite, no recém inaugurado Auditório Casa Comum, da Reitoria da U.Porto o programa prossegue com a projeção do documentário “Ventura Terra - Projectar a modernidade” e a intervenção da historiadora Ana Marques.
A iniciativa, organizada pela Associação Ventura Terra, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, da Reitoria da U. Porto e da Câmara Municipal de Lisboa.
"Por essa época [na sua passagem pela Escola] houve uma obra do Spengler, A Decadência do Ocidente, que me influenciou muito, porque me abriu a uma visão mais universal do mundo e a outras perspectivas sobre a História, mas, sobretudo, no que respeita ao modo de relacionar as coisas, que às vezes é mais importante do que as próprias coisas. Comecei a perceber, quanto o pensamento de um rei pode gerar um palácio e continuo a verificar que essas relações subterrâneas e complexas são muitas vezes determinantes"
Fernando Távora, Entrevista por Bernardo Pinto de Almeida, 1993, in Prólogo, [C-3]-51.
Os livros que os arquitetos vão reunindo ao longo da sua vida, congregando e mantendo próximos da sua esfera pessoal e profissional, e em particular nos seus Ateliers, representam portas privilegiadas de acesso a mundos reveladores das singularidades dos seus coleccionadores, mas também de tantas outras circunstâncias que ditam a sua presença nesses universos. Dos vários acervos recolhidos e reunidos na Fundação Marques da Silva, a vertente das bibliotecas representa assim uma dimensão importante na interpretação desses arquitetos e das suas referências, permitindo múltiplos questionamentos e intersecções. São já mais de 13.000 títulos, dispostos por cerca de 250m lineares, onde se pode encontrar um exemplar de A Decadência do Ocidente que, em jeito de epígrafe, hoje evoca o Dia Mundial do Livro, reconhecendo o seu papel formativo, de transmissor de cultura e informação.
"e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos desenhados"
18 de maio, 16h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
"e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos desenhados" constitui uma primeira oportunidade para dar a ver conteúdos do acervo doado à Fundação Marques da Silva. Na Casa-Atelier José Marques da Silva serão expostos materiais representativos, como constelações, do universo do artista como o cruzamento dos diversos domínios em que dividia e multiplicava os seus interesses, entre panorâmicas e enfoques, inquietações, despertares, organizações e comunicações.
A exposição, com curadoria dos docentes-investigadores Luís Viegas e Rui Américo Cardoso (DiPDArq/MDT/CEAU-FAUP), com a doutoranda Catarina Alves Costa, assinala a participação da Fundação Marques da Silva no programa do Dia Internacional dos Museus. Inaugura dia 18 de maio, às 16h00, mantendo-se depois patente ao público até 18 de junho.
Data de 1969 o Estudo de Renovação da Área Urbana da Ribeira-Barredo, coordenado por Fernando Távora para a CMP. Tendo como primeiro comissário Jorge Gigante, em 1974, é fundado o C.R.U.A.R.B., que avança com um programa de defesa desta área urbana, marcada pela degradação e marginalização das suas populações, sem alterar o tecido urbano existente. É também alargado o âmbito da área de renovação face ao estudo desenvolvido em 69, tornando-a extensiva à Fonte Taurina e Reboleira. O ano de 1974 assinala também a criação do S.A.A.L., no Norte coordenado por Margarida Coelho. Manuel Teles é então nomeado elemento de ligação Câmara - F.F.H./S.A.A.L. O Relatório apresentado em 1976 pelo grupo de arquitetos intervenientes na Renovação Urbana da área da Ribeira-Barredo vem assinado por Fernando Távora (consultor), António Madureira, Manuel Teles e Ricardo Figueiredo (C.R.U.A.R.B.), Álvaro Siza, B. Ferrão e Francisco Barata, Francisco Guedes e Rolando Torgo. Entretanto, a construção do Bairro do Aleixo, para alojamento de populações desfavorecidas, sob projeto de Manuel Teles, era já uma realidade. Caberá também a Manuel Teles apresentar uma proposta para intervir no Quarteirão III do Barredo, datada de 1981.
Momentos importantes e de profunda transformação da realidade urbana portuense, documentados no acervo deste arquiteto, doado à Fundação Marques da Silva em 2016, e que começam agora a estar disponíveis para consulta.
Manuel Teles nasceu em Coimbra a 16 de abril de 1936.
A Newsletter da Fundação Marques da Silva regressa com a notícia de um conjunto de iniciativas onde os projetos expositivos surgem em destaque. E são três, em três lugares distintos, a evocar outros tantos arquitetos: em Vila Franca de Xira, com Alcino Soutinho; no Porto, na Casa-Atelier, com Fernando Lanhas; e em Cali, na Colômbia, com Fernando Távora.
"Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo: do projeto ao edifício, da exposição à cidade"
Visita guiada a Vila Franca de Xira, com Helena Barranha e Pedro Nogueira
13 de abril de 2019
A visita guiada a Franca de Xira vai para além de um lugar e de um tempo. A pretexto do edifício, o Museu do Neo-Realismo, e da exposição que nele agora se apresenta, “Um edifício, muitos museus”, abre-se a possibilidade de aproximação ao projeto e às muitas formas de Alcino Soutinho abordar a arquitetura dos espaços museológicos. E daí a viagem, da formação e da passagem por Itália, aos cerca de 17 projetos por si desenvolvidos. Mas a visita permite também perceber o impacto desta construção, inaugurada em 2007 no centro urbano da cidade. E conhecer o que a atualidade lhe acrescentou, com a visita à Biblioteca Municipal, a Fábrica das Palavras, de Miguel Arruda, inaugurada em 2014, e o arranjo da frente ribeirinha, a cargo do atelier Topiaris-Arquitetura Paisagista.
A orientar a visita, Helena Barranha, curadora da exposição, e Pedro Nogueira, do atelier Miguel Arruda Arquitetos Associados.
Acompanhe-nos!
O valor individual é de 35,00€ (almoço não incluído). Saída do Porto às 8h00, regresso às 20h00.
17ª Mostra U.Porto
4 a 7 de abril - Largo Amor de Perdição
Inicia-se hoje a 17ª Mostra U. Porto, no Largo Amor de Perdição, junto ao Jardim da Cordoaria (em frente à antiga Cadeia da Relação). Serão 4 dias para dar a conhecer a oferta formativa da Universidade do Porto. Aí estarão presentes todas as Faculdades, Centros de Investigação, Museus, UPTEC e Serviços Centrais. Entre eles a U.Porto Edições, com cerca de 120 título disponíveis onde se incluem vários livros editados pela Fundação Marques da Silva.
Do programa da Mostra consta ainda, no dia 7, entre as 11h e as 13h, uma sessão extraordinária da Oficina Didática The Thinking Hand "A Casa do Espaço" (FLanhas, 1958/62), dinamizada pelos Professores Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Assucena Miranda.
A Mostra decorrerá nos seguintes horários:
- quinta e sexta-feira: 10h00 » 19h00
- sábado: 11h00 » 20h00
- domingo: 11h00 » 19h00
Na aparente pacatez de jardins que orgulhosamente denunciam a chegada da primavera, diluem-se os gestos que vão trazer uma nova vida às casas da Fundação. Espaços há que se esvaziam para receber novos desafios, outros que aguardam renovação, outros ainda já prontos para assumir novas funções. A Fundação está a mudar…
"Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo: do projeto ao edifício, da exposição à cidade"
Visita guiada com Helena Barranha e Pedro Nogueira
13 de abril de 2019
Para assinalar a sua participação no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano devido à quadra pascal antecipada para 13 de abril, a Fundação Marques da Silva, com o apoio do Museu do Neo-Realismo, vai realizar a visita guiada "Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo: do projeto ao edifício, da exposição à cidade".
A visita será orientada pelos arquitetos Helena Barranha (curadora da exposição "Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo") e Pedro Nogueira (do atelier Miguel Arruda Arquitetos Associados, autor do projeto Fábrica da Palavra). O roteiro proposto, para além da visita ao Museu e à Exposição atualmente patente ao público, inclui a passagem pela frente ribeirinha e a visita à Biblioteca Municipal/Fábrica das Palavras.
Com um custo individual de 35,00 € (almoço não incluído), a visita apenas se realiza com um número mínimo de 15 participantes e máximo de 35. As inscrições podem ser feitas por email: fims@reit.up.pt, ou telefone: 22 55185587.
"Anverso e Reverso
20 folhas volantes com notas e desenhos do Arquitecto José Marques da Silva."
Por: Luís Soares Carneiro
É oportuno recordar — no dia Mundial do Teatro — que no Arquivo da Fundação José Marques da Silva existem, entre muitos outros documentos relativos aos teatros projectados por aquele grande arquitecto, um conjunto de pequenas folhas soltas, escritas e desenhadas dos seus dois lados, com notas, apontamentos, esquissos e registos diversos, mas onde os teatros tem particular relevância. Um breve estudo destas folhas volantes que, tal como as moedas, possuem um anverso e um reverso, dada a ausência de hierarquia das suas faces, será publicado em breve pelo professor e arquitecto Luís Soares Carneiro, desvelando o processo como José Marques da Silva, independentemente do talento que possuía, investigava, estudava e se preparava para a abordagem de temas complexos como o dos Teatros
Chegou à Fundação em 2016 para nos ajudar a receber Raúl Hestnes Ferreira e dar a ver o filme sobre a Casa de Albarraque. Ocupava-se agora, entre os seus muitos projetos, com a publicação das aulas de Teoria Geral e Organização do Espaço, de Fernando Távora. Esta passará a ser tarefa de outrem. Arquiteto, professor e incessante divulgador de Arquitetura, talvez o mais ativo em Portugal durante as últimas décadas, faleceu ontem, em Lisboa. A obra desenvolvida em parceria com Egas Vieira, no atelier Contemporânea, deixou marcas no território. A sua Arquitetura era viva, optimista e original. Também o era a sua voz, crítica, questionadora, dialogante, a quem hoje prestamos a nossa homenagem.
Team 10: Debate and Media in Portugal and Spain
Call for papers - JOELHO 10 (2019)
Entre 28 e 30 de novembro de 2019, ano em que passam 60 anos sobre o último CIAM, em Otterlo, vai decorrer, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e com o apoio da Fundação Marques da Silva, o Congresso Internacional «Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981». Com dois encontros preparatórios já realizados (Guimarães, 2017 e Barcelona, 2018), Team Ten Farwest é um projeto de investigação que surge como resposta ibérica ao projeto Team 10 East. Tendo como objetivo explorar as relações de Portugal e Espanha no âmbito dos debates que tiveram lugar em torno das ideias, das obras e dos protagonistas do Team 10, propõe-se debater os processos de recepção e assimilação das ideias deste grupo de arquitetos na revisão crítica do movimento moderno na Península Ibérica.
O número 10 da revista Joelho, «Team 10: Debate and Media in Portugal and Spain», coordenado por Nuno Correia, Pedro Baía, Carolina B. García Estévez, em sintonia com a linha temática do Congresso, contexto onde está previsto decorrer o seu lançamento, pretende aprofundar o conhecimento sobre meios de difusão, na Península Ibérica, das ideias surgidas nos encontros realizados pelo Team 10 entre 1953 e 1981.
Neste momento, e até 17 de junho, encontra-se aberto o período de submissão de artigos para publicação em função dos três núcleos temáticos propostos: debate; media; protagonistas.
Para mais informações sobre conteúdos, condições de admissão e calendário, consultar Joelho 10.
Sobre a fotografia: Jerzy Soltan, Alfredo Viana de Lima, Oskar Hansen, Ralph Erskine, Kenzo Tange, no último CIAM de Otterlo, em 1959 (ASP Archive, Warsaw). Refira-se que esta fotografia acompanhou o ‘call for papers’ do seminário «Team 10 East» (2013), tendo a sua divulgação permitido a Pedro Baía sinalizar o arquiteto que permanecia por identificar como sendo Viana de Lima.
Fernando Távora cruza-se com “Mensagem”, o “livro” da sua vida, quando tinha 14 anos. Por volta dos 20 anos, como faz questão de registar em nota de sua autoria junto a um autógrafo de Fernando Nogueira Pessoa que data de 1909, inicia aquela que virá a ser uma das mais importantes coleções particulares de manuscritos, dactiloscritos e impressos deste escritor. Importante pela riqueza dos documentos cuidadosamente reunidos ao longo de décadas, importante pela teia de relações e afetos que dela se desprende. Como no pequeno pedaço de papel onde Mário de Sá Carneiro se dirige a Pessoa, outrora pertença de João Gaspar Simões que Manuel Ferreira adquire e oferece a Fernando Távora, hoje guardado na Fundação Marques da Silva. Porque a poesia vai para além das palavras e se estende à nobreza dos gestos que realça e perpetua a ação de quem os promove.
3ª Oficina Didática The Thinking Hand "A Casa do Espaço" (FLanhas, 1958/62)
19 de março, 9h00-13h00, Sala TF 2.2 - FAUP
As crianças do Jardim de Infância do Centro Escolar de Folgosa (Agrupamento do Levante da Maia) imaginaram a "Casa do Espaço". Em dezembro passado estiveram na Casa-Atelier José Marques da Silva para partilhar o seu projeto com um físico, Manuel Marques, uma ilustradora, Elsa Lé, um escritor, José António Gomes, futuras arquitetas e Pedro Lanhas, filho de Fernando Lanhas o arquiteto e autor de "A Casa do Espaço", um texto/ensaio desenvolvido entre 1958 e 1962, agora ponto de partida para esta 3ª Oficina Didática "The Thinking Hand". Amanhã, 19 de março, entre as 9h00 e as 13h00, será a vez de objetivarem a concretização de quatro modelos físicos (maquetas) representativos da sua versão da "A Casa do Espaço".
Esta iniciativa, inserida no eixo investigação-ensino da DiPDArq, sob orientação de Assucena Maria Miranda, Rui Américo Cardoso e Luís Viegas, vai realizar-se na FAUP, sala F. 2.2.
Urban Sketchers visitam “Um Edifício, Muitos Museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo”, acompanhados por Eduardo Salavisa
16 de março, entre as 15h00 e as 18h00
"O encontro é aberto ao público em geral, que se poderá juntar ao grupo para participar na sessão. A única condição é trazer a sua paixão pelo desenho e algo onde o fazer."
O Teatro de S. João apaga as velas dos seus 99 anos e a Fundação Marques da Silva partilha, em jeito de presente, um corte longitudinal do edifício, um dos muitos documentos que registam o forma como o Teatro foi nascendo, o seu projeto.
Desenvolvido entre 1909 e 1918, por José Marques da Silva, o Teatro será inaugurado a 7 de março de 1920. Como faz questão de referir Luís Soares Carneiro, autor de "A Estranheza da Estípite. Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João", Marques da Silva conhecia o seu público. Conhecia a sua cidade. Percebia os desejos e as necessidades da burguesia portuense. E soube intuir e interpretar o "mix" de permanência e novidade que a cidade conseguia compreender e aceitar, entre saudosismo e a inovação. Demonstrou a capacidade de entender as formas, de as manipular e de as reinventar (...).
Entidade viva, o TNSJ prepara-se para festejar 100 anos. Parabéns!
Alfredo Matos Ferreira e o projeto para a rua da Friagem
O edifício de habitação coletiva projetado em finais dos anos 50 para a então rua da Friagem foi a primeira obra de certo vulto e expressão urbana desenvolvida por Alfredo Matos Ferreira. Na altura, não tinha ainda concluído o Curso Superior de Arquitetura e partilhava o espaço de atelier com outros colegas (Alberto Neves, Álvaro Siza, António Menéres, Joaquim Sampaio e Luís Botelho Dias). Cuidada construção e organização interna e uma ajustada inserção na zona são características destacadas por Álvaro Siza, que o chegou a habitar e que o considera um contributo para a evolução arquitetónica então em curso. Alfredo Matos Ferreira, na sua “Memória” reconhece a esta experiência conceptual e construtiva o carácter de um verdadeiro estágio profissional. Aí acabará por se instalar, adotando-o enquanto espaço de vida e de trabalho. Num gesto premonitório de tempos ainda distantes, à rua da Friagem virá a ser atribuído o nome de Rua Arquiteto José Marques da Silva.
Alfredo Matos Ferreira nasceu a 1 de março de 1928.
Amanhã, 23 de fevereiro, no Museu de Cerâmica de Sacavém, decorrerá uma conferência que tem como título, A presença de Jorge Colaço na Fábrica de Loiça de Sacavém. Esta iniciativa insere-se no programa que desde 2018 tem vindo a assinalar os 150 anos do nascimento de Jorge Colaço, o autor da decoração do átrio da Estação de S Bento.
Num país com séculos de tradição de azulejaria, não surpreende a opção por este material. A sua utilização traria brilho, luminosidade, leveza e facilidade de limpeza ao espaço, reforçando o caráter monumental e artístico do projeto de arquitetura desenhado por José Marques da Silva. No total foram utilizados cerca de 25000 azulejos, da Fábrica de Sacavém, para 551 metros quadrados. Jorge Colaço, a partir de 1905, iniciou a tarefa de decorar este espaço emblemático, percorrendo um programa que traduziu em propostas de caráter histórico, religioso, pitoresco ou de costumes, em consonância com a ideologia dominante e as características do lugar, do tempo e da geografia ditada pelo sentido das linhas ferroviárias, rematadas por um conjunto de imagens alegóricas.
Do processo criativo destes azulejos, quer o Arquivo da Fábrica de Loiça de Sacavém, quer o Museu Nacional do Azulejo (MNAz), guardam ainda um conjunto significativo de registos. Na imagem, uma fotografia pertencente ao espólio de Jorge Colaço do MNAz, documenta a execução do painel alusivo a Egas Moniz, quando este se apresenta, com a mulher e o filho, ao rei de Leão.
O programa celebratório desta efeméride, que reúne o contributo de várias instituições, entre as quais, a Fundação Marques da Silva, será finalizado com publicação de uma nova edição da monografia Estação S. Bento. Marques da Silva, revista e ampliada. Nesta nova edição, juntam-se ao texto de António Cardoso, os textos de Domingos Tavares e de Cláudia Emanuel. O lançamento será anunciado em breve.
"Ruy d´Atoughuia", novo título disponível na loja online da FIMS
A monografia crítica sobre a obra de Ruy Jervis d´Athouguia (1917-2006), da autoria de Graça Correia, editada pelas Edições Afrontamento, já pode ser adquirida na loja online da Fundação Marques da Silva.
O livro traça o percurso deste importante arquiteto modernista e integra um conjunto de textos de vários arquitetos (Ana Tostões, Eduardo Souto Moura, Helio Pñon, João Luís Marques, João Pedro Falcão de Campos e João Manuel Santa Rita, José Fernando Gonçalves, Manuel Mateus, Nuno Brandão Costa, Ricardo Carvalho) que nos últimos vinte anos têm partilhado e incentivado o estudo da sua obra, hoje universal.
Refira-se que Ruy d´Athouguia marcou a cidade de Lisboa na sua renovação dos anos 1950 a 1970, nomeadamente com a sua intervenção no Bairro de Alvalade, onde desenhou vários edifícios de habitação e duas escolas, e com o desenho da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, na avenida de Berna, esta em colaboração com os arquitetos Pedro Cid e Alberto Pessoa.
No passado sábado, em São Torcato, percorreram-se memórias e cruzaram-se leituras que trazem um novo entendimento sobre a história e os sinais de afirmação de um culto cujas origens antecedem a própria nacionalidade, vindo a tornar-se central para esta vila do concelho de Guimarães.
A João Luís Marques, em representação da Fundação Marques da Silva, coube o desafio de reunir e reinterpretar referências e documentos relativos à construção do Santuário que começa a ser idealizado ainda na década de vinte do século XIX - para acolher o corpo de um bispo que viveu entre o século VII/VIII, trasladado da Ermida da Fonte do Santo, local do seu martírio em luta contra os mouros - e que apenas viria a ser concluído já no século XXI. A viagem empreendida para remontar este longo processo evidenciou a qualidade da investigação realizada a partir do acervo desta instituição, integrando o contributo de outros autores, outros arquivos, nacionais e internacionais, e o confronto entre fontes documentais e bibliográficas com o objeto real. João Luís Marques recuperou e reposicionou assim o papel desempenhado por um conjunto de atores que, em função dos respetivos contextos, acabaram por vir a ser determinantes neste processo de materialização de uma vontade que em muito e desde cedo ultrapassa a escala do lugar. Um percurso iniciado por Luís Inácio de Barros Lima, mas com imprevistas passagens por Bruxelas, São Petersburgo, Berlim, Paris ou Porto, cidades influenciadoras da ação de Cesário Augusto Pinto, Ludwig Bohnsted ou José Marques da Silva. A forma do edifício atual, substantivamente afetada pelos atrasos sofridos e a convocar a ação de outra geração de arquitetos para a sua conclusão, Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, adquire nesta leitura um novo enquadramento, seja no âmbito da história da arquitetura religiosa em Portugal, seja em termos das correntes internacionais oitocentistas.
Uma reconstituição a colocar em evidência a riqueza do acervo da Fundação Marques da Silva e a importância da investigação para a construção de conhecimento que, no caso da Irmandade de São Torcato, servirá também para fundamentar a aspiração de ver futuramente reconhecido o Santuário enquanto Basílica.
"São Torcato, a construção de um Santuário"
Olhares sobre São Torcato
16 de fevereiro, 14h30, Irmandade de São Torcato
A propósito da construção do Santuário de São Torcato escrevera Fialho de Almeida para ‘Estancias d’arte e da saúde’ (1921):
“(...) tratar-se d´um joujou simplesmente bonito e sem typo, d´essa architectura de thesoura que tira do romão, da renascença e do gothico, bocados que ligam por um processo de salada, dando esse catitismo chamado em architectura moderno, um dos fricassés recosinhados pela chateza dos commis voyageurs francezes de Bellas Artes, sobre a ignorância confusa do antigo.”
Neste cáustico relato dos últimos anos do século XIX torna-se evidente a crítica ao modelo arquitetónico escolhido pelo júri do concurso internacional para o novo santuário minhoto a substituir o iniciado em 1825, segundo o desenho barroco de Luís Inácio de Barros Lima. Após a morte do impulsionador da nova construção, Cesário Augusto Pinto (1825-1896), e do autor do projeto vencedor, o arquitecto russo formado em Berlim, Ludwig Bohnested (1822-1885), foi José Marques da Silva que regressado de Paris acompanhou a encomenda da irmandade de S. Torcato. Ao longo das cinco décadas seguintes o mestre Marques da Silva contribuirá para o fecho da obra herdada e estenderá o projeto ao arranjo do recinto envolvente. O encerramento da cúpula em 2006, idealizada por Marques da Silva e redesenhada por sua filha e genro, fica como marco deste longo processo com mais de 110 anos de duração.
Sábado, 16 de Fevereiro pelas 14.30, na Irmandade de São Torcato, João Luís Marques partilhará esta(s) história(s) a partir da investigação centrada no material reunido na Fundação Marques da Silva, como este postal, que nos mostra o que estava construído no momento em que José Marques da Silva é chamado a tomar parte neste processo. Será uma das conferências a apresentar no âmbito do ciclo "Olhares sobre São Torcato".
"Um edifício, muitos museus.
Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo"
9 de fevereiro a 26 de maio
Inaugura amanhã, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, a exposição "Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo". Uma proposta de leitura do projeto que Alcino Soutinho começa a desenvolver para um espaço concreto e de raiz, em Vila Franca de Xira, em 2001, em plena maturidade, enquanto ponto de convergência das suas aproximações à ideia de museu e de onde irradiam caminhos para abordagens futuras.
Aqui se encontram, para a curadora desta exposição, Helena Barranha, referências aos grandes temas da história da arquitetura de museus, de Karl Friedrich Schinkel a Frank Lloyd Wright; como este corte evidencia nesse olhar entre pisos para o vazio vertical que domina todo o circuito expositivo, onde se desenha um percurso ascensional e se acentua a monumentalidade do átrio central.
A exposição ficará patente ao público até 26 de maio.
Na semana em que se inaugura a exposição "Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo", a Fundação Marques da Silva lança a primeira Newsletter de 2019.
O Palácio do Comércio foi "concebido de modo a poder contribuir em elevado grau para a plena valorização estética e funcional do núcleo central citadino, (...) tanto pela sua privilegiada situação, grande composição, invulgares dimensões, como pelos nobres e ricos materiais" (Memória Descritiva, 1946). Projetado por David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva, tinha por objetivo ser, "para os vindouros, um bem marcante, expressivo e dignificador" da época que o viu nascer.
Concluída em 1954, a construção deste edifício quarteirão testemunha o empreendedorismo visionário de Delfim Ferreira e a competência dos arquitetos designados para o conceber e materializar. Na cidade de hoje, o Palácio do Comércio continua a ser uma referência monumental singular, pela organização e composição volumétrica, espacial, formal e construtiva dum organismo arquitetural coeso na expressão das suas qualidades morfológicas, funcionais, plásticas.
Voltamos o nosso olhar para este edifício que trouxe uma nova matriz para a zona central do Porto, dando a ver um dos muitos desenhos de pormenor, no dia em que passam 110 anos sobre o nascimento de David Moreira da Silva, um dos dois arquitetos que assinam o seu projeto final, mas também o autor, ainda em 1940, do primeiro estudo a antecipar a presença de um "bloco quarteirão" como resposta ao desejo municipal de reformulação deste território urbano.
"Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo"
Exposição
9 de fevereiro a 26 de maio de 2019
Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira
Inaugura, no próximo dia 9 de fevereiro, pelas 16h00, a Exposição “Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo”, numa parceria entre a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira/Museu do Neo-Realismo e a Fundação Marques da Silva.
Com curadoria de Helena Barranha, a Exposição “propõe uma leitura do Museu do Neo-Realismo enquanto espaço de convergência de várias viagens, pesquisas e projetos museológicos que marcaram a vida e a obra de Alcino Soutinho. Articulando os registos dos museus visitados, em diferentes países, e os espaços expositivos que ele próprio desenhou, a exposição procura evidenciar o modo como o Museu do Neo-Realismo reflete e sintetiza exemplarmente essas múltiplas referências, relacionando-as com a especificidade do contexto urbano de Vila Franca de Xira e com um programa museológico singular.”
Ficará patente ao público até 26 de maio de 2019 e é de entrada livre.
"Olhares sobre São Torcato"
Conferências de José Afonso Ferrão, Aires Fernandes, Maria Inês Gonçalves, João Luís Marques e Dom Jorge Ortiga
16 de fevereiro 2019 | 14h30 | Irmandade de São Torcato
No próximo dia 16 de fevereiro, na Irmandade de São Torcato, em Guimarães, um painel alargado de especialistas vai apresentar o seu olhar sobre São Torcato. Trata-se de um ciclo de conferências organizado pela Irmandade com o objetivo de promover novas leituras sobre o Santo, sobre o culto e sobre o templo erigido em sua honra, sob múltiplas perspetivas: histórica, artística, arquitetónica e religiosa. O Santuário atualmente existente, cuja construção se inicia em 1871, resulta do contributo de vários autores, com particular destaque para José Marques da Silva, a desenvolver múltiplas intervenções ao longo de várias décadas, e de Maria José e David Moreira da Silva que o vão finalizar.
É com uma fotografia do acervo do Arquiteto Fernando Lanhas, trabalhada por Rui Guimarães, que a Fundação Marques da Silva deseja umas Boas Festas e um excelente Ano Novo!
Aproveitamos para informar que, entre 24 de dezembro e 1 de janeiro de 2019, a Fundação se encontra encerrada.
O projeto de Alfredo Leal Machado para os Paços de Concelho de Porto de Mós: o que nos pode dizer uma planta?
Em 1939, Alfredo Leal Machado assina o projeto para a construção dos Paços do Concelho de Espinho. No acervo que a Fundação preserva deste arquiteto, formado na década de 20, no Porto, encontra-se igualmente documentado um projeto de ampliação e reforma dos Paços de Concelho de Porto de Mós. Desconhece-se a data do projeto ou o grau de execução, mas a planta, para além do seu traço de arquiteto, devolve-nos o retrato de um tempo. Observem-se as funcionalidades, a escala dos espaços ou a sua distribuição na planta do rés-do-chão.
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904.
Uma revisitação do Hotel D.Henrique em dia de aniversário
O Hotel D. Henrique, projetado em meados da década de 60 por José Carlos Loureiro, com a colaboração de Luís Pádua Ramos e Carlos Chaves de Almeida, para o empresário e banqueiro Afonso Pinto de Magalhães, continua, ainda hoje, a destacar-se na paisagem urbana do Porto.
A torre, de 18 pisos, construída a poucas centenas de metros da Câmara Municipal, ergue-se como uma escultura, como um objeto inteiro, ainda que organicamente modelado, para rematar um quarteirão compacto. As diretivas do Plano Diretor Municipal de Auzelle, de 1962, e a proximidade de um edifício não habitacional, o Silo-auto, permitiram a conquista de altura num terreno irregular que acentua essa verticalidade e optimiza um jogo de luz e sombras que se estende da fachada aos espaços interiores.
Com a partilha de dois desenhos para estudo da determinação das entradas de luz durante o solstício de verão e os equinócios, desejamos um feliz aniversário ao seu autor, que hoje celebra 93 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto José Carlos Loureiro!
"O percurso associativo dos Arquitectos portugueses"
Até 11 de fevereiro de 2019, na Sede da OASRN
Primeira página do documento de trabalho não datado dos estatutos da Sociedade dos Arquitetos do Norte, com apontamentos manuscritos de José Marques da Silva. Refira-se que Marques da Silva, ativamente empenhado na criação da Sociedade de Arquitetos do Norte, assume em 1920 a função de Presidente da Comissão Organizadora dos Estatutos. Dela faziam parte, Correia da Silva, Balatzar de Castro, António Peres Guimarães, Francisco de Oliveira, Leandro de Morais e Rogério de Azevedo.
Inaugurou ontem, com curadoria de Ana Isabel Ribeiro e Cláudia Antunes, a exposição "O percurso associativo dos Arquitectos portugueses".
A iniciativa, organizada no âmbito da celebração dos 20 anos da criação da Ordem dos Arquitectos, oferece a possibilidade de percorrer os principais momentos de criação do movimento associativo da classe, a nível nacional e do Norte do País, reunindo um conjunto extenso de documentos, onde constam alguns até agora inéditos, pertencentes ao acervo da Fundação Marques da Silva.
Até 11 de fevereiro do próximo ano poderá ser visitada de segunda a sexta feira, entre as 10h00 e as 19h00, na sede da OASRN (Rua Álvares Cabral, 144).
E as crianças do Jardim de Infância do Centro Escolar de Folgosa (Agrupamento do Levante da Maia) vieram à Casa-Atelier José Marques da Silva para imaginar a Casa do Espaço. Tinham à sua espera um físico, um escritor, uma ilustradora, futuras arquitetas e até Pedro Lanhas, o filho do arquiteto que sonhou uma Casa do Espaço. Juntos, continuaram a traçar os contornos dessa Casa que tinham já começado a sonhar. Ela vai continuar a crescer, entre planetas e galáxias que vão ganhando forma ao sabor da fantasia de quem lhe está a dar vida. Seguir-se-á, no início do próximo ano, a Oficina Didática The Thinking Hand, na Faculdade de Arquitectura da UPorto, para construção de modelos tridimensionais.
"O percurso associativo dos Arquitectos portugueses"
Sede da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte
de 29 de novembro de 2018 a 11 de fevereiro de 2019
"O percurso associativo dos Arquitectos portugueses" é o título da exposição que vai inaugurar no próximo dia 29 de novembro, às 18h00, na sede da OASRN.
Com curadoria da Dr.ª Ana Isabel Ribeiro e da Arquitecta Cláudia Antunes, a exposição propõe uma abordagem à história associativa dos Arquitectos portugueses e ao reconhecimento e valorização da profissão de Arquiteto, do século XV ao século XXI. A Fundação Marques da Silva, entidade detentora de um expressivo conjunto de documentos relativos a este percurso, com particular destaque para registos relativos à ação desenvolvida por José Marques da Silva e pela sua filha e genro, Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, associa-se à celebração dos 20 anos da Ordem dos Arquitectos e apoia esta iniciativa que dará a conhecer os momentos fundamentais de um processo iniciado em 1863, com a fundação da Associação dos Arquitectos Civis Portugueses.
A "casa do espaço" das crianças do Jardim de Infância de Folgosa
As crianças do Jardim de Infância de Folgosa já cestão a trabalhar sobre a Casa do Espaço de Fernando Lanhas. Entre diversas atividades e experiências, do desenho à pintura de "seixos", começaram a imaginar e a contar a história da Casa do Espaço:
"A casa do espaço está no planeta terra. Não tem teto. Tem uma porta. À direita da porta tem um armário onde se arrumam as "coisas". À esquerda tem uma cozinha. Na cozinha existe uma mesa redonda com uma toalha quadrada às florzinhas rosa, amarelo e verde. Existem também quatro bancos redondos. No frigorífico há muita comidinha e, para descansar, um sofá quentinho e uma televisão para os desenhos animados. Da porta de entrada veem-se umas escadas. Dessas escadas sai um corrimão.
Fora da casa do espaço existe um parque para fazer umas belas brincadeiras, tem piscina, caixa de areia, dois baloiços e relva com florzinhas. Temos que as regar e falar-lhes coisas bonitas.
O corrimão leva-nos ao espaço, onde se veem coisas que nos deixam boquiabertos. A primeira paragem é no planeta Vénus, que é um coração cor-de-rosa porque é o planeta do Amor. A seguir passamos para Saturno, que é castanho e tem um anel muito giro. O corrimão leva-nos até Júpiter, que é verde porque é lá que moram os extraterrestres, que são meninos e meninas verdes.
Dos planetas conseguimos ver coisas maravilhosas, naves e foguetões. Nas naves vão os extraterrestres e nos foguetões os astronautas.
É tudo muito lindo e espetacular!"
Amanhã, estarão na Casa-Atelier José Marques da Silva para um encontro com Manuel Marques, físico, Elsa Le, artista plástica, José António Gomes, escritor, e las estudantes de arquitetura Ana Gabriela Gomes, Rute Castro e Inês Giro.
As casas geminadas de Queijas ou a construção enquanto fundamento da forma arquitetónica
Raúl Hestnes Ferreira, Casa de Queijas (1968-1973), fotografia de Manuel Miranda
"Na concepção desta casa, com um programa invulgar, destinada a duas famílias com várias gerações, para melhor inserção no local optou-se por uma dominante vertical para tirar o melhor partido de um terreno não muito desafogado. (...) Para dar mais “peso” e consistência à sua construção, e ao seu desenho complexo, ao desenho e permitir uma melhor manutenção da casa, optámos pela construção em tijolo aparente, de escassa tradição no país após as construções industriais ribeirinhas do início do século XX, e que, se por um lado se revelou muito exigente na sua concepção, para não banalizar o material, por outro estimulou o construtor e o encarregado da obra que lhe dedicaram o saber dos velhos mestres e operários portugueses." Assim se refere Raúl Hestnes Ferreira ao projeto para as Casas de Queijas (Oeiras), iniciado em 1968 e concluído em 1973.
Esta obra constituiu o primeiro exemplo prático de aplicação de fachada autoportante em Portugal e teve honras de capa na revista Arquitectura, nº 129, de 1974. Serviu também como primeiro ensaio para o que viria a ser mais tarde aplicado em obras como a Casa da Cultura e da Juventude de Beja ou a Agência da Caixa Geral de Depósitos de Avis.
Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931.
Oficina Didática The Thinking Hand “A Casa do Espaço” de FLanhas
27 de novembro, 9h30, Casa-Atelier José Marques da Silva
No próximo dia 27 de novembro, a Casa-Atelier José Marques da Silva vai receber 24 crianças do Centro Escolar de Folgosa (Agrupamento do Levante da Maia). Vêm acompanhadas da Professora/Educadora Assucena Maria Miranda e serão recebidas por Manuel Marques, físico, Elsa Le, artista plástica, José António Gomes, escritor, e pelas estudantes de arquitetura Ana Gabriela Gomes, Rute Castro e Inês Giro, para, a partir do texto/ensaio "A Casa do Espaço", de Fernando Lanhas, "imaginar" em conjunto os múltiplos sentidos e estímulos potenciadores de modelos tridimensionais a realizar posteriormente na 3ª Oficina Didática The Thinking Hand, na Faculdade de Arquitectura da UPorto.
Trata-se da segunda iniciativa proposta por Luís Viegas e Rui Américo Cardoso no âmbito do programa de celebração da doação do acervo de arquitetura de Fernando Lanhas à Fundação Marques da Silva, do qual são os comissários.
A deslocação das crianças orientadas pela Professora/Educadora Assucena Maria Miranda, realizada com o apoio do Pelouro da Educação e Cultura da Câmara Municipal da Maia, é representativa da rede: Junta de Freguesia de Folgosa, Federação das Associação de Pais do Concelho da Maia – FapMaia, Pais de Folgosa em Rede e Lar de Dia de Vilar de Luz.
Giorgio Grassi, no Porto, conversa com estudantes e assina protocolo
Giorgio Grassi regressou ao Porto e cumpriu-se a prometida conversa com um auditório lotado e rendido à condição de estudante da sua obra, escrita e projetada.
O lançamento de Escritos escolhidos, 1965-2015 foi o pretexto para este encontro, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitetura da UPorto, onde todos os intervenientes sublinharam a pertinência e atualidade do pensamento de Giorgio Grassi. A constelação de textos reunidos nesta antologia - com desdobramentos e remissões para domínios que extravasam o campo da arquitetura, diluindo a diacronia no diálogo encetado com figuras deste e de outros tempos, refletindo sobre a forma de fazer e o modo e olhar para a disciplina e para a cidade enquanto espaço de intervenção – constituiu-se assim matéria de reflexão e debate sobre o pensamento de um arquiteto que escreve para responder às questões que sempre o assaltaram enquanto arquiteto que projeta. Um conjunto significativo de textos produzidos ao longo de um simbólico arco temporal de 50 anos, que ajuda a compreender e questionar a realidade do nosso tempo e que, através do projeto Giorgio Grassi, opera omnia sic, coleção onde se inscreve o livro, passou a estar disponível em português.
O desafio que constitui o gesto de traduzir um autor também foi referido nesta conversa. E foi para ultrapassar a mera leitura, da vontade de compreensão dos interstícios da escrita de Giorgio Grassi, que José Miguel Rodrigues, um admirador confesso da obra e da linha de pensamento de Giorgio Grassi, partiu para Giorgio Grassi, opera omnia sic, a proposta de tradução que a Fundação Marques da Silva acolheu. Depois de dois volumes publicados, este projeto editorial acaba de receber um importante incentivo e reconhecimento por parte de Giorgio Grassi com a assinatura, na passada sexta-feira, no decurso de uma visita à Fundação Marques da Silva, do protocolo onde são cedidos os direitos exclusivos de tradução para língua portuguesa a José Miguel Rodrigues, autor e coordenador científico do projeto de tradução, à Fundação Marques da Silva, enquanto editora responsável pela sua publicação, e à Faculdade de Arquitectura da UPorto, enquanto entidade apoiante.
Arquitetura e Património: sem redoma de vidro
Vídeo da Conferência Marques da Silva 2018 já disponível
Foi no passado dia 25 de outubro, na Faculdade de Arquitectura da UPorto, no âmbito das Conferências Marques da Silva, que Nuno Valentim foi convidado a falar sobre Arquitetura e Património: sem redoma de vidro.
O vídeo da conferência, realizado pela TVU, já se encontra disponível para quem não viu ou quem deseje rever.
Giorgio Grassi, José Miguel Rodrigues, Eduardo Souto de Moura, Carlos Machado e Marco Ginoulhiac
Conversa com estudantes #2
Hoje, às 18h30, na Faculdade de Arquitectura da UPorto
Escritos Escolhidos, 1965-2015, a mais completa antologia de textos de Giorgio Grassi, com tradução e nota introdutória de José Miguel Rodrigues, foi recentemente publicada pela Fundação Marques da Silva, em parceria com as Edições Afrontamento. Aí se reúne igualmente um conjunto invulgar de ilustrações que acompanha a cadência do texto escrito e dá a ver simpatias e pressupostas afinidades que, inevitavelmente, contribuem para dar forma aos seus projetos.
Hoje, no Auditório Fernando Távora, Giorgio Grassi, a propósito desta publicação, vai regressar à Faculdade de Arquitetura da UP (FAUP) para uma conversa com estudantes, mas aberta a todos os interessados na obra e pensamento deste arquiteto que projeta e escreve. A acompanhar Giorgio Grassi estarão José Miguel Rodrigues – autor, coordenador e tradutor do projeto de tradução integral da obra escrita de Giorgio Grassi para português (Giorgio Grassi, opera omnia sic) – e três arquitetos e professores da FAUP ligados, por razões diferentes, à sua obra: Eduardo Souto de Moura, Carlos Machado e Marco Ginoulhiac.
A antecipar e preparar esta conversa, realizou-se na passada terça-feira, 13 de novembro, uma conversa com estudantes #1, organizada pelo ciclo Matéria. conferências brancas, que assim se associou a esta iniciativa. Esta primeira conversa foi moderada por Joana Couceiro e contou com a presença dos organizadores do ciclo, José Miguel Rodrigues, Hélder Casal Ribeiro e Pedro Borges de Araújo.
Esta segunda conversa decorrerá em português e italiano, estando assegurada a interpretação linguística. A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
A Conversa com estudantes #2 é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, que conta com o apoio da FAUP, do ciclo Matéria. conferências brancas, da Associação de Estudantes da FAUP. A Conversa com os estudantes #1 é uma iniciativa da Matéria. conferências brancas, que conta com o apoio da FAUP, da Fundação Marques da Silva, da Associação de Estudantes da FAUP. As duas iniciativas foram patrocinadas pela empresa JOFEBAR.
sobre Giorgio Grassi | conversa de estudantes #1
Biblioteca da FAUP, 21h30
Uma primeira conversa "sobre Giorgio Grassi", com "Escritos Escolhidos, 1965-2015" como pano de fundo acontece hoje, às 21h30, na Biblioteca da Faculdade de Arquitectura da UP.
Com moderação a cargo de Joana Couceiro, conta ainda com a participação de José Miguel Rodrigues, tradutor e autor da nota introdutória do livro, e de Hélder Casal Ribeiro e Pedro Borges de Araújo, organizadores do ciclo Matéria.conferências brancas.
Giorgio Grassi: Groningen, biblioteca pública, fachada voltada à Oude-Boteringestraat
De um ponto de vista prático, um projecto (por exemplo um edifício) é sempre e em qualquer caso uma transformação do que existe antes (o lugar) e a relação entre os dois não pode ser certamente ignorada. Dos dois, o que tem já uma forma (que já deu a sua resposta) é o lugar, por isso, teoricamente, mas também tecnicamente, é o projecto que se conforma ao lugar. Mas do ponto de vista prático, neste encontro modifica-se igualmente o lugar (o lugar assume uma nova forma). E isto quer dizer que quando fazemos um projecto, para todos os efeitos projectamos também um seu lugar. (Giorgio Grassi, Escritos Escolhidos1965-2015, p. 369)
No próximo dia 15, às 18h30, Giorgio Grassi estará na Faculdade de Arquitetura da UP (FAUP) para responder às questões lançadas a propósito do recente lançamento de Escritos Escolhidos 1965-2015, o segundo volume a ser publicado no âmbito da coleção Giorgio Grassi opera omnia sic. Nesta conversa, que se sucederá a uma conversa organizada no dia 13 pelo ciclo Matéria.conferências brancas, Giorgio Grassi estará acompanhado do tradutor e autor deste projeto editorial, José Miguel Rodrigues, de Eduardo Souto de Moura e de Carlos Machado. Marco Ginoulhiac assegurará o diálogo entre o público e Giorgio Grassi, traduzindo questões e respostas.
A sessão do dia 15, Conversa com estudantes #2, é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, que conta com o apoio da FAUP, do ciclo Matéria. conferências brancas, da Associação de Estudantes da FAUP (AEFAUP) e da empresa JOFEBAR que patrocina a iniciativa.
A Conversa com os estudantes #1 é uma iniciativa da Matéria. conferências brancas, que conta com o apoio da FAUP, da Fundação Marques da Silva, da Associação de Estudantes da FAUP (AEFAUP) e da empresa JOFEBAR que patrocina a iniciativa.
Rui Goes Ferreira torna-se arquiteto no Porto, durante a década de cinquenta, mas será na Madeira que a sua obra vai ganhar plena expressão. Atento ao lugar, ao seu contexto urbano e paisagístico, projeta em sintonia com os princípios modelares de uma formação moderna, mas sensível às preocupações e necessidades de uma comunidade com um caráter muito particular. Como, a título de exemplo, no arranjo e proposta de construção de um abrigo para o Miradouro do Pico do Areeiro. Este abrigo foi entretanto demolido, mas resiste na memória fotográfica e documental, como o exemplifica este estudo, a caneta e lápis sobre papel vegetal, de 1964.
A recente transferência do espólio deste arquiteto, nascido a 8 de novembro de 1926 e prematuramente falecido em 1978, para a Fundação Marques da Silva vai possibilitar novas aproximações ao seu legado, criando um contexto favorável à realização de ações que promovam o conhecimento e estudo de uma arquitetura que ainda hoje marca o território onde foi construída.
Alcino Soutinho e a construção de um olhar próprio sobre a organização dos espaços museológicos
Em 1960, jovem arquiteto, Alcino Soutinho, dirige-se a Itália para visitar vinte museus. Foi na condição de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e no cumprimento de um programa de estudos sobre museologia. Dessa longa estadia, para além do Relatório, sobrevivem testemunhos vários que reflectem o olhar atento do arquitecto às diferentes escalas, desde o enquadramento global e a organização do espaço arquitectónico, até aos detalhes construtivos das soluções museográficas visitadas. Como é o caso deste esquisso do Castelo Sforzesco, em Milão, retirado de um dos seus cadernos de esquissos. Uma aprendizagem que viria a refletir-se nos múltiplos projetos desenvolvidos ao longo da sua carreira e que serão agora alvo de uma revisitação a propósito da exposição que o Museu do Neo-Realismo, decorrida mais de uma década sobre a inauguração do edifício projetado por Alcino Soutinho, se prepara para apresentar, com curadoria de Helena Barranha e em parceria com a Fundação Marques da Silva.
Conversa(s) com estudantes sobre Giorgio Grassi
#1 | 13 de novembro, 21h30, Biblioteca FAUP
#2 | 15 de novembro, 18h30, Auditório Fernando Távora da FAUP
A pretexto do recente lançamento do livro Escritos Escolhidos, 1965-2015, Giorgio Grassi vai regressar ao Porto e à Faculdade de Arquitetura da UP para, no que resulta de uma parceria entre a Fundação Marques da Silva e Matéria. conferências brancas, participar uma sessão que elege os estudantes como seus principais interlocutores.
A ter lugar no dia 15 de Novembro, no auditório Fernando Távora às 18h30, "conversa com estudantes #2" contará, para além da participação do autor do livro, com José Miguel Rodrigues - autor, coordenador e tradutor do projeto de tradução integral da obra escrita de Giorgio Grassi para português (Giorgio Grassi, opera omnia sic) - e três arquitetos, por razões diferentes, interessados na obra de Giorgio Grassi: Eduardo Souto de Moura, Carlos Machado e Marco Ginoulhiac. Mas todos os presentes neste lançamento, que decorre com o livro já em circulação, estão convidados a interpelar o autor. É neste sentido que esta conversa com estudantes pressupõe que neste momento todos os que assim pretendam se possam considerar estudantes da matéria nesta ocasião em debate. O evento decorrerá nas línguas portuguesa e italiana e contará com a possibilidade de tradução simultânea das questões que vierem a ser colocadas pelos presentes pelo professor Marco Ginoulhiac.
Esta conversa será precedida, a 13 de novembro, por uma conversa informal sobre Giorgio Grassi, denominada "conversa com os estudantes #1", à volta da mesa central da biblioteca da FAUP, moderada por Joana Couceiro, com início às 21h30. Será a oportunidade para se fazer uma análise livre dos textos escolhidos de Grassi para esta edição portuguesa numa primeira conversa, organizada pela Matéria, conferências brancas que contará com a presença e participação dos organizadores deste projeto, José Miguel Rodrigues (tradutor do livro), Helder Casal Ribeiro e Pedro Borges de Araújo.
Arquitetura e Património: sem redoma de vidro
A conferência de Nuno Valentim
Nuno Valentim, um arquiteto que alia a prática do projeto à investigação, respondeu ontem ao desafio lançado pela Fundação e partilhou, naquela que foi a 12.º edição das Conferências Marques da Silva e neste presente em que vivemos, o seu entendimento sobre qual pode ser o contributo da arquitetura para o património. Partindo de uma revisitação panorâmica de um conjunto de obras por si desenvolvidas ao longo da última década, o também professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto refletiu sobre cinco formas distintas de se construir no já construído. Foram muitas as notas que teceu na sua exposição em torno da relação de tensão entre, por um lado, a singularidade de cada objeto e as circunstâncias onde se inscreve, condicionadoras das intervenções adotadas, e, por outro lado, o passado e o presente que, no todo complexo que é a obra arquitetónica, são postos num diálogo dinâmico, fundamental para uma transformação com um sentido de futuro.
A abertura desta sessão das Conferências Marques da Silva, a cargo do Prof. João Pedro Xavier, em representação do Diretor da Faculdade de Arquitetura, assinalou também a primeira intervenção pública da Vice-Reitora Fátima Vieira na qualidade de Presidente da Fundação Marques da Silva, proporcionando a ocasião para apresentar a sua visão da instituição, do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e de novos objetivos a cumprir neste mandato.
Exposição: A estação de Porto–S. Bento e a obra de Jorge Colaço
Átrio da Estação de S. Bento
28 de outubro, a partir das 15h00
A partir das 15h00 do próximo dia 28 de outubro, no átrio da estação de S. Bento, vai ser possível visitar a exposição “A estação de Porto-S. Bento e a obra de Jorge Colaço”, que aí permanecerá até 3 de dezembro.
A iniciativa, inserida no programa de celebração dos 150 anos do nascimento do pintor e caricaturista Jorge Colaço, constitui-se pretexto para lançar um breve olhar sobre a cidade do Porto, na transição para o século XX, numa revisitação do processo que viabilizou a construção da Estação de S. Bento, da sua importância para a definição do eixo ferroviário das linhas do Douro e Minho e do seu impacto para a consequente reconfiguração urbana do centro histórico da cidade.
A assinalar a abertura ao público da exposição, será realizada uma visita guiada pela Arquiteta Paula Azevedo (IP Património) e pela Dr.ª Ana Sousa (CP-Comboios de Portugal).
Deste programa comemorativo, conjuntamente organizado pela IP - Infraestruturas de Portugal, CP-Comboios de Portugal, Fundação Marques da Silva, Museu de Cerâmica de Sacavém e pela investigadora Cláudia Emanuel, consta ainda a realização da exposição "Jorge Colaço e a Azulejaria Figurativa do seu Tempo", em dezembro 2018, no Museu Nacional do Azulejo, e o lançamento da monografia dedicada à Estação, da autoria do Professor António Cardoso, numa versão revista e ampliada com contributos do Professor Domingos Tavares e da investigadora Cláudia Emanuel, a 26 de fevereiro de 2019.
Conferências Marques da Silva 2018
Hoje, às 18h30, com Nuno Valentim, na FAUP
"Vivemos um momento singular para a intervenção no Património Arquitetónico – que decorre do (inesperado?) crescimento de obra no edificado existente, após alguns anos de deserto, de esforços isolados e mesmo de desatenção a este desafio.
A urgência de alargamento do debate convoca a arquitetura e os arquitetos para uma responsabilidade acrescida nestas circunstâncias, sob pena de a disciplina ser ultrapassada pela manipulação ideológica, técnica ou económica. Estas visões parciais são incapazes de trabalhar a riqueza e a complexidade das realidades em que temos que operar.
A Arquitetura - do projeto à reflexão sobre as práticas (onde se incluem as Escolas) - assume um papel determinante: no debate estratégico-político, na forma concreta de atuação e na avaliação/produção de conhecimento a partir da obra.
As “Conferências Marques da Silva 2018” serão uma oportunidade para, através das nossas práticas (de projeto, de investigação, de colaboração…), documentar as frentes de trabalho, a reflexão e o combate que as intervenções no Património das cidades exigem." (Nuno Valentim)
Hoje, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da FAUP. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
"Arquitetura e Património: sem redoma de vidro"
Conferências Marques da Silva 2018
25 de outubro, 18h30, FAUP
Nuno Valentim vai ser o conferencista da edição 2018 das Conferências Marques da Silva, que se realizam no próximo dia 25, às 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da UP.
Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (1995), Mestre em Reabilitação do Património Edificado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (2007) e Doutor em Arquitetura (FAUP, 2016) com a tese Projecto, Património Arquitetónico e Regulamentação Contemporânea – Sobre práticas de reabilitação no património corrente, Nuno Valentim exerce atividade profissional independente desde 1994. Em 2005, inicia a sua colaboração na FAUP, como docente no Mestrado Integrado em Arquitetura, e desde 2017, com Francisco Barata, no CEAPA - Curso de Estudos Avançados em Património Arquitetónico.
Da obra que tem vindo a desenvolver, tem como principais prémios/nomeações: Nomeação para o Prémio Mies Van Der Rohe - Prémio Europeu de Arquitetura Contemporânea – com as obra de reabilitação realizadas no Jardim Botânico do Porto: Casa Andresen/Galeria da Biodiversidade, Casa Salabert/E-learning café e estufas de Franz Koepp (2018) ; 2017 Prémio IHRU/Nuno Teotónio Pereira e Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, com a obra de reabilitação do Albergues Noturnos do Porto (em coautoria com Frederico Eça e Margarida Carvalho); Prémio João de Almada: do Projeto de Reabilitação do Edifício de 1928 da Rua Alexandre Braga, autoria do Arq.to José Marques da Silva em coautoria com Francisco Barata e José Luís Gomes - Centro de Estudos da FAUP (2014 ).
"A estação de Porto–S. Bento e a obra de Jorge Colaço"
Exposição dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço
Átrio da Estação de S. Bento
28 de outubro a 3 de dezembro de 2018
Inserida no programa de celebração dos 150 anos do nascimento do pintor e caricaturista Jorge Colaço, vai inaugurar 28 de outubro, no átrio da Estação de Porto-S. Bento, projetada por José Marques da Silva, no espaço revestido pelos celebrados painéis de azulejos da autoria de Jorge Colaço, uma exposição conjuntamente organizada pela IP - Infraestruturas de Portugal, CP-Comboios de Portugal, Fundação Marques da Silva, Museu de Cerâmica de Sacavém e pela investigadora Cláudia Emanuel.
A exposição constitui-se pretexto para lançar um breve olhar sobre a cidade do Porto, na transição para o século XX, revisitando o processo que viabilizou a construção da Estação de S. Bento, a sua importância para a definição do eixo ferroviário das linhas do Douro e Minho e o seu impacto para a consequente reconfiguração urbana do centro histórico da cidade.
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José Marques da Silva (18.10.1869-6.06.1947) desempenhou as funções de arquiteto municipal entre 14 de abril de 1904 e 31 de agosto de 1907, cargo em que dirigiu e projetou obras como o Bairro operário ou a ampliação e construção do Mercado do Anjo e aconselhou a "melhoria, nas condições arquitectónicas e de salubridade, das edificações da cidade". Acreditava na e firmava a competência do arquiteto para validar uma nova paisagem e arquitetura urbanas que, também, procura demonstrar e modelizar com projetos próprios, caso do edifício para a rua das Carmelitas, de 1905. Na sua perpetiva de futuro, o "Porto saberá acompanhar o progresso das cidades modernas, no modo como devem ser feitas as edificações do centro da cidade, assim como o demonstrou nas habitações de campo chamadas "villas" de que o Bairro da Foz é exemplo honroso...".
No próximo dia 25 de outubro vai realizar-se mais uma edição das Conferências Marques da Silva. Este ano, o desafio foi lançado ao Arquiteto e Professor Nuno Valentim, sob a forma de uma questão: Que contributo o da Arquitetura para o Património? A conferência, intitulada "Arquitetura e Património: sem redoma de vidro", decorre no Auditório Fernando Távora, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, entidade parceira, e está inserida no programa ARQ OUT 2018.
Petra Čeferin, Juhani Pallasmaa, Pedro Borges da Araújo e Paula Menino Homem, "Bridging Crossroads on Architectural Exhibitions", na Fundação Marques da Silva
As exposições sobre arquitetura finlandesa promovidas entre 1957 e 1967 a partir do Museu de Arquitetura Finlandesa, um dos mais antigos museus do mundo a dedicar-se inteiramente à Arquitetura, e o seu significado a uma escala nacional e internacional, estiveram no centro da sessão que o ciclo de seminários Autofocus, em 2018, propôs para Casa-Atelier José Marques da Silva.
Um tema apresentado por Petra Čeferin, que evidenciou a ideia e o projeto que tinham subjacentes, os seus agentes e a reflexão teórica que as materializava, bem como a sua eficácia enquanto instrumento de validação da arquitetura finlandesa, da sua vitalidade e modernidade. Mostrando-a ao mundo, tornaram-na presente, projetando-a na espacialidade das próprias exposições, cujos ecos se propagaram através das revistas de arquitetura de então. Linhas que se cruzam e vão contribuir para o entendimento da arquitetura finlandesa enquanto arquitetura, segundo uma linha de pensamento universal, liberta do confinamento a uma mera expressão de natureza local. Juhani Pallasmaa, pessoalmente envolvido neste processo, complementou esta leitura sublinhando o impacto interno do sucesso alcançado pela estratégia definida e o contexto que propiciou os meios para a concretizar. Uma fusão de circunstâncias, culturais, políticas e históricas que foram cruciais para gerar e manter o entusiasmo em torno destas exposições, desenvolvidas em equipa, com grande liberdade criativa ainda que submetidas previamente a um júri, e movidas por um grande idealismo. Foi ainda referido o papel da fotografia para preencher a falta de materialidade do objeto arquitetónico e referida a passagem por Portugal, em 1960, onde se destaca a intervenção de Raúl Hestnes Ferreira, dado o seu conhecimento direto da realidade finlandesa.
As comunicações de Petra Čeferin e Juhani Pallasmaa foram enquadradas por Pedro Borges de Araújo e Paula Menino Homem, alimentando um animado diálogo que se estendeu ao público presente.
Das vicissitudes de um projeto: o Hotel para a Praça D. João I
"Em qualquer obra realizada o que mais nos impressiona em primeiro lugar é o seu aspecto exterior. Para muitos será esse, unicamente, o lado interessante do problema em questão, ignorando-se tudo ou quase tudo o que concorreu para a sua realização e dos obstáculos e dificuldades encontradas no decurso do seu estudo. [...]
Tal como está actualmente a Praça de D. João I constitui um empreendimento notável por parte do nosso município e cuja grandiosidade arrojada merece a admiração de todos, portuenses ou não, porque podemos ver nesta obra o fomento e as esperanças de novas realizações, de futuras transformações e, também, a garantia de que o progresso da nossa cidade poderá seguir o caminho agora traçado e iniciado, com a máxima certeza de completos êxitos."
Excerto do texto de José Porto, A Urbanização da Praça de D. João I, para o livro publicado em 51 sobre esta Praça e o seu Palácio Atlântico. José Porto, arquiteto nascido em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883, desenvolvia então, a partir do Porto, uma intensa atividade, com obra para a própria cidade, para o Minho e para a cidade da Beira, em Moçambique. O hotel, projetado em 1947 por encomenda do industrial José Dias de Oliveira, terá uma vida acidentada, em parte devido à morte prematura do cliente. A obra, contudo, fez-se e marcou a imagem da Praça de D. João I, mas, contrariamente ao Emporium ou ao bloco geminado para habitação, obras do mesmo arquiteto, que ajudam a definir a contígua rua de Sá da Bandeira, a sua presença já só pode ser encontrada na memória fotográfica de uma Praça onde aspirou concorrer para a sua "harmoniosa grandiosidade".
Bridging Crossroads on Architectural Exhibitions
Juhani Pallasmaa, Petra Čeferin, Paula Menino Homem e Pedro Borges de Araújo
Autofocus 2018
Casa-Atelier José Marques da Silva, 9 de outubro, 16h00
Em Constructing a legend, Petra Čeferin apresenta uma abordagem crítica ao universo das exposições internacionais sobre Arquitetura Finlandesa, realizadas entre 1957-1967. O livro desta arquiteta, professora e investigadora, com um particular interesse em cruzar o domínio da arquitetura com a filosofia, traduz o resultado do seu doutoramento, realizado na Faculdade de Arquitectura de Ljubljana, e contou com a orientação de Juhani Pallasmaa.
Estarão agora ambos presentes para a sessão que os Seminários Autofocus promovem na Casa-Atelier José Marques da Silva, para uma conversa sobre exposições de arquitetura, que contará também com o contributos de Paula Menino Homem e Pedro Borges de Araújo, ambos docentes da Faculdade de Letras de UP, ligados ao Mestrado em Museologia e membros do Departamento de Ciências e Técnicas do Património desta instituição académica.
Para garantir lugar, basta fazer a sua inscrição aqui
Sobre a sessão "Cinco dedos de uma mão: conversa a partir do projeto de Raúl Hestnes Ferreira para a Escola de Benfica"
Para Raúl Hestnes Ferreira o mais importante eram as pessoas, conhecê-las e saber o que pretendiam, para depois poder projetar. E então, fazer como ele achava que deveria ser, dar significado, sentido, assegurar a coerência e respeitar uma ética de construção, pelo desenho, pela ordem, pela forma, pela assertividade dos materiais. E que a Escola de Benfica, desde 2005, Escola Secundária José Gomes Ferreira, enquanto espaço arquitetónico foi capaz de criar e transformar-se em espaço e experiência de vida para todo um coletivo tornou-se evidente em todos os testemunhos partilhados na sessão da passada sexta feira, na Casa-Atelier. Uma partilha de memórias, com afeto, humor e ligação ao lugar, num testemunho que não perde desejo de continuar a construir futuro, caso de Manuel Esperança e Nuno Markl; uma partilha de uma vontade de entendimento do projeto e do que através dele se aprende, no caso de Alexandra Saraiva e Anselmo Canha.
Esta foi também a oportunidade para ouvir Adriana Hestnes, em representação da família, e a Presidente da Fundação, Maria de Fátima Marinho, naquele que foi o seu último ato público no desempenho destas funções, evocar o arquiteto e o significado da sua doação à Fundação Marques da Silva, a sua entrada numa nova “casa”, que cuidará o acervo e proporcionará o estudo e divulgação de uma obra desenvolvida ao longo de 60 anos de entrega ao exercício da arquitetura.
As duas salas com elementos pertencentes ao acervo permanecem disponíveis para visita, desde que solicitada.
Para o Livro de Honra da Escola José Gomes Ferreira:
Quando tenho a alegria de voltar a esta “escola” (a palavra mágica, equivalente a troca de conhecimentos, que orientou o nosso trabalho) para conversar com os alunos, assistir às suas festas e exposições, não só “me sinto em casa”, pelo modo como sou recebido e pela memória do processo que conduziu à sua edificação, como também sinto que nela persiste a informalidade, a procura e a imaginação que marcavam a personalidade do meu pai.
Por isso estaremos sempre com os que a “vivem”.
Raúl Hestnes Ferreira, 11 de outubro de 2005
Hoje, na Fundação Marques da Silva fala-se de Raúl Hestnes Ferreira, fala-se de arquitetura e de vida.
Em reinício de temporada a Casa-Atelier volta a abrir as suas portas para dar a ver uma primeira mostra simbólica do acervo de Raúl Hestnes Ferreira e para uma conversa que toma como ponto de partida o projeto para a Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Benfica.
Tempo também para lançar a Newsletter de Setembro, com a perspetiva de futuras ações.
Raúl Hestnes Ferreira
Para além do debate, um vislumbre de um acervo a descobrir na Casa-Atelier José Marques da Silva
É já amanhã que se falará sobre a obra de Raúl Hestnes Ferreira na Fundação Marques da Silva. Mas será também a oportunidade para um primeiro olhar sobre o acervo doado e do muito do que tem para descobrir, com duas salas que dão a ver maquetas, desenhos, fotografias e publicações.
"Cinco dedos de uma mão: conversa a partir do projeto de Rául Hestnes Ferreira para a Escola de Benfica", com Alexandra Saraiva, Anselmo Canha, Manuel Esperança e Nuno Markl.
Bridging Crossroads on Architectural Exhibitions
Juhani Pallasmaa, Petra Čeferin, Paula Menino Homem e Pedro Borges de Araújo
Seminários Autofocus 2018
Casa-Atelier José Marques da Silva, 9 de outubro, 16h00
Os Seminários Autofocus 2018 vão trazer Juahni Pallasmaa e Petra Čeferin à Casa-Atelier José Marques da Silva, no próximo dia 9 de outubro, para um debate que tem como tema Bridging Cross roads on Architectural Exhibitions.
A sessão vai contar também com a participação de Paula Menino Homem e de Pedro Borges de Araújo, ambos docentes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ligados ao Mestrado em Museologia e membros do Departamento de Ciências e Técnicas do Património desta instituição académica.
O Projeto Autofocus é uma iniciativa do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, unidade I&D – projecto estratégico 2015-2020 financiado pela FCT Fundação para a Ciência e Tecnologia - , desenvolvido em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, as Faculdades de Arquitectura, de Ciências e de Letras, e os institutos i3s, CEAU Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo, a Fundação Instituto Marques da Silva e o MMUS Mestrado em Museologia.
Cinco dedos de uma mão
Conversa a partir do projeto de Raúl Hestnes Ferreira para Escola de Benfica
"Na sua multiplicidade de aspectos, com volumes regidos por uma geometria rigorosa, o edifício "faz" o sítio, oferecendo-se à cidade..." (Raúl Hestnes Ferreira, Projectos 1959-2002, p.103)
O projeto para a Escola de Benfica, de Raúl Hestnes Ferreira, começa a desenvolver-se 1976. Como sublinha Willy Sermeels, nele está presente o diálogo das formas complementares, em particular da curva e da recta. Inaugurada em 1978, como forma de homenagem ao arquiteto, foi-lhe posteriormente atribuído o nome do seu pai, o escritor José Gomes Ferreira. Será ela o pretexto para uma conversa entre Alexandra Saraiva, Anselmo Canha, Manuel Esperança e Nuno Markl e todos são bem vindos!
Cinco dedos de uma mão
Conversa a partir do projeto de Raúl Hestnes Ferreira para a Escola de Benfica
Memória, arquitetura e cidade estarão em debate em Cinco dedos de uma mão, uma conversa que toma como ponto de partida o projeto de Raúl Hestnes Ferreira para a Escola de Benfica, Escola Secundária José Gomes Ferreira.
A sessão vai reunir Alexandra Saraiva, Anselmo Canha, Manuel Esperança e Nuno Markl, constituindo-se também oportunidade para evocar Raúl Hestnes Ferreira, cujo acervo foi recentemente doado à Fundação Marques da Silva.
Cinco dedos de uma mão, iniciativa inserida no programa das Jornadas Europeias do Património, que este ano tem como tema aglutinador "partilhar memórias", terá lugar no dia 28 de setembro, às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Fernando Lanhas, arquiteto de profissão, homem de sonhos e de múltiplos saberes, desenhador também da sua cidade. Em tempo de Feira do Livro, evocamos a data do seu nascimento, 16 de setembro de 1923, publicando o desenho que serve de capa ao livro, A cidade de Garrett. Uma antologia de textos em prosa de Eugénio de Andrade, de 1993, com desenhos originais de Fernando Lanhas e a quem o escritor, na senda de Pomar, chamou, o mais desirmanado.
Arquitetura e Património: sem redoma de vidro
Nuno Valentim
Conferência Marques da Silva 2018
Aproxima-se o mês de outubro e com ele mais uma edição das Conferências Marques da Silva. Este ano, o desafio foi lançado ao Arquiteto e Professor Nuno Valentim, sob a forma de uma questão: Que contributo o da Arquitetura para o Património? A conferência, intitulada "Arquitetura e Património: sem redoma de vidro" vai acontecer a 25 de outubro, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, entidade parceira, e está inserida no programa ARQOUT 2018.
As galerias de obras de José Marques da Silva e de Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva apresentam uma nova entrada, dedicada agora ao projeto para o edifício-sede da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Os textos, assinados por Eduardo Fernandes e complementados por um conjunto de imagens, sinalizam as mais importantes etapas do projeto, que começa a ser pensado por José Marques da Silva, ainda em finais do século XIX. Na década de 30, numa segunda fase de vida do edifício, é considerada a sua ampliação. Estas obras, concluídas em 1967, com direito a honras presidenciais na cerimónia de inauguração, vão integrar agora a intervenção de Maria José e David Moreira da Silva, que, com o falecimento de José Marques da Silva, em 47, assumem a sua execução e novas autorias.
Maria José Marques da Silva em visita aos marcos miliários da Geira
"Visita aos marcos miliários da Geira, Setembro de 44" é a nota manuscrita que acompanha o verso da fotografia.
A sete desse mesmo mês e ano passavam exatamente 30 anos sobre o nascimento de Maria José Marques da Silva, aqui fotografada na companhia do pai, José Marques da Silva, e do marido, David Moreira da Silva. E se os marcos constituem uma manifestação da presença romana na Serra do Gerês, a imagem fotográfica, para além do instante que fixa, transporta para o presente o eco das afinidades cúmplices que sempre uniram a vida destes três arquitetos. Nelas residem as bases para a existência da Fundação Marques da Silva.
Memória documental de Rui Goes Ferreira na Fundação Marques da Silva
Rui Goes Ferreira (1926-1978), madeirense, formou-se no Porto com a geração de Álvaro Siza e Alcino Soutinho, e regressou à sua ilha onde construiu várias obras de referência ao longo dos anos 60 e 70, colaborando com arquitetos do continente como Bartolomeu Costa Cabral e Manuel Vicente. A sua morte prematura interrompeu uma obra promissora (…)
André Tavares, “Rui Goes Ferreira: imagem de uma obra interrompida”, Recensão crítica
O percurso de Rui Goes Ferreira, precursor da arquitetura moderna no arquipélago da Madeira, a par de Raúl Chorão Ramalho, revela diferentes campos de atuação e de interesse: Arquitetura, Urbanismo, Arte e Sociedade. Pelo seu atelier passaram nomes como Bartolomeu Costa Cabral, Manuel Vicente, Marcelo Costa, José António Paradela, José Zúquete ou António Marques Miguel. Da obra realizada, destaca-se o trabalho realizado no Funchal para as Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência, vários projetos de unidades de habitação individual e coletiva, o acompanhamento do Plano Diretor da Cidade do Funchal, coordenado por José Rafael Botelho, ou o projeto cultural da Galeria de Artes Decorativas TEMPO, desenvolvido com o escultor Amândio Sousa.
Como refere Madalena Vidigal, autora da dissertação, “Rui Goes Ferreira: Ensaios sobre uma obra interrompida. Madeira 1956-1978”), levou para a Madeira a reflexão do papel social do arquiteto. Um trabalho feito pelo homem para o homem que usa a paisagem e o lugar como dado cultural a integrar na estrutura final, humanizando a arquitetura e desenhando-a à escala natural.
A memória documental do trabalho desenvolvido no atelier deste arquiteto - 20 anos de atividade, testemunhada em mais de 90 projetos, datados entre 1958 e 1978 - vai passar a integrar a constelação de acervos de arquitetos representados na Fundação Marques da Silva. Da partilha de um mesmo espaço de formação, aos registos que marcam a singularidade do seu percurso, beneficiará de um contexto potenciador de novos estudos e reflexões sobre a sua forma de pensar e fazer arquitetura. Concluída a exposição recentemente realizada na Porta 33, está em curso a transferência do acervo para a Fundação Marques da Silva. Em breve será anunciada a sessão de formalização da doação, bem como a sua disponibilização para consulta pública.
Parafraseando Pessoa, também eu gosto de "viajar, correr, ser outro constantemente". Além disso, enquanto Arquitecto a qualidade da construção do mundo é para mim permanente objetivo. (1988)
…Colecciono tudo. Sobretudo livros de arquitectura e poesia, sempre à volta do Pessoa. Interesso-me muito pela arquitectura antiga e mais ainda pela arquitectura grega. O meu D. Sebastião da arquitectura é a arquitectura grega. São os deuses que me acompanham lá por cima. Possuo uma grande colecção de estatuária portuguesa. Compro muitas coisas. Tenho uma colecção de livros clássicos de arquitectura. Portugueses e franceses. Há muitas coisas do passado que eu ainda teria de comprar e muitas coisas do futuro que gostaria de ver. (2002)
O fascínio por Pessoa foi determinante para Fernando Távora, seu incessante coleccionador. A recente transferência da coleção reunida ao longo de uma vida para a Fundação Marques da Silva, veio abrir novas dimensões e sentidos ao acervo deste arquiteto e professor, que nascido a 25 de agosto de 1923 faria hoje 95 anos.
Nasceu no Porto, em 1950. Diplomou-se em arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1980, acompanhando ativamente o movimento que, nesse período, com participação de professores e estudantes, lutou pela gestão democrática no Curso de Arquitetura e pela reformulação de uma estrutura de curso conforme à cidadania e autonomia da arquitetura. Motivado pelo estudo da arquitetura de valor patrimonial, pelas experiências de renovação urbana e teorias de intervenção arquitetónica, viajou para Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para investigar sobre "Política de desenvolvimento urbano e recuperação de centros antigos".
Doutorou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, com a tese “Transformação e Permanência na Habitação Portuense – as formas da casa na forma da cidade”, dissertação co-orientada por Fernando Távora e Daniele Vitale. trabalho de referência para a compreensão da forma urbana portuense a partir das teorias da tipo-morfologia, nomeadamente de matriz italiana. Desde 1980, a docência na área de projeto foi uma atividade constante. Em universidades estrangeiras, lecionou por convite, e integrou inúmeros júris de provas académicas. Professor Catedrático, era Coordenador do Perfil de Estudos – Património Arquitetónico do Programa de Doutoramento em Arquitetura da FAUP.
Foi Presidente do Conselho Diretivo da FAUP e, no momento, era Presidente do seu Conselho Científico. Desenvolveu investigação no campo das relações de projeto e história, sendo Coordenador da linha de investigação PACT (Património Arquitetónico, da Cidade e do Território) do CEAU. Participou em conferências, seminários, colóquios. É autor de bibliografia na interseção do projeto, metodologia de desenho e património.
Era Coordenador da parceria internacional USP /UP sobre "Arquitetura, Desenho e Representação: metodologias de desenho no ensino do Projeto".
Exerceu profissionalmente, ainda enquanto estudante no escritório de Fernando Távora, depois em associação, primeiro com Bernardo Ferrão depois com Manuel Fernandes de Sá, e em escritório próprio. É co-autor e autor de numerosos projetos no âmbito dos programas da casa e recuperação de edificado existente, destacando-se o Projeto da Cooperativa de Massarelos, Porto, (Prémio INH 1996); Projeto de conservação e recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira; Projeto de Recuperação da Igreja Matriz de Vimioso; Projeto de Reabilitação do Páteo de S. Miguel, Évora; Projeto da Praça da Cadeia da Relação e do Largo do Olival (Porto 2001); Projeto da Rua do Almada (Porto 2001); ou o Projeto da Marginal de S. Paio Canidelo, V.N. Gaia (Programa Polis).
Foi, desde a primeira hora, membro ativo e empenhado do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva.
Passagem, interrompida de forma inesperada, que deixa o traço e a memória indelével de uma vida que congregou afeto e alegria, reconhecimento e sentido cívico. A Fundação Marques da Silva presta a sua sentida homenagem à pessoa, ao arquitecto, ao professor.
Legenda da imagem: 1975, movimento por uma nova escola, proposta cinzenta. À direita, silhueta de Francisco Barata entre José Gigante (autor do registo humorístico), ao fundo, e Fernando Távora.
Octávio Lixa Filgueiras, na procura de um olhar operativo sobre o património
A 16 de agosto de 1977, no dia em que completava 55 anos de vida, Octávio Lixa Filgueiras dava por concluído o Relatório do Grupo de Trabalho Inter-Ministerial, responsável pelo estudo e inventariação do património arquitetónico nacional a recuperar. A equipa, supervisionada por este arquiteto e constituída no seguimento do despacho conjunto dos Ministros das Obras Públicas, Habitação, Urbanismo e Construção, Comércio e Turismo e Secretário de Estado da Cultura, integrava os também arquitetos Manuel Fernandes de Sá e Nuno Guedes de Oliveira, bem como o desenhador J. Marcos.
As reflexões e soluções nele expressas refletiam o resultado de aproximadamente 5 meses de trabalho, cerca de uma centena e meia de casos inventariados em fichas expressamente desenhadas para o efeito, onde se destacava um número mais restrito de casos tratados, considerando as categorias nele propostas: Pousada/Turismo; Cultura; Serviços Públicos; Serviços Sociais; Ensino; Proteção de Imóvel (enquanto monumento)/Paisagem.
Octávio Lixa Filgueiras, concluia desta forma o Relatório: (..) há vinte anos atrás, o signatário encontrava-se nas lides do "Inquérito à Arquitectura Regional"; hoje evoca com muita saudade a memória de Francisco Keil do Amaral a quem teria muita honra em dedicar a parte havida em mais esta lança quebrada contra velas de moinhos...
"Cinco dedos de uma mão"
28 de setembro, Casa-Atelier José Marques da Silva, 18h30
Jornadas Europeias do Património 2018
A Escola Secundária José Gomes Ferreira começou a ser projetada por Raúl Hestnes Ferreira em 1976. Da forma como se implanta no território se alimenta a ideia que o conjunto nasceu a partir da mão do arquiteto colocada sobre uma folha de papel. Passados mais de 40 anos, acresce à memória do projeto e da sua construção, o contributo para a efetiva requalificação urbana do lugar e as muitas vidas que nela e com ela se cruzaram. Por ocasião da doação do acervo profissional de Raúl Hestnes Ferreira à Fundação Marques da Silva, o projeto para a Escola de Benfica constitui-se ponto de partida para uma homenagem ao arquiteto e para uma conversa, com um painel diversificado de oradores a anunciar em breve, sobre memória, arquitetura e cidade.
"Cinco dedos de uma mão", a conversa que vai decorrer na Casa-Atelier José Marques da Silva, no dia 28 de setembro, com início às 18h30, representa assim a participação da Fundação Marques da Silva nas Jornadas Europeias do Património que este ano tem como tema proposto,partilhar memórias.
A singularidade da coleção Pessoana de Fernando Távora, recentemente acolhida na Fundação Marques da Silva, em destaque
Entre finais de 2017 e abril de 2018, o acervo Fernando Távora, comodatado nesta Instituição desde 2011, tem vindo a ser significativamente ampliado com a incorporação de novo conjuntos documentais e, em particular, bibliográficos.
Nos novos registos, em número que ultrapassa os três milhares de entradas, destaca-se a coleção reunida pelo Arquiteto Fernando Távora em torno de Fernando Pessoa e da Geração de Orfeu. Agora reunidos ao acervo existente e já tratado, congrega um expressivo conjunto de manuscritos e dactiloscritos da autoria de Fernando Pessoa, Mário Sá Carneiro, Alfredo Guisado, Ronald de Carvalho, entre outros nomes, com especial relevância para o núcleo de documentos originalmente provenientes do acervo pessoal de Raúl Leal, na sua grande parte ainda inéditos.
"Escritos Escolhidos, 1965-2015"
Já está disponível o volume 3 da coleção Giorgio Grassi: opera omnia sic
Este livro representa a mais completa antologia de textos de Giorgio Grassi, um arquiteto irremediavelmente crítico do seu tempo, que é também o nosso. Corresponde a uma versão revista e aumentada do original italiano, Scritti Scelti, 1965-1999: se, por um lado, dá notícia do prolongamento cronológico, com a inclusão de textos, alguns inéditos, posteriores a 1999, por outro, apresenta um novo elenco de imagens em relação directa com a escrita, enquadrado por um depoimento do autor expressamente escrito para a presente edição.
Com tradução e nota introdutória de José Miguel Rodrigues, esta publicação constitui o volume 3 da coleção Giorgio Grassi: opera omnia sic.
Acervo de Raúl Hestnes Ferreira na Fundação Marques da Silva
Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018), homem de fortes convicções, seguiu, enquanto arquiteto, um caminho próprio e singular. Basta referir a casa de Albarraque, a casa da Juventude de Beja, o Tribunal e Biblioteca da Moita, as duas casas geminadas de Queijas, a premiada agência da Caixa Geral de Depósitos de Avis, as instalações do ISCTE ou a Biblioteca da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, algumas das suas obras mais icónicas, para se perceber da sua importância no panorama da Arquitetura Portuguesa Contemporânea.
No atelier do Largo da Graça, em Lisboa, agora desmontado, encontrava-se um impressionante conjunto de registos que documentam o exercício ininterrupto da Arquitetura ao longo de quase 60 anos, mas também testemunhos dos seus tempos de estudante e da sua atividade docente. Com a exceção de algumas peças de mobiliário, por si desenhadas, doadas ao MUDE, e das monografias inseridas na sua Biblioteca de Arquitetura, doadas à Universidade Lusófona, foi este o acervo doado pelos herdeiros de Raúl Hestnes Ferreira à Fundação Marques da Silva. Já transferido para o arquivo da Instituição, está a ser agora iniciado o seu tratamento técnico tendo em vista uma futura disponibilização pública.
Carlos Carvalho Dias doa à Fundação Marques da Silva documentação relativa ao Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa
Carlos Carvalho Dias - um dos protagonistas do Inquérito à Arquitetura Regional em Portugal, enquanto membro da equipa responsável pelo mapeamento da Zona 2, Trás-os-Montes e Alto Douro, chefiada por Octávio Lixa Filgueiras e da qual fazia ainda parte Arnaldo Araújo - doou à Fundação Marques da Silva os registos reunidos e recolhidos no âmbito do levantamento daquele território, realizado entre 1955 e 1956. São anotações, desenhos, imagens e depoimentos que não só registam uma paisagem em transformação, quanto revelam a metodologia seguida no trabalho de campo.
A doação desta documentação inclui ainda as maquetas de trabalho para composição gráfica e impressão do livro Memórias de Trás-os-Montes e Alto-Douro: nos 55 anos do "Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa".
Álvaro Cancela Meireles doa à Fundação Marques da Silva trabalhos para Arquitetura Analítica e o levantamento da envolvente do castelo de Vila Nova de Cerveira
Dois trabalhos académicos, Casa de Pescador e Habitação Burguesa, de 1963, realizados para Arquitetura Analítica, disciplina então leccionada por Octávio Lixa Filgueiras, e um conjunto de peças desenhadas com o levantamento da envolvente do Castelo de Vila Nova de Cerveira, executadas ainda como aluno do 6º ano do Curso de Arquitetura da ESBAP, mas na qualidade de colaborador de Octávio Lixa Filgueiras, foram doadas à Fundação Marques da Silva.
Esta documentação adquire particular relevância no contexto desta Fundação: os trabalhos académicos inserem-se, naquela que viria a ser designada Operação Matosinhos, e o levantamento tinha como finalidade estudar a possibilidade de integrar algumas das casas envolventes do castelo na sua adaptação a Pousada. O estudo prévio não teria continuidade e, posteriormente, Alcino Soutinho viria a ser o autor do projeto final.
João Marcelino Queiroz (1892-1982): arquiteto e militar
João Marcelino Queiroz nasceu no Porto, a 23 de junho de 1892. Em 1911 matriculou-se no Curso Preparatório de Desenho da Escola de Belas Artes do Porto, tendo depois ingressado no curso de Arquitetura. Durante a I Guerra Mundial (1914-1918) foi mobilizado e entrou na Escola de Guerra, tendo prestado serviço no Quartel-General e no Hospital Militar. Em 1926, obtém o diploma de Arquiteto, depois de ter trabalhado durante dois anos na Direção Geral dos Edifícios e Monumentos do Norte. No atelier da rua de Santa Catarina, o Capitão Queiroz projetou prédios, cinemas, cafés, lojas, igrejas, escolas e uma enorme quantidade de moradias. Sobretudo para o Porto, mas também fora da cidade e até recebeu a encomenda de uma escultura para um lugar improvável. Em Mondim de Basto, no jardim público agora designado Praça 9 de Abril, encontra-se implantado o Monumento aos heróis da Batalha de La Lys, uma obra de sua autoria, encomendada pelo Comendador José de Carvalho Camões.
O monumento e o jardim propositadamente construído para o acolher foram inaugurados em 1930 e constituem, desde então, um ponto de referência urbano. Em 2018 foi um dos lugares de destaque para celebração do centenário da 1ª Grande Guerra neste município.
Arquitetura em debate: o encontro "Cidade Inventada-Cidade Continuada"
Ontem, no Teatro do Bolhão, tiveram voz os arquitetos. Falou-se de projetar sobre o projetado, mas como gesto que denuncia a assertividade de um tempo presente e de um ato que, entre o entendimento do edifício e a leitura da sua história, é sempre, afinal, de arquitetura. Os casos debatidos exemplificaram diferentes tipologias, condicionamentos, programas e presença urbana expondo um universo complexo de parâmetros e estratégias que se colocam perante a oportunidade de uma intervenção. Demonstrada ficou também, a importância do debate, em particular num momento de profunda e rápida transformação como o que atualmente o Porto presencia e onde a competência e o pensar do arquiteto são agentes determinantes.
Este fórum representou também um propósito de alargamento de ação da Fundação Marques da Silva e a sua disponibilidade para tomar parte no debate das grandes questões colocadas aos arquitetos, contribuindo para a produção de conhecimento que possa refletir-se na prática projetual.
Cidade Inventada-Cidade Continuada
conservar.observar.projetar
encontro debate
Teatro do Bolhão, 21 de junho, 9h30-10h30
“a arquitectura será útil quando arroje sobre o património outras luzes e outras sombras. Quando abra o jogo de outra representação que vincule de outra forma todas as dimensões da temporalidade da memória – passado, presente e futuro –, quando permita celebrar uma nova representação do Anjo da História”
(I. Solà-Morales).
Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896
Garagem Sul do CCB, Lisboa
Encerra a 17 de junho
"Mais do que um modelo, as Belas-Artes eram um paradigma, uma concepção do mundo, da cultura artística, da profissão, do mercado, do mecenato e da crítica cuja linhagem remontava ao Renascimento." (Joaquim Pinto Vieira)
Encerra a 17 de junho aquela que é a primeira grande mostra da coleção de desenhos realizados em Paris por José Marques da Silva. Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896 dá a ver 62 desenhos que traduzem a aprendizagem do ofício de arquiteto na École des Beaux-Arts num tempo que assistiu às grandes transformações idealizadas por Haussmann, evocadas em Paris Haussmann. Modelo de cidade. São as duas exposições de arquitetura que ocupam a Garagem Sul do CCB e estes são os últimos dias para quem ainda não teve a oportunidade de as visitar.
Horários de visita: terça a domingo, entre as 10h00 e as 18h00.
O preço do bilhete é de 5,00. Estudantes e maiores de 65 anos têm um desconto de 50%. Entrada gratuita para menores de 18 anos. Com o bilhete é distribuída a folha de sala.
CIDADE INVENTADA-CIDADE CONTINUADA
conservar . observar . projetar
Encontro Debate
CIDADE INVENTADA-CIDADE CONTINUADA
conservar . observar . projetar Encontro Debate 21 de junho, 9h30-17h30
Salão nobre do Palácio do Bolhão
A Fundação Marques da Silva está a promover o encontro debate Cidade Inventada-Cidade Continuada: conservar.observar.projetar, a realizar no próximo dia 21 de junho, no Salão Nobre do Palácio do Bolhão, entre as 9h30 e as 17h30. Trata-se de um encontro que, proporcionando a apresentação de um conjunto de projetos por parte dos respetivos projetistas, pretende fomentar o debate e problematização sobre o papel da arquitetura e do arquiteto no processo de requalificação patrimonial em curso na cidade do Porto, sobre a cidade que existe e os valores que a contemporaneidade lhe pode acrescentar. Trata-se também de uma iniciativa que exprime a vontade de a Fundação Marques da Silva alargar a sua ação de apoio à investigação de arquitetura, promovendo a cultura da cidade e do património edificado, a produção e divulgação do saber disciplinar da arquitetura.
O programa está estruturado em dois momentos. Durante a manhã, um primeiro bloco agrupa escritórios e equipamentos: o edifício 156 da Avenida dos Aliados, o edifício “A Nacional”, o "Liceu Alexandre Herculano" e o Mercado do Bolhão. O segundo bloco, durante a tarde, agrupa projetos direcionados para residência e serviços, a saber: as moradias projetadas por Marques da Silva para a rua D. João IV, uma moradia na rua Duque de Terceira e o Guindalense, a unidades urbana Bonjardim-Formosa-Sá da Bandeira e o edifício “Palácio do Comércio”.
Quatro observadores - Domingos Tavares, João Paulo Providência, Manuel Mendes e Nuno Brandão Costa - terão como função sublinhar aspetos mais relevantes das açoes em curso, bem como moderar o debate que encerra cada bloco. A anteceder a sessão da tarde, o arquiteto José Gigante apresentará em formato de visita guiada, o projeto de requalificação do local de acolhimento, o Palácio do Bolhão.
As exposições da Garagem Sul + Debate de Encerramento
Visita Guiada com André Tavares
9 de junho (a partir do Porto)
Estão abertas as inscrições para uma visita guiada às duas exposições atualmente patentes ao público na Garagem Sul do Centro Cutural de Belém, em Lisboa, orientada por André Tavares, programador de arquitectura na Garagem Sul, arquitecto e coordenador da Dafne Editora, autor da monografia "Em Granito. A arquitectura de Marques da Silva em Guimarães", editada pela Fundação Marques da Silva.
Aos participantes, para além da visita a Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896, exposição que mostra um núcleo de desenhos de arquivo pertencentes ao período da formação de José Marques da Silva em Paris, realizados entre 1889 e 1896, enquanto aluno da École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts e discípulo de Victor Laloux, o arquiteto da Gare d’Orsay, e aParis Haussmann. Modelo de Cidade, exposiçãoque analisa e revela o potencial do modelo urbano parisiense contemporâneo relativamente às apostas e desafios das cidades de amanhã, será também dada a possibilidade de assistir ao debate de encerramento, que se inicia às 17h00, com participação dos arquitetos Eric Lapierre e Gonçalo Byrne e moderação de André Tavares.
Com saída às 10h00, da Praça Marquês do Pombal, no Porto, tem um custo associado de 40 euros e um número máximo de 30 participantes. Inscrições para fims@reit.up.pt, até 6 de junho.
Diálogos com Fernando Lanhas
O DIM na Fundação Marques da Silva
Moderno e portuense, arquiteto e homem das Ciências, capaz de atuar em várias esferas de um universo alargado de interesses, um visionário pragmático, um artista com um trabalho distinto, pessoal, radicalmente ele próprio, com uma incessante vontade de saber, um sonhador e um eterno curioso, que indo para além do visível e da dimensão humana, nunca deixa de regressar ao quotidiano e de responder à necessidade de passar conhecimento.
Estas foram algumas das ideias lançadas na passada sexta feira, na Casa-Atelier José Marques da Silva, por Luís Soares Carneiro, Manuel Marques e Lúcia Almeida Matos, primeiros interlocutores de uma sessão dedicada ao arquiteto Fernando Lanhas, antecipadora de novas e futuras ações a promover por Luís Viegas e Rui Américo Cardoso no contexto da doação do acervo profissional deste arquiteto à Fundação Marques da Silva, anunciada pela Presidente da Fundação, Fátima Marinho.
Um gesto dos herdeiros de Fernando Lanhas que foi unanimemente reconhecido por todos os participantes por assim vir a criar e promover condições de estudo e reflexão da sua obra de arquitetura, ainda a aguardar a visibilidade suficiente para ser reavaliada. Uma obra que Luís Soares Carneiro considera poder ser encarada como uma síntese particular de um processo de aculturação e domesticação do Moderno, ajustada aos valores da época e do lugar onde se inscreve.
Diálogos com Fernando Lanhas, a conversa que hoje decorrerá na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 18h00, com Luís Soares Carneiro, Manuel Marques e Lúcia Almeida Matos, moderada por Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, é o destaque que abre a Newsletter #33. Aqui se apresentam as iniciativas relatvias ao mês de maio, mas a antecipar também outras ações que terão lugar no próximo mês de Junho.
Visita guiada por André Tavares às exposições da Garagem Sul (CCB)
Para o próximo dia 9 de junho, está agendada uma visita guiada às duas exposições patentes na Garagem Sul, Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux e Paris Haussmann. Modelo de cidade, por André Tavares. Aos participantes na visita será ainda possível assistir aodebate de encerramento da exposição Paris Haussmann. Modelo de Cidade, que conta com a participação dos arquitetos Eric Lapierre e Gonçalo Byrne, moderado por André Tavares.
"Diálogos com Fernando Lanhas"
Luís Soares Carneiro, Manuel Marques e Lúcia Almeida Matos
Moderação de Luís Viegas e Rui Américo Cardoso
Dia 18, às 18h00
Casa-Atelier José Marques da Silva
Há uma maneira de ver as coisas e de as querer investigar, querer saber como elas são. Sempre de uma maneira natural, calma, exata, rigorosa e elementar, sem campo para superfluidades. Eu não perco tempo. […] Eu procuro continuamente alguma coisa. Eu procuro uma essência. Procuro o conhecimento. Eu quero entender. (Fernando Lanhas, os 7 rostos, documentário de António de Macedo, 1988)
Em Dia Internacional do Museus, a Fundação Marques da Silva promove uma conversa em torno de Fernando Lanhas. A sessão conta com a participação de um arquiteto, Luís Soares Carneiro, um físico, Manuel Marques, e uma historiadora de Arte, Lúcia Almeida Matos. Para moderar o Diálogo com Fernando Lanhas, estarão Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, investigadores do Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP, comissários do programa que está a ser gizado para sinalização da doação do acervo de Fernando Lanhas à Fundação Marques da Silva. A abrir a sessão, estará a Presidente do Conselho Diretivo da Fundação, Fátima Marinho.
José Forjaz • Pensar Arquitectura | o lançamento do livro
A sessão de lançamento do livro José Forjaz • Pensar Arquitectura, que a partir desta semana começa a circular no mercado livreiro português, proporcionou o encontro na Casa-Atelier José Marques da Silva entre o arquiteto José Forjaz, o autor, e os Arquitetos Francisco Pires Keil do Amaral e Elisiário Miranda, seus apresentadores. E tornou-se ocasião para recordar o percurso invulgar de José Forjaz e as múltiplas dimensões da sua ação, refletidas e testemunhadas, aliás, nesta coletânea antológica de textos. Um livro que é um legado – não fechado -, a sublinhar a necessidade da Arquitetura e a crença no contributo determinante do Arquiteto para a construção de uma harmonia social. Como referiu Francisco Keil do Amaral, um livro grande e um grande livro.
José Forjaz nasceu em Coimbra e formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Colaborou com Pancho Guedes, Fernando Mesquita, João Andresen, Octávio Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Conceição Siva, Bartolomeu Costa Cabral, Maurício de Vasconcelos e João José Tinoco. Em 1968, abriu, na Suazilândia, o seu primeiro atelier de arquitetura. A partir de 74, adopta Moçambique como espaço privilegiado de ação. Neste país exercerá igualmente funções governativas, representativas e docentes de relevo. Tem uma vasta obra de arquitetura realizada em vários países africanos. A sua atividade profissional abarca também o desenho urbano, urbanismo e planeamento regional. Como professor, conferencista ou autor tem obtido reconhecimento internacional, num percurso marcado por múltiplas distinções.
Dia 11, às 18h00, estará na Fundação Marques da Silva para o lançamento do seu livro José Forjaz • Pensar Arquitectura
À conversa com Diogo Pimentel, Luiz Cunha, José Fernando Gonçalves e Paulo Providência, João de Almeida e Frei Bento Domingues
Os arquitectos que realizaram a exposição no convento de S. Domingos (Alto dos Moinhos), que estará aberta nos dois próximos meses, não repetiram o passado. Abriram novas possibilidades de incarnação do projecto de S. Domingos em novas formas e não só de arquitectura. Esta inspira novas arquitecturas da vida. (Frei Bento Domingues, "Arquitectos e memória do futuro", Jornal Público, 22 de abril de 2018)
A conversa com Diogo Pimentel, Luiz Cunha, José Fernando Gonçalves e Paulo Providência, João de Almeida e Frei Bento Domingues vai acontecer no Sábado, dia 12 de maio, às 16 horas, na igreja do Convento de São Domingos (Alto dos Moinhos, Lisboa) e tem como tema as obras construídas no Porto, Fátima, Ourém e Lisboa por encomenda dos Dominicanos.
Uma partilha de histórias que se insere na programação paralela à exposição “Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a modernidade”, promovida pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa e pelo Instituto São Tomás de Aquino, sendo a Fundação Marques da Silva uma das entidades parceiras.
A exposição manter-se-á aberta ao público até 10 de junho. O acesso é gratuito e pode ser visitada de quinta a domingo, entre as 16h e as 19h.
Diálogos com Fernando Lanhas
Com Luís Soares Carneiro, Manuel Marques e Bernardo Pinto de Almeida (a confirmar)
Moderação de Luís Viegas e Rui Américo Cardoso
18 de maio - Dia Internacional dos Museus
18h, Casa-Atelier José Marques da Silva
Diálogos com Fernando Lanhas, a iniciativa que assinala a participação da Fundação Marques da Silva no Dia Internacional dos Museus, constitui um primeiro momento de reflexão e debate sobre este arquiteto promovido pela instituição, proposto e moderado pelos Professores Arquitetos Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, comissários do programa que está em preparação para sinalizar a doação do acervo à Fundação Marques da Silva.
O encontro convoca a Arquitetura, a Ciência e a Arte como vias dialógicas, reunindo assim um arquiteto, Luís Soares Carneiro, um físico, Manuel Marques, e um crítico de arte, Bernardo Pinto de Almeida (ainda a confirmar). A eles será dada a palavra para nos ajudarem a pensar Fernando Lanhas, hoje.
A experiência, ou a inexperiência política que caracterizou os primeiros dez anos do meu retorno a Moçambique, no final de 1974, foi uma aprendizagem de valor incalculável, quer em termos profissionais quer em termos da importância das dimensões ideológicas e políticas da profissão.
O âmbito das responsabilidades assumidas forçaram uma abertura a um irrecusável interesse pelas escalas mais vastas da intervenção do arquitecto, que me obrigou a uma prática que vai do design gráfico, de móveis, do objecto e do edifício à organização do espaço regional, incluindo o desenho e planeamento urbano e a que se soma o paisagismo.
José Forjaz • Pensar Arquitectura é um livro que o autor dedica aos seus mestres, alunos e colegas, uma partilha da evolução de um pensamento sobre um tema vasto e integrador da dedicação de uma vida, um contributo de um arquiteto, que o continua a ser, para um pensar comum.
Com apresentação de Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda, tem lançamento marcado em Portugal, a 11 de maio, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
O 1º de maio de 74 e 75 nas ruas do Porto
Imagens de Alfredo Matos Ferreira
Porto: 1º de maio de 74 e de 75. Imagens gravadas e posteriormente editadas por Alfredo Matos Ferreira. Um olhar que nos devolve a euforia coletiva de um momento de incontida esperança com a cidade em pano de fundo. Um documento histórico único que dá a conhecer uma outra dimensão de um arquiteto que viu nas ações do SAAL a experiência mais gratificante da sua longa carreira.
José Forjaz • Pensar Arquitectura
Lançamento de livro
José Forjaz • Pensar Arquitectura
Lançamento de livro
Apresentação a cargo de Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda
11 de maio, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
José Forjaz • Pensar Arquitectura é uma recolha antológica de textos que, entre reflexões, declarações, contribuições, pensamentos ou elegias, traduzem a evolução do pensamento de José Forjaz, das suas perspetivas e perceções. Formas de expressão que o autor, na sua condição de arquiteto, foi amadurecendo ao longo dos anos, produzidas na particularidade do seu regresso a Moçambique, em contexto pós-colonial, sobre um tema vasto e integrador de uma vida: a Arquitetura. Um livro que pretende ser “uma contribuição a um pensar comum.”
A publicação é uma realização conjunta da Caleidoscópio, em Portugal, e da Kapikua, em Moçambique. Depois do lançamento em Maputo, segue-se, na Casa-Atelier José Marques da Silva, o lançamento em Portugal, na presença do autor e com apresentação dos arquitetos Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda. A abrir a sessão estará a Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva, Fátima Marinho. Em representação da editora Caleidoscópio estará também presente Jorge Ferreira.
A visita ao Mercado Municipal de Santa Maria da Feira
Se investigar sobre e a partir da realidade foi o mote da publicação Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira, a visita guiada proporcionou a todos os participantes o confronto direto com a obra de arquitetura. Com cada canto a oferecer uma paisagem diferente e a contar diferentes histórias, sentiu-se a força de um projeto que se constituiu sinónimo de vida e agregador de afetos. Falou-se de forma e de materiais, da pedra ao betão, do azulejo à ardósia das bancas, do uso da Cor e da Luz, do duplo jogo de abertura à cidade e de encerramento num espaço central de inspiração claustral. Um deambular pelo Mercado, pontuado pelas intervenções de Carlos Machado, José Bernardo Távora e Vincenzo Riso, para confirmar a intemporalidade do projeto, a necessidade de preservar as memórias que congrega e de resolver os problemas do presente num justo compromisso com garantia de futuro.
A sessão de apresentação do livro “Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira”
Casa-Atelier José Marques da Silva
O Mercado Municipal de Santa Maria da Feira assumido na perspetiva de um desafio didático, eleito objeto de estudo no âmbito da disciplina de projeto, com a finalidade de conduzir os alunos a equacionarem cenários e soluções hipotéticas de intervenção no edificado. Eis o ponto de partida para um trabalho de aprendizagem e prática de investigação e síntese que o livro Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira enquadra e dá a conhecer.
Durante a sessão de apresentação do livro - que se encontra já disponível para consulta em livre acesso no repositorium da Universidade do Minho – foi sublinhada a relevância pedagógica do exercício desenvolvido, solidamente ancorado na documentação preservada na Fundação Marques da Silva, mas também o seu sentido de oportunidade política e disciplinar.
O Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, obra projetada por Fernando Távora ainda na década de 50 do século XX, continua a marcar a paisagem onde se integra e a manter vivo o seu valor estético, arquitetónico e urbanístico, valores que confirmam o génio do seu criador e fundamentaram a sua classificação como Monumento de Interesse Público, em 2012. O presente estudo, para além das propostas dos alunos, integra os contributos de um painel de professores e autores convidados a participar, constituindo-se já como instrumento agregador das três instituições envolvidas, Fundação Marques da Silva, Escola de Arquitetura da Universidade do Minho e Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, para a elaboração de uma candidatura a fundos internacionais que permitam futuramente validar ações concretas de requalificação.
Participaram na sessão Fátima Marinho, Jorge Correia, Gil Ferreira, Vincenzo Riso, José Bernardo Távora, Carlos Machado e Eduardo Fernandes.
Uma "viagem virtual" pela Biblioteca de João Queiroz:
O livro enquanto forma de entendimento da prática da arquitetura
Dia Mundial do Livro | 23 de abril
Alguns textos teóricos, poucos, mas sobretudo monografias sobre arquiteturas, prédios de habitação e moradias urbanas e rurais, sobre tipologias variadas, cinemas, igrejas, teatros garagens, pavilhões de exposição, jardins, cafés, bares e restaurantes, ou artes decorativas, mobiliário, escultura, pintura ou vitrais, cerâmica, azulejos, ferros forjados, decoração de interiores, montras de lojas, objetos de design, candeeiros ou espelhos. Seguem-se os livros técnicos sobre serralharia ou carpintaria, plenamente preenchidos com pormenores construtivos.
Em grande parte são coleções de estampas soltas, facilmente manuseáveis, com fotografias e desenhos de obras, reais ou em projeto, com designação de autorias onde predomina a cultura francesa.
É a Biblioteca Profissional de João Queiroz, a que ele guardava no seu escritório. Obedecia a objetivos muito pragmáticos e de grande operatividade, exemplar, nas palavras de Alexandre Alves Costa, da maioria das bibliotecas dos muitos arquitetos que não viajaram, mas cujo estudo adquire particular relevância para aprofundar o entendimento da arquitetura corrente que se praticou no Porto, praticamente até aos anos 50 do século XX (in, "João Queiroz, um arquiteto tranquilo").
Em Dia Mundial do Livro, a FIMS disponibiliza através do seu Catálogo Bibliográfico Virtual, a possibilidade de descobrir 80 dos títulos que constituem a Biblioteca Profissional deste arquiteto portuense.
Visita ao Mercado Municipal da Feira com Carlos Machado e Vincenzo Riso
A visita ao Mercado Municipal de Santa Maria da Feira é já amanhã e terá como guias os Professores Arquitetos Carlos Machado e Vincenz oRiso. É o segundo momento do programa Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira.
No dia em que o Mercado Municipal de Santa Maria de Feira se constitui tema de debate, numa iniciativa conjunta da Fundação Marques da SIlva, Escola de Arquitetura da Universidade do Minho e Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, apresentamos a Newsletter #32. O mês em destaque é abril, mas antecipam-se já algumas das ações que vão pontuar o próximo mês de maio.
Da Estação de Campanhã à Estação de S. Bento
A visita guiada do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
(...) O comboio, chegado a São Bento, parecia deixar os pulmões na linha; um fumo branco como espuma inundava o cais; das portinholas saía de roldão uma gente apressada e que, de repente, rompia os laços de viajante e mergulhava na cidade com as suas malas e os embrulhos, pronta a começar o dia urbano, a apanhar táxi, a reconhecer a família que lhe estende os braços. (Agustina Bessa Luís, As Estações da Vida)
A visita com que a Fundação Marques da Silva,a IP-Infraestruturas de Portugal e a CP assinalaram o Dia Internacional dos Monumentos e Sitios concluiu-se em S. Bento, mas teve o seu início na estação de Campanhã, convocando outros tempos e uma outra cidade, também ela moldada ou influenciada pelo ritmo imposto da ferrovia. Falou-se da construção da rede do Norte e do investimento nacional, das transformações que novas tecnologias e ciclos de vida foram impondo no desenho do território e nos afluxos de gentes que nele agiam ou o utilizavam. Citaram-se linhas que encerram e que ganham nova vida com novos projetos e funções.
E foi uma luz generosa que recebeu o grupo, à saída do comboio, na gare de S. Bento, tal como era desejo de quem a projetou. Momento para falar de José Marques da Silva - o arquiteto, o homem determinado e qualificado pela experiência francesa - e do projeto, sinal de modernidade e em sintonia com o desejo de monumentalidade da urbe. Uma história marcada por múltiplos desenvolvimentos, cujo sentido se descobre pelos planos que precederam o projetado e o construído, com uma referência final aos paineis de azulejo que, como Agustina Bessa Luís refere, "contam toda uma poesia".
A visita foi conduzida por Domingos Tavares, Paula Azevedo, Fernando Pereira, Ana Sousa e Luís Lopes.
Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira
Apresentação de livro e debate
20 de abril, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira
Apresentação de livro e debate Fátima Marinho, Jorge Correia, Gil Ferreira, Vincenzo Riso, José Bernardo Távora, Carlos Machado e Eduardo Fernandes.
20 de abril, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
O mercado da Feira é a obra “mais tensa e por isso com mais significado da nossa arquitectura moderna em transição para o racionalismo crítico. Tensão que vem da dialéctica entre integração e ruptura, entre espaço interno (que é exterior e semiexterior) e sítio; entre percurso e pausa; entre tecnologia nova e construção comum; estando sempre estes termos – e outros – assumidos como opostos mas resolvidos em formas simples. Obra que transcende o panorama português para se classificar entre as obras primas da arquitectura europeia dos anos 50” (Nuno Portas, in “Prefácio à edição de 1982” do livro de Fernando Távora, Da Organização do Espaço)
O Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, que Fernando Távora começa a projetar em 1953, será o tema em debate na sessão do próximo dia 20 de abril, na Casa-Atelier. É a primeira iniciativa de um conjunto de três, programadas a partir do projeto liderado por Vincenzo Riso, Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira, com um grupo de alunos do Curso de Arquitetura da Universidade do Minho, e que, com a apresentação do resultado do projeto traduzido em livro, se propõe colocar em discussão formas possíveis e fundamentadas de abordar a obra e a sua requalificação, arquitectónica e funcional. Um debate que, centrado num caso de estudo concreto, pretende refletir sobre vias e metodologias de abordagem à questão da preservação do património arquitetónico do Moderno nos dias de hoje.
A sessão conta com a presença da Presidente do Conselho Diretivo da Fundação, Fátima Marinho, de Jorge Correia, em representação da EAUM e de Gil Ferreira, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Para o debate estarão presentes o coordenador do estudo e do projeto editorial, Vincenzo Riso, José Bernardo Távora e Carlso Machado, dois dos autores nele representados, e Eduardo Fernandes.
Aproveitamos para informar que a visita ao Mercado, agendada para a manhã do dia 21, já está esgotada, sendo apenas possível recolher inscrições em lista de espera.
A entrada para a sessão é livre, estando apenas sujeita à lotação do espaço.
Passam 50 anos sobre o primeiro desenho para o projeto de moradias populares do Aleixo. Na base das linhas programáticas lançadas pela Câmara Municipal do Porto, estava a encomenda para a construção de 320 fogos de caracter social. Cumprindo os ditames do Plano Auzelle pretendia responder às necessidade de realojamento de populações desfavorecidas, em particular das populações que habitavam em condições de grande insalubridade a zona do Barredo-Ribeira.
Será Manuel Teles, num projeto onde Alexandre Alves Costa também colabora, o seu autor. Pressupunha a construção de edifícios-torre, marcando assim uma viragem de paradigma no modelo adotado para a arquitetura habitacional de carácter social no Porto. A construção inicia-se em 1971 e as primeiras torres viriam a ser terminadas em 1973. O projeto era inovador porque cruzava duas tipologias, as do edifício em altura (caixa de escadas e elevador), com o edifício galeria (uma vez que o acesso aos fogos era feito por uma galeria que dava para um saguão central que iluminava e arejava as referidas galerias). Ficaria por realizar a construção do Centro Social e o Centro de Dia. O impacto das transformações sociais e económicas que a cidade atravessa, após 74, a degradação do edificado, o sobrealojamento das populações residentes e novas conjunturas políticas conduzirão à decisão de demolição, processo iniciado com a implosão, entre 2011 e 2013, de duas das 5 torres e da Escola da Arrábida, que perfaziam o Bairro. A polémica então instalada conduziu à suspensão do plano que se pretendia implementar, mantendo o seu futuro indeterminado, mas provou também, como referiu Ana Lima, o apreço dos moradores pelo seu espaço e as maneiras criativas como dele se apropriaram.
A obra desenvolvida por Manuel Teles estende-se do norte ao sul do país, com particular destaque para Barcelos, Mira, Cantanhede, Coimbra e Porto. Projetou desde grandes equipamentos públicos, a moradias unifamiliares, passando pelo desenho de planos de requalificação urbana. Foi docente da ESBAP e, posteriormente, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Nasceu a 16 de abril de 1936.
Rui Goes Ferreira. Imagem de uma obra interrompida
Encerramento da exposição
Visitas guiadas por Madalena Vidigal
Rui Goes Ferreira. Imagem de uma obra interrompida
Encerramento da exposição
Visitas guiadas por Madalena Vidigal
Encerra hoje, com visitas guiadas pela curadora, Madalena Vidigal, às 16h00 e às 18h00, a exposição “Rui Goes Ferreira. Imagem de Uma Obra Interrompida”.
Patente na Porta33 (Funchal), foi motivada pelo acordo de doação do acervo de Rui Goes Ferreira à Fundação Marques da Silva e ganhou forma a partir do trabalho de investigação de Madalena Vidigal, no âmbito da tese de mestrado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Apresenta fotografias de Duarte Belo e foi concretizada com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2018
Visita às estações ferroviárias do Porto: de Campanhã a S. Bento
18 de abril, 10h00-12h00
Visita às estações ferroviárias do Porto: de Campanhã a S. Bento
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2018
Na companhia de: Arq.to Domingos Tavares (FIMS); Arq.ta Paula Azevedo e Eng. Fernando Pereira (IP-Infraestruturas de Portugal); Dr.ª Ana Sousa e Dr. Luís Lopes (Arquivo Histórico da CP)
Ponto de encontro: 10h00, Estação de Campanhã (Gabinete de Apoio ao Cliente)
"O contraste que se produz ao sahir da escuridão d´um túnel para penetrar em seguida n´um espaço fechado em que a luz entra a jorros, deve ser d´uma sensação intensamente verdadeira. Toda a concepção do projecto repousa sobre esta verdade incontestável." (José Marques da Silva, Memória descritiva e justificativa do Projecto para a Estação Central de S. Bento no Porto, [1900])
O programa inicia-se com uma visita guiada à estação de Campanhã, prossegue com a viagem ferroviária de ligação a S. Bento e termina com uma visita guiada à Estação de S. Bento. Oportunidade assim para se falar da linha do Norte e da rede ferroviária do Porto, dos equipamentos, dos projetos, do arquiteto e também de Jorge Colaço a propósito dos paineis azulejares que revestem o átrio de S. Bento.
"Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a Modernidade"
Exposição, Visitas guiadas, Conferência
14 de abril a 10 de junho de 2018
Convento de S. Domingos (Alto de Moinhos, Lisboa)
DOMINICANOS. ARTE E ARQUITETURA PORTUGUESA. DIÁLOGOS COM A MODERNIDADE Exposição
14 de abril a 10 de junho
Convento de São Domingos (Alto dos Moinhos, Lisboa) Visitas guiadas: 28 de abril, 26 de maio e 9 de junho Conferência: 12 de maio
Em 2018 a Ordem dos Pregadores (Dominicanos) celebra os 800 anos da abertura do seu primeiro convento em Portugal. Evocando esta data inaugurará no próximo sábado, dia 14 de abril pelas 16 horas, no Convento de São Domingos (Alto dos Moinhos, Lisboa), a exposição “Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a modernidade”, com curadoria dos Arquitetos João Alves da Cunha, João Luís Marques, Paulo Miranda e Pedro Castro Cruz.
Patente ao público até 10 de Junho, a exposição, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, releva o contributo da encomenda dominicana na renovação da arte sacra e da arquitetura religiosa no século XX, dando a conhecer igrejas e conventos edificados no Porto, Fátima, Ourém e Lisboa. Projetos e intenções que refletem caminhos de aproximação com a arte e a arquitetura moderna – conforme testemunham maquetas, desenhos, fotografias, obras de arte e textos de vários autores ali reunidos, como por exemplo dos arquitetos Eduardo Raul da Silva Martins, Manuel da Silva Passos Júnior, Fernando Peres, Fernando Távora (com o projeto para o Centro Cívico de Marechal Gomes da Costa, no Porto, e o anteprojeto para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima), Luiz Cunha, Diogo Lino Pimentel, José Fernando Gonçalves, Paulo Providência e dos artistas plásticos Ricardo Leone, Mário Costa, Maria Luísa Marinho Leite, José Grade, Maria do Carmo d’Orey com Manuel Costa Cabral, José Espiga Pinto, Isolda Norton, Georges Serraz e Ferdinand Gehr.
O programa expositivo, contempla a realização de visitas guiadas à exposição e convento, nos dias 28 de abril, 26 de maio e 9 de junho, pelos curadores Paulo Miranda, João Alves da Cunha e João Luís Marques, respetivamente. Será também realizada uma conferência dedicada ao tema da exposição, dia 12 de maio. Todas estas atividades terão início às 16 horas.
Para mais informações sobre a exposição e visitas clique aqui
16ª Mostra da Universidade do Porto
12 a 15 de abril
ICBAS/FFUP
Inicia-se hoje, nas instalações do ICBAS/FFUP, a 16ª edição da Mostra UP e traz novidades em várias áreas.
A Mostra da UP constitui uma oportunidade única para o público em geral e os estudantes em particular conhecerem de perto a oferta formativa da Universidade do Porto.
A Fundação Marques da Silva cumpre a tradição e associa-se a esta iniciativa disponibilizando um conjunto de publicações por si editadas que pode ser adquirido a um preço reduzido.
De entrada livre, a Mostra funciona quinta-feira e sexta-feira das 10 às 19 horas e sábado, das 11 às 20 horas e domingo, das 11 às 19 horas.
Inauguração da exposição "Os Universalistas: 50 anos de arquitectura portuguesa"
Visita guiada e debate "Portugal, um outro universalismo"
13 de abril, 21h00
Nave Expositiva da Casa da Arquitectura
A exposição "Os Universalistas: 50 anos de arquitectura portuguesa", uma reposição da exposição apresentada na Cité de l´Architecture et du Patrimoine, em 2016, por ocasião da celebração dos 50 anos da presença da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, vai agora apresentar-se em Portugal, na Nave Expositiva da Casa da Arquitectura. Esta iniciativa, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, tem inauguração marcada para o dia 13 de abril e o momento será assinalado com uma visita guiada pelo curador, o arquiteto Nuno Grande, seguida do debate "Portugal, um outro universalismo", com moderação de Nuno Grande, o testemunho de Eduardo Lourenço e a participação dos arquitetos Alexandre Alves Costa e João Belo Rodeia.
Trata-se de uma proposta de leitura do pensamento e produção arquitetónica portuguesa dos últimos 50 anos. Fernando Távora e Alcino Soutinho, arquitetos cuja memória documental se encontra salvaguardada na Fundação Marques da Silva, são dois dos nomes referenciados num percurso delineado a partir do trabalho de arquitetos de referência. Para além de Fernando Távora e Alcino Soutinho, aí se encontram representados Alberto Pessoa, Ruy d’Athouguia, Manuel Tainha, Pancho Guedes, Nuno Teotónio Pereira, Nuno Portas, José Carlos Loureiro, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Graça Dias; e também de alguns dos mais promissores arquitetos portugueses das últimas décadas, como Manuel e Francisco Aires Mateus, ARX Portugal, Paulo David, Paula Santos, João Mendes Ribeiro, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos.
Visita guiada ao Mercado Municipal de Santa Maria da Feira
Com Carlos Machado e Vincenzo Riso
21 de abril (Sábado), 10h30
Inscrições em curso
Corpos vários, com sentido protetor, distribuem-se formando pátio. Não apenas um lugar de troca de coisas, mas de troca de ideias, um convite para que os homens se reúnam.
Uma linguagem austera, sob a proteção tutelar do Castelo. A propósito deste edifício Aldo Van Eyck, no Congresso de Otterlo, sugeriu que a noção corrente de espaço e tempo deveria ser substituída pelo conceito mais vital de lugar e ocasião. (Fernando Távora, 1980)
A visita ao Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, na companhia dos Professores Arquitetos Carlos Machado e Vincenzo Riso, no quadro do programa Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira, está agendada para o dia 21 de abril, com início às 10h30.
Aberta a um número máximo de 30 participantes é gratuita, mas implica inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt ou para o telefone 225518557.
A representação do Martírio na coleção de pintura de José Marques da Silva
Este pequeno quadro com a prefiguração do Martírio e a representação simbólica de Jerusalém Celeste em pano de fundo, provavelmente datado de finais do século XVII, pertence à coleção de pintura de José Marques da Silva.
Com esta imagem nos associamos à época que o calendário assinala.
"Sejam eles antigos ou modernos, é no edifício deserto, onde se entra de repente, onde nos deixamos penetrar por aquele espaço vazio singular e pelo silêncio do lugar, que podemos alcançar uma ideia autêntica do teatro (…)." (Louis Jouvet)
Imagem: José Marques da Silva, Teatro Apolo - Palácio da Brejoeira (construído), Monção, 1912
Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira
20 e 21 de abril de 2018
Casa-Atelier José Marques da Silva, Mercado de Santa Maria da Feira
Reclaiming the use of Fernando Távora´s Municipal Market of Santa Maria da Feira é o nome da publicação que, tomando o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira, projeto da autoria de Fernando Távora, como caso de estudo, dá a conhecer o resultado do trabalho de investigação desenvolvido por um conjunto de alunos do 5º ano do Mestrado Integrado da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, sob orientação do Professor Vincenzo Riso.
O trabalho, enquadrado por uma linha programática que tem por objetivo suscitar uma reflexão sobre o património arquitetónico do século XX e as questões levantadas na sua preservação na contemporaneidade, reuniu ainda a colaboração de um conjunto de arquitetos e professores - José Bernardo Távora, Carlos Machado, Isabel Valente e José Luís Pita - que deixam igualmente o seu testemunho nesta publicação, onde acresce também a perspetiva de Álvaro Siza sobre a obra de Fernando Távora.
A pertinência das questões levantadas e a oportunidade de repensar esta obra, projetada em 1953, classificada como monumento de interesse público, passados praticamente 60 anos sobre a sua construção, congregou a vontade conjunta da Fundação Marques da Silva, da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho e da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira no desenho de um programa que passa pela sessão de lançamento do livro, a 20 de abril, na Casa-Atelier José Marques da Silva, uma visita guiada ao Mercado, na manhã do dia seguinte, e uma terceira sessão, ainda a calendarizar, em Guimarães, na Escola de Arquitetura, para um fórum de debate sobre o valor pedagógico da obra de arquitetura de Fernando Távora.
Programa Arte e Espaço
Cursos de Formação Continua
A Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Belas-Artes da UP vão promover o Programa ARTE E ESPAÇO, uma oferta formativa centrada na disseminação de saber e fazer sobre as áreas de intervenção de cada uma das instituições, direcionada a especialistas e interessados nas áreas da pintura, arquitetura, desenho e ilustração.
O programa, cientificamente coordenado por Rui Vitorino dos Santos e orientado por especialistas da FBAUP, inicia-se com o Curso “Ilustração e Espaço”. Com aulas aos sábados de manhã, decorre entre 7 de abril e 14 de julho, num total de 12 sessões em regime diurno: 9h30-12h30.
Dominicanos
Arte e Arquitetura Portuguesa
Diálogos com a Modernidade
Inaugura no próximo dia 14 de Abril, no Convento de São Domingos (Alto dos Moinhos, Lisboa) a exposição "Dominicanos. Arte e Arquitetura Portuguesa. Diálogos com a Modernidade". A iniciativa insere-se na programação proposta pelo Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa e o Instituto de São Tomás de Aquino para assinalar a passagem de 800 anos sobre a abertura do primeiro convento em Portugal da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) e tem como objetivo sublinhar o contributo da encomenda dominicana na renovação da arte sacra e da arquitetura do século XX.
Neste caminho de aproximação à modernidade, a exposição dá a conhecer igrejas e conventos edificados no Porto, Fátima, Ourém e Lisboa reunindo maquetas, desenhos, fotografias e obras de arte provenientes de diferentes arquivos e instituições, entre as quais a Fundação Marques da Silva, com documentação relativa a dois projetos da autoria do Arquiteto Fernando Távora: o Centro Cívico de Marechal Gomes da Costa, desenvolvido numa fase inicial de carreira, ainda na qualidade de colaborador da Câmara Municipal do Porto; e o anteprojeto para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, desenvolvido em 1962, mas que acabaria por não vir a ser construído.
A exposição estará patente ao público até 10 de junho do corrente ano.
Reabilitação da Casa-Atelier José Marques da Silva:
Entrega da menção honrosa do Prémio João Almada (17ª edição)
O Arquiteto Miguel Ribeiro recebeu ontem, em representação do Atelier 15, autor do projeto de reabilitação da Casa-Atelier José Marques da Silva, e da Fundação Marques da Silva, a menção honrosa atribuída no âmbito da 17ª edição do Prémio João Almada.
A cerimónia decorreu ontem, no átrio dos Paços do Concelho, seguindo-se a inauguração da exposição que reúne o conjunto de projetos galardoados nesta edição, em paralelo com a mostra de exemplares do Banco de Materiais pertencente à Câmara Municipal do Porto. A exposição manter-se-á aberta ao público até maio.
"Desenhos de Marques da Silva no atelier Laloux 1890-1896"
Na Garagem Sul do CCB, até 17 de junho
A partir de ontem, na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, é possível ficar a conhecer e apreciar uma mostra muito expressiva dos desenhos realizados por José Marques da Silva em Paris, enquanto aluno de Victor Laloux.
Mas estes desenhos também permitem refletir e questionar o significado e importância desta coleção singular e provavelmente única em território nacional. Não se esgotando no tempo e modelos que os justificam, são trabalhos escolares que promovem também uma reflexão sobre a aprendizagem do ofício de arquiteto nos dias de hoje.
A exposição manter-se-á patente ao público até 17 de junho.
A Fundação está em contagem decrescente para a inauguração da exposição Desenhos de Marques da Silva no atelier Laloux 1890-1896, amanhã, às 19h00, na Garagem Sul do CCB, em simultâneo com a inauguração da exposição Paris Haussmann, mas tempo ainda para lançar a Neswletter #31, correspondente ao mês de Março.
Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896
Abre a 6 de março, 19h00
Garagem Sul do Centro Cultural de Belém
Enquanto aluno da escola, Marques da Silva frequenta os cursos teóricos ministrados por professores como Édmond Guillaume, Julien Guadet, Marcel Lambert, Paul Monduit, Lucien Magne, A. Ancelet ou Eugène Boudin. Enquanto aluno orientado por Victor Laloux, tem a oportunidade de fazer parte de uma comunidade internacional de jovens aspirantes a arquitetos onde se destacam nomes como Charles Lemaresquier, Jalabert, Charles Butler, Paul Norman ou mesmo o seu conterrâneo Miguel Ventura Terra.
Deste período de formação parisiense, a Fundação Marques da Silva acolhe um invulgar e significativo conjunto de peças desenhadas composto por 68 desenhos de arquitetura e 10 desenhos de modelo e ornamento, assinados por Marques da Silva na condição de élève de Mr. Laloux. 44 Enunciados e 2 memórias descritivas relativas a projetos académicos, para além de outra documentação conexa, complementam esta documentação e permitem esclarecer os contextos da sua realização, atribuindo-lhe uma coerência cronológica e curricular, de programa e de escala de projeto.
Deste conjunto documental, na exposição a inaugurar no próximo dia 6 de março, às 19h00, na Garagem Sul do CCB, serão dados a ver, a grande maioria pela primeira vez, 62 desenhos académicos.
Amizades e distâncias:
no dia em que passam 90 anos sobre o nascimento de Alfredo Matos Ferreira
A fotografia, provavelmente tirada por Luís Botelho Dias, foi oferecida à Fundação Marques da Silva por António Menéres. Nela surgem retratados, Alberto Neves, Alfredo Matos Ferreira e o próprio António Menéres. Capta, no início da década de 50, um momento de descanso, no Marão, durante mais uma das muitas viagens que tinha por destino Urros, onde ficava a casa dos pais de Alfredo Matos Ferreira. Eram os arquitetos da Sala 35, grupo que também integrava Álvaro Siza.
Hoje, Alfredo Matos Ferreira, que recentemente viu a sua obra evocada em 3 momentos expositivos e duas publicações, "Memória" e "Construir um paraíso perdido", faria 90 anos. Nasceu a 1 de março de 1928.
A 10 de Dezembro 1896, José Marques da Silva (1869-1947) concluía a sua formação de arquiteto na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts. Chegara a Paris em 1889, o ano de celebração do Centenário da Tomada da Bastilha e da Exposição Universal que elege a Torre de Gustave Eiffel e a Galeria da Máquinas de Ferdinand Dutert como símbolos referenciais de progresso e atualidade. Depois de uma breve passagem pelo atelier de Joseph-Charles Peigney e do sucesso obtido no concurso de admissão à categoria de élève definitif da Secção de Arquitetura, ingressa paralelamente no atelier recém fundado de Victor Laloux, no qual permanecerá até à obtenção do diploma, com o projeto Une Gare Central.
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Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896
6 de março a 17 de junho
Garagem Sul, Centro Cultural de Belém
A Fundação Marques da Silva, em co-produção com o Centro Cultural de Belém, vai inaugurar, no próximo dia 6 de março, pelas 19h00, a exposição Desenhos de Marques da Silva no Atelier Laloux 1890-1896, na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém. A exposição, inserida na série Arquivo, apresenta, pela primeira vez, uma amostra muito significativa e abrangente dos trabalhos académicos produzidos por José Marques da Silva durante a sua formação em Paris.
Por não ter sido pensionista do Estado, ao contrário de arquitetos como Ventura Terra ou Adães Bermudes, os desenhos ficaram na sua posse e integram presentemente o arquivo desta Fundação. Em 2010, este conjunto documental, formado por 78 peças desenhadas, para além dos enunciados e outra documentação diversa, foi objeto de um estudo detalhado pela arquiteta Clara Veiga Vieira, traduzido na dissertação de Mestrado apresentada na FLUP, O percurso formativo de José Marques da Silva na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts (1890-1896), e de uma ampla ação de restauro desenvolvida por parte de Ana Freitas. Ações que viriam a ser essenciais para viabilizar a presente exposição, que conta com a colaboração de Joaquim Pinto Vieira e com o desenho expositivo de Ivo Poças Martins.
Jorge Colaço - Conhecer, Divulgar e Preservar
Comemoração dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço
26 de fevereiro, 9h30-16h40
Museu de Cerâmica de Sacavém
Jorge Colaço - Conhecer, Divulgar e Preservar
Conferência
Abertura oficial do Programa de Comemoração dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço 26 de fevereiro, 9h30-16h40, Museu de Cerâmica de Sacavém
Ao longo de 2018, através de um programa que contempla uma série diversificada de ações, será assinalada a passagem de 150 anos sobre o nascimento de Jorge Colaço (1868-1942), pintor e caricaturista com um longo percurso e numerosas obras produzidas, onde se destaca a autoria dos painéis de azulejo que revestem o átrio da Estação de S. Bento, no Porto, projetada por José Marques da Silva. Trata-se de uma iniciativa que congrega um conjunto alargado de entidades, entre as quais, a Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva, e que tem por objetivo sinalizar a efeméride e dar a conhecer, de uma forma abrangente, a obra deste artista.
As comemorações iniciam-se a 26 de fevereiro, no Museu de Cerâmica de Sacavém, com a Conferência Jorge Colaço - Conhecer, Divulgar e Preservar. Nesta abertura oficial, a Fundação estará representada pela Presidente do Conselho Diretivo, Prof.ª Doutora Fátima Marinho. A entrada é livre, sujeita apenas a inscrição prévia para dc@cm-loures.pt.
“Chegou ao mediterrâneo por um longo e sinuoso caminho, do Porto à Finlândia, da ordem dos Modernos a Kahn, a Roma, à universalidade da ordem compositiva”. Com as palavras de Alexandre Alves Costa evocamos o nome de Raul Hestnes Ferreira, filho de José Gomes Ferreira, arquiteto e professor a quem hoje prestamos a nossa homenagem.
Da sua obra, “entre a intemporalidade europeia e o classicismo norte-americano” (Alexandra Saraiva), basta referir a casa de Albarraque, a casa da Juventude de Beja, o Tribunal e Biblioteca da Moita, as duas casas geminadas de Queijas, a premiada agência da Caixa Geral de Depósitos de Avis, as instalações do ISCTE ou a Biblioteca da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa para se perceber que seguiu um caminho próprio e singular, mas também da sua importância e da sua indispensabilidade para uma leitura da Arquitetura Portuguesa contemporânea.
A Avenida da Cidade: do plano abstrato à cidade real
Textos de Andrew Saint e de Elisabeth Essaïan
A 1 de fevereiro de 2016, no átrio dos Paços do Concelho, a Fundação Marques da Silva e a Câmara Municipal do Porto, davam início ao programa de sinalização do arranque da construção da Avenida da Cidade. Hoje, às 19h00, esse mesmo espaço acolhe o lançamento de um guia dedicado à Aquitetura do Porto. Ocasião então para se partilharem dois textos que traduzem o teor de duas das conferências realizadas no ciclo "Do plano abstrato à cidade real": a de Andrew Saint e a de Elisabeth Essaïan.
O texto de Andrew Saint, An English Architect - Planner in Oporto, procura responder a duas questões: Quem era Barry Parker e por que razão acaba por ser chamado ao Porto, primeiro como consultor, depois como autor de um Plano para a futura Avenida da Cidade.
Guia de Arquitetura do Porto 1942-2017
Lançamento
1 de fevereiro, 19h00, Paços do Concelho da CMP
A A+A Books vai lançar, amanhã, dia 1 de fevereiro, nos Paços do Concelho do Porto, o Guia de Arquitetura do Porto 1942-2017, com o apoio da Fundação Marques da Silva, o segundo volume da coleção Cities, iniciada em 2013 com o lançamento do Guia de Arquitetura de Lisboa.
Esta publicação, que conta com Michel Toussaint e João Paulo Rapagão como editores científicos, integra obras de arquitetos representados na Fundação Marques da Silva, como Fernando Távora, Alcino Soutinho, José Carlos Loureiro ou Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva.
Alfredo Matos Ferreira.
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum
Últimos dias
Alfredo Matos Ferreira.
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum
Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitectura da UP
Para quem não teve ainda a oportunidade de visitar esta exposição retrospetiva da obra de Alfredo Matos Ferreira, ainda o poderá fazer até 2 de fevereiro, entre as 9 e as 19h00. A entrada é livre.
A visita a Guimarães, com José Bernardo Távora e Miguel Frazão
A presença de Fernando Távora, Arquiteto, em Guimarães foi o eixo condutor da visita do passado sábado. Uma viagem entre a arquitetura e a história, iniciada na Sociedade Martins Sarmento – edifício de Marques da Silva e instituição que acolhe, de momento, a exposição de desenhos de viagem de Fernando Távora e de fotografias de Luís Ferreira Alves. Um percurso a estender-se às intervenções realizadas nos largos e praças do centro histórico e que proporcionou uma (re)descoberta da própria cidade, finalizado com a oportunidade única de uma visita à Casa seiscentista da rua Nova, na companhia de quem participou e acompanhou na sua reabilitação.
David Moreira da Silva foi um dos primeiros arquitetos portugueses a diplomar-se em Urbanismo - ingressou na Escola Superior de Belas Artes do Porto concluindo o curso de Arquitetura Civil, em 1929. Parte para França e é aprovado no Concurso de admissão à Escola Superior de Belas Artes de Paris, matriculando-se, também, no Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris. Em 1939 conclui os dois cursos -, tendo sido assim chamado a participar ativamente na transformação urbana do país (continental, insular e colonial). Foi professor da EBAP, exercendo a docência da cadeira de Urbanologia, entre 1946 e 1962.
Formou com Maria José Marques da Silva, com quem se casaria em 1943, um atelier que ao longo de praticamente 5 décadas apresentou uma vasta e diversificada produção, entre planos urbanísticos e projetos de arquitetura. Na cidade do Porto, destacam-se edifícios como a sede da Sociedade Cooperativa dos Pedreiros ou o Palácio do Comércio, para Delfim Ferreira.
RUI GOES FERREIRA
Imagem de uma obra interrompida
Abertura da Exposição: 27 de janeiro, 18h00
Com Madalena Vidigal, Duarte Belo, André Tavares e Sergio Fernandez
Porta 33 (Funchal)
Inaugura hoje, 27 de janeiro, na Porta 33 (Funchal) a exposição "Rui Goes Ferreira, Imagens de uma obra interrompida", com curadoria de Madalena Vidigal e fotografias de Duarte Belo.
A assinalar a inauguração, uma conversa que, para além da presença da curadora e do fotógrafo, reúne as participações de André Tavares e Sergio Fernandez. Tem início marcado para as 18h00.
Esta exposição, motivada pelo acordo de doação deste acervo à Fundação Marques da Silva, no Porto, e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, acolhe pela primeira vez uma obra que esteve interrompida e desprotegida por mais de 30 anos e encontra agora a possibilidade da sua incorporação no debate da arquitectura portuguesa do século XX e em futuros estudos e investigações.
Visita Guiada a Guimarães
Com José Bernardo Távora e Miguel Frazão
Visita Guiada a Guimarães
Com José Bernardo Távora e Miguel Frazão
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Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães-Távora revisitado
Praças e largos intervencionados por Fernando Távora em Guimarães
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É amanhã, 27 de Janeiro de 2018, e esgotou!
RUI GOES FERREIRA
Imagem de uma obra interrompida
curadoria: Madalena Vidigal
fotografia: Duarte Belo
exposição RUI GOES FERREIRA
Imagem de uma obra interrompida
curadoria: Madalena Vidigal
fotografia: Duarte Belo
inauguração: Sábado 27 de janeiro 2018 (18h)
seguida de conversa com:
Madalena Vidigal, Duarte Belo
André Tavares e Sergio Fernandez
“A exposição ‘Rui Goes Ferreira. Imagem de Uma Obra Interrompida’ parte da responsabilidade de divulgação de um legado ímpar no contexto da Arquitectura dos anos 60 e 70 no Arquipélago da Madeira. Promovida pela Porta 33 tem fotografia de Duarte Belo e ganha forma a partir do trabalho de investigação de Madalena Vidigal.
Esta exposição, motivada pelo acordo de doação deste acervo à Fundação Marques da Silva, no Porto, e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, acolhe pela primeira vez uma obra que esteve interrompida e desprotegida por mais de 30 anos e encontra agora a possibilidade da sua incorporação no debate da arquitectura portuguesa do século XX e em futuros estudos e investigações.”
Rui Goes Ferreira (1926-1978) nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Formou-se em arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto e foi estagiário no atelier de Januário Godinho. Regressou à Madeira em 1955, aí desenvolvendo uma intensa e diversificada atividade, seja enquanto profissional liberal, seja enquanto professor ou dinamizador de projetos culturais.
A exposição que se manterá patente ao público na Porta 33 (rua do Quebra Costas, 33 – Funchal) até 31 de março, cruza fotografias de Duarte Belo e elementos do acervo deste arquiteto, um precursor da arquitetura moderna no arquipélago, que permitem compreender a sua produção e prática.
Durante o período da exposição, a PORTA33 organizará iniciativas destinadas ao público em geral, grupos de turistas, comunidade escolar, crianças e famílias. O programa completo pode ser consultado em www.porta33.com.
O livro que narra a experiência projetual de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza para a habitação do Dr. Américo Durão, na Parede (em Cascais), entre 1961 e 1967, já está disponível. Foi lançado ontem, na Casa-Atelier José Marques da Silva, numa sessão presidida por Fátima Marinho, Presidente da Fundação. Para além do autor, Manuel Mendes, contou com a intervenção de Jorge Correia, um jovem arquiteto que tem vindo a estudar e analisar casas projetadas por Álvaro Siza entre os anos 50 e 70, e de José Ribeiro, representante das edições Afrontamento, co-editora, com a Fundação Marques da Silva desta nova publicação.
Apresentamos hoje a primeira Newsletter de 2018 e tudo está pronto na Casa-Atelier José Marques da Silva para o lançamento do livro que nos fala de um "paraíso perdido...". Aqui estarão Fátima Marinho, Álvaro Siza, Jorge Correia, Manuel Mendes e José Ribeiro. Contamos agora com a sua presença.
Visita guiada à exposição e ao centro histórico de Guimarães
Com José Bernardo Távora e Miguel Frazão
27 de janeiro (sábado)
Saída do Porto, às 9h30
Visita guiada
" Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães - Távora revisitado"
e Centro histórico de Guimarães
Com José Bernardo Távora e Miguel Frazão 27 de janeiro (sábado)
Saída do Porto, às 9h30
Visita guiada pelos Arquitetos José Bernardo Távora e Miguel Frazão à exposição de desenho e fotografia " Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães - Távora revisitado", patente ao público na Sociedade Martins Sarmento, seguida de uma visita às praças e largos intervencionados por Fernando Távora, com passagem pela Casa da Rua Nova, em Guimarães.
A realização da visita implica um número mínimo de 15 inscrições e uma lotação máxima de 40 participantes.
"Construir um paraíso perdido..."
Encerramento da exposiçao e lançamento do livro
Com Fátima Marinho, Álvaro Siza, Jorge Correia e Manuel Mendes
Casa-Atelier José Marques da Silva, 18 de janeiro, 18h00
"Tudo exposto ou, talvez melhor, quase tudo, porquê tanta andança em torno de um desenho reservado numa gaveta? e logo coisa apagada no rasto próprio. Logo hoje que tudo ou, talvez melhor, quase tudo, se disse e se escreveu sobre a dimensão da figura, sobre a originalidade da obra ou sobre a didática da lição de Álvaro Siza. Simples – o processo projectual da Habitação Dr. Américo Durão é manifestação de um “projecto de arquitectura” a partir do Porto de que Siza é mestre universal e Matos Ferreira praticante na proximidade do comum, mas que aos dois deve a possibilidade da obra que vem, que há-de vir. Um “projecto de arquitectura” que informa sobre esse movimento de resistência e experimentação empreendido, entre outros, por estes oficiantes na elevação do fazer da coisa mesma que é a arquitectura." (Manuel Mendes)
O trabalho de investigação que deu corpo à exposição “Construir um paraíso perdido” / Por uma casa livre / Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza / Habitação, Parede, projecto, 1961‑67 / Desenrolar uma experiência de desenho / Como lugar de ensaio" vai ser apresentado em forma de livro, numa co-edição da Fundação Marques da Silva, Edições Afrontamento e do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP. Com o seu lançamento, a 18 de janeiro, na Casa-Atelier José Marques da Silva,assinala-se o encerramento da instalação-exposição.
A sessão, após abertura pela Presidente da Fundação Marques da Silva, conta com as comunicações de Jorge Correia e Manuel Mendes, autor e coordenador, seguindo-se uma conversa com a participação de Álvaro Siza Vieira.
A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
"Alfredo Matos Ferreira.
Da condição arquitectura como expressão e sentido do comum"
Visita guiada por Manuel Mendes
FAUP, 13 de janeiro, 15h00
Últimas inscrições
“Alfredo Matos Ferreira
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum” Visita guiada à exposição, por Manuel Mendes
13 de janeiro, 15h00
Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Últimas inscrições
Vai acontecer, no próximo dia 13 de janeiro, sábado, uma visita guiada à exposição “Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum”, por Manuel Mendes, autor e coordenador do programa onde se inscreve este terceiro módulo expositivo desenhado a partir do acervo do arquiteto Alfredo Matos Ferreira e da sua doação à Fundação Marques da Silva.
Inicia-se às 15h00, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (Via Panorâmica Edgar Cardoso, 215), sendo apenas necessário proceder a inscrição prévia através de email (fims@reit.up.pt) ou contacto telefónico (22 5518557).
A exposição manter-se-á patente ao público até 2 de fevereiro.
A segunda visita guiada a "Construir um paraíso perdido"
Ontem, na Casa-Atelier José Marques da Silva, decorreu a segunda visita guiada por Manuel Mendes à exposição que dá a conhecer o projeto realizado na década de sessenta por Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza para Américo Durão, na Parede (Cascais).
No próximo dia 18 será a vez do lançamento do livro! Mas em breve daremos mais informações sobre este acontecimento.
Visita guiada à exposição “Construir um paraíso perdido” / Por uma ‘casa’ livre / Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza / Habitação, Parede, projecto, 1961‑67 / Desenrolar uma experiência de desenho / Como lugar de ensaio"
Últimas inscrições
A antecipar o lançamento do livro, no próximo dia 18 de janeiro, último ato da programação antes do encerramento da exposição, oportunidade ainda para acompanhar a visita guiada de amanhã, 9 de janeiro, por Manuel Mendes, autor e coordenador deste projeto, inserido na sinalização da doação do acervo do arquiteto Alfredo Matos Ferreira à FIMS.
Inicia-se às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva (pr. Marquês de Pombal, nº 44 - Porto), sendo apenas necessário proceder a inscrição prévia.
A Fundação Marques da Silva reabre as suas portas, depois de uma breve interrupção durante a quadra natalícia, para acolher e desejar a todos um Bom 2018!
Enquanto novos projetos se anunciam, aproveitamos para relembrar que até 18 de janeiro poderá visitar, na Casa-Atelier José Marques da Silva, a exposição "Construir um paraíso perdido...", e, na Faculdade de Arquitectura da UP, até 2 de fevereiro, a exposição "Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum". Estão igualmente abertas as inscrições para as visitas guiadas de 9 e 13 de janeiro, respetivamente.
O Coliseu do Porto: contributos para um melhor entendimento dos projetos de José Porto e Cassiano Branco
Cassiano Branco, 1937 José Porto, 1938 Cassiano Branco, 1939
A 19 de dezembro de 1941, por iniciativa da companhia de seguros Garantia, a cidade do Porto festejava a inauguração do seu Coliseu.
A Fundação Marques da Silva, a assinalar a efeméride, publica hoje um conjunto de notas que permitem enquadrar em particular os projetos de José Porto e Cassiano Branco.
Sublinhe-se que a Fundação Marques da Silva acaba de restaurar um desenho de Cassiano Branco para o Coliseu do Porto (assinado pelo autor e datado de 4 de setembro de 1939), oferecido por Alexandre Alves Costa, e tem já disponível para consulta em arquivo, cópia digital do projeto de José Porto depositado no IGAC para este mesmo local da cidade.
As reflexões de Vítor Silva em torno da autorrepresentação na Pintura
Uma primeira pergunta, talvez excessiva mas necessária: para que serve o autorretrato? Como funciona? Diante do autorretrato, e em particular, por exemplo, o de Veloso Salgado, o que é que vemos; o que é que ele ativa? Que experiência ele provoca?
"Notas sobre o retrato e a autorrepresentação do pintor" constitui uma reflexão de Vítor Silva sobre a autorrepresentação, um olhar que através do questionamento do designado autorretrato - um retrato para todos os efeitos - procura compreender o significado que pode ter para quem o produz e os modos pelo qual atua e opera sobre quem o observa.
O texto que agora se partilha traduz a comunicação proferida na sessão de apresentação do catálogo digital da Coleção de Pintura da Fundação Marques da Silva, em 18 de maio de 2017.
O desvendar do Caso de António da Silva na Fundação Marques da Silva
"Sugestionados pelo exemplo de arquitectos da vanguarda e pela circulação de modas e modelos vindos de fora, outros projectistas inteligentes, mais atentos e enquadrados no mercado da produção imobiliária trataram de confrontar competências próprias com os exemplos que podiam recolher, descobrindo insuspeitadas capacidades individuais. Estava aberto o campo a engenheiros de especial vocação, ou mesmo a condutores de obra, igualmente armados de erudição própria, para disputar o mercado" (Domingos Tavares, Transformações na arquitectura portuense, p.75)
Raimundo Mendes da Silva e Domingos Tavares, engenheiro e arquiteto, falaram do processo de transformação do Porto na transição para o século XX a propósito do novo livro de Domingos Tavares, "Transformações na arquitectura portuense. O Caso do António da Silva". Um livro escrito em tom de "roteiro cinematográfico", que sabiamente vai desvendando o ano mistério de 1897 e o significado da obra de arquitetura de António da Silva, engenheiro de formação. A sessão de lançamento decorreu na Casa-Atelier José Marques da Silva, no passado dia 11 de dezembro.
"Alfredo Matos Ferreira
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum"
Vídeo da inauguração, um convite à visita
Está patente ao público, na Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitectura da UP, desde a passada segunda feira, a exposição "Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum".
O vídeo realizado pela TVU dá notícia da inauguração com um breve enquadramento ao percurso expositivo, feito poo Manuel Mendes, autor deste projeto que integra o conjunto de iniciativas desenhadas no âmbito da doação do acervo do arquiteto Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva.
45 anos da inauguração do edifício-sede da Assembleia de Guimarães
Inauguração, 14 de dezembro, 18h00
Programa 45 anos da inauguração do edifício-sede da Assembleia de Guimarães
Inauguração de exposição
Projeção de filme
Conversa sobre o edifício
14 de dezembro, 18h00
Passam hoje 45 anos sobre a inauguração do edifício-sede da Assembleia de Guimarães, projetado pelo arquiteto Fernando Távora, numa cerimónia então presidida por Azeredo Perdigão, na qualidade de presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.
Para comemorar a efeméride vai ser apresentado um programa que consta de uma exposição alusiva à data, o visionamento de um pequeno filme sobre os dias da inauguração (previamente recuperado e editado a partir do original no formato 8mm) e uma conversa sobre o edifício com os arquitetos Alexandre Alves Costa, Maria Manuel Oliveira e Benedita Pinto, moderada pelo arquiteto Eduardo Fernandes.
A iniciativa partiu da parceria estabelecida entre a Assembleia de Guimarães, a Associação Muralha e a Escola de Arquitectura da UM, com o apoio da Fundação Marques da Silva.
E será na Casa-Atelier de um arquiteto - José Marques da Silva - que dele, figura central do novo livro de Domingos Tavares, se falará amanhã, às 18h30, numa conversa entre o autor e Raimundo Mendes da Silva.
"Alfredo Matos Ferreira
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum"
Inaugura hoje, na FAUP, às 18h00
Inaugura hoje, na Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitectura, às 18h00, a exposição antológica “Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum”. Coordenada por Manuel Mendes, dará a ver um percurso com mais de cinquenta anos dedicados ao exercício da arquitectura, incluindo registos da formação e da experiência de ensino deste arquiteto, nascido em Lisboa, em 1928, filho de António José Matos Ferreira, médico dos Caminhos de Ferro em Trás-os-Montes e Berta Durão, pintora, discípula de Columbano, falecido no Porto, em 2015.
A exposição, conjuntamente produzida pela Fundação Marques da Silva e pela Faculdade de Arquitectura da UP pretende fazer uma desconstrução da “Memória” de Alfredo Matos Ferreira para mostrar o que “o seu arquivo reservou de documentação de época relativa ao processo projectual de cada trabalho”. O desdobrável, que inclui texto de enquadramento, nota biográfica e roteiro da exposição, já pode ser consultado.
Ficará patente ao público até 2 de fevereiro de 2018 e pode ser visitada de segunda a sexta, entre as 9h00 e as 19h00. A entrada é livre.
A iniciar uma semana marcada pela inauguração do terceiro módulo expositivo dedicado ao Arquiteto Alfredo Matos Ferreira, pelo lançamento do novo livro de Domingos Tavares e pela celebração dos 45 anos da inauguração do edifício sede da Assembleia de Guimarães, divulgamos a Newsletter #29, relativa ao mês de dezembro.
Mais um arquiteto representado na Fundação Marques da Silva
Alfredo Leal Machado (1904-1954)
Alfredo Duarte Leal Machado nasceu em Modelos, Paços de Ferreira, a 7 de Dezembro de 1904. Em 1921 ingressou no curso preparatório da EBAP escola onde seria discípulo de José Marques da Silva e onde viria a concluir o Curso de Arquitetura em 1932.
Por iniciativa dos seus herdeiros, passa a estar representado na Fundação Marques da Silva através da doação de um conjunto de fotografias e da cedência de registos digitais relativos a dois trabalhos académicos relativos a 1926 e a dois projetos de arquitetura: ampliação e reforma do edifício dos Paços do Concelho de Porto de Mós e projeto para a Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra. Esta documentação fica disponível a partir de hoje para consulta, no dia em que o calendário assinala a passagem de mais um ano sobre o seu nascimento.
"Alfredo Matos Ferreira
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum"
Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
11 de dezembro de 2017 a 2 de fevereiro de 2018
“A via possível e talvez única é a de sistematizar um conjunto de conhecimentos que se situam, na área da arquitectura, dentro da tríade vitruviana, nas componentes funcional e técnica – utilitas e firmitas – para, dentro da terceira componente estética – venustas – não analisável como as duas primeiras, promover a pesquisa livre mas consciente e enraizada, no sentido de evitar o vazio e a sempre tentadora emergência de novos cânones” (Alfredo Matos Ferreira, in Memória)
Em "Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum" visa-se uma abordagem ao todo da obra deste arquiteto. Manuel Mendes, o coordenador deste programa expositivo, procede a uma desconstrução do que Alfredo Matos Ferreira partilhou como leitura pessoal da sua obra, mostrando o que o seu arquivo reservou da documentação de época relativa ao processo projectual de cada trabalho.
Inaugura a 11 de dezembro, na Galeria de Exposições da FAUP, às 18h00. Entrada livre.
Sobre as imagens: Habitação colectiva (1958), r. Arq.to Marques da Silva, Porto; Garagem (1961), r. Visconde de Setúbal, Porto; Habitação de Férias (1962-2005), Barca d´Alva, Quinta do Joanamigo; Sede da Caixa de Previdência (1973), r. António Patrício, Porto; Saal Lapa (1974), Porto, Registo da Construção, Fase 1; Unversidade de Aveiro Departamento de Física (1989), Aveiro; Habitação de Férias, Estudo Prévio (2000), Barca d´Alva, Quinta da Barca, Espigão da Raposa, maqueta.
O caso António da Silva na Fundação Marques da Silva
Conversa entre Domingos Tavares e Raimundo Mendes da Silva
13 de Dezembro, Casa-Atelier José Marques da Silva, 18h30
António da Silva, engenheiro de formação, projetou casas que refletem e se projetam na nova dimensão arquitetónica do Porto na transição para o século XX.
O novo livro de Domingos Tavares vem desvendar e propor um novo entendimento sobre esta figura e sobre o impacto urbano das casas que projeta para uma burguesia culta, liberal e progressista, num período de criação da cidade moderna, em paralelo com a afirmação e a ação desenvolvida por outros agentes, formados na área disciplinar da Arquitetura.
A sessão de lançamento do livro vai proporcionar o encontro entre o autor, Domingos Tavares, arquiteto e professor emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e o engenheiro Raimundo Mendes da Silva, professor da Universidade de Coimbra e especialista em reabilitação de edifícios e salvaguarda de património cultural.
No dia do aniversário do Arquiteto José Carlos Loureiro, recuperamos o vídeo realizado no âmbito da exposição apresentada na Galeria da Faculdade de Arquitetura da UP, inaugurada a 2 de dezembro de 2015, por ocasião do seu nonagésimo aniversário. Aí evoca, com a sua forma única e apaixonada de falar de arquitetura, a história das obras então expostas: a sua casa, o Parnaso e o Hotel D. Henrique.
"Alfredo Matos Ferreira
Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum"
Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
11 de dezembro de 2017 a 2 de fevereiro de 2018
"Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum" é o terceiro módulo expositivo do programa proposto para assinalar a doação do acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva, em dezembro de 2016.
Depois de "Terra d´Alva", a destacar a obra desenvolvida em Urros e Barca d´Alva, e de "Construir um paraíso perdido / Por uma casa livre...", narrativa de uma experiência partilhada de desenho de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza, o projecto não construído de uma habitação na Parede, com "Alfredo Matos Ferreira. Da condição da arquitectura como expressão e sentido do comum", Manuel Mendes, investigador, conceptualizador e coordenador deste programa, propõe-se apresentar uma "abordagem ao todo da obra do arquitecto", apresentando um panorama da obra construída, associado a núcleos que remetem para a temática da escola, formação, ensino e projecto‐de- arquitectura.
A exposição, uma realização conjunta da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura, com a colaboração da família de Alfredo Matos Ferreira e do CEAU - grupo ATPH, linha Arquitectura – nome, vocação, linguagem, inaugura no próximo dia 11 de dezembro, pelas 18h00, e manter-se-á patente ao público na Galeria de Exposições da FAUP até 2 de fevereiro de 2018.
O caso António da Silva na Fundação Marques da Silva
Casa-Atelier, 13 de dezembro, 18h30
Com Domingos Tavares e Raimundo Mendes da Silva
Decorrerá na Casa-Atelier José Marques da Silva o lançamento do novo livro de Domingos Tavares, "Transformações na Arquitectura Portuense. O caso António da Silva", uma co-edição da Dafne Editora e do CEAU (Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP).
A apresentação estará a cargo de Raimundo Mendes da Silva, professor da Universidade de Coimbra e especialista em reabilitação de edifícios e salvaguarda de património cultural.
Inauguração de "Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães - Távora Revisitado"
Sociedade Martins Sarmento
24 de novembro
Oitenta e oito desenhos de viagem de Fernando Távora e 9 fotografias de obras deste arquiteto em Guimarães que traduzem o olhar cúmplice e único de Luís Ferreira Alves. Um "louvor ao desenho, forma eterna e magnífica de entendimento entre os homens", uma homenagem à argúcia e saber do seu autor.
Inaugurada na passada sexta-feira, 24 de novembro, a exposição promovida pela Sociedade Martins Sarmento, "Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães - Távora Revisitado", sob coordenação de José Bernardo Távora e com o apoio da Fundação Marques da Silva, manter-se-á patente ao público até 28 de janeiro de 2018, no edifício-sede desta instituição, projeto de José Marques da Silva, com intervenções posteriores de Maria José e David Moreira da Silva.
A primeira visita guiada a "Construir um Paraíso Perdido..."
Realizou-se a primeira visita guiada ao percurso expositivo de “Construir um Paraíso Perdido…”. Uma cenografia proposta por Manuel Mendes para a Casa-Atelier que dá a conhecer uma experiência projetual de dois jovens portuenses, Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza, para a baía de Cascais e que sublinha a relevância que este projeto teria se tivesse sido realizado na altura em que é desenvolvido, no início dos anos 60 do século XX. Uma instalação que homenageia também a atmosfera portuense de então, com a tradução do encontro dos arquitetos da Sala 35 e das instersecções que se estabelecem entre a Escola, a cidade e a Arquitetura. Uma chamada de atenção, igualmente, para a importância de estudar a documentação.
"Viagem aos desenhos de Viagem | Guimarães - Távora revisitado"
Inaugura a 24 de novembro, às 18h00
Sociedade Martins Sarmento (Guimarães)
Parafraseando Pessoa também eu gosto de “viajar, correr países, ser outro constantemente”. Além disso, enquanto Arquitecto, a qualidade da construção do mundo é para mim permanente objectivo.
Os desenhos agora expostos resultam de viagens realizadas a partir de 1960. Aqui estão objectos e homens do Cairo ou de Kyoto, de Filadélfia e de Atenas, de Bangkok e de Congonhas, de Goa e de Paris, homens, objectos e lugares da antiguidade e do presente.
Desenhar é uma forma de conhecimento e de comunicação.
A montanha ou a cadeira, a cidade ou a folha da árvore, conhecem-se com rigor pelo desenho. Só ele permite detectar a natureza, a estrutura, a alma das formas; só ele as comunica, interpretando-as, criticando-as tantas vezes com humor.
E é através dele, ainda, que nós Arquitectos, formalizamos e comunicamos a nossa concepção do mundo.
Louvor ao desenho, forma eterna e magnífica de entendimento entre os homens.
Porto, 19/20 / Janeiro / 88
Fernando Távora
São os desenhos de Viagem de Fernando Távora, associados a fotografias de Luís Ferreira Alves de obras de Fernando Távora em Guimarães, que serão dados a ver na exposição a inaugurar amanhã, 24 de novembro, às 18h00, na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Do conjunto presentemente preservado na Fundação Marques da Silva, José Bernardo Távora, coordenador deste projeto expositivo, seleccionou 88 desenhos que abrangem o período situado entre 1960 e 1997, registos da volta oa mundo enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, com alunos da ESBAP ou tão só dos sítios onde esteve.
A exposição, uma iniciativa da Sociedade Martins Sarmento, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Conferências Marques da Silva 2017 em Vídeo
"La Memoria del Orden. Algunos Proyetos" por José Ignacio Linazasoro
Já se encontra disponível em Gravações vídeo a conferência proferida por José Ignacio Linazasoro, no passado dia 26 de Outubro, na Faculdade de Arquiectura da UP, no âmbito das Conferências Marques da Silva.
Viagem aos desenhos de viagem | Guimarães – Távora revisitado
Exposição de desenho e fotografia
Sociedade Martins Sarmento (Guimarães)
24 de novembro de 2017 a 28 de janeiro de 2018
Luís Ferreira Alves Fernando Távora
Guimarães, Casa da Covilhã Baalbek, Templo de Baco
Novembro 2005 Junho . 4 . 1960
A Sociedade Martins Sarmento vai inaugurar, no próximo dia 24 de novembro, pelas 18h00, a exposição de desenho e fotografia, "Viagem aos desenhos de viagem | Guimarães – Távora revisitado". Trata-se da revisitação da exposição "Viagem ao desenho de Viagem" de Fernando Távora, organizada pela Galeria Quadrado Azul, passados praticamente 30 anos, que agora se apresenta sob um novo olhar, ampliada e associada às fotografias de Luís Ferreira Alves de obras de Fernando Távora em Guimarães, com coordenação de José Bernardo Távora.
Serão dados a ver 88 desenhos de viagem de Fernando Távora, provenientes do conjunto de desenhos presentemente preservado na Fundação Marques da Silva, que documentam viagens realizadas entre 1960 e 1997, com registos, alguns inéditos, relativos a passagens pelos Estados Unidos, México, Japão, Tailândia, Líbano, Egipto, Grécia, França, Itália, Reino Unido, Espanha, Brasil, Índia, Turquia e Perú.
A exposição poderá ser visitada até 28 de janeiro de 2018, todos os dias, excepto feriados, das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.
"Construir um paraíso perdido (...)" | um percurso pela exposiçãocom Manuel Mendes
A exposição "Construir um paraíso perdido / por uma casa livre (...)" foi inaugurada no passado dia 13 de outubro, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Acompanhada por Manuel Mendes, o responsável pela investigação, conceção e coordenação deste segundo módulo expositivo inserido no programa realizado em torno da doação à Fundação Marques da Silva do acervo de Alfredo Matos Ferreira, a equipa da TVU. percorreu a instalação. O registo do percurso feito surge agora em formato vídeo.
Construir um paraíso perdido / Por uma casa livre
Visita guiada por Manuel Mendes
25 de novembro, 15h00
Inscrições abertas
“Uma habitação foi feita com o Siza quando tínhamos o escritório juntos. / Também não foi feito. / A única em que ele colaborou, isto até é mais dele do que meu. / A gente não percebeu o que é que o meu tio queria. O meu tio precisava de apanhar sol nas costas e queria um sítio alto ... A rua passa ali, a marginal Lisboa-Cascais ... E a gente fez umas coisas muito baixinhas ... e que toda a gente passa aqui e se um gajo estiver ali nu... / E ele nunca disse isso. / Nós fomos a Lisboa, com esta maquete e o desenho. Ele estava num hotel do Estoril. Fui eu, o Siza e a mulher, a Tótó. E viemos de lá completamente destroçados porque sabíamos que nada disto ia para a frente." (Transcrição de extracto de entrevista a Alfredo Matos Ferreira relativos ao projecto da Habitação Dr. Américo Durão, Parede)
A primeira visita guiada à instalação "Construir um paraíso perdido / Por uma casa livre", atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva, está agendada para 25 de novembro, sábado, com início às 15h00.
Manuel Mendes, arquiteto e professor da FAUP, responsável pela investigação, conceção e coordenação deste projeto expositivo, assegura a condução da visita. Para participar basta apenas proceder a uma inscrição prévia, por email - fims@reit.up.pt - ou telefone 225518557. O número mínimo de participantes é 10 e o máximo de 25. As inscrições podem ser feitas até às 15h00 do dia anterior.
Raymond Neutra: "Is there a future for Richard Neutra´s biorealism?"
Conferência/Debate
17 de Novembro, 14h30, Sala do Departamento de Filosofia da FLUP
O Dr. Raymond Neutra, filho do arquiteto Richard Neutra, vai proferir uma conferência na FLUP, no âmbtio do projeto Autofocus Research Seminars on Architecture, Philosophy and Neurosciences, seguindo-se um debate que conta com a participação de Sofia Miguens e Pedro Borges de Araújo.
A sessão conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e tem início às 14h30, na sala do Departamento de Filosofia.
Fórum do Porto - Património, Cidade, Arquitectura
Encontro/Debate
20-21 de novembro, Museu Nacional Soares dos Reis
Nos próximos dias 20 e 21 de Novembro, por iniciativa do grupo de investigação Património da Arquitectura, da Cidade e do Território do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP, vai decorrer no Museu Soares dos Reis, um Encontro/Debate dedicado aos temas do Património, Cidade e Arquitectura.
Neste "Fórum do Porto | Património, Cidade, Arquitetura", em cinco mesas redondas que reúnem um painel diversificado de conferencistas, vão ser apresentadas e debatidas aplicações da Recomendação sobre as Paisagens Históricas Urbanas (UNESCO, 2011) a cidades Património Mundial, reflexões sobre a Gestão do Património Classificado em Portugal e sobre Instrumentos Municipais de Salvaguarda Patrimonial, assim como exemplos de Intervenções em Património Edificado na cidade do Porto. As diferentes mesas redondas propõem uma discussão que se pretende ampliada a investigadores, técnicos municipais, gestores, profissionais, estudantes e a todos os interessados no debate construtivo sobre a salvaguarda sustentável de cidades com significativo valor patrimonial, como é o caso do Porto.
A Fundação Marques da Silva é uma das entidades apoiantes da iniciativa que conta, entre as presenças confirmadas, com Alexandre Alves Costa (CEAU-FAUP), Ana Roders (UT Eindhoven), Aníbal Costa (UA), Anton Capitel (ETSAM), Bruno Mengoli (ENSAPLV), Carolina Di Biase (Polimi), Clara Pimenta do Vale (CEAU-FAUP), Francisco Barata Fernandes (CEAU-FAUP), João Carlos dos Santos (DGPC), João Pedro Xavier (CEAU-FAUP), José Aguiar (FAUL-ICOMOS), Julia Rey (U. Sevilha), Lino Tavares Dias (CITCEM-CEAU), Maria Helena Barreiros (CML), Mariana Correia (ESG), Marion Harney (U. Bath), Nuno Valentim (CEAU-FAUP), Pedro Alarcão (CEAU-FAUP), Raimundo Mendes da Silva (UC), Ricardo Rodrigues (CMG), Rosário Machado (Rota do Românico), Rui Fernandes Póvoas (CEAU-FAUP), Sérgio Fernandez (CEAU-FAUP), Teresa Andresen e Teresa Cunha Ferreira (CEAU-FAUP).
Ciclo de conversas a partir de "Building Views"
Sessão #1: 20 de Novembro, 18:30, Showroom da Jofebar, em Matosinhos
"Building Views", livro recentemente publicado pela Circo de Ideias, traça os vários desenvolvimentos, técnicos e arquitetónicos da janela minimalista, dando a conhecer cerca de 20 projetos recentemente realizados pela Jofebar através de mais de três dezenas de textos originais da autoria de diferentes autores nacionais e internacionais, entre arquitectos, críticos, fotógrafos, escritores, empresários e académicos.
O coordenador do projeto editorial, o arquiteto Carlos Machado e Moura, prepara-se agora para organizar um conjunto de conversas para apresentação nacional e internacional da publicação, sendo cada uma das sessões dedicada a diferentes momentos da história técnica e arquitectónica da janela e contando com diferentes convidados.
A primeira sessão decorre no próximo dia 20 de novembro, no Showroom da Jofebar, em Matosinhos (Rua D. Marcos da Cruz 1240, Perafita), com início às 18h30. Nesta primeira sessão, dedicada à arquitectura de Richard Neutra e ao seu contributo para o desenvolvimento da caixilharia de correr estarão presentes dois filhos de Richard Neutra – o arquitecto Dion Neutra e o médico Raymond Richard Neutra – para conversar com Eduardo Souto de Moura, cuja obra incorporou muito do legado de Richard Neutra e da arquitectura moderna californiana, adoptando grandes caixilharias de correr de forma extensiva, com o crítico de arquitectura Jorge Figueira e o editor do livro Carlos Machado e Moura.
Refira-se ainda que, na análise da evolução da caixilharia de correr ao longo do século XX que o livro propõe, é identificada e sublinhada a importância dos caixilhos da Casa Allen. Com efeito, já no projecto de 1927, José Marques da Silva apresenta uma solução de caixilharia exterior de correr compostas por três elementos — portas e janelas com estrutura de madeira, portadas metálicas de segurança e persianas de madeira para sombreamento — que deslizam para uma cavidade na parede, ficando totalmente ocultos uma vez abertos. Este sistema, representado nas fotos que acompanham esta notícia, actualmente designado de pocket, era na época muito pouco comum em vãos exteriores e as próprias caixilharias de correr estavam ainda longe de se tornarem uma solução amplamente utilizada.
Percurso cultural recorda L´Arche em aventura pelo mundo da Arte Sacra
Igreja da Senhora da Conceição e Santuário Eucarístico da Penha em destaque
"Pelo exame do projecto vê-se claramente estar-se em face d´um arquitecto notável, sentindo-se porém que essa arquitectura não é aquela que poderá corresponder à nossa visão de portugueses e nortenhos mais legitimamente influenciados pelos exemplares da arte românica espalhados no norte do país, do que pela tradição duma arquitectura que lhe é nacionalmente estranha. Nos elementos contitutivos do projecto domina inteiramente a arte árabe dos monumentos do sul da Espanha, não na sua imediata transcrição, mas nas características substanciais da sua expressão." (Parecer da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia, que tinha José Marques da Silva como relator, sobre o projecto inicial de Paul Bellot para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, redigido em 16 de fevereiro de 1939. Fonte: AHMP, Licença nº 251, de 1942)
"Gostava de fazer qualquer coisa de próprio e adequado, de expressivo e moderno. Precisaria de ser um edifício com carácter particular, muito próprio da situação que ocupa e muito especial para que pudesse ser visitado com interesse igual ao que arrasta lá acima à montanha da Penha os que vão admirar e estranhar a Natureza, antes uma Natureza estranha." (Carta manuscrita de 11 de maio de 1930, dirigida à Irmandade da Penha)
O ciclo municipal de Percursos Culturais vai promover amanhã, 10 de novembro, um trajeto que tem como mote os movimentos de renovação da Arte Sacra surgidos no início do século XX, entre os quais o grupo de artistas L´Arche. O percurso, conduzido pela arquiteta Domingas Vasconcelos, começa na Igreja da Senhora da Conceição - projetada a partir de 1937 pelo arquiteto e monge beneditino dom Paul Bellot (1876-1944) e inaugurada em 1947.
Terminará na Casa-Atelier José Marques da Silva, também situada na Praça do Marquês de Pombal, para uma referência ao Santuário Eucarístico da Penha (Guimarães), projetado pelo arquiteto José Marques da Silva (1869-1947) a partir de 1930 e inaugurado em 1948.
O grupo L´Arche foi fundado em Paris, em 1917, pela pintora francesa Valentine Reyre (1889-1943) e pelo arquiteto belga Maurice Storez (1875-1959). A ele pertenceram ainda outros artistas como Sabine Desvallières, o ourives Luc Chanel, os arquitetos Jacques Droz, Maurice Brissart e dom Paul Bellot, bem como os escultores Fernand Py e Henri Charlier. O seu objetivo era realizar uma arte cristã digna desse nome, purificada de academismos e de devaneios sentimentalistas.
Alcino Soutinho: entre o mar e a poesia de Sophia
Uma evocação no dia do seu nascimento
Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
O mar e a poesia de Sophia eram um constante na vida de Alcino Soutinho. Arquiteto, pintor, designer, nasceu a 6 de novembro de 1930.
"Construir um paraíso perdido..."
Visita Guiada por Manuel Mendes
25 de novembro (sábado), 15h00
Casa-Atelier José Marques da Silva
A habitação do Dr. Américo Durão (Parede, 1961-67) é um projeto não construído da autoria de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza Vieira, uma experiência de desenho até agora inédita. "Construir um paraíso perdido..." visa dar a conhecer diferentes momentos do projeto, desmontando as afinidades e contrastes de dois arquitetos, à época, partilhando atelier.
O trabalho em questão revela informação útil para a compreensão do percurso de cada um dos seus autores, constituindo simultaneamente um momento operativo na crítica à abstracção do Movimento Moderno e de ultrapassagem de ressonâncias do Inquérito à Arquitetura Popular Portuguesa, na procura de uma Arquitetura clara de uma casa livre.
A primeira visita guiada pelo coordenador, Manuel Mendes, acontece a 25 de novembro, sábado, com início às 15h00. A participação é garantida através de inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt ou telefone 225518557, até à véspera e para um número limite de 30 participantes.
"Relações e Cumplicidades entre Fotógrafo e Arquitecto:
Fotografias em obras de Eduardo Souto de Moura de Luís Ferreira Alves"
mesa redonda
Auditório Fernando Távora - Faculdade de Arquitectura da UP
7 de novembro, 18h30
Fotografia e Arquitetura, a propósito do livro editado pela Scopio, "Fotografias em obras de Eduardo Souto de Moura", de Luis Ferreira Alves, é o tema em debate na mesa redonda "Relações e Cumplicidades entre Fotógrafo e Arquitecto: Fotografias em obras de Eduardo Souto de Moura de Luís Ferreira Alves".
Terá lugar no próximo dia 7 de novembro, no Auditório Fernando Távora, e estarão presentes João Pedro Xavier (Vice-Diretor da FAUP), o fotógrafo Luis Ferreira Alves e os arquitetos Eduardo Souto de Moura, Nuno Brandão Costa e Pedro Leão Neto, editor do livro. A mesa redonda será moderada pelo arquiteto Nuno Grande.
Esta sessão, a 1ª do 2º Ciclo de Conferências sobre Arquitectura, Arte e Imagem (AAI), conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Esclarecimento sobe a autoria do Edificio Emporium
Tem vindo a ser erradamente noticiado, nos últimos dias, nos media e redes sociais, a propósito da ordem de despejo emitida ao atual proprietário da Confeitaria Cunha que o Emporium, designação atribuída ao edifício construído no gaveto da rua de Sá da Bandeira com a rua Guedes de Azevedo, onde esta se integra, foi projetado em 1939, pelo arquiteto Arthur de Almeida Júnior.
No entanto, este edifício é da autoria do arquiteto José Porto que o projeta para José Dias de Oliveira & Filhos (o proprietário da Fábrica Riopele e o mesmo cliente que encomendará ao referido arquiteto José Porto a sua habitação em Pousada de Saramagos, um anteprojeto para o Cinema Sá da Bandeira, que não viria a ser construído, e o Hotel D. João I, na praça homónima, contíguo ao Palácio do Atlântico). No acervo recentemente doado à Fundação Marques da Silva pelo Arquiteto Abílio Mourão encontram-se vários elementos que documentam o projeto para o Emporium, datados de 1947. Sabe-se também que a Confeitaria Cunha, um dos primeiros snack-bares de Portugal projetados pela dupla Victor Palla e Bento d’Almeida, como o Galeto, em Lisboa, veio ocupar o espaço onde anteriormente se encontrava instalado um Stand da Volvo.
Para mais informações sobre o arquiteto José Porto, que chegou a morar no Emporium, clique aqui
A conferência de José Ignacio Linazasoro
Edição 2017 das Conferências Marques da Silva
Coube a Madalena Pinto da Silva apresentar o conferencista da edição 2017 das Conferências Marques da Silva, José Ignacio Linazasoro. E desde logo foi destacada a importância da História e da Memória no caminho singular que este arquiteto tem vindo a afirmar. Linazasoro não se limita a fazer Arquitetura, investiga e escreve. Mas a interpretação crítica e sistemática do fio condutor da Arquitetura ao longo do Tempo e do papel exercido por alguns dos seus protagonistas é sempre guiada pela sua prática projetual e confrontada com o sentido da paisagem urbana.
Ao longo da sua conferência, José Ignacio Linazasoro identificou algumas das personagens que se tornaram referências formais ou marcaram a sua atitude para com a Arquitetura - Arquitectura Românica, Alberti, Heinrich Tessenow, Adolf Loos ou um menos evidente Sigurd Lewerentz -, entrecruzando-as com a apresentação de quatro obras construídas em momentos distintos, mas atravessadas por uma permanente procura de sentido urbano e pela confinitas com uma realidade préexistente: ampliação do Edifício do Conselho do Departamento e Centro de Congressos em Troyes (2014), remodelação da Praça e enquadramento da Catedral de Reims (2008), Centro Cultural Escuelas Pias de Lavapiés (2004) e reabilitação da Igreja de San Lorenzo (Madrid, 2001).
Materiais, posicionamento urbano, caracter diferenciado de uso, foram as categorias estruturantes de uma análise aos projetos que não fez questão de desmistificar as dificuldades enfrentadas na sua execução, mas onde foi sublinhada a atitude ética e distintiva que assume enquanto arquiteto, herdeiro e perseguidor de um ideal de uma Ordem totalizante e legitimadora, onde se reconhece e inscreve.
Roteiro de Veloso Salgado no Porto
Uma nova plataforma a descobrir
Em 2014, a propósito dos 150 anos do nascimento do pintor Veloso Salgado, a Fundação Marques da Silva, em parceria com a FBAUP e o MNSR, organizou “Mais que o sonho da passagem”, uma exposição com 5 visitas que deu a conhecer o encontro do pintor com a cidade do Porto, mas sobretudo a amizade que uniu o artista com o arquiteto José Marques da Silva e o escultor António Teixeira Lopes.
A TVU. partiu deste projeto, ampliou-o e criou um Roteiro virtual que se inaugura hoje, no dia em que passam 151 anos sobre o nascimento de António Teixeira Lopes.
Convidamo-lo a descobrir o novo Roteiro com obras pertencentes à Fundação Marques da Silva, Museu Nacional Soares dos Reis, Casa-Museu Teixeira Lopes, Reitoria da Universidade do Porto, Biblioteca Pública e Municipal do Porto, Palácio da Bolsa e Museu Almeida Moreira.
Percorra o Roteiro, vá pelos seus dedos…clicando neste link
Mais informações sobre o projeto aqui
A permanência da arquitetura no tempo e a construção da cidade constituem os temas de fundo da atividade teórica e prática de José Ignacio Linazasoro. E é em torno destas duas preocupações que se centram os seus principais projetos e textos escritos.
José Ignacio Linazasoro estará no Porto para proferir a Conferência Marques da Silva de 2017: La memoria del Orden. Algunos proyectos.
Na imagem, registos da ampliação do Edifício do Conselho do Departamento e Centro de Congressos em Troyes (2014), da remodelação da Praça e enquadramento da Catedral de Reims (2008) e da reabilitação da Igreja de San Lorenzo (Madrid, 2001).
José Ignacio Linazasoro: um arquiteto que projeta e constroi mas também escreve
A obra de José Ignacio Linazasoro, o orador convidado da edição 2017 das Conferências Marques da Silva, tem obtido reconhecimento internacional e sido amplamente publicada. Para além de projetar e de construir, Linazasoro é um arquiteto que também escreve. Mas, como Victoriano Sainz Gutiérrez faz questão de destacar na sua resenha crítica ao livro "La memoria del Orden. Paradojas del sentido de la arquitectura moderna", fá-lo como arquiteto que é, como alguém que entende o seu ofício como um campo disciplinar definido e racionalmente construído, no interior do qual cada operação possui um significado preciso. Para Linazasoro, a arquitetura contemporânea, só poderá ser verdadeiramente contemporânea se não renunciar a ser arquitetura, no sentido mais estrito do termo.
José Ignacio Linazasoro: Centro Cultural Escuelas Pías de Lavapiés
Centro Cultural Escuelas Pías de Lavapiés Construido 1996-2004 Constituye una obra absolutamente singular, y de difícil clasificación, al incluir temas de restauración, rehabilitación y nueva planta, que, sin embargo forman una unidad inseparable... (Linazasoro & Sanchez arquitectura)
José Ignacio Linazasoro estará no Porto, na próxima quinta feira, dia 26 de outubro, como conferencista da edição 2017 das Conferências Marques da Silva, no Auditório Fernando Távora (FAUP). Falará da sua obra e dos seus referenciais teóricos. A entrada é livre e a conferência será proferida em espanhol. Apresentação a cargo de Madalena Pinto da Silva. Começa às 18h30.
Partilhamos hoje a reportagem da TVU que regista a doação do acervo de José Porto à Fundação Marques da Silva. Momento celebrado na Casa-Atelier, com a participação da Presidente da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, de Abílio Mourão, o doador, na qualidade de fiel depositário do acervo, Paulo Torres Bento (do Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense e comissário da primeira exposição realizada sobre José Porto, em Vilar de Mouros) e o Arquiteto Sergio Fernandez. Lembramos ainda que, na noite desse mesmo dia 9 de outubro, na Casa das Artes, foi projetado o filme de Manoel de Oliveira, "Visita ou memórias e confissões", após apresentação pelos arquitetos André Eduardo Tavares e Luís Urbano.
Conferências Marques da Silva 2017
La memoria del orden. Algunos proyectos
José Ignacio Linazasoro
Conferências Marques da Silva
"La memoria del orden. Algunos Proyectos" Jose Ignacio Linazasoro
26 de outubro de 2017, 18h30
Auditório Fernando Távora - FAUP
A edição de 2017 das Conferências Arquiteto Marques da Silva traz-nos como conferencista convidado Jose Ignacio Linazasoro, conceituado arquiteto e professor catedrático da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Madrid, uma das mais destacadas figuras da arquitetura das últimas décadas em Espanha.
Obras como as habitações em Mendigorría (Navarra, 1980), o Restauro da Igreja de Santa Cruz de Medina de Rioseco (Valladolid, 1988), a Biblioteca da UNED (Madrid, 1993), o Convento de Santa Teresa (San Sebastián, 1991), a Reabilitação do Hospital del Rey (Melilla, 1996), a Reabilitação da Igreja de San Lorenzo (Madrid, 2001), 0 Centro Cultural Escuelas Pías de Lavapiés (Madrid, 2004), o edifício Urban Galindo (Baracaldo, 2007), remodelação da Praça e enquadramento da Catedral de Reims (2008), ou mais recentemente, a Praça dos Amantes (Teruel, 2014) ou a Ampliação do Edifício do Conselho do Departamento e Centro de Congressos em Troyes (2014), entre outras, trouxeram-lhe o reconhecimento internacional.
O autor de livros de referência, como "La memoria del orden. Paradojas del sentido de la arquitectura moderna" ou "Evocando La Ruina: Sombras Y Texturas" propõe-se apresentar, no próximo dia 26 de outubro, no Auditório Fernando Távora, alguns dos seus projetos mais significativos, em contraponto com o suporte teórico que sustenta a sua trajetória de arquiteto.
Estação de S. Bento
Uma revisitação do projeto por Nuno Jennings Tasso de Sousa
“Apesar de a primeira pedra ter sido assente em 1900 na presença do rei D. Carlos, as obras tiveram início efetivo em 1903. Seguiu-se a inauguração da gare em 1915 e, coincidindo com o 6º aniversário da proclamação da República, o vestíbulo só ficaria aberto ao público no ano seguinte. Decorridos cem anos sobre a inauguração do vestíbulo da Estação Central de S. Bento no Porto, implantada junto do espaço mais nobre e representativo do espírito da urbe - a Praça da Liberdade - constata-se que o projeto da autoria de José Marques da Silva ainda não foi concluído, nem constitui algo de intocável face à evolução dos tempos que exigem um permanente ajustamento às diversas solicitações sociais, económicas, culturais e tecnológicas.”
Um olhar a partir do presente sobre o projeto que haveria de lançar a carreira de um então jovem arquiteto portuense, a Estação de S. Bento. Uma revisitação crítica de Nuno Jennings Tasso de Sousa*, em forma de texto, que se partilha no dia em que passam exatamente 148 anos do nascimento de José Marques da Silva.
* Ao longo de 2016, por iniciativa do Exército, da CP - Comboios de Portugal e da IP - Infraestruturas de Portugal, com o apoio da Fundação Marques da Silva, decorreram uma série de iniciativas que assinalaram a passagem de 100 anos sobre a inauguração do majestoso vestíbulo da Estação de S. Bento. Nuno Jennings Tasso de Sousa, em representação da Fundação, foi um dos participantes, tomando parte no colóquio e numa das conversas então realizadas. Este conjunto de reflexões foi suscitado pela participação nessas iniciativas, resumindo o essencial das comunicações então proferidas.
"Construir um paraíso perdido"
13.10.2017 a 18.01.2018
A Casa-Atelier José Marques da Silva transfigurou-se numa alegoria ao território português, numa homenagem a Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza, mas também aos arquitetos do Porto que travaram uma luta pela cidadania plena da Arquitetura.
"Construir um paraísoperdido" (...)- instalação que em si mesma um gesto arquitetónico - expõe uma experiência de arquitetura que confronta ostensivamente o espaço doméstico para desafiar e propor novas deambulações pelo historial do projeto sonhado para o Dr. Américo Durão, pelas obras dos arquitetos da Sala 35 que revelam cruzamentos e afinidades projetuais, pela Casa-Atelier.
Na passada sexta-feira, a Casa encheu-se novamente para a inauguração desta exposição-instalação que agora poderá ser visitada de terça a quinta feira, das 14h30 às 17h30. Resalva-se que podem ser agendadas visitas, desde que previamente acordadas noutros horários. Em breve será disponibilizado calendário de visitas guiadas.
José Porto, o novo acervo da Fundação Marques da Silva
O acervo de José Porto é constituído por alguns livros e cadernos académicos, acompanhados de mais de duas centenas de peças desenhadas e quase outras tantas fotografias que documentam cerca de uma centena de obras maioritariamente localizadas no Porto e Norte de Portugal, mas que também alcançam outros territórios: Suíça, Paris, Angola e Moçambique, projetadas maioritariamente entre a década de 30 e o início da década de sessenta do século XX.
Na passada segunda feira celebrou-se a sua integração na Fundação Marques da Silva e, com ela, a ampliação das fronteiras do universo desenhado pelos arquitetos representados nesta instituição. Uma cerimónia desdobrada em dois momentos: na Casa-Atelier José Marques da Silva, as intervenções de Maria de Fátima Marinho, Abílio Mourão, Paulo Bento Torres e Sergio Fernandez apresentaram a figura, a obra, as iniciativas de divulgação já realizadas e o significado da doação; à noite, na Casa das Artes, André Eduardo Tavares e Luís Urbano complementaram essa apresentação, focando-a no contexto da projeção do testemunho cinematográfico de Manoel de Oliveira, onde a casa projetada por este arquiteto se assume como estruturante.
O olhar nostálgico que filma a casa da rua da Vilarinha, sob uma tão envolvente quanto metafórica luz outonal, tornou-se a síntese perfeita do dia, que se pretendeu de homenagem a José Porto, o arquiteto que idealizou grande. As imagens que se vão sucedendo ao longo de "Visita ou memórias e confissões" salientam a capacidade criadora do arquiteto, a sua modernidade, grandeza e domínio projetual. E a harmonia e equilíbrio das formas do objeto arquitetónico emergem em toda a sua plenitude, mas, sobretudo, enquanto espaço de afetos, enquanto lugar de vida capaz de sobreviver à passagem do tempo.
O projeto da Parede foi desenvolvido por Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza, mas expô-lo, significa,simultaneamente, evocar a luta quotidiana dos arquitectos portuenses nos anos 50 e 60 pela manifestação prática da cidadania plena da arquitectura, pela autonomia do praticar da arquitectura.
Assim, também para a Exposição "Contruir um paraíso perdido", se convoca o contexto profissional particular onde se gerou o projecto para o Dr. Américo Durão – o ambiente da “sala 35”. Inicialmente no edifício Imperial, desde 1949, a sala 35 e uma outra alugada no mesmo andar – (d)aí evoluíram amizades e distâncias, (d)aí cresceram projecto(s)-de-arquitectura. Mais tarde, em 1968, uma velha casa do século XIX na rua Duque da Terceira serviu para encontro e partilha de experiências, à formação e início de prática profissional a Alberto Neves (antes de se tornar colaborador em permanência no escritório de Fernando Távora), Alfredo Matos Ferreira, Álvaro Siza, António Menéres, Joaquim Sampaio, Vasco Macieira Mendes na primeira fase e, mais tarde, Luís Botelho Dias.
"Construir um paraíso perdido" (...) inaugura hoje, às 18h00.
Álvaro Siza, Urros, anos 50
Sob a lente de Alfredo Matos Ferreira
"Alfredo Matos Ferreira é um dos mais antigos (e melhores) amigos. Ainda estudantes partilhámos o número 35 do Imperial, na Praça da Liberdade, onde podia ainda estacionar o seu belo Opel descapotável. (...) Viajávamos por vezes, sempre no Opel Kapitan branco, em visita a aldeias e cidades do Norte, ou até Urros (Moncorvo), à quinta dos pais de Matos Ferreira.(...)
Em 1964, associámo‑nos no projecto de uma habitação em Parede, para um parente seu.
Desisti depois de duas ou três tentativas. Alfredo Matos Ferreira continuou, com todo o empenho e qualidade – e em vão.
Talvez em consequência dessa frustrada entrega viria a construir‑se uma piscina de marés, sobre as rochas da costa da Madeira e para o mesmo difícil parente, a partir de um seu esquisso traçado sobre elementar planta topográfica, olhando fotografias, recorrendo à memória. O esquisso não revelara a modernidade que contém." (Àlvaro Siza, in Memória)
A fotografia, remonta à década de 50, nela estão retratados Álvaro Siza e Marechal, no alpendre da casa de Urros. O fotógrafo é Alfredo Matos Ferreira.
A exposição que amanhã inaugura na Casa-Atelier José Marques da Silva, "Construir um paraíso perdido" (...), dá a conhecer o projeto da Parede. É às 18h00 e a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
O Dr. Américo Durão e o encontro com os jovens arquitetos
O Dr. Américo Durão (Torres Novas, 1894 – Funchal, 1985) viveu no Funchal, onde se estabeleceu como médico, fundando uma clínica médico-cirúrgica, com particular incidência na especialidade ortopédica, realizando tratamentos inovadores com recurso a sistemas por si idealizados, apresentados em congressos médicos internacionais, nomeadamente em Paris, a meados dos anos trinta.
Homem empreendedor, de nível económico elevado, aplicou parte dos seus ganhos em actividades de fomento agrícola e florestal em Urros, promovendo aí a reabilitação e ampliação do património edificado que herdara conjuntamente com a sua irmã Berta Durão, mãe de Alfredo Matos Ferreira. Até finais da década de sessenta, coube a este a gestão de todo esse património, sendo autor do projecto de todos os equipamentos construídos nessas várias propriedades.
Na Madeira ficou igualmente conhecido como o Comodoro Américo Durão, por possuir a maior frota de embarcações de recreio da ilha, “toda ela construída na Madeira, por artífices locais, provavelmente única no seu género em Portugal”. Sócio fundador do Clube Naval do Funchal, desportista aventuroso, foi o primeiro amador a caçar baleias em águas madeirenses e muitas são as proezas náuticas e piscatórias, nomeadamente, na captura de exemplares de grandes dimensões de espécies raras na região. A sua frota integrava lanchas, baleeiras, iates de luxo de várias dimensões, barcos de pesca desportiva, um veleiro, o “Albatroz, iate mais veloz nas regatas oceânicas Lisboa-Madeira, em 1950 e 1954”.
Nas deslocações ao Continente alojava-se em casa de família. Por vezes, cioso da sua privacidade, recorria ao hotel, o Grande Hotel do Estoril. Foi aqui que, em Novembro ou Dezembro de 1964, se deu o encontro com os jovens arquitectos para a apresentação do projecto que tinham elaborado para a casa que pretendia edificar em parcela nobre na Parede, reunião da qual saíram “completamente destroçados porque sabíamos que nada disto ia para a frente.”
(Manuel Mendes, Sobre um “projecto de arquitectura” a partir do Porto)
A casa da Parede, um projeto inédito de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza
A habitação do Dr. Américo Durão (Parede, 1961-67) é um projeto não construído da autoria de Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza Vieira, uma experiência de desenho até agora inédita.
A exposição-instalação "Construir um paraíso perdido" (...) visa dar a conhecer diferentes momentos do projeto, o qual constituiu um momento operativo na crítica à abstração do Movimento Moderno e de ultrapassagem de ressonâncias do Inquérito à Arquitetura Popular Portuguesa, na procura de uma Arquitetura clara de uma ‘casa’ livre.
"Tive conhecimento da figura de José Porto, que trabalhava por essa época, 1938-39, para os Engenheiros Reunidos, que então funcionavam na Rua de Passos Manuel, por um amigo meu, o Mário Vieira, que me falou dele e do seu génio. Não o conhecia pessoalmente, mas sabia por ter ouvido falar sobre diversos trabalhos dele que ganharam diferentes concursos de um modo destacado como os melhores entre todos os outros." (Manoel de Oliveira, in Expresso, 15 de novembro de 2003)
E José Porto foi o arquiteto escolhido para projetar a Casa da Rua da Vilarinha, a mesma onde o Arquiteto Abílio Mourão, atual depositário do acervo de José Porto, surge retratado numa fotografia da década de 80, na sala de jantar, por Madalena Pinto da Silva.
Na próxima segunda feira, dia 9, será formalizada a doação e projetado a revisitação de Manoel de Oliveira a esta Casa, Visita, ou memórias e confissões.
"Construir um paraíso perdido"
Por uma ´casa` livre
Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza
Habitação, Parede, projeto, 1961-67
Desenrolar uma experiência de desenho
Como lugar de ensaio
"A informação libertada tornou-se progressivamente corpo de uma curiosidade voraz – uma provocação, um exercício de sedução. Após o falecimento de Alfredo Matos Ferreira foi possível entrar, deambular, estudar, o arquivo da sua prática profissional; particularmente, e atrás da “Habitação, Parede, 1964, 1965”. Logo, os documentos digitais, enxutos no propósito comunicacional, produzidos pelo arquitecto a partir de desenhos da época, desenhos que ora dizia perdidos, ora considerava desnecessários para a compreensão do projecto em questão; no imediato, o modelo original, realizado no escritório da Duque da Terceira; depois desenhos de estudo de Álvaro Siza, surpreendentes na tradução da forma de pensar; e depois as colecções de negativos e provas em papel, do modelo original, muitas e de poses estudadas; (...)"
Fragmento de notas para nota de divulgação, texto de Manuel Mendes, quem assina a investigação, conceção e coordenação da exposição-instalação a inaugurar no próximo dia 13 de outubro (sexta-feira), às 18h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Uma abordagem igualmente inovadora do espaço da Casa-Atelier para dar a conhecer o projeto para o Dr. Américo Durão, os diferentes momentos de uma experiência de projectação partilhada da habitação - que não chegará a ser construída - para o "tio mecenas [de Alfredo Matos Ferreira], a edificar numa área nobre na Parede, numa parcela de grandes dimensões, exposta ao estuário do Tejo, à baía de Cascais."
José Porto, o arquiteto que idealizou grande
9 de outubro
Casa-Atelier José Marques da Silva 18:00
Casa das Artes 21:30
A Casa para Manoel de Oliveira, na rua da Vilarinha, projetada por José Porto, em 1939, estará em destaque no próximo dia 9 de outubro, mas a obra deste arquiteto, chegado ao Porto em 1934, conta ainda hoje na cidade com outros projetos representativos. É o caso do Edifício Emporium, de 1947, onde se vem a instalar a mítica "Confeitaria Cunha", no gaveto de Santa Catarina, para José Oliveira & Filhos, cliente para quem, entre outras encomendas, acabará por projetar também o Hotel D. João I, na praça que lhe é homónima.
Suíça, Paris, Norte de Portugal, Angola e Moçambique estabelecem as fronteiras do território percorrido e demonstram a abrangência da sua obra que urge (re)descobrir. Será sobre ele que se falará na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 18h00, e na Casa das Artes, às 21h30.
Onde se encontra o homem, em qualquer momento e em qualquer lugar, existem a Arquitectura e o Urbanismo. Fenómeno necessário, inerente à própria natureza do homem, prolongamento indispensável da vida, manifestação da sua existência: desta universalidade - a variedade, a infinidade dos aspectos, a pluralidade das realizações.
(Fernando Távora, Arquitectura e Urbanismo - a lição das constantes)
O mês de Outubro tem a Arquitetura em destaque e a Fundação participa nesta celebração com três iniciativas:
La memoria del orden. Algunos Proyetos
Conferência de José Ignacio Linazasoro
Conferências Marques da Silva 2017
La memoria del orden. Algunos Proyetos
Conferência de José Ignacio Linazasoro
Conferências Marques da Silva 2017
Auditório Fernando Távora 2017 26 de outubro, 18h00
A edição 2017 das Conferências Arquiteto José Marques da Silva vai ter como orador convidado, José Ignacio Linazasoro, professor da Escola Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid, arquiteto com obra internacionalmente conhecida e publicada, um dos membros fundadores, juntamente com Rodrigo Sánchez, da sociedade Linazasoro&Sánchez Arquitectura SLP, sedeada em Madrid.
Nesta conferência apresentará uma reflexão sobre a estreita vinculação entre o pensamento teórico e alguns dos seus projetos mais significativos deste arquiteto.
A entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Habitação Dr. Américo Durão
Instalação-exposição
Casa-Atelier José Marques da Silva
13 de outubro, 18h00
Construir um paraíso perdido
Por uma ´casa` livre
Alfredo Matos Ferreira . Álvaro Siza
Habitação, Parede, projeto, 1961-67
Desenrolar uma experiência de desenho
Como lugar de ensaio
instalação-exposição
Inaugura no dia 13 de outubro, às 18h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva, a instalação-exposição coordenada por Manuel Mendes, que tem por base o projeto não construído para habitação do Dr. Américo Durão, na Parede, da autoria dos então profissionais tirocinantes, Alfredo Matos Ferreira e Álvaro Siza.
A entrada é livre, apenas condicionada à lotação do espaço.
Esta iniciativa da Fundação Marques da Silva encontra-se inserida no programa ARQ OUT e conta com o apoio da Criaplac e da Corticeira Amorim.
A visita pela obra de Alfredo Matos Ferreira, entre Barca de Alva e Urros
"Que esplendor! que vigor! que graça! que harmonia!"
Roubando as palavras a Guerra Junqueiro, outro ilustre habitante destas terras, se evoca o sentimento perante a paisagem e a obra de um arquiteto que a viveu, compreendeu e transformou com uma providencial sensibilidade. De Barca de Alva a Urros, por terra ou pelo rio, na cadência marcada por Maria José Casanova, guia intimamente ligada aos espaços e a Alfredo Matos Ferreira, e pelo conforto de um caloroso acolhimento por parte de Isabel e Irene Matos Ferreira, decorreu a viagem. Património e Natureza, cumpriu-se assim o lema paras as Jornadas Europeias do Património. Obrigada a todos os que nos acompanharam.
Fernando Lanhas representado na 15ª Bienal de Istambul
A arquitetura doméstica de Fernando Lanhas está representada na 15ª Bienal de Istambul. A decorrer na Istanbul Foundation for Culture and Arts, até 12 de novembro, tem como tema agregador, lançado pela equipa de curadores, Elmgreen & Dragset, "A Good Neighbour" [um bom vizinho].
A obra de arquitetura de Fernando Lanhas, o único artista da Península Ibérica representado, é evocada através da exposição de 3 painéis fotográficos, registos de sua autoria e/ou por ele editados. Das obras apresentadas, uma é a sua própria habitação, na av. Dr. Antunes Guimarães, ainda hoje residência da família.
É de assinalar que Fernando Lanhas (1923-2012), ainda que sendo autor de um vasto número de projetos, particularmente vocacionados para programas habitacionais, que reproduzem e contribuíram para consolidar os ideais da Arquitetura Moderna no Porto, apresenta um percurso arquitetónico que tem vindo a ser secundarizado face à projecção alcançada em outras das suas múltiplas atividades (pintor, desenhador, astrónomo, museólogo, ...). Mas a doação do seu acervo à Fundação Marques da Silva - em fase de formalização - permitirá que em breve seja possível reunir um conhecimento mais abrangente e fundamentado do seu verdadeiro alcance.
Roteiro da Visita Guiada a "Terra d´Alva"
Jornadas Europeias do Património 2017
Entre 22 e 24 de setembro, o Património vai estar em destaque. Celebram-se as Jornadas Europeias do Património, sob o lema "Património e Natureza".
A Fundação Marques da Silva marca a sua participação com uma visita guiada às obras de Alfredo Matos Ferreira em Barca de Alva e Urros e partilha hoje o Roteiro (com texto introdutório de Maria José Casanova e sinalização dos locais a visitar) como forma de alargar a viagem a todos os que, apesar da vontade demonstrada, não nos podem fisicamente acompanhar no dia 23.
José Porto, o arquiteto que idealizou grande
Doação do acervo de José Porto à Fundação Marques da Silva
9 de outubro | Casa-Atelier José Marques da Silva e Casa das Artes
A 9 de outubro, numa iniciativa desdobrada em dois momentos, a Fundação Marques da Silva vai celebrar o acolhimento do acervo profissional de José Porto, doado pelo Arquiteto Abílio Mourão. São mais de duas centenas de peças desenhadas, associadas a um conjunto de mais 40 peças oferecidas pelo CIRV-GEPPAV, registos únicos de um arquiteto com um percurso singular que conta com mais de 70 obras identificadas para o Porto, Minho, Moçambique e Angola, que passam a estar disponíveis para consulta e estudo através do Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica desta instituição.
Às 18h00, na Casa-Atelier, na presença da Presidente do Conselho de Administração, Professora Maria de Fátima Marinho, do doador, Arquiteto Abílio Mourão e dos oradores convidados, Dr. Paulo Torres Bento e Arquiteto Sergio Fernandez, será assinado o protocolo de doação do acervo.
Às 21h30, na Casa das Artes, depois das intervenções do Arquiteto André Eduardo Tavares e do Professor Luís Urbano, será projetado o filme de Manoel de Oliveira, "Visita ou Memórias e Confissões". Uma revisitação da casa da rua da Vilarinha, obra projetada por José Porto.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Esta iniciativa, integrada no programa ARQ OUT 2017, conta com o apoio da família de Manoel de Oliveira, da Casa das Artes e da Cinemateca.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #7 Carlos Guimarães
São os momentos de crise, de questionamento e reformulação do Curso de Arquitetura, de 69 e de 74, que criam a circunstância e moldam o relacionamento do atual Diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto com Octávio Lixa Filgueiras. Para além da transitoriedade e singularidade dos factos, Carlos Guimarães realça a coerência do carácter e das convicções de uma figura nem sempre compreendida, mas ainda assim progressista e cujo contributo, em termos teóricos, disciplinares e pedagógicos, não hesita em considerar como parte integrante do processo conformador do que "genericamente e de forma simplificada se chama a cultura da Escola do Porto".
Com este depoimento, uma leitura de Octávio Lixa Figueiras feita sobre a linha do tempo, conclui-se a publicação do conjunto de entrevistas conduzidas por Gonçalo Canto Moniz e com som, imagem e edição de Luís Urbano, realizadas a 7 de abril de 2017, na Casa-Atelier José Marques da Silva, no âmbito do programa de sinalização do acervo de Octávio Lixa Filgueiras comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota.
O momento era de celebração. A homenagem impunha-se. Maria José, com o projeto da "Casa-Oficina das Rendilheiras", tornara-se arquiteta. Estamos no Porto, em 1943. Os nomes de quem a rodeia vão-se sucedendo sobre a Ementa acrescentando-lhe significado.
Maria José Marques da Silva nasceu na Casa-Atelier da Praça do Marquês de Pombal, a 7 de setembro de 1914.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #6 Manuel Mendes
Manuel Mendes estrutura a sua evocação de Octávio Lixa Filgueiras em torno de uma ideia central: o registo de um afastamento que evoluiu na distância do meu crescimento. A partir desta frase, início e remate do seu depoimento, estrutura um conjunto memórias que sobrevoam tempos e vivências distintos. Através da sua história pessoal viajamos até Moçambique, para, nos tempos de inquietação vividos na Escola do Porto, o nome de Octávio Lixa Filgueiras adquirir corpo e substância. A narrativa oscila entre a evocação dos factos e a leitura consciente do sentido que lhe vai atribuindo para, no final e em tom de sincera homenagem, fazer o balanço pessoal do legado que fica, inseparável de uma reflexão sobre a própria Escola, sobre o confronto entre a ‘disciplina’ e o ‘ofício’ da Arquitetura.
Durante a próxima semana encerrar-se-á este ciclo de 7 depoimentos, com a publicação da entrevista a Carlos Guimarães, tal como as anteriores, conduzida por Gonçalo Canto Moniz, com som, imagem e edição de Luís Urbano.
Visita guiada a Terra d´Alva
Jornadas Europeias do Património 2017
23 de setembro, com Maria José Casanova
"(...) A conquista da clareza era para Alfredo Matos Ferreira um objectivo e uma qualidade imprescindível. Uma clareza que, nos projectos, advém da “adequação justa” entre programa, lugar, sistema construtivo e materiais, rigor de desenho e geometria, economia de meios, austeridade, relações espaciais, uso e capacidade de adaptação às vivências que o fluir do tempo encerra. Estas questões, presentes ao longo de toda a sua obra, realçam uma procura do essencial que lhe advinha da sua formação e da vivência e contacto com as gentes, a vida e a arquitectura em Trás-os-Montes. Porque, como costumava dizer, o Inquérito à Arquitectura Popular não foi para ele uma referência, ou um marco, porque tinha crescido e vivido dentro do Inquérito." (Maria José Casanova, in Roteiro de Viagem a Terra d´Alva)
Esta viagem-visita, parte ainda integrante do programa "Terra d´Alva", lançado em dezembro passado, assinala a participação da Fundação Marques da Silva nas Jornadas Europeias do Património, que, este ano, têm como tema "Património e Natureza". Segue um Roteiro desenhado a partir das obras projetadas por Alfredo Matos Ferreira para Barca de Alva e Urros.
Urros, 24 de agosto: “Memória” e “Centeio”, de Alfredo Matos Ferreira
E a vontade de Alfredo Matos Ferreira cumpriu-se. No lugar e no momento desejados. “Centeio”, documentário de 68, resgatou as memórias de há quase meio século, mostrando um passado que se tornou presente e vivo. A apresentação do livro, o pretexto para recordar o homem, o arquiteto e a sua íntima ligação a uma terra que fez questão de comparecer e de se emocionar perante o reconhecimento de um mesmo sentir. A homenagem a Alfredo Matos Ferreira e a Urros ganhou voz com as intervenções da filha, Isabel Matos Ferreira, do seu editor, Manuel Mendes, e dos representantes das entidades envolvidas na organização da sessão, encerrada pelo Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.
A 23 de setembro, regressaremos a Trás-os-Montes, com Maria José Casanova, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, para visitar a obra realizada em Barca d´Alva e Urros.
Fernando Távora, português, arquiteto, nascido a 25 de agosto de 1923
Fernando Távora, português, arquiteto, nascido a 25 de agosto de 1923 :
(…) Cremos que o pensamento da arquitectura contemporânea portuguesa, nos seus sectores mais representativos, não esquece, antes pratica essa nossa referida tradição, não impositiva mas simpatizante e compreensiva, de consideração dos homens e dos seus lugares, garantindo aos seus edifícios e espaços a identidade e a variedade, como que num fenómeno de heteronímia, no qual o autor se desmultiplica, não por incapacidade conceptual ou outra, mas pelo principio do respeito, quando merecido, que a outros somos devedores. Tal modo de estar presente no mundo não resulta em verdade de fraqueza do criador perante o outro, o seu lugar e o seu tempo, mas exactamente da consideração criativa da sua substância e da sua circunstância. / Pelos espaços hoje abandonados da cidade de Fatehpur Sikri, iniciada em 1571, ecoa ainda a voz de uma mulher portuguesa, chamada Maria, amante de Akbar, e a recordação da presença de dois padres Jesuítas portugueses que aí acompanharam o imperador na sua tentativa de criação de uma religião universal, síntese das religiões muçulmana, hindu e cristã... (in “ Imigração / Emigração. Cultura Arquitectónica Portuguesa no Mundo”, 1998)
Na efemeridade da Vida humana, a dimensão do Tempo no Mundo em movimento permanente - a sabedoria do Encontro, da Amizade.
Santo Apolinário, em Urros, sob o olhar de Alfredo Matos Ferreira
"O local da Capela de Santo Apolinário, na aldeia trasmontana de Urros, foi desde a minha infância um lugar mágico: as próprias características do edifício, o seu espaço exterior de acolhimento, as arcarias que abrigam os peregrinos no último fim de semana de Agosto, os pormenores da construção (desde os pavimentos reticulados a xisto e tijolo, ao seu magnífico tecto em caixotões ricamente pintados com figuras de santos), o túmulo em granito com baixos-relevos alusivos à vida do Santo e ao seu martírio, o grande cipreste que marca o local desse martírio e pontua singularmente a paisagem, a calma e o murmurejar da sua fonte, a acústica do lugar, quer no interior da capela quer em toda a sua envolvente e, sobretudo, a organização do seu espaço, a brancura das suas paredes pouco comuns por estas paragens, mais corrente a Sul do Tejo. Desde pequeno que, todos os anos nas férias grandes passadas na aldeia, não perdia uma única festa, um acontecimento singular entre o religioso e o pagão, com pontos altos no arraial de sábado à noite com as bandas de música em despique, o fogo de artifício, as brigas por causa de nada, apenas uns copos a mais, os jogos de azar em que o aldeão perdia sempre..."
Palavras e fotografia de um arquiteto que sempre regressa às suas raízes. A preceder a abertura das festas de Santo Apolinário, este ano entre 24 e 28 de agosto, a apresentação do livro "Memória" e o vídeo "Centeio", de Alfredo Matos Ferreira. É amanhã, 24 de agosto, no Salão da Junta de Freguesia de Urros.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #5 Manuel Fernandes de Sá
As memórias de Manuel Fernandes de Sá sobre Octávio Lixa Filgueiras recuam à sua infância, altura em que lhe permitido tomar parte nas muitas viagens realizadas com o seu pai, então colega de Filgueiras nas Obras Públicas. As primeiras impressões apenas se confirmaram com o passar do tempo: a grande diversidade temas que lhe despertavem interesse e que conseguia abordar com uma inteligência e profundidade assinaláveis, um apurado sentido de humor marcado pela ironia. Enquanto aluno de Analítica 1 e 2, aprendeu com Mestre Fil a utilizar o desenho de forma intensiva e criteriosa como base de trabalho e a assimilar uma particular sensibilidade para as questões interdisciplinares e para a dimensão social da arquitetura. Já como arquiteto, os finais dos anos 70 trariam a experiência conjunta de um trabalho de levantamento patrimonial que procurava responder avant la lettre às questões do "re-uso", bem como a participação numa tentativa, não concretizada, de criar um curso-atelier, em Aveiro, intrinsecamente ligado às necessidades dos municípios.
Esta é a quinta das 7 entrevistas conduzidas por Gonçalo Canto Moniz, com som, imagem e edição de Luís Urbano, que temos vindo semanalmente a publicar.
A Sala 35, fotografia de Alfredo Matos Ferreira
Dia Mundial da Fotografia 2017
Joaquim Sampaio, António Menéres, Alberto Neves, Vasco Vieira Mendes a Álvaro Siza fotografados por Alfredo Matos Ferreira. Estamos na década de 50 e todos se desejam afirmar nas lides da Arquitetura. Lançam um olhar sobre a cidade, a Praça de Liberdade, no centro do Porto. A fotografia, na ausência dos rostos sublima a união cúmplice dos seis caloiros da Sala 35 do Imperial e fixa um tempo e uma circunstância única e irrepetível.
Com esta imagem assinalamos o Dia Mundial da Fotografia, que hoje se comemora. Sobre o grupo nela retratado, em Outubro, a exposição "Construir um Paraíso Perdido", nos trará mais revelações.
Apresentação de "Memória" e projeção de "Centeio"
Salão da Junta de Freguesia de Urros, Torre de Moncorvo
24 de agosto de 2017, 17h30
O território transmontano foi presença contínua na vida e nos afetos de Alfredo Matos Ferreira. "Memória" testemunha também o seu apego a uma ruralidade vista como bastião de um saber ancestral, enquanto expressão de uma sábia e íntrínseca ligação, singular e identitária, do homem à terra que tenta dominar. Um olhar que extravasa o mero interesse do arquiteto e se prolonga na dimensão do olhar da câmara com a qual Alfredo Matos Ferreira desejou captar o "amanho" dos campos, pressentindo a urgência de fixar uma tradição que o tempo inevitavelmente condenava à transformação. E isso nos mostra "Centeio", filme de 1968, editado em 2004 pelo próprio Alfredo Matos Ferreira, a projetar no próximo dia 24 de agosto, às 17h30, no âmbito da sessão de apresentação do livro "Memória", no Salão da Junta de Freguesia de Urros (Torre de Moncorvo). O livro será apresentado por Manuel Mendes.
Porque o momento é de festa, seguir-se-á, às 18h30, um lanche convívio. A entrada é livre e todos serão bem vindos.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #4 Margarida Coelho
Publicamos hoje, 16 de agosto, no dia em que passam 95 anos sobre o nascimento de Octávio Lixa Filgueiras, o depoimento de Margarida Coelho, o quarto dos sete que foram gravados para a exposição “Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade”.
Neste testemunho, Margarida Coelho deixa transparecer o afeto e o reconhecimento pela figura que marcou momentos determinantes da sua vida: da aprendizagem académica na Escola de Belas Artes do Porto à viagem pela Dinamarca, do exercício inicial de uma prática do ofício à incursão pelos domínios do património, com a passagem pelo Instituto Português do Património a representar um marco importante do seu percurso profissional, mas, sobretudo, a lição recebida sobre um certo modo de pensar, questionar e refletir como fundamento prévio de uma qualquer ação. E da narrativa pessoal, da história de uma amizade que se foi consolidando no tempo, vão emergindo também outros personagens e territórios.
Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade | Conversa #2 - O Vídeo da sessão
Para situar o pensamento, ação pedagógica e obra de Octávio Lixa Filgueiras e refletir criticamente sobre o seu sentido nos dias de hoje, Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota propuseram a realização de duas conversas. A primeira a 26 de maio, com a participação de Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Raquel Paulino e Pedro Bandeira, e a segunda a 26 de junho, com Bruno Gil, Edite Rosa, Helena Maia, Jorge Figueira, Pedro Baía e a participação especial de José Forjaz. Por imprevistos de ordem técnica, não ficou registada a primeira sessão, mas, com o apoio da TVU, torna-se agora possível disponibilizar a todos os interessados a gravação da segunda sessão que, devido à sua duração, está dividida em duas partes.
Para aceder à gravação nos seguintes links: Parte 1 e Parte 2
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #3 Álvaro Meireles
Álvaro Meireles foi aluno e, mais tarde, colaborador de Octávio Lixa Filgueiras. Das memórias que preserva sobressai a amizade que, passo a passo, foi transformando a irreverência dos primeiros encontros numa cumplicidade evidente de interesses, assente em muitas histórias vividas em comum. Com este depoimento, o terceiro da série, atravessamos vários tempos, conduzidos por um testemunho que vai cruzando as vivências da Escola de Belas Artes com a experiência de Atelier, rematado pela narrativa de um agora improvável "barco das padeiras".
Foram 7 as entrevistas conduzidas por Gonçalo Canto Moniz, com som, imagem e edição de Luís Urbano, no dia 7 de abril de 2017, na Casa-Atelier José Marques da Silva, no âmbito do programa de sinalização do acervo de Octávio Lixa Filgueiras comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota. Em breve será lançada a quarta, com Margarida Coelho.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #2 Alexandre Alves Costa
O percurso de Alexandre Alves Costa, o segundo entrevistado da série iniciada com Carlos Carvalho Dias, cruza-se com Octávio Lixa Filgueiras num tempo ainda de formação, enquanto aluno da Escola de Belas Artes do Porto. Uma experiência pedagógica a constituir-se ponto de partida para um conjunto de reflexões sobre os fundamentos metodológicos do ensino e da própria disciplina da Arquitetura. De forma crítica, em perspetiva, sem esconder dissensões e encantamentos, Alexandre Alves Costa vai recordar também, neste seu depoimento, o ‘confronto’ entre Lixa Filgueiras e Fernando Távora, a ligação com Nuno Portas ou mesmo a passagem pelo Congresso de 63 em Barcelona.
As 7 entrevistas conduzidas por Gonçalo Canto Moniz e com som, imagem e edição de Luís Urbano, foram realizadas a 7 de abril de 2017, na Casa-Atelier José Marques da Silva, no âmbito do programa de sinalização do acervo de Octávio Lixa Filgueiras comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota
Apresentação de "Memória" e de Vídeos de Alfredo Matos Ferreira em Urros
As raízes de Alfredo Matos Ferreira, por motivos familiares, estão profundamente mergulhadas em Trás-os-Montes, circunstância que decididamente o orienta como pessoa, e lhe marca emoções e afetos, convicções e valores de vida. Moncorvo e Barca d’Alva, particularmente Urros, terra e povo, paisagem e casa, pessoas e trabalho, ofícios e artistas, os quais evocava amiúde, e dos quais, marcado pela história de vida, falava com as palavras e os gestos, os sons e as pausas do habitante enraizado e situado. (Manuel Mendes, in Roteiro de Terra d´Alva)
E foi nesse território transmontano que Alfredo Matos Ferreira sempre mostrou o desejo de nele apresentar o livro que reúne a Memória do seu percurso de arquiteto. A 24 de agosto, no âmbito das Festas de Santo Apolinário, vai cumprir-se essa vontade, no Salão da Junta de Urros e Peredo dos Castelhanos.
A sessão, com início às 17h40, vai integrar a apresentação do livro, por Manuel Mendes, e a projeção de registos videográficos, filmados e editados pelo próprio Alfredo Matos Ferreira: Centeio e Raízes.
A concretização da iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e da Junta de Freguesia de Urros e Peredo dos Castelhanos. Entrada livre.
Depoimentos sobre Octávio Lixa Filgueiras | #1 Carlos Carvalho Dias
Em 1955, ainda Arquiteto Estagiário, Carlos Carvalho Dias foi selecionado para o Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa, integrando, conjuntamente com Arnaldo Araújo, a equipa coordenada por Octávio Lixa Filgueiras para o território de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O seu depoimento recorda esta experiência marcante, o seu encontro com Lixa Filgueiras, figura com quem refere sentir-se intelectualmente em sintonia, mas também lança um olhar sobre o meio portuense da década de 50, os seus agentes e as suas referências.
Este é a primeira das 7 entrevistas conduzidas por Gonçalo Canto Moniz e com som, imagem e edição de Luís Urbano, realizadas a 7 de abril de 2017, na Casa-Atelier José Marques da Silva, no âmbito do programa de sinalização do acervo de Octávio Lixa Filgueiras comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, que a Fundação Marques da Silva passará a divulgar.
Reabilitação da Casa-Atelier José Marques da Silva recebe Menção Honrosa
Prémio João Almada 2017
A reabilitação da Casa-Atelier José Marques da Silva, projetada pelo Atelier 15, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, foi distinguida com Menção Honrosa na edição 2017 do Prémio João de Almada, uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal do Porto.
"Mais Arquitectura, Precisa-se"
Evocando a figura de Nuno Teotónio Pereira
No dia 19 de julho, a Assembleia da República aprovou o Projecto de Lei n.º 495/XIII/2ª . Seguir-se-á o debate da especialidade. Mas talvez seja interessante evocar a figura de Nuno Teotónio Pereira - personalidade que se envolveu ativamente no processo da Arquitetura Portuguesa Contemporânea e se empenhou, durante toda a sua vida, na divulgação do estatuto profissional do arquiteto e na defesa da cidadania do saber e da ação da Arquitetura - citando fragmentos de um artigo publicado em abril de 1995:
Os vinte e tal anos da sua vigência [revisão do decreto 73/73, que deu abertura à actividade de projectista não qualificados no campo da Arquitectura] corresponderam a um enorme surto da construção no País e as periferias desumanas, as paisagens destruídas, os ambientes desequilibrados aí estão para mostrar a ruindade daquele diploma. É verdade que naquela época não havia arquitectos a cobrir o território nacional, como hoje se verifica. Este facto serve de atenuante, mas não o será se as exigências a colocar aos projectistas não mudarem radicalmente, como se impõem e é possível. Porque a Arquitectura é mais do que construção: assume aspectos de qualificação do espaço, e por isso deve ser para os arquitectos.
(…)
É preciso que o direito à Arquitectura chegue a todos, dentro de um quadro de competitividade que tenha por critério a qualidade técnica e cultural.
Assim, mais arquitectura quer dizer também melhor arquitectura, e maiores responsabilidades por parte daqueles que concebem o espaço em que vivemos.”
(…)
É chegada pois a hora de reconhecer o interesse público da Arquitectura, enquanto organiza, qualifica e humaniza o espaço; disciplinar a ocupação do território, com a promulgação de uma nova lei dos solos e a assunção do desenho urbano; exigir produções de qualidade através da atribuição das respectivas responsabilidades.
"Mais Arquitectura, Precisa-se", in Tempos, Lugares, Pessoas, Edições Público, 1996
Partilha-se, hoje, o testemunho proferido pelo arquiteto José Forjaz, durante a segunda conversa programada no âmbito da exposição "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade".
Conversa #2 | O Habitat da Modernidade
26 de junho, às 18h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva
Conversa #2 | O Habitat da Modernidade
26 de Junho, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Com: Bruno Gil, Edite Rosa, Jorge Figueira, Maria Helena Maia e Pedro Baía
Moderação: Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota
No XXV Congresso Luso Espanhol para o progresso das Ciências, realizado em Sevilha, em 1960, Octávio Lixa Filgueiras proferiu a comunicação "Na Génese da Carta do Habitat". O(s) texto(s) que então lhe serviram de suporte, manuscritos e datilografados, apresentados na Exposição atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva, lançam o tema em debate no que será o segundo encontro a realizar no âmbito da programação paralela a "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade".
E para nos ajudar a melhor compreender as ideias e ação de Lixa Filgueiras, depois de Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Raquel Paulino e Pedro Bandeira, convidados do encontro realizado no mês de maio, tomam agora a palavra Bruno Gil, Edite Rosa, Jorge Figueira, Maria Helena Maia e Pedro Baía. A conversa, moderada por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, será igualmente alargada a todos aqueles que nela desejarem participar.
"João Marcelino Queiroz, filho de Abílio de Sequeira Pinto Queiroz e Branca Laura Pimentel de Lima Queiroz, nasceu no Porto a 23 de Junho de 1892. [...] Em frente à casa paterna, [em Santa Catarina] do outro lado da rua, João Queiroz construiu, nos anos 20, encomendada pelo seu pai e em terreno da família, a sua primeira obra, já (ou ainda) moderna, na sua racionalidade funcional e depuração de desenho. Foi numa sala das traseiras desta casa, que montou, numa pequena sala, o escritório onde trabalhou toda a vida. [...] Obtém o Diploma de Arquiteto em 1926, depois de ter trabalhado durante dois anos na Administração Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. [...] Sempre trabalhou só, desenhando, ele próprio, todas as peças do projeto. O número crescente de clientes, sobretudo na década de quarenta, não fez crescer o seu pequeno escritório, mas sim as suas horas de trabalho tranquilo. É impressionante o número de processos com a sua assinatura que se encontram nos arquivos da Câmara. Com a mesma naturalidade com que viveu, morreu aos 90 anos, no dia 25 de Fevereiro de 1982."
Octávio Lixa Filgueiras: O Habitat da Modernidade
Prolongamento da Exposição
A exposição atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva vai poder continuar a ser visitada até 30 de Junho.
Aproveite esta última oportunidade para conhecer os documentos que Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota seleccionaram para nos apresentar diferentes momentos e dimensões da vida e obra de Octávio Lixa Filgueiras.
Conversa #2 | o Habitat da Modernidade
26 de Junho, Casa-Atelier José Marques da Silva, 18h00
"Tal como a Carta de Atenas, a Carta do Habitat virá a constituir uma espécie de Declaração dos Direitos de Homem (ou deveres) no domínio especial do meio de vivência. E a premência duma tal acção é tanto maior, quanto, um pouco por toda a parte, as iniciativas tendentes a substituir os bairros sórdidos e as casas de lata correspondem mais a uma substituição de roupa velha por roupa limpa, mantendo os corpos sujos, do que a uma integração desses mesmos corpos sujos nos quadros duma vida decente, único processo conhecido de deixarem a sujeira (...) Mas a grande palavra tem de ser dada através dum instrumento orgânico, subordinado a uma intenção superior, necessariamente não demagógica, necessariamente consciente e responsável. Trata-se de questões de sobrevivência e nada mais…"
(Octávio Lixa Filgueiras, Na génese da Carta do Habitat, 1960)
Bruno Gil, Jorge Figueira, Edite Rosa, Maria Helena Maia e Pedro Baía são os convidados para a segunda conversa em torno da exposição atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva sobre o acervo de Octávio Lixa Filgueiras. Com moderação de Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota vai debater o conceito agregador deste projeto: O Habitat da Modernidade.
A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
Visita guiada (2) à exposição sobre Octávio Lixa Filgueiras
E Gonçalo Canto Moniz voltou a guiar uma visita à Exposição “Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade” dando a conhecer o conceito que subsiste à estrutura proposta, traçando o longo arco que se desenha desde o momento matricial do CODA ao debate sobre Museus e Património, ou ao papel desempenhado na génese de outras escolas de arquitetura, neste último caso, domínios a servir de base para futuras iniciativas. Oportunidade privilegiada para se falar de documentação que apenas um Aquiteto poderia realizar e que inclui a passagem pelo debate dos CIAM ou experiências pedagógicas que têm nas sua base novos métodos de investigação e defendem uma nova dimensão para a função do arquiteto.
Ficou o convite para o debate que se segue, a 26 de junho, sobre o Habitat da Modernidade, com Bruno Gil, Jorge Figueira, Edite Rosa, Maria Helena Maia e Pedro Baía.
"Barney / Távora. Correspondencias"
Conferência de Andrés Felipe Erazo Barco, seguida de debate com a participação de Sergio Fernandez e Carlos Machado
2 de Junho, 17h00, Casa Cor-de-Rosa - FAUP
O Professor e Investigador Andrés Felipe Erazo Barco, da Universidad de San Buenaventura Cali, Colômbia, vai apresentar a investigação que está de momento a desenvolver sobre Benjamín Barney (Cali – Colombia, 1941), cuja obra apresenta interessantes afinidades com a de Fernando Távora.
A sua pesquisa sobre Fernando Távora conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Expo OLF: Visita Guiada #2
Por Gonçalo Canto Moniz
3 de junho, 16h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
No próximo sábado, poderá visitar ou revisitar a exposição dedicada a Octávio Lixa Filgueiras - uma primeira mostra da documentação recentemente doada à Fundação Marques da Silva - na companhia de Gonçalo Canto Moniz, um dos seus comissários.
Será a oportunidade para revisitar um momento particular da Arquitetura Portuguesa, analisar o contributo de Octávio Lixa Filgueiras e abordar algumas experiências pedagógicas que marcaram o ensino da arquitetura, em particular na escola do Porto.
Entrada gratuita, apenas condicionada a inscrição prévia para fims@reit.up.pt ou 225518557
Exposição "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade" | notas sobre a conversa #1
A primeira conversa inspirada na exposição dedicada a Octávio Lixa Filgueiras suscitou um empolgante debate que se estendeu à assistência.
Com um painel formado por professores de escolas de arquitetura do Porto, Lisboa, Coimbra, Minho e até mesmo Delft, foram abordadas temáticas e documentos tão diversos quanto a CODA "Urbanismo um tema rural", o manuscrito em defesa de uma Carta do Habitat, o livro "Da função social do arquiteto", ou a aplicação/organização/funcionamento da disciplina de Arquitetura Analítica. Diferentes perspetivas e várias questões formuladas que se transformaram em contributos para um melhor enquadramento do método proposto por Lixa Filgueiras para a formação do arquiteto. O debate explorou ainda as razões da suspensão deste programa pedagógico e a sua relevância para a cultura arquitectónica e pedagógica do pós-25 de Abril, inclusive para os atuais movimentos participativos.
Olhares distintos que se cruzaram num sentir unânime: o conhecimento do acervo que em breve ficará disponível para investigação na Fundação Marques da Silva permitirá reposicionar o papel de Octávio Lixa Filgueiras e um legado onde, entre os acertos com a contemporaneidade do tempo particular que lhe assiste, entre os anacronismos ou visões vanguardistas que reflete, perpassa a história da disciplina, em geral, e da escola do Porto, em particular.
Em breve esperamos ser possível divulgar o registo em vídeo desta sessão. A próxima está agendada para 26 de junho e terá como convidados Bruno Gil, Jorge Figueira, Edite Rosa, Maria Helena Maia e Pedro Baía.
Conversa #1 | Da função social do arquiteto
Hoje, às 18h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva
Conversa #1 | Da função social do arquiteto
26 de maio, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Com: Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Pedro Bandeira e Raquel Paulino
Moderação: Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota
Em 1962, Octávio Lixa Filgueiras publicou a tese que serviu de base à prova de agregação à Escola de Belas-Artes do Porto, Da função social do arquitecto: para uma teoria da responsabilidade numa época de encruzilhada. Mais de duas décadas depois, em 1985, é lançada a segunda edição, com prefácio de Pedro Vieira de Almeida. E daqui se retira o mote para encontro de hoje, com um grupo de convidados que promete, sob moderação de Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, uma boa e acesa conversa:
Ana Tostões tem realizado um conjunto de projectos de investigação sobre a arquitectura moderna portuguesa, nomeadamente, o livro Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos anos 50 (FAUP, 1995) e Idade Maior: Cultura e tecnologia na arquitectura moderna portuguesa (FAUP, 2014). Neles enquadra o contributo de OLF para o debate nos congressos CIAM e para o Inquérito à Arquitectura Popular, a partir de uma outra atitude perante a profissão e a arquitectura: o papel social do arquitecto.
Raquel Paulino, em ESBAP|FAUP. O Ensino da Arquitetura na ‘Escola do Porto’. Construção de um Projeto Pedagógico entre 1969 e 1984 (FAUP, 2013) abordou o quotidiano da Escola do Porto nos anos 1970, e, consequentemente o papel do professor Octávio Lixa Filgueiras na construção de um projecto pedagógico de escola em dois momentos paradigmáticos: 1970 e 1974.
Pedro Bandeira organizou recentemente, em Guimarães, a exposiçãoEscola do Porto, Lado B - Uma história oral (1968 — 1978)(2014), onde mapeou as culturas alternativas que emergiram na ESBAP nos anos 1960 e 1970, para as quais OLF contribuiu com a sua disciplina Arquitectura Analítica.
Eduardo Fernandes realizou investigação sobre a relação entre a Escola do Porto e o atelier no período que medeia os anos 1940 e os anos 1980. Em A escolha do Porto : contributos para a actualização de uma ideia de escola (UM, 2011), aprofundou o papel de Octávio Lixa Filgueiras enquanto aluno e professor, dando especial relevo à sua CODA: Urbanismo: um tema rural.
Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade
Conversa #1 | Da função social do arquiteto
26 de maio, Casa-Atelier José Marques da Silva, 18h00
"...o arquitecto, para realizar-se tem de saber fazer e, ao mesmo tempo, conhecer as coisas, e os homens, e o mundo, e a vida..." (Octávio Lixa Filgueiras, Da Função Social do Arquiteto)
Vai decorrer na próxima sexta feira a primeira de duas conversas promovidas no âmbito da Exposição “Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade” . Neste primeiro encontro, o tema proposto foi “da função social do arquiteto” e para o debater estarão presentes Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Pedro Bandeira e Raquel Paulino.
Moderação a cargo de Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota.
+ info
"História das Pinturas e Pinturas com História"
A sessão de 18 de maio, no Palacete Lopes Martins
O catálogo digital da coleção de pintura da Fundação Marques da Silva foi apresentado no Dia Internacional dos Museus. Artur Vasconcelos, destacou, pela(s) história(s) que têm para contar, 4 obras, das 118 que aí se encontram representadas por ordem cronológica dos autores: Retrato de Marques da Silva, de Veloso Salgado; Marinha, de Abel Cardoso; Manhente, de Marques da Silva; e Bebé e Lilita, de Aurélia de Sousa.
Veloso Salgado, com o autorretrato de 1895 exposto em pano de fundo, foi ainda destacado no âmbito do Roteiro que a TVU construiu para quem deseje ficar a conhecer as suas pinturas no Porto, um projeto em fase de finalização.
Vítor Silva concluiu a sessão com a partilha de um conjunto de reflexões sobre o retrato e o autorretrato, abordando a forma como este age no observador, as muitas impressões, sentidos e experiências estéticas que transporta ou suscita esse outro “lugar de identidade”.
"Octávio Lixa Filgueiras: O Habitat da Modernidade"
Conversa #1 | Da Função Social do Arquiteto
Com Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Pedro Bandeira e Raquel Paulino
Moderação de Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota
"Octávio Lixa Filgueiras: O Habitat da Modernidade" Conversa #1 | Da Função Social do Arquiteto
Com Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Pedro Bandeira e Raquel Paulino
Moderação de Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota 26 de maio, 18h00, Casa-Atelier José Marques da Silva
No âmbito da programação paralela à Exposição "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade" vai decorrer, no próximo dia 26 de maio, a primeira de duas conversas que têm como objetivo contribuir para uma reflexão crítica sobre dois temas centrais no percurso de Octávio Lixa Filgueiras e da Arquitectura Portuguesa: a função social do arquiteto e o habitat da modernidade.
Na próxima sexta-feira será a vez de Ana Tostões, Eduardo Fernandes, Pedro Bandeira e Raquel Paulino abordarem o primeiro dos temas propostos pelos dois comissários, Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, que também asseguram a moderação da conversa.
A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço. Venha e participe!
O Catálogo da Coleção de Pintura da Fundação Marques da Silva
E a partir de hoje já pode ficar a conhecer a Coleção de Pintura da Fundação Marques da Silva. São 118 obras que José Marques da Silva foi reunindo, em múltiplas circunstâncias da sua vida, e que agora surgem devidamente identificadas e enquadradas pela investigação levada a cabo por Artur Vasconcelos. A publicação, acessível em formato digital, tem prefácio de Raquel Henriques da Silva.
É com um convite para vir ao Palacete Lopes Martins conhecer o Catálogo da Coleção de Pintura da Fundação Marques da Silva e um Roteiro de Veloso Salgado no Porto que se inicia a Newsletter #25, publicada hoje, 18 de maio, dia em que os Museus e as suas coleções estão em destaque.
Para aceder à leitura da Newsletter #25, pf clique aqui
Este autorretrato de Veloso Salgado, obra inacabada de finais do século XIX, foi recentemente identificado por Artur Vasconcelos, na sequência da investigação desenvolvida sobre a coleção de pintura de José Marques da Silva. O seu reconhecimento vem representar um importante contributo para a construção da iconografia de Veloso Salgado, onde, até à data, apenas se encontravam identificadas mais três obras de autorrepresentação:uma pintura de 1907, outra intitulada Grupo de família Veloso Salgado, de 1911, e ainda uma outra de 1931, onde o pintor se faz representar tendo como pano de fundo a sua obra Juventude.
Veloso Salgado, durante a sua estadia em Paris foi "compagnon de route" de José Marques da Silva, facto que justifica a presença da obra nesta coleção. Amanhã poderá observá-la e e ficar a conhecer um pouco mais da sua "história", pois estará exposta no Palacete Lopes Martins para a sessão que se inicia às 18h00.
"Quando falamos de Marques da Silva é quase impossível esquecer o arquiteto para focar apenas o aguarelista. Na verdade, um não existe sem o outro. O desenho e a pintura, porém, não se esgotam no processo da arquitetura, pelo contrário, autonomizam-se e consolidam uma forma de expressão com identidade e características singulares, qualidades visíveis no vasto conjunto de aguarelas executadas pelo arquiteto e que forma parte da coleção de pintura da FIMS."
(Artur Vasconcelos, in "Do retrato à paisagem", 2017)
A coleção de pintura da Fundação Marques da Silva, onde se insere um conjunto significativo de aguarelas da autoria do próprio Marques da Silva, será apresentada na sessão de 18 maio. Para além do lançamento do catálogo, será ainda apresentado um projeto multimédia que resulta num Roteiro de Veloso Salgado no Porto.
Em 1978, o Gabinete de Arquitetura de José Carlos Loureiro ganhou um concurso para a realização de espaços, de novas construções e de renovação do Santuário de Fátima.
O desenho que agora publicamos data de 1984 e representa um estudo para o Altar.
História das pinturas e pinturas com história
O Dia Internacional dos Museus na Fundação Marques da Silva
Com: Maria de Fátima Marinho, Vítor Silva, Artur Vasconcelos e Joana Miranda
História das pinturas e pinturas com história
Dia Internacional dos Museus 2017 18 de maio, Palacete Lopes Martins, 18:00
A assinalar mais um Dia Internacional dos Museus, a Fundação Marques da Silva vai apresentar e lançar o catálogo da coleção de pintura pertencente a esta instituição. "Do retrato à paisagem" é o título da obra que dará a conhecer a totalidade das pinturas reunidas pelo arquiteto José Marques da Silva, enquadradas pela investigação de Artur Vasconcelos, que assume a sua autoria, com prefácio de Raquel Henriques da Silva.
Nessa mesma sessão, a TVU vai apresentar um Roteiro de Veloso Salgado no Porto, um projeto multimédia construído a partir da exposição "Mais que o sonho da passagem", que em 2014 congregou um conjunto alargado de instituições para celebrar os 150 anos do nascimento deste pintor.
A partir das 17h00 será possível aceder ao Palacete Lopes Martins, onde se expõe uma pequena amostra da coleção de pintura e se disponibilizam os novos conteúdos digitais.
A abrir a sessão estará a Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho. Como orador convidado estará presente Vítor Silva, Professor de Desenho da Faculdade de Arquitectura da UPorto, ficando a apresentação do catálogo a cargo do seu autor, o arquiteto Artur Vasconcelos, e a apresentação do roteiro, a cargo de Joana Miranda, Diretora da TVU.
Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade
A visita guiada do dia 6 de maio
Decorreu, no passado sábado, 6 de maio, a primeira de duas visitas guiadas por Gonçalo Canto Moniz à exposição atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva. “Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade” aborda o C.O.D.A., o trabalho de campo desenvolvido pela equipa coordenada por Octávio Lixa Filgueiras para o Inquérito à Arquitetura Portuguesa, a participação nos C.I.A.M., a agregação à Escola de Belas Artes do Porto e o trabalho pedagógico nela desenvolvido. Estruturada em 8 núcleos evoca ainda outras áreas de interesse de Octávio Lixa Filgueiras e integra depoimentos de antigos alunos e colaboradores.
A próxima visita está agendada para 3 de junho, sábado, às 16h00.
"O edifício Barjona de Freitas é hoje a marca mais visível da forte ligação da família Marques da Silva a Barcelos. (...) Esta obra pode ser também lida com o valor simbólico de uma passagem de testemunho: surge nos anos finais da longa carreira de José Marques da Silva (que viria a falecer em 1947) mas, simultaneamente, marca o início da atividade profissional da sua filha, Maria José Marques da Silva. A jovem arquiteta (primeira com este título formada pela Escola de Belas Artes do Porto) fazia nesta altura o seu tirocínio (estágio profissionalizante necessário à conclusão do curso de Arquitetura nas Belas Artes do Porto) no ateliê do pai, tendo tido um papel importante no processo de conceção do projeto...".
Da autoria de Eduardo Fernandes, a Galeria de obras de José Marques da Silva conta com uma nova entrada dedicada ao Edifício Barjona de Freitas, em Barcelos.
"Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto" - o vídeo
Já se encontra disponível o vídeo realizado pela TVU a propósito do programa "Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto", decorrido no passado dia 18 de abril, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, enquadrou a doação do Acervo profissional deste Arquiteto à Fundação Marques da Silva com a realização de um colóquio, da sessão de assinatura e de uma exposição, "Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade", que se mantém patente ao público até 18 de junho, podendo ser visitada de 3ª a 5º feira, entre as 14:30 e as 17:30.
Nos próximos dias 6 de maio e 3 de junho há visitas guiadas por Gonçalo Canto Moniz. Esperamos por si!
A conferência de José Francisco Alves sobre "Teixeira Lopes e Pinto do Couto: escultores portugueses e suas obras no Brasil" no Palacete Lopes Martins
Com a Arte a aproximar fronteiras, José Francisco Alves desenhou o roteiro de uma viagem entre Porto e Rio Grande do Sul, com passagem pelo Rio de Janeiro, para dar a conhecer património brasileiro moldado por dois escultores portugueses: Teixeira Lopes e Rodolfo Pinto do Couto. A conferência decorreu no Palacete Lopes Martins, uma casa de brasileiro, sob o olhar de Caim, escultura oferecida por Teixeira Lopes a José Marques da Silva como prenda de casamento.
Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade
6 de maio e 3 de junho
Visitas Guiadas à exposição
Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade
6 de maio e 3 de junho - 16:00 Visitas Guiadas à exposição
A exposição Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade, constitui uma primeira mostra do acervo recentemente doado à Fundação Marques da Silva. Comissariada por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, centra-se na questão do ‘habitat’ e na transversalidade e problematização desta questão em diferentes facetas do percurso do arquiteto Octávio Lixa Filgueiras, percorrendo diferentes facetas e momentos do percurso do arquiteto Octávio Lixa Filgueiras.
Nos próximos dias 6 de maio e 3 de junho, Gonçalo Canto Moniz vai guiar uma visita à exposição. Os interessados deverão fazer a sua inscrição até ao dia anterior à sua realização através de email para fims@reit.up.pt ou contaco telefónico, 22 5518557. As visitas iniciam-se às 16h00, são de acesso gratuito, mas estão limitadas a um número máximo de 30 participantes.
Hoje fala-se de Escultura no Palacete Lopes Martins!
José Francisco Alves vem falar de um dos compagnons de route de José Marques da Silva, António Teixeira Lopes e de um seu discípulo, Rodolfo Pinto do Couto, dois escultores portugueses com obra em território brasileiro.
A sessão começa às 18h00 e contamos com a sua presença.
Rodolfo Pinto do Couto (1888-1945), escultor, professor e publicista nascido no Porto, começou por frequentar o ateliê do mestre António Teixeira Lopes. Concluída a sua formação, entre a Escola de Belas Artes do Porto e de Paris, partiu para o Brasil, país onde vem a casar com a escultora Nicolina Vaz de Assis e manterá durante largos anos um influente ateliê. Das muitas obras realizadas em território brasileiro, destaca-se o monumento funerário do senador Pinheiro Machado (1923), no cemitério da Santa Casa de Porto Alegre, e o grupo escultórico no Cemitério da Consolação (S. Paulo).
Dados inéditos sobre a obra deste escultor serão apresentados por José Francisco Alves, na conferência de amanhã, dedicada à obra de Teixeira Lopes e Pinto do Couto no Brasil.
Palacete Lopes Martins (Pr. Marquês de Pombal, nº 30), às 18h00. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
As imponentes portas em bronze da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, são da autoria de António Teixeira Lopes (1866-1942) e resultam de uma encomenda recebida do Brasil em 1897. Deste mesmo país, mas para a cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Teixeira Lopes Lopes receberá ainda o convite para executar o monumento a Bento Gonçalves. A transferência das cinzas deste herói da Revoução Farroupilha para o pedestal do monumento, em 1909, marca a sua inauguração, no centro da praça de Tamandaré.
A obra de Teixeira Lopes no Brasil tem vindo a ser estudada por José Francisco Alves e constitui um dos temas da conferência a proferir na próxima quinta feira, às 18h00, no Palacete Lopes Martins (Pr. Marquês de Pombal, nº 30, Porto)
Edifício Parnaso: Visita da EIAFR com José Carlos Loureiro
José Carlos Loureiro revisitou hoje o edifício Parnaso e proporcionou ao grupo de alunos da Haute École d´ Ingénierie et d´Architecture de Fribourg um momento único. Em discurso direto e com o sentido de humor que o caracteriza, falou das circunstâncias e contextos que ditaram as opções de projeto de um então jovem arquiteto. A visita aos diferentes espaços interiores, apenas foi possível com a generosa colaboração dos seus atuais proprietários.
Teixeira Lopes e Pinto do Couto: escultores portugueses e suas obras no Brasil
Conferência de José Francisco Alves
27 de abril, Palacete Lopes Martins, 18:00
"Teixeira Lopes e Pinto do Couto: escultores portugueses e suas obras no Brasil"
Conferência de José Francisco Alves 27 de abril, Palacete Lopes Martins, 18:00
Entrada livre
Teixeira Lopes e Rodolfo Pinto do Couto foram dois grandes escultores portugueses do final do séc. XIX e princípios do séc. XX. Formados no Porto, ambos prosseguiram os seus estudos em Paris, tendo posteriormente encetado carreiras artísticas de sucesso, com passagem pelo Brasil. De Teixeira Lopes, este país possui duas obras monumentais, o Monumento ao General Bento Gonçalves, inaugurado em 1909 na cidade de Rio Grande, extremo sul, e as Portas Monumentais da Igreja da Candelária, no centro da cidade do Rio de Janeiro, inauguradas no mesmo ano. Por sua vez, Pinto do Couto, que se viria a casar com a escultora brasileira Nicolina Vaz de Assis, manteve um movimentado e influente ateliê no Rio de Janeiro, antes de regressar ao Porto. Das numerosas obras realizadas, destaca-se o Monumento Tumular do Senador Pinheiro Machado, em Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul.
A propósito do Dia Mundial do Livro, um olhar de Manuel Montenegro sobre a biblioteca de Fernando Távora conservada na Fundação Marques da Silva, um texto que nos fala de bibliotecas de arquitetos e dos sentidos que vão acrescendo aos livros pelas intersecções que estabelecem, pela forma como foram sendo construídas.
OLF #3 - Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade
Abertura da Exposição
A exposição Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade, comissariada por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, centra-se na questão do ‘habitat’ e na transversalidade e problematização desta questão em diferentes facetas do percurso do arquiteto Octávio Lixa Filgueiras, ao mesmo tempo que anuncia a importância do acervo mostrando alguma da documentação que o compõe.
Foi organizada no âmbito da doação do acervo de Octávio Lixa Filgueiras à Fundação Marques da Silva, sendo a sua inauguração, parte integrante do programa realizado no dia 18 de abril de 2017.
OLF #2 - Assinatura do Contrato de Doação do Acervo de Octávio Lixa Filgueiras à Fundação Marques da Silva
A assinatura do contrato de doação do Acervo de Arquitetura de Octávio Lixa Filgueiras, pelos representantes da instituição e da família, veio formalizar um gesto que permitirá a disponibilização de mais de 3.000 itens, entre peças desenhadas e escritas (manuscritas, dactilografadas ou impressas) relativas ao exercício da Arquitetura, mas também um amplo e diversificado conjunto de dossiês que documentam o seu percurso académico, de estudante e de docente, assim como outros domínios de actividade como sejam a participação nos CIAM, na área da museologia ou património, caso dos levantamentos e roteiros culturais elaborados para o Ministério Nacional da Educação em finais da década de 70.
A sessão contou ainda com a participação de Margarida Coelho e Armando Coelho Ferreira da Silva que, em complemento às intervenções realizadas no âmbito do colóquio, reforçaram o sentido da doação e da abertura do acervo para investigação. Focaram ainda o significado do seu contributo para a remodelação e entendimento dos Museus enquanto realidades vivas e dinâmicas e a sua ação determinante para a organização das ciências e técnicas do património no país. Foi novamente evocado o grau superlativo de especialização em arqueologia naval, bem como a sua minúcia, rigor e capacidade de sistematização ímpares.
Um acervo a conhecer…para compreender a diversidade e dimensão do trabalho de Octávio Lixa Filgueiras.
OLF #1 - Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto
Colóquio
O programa dedicado a Octávio Lixa Filgueiras começou por apresentar 4 olhares distintos sobre o percurso de uma vida marcada pela transversalidade de interesses, erudição, espírito analítico e rigor científico.
Gonçalo Canto Moniz abordou a dimensão do arquiteto, enquanto aluno e enquanto professor-investigador, assente em três parâmetros de análise: a sua condição de aluno de Mestre Carlos Ramos, num momento de transição da Escola; o arquiteto social e a renovação da Arquitetura Moderna, enunciada no CODA e transposta ao CIAM e ao Inquérito; a condição de educador, expressa numa vontade clara de construção de um método pedagógico de formação do arquiteto, reflexivo e operativo. Um longo arco temporal registado em documentos, um acervo a suscitar renovadas leituras.
Nelson Mota imprimiu uma rotação do olhar para o contexto internacional dos CIAM e para a forma como o CODA ou o trabalho do grupo coordenado por Octávio Lixa Filgueiras no Nordeste Transmontano, desenvolvido no âmbito do Inquérito à Arquitetura Popular, se entrecruzam e refletem na participação do grupo português, nomeadamente em Sigtuna e em Dubrovnik, atrvaés do debate sobre a grelha CIAM e sobre a carta do Habitat. Entre um desejo de universalidade e o problema da identidade local, transparece uma clara antecipação de questões que permanecem atuais, como é o caso do ‘banal’ e rural ou da habitação para o ‘grande número’ ou o ‘fogo evolutivo’.
Com a comunicação de Nuno Miguel Costa e o mapeamento do acervo doado ao museu de Ílhavo, foi destacada a importância do fundo Octávio Lixa Filgueiras: pela qualidade do trabalho científico que lhe está subjacente, pela riqueza e extensão das áreas geográficas e culturais tratadas, enquanto pretexto para repensar dispositivos museológico, como incentivo para a promoção de projetos de divulgação e investigação sobre arqueologia e património ligado à navegação.
O colóquio encerrou com a intervenção de Domingos Tavares, num exercício de entendimento fundamentado na sua vivência pessoal de aluno de Octávio Lixa Filgueiras, figura cuja ação considerou ser importante na Escola e fundamental no confronto com outras estratégias pedagógicas. As experiências disciplinares, desenvolvidas no quadro de Arquitetura Analítica, as afinidades com Arnaldo Araújo, ou os trabalhos com Nuno Portas, foram evocados para definir Octávio Lixa Filgueiras como um espírito racional que suporta a possibilidade de divergir, um professor com uma proposta baseada numa estratégia pedagógica firmada sobre a análise, a formação e a experimentação, uma vontade de fixar uma base de ensino que tem a ver com uma atitude pessoal, um neo-realista no sentido mais puro do termo.
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, criado pelo Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) em 1982, tem como objetivo "sensibilizar os cidadãos para a diversidade e vulnerabilidade do património, bem como para a necessidade da sua proteção e valorização", uma causa particularmente cara a Octávio Lixa Filgueiras, figura que hoje celebramos com o programa de abertura da Newsletter #24, do mês de Abril.
Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto
18 de abril, a partir das 14:30
Casa-Atelier José Marques da Silva
... conhecer para compreender (...) Para muitos o arquitecto é o que faz; para uns tantos, o arquitecto também pensa; para os que sabem, o arquitecto, para realizar-se tem de saber fazer e, ao mesmo tempo, conhecer as coisas, e os homens, e o mundo, e a vida...
Octávio Lixa Filgueiras, Da Função Social do Arquitecto, 1985, p.16
14:30-17:30 Colóquio
- Abertura dos trabalhos, Maria de Fátima Marinho
- Octávio Lixa Filgueiras: professor-investigador, Gonçalo Canto Moniz
- Octávio Lixa Filgueiras e a modernidade do Habitat Rural, Nelson Mota
- O “Fundo Prof. Arquitecto Octávio Lixa Filgueiras” na afirmação marítima do Museu Marítimo de Ílhavo, Nuno Miguel Costa
- Uma estratégia pedagógica, Domingos Tavares
- Mesa redonda com todos os intervenientes e moderada pelos comissários
18:00-18:45 Assinatura do contrato de doação do acervo
Com Maria de Fátima Marinho, Carlos Filgueiras, Margarida Coelho, Armando Coelho Ferreira da Silva.
19:00-20:00 Abertura da Exposição Octávio Lixa Filgueiras: Habitat da Modernidade
Apresentada pelos comissários, Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, a exposição, construída a partir do conceito do "habitat", aborda diferentes facetas do percurso de Octávio Lixa Filgueiras e anuncia a importância do acervo mostrando parte da documentação. Será igualmente projetado um vídeo, realizado por Luís Urbano, com depoimentos de Carlos Carvalho Dias, Alexandre Alves Costa, Álvaro Meireles, Margarida Coelho, Manuel Fernandes de Sá, Manuel Mendes e Carlos Guimarães.
Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto
Colóquio, Exposição e assinatura do Contrato de Doação
18 de abril - Casa Atelier José Marques da Silva
No próximo dia 18 de abril, dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Fundação Marques da Silva vai assinalar o acolhimento do acervo do Arquiteto Octávio Lixa Filgueiras. O programa, cujo título genérico recupera um livro de referência deste arquiteto, "Da função social do arquiteto", comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota, compreende a realização de um colóquio, da sessão de assinatura do contrato de doação e uma exposição.
14:30-17:30 Colóquio
Com a Presidente da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, a abrir os trabalhos, conta com intervenções de Gonçalo Canto Moniz, Nelson Mota, Domingos Tavares e Nuno Miguel Costa.
18:00-18:45 Assinatura do contrato de doação do acervo Na mesa estarão presentes Maria de Fátima Marinho, Carlos Filgueiras, Margarida Coelho e Armando Coelho Ferreira da Silva.
19:00-20:00 Abertura da Exposição "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade"
Com visita guiada pelos comissários, Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota
O programa - de entrada livre, mas sujeito à lotação do espaço - decorre na Casa-Atelier José Marques da Silva.
"Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto"
Colóquio, Exposição e Assinatura do contrato de doação do acervo à FIMS
18 de abril, Casa-Atelier José Marques da Silva, a partir das 14:30
"Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto"
Programa comissariado por Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota 18 de abril, Casa-Atelier José Marques da Silva
14:30-17:30 Colóquio
18:00-18:45 Assinatura do contrato de doação do acervo
19:00-20:00 Abertura e visita guiada pelos Comissários à Exposição "Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade"
Octávio Lixa Filgueiras (1922-1996) foi um dos primeiros arquitetos portugueses a explorar ligações entre a arquitetura e as ciências sociais. Para além de arquiteto, Lixa Filgueiras foi também etnógrafo e arqueólogo. Formou-se na Escola de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1953, onde foi aluno de Carlos Ramos e colega, entre outros, de Fernando Távora, Fernando Lanhas, João Andresen ou José Carlos Loureiro. Na sua tese de licenciatura (CODA) Lixa Figueiras apresentou uma inovadora abordagem teórico-prática à questão do mundo rural como um tema central para o urbanismo moderno. Filgueiras foi membro da Organização dos Arquitectos Modernos (ODAM) e participou nas reuniões preparatórias do grupo CIAM Porto. É neste contexto que retoma a investigação da CODA para escrever sobre o Habitat, procurando dar o seu contributo para a elaboração em 1953 da Charte de l’Habitat (A Carta do Habitat), o documento que os membros do CIAM Internacional ambicionavam criar para complementar a famosa Charte d’Athènes de l’Urbanisme (Carta de Atenas do Urbanismo).
No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a Fundação Marques da Silva vai assinalar a doação do acervo do Arquiteto e Professor Octávio Lixa Filgueiras. O programa, comissariado pelos Professores Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota integra, para além da formalização do gesto, através da assinatura do contrato entre a Presidente do CA da Fundação e os herdeiros de Octávio Lixa Filgueiras, um colóquio e uma exposição onde se procura refletir sobre a forma como a ideia de Habitat está presente nos seus textos, nos seus desenhos, nas suas fotografias, nos seus livros e também na sua arquitetura, debatendo o seu contributo para a consolidação de uma abordagem humanista na construção e preservação do património cultural e arquitectónico.
Em Dia Mundial da Poesia, "A Máquina", de Octávio Lixa Filgueiras
E porque as Artes se cruzam, em Dia Mundial da Poesia, partilhamos “A Máquina”, de Octávio Lixa Filgueiras, arquiteto cujo acervo será doado à Fundação Marques da Silva no próximo dia 18 de abril:
A Máquina
A negra aranha
segregou a baba pegajosa;
Um fio branco
errou no ar
Suspenso duma garra,
Mas eis que foi sugado
Em turbilhão de cores
Sumido em torvelinho
Por hastes, pás e braços
Roladores.
Os crótalos metálicos
Chocaram-se no ar
E, com chispas luminosas,
Faíscaram no espaço
Ríspidos cantares
De aço contra aço.
Zumbidos surdos
E cânticos monótonos,
Trilos agudos
De ferro emperrados
Esvoaçaram
em vagas ondulantes,
E como aríetes gigantes
Malharam duramente
As duras portas de bronze
Da grande nave escura
"Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico", de José António Bandeirinha
O lançamento na Casa-Atelier José Marques da Silva
Três temas, corporizados em três personagens, associados a três tipologias urbanas. Assim se encontra estruturado o livro de José António Bandeirinha, “Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico”, apresentado por Jorge Figueira, no passado dia 15, no Porto, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Um livro onde filósofos ‘rivalizam’ com arquitectos, onde se exprime um desejo de urbanidade, onde se percorre um caminho de questionamento que desemboca na Praça da Autonomia de uma cidade idealizada, um manifesto que convoca a poesia para nos ajudar pensar.
Ainda nesta sessão e tal como em Coimbra, no passado dia 9, Alexandre Alves Costa enquadrou a doação à Fundação Marques da Silva da memória documental do projeto realizado para a Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, por Fernando Távora e José António Bandeirinha, na década de 90. Espaço que o próprio Alexandre Alves Costa viria, mais tarde, a ser convidado a pensar.
Hoje, no dia em que lançamos, no Porto, o quinto volume das Conferências Arquiteto Marques da Silva, sai a Newsletter #23.
Das notícias publicadas destacamos a entrada de um novo acervo: a partir de 18 de abril, Octávio Lixa Filgueiras passará a pertencer à família de arquitetos representados nesta Fundação que tem como missão preservar a sua memória documental, bem como promover o estudo e a divulgação das suas obras.
O lançamento de "Arquitectura. A Praça da Autonomia, Epistemologia, Pensamento Crítico" no Círculo Sereia, em Coimbra
No passado dia 9 de março decorreu, no CAPC – Círculo Sereia, em Coimbra, a primeira sessão de lançamento do livro de José António Bandeirinha, Arquiteto formado pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, a exercer presentemente, para além da curadoria e investigação, as funções de Professor Catedrático do Departamento da Universidade de Coimbra.
O livro foi apresentado por Jorge Figueira, Diretor do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que assumirá igualmente a apresentação do livro na sessão a decorrer amanhã no Porto, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Na ocasião, e como noticiado, Alexandre Alves Costa, cujo percurso docente e profissional se cruza com a Universidade de Coimbra e as intervenções programadas para a Sala dos Capelos, recordou as fases deste processo, enquadrando assim o projeto de Fernando Távora, cuja memória documental passou a integrar, por decisão de José António Bandeirinha, seu colaborador, o acervo depositado na Fundação Marques da Silva.
Entre 4 e 11 de março, a cidade tem vindo a celebrar as camélias e a Funddação Marques da Silva junta-se à iniciativa dando a ver a beleza das árvores que pontuam de cor os seus jardins num álbum lançado hoje em facebook.
"Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico"
Lançamento hoje, em Coimbra
"O domínio sobre a matéria e sobre o território parece aproximar a Arquitectura desse método e desses processos mas, na verdade, isso só acontecerá se alguma vez a afastarmos da sua autonomia, conquistada a partir de dentro do sistema político e social — em síntese da Utilitas e da Venustas. Essa é a razão pela qual a Praça da Autonomia tem que ter um lugar central na cidade-Arquitectura. É uma autonomia conquistada por dentro da política que se liberta historicamente do sistema da política.
In "Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico", de José António Bandeirinha, o novo livro da coleção Conferências Marques da Silva
O lançamento em Coimbra é hoje, no Círculo Sereia, às 18:00, numa sessão que conta com a participação de Fátima Marinho, José António Bandeirinha, Jorge Figueira e Alexandre Alves Costa.
A coleção "Conferências Marques da Silva" está mais acessível
O lançamento de um novo volume associado a outras condições de distribuição permitiram reequacionar o pvp dos livros integrados na coleção "Conferências Marques da Silva".
Assim, exceptuando o novo exemplar - Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico, de José António Bandeirinha - com um preço particularmente convidativo de 10,00 €, após lançamento, os restantes volumes passam a ter um preço unitário de 15,00 € (se adquiridos na FIMS ou através da sua Loja online, auferem sempre de 10% de desconto).
O livro de Alexandre Alves Costa, O Liceu Alexandre Herculano: História, Projecto e Transformação, encontra-se esgotado e, de momento, não pode ser vendido na loja online da FIMS ou reposto nos circuitos comerciais.
"Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico"
Lançamento do livro de José António Bandeirinha
"Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico" | Lançamento de livro
Com: Maria de Fátima Marinho, José António Bandeirinha, Jorge Figueira e Alexandre Alves Costa
9 de março, 18:00 - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra - Círculo Sereia 15 de março, 18:00 - Casa-Atelier José Marques da Silva (Porto)
Com lançamento previsto em Coimbra (9.03) e no Porto (15.03), o livro de José António Bandeirinha propõe uma reflexão sobre a autonomia da Arquitectura e o seu entendimento na contemporaneidade, utilizando como recurso a metáfora da cidade. A nova publicação insere-se na coleção Conferências Arquiteto José Marques da Silva e será apresentada por Jorge Figueira.
No âmbito desta sessão e na sequência da recente entrega à Fundação Marques da Silva, pelo autor do livro, de um conjunto de elementos relativos ao projeto desenvolvido, na década de 90, por Fernando Távora, com a colaboração de José António Bandeirinha para a remodelação e ampliação do número de doutorais da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, Alexandre Alves Costa falará sobre a obra.
Esta iniciativa conta com o apoio do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, da Livraria Circo de Ideias e da Universidade do Porto.
Há novidades para descobrir na Exposição Virtual do Centenário da Avenida
A exposição virtual "No Centenário da Avenida" tem novidades: está mais interativa e tem dados novos em todos os campos.
Assumida como um projeto em permanente atualização foi ampliada e apresenta uma navegação facilitada. Os três eixos das Exposição incorporaram mais documentação, em alguns casos inédita, como é o caso da imagem em destaque, um desenho de Marques da Silva, datado de 1925, para o alinhamento das fachadas da zona VI da Avenida. Os planos para o Espaço Público estendem-se até às propostas de Siza Vieira e Souto de Moura, os projetos dosEdifícios estão agrupados por quarteirões e a história dos Paços do Concelho prolonga-se agora até à sua inauguração. A narrativa vai-se fazendo com recurso a documentação de época referente aos vários tempos e ciclos de planeamento e construção, entre peças desenhadas e escritas, fotografias, postais ou gravações cinematográficas, provenientes de diversas instituições, em confronto com a utilização de meios tecnológicos que nos permitem uma direta ligação à cidade real, do presente.
Na Abertura, foi acrescentado um Mapa do Site, com as ligações que permitem compreender de forma mais rápida a estrutura da plataforma, bem como uma síntese do programa desenvolvido desde 1 de fevereiro de 2016.
Nos Outros Registos, onde a metamorfose do espaço se torna visível e humanizada com o recurso à fotografia e ao filme, os álbuns registam novas entradas.
Neste mesmo dia 17 de fevereiro, mas em 1721, o Cabido da Sé cedeu, graciosamente, à Câmara, vários terrenos de que era proprietário, para construção do logradouro público que, de Campo das Hortas, viria a tornar-se a Praça Nova, posteriormente designada Praça D. Pedro IV e hoje conhecida como Praça da Liberdade.
José António Bandeirinha
"Arquitectura. A Praça da Autonomia, Pedagogia, Epistemologia, Pensamento Crítico"
Conferência Marques da Silva 2014, agora em livro
Na contemporaneidade, as bases da autonomia da Arquitectura não se perfilam de modo sistemático, progressivo, não se equivalem em escala e são, por isso, de difícil comensurabilidade. Para além disso, também não se enquadram em jogos de equivalência harmónica, são urdidas em tecido espesso, embora de malha irregular e de acordo com padrões muito díspares, construídos ao longo do tempo em circunstâncias históricas igualmente diversificadas.
(José António Bandeirinha)
A edição de 2014 das Conferências Marques da Silva teve como conferencista José António Bandeirinha e como tema “Arquitectura, a Praça da Autonomia e o Boulevard da Epistemologia”. Com a metáfora da cidade a ser utilizada como recurso para enquadrar a complexa textura de contribuições para o entendimento da autonomia da Arquitetura, na actualidade, vai ser publicado, em versão impressa, o texto revisitado da Conferência.
Lançamento:
9 de março | Círculo de Artes Plásticas de Coimbra - Sereia, 18:00
15 de março | Casa-Atelier José Marques da Silva, 18:00
E a Casa-Atelier José Marques da Silva voltou a ser pequena para acolher todos aqueles que quiseram tomar parte no lançamento do livro que fixa o reencontro do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira com a sua obra.
Depois das palavras de dois dos editores, Maria de Fátima Marinho, pela Fundação Marques da Silva, e José Ribeiro, pela Afrontamento, foi a vez dos Arquitetos Maria José Casanova, Ana Vaz Milheiro, André Tavares e Manuel Mendes partilharem as suas impressões sobre a dimensão da pessoa, sobre a obra e o seu significado, sobre o objeto livro, sobre o desafio de acompanhar e dar corpo ao desejo expresso do autor de comunicar uma visão própria da passagem do tempo e comunicar o seu entendimento com um sentido de herança futura.
“Memória” revela a revisitação crítica do percurso de uma vida e permite descobrir, entre escritos e imagens, facetas, por vezes inéditas, da experiência projetual de Alfredo Matos Ferreira.
"Memória", de Alfredo Matos Ferreira
Lançamento do livro
13 de fevereiro, 18:00, Casa-Atelier José Marques da Silva
"Memória", de Alfredo Matos Ferreira
Lançamento do livro
Com Ana Vaz Milheiro, André Tavares e Maria José Casanova 13 de fevereiro, 18:00, Casa-Atelier José Marques da Silva
A marcar o encerramento do primeiro módulo de "Terra d´Alva", vai decorrer, no próximo dia 13 de fevereiro, o lançamento do livro de Alfredo Matos Ferreira "Memória". A publicação, uma revisitação do trabalho profissional desenvolvido por este arquiteto cujo acervo foi recentemente doado à Fundação Marques da Silva, integra textos de Álvaro Siza, Sergio Fernandez, Vítor Oliveira e do coordenador editorial, Manuel Mendes.
Para apresentar o livro estarão presentes os Arquitetos Ana Vaz Milheiro, André Tavares e Maria José Casanova.
A edição, resulta da parceria entre a Fundação Marques da Silva, Edições Afrontamento e Faculdade de Arquitectura da UP e conta com o apoio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.
A sessão tem lugar na Casa-Atelier José Marques da Silva e inicia-se às18:00. A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
No passado sábado, decorreu a segunda visita guiada à instalação Terra d´Alva. A chuva impediu a passagem pela Alameda das Camélias, mas não desmobilizou o grupo. Manuel Mendes apresentou o programa por si delineado a partir do acervo de Alfredo Matos Ferreira, o seu entendimento da pessoa e do percurso deste arquiteto da ‘Escola do Porto’ e a forma como se apropriou do espaço e do carácter da Casa-Atelier para sinalizar, entre a esfera privada e a dimensão pública, os ambientes que o moldaram e os projetos para a paisagem rural de Trás-os-Montes.
No dia 13 de fevereiro, com Ana Vaz Milheiro, André Tavares e Maria José Casanova, será lançado o livro de Alfredo Matos Ferreira, “Memória”. O livro tem coordenação editorial de Manuel Mendes.
Exposição Virtual sobre os 100 anos da Avenida já pode ser visitada
Acesso à plataforma e vídeo da sessão de apresentação
Decorreu no passado dia 31 de janeiro a sessão de apresentação da Exposição Virtual que conclui o programa No Centenário da Avenida da Cidade, iniciado exatamente há um ano atrás.
A nova plataforma, construída sob a orientação científica de Clara Vale e com o apoio da TVU. Universidade do Porto, revisita os últimos 100 anos da Avenida e conta a história da sua construção confrontando registos documentais diversos - planos, projetos, fotografias ou postais - com a cidade do presente. Aliás, num convite a percorrer o espaço físico, tem associado um QRCodeque permite a sua visualização a partir de dispositivos móveis.
A Exposição congrega ainda os textos de Domingos Tavares,A Cidade Nova, e de Clara Pimenta do Vale, Entre o Projeto e a Realidade, assim como uma memória cinematográfica e fotográfica e uma extensão a toda uma série de instituições e projetos que permitem complementar a informação agora disponibilizada.
Por fim, porque se trata de um projeto em permanente atualização, que nasce de uma partilha de vontades e a todos se dirige, lança um convite à participação geral. Visite, explore, partilhe, contribua!
Visita Guiada a "Terra d´Alva", por Manuel Mendes
4 de fevereiro, 15:00, Casa-Atelier José Marques da Silva
Últimas inscrições
"Terra d´Alva"
Exposição-instalação sobre a obra do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira
Visita Guiada por Manuel Mendes
4 de fevereiro - 15:00 - Casa-Atelier José Marques da Silva Últimas Inscrições
O primeiro módulo do programa dedicado à obra de Alfredo Matos Ferreira, a exposição-instalação "Terra d´Alva" vai receber, próximo sábado, dia 4 de fevereiro, nova visita guiada pelo seu mentor e coordenador, o Professor Manuel Mendes.
O acesso é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. Ainda é possível integrar o grupo, bastando apenas enviar email para fims@reit.up.pt ou telefonar para 225518557.
Lembramos que o encerramento é a 13 de Fevereiro, com o lançamento do livro "Memória". Durante a última semana de abertura ao público será possível visitar esta exposição para além do horário estipulado, desde que previamente solicitado.
Num momento em que tanto se tem falado de cidade e urbanismo, lembramos David Moreira da Silva, um dos primeiros urbanistas nacionais, formado em Paris, autor de praticamente duas dezenas de anteplanos e planos urbanização, num exercício profissional iniciado na década de 40, em colaboração com Etienne de Gröer e posteriormente desenvolvido no atelier formado com Maria José Marques da Silva.
No Centenário da Avenida: a Exposição
31 de janeiro - Sala do Fundo Antigo da Reitoria da Universidade do Porto
Abertura da Exposição Virtual No Centenário da Avenida da Cidade
Sala do Fundo Antigo da Reitoria da UP
18:00 - entrada livre
Quer conhecer esta e outras curiosidades acerca da história da construção da Avenida dos Aliados e do edifício dos Paços do Concelho?
Venha à Sala do Fundo Antigo da Reitoria da Universidade do Porto, no dia 31 de janeiro, pelas 18h00 para participar no lançamento da nova plataforma digital com a Exposição Virtual que encerra o ciclo de iniciativas propostas para o Centenário da Avenida dos Aliados, no Porto.
A 31 de janeiro, data com particular significado no contexto da cidade e da afirmação do republicanismo em Portugal, completa-se igualmente o ano inaugurado com a sessão A Primeira Pedra. Entre os vários planos e projetos surgiu uma Cidade Nova cuja principal documentação se encontra reunida nesta plataforma que convida à participação de todos.
Manuel Mendes, autor e coordenador do programa “Terra d´Alva”, realizou a primeira das 2 visitas guiadas previstas no âmbito da exposição-instalação atualmente patente ao público na Casa-Atelier José Marques da Silva. Num percurso desenhado a partir da Alameda das Camélias foram-se percorrendo os diferentes espaços interiores que acolhem esta iniciativa e dando notícia de Alfredo Matos Ferreira, um “homem de fronteira”.
A próxima visita acontece a 4 de fevereiro e já se encontram abertas as inscrições (fims@reit.up.pt ou 225518557).
A exposição está aberta de terça a quinta-feira, das 14h30 às 17h30, mas podem ser agendadas previamente visitas para além dos horários estabelecidos.
"Terra d´Alva"
Exposição-instalação sobre a obra do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira
Visita Guiada por Manuel Mendes 14 de janeiro - 15:00 - Inscrição prévia obrigatória
Casa-Atelier José Marques da Silva
A marcar o início de um Novo Ano, a Fundação Marques da Silva reabre o primeiro módulo do programa dedicado à obra de Alfredo Matos Ferreira, a exposição-instalação "Terra d´Alva" e programou uma primeira visita guiada pelo seu mentor e coordenador, o Professor Manuel Mendes.
A visita está agendada para 14 de janeiro, sábado, às 15:00 e tem um limite máximo de 30 participantes. Os interessados devem fazer inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt ou através de contacto telefónico para 225518557.
A Fundação Marques da Silva reabre as suas portas, depois de uma breve interrupção durante a quadra natalícia, para acolher e desejar a todos um Bom 2017!
Enquanto novos projetos se anunciam, aproveitamos para relembrar que entre 10 de janeiro e 10 de fevereiro poderá visitar, na Casa-Atelier José Marques da Silva, a exposição "Terra d´Alva".
Em jeito de despedida de 2016 e convite para uma visita em 2017, partilhamos o vídeo realizado pela TVU da sessão do passado dia 20, na Casa-Atelier, para a assinatura do contrato de doação e abertura da exposição "Terra d´Alva".
Terra d´Alva pode ser visitada de 3ª a 5º feira, entre as 14:30 e as 17:30, a partir de 10 de janeiro, mantendo-se patente ao público até 10 de fevereiro. Esperamos por si!
Cerimónia de doação do Acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva: assinatura do contrato e abertura da exposição-instalação "Terra d´Alva"
O espólio de Alfredo Matos Ferreira foi formalmente doado à Fundação Marques da Silva. Um gesto que permitirá não só potenciar condições para o estudo e reconhecimento da sua obra em particular, como reforçar um sentido e significado de época, de matriz de formação e de geração, no contexto dos restantes acervos preservados na e pela instituição.
Os testemunhos de Álvaro Siza, António Menéres, Sergio Fernandez, Mário Brochado Coelho e Joana Matos Ferreira de Sá, partilhando histórias temperadas de um contagiante sentido de humor perante uma sala pequena demais para acolher todos aqueles que ontem passaram pela Casa-Atelier José Marques da Silva, homenagearam a figura ímpar de Alfredo Matos Ferreira, um transmontano de carácter circunspecto, regido pela exigência e pelo rigor, mas sensível, curioso, criativo e hilariante; o amigo, o colega, o arquiteto, o professor, o avô que deu a descobrir o sentido do lugar.
Seguiu-se a abertura da exposição-instalação “Terra d´Alva” um roteiro desenhado sobre e em diálogo com os espaços da Casa-Atelier por Manuel Mendes para assinalar a doação e apresentar uma primeira mostra do homem, marcado pela terra e pelo mar, e do arquiteto, elegendo os trabalhos realizados para Urros e Barca d´Alva, espaço matricial e determinante na sua forma de ser e de estar.
+ informações sobre Terra d´Alva, que se manterá patente ao público até 10 de fevereiro.
Ofício e colaboração, conhecimento e partilha, aprendizagem e consciência de futuro, por aí se fez este arquitecto, este mestre com ‘sexto sentido’ – como a ele se referia afectuosamente Fernando Távora –, comprometendo-se no que apenas se viabiliza pelo presente de um ‘nós’. Ou, talvez melhor, por aí agiu e por aí se questionou este artista, pela revelação do mundo na familiaridade das coisas, condição mínima para qualquer artista da simplicidade e da humildade essencial.
Excerto do texto de Manuel Mendes, responsável pela conceção e coordenação do projeto "Terra d´Alva", cujo primeiro módulo, uma instalação na Casa-Atelier José Marques da Silva, se apresenta no próximo dia 20 de dezembro, no âmbito da sessão de assinatura do contrato de doação do acervo de Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva.
Casa-Atelier | 20 de dezembro |18:00 | entrada livre, sujeita à lotação do espaço
Doação do Acervo de Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva
Alfredo Matos Ferreira (1928-2015), filho de pai médico e mãe pintora, nasceu em Lisboa, mas as suas raízes, por motivos familiares, estão profundamente mergulhadas em Trás-os-Montes, circunstância que decididamente o orienta como pessoa, e lhe marca emoções e afectos, convicções e valores de vida (in Manuel Mendes, "Alfredo Matos Ferreira, artista de sexto sentido". Arquiteto formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, foi colega de Alberto Neves, António Menéres, Álvaro Siza, Luís Botelho Dias e Joaquim Sampaio, os amigos da “sala 35” da Praça da Liberdade. Colaborou com Arménio Losa entre 1971 e 1972, foi sócio de Fernando Távora no exercício profissional entre 1972 e 1982. O seu percurso arquitetónico estendeu-se por mais de 50 anos. É autor de obra importante, mas pouco conhecida, no quadro da produção arquitetónica portuguesa da segunda metade do século XX. O seu arquivo reúne acervo patrimonial-artístico de assinalável valor documental de uma época, duma geração e, mais particularmente, do seu exercício de arquitecto: desenho, modelo, fotografia, filme.
A doação à Fundação Marques da Silva decorre no próximo dia 20 de dezembro, na Casa-Atelier José Marques da Silva. A sessão, para além das intervenções Álvaro Siza, António Menéres, Sergio Fernandez, Mário Brochado Coelho e Joana Matos Ferreira de Sá, conta com a abertura da exposição-instalação "Terra d´Alva".
Acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira:
Assinatura do Contrato de Doação à Fundação Marques da Silva
Abertura da exposição-instalação "Terra D´Alva"
20 de dezembro - Casa-Atelier José Marques da Silva
A Assinatura do Contrato de Doação do Acervo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva vai decorrer no próximo dia 20 de dezembro, na Casa-Atelier José Marques da Silva. A sessão conta com a participação dos Arquitetos Álvaro Siza, António Menéres, Sergio Fernandez, e do Dr. Mário Brochado Coelho. Em representação dos herdeiros estará a Dr.ª Joana Matos Ferreira de Sá, e pela Fundação, a Presidente do Conselho de Administração, Profª Doutora Maria de Fátima Marinho.
Na altura será também assinalada a abertura da exposição-instalação "Terra D´Alva", que se manterá patente ao público até 15 de fevereiro de 2017.
A sessão tem início às 18:00. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
"Acresce que vai para uma trintena de anos que me sinto viver entre o sonho e a meditação em permanente confronto com o mundo num bem limitado-ilimitado espaço físico saído da concepção de um grande arquitecto"
As palavras são de Júlio Resende, o arquitecto é José Carlos Loureiro, que hoje celebra 91 anos.
Veneza - Encerramento da XV Bienal de Arquitetura de Veneza
Impressões de Viagem
Algumas imagens, ecos de um roteiro por Veneza, cidade onde, parafraseando Fernando Távora, se imporá regressar para completar as incompletas agradáveis impressões. Diz-nos também e sempre Távora que “num mundo de comunicação não é mais possível ignorar os outros, antes é indispensável conhecê-los”. Reporting from the front, na sua resposta ao desafio de Aravena, trouxe o mundo a Veneza, um mundo onde Portugal ganha presença e tem uma voz.
A viagem, uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, operacionalizada pela Talkie-Walkie e pela Agência Pinto Lopes, integrou a presença no programa de encerramento da participação portuguesa, organizado pela DGArtes, Casa da Arquitectura e Ordem dos Arquitectos.
"Arquitetura de Representação e Liberdade: os Paços do Concelho de Alcino Soutinho"
Dissertação de Mestrado de Ana Machado Soares
"Arquitetura de Representação e Liberdade: os Paços do Concelho de Alcino Soutinho", de Ana Machado Soares, seleciona como matéria de estudo os cinco projetos camarários para Amarante, Monção, Matosinhos, Seregno e Felgueiras. Eles constituem o ponto de partida para uma reflexão sobre o percurso de Alcino Soutinho, a evolução do seu pensamento arquitetónico e o seu posicionamento face a princípios ditados pela emergência de uma nova conjuntura social e política.
Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura apresentada no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, teve a orientação do Professor Doutor Jorge Figueira e coorientação do Arquiteto Bruno Gil.
A Fundação recebeu, no passado sábado, visitantes muito especiais. No grupo organizado pela Paróquia Senhora da Conceição (Marquês) estavam os nossos vizinhos e até quem já habitou as Casas. Alguma nostalgia, mas sobretudo o interesse e a descoberta pelas novidades que os novos tempos e um novo projeto estão a imprimir ao espaço e que a visita deu a conhecer.
Encerramento da XV Bienal de Veneza 2016
Programa da Representação Oficial Portuguesa
NEIGHBOURHOOD - WHERE ALVARO MEETS ALDO
25 e 26 de novembro
A 15ª Exposição Internacional de Arquitetura La Biennale di Venezia 2016 está prestes a concluir-se e a Representação Oficial Portuguesa vai assinalar o encerramento com um conjunto diversificado de ações onde se destaca, no dia 25, o debate "Bienal de Veneza, 1976-2016: a relação entre a arquitectura italiana e a portuguesa", com a participação dos Arquitetos Vittorio Gregotti e Álvaro Siza, moderado por Alberto Ferlenga, Reitor do IUAV, a decorrer na Aula Magna Tolentini, e uma visita guiada à exposição "NEIGHBOURHOOD - Where Alvaro meets Aldo", com o arquiteto Álvaro Siza e os curadores Nuno Grande e Roberto Cremascoli, no Pavilhão de Portugal, Campo di Marte, Giudecca, a 26.
A Fundação Marques da Silva organizou uma viagem que permitirá acompanhar o programa de encerramento, organizado no âmbito de uma parceria entre a Direção-Geral das Artes, a Ordem dos Arquitectos, a Casa da Arquitectura e a Università IUAV di Venezia, bem como visitar os restantes espaços da Bienal e outros ponto de interesse arquitetónico.
"Influencia de Pessoa en el discurso de Fernando Távora"
artigo de Juan Ortiz Orueta
"Influencia de Pessoa en el discurso de Fernando Távora"
artigo de Juan Ortiz Orueta
Foi recentemente publicado, no número 6 dos Cuadernos de Proyectos Arquitectónicos, revista de teoria e crítica arquitetónica do Departamento de Projetos Arquitetónicos da ETSAM, coordenada por Antón Capitel, integra um artigo dedicado a Fernando Távora, da autoria de Juan Ortiz Orueta.
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Poética Urbana. Aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária | Conferência de Marta Llorente disponível em vídeo
Já se encontra disponível o vídeo realizado pela TVU da edição de 2016 das Conferências Marques da Silva, decorrida no passado dia 24 de outubro, no Auditório Fernando Távora da FAUP.
Da poesia à prosa, que imagens reflete a literatura acerca da cidade, da sua arquitetura, da forma como se constitui palco de vida? E em que medida pode a literatura contribuir para o entendimento e leitura da espacialidade do fenómeno urbano na perspetiva de um arquiteto, artífice da forma longa de modelação do território?
Marta Llorente tem vindo a dedicar-se ao trabalho do texto literário, pelo prazer e culto da leitura, mas procurando encontrar no texto escrito a dimensão que invade o campo de interesse e de ação da arquitetura, as muitas representações da cidade, a memória contada e contida num tempo que assim se torna capaz de sobreviver à própria cidade. Da literatura antiga à nossa contemporaneidade, numa viagem com incursões pela cartografia, pelo cinema, pela pintura e pela fotografia, foi partilhada a visão emotiva e fragmentada de autores como Cervantes ou Garcia Lorca, figura onde muitos outros nomes afluem, até mesmo Le Corbusier, mas também escritores da segunda metade do século XX, em particular os que traduziram as suas experiências, vividas ou ficcionadas, de Barcelona do pós guerra, como Luis Martín Santos, Jaime Gil de Biedma ou Javier Pérez Andújar. E é nessa exposição da cidade, nesses outros olhares de quem não é arquiteto que Marta Llorente procura outros pontos de vista, outros caminhos, a compreensão de espaços, que mesmo não tendo por si vivenciados também lhe pertencem, o sentido para as metamorfoses da paisagem construída.
Conferências Marques da Silva 2016 e apresentação de modelo tridimensional
Hoje, na FAUP, a partir das 18:30
Conferência Marques da Silva 2016 "Poética Urbana: aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária", por Marta Llorente
18:30 - Auditório Fernando Távora
"Através da literatura, abordaremos a cidade na sua formação histórica, mas também os espaços da suburbanidade, a periferia, os bairros degradados, os múltiplos campos que as cidades reservam nas suas capas de sentido, geram em seu redor, negam na aparência, mas fundam por necessidade." + informações
Apresentação de modelo tridimensional da Estação de S. Bento
20:00 - Auditório da Biblioteca
A seguir à Conferência, às 20:00, decorrerá no Auditório da Biblioteca da FAUP a apresentação do trabalho final do Workshop Modelos 3D interactivos a partir de fotografias, um modelo tridimensional da centenária Estação de S. Bento, do Arquiteto Marques da Silva. + informações
Veneza - Finissage da Bienal de Arquitetura 2016
Viagem de 4 dias - de 24 a 27 de Novembro
A 15ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, comissariada por Alejandro Aravena, irá encerrar a 27 de novembro. Portugal encontra-se representado pelo projeto "Neighbourhood: where Álvaro meets Aldo", com curadoria dos arquitetos Nuno Grande e Roberto Cremascoli. Para assinalar a finissage, o Governo de Portugal-DG Artes está a programar, no Bairro da Giudecca, uma visita guiada pelos curadores à exposição e uma conferência com o arquiteto Álvaro Siza.
Para quem ainda não teve oportunidade de visitar a Biennale, a Fundação Marques da Silva e a Talkie-Walkie programaram, com o apoio da Agência Pinto Lopes, uma viagem a Veneza que inclui não somente o acesso à visita guiada e à conferência, como a possibilidade de conhecer os espaços da Biennale instalados no Giardini e no Arsenal. Oportunidade portanto para conhecer as respostas ao desafio lançado por Aravena, como mote para esta edição "Reporting from the Front".
O roteiro proposto oferece ainda a possibilidade de visitar a Igreja del Santissimo Redentore, de Andrea Palladio, e o recém-inaugurado Museu de Arte Punta della Dogana, de Tadao Ando.
As inscrições decorrem até ao dia 27 de outubro.
Para aceder ao roteiro completo e conhecer condições de participação, pf clique aqui
Conferência Marques da Silva
"Poética Urbana. Aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária"
Marta Llorente Díaz
Conferência Marques da Silva 2016 Poética Urbana. Aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária, por Marta Llorente Díaz
24 de outubro | 18:30 | Auditório Fernando Távora, FAUP
A palavra literária enquanto forma de representação da realidade urbana será o ponto de partida para a Conferência de Marta Llorente Díaz, a conferencista convidada para a décima edição das Conferências Marques da Silva, uma iniciativa da Fundação Marques da Silva que conta, desde a primeira edição, com o apoio da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Marta Llorente Díaz, natural de Barcelona, é arquiteta, doutorada pela Universidade Politécnica da Catalunha. Estudou Belas Artes, especialidade de Pintura, pela Faculdade de Belas Artes de Barcelona, e Música, piano e harmonia, no Conservatório do Liceo. É Professora titular da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona, onde, entre várias ações docentes e de investigação, coordena o grupo de investigação “Arquitectura, ciutat i cultura. Una perspectiva antropológica de l´espai construit i habitat”. É autora e co-autora, com Eugenio Trías e Pedro Azara, de bibliografia de referência no âmbito da arte, da antropologia e da arquitetura, entre outros: "El saber de la arquitectura y de las artes", Barcelona, UPC, 2000; "Topología del espacio urbano. Palabras, imágenes y experiencias que definen la ciudad", Madrid, MLL Ed., 2014; "La ciudad: huellas en el espacio habitado", Barcelona, Acantilado, 2015.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Esta conferência está inserida no programa da ARQ OUT | Mês da Arquitectura 2016.
“(…) toda a obra de arte pode encerrar, aliados à suprema simplicidade, o equilíbrio, a harmonia, a expressão, numa palavra a beleza.”
Esta frase foi retirada de um discurso proferido na Escola de Belas-Artes do Porto, a 28 de maio de 1936, pelo então diretor, Arquiteto José Marques da Silva.
José Marques da Silva, arquiteto, aguarelista e professor, aqui retratado por Veloso Salgado, numa pintura feita em Paris, em 1890, nasceu no Porto, a 18 de outubro de 1869.
Lançamento do livro "Casas Ermas"
Síntese e álbum fotográfico
O lançamento do livro “Casa Ermas”, no passado dia 14, proporcionou o encontro entre o autor, Luís Soares Carneiro, e Antón Capitel. Um interesse comum os aproxima: a vontade de reinterpretar e questionar o conceito de “modernidade”, de defender a condição ampla e variada da disciplina, de sublinhar a importância de outras arquiteturas, para além das vanguardas, para além dos cânones do “Moderno”. Em contraponto à leitura e enquadramento da obra dos irmãos Rebelo de Andrade, expressa no livro de Luís Soares Carneiro, Antón Capitel apresentou um conjunto de exemplos e realidades paralelas, de personagens menos estranhas do que parecem, só porque ousaram pensar na continuidade, como Luis Moya Blanco, Perret ou Tessenov, entre muitos outros. Tradicionalistas, ecléticos, quantas vezes paradoxalmente pioneiros em questões técnicas, e cujo conhecimento se torna condição indispensável para a narrativa da história europeia, da nossa civilização.
O livro agora publicado propõe uma revisitação às primeiras décadas do século XX português liberta de julgamentos limitados por uma visão ortodoxa, exclusivista e dogmática. Polémico, mas inovador, fica agora ao alcance de todos podendo ser adquirido na Fundação Marques da Silva ou nos habituais pontos de venda das suas edições.
Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno, de Luís Soares Carneiro
Lançamento: 14 de outubro, 18:30, Casa-Atelier, com Antón Capitel
“…a geração dos Rebelo de Andrade, de Cristino da Silva, de Carlos Ramos, de Rogério de Azevedo, de Cassiano Branco e de tantos outros […foi] uma geração que procurou fazer arquitetura com a sinceridade, a verdade e a inteligência possíveis nas complexas condições culturais e disciplinares em que viveram […] Estudá-las hoje — além do seu valor intrínseco — vale como oportunidade para reconsiderar as categorias críticas e repensar as categorias historiográficas. Mas vale, sobretudo, para podermos olhar, de modo mais verdadeiro, mais lúcido e mais sábio, para nós próprios e para aquilo em que desejamos acreditar.”
(in Luís Soares Carneiro, Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno)
O livro de Luís Soares Carneiro, Arquiteto, Professor Associado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e investigador de temas relacionados com Teatros, Habitação Coletiva e História da Arquitetura Portuguesa, será lançado amanhã, dia 14 de outubro. A apresentá-lo estará Antón Capitel, Professor Catedrático da ETSAM, autor de uma vasta obra sobre Arquitetura do século XX.
A sessão inicia-se às 18h30, na Casa-Atelier José Marques da Silva e conta com a presença da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Professora Maria de Fátima Marinho.
Colóquio: "Os Caminhos-de-Ferro e a Guerra"
14 de outubro - ISEP
Colóquio “Os Caminhos-de-Ferro e a Guerra” 14 de Outubro - Instituto Superior de Engenharia do Porto
O colóquio “Os Caminhos-de-Ferro e a Guerra” é uma das iniciativas gizadas no âmbito do programa de evocação dos 100 anos da Entrada de Portugal na Grande Guerra e das comemorações dos 100 anos da Estação de S. Bento e dos 160 anos dos Caminhos-de-Ferro. Organizado pelo Exército, a CP — Comboios de Portugal e a IP — Infraestruturas de Portugal, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Agendado para o dia 14 de Outubro, no Instituto Superior de Engenharia do Porto, o Colóquio reúne um conjunto alargado de intervenções, entre representantes institucionais e conferencistas convidados. Em representação da Fundação Marques da Silva estará o Arquiteto Nuno Tasso de Sousa que proferirá a comunicação “A Estação Central do Porto – S. Bento”, integrada no painel moderado pelo Professor Doutor Engenheiro Luís Francisco Valente de Oliveira, com início às 14h00.
Lançamento de livro
"Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno", de Luís Soares Carneiro
Apresentação de António González-Capitel
Casa-Atelier José Marques da Silva, 14 de outubro, 18:30
Lançamento de livro Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno, de Luís Soares Carneiro
Casa-Atelier José Marques da Silva, 14 de outubro, 18:30
A Conferência de Luís Soares Carneiro “Casas Ermas. A Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno”, proferida em 2015 no âmbito das Conferências Marques da Silva, surge agora em livro, numa edição da Fundação Marques da Silva que assim retoma a coleção que já conta com obras da autoria de João Leal, João Vieira e Alexandre Alves Costa.
O autor apresenta a obra de Carlos Rebelo de Andrade (1887-1971) e Guilherme Rebelo de Andrade (1891-1969), dois arquitetos que, embora muito ativos na primeira metade do século XX, foram depois esquecidos e apagados dos livros de arquitetura por uma historiografia parcial. Sem nostalgia por uma época perdida, sem espírito conservador, sem propósitos revisionistas, Luís Soares Carneiro procurou entender a arquitetura de um outro tempo para poder reavaliar e reconsiderar as categorias críticas e historiográficas atuais.
A apresentar o livro estará António González-Capitel, Professor Catedrático da ETSAM – Escola Politécnica de Madrid, autor de uma vasta obra sobre arquiteturas Tradicionalistas, não apenas dentro da Espanha, mas também relativamente a outros países europeus, e um dos poucos a trabalhar sem preconceitos os complexos fenómenos da transição do academismo para a modernidade.
Este lançamento conta com o apoio da Livraria Circo de Ideias.
#3 Do plano abstrato à cidade real: terceira e última sessão
Ontem, no Café-Concerto do Teatro Rivoli, Paulo Pereira e Domingos Tavares remataram o ciclo de conferências-debate delineado no âmbito do programa “No Centenário da Avenida”. As suas intervenções justificaram a oportunidade de uma iniciativa que trouxe um olhar renovado sobre a Avenida, mas também estimularam outras associações e confrontos, por vezes imprevistos ou menos óbvios, caso de Paulo Pereira, a convocar visões territorializadas dos tempos pré-históricos, como ponto de partida para uma deambulação sobre alinhamentos significativos na paisagem. A arcaica tradição de marcação – transversal à humanidade – do território, que da resposta a um impulso mágico e religioso se vai convertendo em desejo de regulação do espaço, ordem social, representação de poder e manifestação cívica, permitiu-lhe percorrer diferentes geografias e tempos, comparar etimologias e seleccionar um conjunto de locais – existentes ou tão só planeados – vitais para a compreensão da forma urbana e da sua evolução no tempo.
Domingos Tavares, por sua vez, revisitou a Avenida e o processo que levou à sua construção e à construção do edifício Municipal, assinalando as suas idiossincrasias, esperanças e angústias que nela se escondem, paradoxos e peculiaridades. Citou peças-chave do processo, arquitetos e engenheiros, explicou o contexto político e social, destacou a difícil e nem sempre conseguida convivência entre o desejo de normalização e o respeito pela liberdade individual tão enraizado no Porto, as diferentes ocupações de um espaço urbano, monumentalizado, em que o desenho dos diferentes autores, a diferentes tempos e ritmos, vai definindo a matriz. Uma narrativa que exprimiu e explicou a importância do espírito liberal e dos valores plásticos para a imagem moderna da Cidade do Porto, bem como as vicissitudes do edifício camarário que tempos transactos poderiam ter destinado a outros fins, alojando-se a edilidade no neoclássico edifício da Misericórdia, o Hospital de Santo António.
A sessão contou com a presença do Reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, e do Vereador do Pelouro do Urbanismo da CMP, Manuel Correia Fernandes.
Para o início do próximo ano, fica agora agendado o terceiro e último módulo do programa do Centenário, a Exposição, sob orientação científica de Clara Pimenta do Vale, uma das autoras do livro “Avenida dos Aliados e Baixa do Porto. Memória, Realidade e Permanência”.
Terceira e última Conferência-Debate sobre o "Centenário da Avenida da Cidade"
com Paulo Pereira e Domingos Tavares
Hoje, às 21:30, no Café-Concerto do Teatro Rivoli do Porto
À entrada do século vinte o Porto era já consistentemente republicano, mas sempre liberal e burguês.[...] Num novo contexto socio-político, a burguesia portuense pretendeu impor-se com um plano de abertura de avenidas e preparou-se para o lançamento do mais moderno passeio público, suportando a construção de uma nova casa municipal. O lançamento da Avenida da Cidade, passou a constituir a chave para a afirmação do progresso e matéria do intenso debate público, até que se consolidou o quadro arquitectónico do núcleo urbano do que se convencionou ser a moderna Baixa Portuense. A expansão deixou cair os últimos sinais da muralha medieval e absorveu, por substituição, as principais funções e dinâmicas da Baixa Ribeirinha. (Domingos Tavares)
Conclui-se hoje o módulo de Conferências-Debate, "Do plano abstrato à cidade real", proposto no âmbito do programa evocatáorio do Centenário da Avenida da Cidade. A sessão será aberta pelos representantes das instituições organizadoras, Maria de Fátima Marinho, Presidente da Fundação Marques da Silva e Manuel Correia Fernandes, Vereador do Pelouro do Urbanismo da CMP, seguindo-se as intervenções de Paulo Pereira, "A direito: trilhos, caminhos, ruas e avenidas" e, a finalizar, o olhar de Domingos Tavares, Comissário do programa, a apresentar "A Avenida como síntese urbana do republicanismo portuense".
A "DIREITO": TRILHOS, CAMINHOS, RUAS E AVENIDAS
Paulo Pereira
3 de outubro, 21:30, Teatro Rivoli
"A DIREITO: TRILHOS, CAMINHOS, RUAS E AVENIDAS"
E se o conceito de "avenida" remontasse muito atrás no tempo e se inscrevesse, (diríamos quase), numa espécie de limbo mágico-político de que apenas suspeitamos o significado? Como se se tratasse de um conto ou de um sonho obscuro, ou de uma narrativa que coubesse na imaginação de Tolkien ou Borges?...
Eis o ponto de partida para a comunicação de Paulo Pereira, na sessão de encerramento do módulo Conferências-Debate do Centenário da Avenida, na próxima segunda.feira, 3 de outubro.
É às 21:30, no Café-Concerto do Teatro Rivoli e a entrada é livre.
No Centenário da Avenida da Cidade
Do plano abstrato à cidade real
#3 A Avenida da Cidade como síntese urbana do republicanismo portuense,
com Paulo Pereira e Domingos Tavares
No Centenário da Avenida da Cidade
Do plano abstrato à cidade real #3 A Avenida da Cidade como síntese urbana do republicanismo portuense
com Paulo Pereira e Domingos Tavares 3 de outubro, às 21:30, Café-Concerto Teatro Rivoli do Porto
Naquela que será a conferência de encerramento do segundo módulo do programa No Centenário da Avenida, e onde estarão também presentes representantes das duas instituições organizadoras, Fundação Marques da Silva e Câmara Municipal do Porto, a abrir a sessão, Paulo Pereira, Historiador e Doutor em História da Arquitetura, junta-se ao Comissário desta iniciativa, Domingos Tavares, Professor Jubilado da Faculdade de Arquitectura da UP, para uma análise da Avenida que hoje conhecemos como Avenida dos Aliados e que se transformou de um plano abstrato de intenções formais, por vezes contraditórias, numa cidade real ao serviço do povo.
No confronto entre os planos, os projetos e a realidade, Paulo Pereira e Domingos Tavares propõem-se refletir sobre as práticas culturais na Baixa do Porto e o que acabou por definir o centro cívico. Na Avenida das Nações Aliadas temos um exemplo desse entusiasmo pela definição de uma imagem de caráter monumental com recurso ao tratamento arquitetónico das fachadas que configurariam o progresso e as perspetivas quanto às futuras dinâmicas urbanas. À proposta homogénea de matriz britânica do traçado urbano original, sobrepôs-se a heterogeneidade de matriz francesa impulsionada pelos nossos arquitectos de formação Beaux-Arts.
Paulo Pereira Historiador de Arte, Mestre em História de Arte pela Universidade Nova de Lisboa e Doutor em História da Arquitectura pela FAUTL. Participou como conferencista convidado em diversos seminários, palestras e congressos em Portugal, Espanha, França (CNRS), Alemanha, Itália, EUA e Brasil e colaborou e diversos catálogos relativos a temas da disciplina. Organizou diversas exposições em Portugal e no estrangeiro.. Foi Vice-Presidente do IPPAR entre 1995 e 2002. Dirigiu a História de Arte Portuguesa, em 3 vols, do Círculo de Leitores. Publicou a obra, em 8 vols. Lugares Mágicos de Portugal, no Círculo de Leitores, 2004-2005. Foi co-director da exposição Neue Welten (Novos Mundos), mostrada no Deutsche Historisches Museum, de Berlim. Publicou o volume Arte Portuguesa. História Essencial (Temas & Debates, 2011,). Publicou também a colecção Decifrar a Arte Portuguesa (Círculo de Leitores, 8 vols, 2014) É professor auxiliar da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa.
Domingos Tavares, arquitecto, professor jubilado, é actualmente coordenador do Grupo de Investigação Atlas da Casa do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Desenvolve estudos sobre o tema “Erudito e Popular na Arquitectura Portuguesa”.
Como projectista é autor de diversos trabalhos de arquitectura, sendo a sua obra apresentada em várias exposições e publicações especializadas.
Publicou os livros Da rua Formosa à Firmeza (ESBAP, 1983), Miguel Ângelo, a aprendizagem da arquitectura (FAUP, 2002), Francisco Farinhas, realismo moderno (DAFNE, 2007), a colecção de Sebentas de História da Arquitectura Moderna (23 Vol. DAFNE, 2004/2014) e Casas de Brasileiro – erudito e popular na arquitectura dos torna-viagem (DAFNE, 2015).
Realidade, projeto e desejo são as palavras que melhor sintetizam as coordenadas estruturantes das análises propostas por Elisabeth Essaïn, a propósito das transformações urbanas da cidade de Moscovo, em particular as executadas durante o regime estalinista, após 1935, e Manuel Mendes, sobre as alterações gravadas na paisagem urbana portuense, entre finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Entre o que um território herdado dita, as várias propostas traçadas, o que o sonho e a vontade de cada época gostariam de impor, entre pragmatismo e ideologia, ergue-se a realidade, no seu ritmo próprio, em permanente questionamento, em permanente mutação, com tudo o que lhe é igualmente constante.
Moscovo e Porto encontram-se geográfica e politicamente distantes, a sua topografia e escala são bem diferenciadas, os seus autores/construtores seguem diferentes escolas, mas ambas se desejaram converter, a partir do ordenamento das suas redes viárias e da monumentalização da sua arquitetura, em símbolos de poder e prosperidade económica.
Elisabeth Essaïan, a partir da terminologia – bulvar, kvartal, magistral, prospekt – traçou a sequência cronológica das diferentes fases de transformação e ampliação da cidade, com alguns extractos do filme “Nova Moscovo”, de Alexander Medvedkin a ilustrar exemplarmente e com um humor à prova do tempo o sentido da sua exposição.
Por sua vez, Manuel Mendes analisou o processo de construção da cidade do Porto a partir das expressões que os periódicos retiveram das diatribes, altamente discutidas em praça pública, entre os defensores da ‘pedra’ e os defensores da ‘massa’, entendida esta como sinónimo de ‘cimento’, principalmente personificadas na oposição do engenheiro António Rigaud Nogueira às soluções propostas pelo arquiteto vindo de Paris, José Marques da Silva. A sua exposição foi sendo complementada pela projeção de imagens de época, entre desenhos de projeto, postais e fotografias que tornaram evidente a ruptura imposta pela decisão de abertura da Avenida sobre uma paisagem densamente construída, topograficamente adversa, fragmentada pelo rendilhado da pequena propriedade. Formulou as questões levantadas pelo “vazio” da Avenida, esse “Hino ao Progresso”, sem capacidade para resolver, por exemplo, a integração da Estação de Comboios que lhe fica à margem, mas sustentado por uma longa operação de reestruturação global da cidade, onde vinga o sistema ditado pelo poder central, liderado no terreno pelo engenheiro Antão de Almeida Garrett. E lugar também para citar Fernando Távora, “autor” de um improvável edifício modernista, enclausurado no quarteirão da Brasileira, testemunho de um plano de ordenamento do lugar, que pensado para amenizar o impacto do Edifício Rialto, não chegaria a concluir-se.
A próxima e última sessão deste módulo de Conferências-Debate será no dia 3 de outubro, às 21:30. Tempo e ocasião para Paulo Pereira e Domingos Tavares analisarem essa realidade que nos chega, entre o pragmatismo e o sonho.
No centenário da avenida: do plano abstrato à cidade real #2
«Na terra da pedra, fazer obra de massa. "Que não se acoime de utopia tudo quanto há de mais realidade"». Este é o título da intervenção de Manuel Mendes. A ele caberá falar da paisagem portuense, entre realidade, projeto e desejo, por confronto a Elisabeth Essaïan que nos falará da evolução das formas e das designações da paisagem urbana de Moscovo entre o princípio do século XIX e meados do século XX. A sua comunicação, tem como título “From bulvar to magistral. Crossed history of words and forms in Russian and soviet urban design”.
Acontece hoje, às 19:00, no Teatro Rivoli.
A entrada é livre.
Nota: a conferência de Elisabeth Essaïan será proferida em inglês.
A visita guiada por Eliseu Gonçalves e Maria Tavares ao Monte Pedral e a Ramalde
[JEP 2016]
O itinerário proposto por Eliseu Gonçalves e Maria Tavares foi desenhado a partir das primeiras propostas filantrópicas de construção de casas para o operariado na cidade do Porto em finais do século XIX, idealizadas por Bento Carqueja e concretizadas por Marques da Silva no lugar de Monte Pedral, até à unidade residencial de Ramalde projetada largas décadas depois, já após a segunda Guerra Mundial, por Fernando Távora, como forma de alojamento coletivo e reconfiguração de uma zona periférica da cidade, numa iniciativa municipal sintonizada com o programa nacional das «Habitações Económicas»-Federação de Caixas de Previdência.
Uma longa viagem no tempo para evidenciar modelos diferenciados para um problema comum, a falta de alojamento para um crescente número de pessoas, com baixos rendimentos económicos. Em ambos os casos se procurou oferecer o máximo, com o mínimo de recursos, assegurando qualidade construtiva, salubridade e dignidade ao espaço a habitar. Experiências que acusaram a influência de tendências e modelos internacionais, os traços distintivos dos seus autores, as circunstâncias específicas de cada tempo, mas ajustadas à realidade própria, social e topográfica do lugar em questão. Projetos que contribuíram de forma decisiva para “fazer cidade”, a cidade social.
A contemporaneidade trouxe um novo enquadramento e uma valorização paradoxal ao que persiste no tecido urbano: se, por um lado, se apropriou dos espaços e lhes encontrou novos proprietários, por outro, coloca em risco a preservação de detalhes determinantes na caracterização de uma identidade que foi sinal de vanguarda ao tempo da sua construção. A visita proporcionou o seu entendimento, mas sublinhou e tornou consciente a necessidade de se encontrarem mecanismos que possam evitar a sua adulteração e perda de significado histórico.
Do plano abstrato à cidade real
#2 A ideologia do Boulevard:
Das experiências de Paris à refundação das cidades europeias
Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes
26 de setembro, 19:00, Café-Concerto Teatro Rivoli do Porto
A dois historiadores, Andrew Saint e Rui Tavares, sucedem-se, no próximo dia 26, dois arquitetos: Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes. Sob a sua análise, numa viagem entre Moscovo e o Porto, está agora a ideologia do Boulevard e a forma como influenciou a reconfiguração das cidades europeias durante as primeiras décadas do século XX. Sessão moderada por Domingos Tavares.
A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
Nota: a conferência de Elisabeth Essaïan, “From bulvar to magistral. Crossed history of words and forms in Russian and soviet urban design”, será proferida em inglês.
No Centenário da Avenida da Cidade
Do plano abstrato à cidade real
#2 A ideologia do Boulevard: das experiências de Paris à refundação das cidades europeias, com Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes; moderação de Domingos Tavares
No Centenário da Avenida da Cidade
Do plano abstrato à cidade real
#2 A ideologia do Boulevard: das experiências de Paris à refundação das cidades europeias, com Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes; moderação de Domingos Tavares 26 de setembro, às 19:00, Café-Concerto Teatro Rivoli do Porto
Sob o impulso da expansão industrial na Alemanha e a compreensão da necessidade do planeamento geral das cidades, cresce na Europa a ideologia urbanística e a generalização dos modelos de vanguarda na reconstrução e expansão das cidades. Um certo culto das experiências de Paris sob o padrão dos boulevards foi largamente experimentado na refundação das cidades europeias e enaltecido pela cultura portuense. A partir de uma apresentação do exemplo de Moscovo, propõe-se a reflexão sobre outras analogias, como, por exemplo, a semelhança entre a Praça Stanislau, em Praga, e a Avenida das Nações Aliadas, no Porto, instalada no terreno poucos anos mais tarde.
A segunda sessão do módulo Conferências-Debate do programa "No Centenário da Avenida" conta com as intervenções de Elisabeth Essaïan, arquiteta, professora de arquitetura e urbanismo na Ecole Nationale Supérieure d´Architecture de Paris-Belleville (ENSAPB) e investigadora do projeto Les mots de la ville, e Manuel Mendes, arquiteto, investigador, editor e professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Elisabeth Essaïan, arquiteta doutorada pela Universidade de Paris, em 2006. Foi investigadora convidada do Centre Canadian d´Architecture (CCA), em 2011, e bolseira, entre 2008-2009, na Villa Medicis. A sua tese de doutoramento, Le Plan général de reconstruction de Moscou de 1935. La ville, l’architecte et le politique. Héritage culturel et pragmatisme économique, orientada por Jean-Louis Cohen, foi duplamente reconhecida com a atribuição do prémio para a melhor tese com a “cidade” como tema (PUCA/APERAU/CERTU) e do prémio da Academia de Arquitetura francesa. É professora de arquitetura e urbanismo na Ecole Nationale Supérieure d´Architecture de Paris-Belleville (ENSAPB) e investigadora residente no laboratório Unité mixte de recherche “Architecture Urbanisme Société : Savoir Enseignement Recherche” (IPRAUS/UMR AUSser). Também lecciona na Faculdade de Ciências Políticas de Paris (Sciences Po), e no Smith College (Reid Hall, Paris). A investigação que tem vindo a desenvolver foca-se nos processos de planeamento urbano, relações culturais entre os profissionais e personagens políticos, a terminologia das cidades soviéticas e a sua representação visual. Os principais tópicos das suas últimas experiências passam pelos processos criativos e cartográficos. Recentemente publicou Secrets de fabriques (2014), foi curadora da exposição "Explorations figuratives. Nouvelles lisibilités du projet" (ENSAPB, 2015). Está a preparar uma nova exposição, "Lina Bo Bardi: enseignements partagés", em colaboração com Sapienza, Universidade de Roma, e o Institutto Bo Bardi, a inaugurar em 2017.
Manuel Augusto Soares Mendes, arquitecto, docente na Faculdade de Arquitectura da U.Porto na área da História e Teoria da Arquitectura, desenvolve trabalho de investigação na área da arquitectura do século XX, nomeadamente a componente portuguesa e portuense, tendo publicado regularmente trabalhos escritos em revista e livro. Projetou, programou, (co-)organizou acontecimentos relativos ao património e conhecimento da arquitetura. Entre 1992 e 2006, reorganizou e dirigiu o Serviço de Editorial da FAUP. Entre 2001 e 2008, integrou o Conselho Editorial da Editora da U. Porto. Desde 1998, é o docente responsável pelo Centro de Documentação de Urbanismo e Arquitectura da FAUP.
Do plano abstrato à cidade real: a primeira sessão
#1 Do plano abstrato à cidade real Andrew Saint e Rui Tavares, moderados por Domingos Tavares
19 de setembro, 19:00, Café Concerto do Rivoli
O plano de Barry Parker para o Porto, projetado durante a sua estadia na cidade, em 1915, foi o tema de abertura do segundo módulo do programa sobre o Centenário da Avenida.
As relações de proximidade entre Inglaterra e Portugal, em particular com o Porto, a afirmação do urbanismo, enquanto prática e disciplina, a uma escala europeia e americana, o percurso de Raymond Unwin e Barry Parker, sublinhando o que os aproxima e o que os diferencia, foram alguns dos caminhos percorridos por Andrew Saint para compreender a presença de Parker no Porto e a forma como este acaba por desenvolver um plano urbano, no seu entender notável, pela sua singularidade e sentido de missão, a convite de Elísio de Melo, Vereador da Câmara Municipal do Porto.
Rui Tavares, em contraponto, traçou o cenário nacional e local, nomeadamente de legitimação e consolidação da ideologia e poder republicanos, criador do contexto propício para a concretização de um empreendimento urbano com esta amplitude e dimensão na cidade. Destacou igualmente a divulgação do projeto de Barry Parker, enquanto caso de estudo, a uma escala internacional, a importância premonitória de fixação dos eixos centrais e da forma do edifício Municipal, mas cuja horizontalidade classicizante da arquitetura proposta entrava em claro conflito com o programa das forças políticas dominantes e a sua vontade de construção de um centro cívico representativo, em sintonia com as correntes dominantes na Europa Central onde se filiavam os arquitetos portuenses. Será exatamente essa perspetiva, moldada pela teoria dos Boulevards, a estar no centro das atenções da próxima sessão, a 26 de setembro, com Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes.
O plano Barry Parker para o Centro Cívico do Porto em debate
Hoje, 19 de setembro, 19:00, Teatro Rivoli do Porto
No Centenário da Avenida da Cidade - Do plano abstrato à cidade real #1 “A teoria de Centro Cívico em Raymond Unwin e o projecto de Barry Parker para o Porto”
Andrew Saint, Rui Tavares e Domingos Tavares 19 de setembro, 19:00, Café Concerto do Teatro Rivoli
A imagem representa a Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados, com o edifício Municipal a rematar o conjunto, segundo o plano idealizado por Barry Parker. As influências do seu autor, o motivo da sua presença na cidade e a forma como a proposta foi aceite serão algumas das questões a abordar na sessão de hoje, com Andrew Saint e Rui Tavares. A moderação está a cargo de Domingos Tavares.
Do Monte Pedral a Ramalde
Visita guiada com Eliseu Gonçalves e Maria Tavares
Jornadas Europeias do Património 2016 - 24 de Setembro, 10:30
Do Monte Pedral a Ramalde
Visita guiada com Eliseu Gonçalves e Maria Tavares
Jornadas Europeias do Património 2016 - 24 de Setembro, 10:30
Um percurso traçado entre o bairro do Monte de Pedral e o bairro de Ramalde, enquadrado e acompanhado pelos arquitetos Eliseu Gonçalves e Maria Tavares, assinala a já habitual participação da Fundação Marques da Silva nas Jornadas Europeia do Património que, em 2016, têm por tema “Comunidades e Culturas”. Uma proposta que imprime uma rotação do olhar sobre a cidade-monumento que o programa "No Centenário da Avenida da Cidade" tem vindo a promover, para a cidade periférica e social.
O objetivo deste itinerário passa assim pelo confronto de visões sobre a cidade social a partir da leitura de formas habitacionais distintas e por revelar os modos como a cidade periférica foi pensada ao longo do século XX articulando a necessidade da habitação com a questão da transformação do território. Entre a casa unifamiliar e o bloco multifamiliar será estabelecido o fio condutor de um enredo protagonizado pela habitação para o maior número que nos transportará dos modelos oitocentistas para o paradigma modernista. Neste sentido, a obra de alguns arquitetos representados na FIMS será abordada, particularmente Marques da Silva e Fernando Távora.
O acesso a esta visita é gratuito, apenas sujeito a inscrição prévia através do email fims@reit.up.pt
A visita realiza-se com um número mínimo de 15 inscritos e abrange um máximo de 45 participantes.
O ponto de encontro é na Casa-Atelier José Marques da Silva, às 10:30. O percurso será realizado em transporte providenciado pela instituição.
No Centenário da Avenida da Cidade
Conferências-Debate | Do plano abstrato à cidade real
#1 A teoria de Centro Cívico em Raymond Unwin e o projeto de Barry Parker para o Porto, com Andrew Saint e Rui Tavares; moderação de Domingos Tavares
Conferências-Debate | Do plano abstrato à cidade real
#1 A teoria de Centro Cívico em Raymond Unwin e o projeto de Barry Parker para o Porto
Com Andrew Saint e Rui Tavares, moderação de Domingos Tavares
19 de setembro, 19:00, Café-Concerto Teatro Rivoli do Porto
O processo de caracterização espacial do Centro Cívico do Porto transformou um plano abstrato de intenções formais como foi o estudo de Barry Parker de 1915, numa cidade real ao serviço do povo. Mas, como se explica que, sendo a comunidade artística portuense fortemente marcada pela formação francesa das Beaux-Arts, em total sintonia com os setores liberais e burgueses que delinearam o quadro ideológico da República, se tenha recorrido a um projetista inglês? E como compreender a natureza da resistência na concretização desse projeto por parte de José Marques da Silva, José Teixeira Lopes, António Correia da Silva, ou mesmo as críticas de Gaudêncio Pacheco, o engenheiro chefe dos serviços municipais?
Estas e outras questões serão debatidas por Andrew Saint, coordenador geral do projeto Survey of London, e Rui Tavares, historiador e professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, na sessão que, moderada por Domingos Tavares, assinala o regresso do programa No Centenário da Avenida da Cidade.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
As conferências serão proferidas na língua materna de cada palestrante, sem tradução.
Andrew Saint
É desde 2006 o Coordenador Geral do Survey of London, um projeto dedicado ao levantamento da história dos edifícios londrinos. Formado em Estudos Clássicos, pela Universidade de Oxford (1965-9) e doutorado no Instituto Warburg, da Universidade de Londres, em 1971, Andrew Saint iniciou a carreira docente na Universidade de Essex. Um interesse especial pela História da Arquitectura, em particular do século XIX, levaram à sua nomeação para editor do projeto Survey of London, cargo que ocupou entre 1974 e 1986. O primeiro livro publicado, uma biografia do arquitecto Norman Shaw, foi lançado em 1976 (reeditado em 2010), seguindo-se The image of the Architect (1983); Towards A Social Architecture: The Role of England in Post-War School-Building (1987); e Architect and Engineer: A Study of Sibling Rivalry (2007). Entre 1995 e 2006, foi professor do Departamento de Arquitectura da Universidade de Cambridge. Com o regresso ao projeto Survey of London, em 2006, a sua pesquisa tem sido maioritariamente centrada na continuidade das séries editoriais, tendo sido publicados 6 volumes, desde 2008, num total de 50 volumes. A área de investigação histórica tem vindo a incidir sobre a temática das cidades, sob todas as suas manifestações, edifícios escolares e profissões ligadas à construção.
Rui Tavares
Aveiro, 1957. Historiador e Doutorado em História da Arte Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com a Dissertação "Recentrocidade. Memória e Refundação Urbana. Território. Cidade. Arquitectura" (2013). Professor Auxiliar da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto em História da Arquitectura Antiga e Medieval e História da Cidade do Porto. Investigador do Centro de Estudos Arquitectura e Urbanismo da Universidade do Porto – Faculdade de Arquitectura (CEAU-FAUP/FCT), no grupo PACT (Património da Arquitectura, da Cidade e do Território) e no grupo AMH (Arquitectura e Modos de Habitar). Integrou a Comissão organizadora do IV SLBCH (Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica (Porto, 2011) e a Comissão Científica da “I Conferência Filantropia e Arquitectura - Periodo 1880-1920” na CITAD- Universidade Lusíada (Lisboa 2012). Membro do IPHS (International Planning History Society - Londres) e Membro da Comissão Permanente do CIHEL (Congresso Internacional de Habitação em Espaço Lusófono - Lisboa). Entre as principais publicações - “Da Avenida da Cidade ao Plano para a Zona Central: a intervenção de Barry Parker no Porto”(Porto-CMP,1985-1986).
Domingos Tavares (moderador e comissário do programa)
Domingos Tavares, arquitecto, professor jubilado, é actualmente coordenador do Grupo de Investigação Atlas da Casa do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Desenvolve estudos sobre o tema “Erudito e Popular na Arquitectura Portuguesa”.
Como projectista é autor de diversos trabalhos de arquitectura, sendo a sua obra apresentada em várias exposições e publicações especializadas.
Publicou os livros Da rua Formosa à Firmeza (ESBAP, 1983), Miguel Ângelo, a aprendizagem da arquitectura (FAUP, 2002), Francisco Farinhas, realismo moderno (DAFNE, 2007), a colecção de Sebentas de História da Arquitectura Moderna (23 Vol. DAFNE, 2004/2014) e Casas de Brasileiro – erudito e popular na arquitectura dos torna-viagem (DAFNE, 2015).
Maria José Marques da Silva: uma mulher em território de homens
Maria José Marques da Silva não só viria a ser a primeira mulher a formar-se em Arquitetura no Porto, em 1943, como também a primeira mulher a assumir funções diretivas na Secção Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses, entre 1980 e 1984.
A marcar o regresso de férias, a Newsletter #19 anuncia um conjunto de atividades para setembro e outubro com a "cidade" em destaque. Contamos consigo!
A construção da Avenida através da fotografia:
3 fotografias, 3 instantes, uma longa história de transformação da cidade.
...a propósito do Dia Mundial da Fotografia
A fotografia proporciona uma forma única de viajar no tempo e de contar uma história. A propósito da passagem de mais um Dia Mundial da Fotografia e no ano em que se assinala o centenário da construção da Avenida da Cidade, seleccionaram-se três imagens fotográficas que documentam o processo de forma exemplar.
São instantes fixados pelo olhar de uma câmara, sobre um espaço familiar e já muito próximo aos dias de hoje, que anunciam um programa e desvendam múltiplos sentidos de mudança. Fica o desafio para os descobrir e ampliar.
A fotografia da Nacional e da Avenida pertence à coleção particular de Rui Tavares; a do Edifício dos Paços do Concelho em construção é da Foto Beleza (publicada no livro Porto, nas margens do tempo); a fotografia da inauguração dos “novos” Paços do Concelho é da autoria de Fernando Tavares Romão e foi cedida por César Romão, a quem publicamente deixamos o nosso agradecimento.
Aproveitamos para renovar o convite para partilhar connosco registos fotográficos relativos a essa época. Contamos com a sua participação para se construir uma narrativa em imagens que fará parte do programa em curso de celebração desta efeméride. Contacte-nos para fims@reit.up.pt
Fernando Távora
El camino hacia la nueva modernidad portuguesa
Tese de doutoramento de Silvia Cebrián Renedo
Está disponível para consulta mais uma tese de doutoramento que elegeu a arquitetura portuguesa do século XX e a figura de Fernando Távora como motivação e tema de investigação. Assente nos conceitos de “tradição”, “lugar” e “modernidade” Silvia Cébrian Renedo procura relacionar a produção teórica de Fernando Távora com os princípios e evolução da sua conceção arquitetónica. A pesquisa incide no período balizado entre o artigo “O Problema da Casa Portuguesa” e a publicação Da organização do espaço, ou seja, entre 1945 e 1962, e estuda com maior profundidade 7 obras desta época: Casa sobre o mar (1950), Unidade Residencial de Ramalde (1952-60), Mercado Municipal de Vila da Feira (1953-1959), Casa de férias em Ofir (1956-1958), Parque e Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (1956-1960), Escola Primária do Cedro (1957-1961) e Convento de Gondomar (1961-71).
A tese foi apresentada na Escuela Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de Valladolid.
Em comum, a ligação a projetos expositivos onde a Arquitetura desempenha um papel central e o facto de neles constar documentação preservada na Fundação Marques da Silva.
Três prolongam no tempo a memória de exposições já decorridas: “700+25 Arquitectura na UniverCidade” (Coimbra, 2015); “O teatro e a memória” (Braga, 2015) e “Arquitetura em Concurso” (Lisboa, 2016). A leitura de “Les Universalistes” ainda pode ser acompanhada de uma visita à exposição que o determina, na Cité de l’architecture & du patrimoine, em Paris, até 29 de outubro.
A Nacional: Porto 1919-1925
Texto de Carlos Machado
Breves notas para uma leitura de "A Nacional", obra de Marques da Silva, o edifício nº1 da Avenida dos Aliados, paradigma de um estilo e de uma nova forma de projetar o espaço público portuense. Por Carlos Machado, arquiteto convidado a guiar aquela que foi a visita inaugural do módulo 1 do programa evocativo do centenário da Avenida da Cidade.
Completa-se com esta publicação o conjunto de fascículos que reune os apontamentos realizados a propósito de cada um dos edifícios visitados pelos respetivos arquitetos/guia:
É o segundo módulo do programa que pretende pôr em evidência a importância da conceção original para a avenida e sua evolução no contexto específico da cultura portuense. A questão do ponto de partida acabou por estabelecer a caraterização espacial do Centro Cívico do Porto, transformando um plano abstrato de intenções formais como foi o estudo de Barry Parker de 1915, numa cidade real ao serviço do povo. Quais foram as circunstâncias e a natureza dos confrontos de ideias havidos nas primeiras décadas do século XX, que fixaram o desenho concreto da Avenida de hoje.
19 de setembro, às 19:00: “A teoria de Centro Cívico em Raymond Unwin e o projecto de Barry Parker para o Porto”. Professor Andrew Saint e Professor Rui Tavares.
Abordar a ideia de Centro Cívico no conceito teórico de Raymond Unwin e a proposta do seu companheiro de grupo, Barry Parker, para a concretização do novo centro cívico da cidade do Porto. Como se explica que sendo a comunidade artística portuense fortemente marcada pela formação francesa das Beaux-Arts, em total sintonia com os sectores liberais e burgueses que delinearam o quadro ideológico da República, se tenha recorrido a um projetista inglês? E como compreender a natureza da resistência na concretização desse projeto por parte de José Marques da Silva, José Teixeira Lopes, António Correia da Silva, ou mesmo as críticas de Gaudêncio Pacheco, o engenheiro chefe dos serviços municipais.
26 de setembro, às 19:00: "A ideologia do boulevard: das experiências de Paris à refundação das cidades europeias". Professora Elisabeth Essaïan e Professor Manuel Mendes.
Sob o impulso da expansão industrial na Alemanha e a compreensão da necessidade do planeamento geral das cidades, cresce na Europa a ideologia urbanística e a generalização dos modelos de vanguarda na reconstrução e expansão das cidades. Um certo culto das experiências de Paris sob o padrão dos boulevards foi largamente experimentado na refundação das cidades europeias e enaltecido pela cultura portuense. A partir de uma apresentação do exemplo de Moscovo, propõe-se a reflexão sobre outras analogias. Como, por exemplo, a semelhança entre a Praça Stanislau, em Praga, e a Avenida das Nações Aliadas, no Porto, instalada no terreno poucos anos mais tarde.
3 de outubro, às 21h30: “A Avenida da Cidade como síntese urbana do republicanismo portuense”. Professor Paulo Pereira e Professor Domingos Tavares.
Como se transformou um plano abstrato de intenções formais, por vezes contraditórias, numa cidade real ao serviço do povo. No confronto entre os planos, os projetos e a realidade, propõe-se refletir sobre as práticas culturais na Baixa do Porto e o que acabou por definir o centro cívico. Na Avenida das Nações Aliadas temos um exemplo desse entusiasmo pela definição de uma imagem de carácter monumental com recurso ao tratamento arquitetónico das fachadas que configurariam o progresso e as perspetivas quanto às futuras dinâmicas urbanas. À proposta homogénea de matriz britânica do traçado urbano original, sobrepôs-se a heterogeneidade de matriz francesa impulsionada pelos nossos arquitectos de formação Beaux-Arts.
Edifício 156
Texto de André Camelo e Miguel Ribeiro
"Edifício 156" apresenta-nos mais um projeto de Marques da Silva para a Avenida dos Aliados através do olhar dos arquitetos responsáveis pela sua requalificação, André Camelo e Miguel Ribeiro, os guias da visita #4 do programa do Centenário. Entre texto e imagens encontram-se as coordenadas para o entendimento desta obra, atualmente propriedade da Misericórdia do Porto.
Cassiano Branco, Coliseu do Porto, 4 de Setembro de 1939
Oferta de Alexandre Alves Costa à Fundação Marques da Silva
O "Coliseu do Porto" foi pensado por vários arquitetos, entre eles José Porto ou Júlio de Brito. Em 1939, Cassiano Branco é convidado a assumir a direção do projeto. O desenho que hoje se divulga, uma oferta à Fundação Marques da Silva do Professor Alexandre Alves Costa, é um belo e raro desenho original para estudo do projeto, assinado e datado por Cassiano Branco.
Vai seguir para restauro e em breve voltará a ser notícia.
2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira - "Culturas Partilhadas"(2CIHCLB)
14-16 Setembro 2016, FAUP
2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira - "Culturas Partilhadas" (2CIHCLB)
14-16 Setembro 2016, FAUP
Inscrições abertas
O 2º CIHCLB elege como tema a problemática das “Culturas Partilhadas” e visa estender a iniciativa a outras áreas geográficas, cujo cruzamento com a construção Luso-Brasileira é facilmente reconhecido. Na continuidade do 1º Congresso, realizado em 2013 na cidade de Vitória, Brasil, tem como fim em vista a promoção do desenvolvimento da disciplina da História da Construção Luso-Brasileira, mas pretende agora agregar contributos oriundos de um espaço geográfico diversificado, que extravase significativamente os limites de Portugal e do Brasil.
As inscrições para o 2º CIHCLB encontram-se abertas até 14 de Setembro de 2016 na plataforma on-line onde podem encontrar todas as informações relativas a este congresso.
Complementarmente, entre 14 e 16 de Setembro e mediante as vagas disponíveis, podem realizar-se inscrições no local do Congresso (FAUP).
En el principio era Távora...
Itinerario para la transmisión de una síntesis arquitectónica
Tese de doutoramento de Juan Ortiz Orueta
En el principio era Távora...
Itinerario para la transmisión de una síntesis arquitectónica
Este é o título da tese de doutoramento de Juan Ortiz Orueta, apresentada na Escuela Técnica Superior de Arquitectura Universidad Politécnica de Madrid e já disponível para consulta, em formato digital, na Fundação Marques da Silva.
O autor, que em “Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora” tinha antecipado as principais coordenadas da sua aproximação à figura e obra de Fernando Távora, sustenta a afirmação da sua importância e singularidade, considerando-o ponto de inflexão na evolução da Arquitetura Portuguesa. Juan Ortiz Orueta parte de uma análise centrada no que defende serem os manifestos teóricos – O problema da Casa Portuguesa e Da Organização do Espaço - e projetuais de Fernando Távora – Casa sobre o Mar, Pavilhão de Ténis e Casa dos 24. Para traçar o que classifica de um itinerário vital, onde tudo é Arquitetura, convoca figuras tutelares, como Le Corbusier ou Pessoa, estabelece paralelismos com grandes arquitetos do século XX e sublinha o ascendente exercido sobre Álvaro Siza e a Escola do Porto.
A tese foi avaliada com a máxima qualificação, sobresaliente cum laude, assim como assinalada com a Menção Internacional.
No Centenário da Avenida | Pela janela do tempo
Imagem enviada pelo Arquiteto António Menéres
Partilhamos hoje esta curiosa imagem da Avenida enviada pelo Arq.to António Menéres em resposta ao desafio lançado no final do mês de maio. E não resistimos a partilhar também as notas que a acompanhavam:
“1º - A Câmara ainda estava em construção.
2º - Ainda não existia o edifício do Imperial (projecto do arqtº Couto de Almeida, autor também dos edifícios da Singer, em Sá da Bandeira e do Café Aviz, na rua do mesmo nome), onde tive o primeiro gabinete, com os colegas Vasco Macieira Mendes - falecido há muito - e, Álvaro Siza Vieira, Alberto Neves e Joaquim Vasconcelos Sampaio
3º - Já existia o posto de informações da Carris, mais ou menos em frente da Livraria Figueirinhas.
4º - Ainda existiam motas com sidecar, Harley Davidson, servindo de táxis de 1 passageiro...e eu lembro-me!!!!
5º - Grande cidade...andava tudo no meio da rua...agora nem nos passeios caminhamos tranquilos.!!!”
"No Centenário da Avenida" recebe Alto Patrocínio do Presidente da República
O programa "No Centenário da Avenida" vai contar com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. O anúncio deste apoio constitui mais um importante gesto de reconhecimento do interesse cultural e cívico desta iniciativa da Fundação Marques da Silva - comissariada pelo Professor Doutor Domingos Tavares e desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal do Porto - num momento em que, depois do sucesso alcançado com as visitas guiadas, se prepara para lançar os restantes módulos programados: três Conferências/debate e uma Exposição.
Banco de Portugal - Porto (1918-1922)
Texto de Francisco Sousa Rio
"A direção do Banco de Lisboa, criado nos alvores do liberalismo, em 31 de dezembro de 1821, cedo discutiu a criação de uma filial na cidade do Porto devido à importância deste polo da vida económica do País."
A filial do Banco de Portugal constituiu o segundo momento do conjunto de visitas realizadas no âmbito do programa evocatório do centenário da Avenida. Disponibilizamos agora um breve texto, da autoria do arquiteto que a conduziu, Francisco Sousa Rio, onde se estabelece a linha do tempo que acompanha e ajuda a entender a realização deste projeto.
Távora: Desenho de Viagem, Desenho Objeto
Texto de Sergio Fernandez
Este texto, que agora se disponibiliza em versão digital, foi lido na sessão de "Um Objeto e seus Discursos" do dia 9 de Abril de 2016, na Casa-Atelier José Marques da Silva.
Trata-se de um testemunho de Sergio Fernandez, a partir de um esquisso da Capela do Bom Jesus de Valverde, que se traduz numa homenagem à figura singular de Fernando Távora e num convite à Viagem e ao Desenho.
A visita aos Paços do Concelho
#5 Arquitetura da Avenida
2 de julho, com Domingos Tavares
O módulo de visitas guiadas do programa “No Centenário da Avenida da Cidade” a 5 edifícios configuradores do centro cívico do Porto, por 5 arquitetos, concluiu-se no passado sábado, 2 de julho, com a apresentação do edifício dos Paços do Concelho pelo Comissário desta iniciativa, Domingos Tavares.
O seu profundo conhecimento da história da cidade e da obra do autor do projeto, o arquiteto Correia da Silva, proporcionou ao numeroso grupo, um momento privilegiado de revelação e entendimento da história e perplexidades que o edifício encerra. Com a fluidez e clareza de discurso que lhe são reconhecidas, discorreu sobre as circunstâncias e modelos condicionadores do projeto inicial, as peripécias e dúvidas que conduziram às intervenções posteriormente conduzidas por Carlos Ramos e que o viriam a transformar num edifício híbrido, a sua ligação e falta dela às Praças que o confrontam, o significado histórico e urbano de uma construção arquitetónica concebida para se tornar símbolo do poder municipal e da identidade cívica portuense.
Do exterior para o interior, o edifício foi sendo percorrido de forma a perceber-se o sentido triangular do seu desenho espacial e distribuição funcional, concluindo-se a visita com a passagem ao terraço que o encima, a proporcionar, como tem vindo a ser comum, perspetivas invulgares da sua relação com a cidade.
Paços do Concelho: Porto 1916 - (1920)
Texto de Domingos Tavares
“Colocado no remate superior da Avenida das Nações Aliadas, [o edifício dos Paços do Concelho] é o referencial do novo centro cívico criado no início do século XX. Factor dinamizador da vida cívica e imagem urbana da expansão norte promovida pela burguesia liberal da primeira República.”
A enquadrar a visita guiada #5 do programa de celebração do Centenário da Avenida da Cidade, agendada para o dia 2 de julho de 2016, disponibiliza-se versão digital do texto de autoria do arquiteto Domingos Tavares.
João Marcelino Queiroz, filho de Abílio de Sequeira Pinto Queiroz e Branca Laura Pimentel de Lima Queiroz, nasceu no Porto a 23 de Junho de 1892.
"A sua veia artística levou a que, em 1911, se matriculasse no Curso Preparatório de Desenho da Escola de Belas Artes do Porto, tendo concluído o Curso de Arquitectura Civil em 1920. [...]
Obtém o Diploma de Arquiteto em 1926, depois de ter trabalhado durante dois anos na Administração Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. [...] O Capitão Queiroz, como era conhecido, era um homem bom, republicano, por natureza sociável e de grande simplicidade, foi pessoa de muitas e pacíficas relações na sua cidade natal e, talvez por isso, autor de vastíssima obra."
Excertos do texto de Alexandre Alves Costa sobre este arquiteto, nascido no Porto há 124 anos.
No Centenário da Avenida
Arquitetura da Avenida | #5 Os novos Paços do Concelho
2 de julho - Abertura de inscrições
#5 Os novos Paços do Concelho
Pr. General Humberto Delgado
com Domingos Tavares (*)
2 de julho, 10:30
A quinta e última visita-guiada do Centenário da Avenida não podia deixar de ser ao edifício dos Paços do Concelho, sob orientação do Comissário do programa, Domingos Tavares.
Projetado por Correia da Silva, o arquiteto municipal, apresenta-se como variante neo-barroca que compõe a parede de fundo da Avenida como visibilidade de referência para todo o burgo através do levantamento da torre, símbolo do poder municipal. A sua longa construção, iniciada em 1920, viria ainda a requerer a intervenção de Carlos Ramos, arquiteto que acompanha a sua finalização. O edifício viria a ser inaugurado a 24 de junho de 1957, exatamente há 59 anos.
O acesso à visita é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. As inscrições decorrem até 48 horas antes da visita, podendo encerrar mais cedo pelo preenchimento total das vagas.
O formulário de inscrição encontra-se disponível no seguinte link
(*) Domingos Tavares, arquitecto pela Escola Superior de Belas Artes do Porto.
Professor emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Foi Professor Convidado do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências. É actualmente Coordenador de Projeto de Investigação (Grupo Atlas da Casa) no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Membro efectivo da Ordem dos Arquitectos nº 637N.
Trabalhou como colaborador do arquiteto Fernando Távora em 1964 e 1965, dos arquitetos Jorge Gigante e Francisco Melo de 1967 a 1972 e dos arquitetos Alcino Soutinho e Rolando Torgo em 1972 e 1973. Em 1973 integrou a equipa Percy Johnson-Marshall / Costa Lobo para o Plano da Região do Porto.
É autor de diversos trabalhos de arquitectura, sendo a sua obra apresentada em várias exposições e publicações especializadas.
Publicou os livros “Da rua Formosa à Firmeza” (ESBAP, 1983), “Miguel Ângelo, a aprendizagem da arquitectura” (FAUP, 2002), “Francisco Farinhas, realismo moderno” (DAFNE, 2007), a colecção de “Sebentas de História da Arquitectura Moderna” (23 Vol. DAFNE, 2004/2014) e “Casas de Brasileiro” (DAFNE, 2015).
A Casa Atelier José Marques da Silva no Open House 2016
A Casa Atelier José Marques da Silva, durante o fim de semana do Open House, acolheu cerca de 500 visitantes e as duas visitas programadas, Alexandre Alves Costa a 18, e Paula Abrunhosa a 19. Iluminada por um sol generoso revelou a singularidade dos seus espaços interiores, a forma como abraça o exterior que a envolve, da Praça aos jardins, o diálogo que estabelece com o Palacete Lopes Martins, ostentando orgulhosamente a memória do seu autor.
Na intencionalidade de uma obra onde o arquiteto, em plena maturidade criativa, é o seu próprio cliente, permanece testemunho de uma casa burguesa do início do século XX e de um espaço de trabalho cuja produção se reflete no desenho urbano do Porto. É agora sede da Fundação Marques da Silva, uma transformação funcional que a intervenção de reabilitação empreendida pelo Atelier 15 preparou com a qualidade que todos os que a visitam reconhecem.
A visita ao Edifício nº 156 da Avenida dos Aliados
#4 Arquitetura da Avenida
18 de junho, com André Camelo e Miguel Ribeiro
O quarto momento do módulo de visitas guiadas do programa do Centenário da Avenida proporcionou o confronto com uma intervenção e uma realidade completamente distintas das anteriores. Ainda que tendo por base a monumentalidade e representatividade requeridas à dignificação da Avenida, o projeto de Marques da Silva para o lote VI, dominado pela sede para o Jornal de Notícias, teve por objetivo pensar e garantir a ampliação e alinhamento de edifícios já existentes, situados na desaparecida Rua Elias Garcia e destinados a habitação, comércio e escritórios. Através de uma fachada conjunta, sem ocupar um cunhal ou tentar afirmar a imagem identitária de uma grande companhia ou casa bancária, impõe-se como matriz para unificação de pequenos lotes, num modelo que acaba mesmo por ser replicado na junção de mais uma fracção, que virá a ser ocupada pela “Lutuosa”, no nº 168.
O acesso ao número 156, pertencente à Santa Casa da Misericórdia, permitiu percecionar a forma como a migração da linguagem da Avenida das Nações Aliadas foi feita para o interior do edifício, constatar como foi solucionada a diferença de cotas, como se desenvolveu o aproveitamento de caixas de escadas partilhadas e o contraste decorativo e espacial das zonas de transição face aos registos oitocentistas das pré-existências. Teve ainda a mais-valia de ser apresentado pela equipa de arquitetos que está a projetar a sua reabilitação, André Camelo e Miguel Ribeiro, do CREA, pelo que foi possível acompanhar a forma como encaram e interpretam a história do construído e antever as linhas condutoras para a sua futura transformação.
A Casa-Atelier no roteiro do Open House Porto 2016
O Open House nasceu em Londres, há 23 anos, mas tem vindo a estender-se a um número crescente de cidades, entre as quais, o Porto, desde 2015. Esta iniciativa tem por objetivo divulgar e dar a conhecer a um público alargado o valor do património arquitetónico das comunidades participantes promovendo visitas e itinerários diversificados.
Este ano, o roteiro do Open House Porto, comissariado por Jorge Figueira e Carlos Machado e Moura, reúne um conjunto de 51 edifícios entre Porto, Gaia e Matosinhos, num percurso que integra "lugares privados de instituições reconhecidas, uma viagem por arquiteturas esquecidas e a revisitação da casa burguesa do princípio do século XX e da habitação de cariz social surgida após a revolução de 25 de Abril de 1974."
A Fundação Marques da Silva associa-se a esta iniciativa abrindo as portas da Casa-Atelier José Marques da Silva. Inserida no conjunto de espaços a visitar no Porto Oriente, estará acessível nos dois dias do evento:
- 18 de junho, entre as 16:00 e as 18:00, com visita guiada por Alexandre Alves Costa às 15:00
- 19 de junho, entre as 10:00 e as 18:00, com visita guiada por Paula Abrunhosa às 15:00
Exposição: Aurélia, mulher artista
Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, Porto
Museu da Quinta de Santiago, Leça da Palmeira
13 de junho a 30 de outubro de 2016
Passam hoje 150 anos sobre o nascimento de Aurélia de Sousa (Valparaíso, 13.06.1866 - Porto, 26.05.1922), pintora, ilustradora e fotógrafa com uma presença ativa e marcante na vida artística portuense, em particular durante as primeiras décadas do século XX. A sua obra encontra-se representada na coleção de pintura de José Marques da Silva através de um óleo sobre tela intitulado "Bebé e Lilita", um quadro de pequenas dimensões mas onde se evidencia a mestria da pintora na utilização da luz e de cores vibrantes como elementos definidores das formas.
Esta obra, exposta em 1936 no Salão de Belas-Artes do Palácio de Cristal Portuense, numa exposição de homenagem póstuma à pintora, poderá ser agora observada na exposição que hoje se inaugura, na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, por cedência da Fundação Marques da Silva, que assim se associa à celebração do 150º aniversário de Aurélia de Sousa, uma iniciativa organizada em parceria pela Câmara do Porto e pela Câmara de Matosinhos.
A exposição é comissariada por Filipa Lowndes Vicente e estará aberta ao público até 30 de outubro, nos seus dois pólos: Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, no Porto, e Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, Matosinhos.
O olhar de Jorge Figueira sobre o Mapa de Arquitetura Fernando Távora
Quando a 14 de março se lançou o Mapa de Arquitetura de Fernando Távora, Jorge Figueira foi um dos oradores convidados. O texto que serviu de base à sua intervenção, com a sua leitura e coordenadas de enquadramento das obras assinaladas no Mapa, fica agora disponível para consulta. E, porque o fim de semana é alargado e o tempo convidativo, torna-se o convite ideal para, em jeito de sugestão de fim de semana, regressar ao Mapa e visitar a obra a Norte de Fernando Távora.
No Centenário da Avenida
Arquitetura da Avenida | #4 O Edifício nº 156
18 de junho - Abertura de inscrições
#4 O Edifício nº 156 da Avenida dos Aliados
com André Camelo e Miguel Ribeiro (*)
18 de junho, 10:30
O Edifício nº 156 está integrado no conjunto da zona VI da Avenida, num projeto de alinhamento e urdidura de fachadas para a Avenida das Nações Aliadas, correspondente à junção de 5 lotes da Rua Elias Garcia, com larguras e proprietários diferentes. Os licenciamentos decorreram entre 1927 e 1932, mas mantiveram-se fieis ao alçado de Marques da Silva que, numa composição única e coerente, tinha como centro de referenciação o Jornal de Notícias.
A quarta visita do módulo Arquitetura da Avenida vai, deste modo, proporcionar o confronto com uma obra de carácter e tipologia bem distintos das anteriores, mas onde a fachada, elemento definidor do espaço público, mantém uma importância estética e urbana fundamentais.
O acesso é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. As inscrições decorrem até 48 horas antes da visita, podendo encerrar mais cedo pelo preenchimento total das vagas.
O formulário de inscrição encontra-se disponível no seguinte link
André Magalhães Camelo, nasceu no Porto em 1975.
Licenciou-se em 2001 pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, tendo sido bolseiro do programa Erasmus no Politécnico de Milão em 99/00. Concluiu pós-graduação em Reabilitação do Património Edificado pela Faculdade de Engenharia da UP em 2006, e pós-graduação em Gestão Imobiliária na Porto Business School da UP em 2012. Colaborou, entre outros, com os Arquitetos Adão da Fonseca, e Manuel Teles & Miguel Dias. Desenvolve atividade de profissional liberal desde 2003, e paralelamente exerce desde 2008 as funções de Arquiteto/Gestor de Empreendimento para a Empresa Afaplan, S.A. É sócio fundador da empresa CREA desde 2013.
Miguel Torres Ribeiro, nasceu no Porto em 1977.
Licenciou-se em 2001 pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, tendo sido bolseiro do programa Erasmus no Instituto Universitário de Veneza em 99/00. Foi como bolseiro da Fundação Cupertino Miranda que desenvolveu o seu estágio profissional no Centro de Estudos da Faculdade de Arquitectura, em 2000/01. Desde então, simultaneamente, colabora com o Atelier 15 Arquitectura Lda. e exerce a sua atividade como profissional liberal. Em 2006, conclui o curso de Avaliação Imobiliária, promovida pela Ordem dos Arquitectos. Atualmente, é também perito avaliador independente pelo Ministério das Finanças e sócio fundador da empresa CREA desde 2013.
A visita à Culturgest Porto
#3 Arquitetura da Avenida
4 de junho, com João Pardal Monteiro
A terceira visita do programa do centenário reconduziu-nos à Avenida, onde, entre a sede do Jornal de Notícias, de Marques da Silva, e o edifício sede do Montepio Geral, a rematar o conjunto edificado de Leandro de Morais, se ergue o projeto de Porfírio Pardal Monteiro para a sede do Porto da Caixa Geral de Depósitos.
No que é um traço comum aos edifícios visitados, também aqui a luminosidade, amplitude e decoração do espaço interior, em particular do espaço central onde tudo se organiza, surpreende pelo inesperado contraste com a solidez das fachadas, marcadas pela robustez do granito, pela monumentalidade concordante com a imagem da instituição e o espírito do espaço urbano que lhe estava destinado.
João Pardal Monteiro enquadrou o projeto para o Porto no contexto das obras de Porfírio Pardal Monteiro para a Caixa Geral de Depósitos, mas também nas circunstâncias nacionais e internacionais de todo um percurso de arquiteto, influenciado por José Luís Monteiro e Ventura Terra, pelas linguagens emergentes da exposição parisiense de 1925, pelo período de transição e de mudança de paradigmas onde se situa e decorre a sua ação. A projeção de fotografias de época permitiu ainda perceber a riqueza decorativa, parcialmente escondida, parcialmente perdida do interior, no estado presente do edifício. E se não foi possível aceder ao primeiro piso e ao terraço, a descida à cave proporcionou a descoberta dos cofres e de algumas das estratégias implementadas para garantir a sua segurança.
Caixa Geral Depósitos - Culturgest Porto
Texto de João Pardal Monteiro
"A agência do Porto de 1923 foi, naquele período, o maior projeto de Porfírio Pardal Monteiro e também o mais ambicioso que realizou para a Caixa Geral de Depósitos, tendo a obra sido concluída apenas em 1928".
A enquadrar a visita guiada #3 do programa de celebração do Centenário da Avenida da cidade, agendada para o 4 de junho de 2016, disponibiliza-se versão digital do texto da autoria do arquiteto João Pardal Monteiro.
"Conversas com..."
A propósito dos 160 anos da primeira viagem de comboio em Portugal e da centenária Estação de Porto São Bento
1 de junho, 15:00, Comboio Histórico, Estação de S. Bento
Conversas com...
Nuno Tasso de Sousa e Hugo Pereira
Comboio Histórico, Estação de S. Bento
1 de junho, 15:00
Com pompa e circunstância, foi inaugurado a 5 de outubro de 1916, o imponente vestíbulo da Estação de S. Bento, assim marcando a conclusão de uma obra iniciada em 1896, ano da chegada do primeiro comboio às plataformas de S. Bento, ainda sem gare, ano em que Marques da Silva, ainda em formação em Paris, obtém o seu diploma de arquiteto pelo governo francês com um projeto para a Gare Central do Porto. Seria este a base do futuro projeto que lhe será adjudicado em 1899 e que, ao longo da sua construção, será sujeito a múltiplas reformulações.
O comboio chegara a Portugal em 1856, sendo o Caminho-de-ferro inaugurado a 28 de outubro, com uma viagem de 37Km, entre Lisboa e o Carregado. Passam, portanto, 160 anos.
A propósito destas efemérides, a CP organizou um conjunto de conversas que decorrem entre 30 de maio e 2 de julho, a bordo da primeira carruagem do Comboio Histório - locomotiva a vapor de 1925 - estacionada na Estação de S. Bento. A 1 de junho, a Fundação Marques da Silva, entidade apoiante, estará representada pelo Arquiteto Nuno Tasso de Sousa, para falar sobre o arquiteto e o projeto da Estação, na sessão das 15:00, conjuntamente com o Dr. Hugo Pereira.
A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
A visita ao edifício do Banco de Portugal
#2 Arquitetura da Avenida
28 de maio, com Francisco Sousa Rio
A compra de um conjunto de casas na Rua do Almada e na Praça da Liberdade pelo Banco de Portugal, bem como, em 1918, a aquisição de uma casa e terrenos adjacentes na Viela do Polé, veio permitir à instituição tomar a decisão estratégica de transferir a filial do Porto, instalada no antigo Convento de S. Domingos, para o novo centro comercial e cívico em construção na cidade.
O anteprojeto do edifício a construir seria entregue aos arquitetos Miguel Ventura Terra e José Teixeira Lopes, ambos formados pela Escola de Belas Artes do Porto e ambos com passagem por Paris, onde se cruzam com Marques da Silva. A raiz Beauxartiana é bem visível na proposta apresentada, a denotar a preocupação de adequar o edifício ao fim e ao local destinado, com um espaço interior marcado pela racionalidade e eficiência dos diversos serviços.
O falecimento deste arquitetos, em 1919, veio interromper a continuidade do trabalho de projeto, que transita para o engenheiro José Abecassis Júnior. Entre 1918 e 1922, data do licenciamento do projeto definitivo, as alterações sofridas são particularmente visíveis na fachada, em parte motivadas pela necessidade de atingirem a altura exigida pela Comissão Estética da Cidade.
Inaugurado em 1934, depois de um longo e complicado processo de construção devido às características do terreno, será apenas definitivamente rematado em 1936, com a colocação das duas estátuas em bronze que ladeiam o grupo escultórico do frontão, onde Deméter e Hermes, Agricultura e Comércio, recebem a proteção da Majestade. O trabalho escultórico, com simbologias e motivos que perpassam o interior do edifício e se referem à história e imagem da instituição, são da autoria de Sousa Caldas, escultor também responsável pelo grupo escultórico da “Nacional”.
A visita do passado dia 28, segundo momento do módulo visitas-guiadas do programa No Centenário da Avenida, orientada pelo arquiteto Francisco Sousa Rio, possibilitou a oportunidade única de os seus participantes percorrerem os espaços interiores do Banco de Portugal, um espaço com características únicas no Porto. E nem mesmo o mau tempo impediu o grupo de aceder ao terraço, local que permite contemplar a cidade sob uma perspectiva absolutamente imprevista e surpreendente.
No Centenário da Avenida da Cidade | Pela janela do tempo
Tem na sua posse fotografias ou postais que permitem documentar visualmente o processo de construção da atual Avenida dos Aliados e da sua envolvente com imagens do espaço urbano, de conjuntos patrimoniais, fachadas de edifícios ou mesmo dos seus interiores?
Enquanto decorre o programa No Centenário da Avenida, iniciado com a visita ao edifício da companhia de seguros A Nacional, no passado dia 21 de maio, convidamo-lo a partilhar esses dados entrando em contacto com a equipa organizadora do programa de celebração até final do mês de agosto através do email fims.up@gmail.com.
Os dados recolhidos destinam-se a organizar um repositório especificamente criado a partir de contributos cívicos que nos permita espreitar pela “janela do tempo”. Depois de trabalhados, os conteúdos recolhidos serão associados à restante informação e divulgados, podendo vir a fazer parte do módulo expositivo a inaugurar em outubro.
No Centenário da Avenida
Arquitetura da Avenida | #3 Caixa Geral de Depósitos - Culturgest
4 de junho - Abertura de inscrições
#3 Caixa Geral de Depósitos - Culturgest
Avenida dos Aliados, nº 104
com João Pardal Monteiro (*)
4 de junho, 10:30
A terceira visita do programa "No Centenário da Avenida", seguindo-se à "Nacional" e à sede portuense do Banco de Portugal, dará a conhecer o edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos no Porto. Foi projetado por Porfírio Pardal Monteiro, em 1923, tendo sido concluída a sua construção em 1928. Com uma linguagem neoclássica, expressa um contra-projeto em relação às linhas dominantes que se foram instalando na Avenida e procura identificar-se como edifício singular representando os valores distintos de uma instituição de significado nacional.
O acesso é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. As inscrições decorrem até 48 horas antes da visita, podendo encerrar mais cedo pelo preenchimento total das vagas.
O formulário de inscrição encontra-se disponível no seguinte link
(*) João Pardal Monteiro nasceu em Lisboa, em 1954.
Forma-se em Arquitetura em 1979 e faz Pós-Graduação em Conservação e Recuperação de Edifícios e Monumentos em 1983 na ESBAL. Em 1983 inicia a docência na Faculdade de Arquitetura da UL, Doutorado pela mesma universidade em Dezembro 2012. Inicia a atividade profissional em 1974 com Daciano Costa e continua na equipa Pardal Monteiro Arquitectos a partir de 1980. Obtém dezoito primeiros lugares em concursos públicos e tem uma significativa obra construída, destacando-se por exemplo o Campus do Instituto Superior Técnico no Tagus Park.
Atualmente preside à Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
A visita ao edifício da "Nacional"
#1 Arquitetura da Avenida
21 de maio, com Carlos Machado
Marques da Silva determinou a imagem urbana e monumental da Avenida dos Aliados, então ainda Avenida da Cidade, com os projetos para a Companhia de Seguros “A Nacional” e para o Banco Inglês, esboçados em 1919. Pela importância no desenho do arranque da construção do novo centro cívico e pelo seu autor, não podia deixar de ser, em momento de celebração do centenário da Avenida, o primeiro edifício a visitar.
Coube a Carlos Machado, professor da Faculdade de Arquitetura da UP, apresentar a obra e as coordenadas que permitem compreender o impacto e significado da inserção urbana do edifício beauxartiano, em forma de mariposa, que, na sua dupla dimensão, revivalista e racional, domina o gaveto poente do alinhamento entre a Avenida e a Praça da Liberdade.
A visita proporcionou uma oportunidade única para aceder ao interior do edifício e entender o valor do projeto original a permitir, antes da década de 60, a iluminação natural do foyer central. Das lojas do andar térreo, aos escritórios dos pisos superiores, foram-se percorrendo escadarias, galerias, passadiços e escritórios, como o do Dr. Herlander Ribeiro, o mais antigo locatário, ou da empresa Capital Urbano, numa deambulação pontuada pelas memórias do Sr. Domingos ou da sua zeladora, D. Eduarda, que tornou evidente o fascínio do espaço, a generosidade da sua luz e a sua surpreendente abertura à cidade.
Dessa viagem ficam algumas imagens, rematadas pela fotografia do topo da fachada onde os ornamentos envolvem de uma forma mais ou menos expressa os símbolos do encomendador, que orgulhosamente defendia, em 1924, deter o mais belo e imponente edifício da nova Avenida da Cidade.
O carro elétrico da Fundação Marques da Silva no Porto Tram Fest 2016
No passado sábado, 21 de maio, o sol não compareceu, mas a sua ausência não desmobilizou todos os que, em largo número, responderam ao convite do Museu do Carro Eléctrico e se associaram ao Porto Tram Fest. A Fundação Marques da Silva, como previsto, assegurou as visitas guiadas do carro que percorreu o circuito Museu/Batalha/Museu, tendo como guia Jaime Magalhães Júnior. Num clima descontraído houve tempo para falar de Marques da SIlva e de Arquitetura, de observar a cidade que todos os dias se percorre com outros olhos, cheia de movimento e até com passadeira vermelha a aguardar a passagem dos noivos.
Para quem desejar aceder a estas visitas, a Fundação Marques da Silva e o Museu do Carro Elétrico promovem regularmente viagens guiadas na Linha 22, entre a Cordoaria e a Batalha, dirigidas a grupos.
No Centenário da Avenida da Cidade
Arquitetura da Avenida | #2 Banco de Portugal
28 de maio - Abertura de Inscrições
#2 Banco de Portugal
Pr. da Liberdade, nº 92
com Francisco Sousa Rio (*)
28 de maio, 10:30
A 28 de maio realizar-se-á a segunda visita do programa "No Centenário da Avenida da Cidade". Depois do nº1 da Avenida, o edifício para sede da Companhia de Seguros "A Nacional", segue-se a visita ao edifício projetado em 1918 por Ventura Terra em colaboração com José Teixeira Lopes para acolher a filial do Porto do Banco de Portugal. Edifício monumento, que viria a ser construído entre 1923 e 1934, foi pensado para qualificação da Praça da Liberdade, absorvendo o efeito de dignidade por integrar o primeiro núcleo de centralidade do Centro Cívico do Porto.
O acesso é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. As inscrições decorrem até 48 horas antes da visita, podendo encerrar mais cedo pelo preenchimento total das vagas.
O formulário de inscrição encontra-se disponível no seguinte link
(*) Francisco Sousa Rio nasceu no Porto em 1971.
Concluiu o Curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 1996 e a Pós-graduação em Direito das Autarquias Locais na Faculdade de Direito da Universidade do Porto em 2003. Colabora com a Câmara Municipal do Porto (CMP) desde 1994.
Foi colaborador no escritório do arquiteto Francisco Machado Lima, entre 1987 e 1992, e no escritório do arquiteto Pedro Santarém Correia de 1996 a 1998.
Projetou e construiu diversas obras. Participou em Congressos e Ciclos de Conferências com comunicações e publicou artigos sobre arquitetura e construção.
Na CMP estagiou no Gabinete de Planeamento Urbanístico (1994/95), fez parte da equipa do Inventário do Património Arquitetónico do Porto (1998/99), trabalhou na Gestão Urbanística (1999/2005) e no Gabinete de Projetos (2005/2006). Desde 2006 desenvolve estratégias para a salvaguarda do património cultural da cidade.
A sua atividade tem-se centrado na investigação no âmbito do património arquitetónico, dedicando-se, por um lado à parecerística sobre intervenção em imóveis de interesse patrimonial, por outro à disseminação do conhecimento, quer através de visitas e percursos guiados pela cidade, quer através de reportagens gravadas para a televisão.
Enquanto colaborador da autarquia do Porto, em 2010 trabalhou no serviço de conservação do património do município de Bristol, Inglaterra.
A partir da edição de 2010 tem estado a seu cargo a organização do Prémio João de Almada para a recuperação do património arquitetónico da cidade do Porto.
O DIM 2016 na Fundação Marques da Silva: A Encomenda
com Raúl Hestnes Ferreira, Luís Urbano, Manuel Graça Dias e Patrícia Miguel
No Dia Internacional dos Museus, o Hall da Casa-Atelier José Marques da Silva transformou-se numa sala de cinema. Aí se exibiu “A Encomenda”, de Manuel Graça Dias, sobre a Casa de Albarraque, de Raúl Hestnes Ferreira. Uma pequena ficção, pontuada de humor e de poesia, que através da interacção entre o arquiteto e um peculiar carteiro, nos vai revelando e dando a entender a casa pensada para José Gomes Ferreira, seu pai.
A anteceder a curta-metragem, foi também exibida a entrevista realizada no âmbito do projeto de investigação ‘Ruptura Silenciosa’, em 2013, onde Hestnes Ferreira nos apresentou, em registo direto, o seu percurso de vida, as memórias da sua formação e da passagem pelo Porto, as viagens e experiências de trabalho e estudo determinantes para a sua prática, a sua vontade de fazer arquitetura, mas também explicou as circunstâncias que ditaram e enformaram o projeto para a casa de férias de Albarraque.
Seguiu-se a conversa, moderada por Luís Urbano, a reunir as intervenções do próprio Raúl Hestnes Ferreira, do realizador, Manuel Graça Dias, e de Patrícia Miguel. Falou-se, a partir da intersecção entre cinema e arquitetura, do projeto de Albarraque, das referências e, em particular, do ‘Tempo Escandinavo’ de Hestnes Ferreira e do interesse pela obra de Alvar Aalto; de uma casa de férias que, gizada no final dos anos 50 para uma realidade muito específica e pessoas concretas, atravessou e venceu a prova do tempo, conquistando um lugar referencial no universo da arquitetura portuguesa do pós-guerra.
O Dia Internacional dos Museus na Fundação Marques da Silva
A Encomenda: Projeção de curta-metragem e entrevista, seguida de conversa com Luís Urbano, Manuel Graça Dias e Patrícia Miguel
18 de maio, 21:30, Casa-Atelier José Marques da Silva
A influência da arquitetura de Alvar Aalto foi particularmente sentida na arquitetura portuguesa do pós-guerra, num interesse partilhado por diferentes gerações de arquitetos, de Fernando Távora a Siza Vieira. A viagem de Hestnes Ferreira à Escandinávia, a sua passagem pela Finlândia e a experiência direta da arquitetura de Alvar Aalto que ela proporciona, adquire um significado especial ao concretizar-se nesse momento crucial de procura de novas fontes de inspiração e modelos operativos, que obras como a Casa de Albarraque refletem de forma paradigmática. “A Encomenda”, curta-metragem de Manuel Graça Dias, dá a conhecer essa pequena casa de fim-de-semana desenhada e construída por Raúl Hestnes Ferreira, entre 1959 e 1961, para o seu pai, o poeta José Gomes Ferreira.
Para assinalar a edição de 2016 do Dia Internacional dos Museus, que tem por tema “Museus e Paisagens Culturais”, e no ano em que passam 40 anos sobre a morte de Alvar Aalto, a Fundação Marques da Silva propõe o revisionamento desta curta-metragem de 2013, realizada no âmbito do projeto Ruptura Silenciosa, coordenado por Luís Urbano. A sessão, que contará com a presença de Raúl Hestnes Ferreira, conta ainda com a projeção de uma entrevista, seguindo-se uma conversa informal entre Manuel Graça Dias, Luís Urbano e Patrícia Miguel, que, em 2012 apresentou em Espoo, na Finlândia, a conferência “Tempo Escandinavo, a viagem do Arquitecto Raúl Hestnes Ferreira no pós-guerra à Finlândia”.
No Centenário da Avenida da Cidade
Arquitetura da Avenida | #1 Companhia de Seguros "A Nacional"
21 de maio - Inscrições abertas
#1 Companhia de Seguros "A Nacional"
Avenida dos Aliados, nº 1
Com Carlos Machado (*)
21 de maio, 10:30
A primeira visita a realizar no âmbito do programa "No Centenário da Avenida da Cidade" tem por objeto o edifício projetado por José Marques da Silva, em 1919, para a Companhia de Seguros "A Nacional". Em conjunto com o edifício do Banco Inglês, abre a perspetiva da nova avenida, marcando a separação objetiva com a Praça da Liberdade e estabelecendo a escala das realizações que, em seu seguimento, definirão os alçados laterais da Avenida.
O acesso é gratuito, apenas condicionado a inscrição prévia. As inscrições decorrem até 48 horas antes da visita, podendo encerrar mais cedo pelo preenchimento total das vagas.
O formulário de inscrição encontra-se disponível no seguinte link
(*) Carlos Machado nasceu no Porto em 12 de Agosto de 1956.
Concluiu o Curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1987 e o Doutoramento em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto em 2006. É docente da FAUP desde 1988.
Foi colaborador no escritório do arquitecto Eduardo Souto de Moura em 1990/91.
Enquanto profissional liberal projectou e construiu diversas obras publicadas, tendo sido premiado nos seguintes projectos: Arranjo do Largo do Cais, Soure (concurso, 1º prémio, 1986), Zona Desportiva e Recreativa de Santo Tirso (concurso, 2º prémio, 1987) e Três Residências de Estudantes do I.P. de Coimbra, em co-autoria com o Arq. João Álvaro Rocha (concurso, 2º prémio, 1991).
Participou em Congressos e Ciclos de Conferências sobre arquitectura e fotografia de arquitectura. Foi um dos organizadores do Ciclo de Conferências Discursos de Arquitectura realizado na ESPAP em 1990/1.
Publicou artigos sobre arquitectura e ensino da arquitectura em revistas, catálogos e monografias nacionais e internacionais.
Enquanto Professor Auxiliar lecciona as Unidades Curriculares "História da Arquitectura Contemporânea" (MIArq) e "Teoria da Arquitectura Contemporânea" (PDA).
No Centenário da Avenida da Cidade | 1916-2016
Visitas-Guiadas; Conferências-Debate; Exposição
Programa Comissariado por Domingos Tavares
Entre Maio e Dezembro de 2016
No Centenário da Avenida da Cidade é uma iniciativa conjunta da Fundação Marques da Silva e da Câmara Municipal do Porto, desenhada com a finalidade de assinalar o início do processo de construção do centro cívico do Porto, simbolicamente datado a 1 de fevereiro de 1916, com a cerimónia de remoção da primeira pedra do edifício da antiga Câmara pelo então Presidente da República, Bernardino Machado, momento esse evocado no dia da efeméride através da sessão "Primeira Pedra".
O programa de celebração do arranque da construção da Avenida das Nações Aliadas e dos "novos" Paços do Concelho tem como Comissário Domingos Tavares, Arquiteto e Professor Jubilado, com o título de Professor Emérito da Universidade do Porto. Aberto à cidade, articula-se em três módulos, de natureza e forma distintos, mas complementares entre si: visitas guiadas; conferências/debate; exposição.
A Encomenda
Projeção de curta-metragem e entrevista a Raúl Hestnes Ferreira
Conversa com Luís Urbano, Manuel Graça Dias e Patrícia Miguel
Casa-Atelier José Marques da Silva | 18 de maio | 21:30
Dia Internacional dos Museus
"A Encomenda", curta-metragem de Manuel Graça Dias, dá a conhecer a pequena casa de fim-de-semana desenhada e construída por Raúl Hestnes Ferreira em Albarraque, entre 1959 e 1961, para o seu pai, o poeta José Gomes Ferreira. Obra de início de carreira, surge após a estadia de dois anos na Finlândia e traduz a vontade de fazer uma nova arquitetura, onde se pressente a influência de Alvar Aalto, falecido há exactamente 40 anos.
Para assinalar a edição de 2016 do Dia Internacional dos Museus, que tem por tema “Museus e Paisagens Culturais”, a Fundação Marques da Silva propõe o revisionamento desta curta-metragem de 2013, realizada no âmbito do projeto Ruptura Silenciosa, coordenado por Luís Urbano, acompanhada da entrevista então realizada ao arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, que nos dará a honra de estar presente. A sessão encerra com uma conversa informal entre Manuel Graça Dias, Luís Urbano e Patrícia Miguel, autora de um artigo sobre a viagem de Hestnes Ferreira à Escandinávia em 1957.
Doação do Acervo Manuel Teles à Fundação Marques da Silva
9 de maio de 2016 | Casa-Atelier José Marques da Silva | 18:30
“Nem só quem casa quer casa, porque não apenas quer casa quem casa; casa, querem, também, o indivíduo e a instituição, uma vez que ela, a casa, é uma indispensável referência social, um precioso contentor de memória, um seguro abrigo físico e uma desejada protecção espiritual.” Estas palavras de Fernando Távora foram ontem citadas por Maria de Fátima Marinho, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, para assinalar que a Fundação se tornou também, com a formalização do contrato de doação na Casa-Atelier José Marques da Silva, a casa de Manuel Teles.
A entrada de um novo acervo na instituição e a possibilidade de a obra deste arquiteto passar a tornar-se objeto de estudo, constituiu um momento de evocação da memória de Manuel Teles (1936-2012) e do atelier do Passeio de S. Lázaro, nº3, dos projetos aí desenvolvidos e do ambiente que o caracterizava, enquanto espaço de exercício profissional, mas também de diálogo e de procura de caminhos claros e operativos. Vasco Figueiredo Teles, um dos três filhos, recordou ainda viagens, amigos como António Menéres, as suas referências e a importância da Arquitetura na vida de um homem que sempre procurava fazer melhor e melhor servir o cliente, a comunidade. Carlos Guimarães, que ainda estudante de arquitetura passou pelo seu atelier, enquadrou Manuel Teles e a sua obra no contexto do seu tempo e das circunstâncias e experiências que permitem compreender o seu posicionamento perante a Arquitetura, bem como a forma de intervir no território. Falou de um longo arco profissional, pontuado, entre outros, pelos projetos para Coimbra, Lagos ou Barcelos, que, desde as obras mais simples às mais complexas, sempre teve como linha central o sentido cívico e útil das soluções propostas, de natureza pouco mediática, mas positivas e ancoradas no real.
Manuel Luís Cabral Teles, nasceu em Coimbra em 1936 e faleceu no Porto em 2012. Formou-se em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, ESBAP, em 26 de dezembro de 1964, tendo apresentado ao CODA (Concurso para obtenção do Diploma de Arquitecto) o projeto "Conjunto de habitações rurais, Federação das Caixas de Previdência, Casa do Povo de Pegarinhos". No início da sua atividade profissional destaca-se a colaboração com os arquitetos João Andresen, Viana de Lima e Óscar Niemeyer. Foi arquiteto da Câmara Municipal do Porto, tendo participado, nessa qualidade, no Plano do Campo Alegre, no Processo SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local) e no Comissariado para a Renovação da Área Urbana Ribeira-Barredo (C.R.U.A.R.B.), onde se cruza com Fernando Távora. A sua obra, dos grandes equipamentos públicos às moradias unifamiliares, passando pela requalificação urbana, estende-se do norte ao sul do país, com particular destaque para Barcelos, Mira, Cantanhede, Coimbra e Porto. Foi docente da ESBAP e, posteriormente, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, até à sua aposentação.
Na próxima segunda feira, às 18: 30, na Casa-Atelier, celebra-se a assinatura do Contrato de Doação do Acervo Profissional do Arquiteto de Manuel Teles à Fundação Marques da Silva. A sessão conta com as intervenções de Maria de Fátima Marinho, Presidente do CA da Fundação Marques da Silva, Vasco Figueiredo Teles, filho do Arquiteto, e Carlos Guimarães, Diretor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Caderno de desenhos de Marques da Silva regressa a casa
No acervo de José Marques da Silva e de D. Júlia Lopes Martins encontra-se uma série de postais, datados de 1947/48, enviados pelo pintor Abel Cardoso (1877-1964), autor de um retrato de Marques da Silva que se encontra na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, edifício projetado por este arquiteto, onde Abel Cardoso colabora, sendo responsável pela pintura dos nichos localizados no interior dos vãos resultantes da arcada do andar nobre, na fachada principal, assim como da decoração interior do salão nobre. A correspondência relata, entre outros assuntos, o apoio dado por Marques da Silva ao seu filho António, estudante de arquitetura, e, em correspondência dirigida à viúva do arquiteto, a falta sentida com o falecimento em 1947 do Mestre, que, para além de conselhos e orientações, lhe emprestara um caderno de desenhos.
Passadas praticamente 7 décadas sobre o empréstimo, é agora um neto de Abel Cardoso, Abel Marques de Vasconcelos Cardoso, quem vem cumprir o desígnio familiar de devolver o que muito provavelmente corresponde ao caderno de desenhos emprestado por José Marques da Silva e a quem esta Fundação expressa o seu agradecimento. O pequeno álbum contém a resolução de 24 exercícios para estudo de sombras, realizados entre março e abril de 1891, enquanto aluno de M. Laloux, a frequentar o 1º ano da 2ª Classe da Secção de Arquitetura da École des Beaux-Arts. A entrega deste caderno, que esclarece o mistério levantado nos postais, vem ampliar o conjunto de documentos que a Fundação Marques da Silva preserva e tem vindo a restaurar, relativos ao percurso formativo de Marques da Silva, em Paris.
Assinatura do Contrato de Doação do Acervo do Arquiteto Manuel Teles à FIMS
Com Fátima Marinho, Vasco Figueiredo Teles e Carlos Guimarães
9 de maio | Casa-Atelier José Marques da Silva | 18:30
Manuel Teles, nascido em Coimbra, em 1936, faleceu no Porto, com 76 anos, em 2012. Formou-se em Arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, ESBAP, em 1964, tendo apresentado no CODA (Concurso para obtenção do Diploma de Arquitecto) o projeto "Conjunto de habitações rurais, Federação das Caixas de Previdência, Casa do Povo de Pegarinhos". No início da sua atividade profissional destaca-se a colaboração com João Andersen e os arquitetos Oscar Niemeyer e Viana de Lima. Foi arquiteto da Câmara Municipal do Porto, tendo participado, nessa qualidade, no Plano do Campo Alegre, no Processo S.A.A.L. e no Comissariado para a Renovação da Área Urbana Ribeira-Barredo (C.R.U.A.R.B.), onde se cruza com Fernando Távora. A sua obra, dos grandes equipamentos públicos às moradias unifamiliares, passando pela requalificação urbana, estende-se do norte ao sul do país, com particular destaque para Barcelos, Mira, Cantanhede, Coimbra, Porto e Santo Tirso. Foi docente da ESBAP e, posteriormente, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, até à sua aposentação.
Por iniciativa dos seus filhos, o acervo profissional deste arquiteto, constituído por documentação relativa à prática profissional, como arquiteto e como docente, monografias e periódicos impressos, vai ser doado à Fundação Marques da Silva.
A cerimónia terá lugar no dia 9 de maio, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Para além das intervenções da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, e do representante da família, Vasco Teles, a sessão conta com a participação especial do Diretor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Carlos Guimarães, que fará uma breve apresentação da figura e obra do arquiteto Manuel Teles.
Tem início às 18:30 e a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
Les universalistes
50 anos de arquitetura portuguesa em Paris
Iniciámos a semana com um convite para uma passagem por Berlim, terminamos a sugerir uma visita a Paris para ver ‘50 anos de arquitetura portuguesa’. A exposição “Les universalistes”, comissariada por Nuno Grande e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, parte de 50 projetos realizados por diferentes gerações de arquitetos para mostrar a condição “universalista” que caracteriza a produção arquitectónica portuguesa deste último meio século. Pode ser visitada na Cité de l’architecture & du patrimoine até 29 de outubro.
DEMO:POLIS - the right to public space
Akademie der Künste
Até 29 de maio
Para quem passar por Berlim até 29 de maio sugeres-se uma visita à exposição DEMO:POLIS, patente na Akademie der Künste. Com curadoria de Wilfried Wang, o projeto aborda a pluralidade de sentidos e de entendimento do Espaço Público na contemporaneidade a partir de casos concretos que vão do Brooklyn Bridge Park, em Nova Iorque, até ao Tempelhofer Feld, em Berlim, com passagem, entre outros, pelas intervenções no Centro Urbano de Guimarães, lideradas por Fernando Távora (1987-1992) e por Maria Manuel Oliveira (2009-2012).
No âmbito deste projeto foi igualmente publicado um extensivo catálogo que já se encontra disponível para consulta na Fundação Marques da Silva.
Fundação Marques da Silva assinala o Dia Mundial do Livro com a notícia de 20 novos títulos para o acervo de Fernando Távora
No Dia Mundial do Livro, a Fundação Marques da Silva anuncia a entrada de vinte novos títulos para o importante e rico acervo bibliográfico de Fernando Távora depositado nesta instituição, generosamente cedidos pela sua filha, Maria José Távora. São, na sua quase totalidade, livros adquiridos durante os anos 40 do século XX, a denotar o interesse pelos domínios da História, Arqueologia e Antropologia que, em breve, estarão disponíveis para consulta.
Visita ao Pavilhão e Jardins do Palácio de Cristal
18.04 | 16:00
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2016
Arquitetura - Desporto - Jardins
José Carlos Loureiro (arq.to), José Pedro Sarmento (Ex-hoquista e professor de Desporto) e Teresa Portela Marques (arq.ta paisagista) vão guiar a visita que contará também com a presença de Fernando Claro, Presidente da Federação de Patinagem de Portugal, numa evocação da modalidade e do acontecimento desportivo que marcou a construção do Pavilhão: o campeonato Mundial de Hóquei, em 1952.
A visita, organizada pela Fundação Marques da Silva, assinala o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano subordinado ao tema "Desporto um Património Comum".
Exposição | Les Universalistes: 50 ans d´architecture portugaise
13 de abril a 29 de outubro de 2016
Colóquio | Universalisme et Globalisation
11 de abril de 2016
Cité de L´Architecture & du Patrimoine - Paris
No âmbito da celebração dos 50 anos (1965-2015) da presença da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, a exposição « Les Universalistes » apresenta uma proposta de leitura sobre cinco décadas de pensamento e produção arquitetónica portuguesa. Assente na descoberta e expressão interdisciplinar da arquitetura portuguesa, convoca um universo lato de autores e obras em confronto com o contexto cultural e social do Portugal contemporâneo e as várias dinâmicas mundiais que foram marcando este último meio século. O projeto conta com o apoio da Fundação Marques da Silva que nele tem representados Fernando Távora, Alcino Soutinho e José Carlos Loureiro. + info
A anteceder a exposição comissariada por Nuno Grande, a 11 de abril, realiza-se o colóquio « Universalisme et globalisation ». Contando com a presença de diferentes gerações de arquitetos e críticos portugueses e franceses prevê a realização de 3 conferências-debate: sobre o resultado das conquistas da Revolução de 74; para além do debate moderno/pós-moderno; sobre internacionalismo, universalismo e globalização. + info
Está igualmente previsto o lançamento de um catálogo. + info
Visita ao Pavilhão e Jardins do Palácio de Cristal
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2016
18 de abril - 16:00 | Abertura de inscrições
Visita ao Pavilhão e Jardins do Palácio de Cristal
Com: José Carlos Loureiro, José Pedro Sarmento e Teresa Marques
DIMS 2016 - 18 de abril - 16:00
Inscrições entre 7 e 16 de abril de 2016
O Pavilhão dos Desportos do Palácio de Cristal, posteriormente designado Pavilhão Rosa Mota, foi a resposta de um jovem arquiteto de 27 anos, José Carlos Loureiro, ao desafio de construir um equipamento desportivo, multifuncional, capaz de albergar o Campeonato do Mundo de Hóquei a realizar em 1952. Assim aconteceu, ainda com o Pavilhão inacabado e Portugal viria a sagrar-se campeão de uma modalidade então altamente popular.
O percurso agora proposto para assinalar a participação da Fundação Marques da Silva na edição de 2016 do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que tem por tema "Desporto, um património comum", pretende articular três leituras deste espaço, icónico na imagem da cidade, unindo para esse fim o autor do projeto, o Arquiteto José Carlos Loureiro, um Professor da Faculdade de Desporto da UP, ex-jogador de Hóquei em Patins, responsável pelo Pavilhão Rosa Mota entre 1996-2000 e atualmente Presidente do Académico Futebol Clube, José Pedro Sarmento, e uma Professora da Faculdade de Ciências da UP, Arquiteta Paisagista que tem vindo a dedicar-se à investigação da história do Palácio de Cristal, em particular na perspetiva dos seus jardins, Teresa Marques.
A visita inicia-se às 16:00 e terá uma duração máxima de duas horas. É de acesso livre encontrando-se apenas limitada ao número máximo de 30 participantes.
As incrições encontram-se abertas entre 7 e 16 de abril e devem ser dirigidas para o email fims@reit.up.pt ou realizadas através do telefone 22 5518557.
"Esquissos de viagem, Fernando Távora"
Um Objeto e seus Discursos
9 de abril | 18:00 | Casa-Atelier José Marques da Silva
Com Sergio Fernandez e Nuno Sousa
Moderação de Maria de Fátima Marinho
O Objeto em destaque nesta sessão é um esquisso de Fernando Távora do interior da Capela do Bom Jesus de Valverde, em Évora, realizado durante uma viagem de estudo com alunos do primeiro ano do curso de Arquitetura, em julho de 1993, oferecido ao Arquiteto Sergio Fernandez, que então o acompanhava.
Em 2011, a Fundação Marques da Silva acolheu o acervo profissional de Fernando Távora que inclui, para além do arquivo profissional e Biblioteca, registos da prática docente e das muitas viagens por si realizadas. O desenho, enquanto expressão da sua mundivisão, atravessa todos estes domínios.
Arquitectura em concurso: percurso crítico pela modernidade portuguesa
Exposição | 29 de março a 29 de maio de 2016
Garagem Sul - Centro Cultural de Belém
Inaugura amanhã, pelas 19:00, "Arquitectura em concurso: percurso crítico pela modernidade portuguesa". A exposição, com curadoria de Luís Santiago Baptista, pretende fazer, "a partir dos concursos de arquitectura, uma leitura das transformações em Portugal desde o início do século XX."
Esta iniciativa, inserida no programa "Escolha-Arquitetura" da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos (OASRS), inclui projetos documentados na Fundação Marques da Silva, da autoria de Fernando Távora (Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Ampliação da Assembleia da República), Alcino Soutinho (Paços do Concelho de Matosinhos), J. Carlos Loureiro (Casa de Chá da Boa Nova) e David Moreira da Silva (Casa de Chá da Boa Nova).
Patente ao público na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, poderá ser visitada até 29 de maio do corrente ano, estando previsto o lançamento de um catálogo que regista o material expositivo recolhido, enquadrado por um conjunto de ensaios.
Conjunto de publicações periódicas sobre Arquitetura, Urbanismo e Património Cultural doado à Fundação Marques da Silva
Foi doado, pela Arquiteta Margarida Coelho, à Fundação Marques da Silva, um conjunto de publicações periódicas de particular interesse para todos aqueles que se dedicam à investigação em Arquitetura, Urbanismo e Património Cultural. São 9 títulos que cruzam fronteiras temáticas e geográficas – Architécti; Arkitektur; Arquitectos: Associação dos Arquitectos Portugueses; Arquitecture; L’architecture d’aujourd’hui; Cahier du Centre Scientifique et Technique du Batiment; Monumentum; Métiers du Patrimoine; Techniques & Architectura – representados, no seu todo, por mais de uma centena de exemplares publicados entre 1949 e 1999, mas com predominância das décadas de 70/80 do século XX.
Estas publicações, que em breve ficarão disponíveis para consulta, refletem os domínios científicos de interesse e de exercício profissional da Arquiteta Margarida Coelho, a quem a Fundação Marques da Silva publicamente agradece este gesto de confiança e apoio. A presente doação vem ampliar o alcance do acervo bibliográfico da instituição, complementando os conjuntos integrados nos acervos da família Marques da Silva/Moreira da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, João Queiroz, bem como as anteriores doações de Alexandre Alves Costa, Luís Ferreira Alves e Manuel Real.
Sessão de Lançamento do Mapa de Arquitectura Fernando Távora
Casa-Atelier, 14 de março, 18:30
Síntese e álbum fotográfico
A sessão de lançamento do Mapa de Arquitectura Fernando Távora decorreu numa sala repleta: sinal da pertinência e utilidade deste Mapa, testemunho que, como Jorge Figueira fez questão de realçar, mostra como Fernando Távora continua a ser uma presença viva na cidade.
O roteiro fica agora ao alcance de todos para que se constitua instrumento de (re)descoberta da obra e dos lugares nele assinalados, cabendo a cada um a forma de o moldar e tornar seu. Trata-se de uma listagem parcial da arquitetura de Fernando Távora, mas que procura ser didática e reveladora da personalidade e do trabalho profissional por ele desenvolvido. As coordenadas para o seu entendimento foram expostas por Jorge Figueira, que destacou as opções estruturais dos edifícios, a importância do tempo e do contexto que os enquadra, o esforço de síntese entre o tradicional e o moderno, o ‘desassombro’ nas intervenções no património. Carlos Martins, antigo colaborador, concluiu a sessão com a partilha de uma leitura cúmplice do projeto de reabilitação da Casa dos 24, uma obra de maior significado por representar uma ideia de memória da cidade, por marcar a solidificação dos princípios e métodos de intervenção de Fernando Távora, um homem que atento ao lugar e à história, sempre procurou estar no seu tempo.
Os mapas encontram-se disponíveis na secretaria da OASRN, na FIMS e nos postos de Turismo da cidade do Porto, sendo, em breve, igualmente publicados em formato digital para consulta online
Fragmentos de um "Percurso": Fernando Távora
Vídeo
Num momento em que a Fundação Marques da Silva, em parceria com a OASRN e a CMP, se prepara, no próximo dia 14 de março, na Casa-Atelier José Marques da Silva, para lançar o Mapa de Arquitectura Fernando Távora, disponibiliza-se o vídeo editado pela TVU. a partir de registos de Vítor Bilhete e José Almeida, com o próprio arquiteto a iniciar uma visita pelo seu "Percurso". Corria o ano de 1993 e o CCB apresentava uma exposição monográfica sobre a sua obra, inseparável da vida do homem que a projetou, do tempo e do lugar que a viu nascer.
O Mapa de Arquitectura assinala 48 obras, situadas no Norte do País, com diferentes tipologias e construídas em tempos diferentes, entre 1952 e 2004. São sugestões que se oferecem ao seu utilizador para construir os seus próprios roteiros de viagem.
DEMO:POLIS - The Right to Public Space
Exposição na Akademie der Künste, Berlim
12 de março a 29 de maio de 2016
DEMO:POLIS, uma exposição comissariada por Wilfried Wang e Barbara Hoidn e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, propõe-se abordar a pluralidade de significados do Espaço Público contemporâneo. Encontra-se estruturada em três grandes núcleos: Transformações, Paradigmas (onde se insere a referência à intervenção de Fernando Távora no centro urbano de Guimarães) e Visões. Inaugura no próximo dia 12 de março.
O projeto inclui, para além da exposição, a publicação de um catálogo e uma série de iniciativas paralelas, de caráter diverso e multidisciplinar, em torno da temática do Espaço Público.
Lançamento do Mapa de Arquitectura Fernando Távora
14 de Março de 2016, 2ª feira, 18h30
Fundação Marques da Silva, Porto
Na esteia da modernidade, à obra construída, Fernando Távora confia a plena possibilidade de voz da sua lição à atenção do tempo, dos homens: “olhar, observar, ver, imaginar, inventar, criar”.”
Manuel Mendes
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos – OASRN, a Câmara Municipal do Porto e a Fundação Marques da Silva, promovem, no dia 14 de Março de 2016, 2ª feira, às 18h30, o lançamento do Mapa Fernando Távora. Esta iniciativa, a ter lugar na Casa-Atelier José Marques da Silva (Praça Marquês de Pombal, nº 44, Porto), contará com a presença dos arquitectos Carlos Martins, ex-colaborador de Fernando Távora, e Jorge Figueira, crítico e Professor, com vários textos publicados sobre o trabalho de Fernando Távora.
O Mapa Fernando Távora assinala um conjunto de 48 obras do arquitecto localizadas na zona Norte do país, construídas no período compreendido entre 1952 e 2004. Editado em português/inglês e espanhol/francês, com uma tiragem de 4.000 exemplares, o Mapa estará disponível na secretaria da OASRN, na Fundação Marques da Silva e nos postos de Turismo da cidade do Porto.
O texto de apresentação é da autoria do arquitecto Manuel Mendes.
Edição: Câmara Municipal do Porto, Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos – OASRN, em parceria com a Fundação Marques da Silva
Coordenação Editorial: OASRN
Conteúdos, fotografias: Fundação Marques da Silva
Texto: Manuel Mendes
Tradutores: John Elliott, Gill Stoker, Alberte Perez, Michele Lagorsse
Créditos fotográficos: Ivana Barbarito, Inês de D’Orey, José Manuel, Luís Ferreira Alves,
Pedro Lobo, Rui Morais de Sousa
Design Gráfico: Incomun
Impressão: Lusoimpress, S.A.
Entre 5 e 12 de março festejam-se as camélias na cidade do Porto. Com a publicação de um álbum em facebook, a Fundação Marques da Silva, presente no Roteiro " Porto. Cidade das Camélias", associa-se a esta iniciativa conjunta do Pelouro do Ambiente da Câmara do Porto, da PortoLazer e da Associação Portuguesa de Camélias.
A Casa-Atelier José Marques da Silva e dois novos espaços nas Carmelitas sob o olhar de João Ferrand: novas imagens disponíveis
"Quando inicio uma reportagem gosto de começar por olhar à distância, como quem observa a paisagem de binóculos, depois vou entrando e deixo-me guiar pelo que sinto, imagino o modo como poderia interagir com aquele lugar e procuro perceber como foi construído."
João Ferrand, in Arquitectura uma interpretação
A fotografia proporciona uma forma muito particular de olhar, sentir e interpretar o espaço arquitetónico, ao mesmo tempo que pode constituir-se meio privilegiado de documentação das metamorfoses que o tempo lhe vai imprimindo.
Em 2015 a Fundação concluiu as obras de reabilitação da Casa-Atelier José Marques da Silva e a remodelação de dois apartamentos no Edifício das 4 Estações, nas Carmelitas. As intervenções foram então captadas por João Ferrand, fotógrafo com larga e reconhecida experiência na fotografia de Arquitetura, autor de reportagens fotográficas que não só fixaram anteriores projectos de recuperação patrimonial da Fundação, como as várias fases de intervenção no decurso do projeto de reabilitação da Casa-Atelier, devidamente celebrada em setembro passado, no âmbito das Jornadas Europeias do Património.
As fotografias agora disponíveis para consulta pública complementam os registos anteriormente divulgados e denotam o equilíbrio entre a dimensão estética e documental que caracteriza a sua obra.
"Alcino Soutinho, uma apresentação"
Jorge Figueira
"Porque Alcino Soutinho era ousado e corria riscos, mesmo se nunca perdia a mão, a sua arquitectura traduz muito bem os avanços, recuos e flutuações da cultura arquitectónica sendo por isso matéria obrigatória de estudo e celebração." Com esta frase, Jorge Figueira conclui a viagem feita pela obra de Alcino Soutinho, em 2014, para a cerimónia de doação do acervo profissional deste arquiteto à Fundação Marques da Silva. Ao texto que assim traduz uma apresentação do percurso e obra de Alcino Soutinho foi ainda associada uma listagem de obras. Com a transposição para o formato de livro digital torna-se agora mais um contributo para a divulgação e estudo de um arquiteto que nos deixou "muitas obras, com muitas formas, muita construção, e foi particularmente sensível à necessidade de encontrar soluções que tentam traduzir a sociedade onde vivemos para a servir, melhorar
ou transformar."
josé carlos loureiro, arquitecto
Entrevista de Alexandre Alves Costa e Luís Urbano
"Um princípio que eu tenho e que gosto sempre de referir [...] é um sentido de humanidade, de preocupação com as pessoas para quem estou a trabalhar, para quem estou a criar espaços. [...] Eu diria que, de facto, sempre me preocupei e me preocupo muito, em que aquilo que eu faço, a Arquitectura que eu faço, seja capaz de contribuir para que as pessoas, no fundo, se sintam bem, que as ajude a ser um pouco mais felizes."
O vídeo "José Carlos Loureiro, arquitecto" regista a entrevista conduzida por Alexandre Alves Costa, com Luís Urbano, realizada a 21 de novembro de 2015 no âmbito do programa de homenagem promovido pela Fundação Marques da Silva e pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto por ocasião do seu nonagésimo aniversário. Trata-se de um testemunho único, com a naturalidade, simpatia e espontaneidade que caraterizam o arquiteto José Carlos Loureiro, sobre os três projetos abordados no programa de homenagem - a sua casa, o edifício Parnaso e o Hotel D. Henrique -, a sua experiência de ensino e os princípios que o nortearam no exercício da arquitetura.
O vídeo agora disponibilizado fez parte da exposição apresentada na Galeria da Faculdade de Arquitetura da UP, entre 2 de dezembro de 2015 e 29 de janeiro de 2016.
No centenário da Avenida da Cidade: "Primeira Pedra"
O levantamento da primeira pedra para demolição do palacete Monteiro Moreira, que entre 1819 e 1916 acolheu a Câmara do Porto, foi ontem evocado perante a numerosa assembleia reunida no átrio dos atuais Paços do Concelho.
Esteve em análise a ideia colectiva de cidade que se veio a consolidar com o rasgar da nova Avenida e a construção do novo edifício projectado por Correia da Silva. Um caminho longo de sinalização de uma nova centralidade, marcado por debates travados em torno dos vários planos propostos e com o envolvimento de vários personagens determinantes para a tomada das grandes decisões, cujo impacto se viria a estender aos limites da própria cidade.
Será brevemente anunciado um programa, comissariado por Domingos Tavares e promovido pelas duas entidades organizadoras desta iniciativa, a Fundação Marques da Silva e a Câmara Municipal do Porto, para desconstruir este processo, refletir sobre o papel do desenho urbano na formação de uma identidade cívica e repensar a cidade de hoje.
No centenário da Avenida da Cidade / Primeira Pedra
com Domingos Tavares e Gaspar Martins Pereira;
leituras por José Eduardo Silva
1 de fevereiro | 19:00 | Átrio dos Paços do Concelho
Numa iniciativa conjunta da Fundação e da Câmara Municipal do Porto, o edifício dos Paços do Concelho vai acolher na próxima segunda feira uma evocação do momento em que Bernardino Machado, então Presidente, retira a "primeira pedra" do antigo palacete Monteiro Moreira onde a edilidade se encontrava instalada. Com esse gesto tinha início o processo de demolições que permitiria abrir o "novo" centro cívico da cidade.
David Moreira da Silva
(28 de janeiro de 1909 - 9 de maio de 2002)
David (1909-2002) era filho de José Moreira da Silva, construtor civil e fundador da Cooperativa dos Pedreiros Portuenses. Formado no Porto, foi viver para Paris em 1923. Estagiou no atelier Laloux-Lemaresquier antes de ser admitido na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e no Instititut d’Urbanisme de l’Université de Paris. No regresso ao Porto, em 1943, casou-se com Maria José Marques da Silva. Entre 1946 e 1961 foi professor da cadeira de urbanismo na Escola de Belas Artes do Porto.
Desde 1940 e após a participação nos planos de Coimbra e Luanda em conjunto com Etienne de Gröer, o principal trabalho do atelier do casal foi o planeamento urbano. As obras que construíram oscilam entre o edifício monumental e o seu suporte de rua, preservando a qualidade do desenho e o rigor da construção como elo, o que se torna visível nos edifícios da Cooperativa dos Pedreiros, a sua sede (Rua da Alegria, 1934-1939), o prédio de rendimento «Trabalho e Reforma» (Rua Nossa Senhora de Fátima, 1949-1953) e a «Torre Miradouro» (Rua da Alegria, 1963-1969), mas sobretudo no Palácio do Comércio (Rua Sá da Bandeira, 1944-1946), projectado para o industrial Delfim Ferreira.
O casal concebeu e criou uma instituição para preservar o espaço de encontro que justificou a sua vida. Hoje, a Fundação Marques da Silva, dedicada ao estudo e à defesa da cultura arquitectónica, prolonga o legado do casal no espaço de encontro das suas vidas: a arquitectura.
David Moreira da Silva nasceu a 28 de janeiro de 1909.
Consultar: Biografia do casal
No centenário da Avenida da Cidade: "Primeira Pedra"
Átrio da Câmara Municipal do Porto
1 de fevereiro | 19:00
Celebra-se este ano, a 1 de Fevereiro, o centenário do lançamento da obra da Avenida dos Aliados no Porto. Esteve presente o então Presidente da República Bernardino Machado e foi desmontada a “primeira pedra” do palacete barroco da Praça da Liberdade como acto simbólico das demolições e expropriações que então se iniciavam para abrir o novo Boulevard da cidade.
A Fundação Marques da Silva e a Câmara Municipal vão assinalar a data com uma sessão no átrio dos Paços do Concelho, que terá lugar no próximo dia 1 de fevereiro, às 19H00. Serão apresentados alguns materiais alusivos ao acontecimento, com intervenções de Domingos Tavares e Gaspar Martins Pereira sobre a temática da formação do Centro Cívico do Porto.
"Revisitar Fernando Távora: De Lisboa ao Minho"
23, 24 e 25 de fevereiro
Abertura de inscrições
"Revisitar Fernando Távora"
23, 24 e 25 de fevereiro
Inscrições abertas até 15 de fevereiro
Ao longo de três dias, numa viagem dedicada à vida e obra de Fernando Távora, serão apresentadas, por colaboradores e docentes da Faculdade de Arquitectura de Lisboa, 23 obras deste arquiteto portuense localizadas no Norte do país. O roteiro, traçado a partir de Lisboa e com passagem por Vila da Feira, Vila Nova de Gaia, Porto, Matosinhos, Ofir,Viana do Castelo, Ponte de Lima, Guimarães e Coimbra prevê contextualizar o grupo em cada uma das obras a visitar, "procurando estabelecer a ligação da investigação disciplinar e do ensino da arquitectura com a realidade materializada da obra construída, de cada projecto e das suas circunstâncias (a sua história)".
O projeto, comissariado por Ana Motta Veiga, Pedro Pacheco e José Aguiar, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e foi distinguido com a Menção Honrosa do Open Call Comissariado Viagem Pop-Up, promovido pela OASRS. Toda a informação sobre o Roteiro, programa e inscrições pode ser consultada na página eletrónica especificamente criada para o efeito.
A Fundação Marques da Silva reabre as suas portas, depois de uma breve interrupção durante a quadra natalícia, para acolher e desejar a todos um Bom 2016!
Enquanto novos projetos se anunciam, aproveitamos para relembrar que até ao final de janeiro pode ser visitada a exposição de homenagem a José Carlos Loureiro, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Loja FIMS | Sugestão de Natal
Puzzle e Caderno de notas Estação de S. Bento
Campanha válida entre 16 de dezembro e 6 de janeiro de 2016
Entre 16 de dezembro e 6 de janeiro de 2016 a Fundação Marques da Silva proporciona a possibilidade de adquirir o Puzzle e o Caderno de notas da Estação de S. Bento a preços únicos. Uma sugestão para a presente quadra a antecipar a efeméride desta obra de Marques da Silva, oficialmente inaugurada em 10 de outubro de 1916.
Puzzle: 540 peças para reproduzir e redescobrir um desenho de Marques da Silva para a fachada da Estação que dá a conhecer uma das várias metamorfoses que o edifício foi sofrendo ao longo do projeto. PVP 9,00 € Comprar
Caderno de notas: edição que inclui, nas páginas iniciais, reproduções de desenhos e dados relativos ao projeto, com um toque de época a oferecer aos seus destinatários a possibilidade de viajarem através do tempo. PVP 6,00 € Comprar
José Carlos Loureiro | Homenagem 90 anos: Entrevistas
A encerrar uma semana marcada pela homenagem a um arquiteto e professor que continua, aos 90 anos, a deixar-se maravilhar pelo rio e pela vida, disponibiliza-se novo vídeo realizado pela TVU., no passado dia 2 de dezembro, com os testemunhos de José Carlos Loureiro, o homenageado, do comissário do programa, o Professor Alexandre Alves Costa, e do Diretor da Faculdade de Arquitectura, Professor Carlos Guimarães.
Está disponível o vídeo da sessão de homenagem ao arquitecto José Carlos Loureiro, decorrida no passado dia 2 de dezembro. Realizado pela TVU., inclui apontamentos da inauguração da exposição, na Galeria da FAUP, bem como a gravação da sessão de abertura e da mesa redonda realizada no Auditório Fernando Távora.
Homenagem 90 anos José Carlos Loureiro
Textos críticos e carta do Presidente da CMP
A componente expositiva da homenagem a José Carlos Loureiro incide sobre três obras projetadas entre 1949 e 1966, em resposta a programas e escalas diversos: a casa do próprio arquitecto, em Valbom, e o Edifício Parnaso e o Hotel D. Henrique, no Porto. O espaço físico, dominado pela voz e presença de J. Carlos Loureiro, a envolver as fotografias e maquetas das obras, desdobra-se nos textos críticos de Carlos Machado, Jorge Figueira e Nuno Grande, publicados na brochura oferecida na sessão do passado dia 2 de dezembro, onde se inclui igualmente uma nota preambular do Comissário do programa de homenagem, Alexandre Alves Costa.
Esta publicação, graficamente concebida pela a.mag, passa agora a estar disponível para consulta virtual, bem como a carta do Senhor Presidente da Câmara do Porto, lida na sessão inaugural pelo Vereador de Urbanismo, Manuel Correia Fernandes, onde se traça uma trajectória do percurso de um profissional que pontuou o skyline do Porto e sempre procurou exercer "uma arquitectura ao serviço dos homens".
A disponibilização dos textos renova o convite para uma visita à exposição que se manterá patente ao público, na Galeria da FAUP, até 31 de janeiro de 2016, de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 19h00. Entrada livre.
Fundação Marques da Silva e Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto homenageiam Arquitecto José Carlos Loureiro
O Arquitecto José Carlos Loureiro, figura central na luta pela afirmação da Arquitectura Moderna, foi ontem homenageado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. O seu comprometimento com a profissão, a sua longevidade activa, traduzida numa obra marcada pela contemporaneidade e saber construtivo - de particular impacto e presença na cidade do Porto -, mas também a sabedoria, elegância e generosidade que o caracterizam foram sublinhados por todos os intervenientes: o Director da FAUP, Carlos Guimarães, e a Presidente do CA da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, instituições organizadoras da iniciativa; o Vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes, porta-voz do Presidente da Câmara Municipal do Porto; o Comissário do programa de homenagem, Alexandre Alves Costa que, na ocasião, leu carta especialmente enviada pelo Presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Arquitectos; e os arquitectos Nuno Brandão Costa, Ana Tostões, também na qualidade de Presidente da DOCOMOMO, e Álvaro Siza, que iniciou a sua intervenção recordando que José Carlos Loureiro pertencia ainda à “geração doirada” promovida pelo Mestre Carlos Ramos, a quem coube, no seu tempo, o importante papel de assegurar a continuidade da linha aberta e informada de Mestres Arquitectos que, na escola do Porto, remonta a José Marques da Silva.
As breves e sentidas palavras proferidas pelo arquitecto José Carlos Loureiro, no dia em que perfez 90 anos de idade, registaram os princípios que sempre o nortearam, atribuindo à Arquitectura o objectivo último de servir as pessoas o melhor possível, a vontade de lhes proporcionar espaços de conforto e felicidade. E foi a ideia de um Arquitecto feliz que se impôs perante um Auditório demasiado pequeno para acolher o numeroso público, a atravessar diferentes gerações, que fez questão de se associar ao momento.
Seguiu-se a abertura da exposição patente na Galeria da FAUP, com projecto de Nuno Brandão Costa e Luís Pinheiro Loureiro. Aí se pode observar a “exacta medida” de três obras de referência: a casa do arquitecto (1949), em Valbom, o Edifício Parnaso (1955) e o Hotel D. Henrique (1966), no Porto, com as fotografias e maquetes a estabelecerem um dialéctico confronto com o testemunho do próprio arquitecto José Carlos Loureiro, gravado na vídeo/entrevista produzida por Luís Urbano e Bruno Nacarato. A exposição poderá ser visitada até 31 de Janeiro de 2016, de segunda a sexta, entre as 9h00 e as 19h00. O acesso é livre.
Os textos de Carlos Machado, Jorge Figueira e Nuno Grande, relativos a cada uma das obras sinalizadas em contexto expositivo, bem como o texto do Comissário do Programa de Homenagem, Alexandre Alves Costa, publicados na brochura distribuída a todos os presentes, passarão a estar disponíveis em formato digital, através do Site da Fundação Marques da Silva.
Esta iniciativa contou com o apoio da Câmara Municipal do Porto, da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos e o patrocínio da OTIMAH! O design gráfico esteve a cargo da A.MAG.
"O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1930-1970)"
Gonçalo Canto Moniz
Novo projecto editorial da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento
A Fundação Marques da Silva, em parceria com as Edições Afrontamento, está a preparar a publicação de O Ensino Moderno da Arquitectura: a formação dos arquitectos nas Escolas de Belas-Artes do Porto e de Lisboa (1930-1970), obra de Gonçalo Canto Moniz que tem como base o estudo desenvolvido no âmbito da tese de doutoramento, defendida em 2011, no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, agora revisto e adaptado. Com este livro dar-se-á continuidade à linha editorial iniciada em 2013 com a publicação da obra O mundo ordenado e acessível das formas da arquitetura, da autoria de José Miguel Rodrigues, tendo em vista a divulgação de estudos originalmente desenvolvidos em contexto académico, mas cujas temáticas e abordagens permitem enriquecer a reflexão e questionamento do quadro disciplinar, teórico e formativo, da Arquitectura, em diálogo com o campo de actuação prática.
"Casas Ermas. A Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno" | Conferência de Luís Soares Carneiro disponível em vídeo
Já se encontra disponível o vídeo realizado pela TVU da edição de 2015 das Conferências Marques da Silva, decorrida no passado dia 21 de outubro, no Auditório Fernando Távora da FAUP.
José Carlos Loureiro, Arquitecto
Homenagem 90 anos: mesa redonda e exposição
2 de Dezembro | Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Por ocasião dos 90 anos do arquitecto José Carlos Loureiro, a Fundação Marques da Silva (FIMS), entidade à qual doou o seu acervo profissional, e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), lugar de formação e de prática pedagógica, reuniram-se com o propósito de homenagear um dos decanos da arquitectura portuguesa. Alexandre Alves Costa é o comissário do programa de homenagem, a ter lugar no dia 2 de Dezembro, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Às 18h00, no Auditório Fernando Távora, realiza-se uma mesa redonda, moderada pelo comissário, Alexandre Alves Costa, com intervenções de Álvaro Siza, Ana Tostões e Nuno Brandão Costa. Seguir-se-á, pelas 19h30, na Galeria da FAUP, a abertura da exposição, um espaço evocatório projetado por Luís Pinheiro Loureiro e Nuno Brandão Costa, que apresenta três obras singulares de José Carlos Loureiro: a moradia do arquitecto (1949/50), o Edifício Parnaso (1955) e a Torre Hotel D. Henrique (1966). A exposição manter-se-á patente ao público até finais de Janeiro de 2016, podendo ser visitada de segunda a sexta, ente as 9:00 e as 19:00.
Esta iniciativa contempla ainda o lançamento de uma brochura com introdução de Alexandre Alves Costa, textos de Carlos Machado, Jorge Figueira e Nuno Grande, relativos a cada um dos projectos sinalizados e produção gráfica da A.MAG.
As entidades organizadoras contaram com o apoio institucional da Câmara Municipal do Porto e da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, e o patrocínio da OTIMAH!.
EXD´15/Desejo, Tensão, Transição - Percursos do Design Português
12 nov 2015 — 12 mar 2016
Galeria Nave, Matosinhos
Inaugura hoje, às 17h30, a exposição "Desejo, Tensão, Transição - Percursos do Design Português", acontecimento que marca o início da Bienal EXD’15.
Com curadoria geral de José Bártolo, "reflete o design português enquanto território, amplo e heterogéneo, configurando uma geografia particular a ser percorrida através de 16 módulos expositivos, com curadorias próprias, autónomos e heterónimos entre si." A Fundação Marques da Silva encontra-se representada nos núcleos "sobre(a)posição", com curadoria de Sérgio Alves, e "Escola do Porto, entre Arquitectura e Design", com curadoria de Maria Milano.
“Aqui estou de volta.
Quando parti era nervoso e impaciente. Os velhos advertiram-me: - Não queiras fazer tudo num dia, deixa que o tempo faça a sua parte. Gradualmente tudo se ordenará por si mesmo. E sentenciavam: - Um bom camponês não arranca os grãos do trigo para ver se crescem, espera que brotem. Agora que regresso, não por saudosismo mas por força das próprias raízes, revejo como foram incertos e sinuosos os caminhos na tentativa de encontrar o ‘meu’ lugar […] Desde que abalei, no princípio da década de sessenta, muito caminhei, muito conheci, e pelos países diversos e longínquos, sempre que a saudade apertava, ia reconstituindo as impressões remotas colhidas na juventude. Assim, longe, em ambientes de costumes e cenários diversos, compus, com imaginação, a terra para onde agora finalmente voltei.
Com imaginação!”
Excerto do texto publicado no catálogo da exposição de arquitectura “Onze Arquitectos do Porto ‘Imagens Recentes’”, em 1983. O desenho que acompanha a citação é um ‘panorama’ de Gardhaïa, da autoria de Alcino Soutinho e foi realizado durante a viagem a Marrocos, Argélia e Tunísia, em 1976.
Una pequeña casa.1923
Conferência de Josep Quetglas em vídeo
Poderá compreender-se a casa do Lago Lehman sem conhecer a história de quem a habitou? O que inspira e povoa o imaginário de Le Corbusier em 1923? Poderá a pequena casa ser explicada num só desenho? Poderão encontrar-se, em Mies e Siza, ecos desse projeto? Como se faz, afinal, uma casa?...
Sobre todas estas questões nos falou Josep Quetglas durante a conferência do dia 27 de setembro, na Casa-Atelier José Marques da Silva, agora disponível em vídeo, editado pela TVU.:
Assinatura de Protocolo de Colaboração entre a Fundação Marques da Silva, a Universidade do Porto, a Faculdade de Arquitectura UP e a Casa da Arquitectura
Foi hoje formalizado um Protocolo de Colaboração entre a Fundação Marques da Silva, a Universidade do Porto, a Faculdade de Arquitectura da UP e a Casa da Arquitectura.
"O Protocolo visa criar relações de cooperação e intercâmbio entre as instituições signatárias, permitindo-lhes beneficiar mutuamente dos recursos de que dispõem nos domínios de actividade a que se dedicam, nomeadamente para a conservação, valorização e divulgação da cultura arquitectónica e do património documental resultante da atividade de arquitectura."
A Fundação Marques da Silva esteve representada pela sua Presidente, Prof. Doutora Maria de Fátima Saraiva; a Universidade do Porto, pelo seu Reitor, Prof. Sebastião Feyo de Azevedo; a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, pelo seu Diretor, Prof. Doutor Carlos Guimarães; a Casa da Arquitectura pelo seu Presidente, Dr. Guilherme Pinto e pelo seu Diretor Executivo/Secretário da Direção, Arq. Nuno Sampaio.
Após a cerimónia de assinatura do protocolo, realizou-se uma visita às antigas instalações da Real Vinícola, futuras instalações da Casa da Arquitectura.
700+25. Arquitectura na UniverCidade
Exposição e visita a obras
31 de outubro a 12 de dezembro de 2015
Colégio das Artes: Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra
Ação inserida na "Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra
Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, uma iniciativa do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, da Câmara Municipal de Coimbra e da Universidade de Coimbra, propõe confrontar, numa perspetiva dialogante e de compreensão, arte contemporânea e o território classificado como Património Mundial da Humanidade pela Unesco. Com esse objetivo definiu um programa de ação que pretende contribuir para a construção de uma época cultural actuante e transformadora, em Coimbra e na Região Centro.
A exposição e o ciclo de visitas às obras 700+25, parte integrante desse programa, celebra, a partir da escolha de vinte e cinco obras, duas efemérides: 725 anos da Universidade e os 25 anos de existência e afirmação do Departamento de Arquitectura (DARQ) da FCTUC. Através de Livros de Obra, maquetas, filmes e um roteiro de visitas, sempre acompanhadas por estudantes de arquitectura, procura reflectir sobre o exercício de construção do património contemporâneo edificado na cidade de Coimbra entre 1990 e 2015. O Auditório da Faculdade de Direito da UC e a remodelação da Praça 8 Maio, projectados por Fernando Távora, fazem parte das obras seleccionadas no âmbito desta iniciativa que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Lançamento de catálogo digital | Reconstituição biográfica dos arquitectos representados na exposição de 1953: "Marques da Silva - Exposição conjunta das principais obras do mestre e de alguns dos seus discípulos"
Investigação de Joana Marques
A assinalar a passagem de mais um ano sobre o nascimento de José Marques da Silva (18.10.1869), a Fundação Marques da Silva lança o catálogo digital com a Reconstituição biográfica dos arquitectos representados na exposição de 1953: "Marques da Silva - Exposição conjunta das principais obras do mestre e de alguns dos seus discípulos", da autoria de Joana Marques.
A exposição de homenagem a Marques da Silva, realizada em 1953, no Porto, constituiu-se lugar de encontro de sucessivas gerações de arquitetos com obra feita, mas cujo protagonismo a história viria a fixar de forma desigual. Na sequência da Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, em 2011, Joana Marques, a convite da Fundação Marques da Silva e do Grupo de Investigação Atlas da Casa do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP, apresenta agora um trabalho, em forma de catálogo, onde se disponibilizam elementos fundamentais para o conhecimento da vida e actividade profissional deste conjunto de arquitetos, discípulos de Marques da Silva.
A presente publicação que, nas palavras de Rui Jorge Garcia Ramos, autor do texto de apresentação, "Quantos nomes fazem uma rua na história da cidade?", representa um instrumento de consulta e de trabalho para todos aqueles que pretendem confrontar, no espaço urbano, obras e arquitectos, contextualizar o seu espaço de formação e produção e aceder a outras leituras dos séculos XIX-XX e da cultura moderna que o atravessa, reune 29 fichas individuais com nota biográfica, referência às obras expostas em 53, dados relativos ao percurso formativo/prática profissional e listagem de obra desenvolvida.
O catálogo, projeto em construção, assume o irregular preenchimento das fichas individuais, resultante dos dados passíveis de recolha e dos condicionalismos da investigação, estando aberto à introdução de nova informação e de novos contributos.
"A Estranheza da Estípite. Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João"
Preço exclusivo entre 19 e 23 de outubro 2015
Livraria da AEFAUP / Fundação Marques da Silva
...certamente terá havido alguém, mais atento e sabedor que, observando a decoração interior [do Teatro de S. João] tenha constatado a insólita presença de diversas estípites, num edifício onde o gosto da segunda metade do séc. XIX francês domina [...] Porquê a estípite realizada por um arquiteto que foi responsável pela introdução de novos programas, de novos materiais e de uma abordagem prática e resolutamente moderna na arquitectura portuguesa e portuense de princípios do séc. XX?
A leitura deste livro de Luís Soares Carneiro desvenda o mistério e significado da Estranheza da Estípite, dando a conhecer a memória do(s) Teatro(s) de S. João. Um estudo rigoroso sobre a história de uma obra emblemática de José Marques da Silva e do nosso património arquitetónico que o inesperado posicionamento do autor soube transformar numa aliciante viagem de carácter policial.
Luís Soares Carneiro, Arquiteto e Professor, autor desta monografia lançada pela Fundação Marques da Silva em 2008, será o conferencista convidado da edição 2015 das Conferências Marques da Silva. E mais uma vez a proposta surpreende: Luís Soares Carneiro propõe-se abordar a obra dos irmãos Andrade que, embora muito ativos na primeira metade do século XX, foram depois esquecidos e apagados dos livros de arquitetura por uma historiografia parcial; e, na procura de entendimento da arquitetura de um outro tempo, sem nostalgia por uma época perdida, sem espírito conservador, sem propósitos revisionistas, vai tentar reavaliar e reconsiderar as categorias críticas e historiográficas atuais.
Agendada para o dia 21 de outubro a Conferência Casas-Ermas: a arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do moderno torna-se pretexto para uma revisitação de A Estranheza da Estípite. Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João que, entre 19 e 23 de outubro, poderá ser adquirida a um preço único de 20,00€ na Fundação ou na Livraria da AEFAUP.Adquirir publicação
O Theatro e a Arquitetura | Exposição
Salão Nobre do Theatro Circo, Braga
21 de outubro, 18:00
Inaugura no próximo dia 21 de Outubro, às 18:00, a exposição "O Theatro e a Arquitetura". A iniciativa recupera a história do Theatro Circo como forma de "alargamento da percepção do observador sobre o lugar de representação". Com o apoio da Fundação Marques da Silva nela será possível encontrar registos do anteprojecto de 1908, da autoria de José Marques da Silva, que não chegará a tornar-se realidade construída, ou mesmo adquirir uma Litografia da fachada projectada por este arquitecto.
A exposição, com curadoria de Andreia Garcia, constitui o segundo momento do Projecto Memória e pretende dar a conhecer o espólio que o Theatro Circo tem vindo a reunir em parceria com a Biblioteca Pública de Braga.
"Casas Ermas. A Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno", por Luís Soares Carneiro
Conferências Marques da Silva - edição 2015
21 de outubro | 18:30 | Auditório Fernando Távora - FAUP
A Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, promove anualmente a realização de uma conferência dedicada a temas da área da cultura Arquitectónica e Artística, domínios privilegiados de ação da instituição. Decorrem invariavelmente no Auditório Fernando Távora da FAUP, durante o mês de outubro, mês de nascimento da figura tutelar e agregadora do ciclo, o Arquiteto José Marques da Silva,
A edição de 2015, a nona desde o seu lançamento, tem como conferencista convidado o Arquiteto Luís Soares Carneiro, Professor na FAUP e autor da monografia A Estranheza da Estípite. Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João, publicada pela Fundação Marques da Silva. A conferência terá lugar no próximo dia 21 e tem como tema Casas Ermas. A arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do moderno. Nela será abordada a obra de dois arquitetos, os irmãos Rebelo de Andrade, que, embora muito ativos na primeira metade do século XX, foram depois esquecidos e apagados dos livros de arquitetura por uma historiografia parcial. Uma leitura sem nostalgia por uma época perdida, sem espírito conservador, sem propósitos revisionistas, que procura entender a arquitetura de um outro tempo para poder reavaliar e reconsiderar as categorias críticas e historiográficas atuais. E, por essa via, poder olhar de modo mais sábio para nós próprios. Inserida na programação da ARQ OUT | Mês da Arquitectura 2015, contará com a presença da Presidente do Conselho de Administração da FIMS, Professora Maria de Fátima Marinho, e do Diretor da FAUP, Professor Carlos Guimarães.
Arquivo Digital da FIMS
Sessão de apresentação pública
13 de outubro | 18:00 | Casa-Atelier José Marques da Silva
A Fundação Marques da Silva, em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, tem vindo a desenvolver uma nova base de dados, inserida na plataforma AtoM, para apresentação do Arquivo Digital FIMS. Trata-se de um instrumento para consulta e pesquisa que permitirá divulgar, em larga escala, informação relativa aos acervos que a instituição acolhe e cuja temática dominante é a Arquitetura. O novo suporte digital responde e reflete o modelo sistémico ou SIAP (Sistema de Informação Ativa e Permanente) que tem vindo a ser aplicado ao tratamento dos vários suportes documentais representados na FIMS, viabilizando a interconexão entre informação arquivística, bibliográfica e museológica. O processo de inserção de conteúdos - em curso - já conta com seis acervos sinalizados, sendo de sublinhar o contributo da Fundação Calouste Gulbenkian através do financiamento concedido a vários projetos de digitalização documental ao longo dos últimos anos.
No próximo dia 13 de outubro, o trabalho realizado será publicamente apresentado na Casa-Atelier recentemente reabilitada. A sessão terá como oradores Fernanda Ribeiro, membro do CA da Fundação Marques da Silva, José João Almeida, do Departamento Informático da Universidade do Minho, e as equipas técnicas que colaboraram na construção da base de dados. A abertura, às 18h00, está a cargo da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Professora Maria de Fátima Marinho. A entrada é livre, estando sujeita apenas à lotação do espaço. No final, será servido um Porto de Honra.
Dia Mundial da Arquitetura: 5 de outubro de 2015
Excerto do texto de Fernando Távora, lido no Dia Mundial da Arquitetura de 1992
Porto, Casa das Artes | "Homenagem a Siza Vieira"
Venho utilizando com frequência a expressão pedreiro de obra grave, encontrada em documento português do séc. XVII, para nomear um mestre praticante de arquitectura.
A expressão é felicíssima – pedreiro aquele que constrói com pedra ou qualquer outro material um objecto, a obra; mas obra grave, isto é, não obra fácil, formal ou fantasiosa, mas grave, isto é, séria, consequente, honesta, significativa, ponderada…
E não é por acaso, naturalmente, que o problema da gravidade em arquitectura me preocupa e preenche o meu espírito.
[...] o meu proverbial e reconhecido optimismo não tem as costas suficientemente largas para ignorar o que se passa ou alterar algo à actual situação portuguesa.
Mas é verdade, igualmente, que ainda há Portugueses e ainda há Arquitectura entre nós. Louvor, homenagem a Álvaro Siza que é um deles e que a pratica com excelência.
Verdadeiro pedreiro de obra grave eis aí um dedicadíssimo e devotado profissional, cuja obra se afirma, reconhecida e internacionalmente, pela sua honestidade, pela sua integridade compositiva, pela sua capacidade de radicação e da transformação, animadas por superior inteligência e raríssima sensibilidade. Pedreiro de obra grave, insisto, é termo perfeitamente aplicável ao Álvaro Siza grande construtor de espaços e de imagens magníficas, com uma obra extremamente complexa, porque sempre igual a si própria e sempre diversa, mas profundamente simples e de criativo rigor.
Homenagem portanto, simples, directa, grata, amiga, reconhecida.
Ao homenageá-lo hoje, 1 de Julho, no Porto e na Casa das Artes, cumprimos certamente um dever e manifestamos uma esperança: a de que a sua obra para além do seu valor próprio possa constituir experiência segura para a “apagada e vil tristeza” que nos envolve, uma vez bem compreendida e interpretada e não motivo de imitação fácil ou gratuita.
Álvaro Siza é um grave, poderoso e português arquitecto.
Imagem: Fernando Távora, desenho de Álvaro Siza, publicado in PINTO de ALMEIDA, Bernardo, O que a luz ao cair deixa nas coisas. Álvaro Siza, desenhos. Porto: Cooperativa Árvore, BPI, 2003.
Conferência Marques da Silva 2015
"Casas Ermas. A arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do moderno", por Luís Soares Carneiro
9ª Edição das Conferências Marques da Silva
21 de Outubro de 2015
18h30 | Auditório Fernando Távora - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Entrada Livre
Sinopse
A Conferência “Casas Ermas. A arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do moderno” apresenta a obra de dois arquitetos que, embora muito ativos na primeira metade do século XX, foram depois esquecidos e apagados dos livros de arquitetura por uma historiografia parcial.
As suas obras evocam uma época na qual as regras de composição, o talento artístico, o saber artesanal, e sobretudo a consciência de uma continuidade desejada com o passado, os fazia procurar uma modernidade compatível com a cultura portuguesa da época. Vivendo entre um saber apoiado num passado que acreditavam ainda válido e produtivo e a emergência revolucionária de uma modernidade cujo desajuste era notório com a realidade portuguesa, defenderam um ramo da modernidade que a história mostraria, mais tarde, improcedente. Casas ermas, portanto.
As razões da historiografia que os esqueceu e a necessidade da sua crítica e revisão, assim como a colocação de hipóteses para uma diferente instrumentação teórica suscetível de enquadrar, de um novo modo, arquiteturas “outras”, completam a apresentação.
Sem nostalgia por uma época perdida, sem espírito conservador, sem propósitos revisionistas, procura-se entender a arquitetura de um outro tempo para poder reavaliar e reconsiderar as categorias críticas e historiográficas atuais. E, por essa via, poder olhar de modo mais sábio para nós próprios.
Nota Biográfica
Luís Soares Carneiro é Arquiteto e Professor Associado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Licenciado pela ESBAP em 1987 e Doutorado pela UP em 2003. Projeta, ensina, escreve, faz conferências e participa em encontros nacionais e internacionais. Trata sobretudo de temas relacionados com Teatros, Habitação Colectiva e História da Arquitetura Portuguesa.
Organização: Fundação Marques da Silva
Apoio: Faculdade de Arquitectura da UP
Apoio à divulgação: OASRN/ARQOUT Mês da Arquitectura 2015
Casa-Atelier José Marques da Silva: recomeçar na continuidade
26 e 27 de Setembro
Jornadas Europeias do Património
Com a partilha das primeiras fotos da Casa-Atelier, após conclusão das obras de reabilitação projetadas pelo Atelier 15, renova-se o convite para o programa proposta pela Fundação Marques da Silva para as Jornadas Europeias do Património. É já amanhã!
Petra Rosea
de Davi Ramalho, Jaime Magalhães Júnior, Maria Filomena Rocha, Nelson Miguel e Pedro Ribeiro de Almeida
apresentação por Manuel Graça Dias e Luís Urbano
Casa-Atelier José Marques da Silva | 27 de setembro | 16h00
Com a apresentação da curta metragem de Davi Ramalho, Jaime Magalhães Júnior, Maria Filomena Rocha, Nelson Miguel e Pedro Ribeiro de Almeida, apresentada pelos professores Manuel Graça Dias e Luís Urbano, inicia-se, às 16h00, o programa previsto para o dia 27 de setembro.
O projeto Petra Rosea nasceu no âmbito da cadeira Cinema e Arquitetura, do Curso de Estudos Avançados em Projecto de Arquitectura, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Realizado por arquitetos, adota por cenário a Casa-Atelier de José Marques da Silva, que, em janeiro de 2015, exibia as marcas de esventramento da intervenção de reabilitação então em curso. A partir dessa "nudez arquitetónica", os autores criaram uma ficção que procura "tocar o intangível".
No facebook de Petra Rosea podem ser visualizadas fotos do processo de filmagem, bem como outros registos então produzidos
Sentir a "arquitetura" dos Sons na cadência dos espaços da Casa-Atelier
Momento musical por Manuela Ferrão
26 de setembro
A experiência estética da Arte dos Sons na singularidade espacial da Casa-Atelier marca a conclusão da visita do dia 26, cujo início está previsto para as 16h00.
Um encontro entre Música e Arquitetura simbolizado pela performance da violoncelista Manuela Ferrão, aluna da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo.
MESA, de Ana Renata Polónia,
com Ana Renata Polónia, Teresa Santos e Dídac Gilabert
Casa-Atelier José Marques da Silva | 26 de setembro
MESA é uma performance que nasce da reflexão sobre o momento da refeição, da herança familiar à solidão contemporânea, dos gestos mais primitivos aos rituais mais simbólicos, passando pelos objetos que lhe fomos adicionando. A partir deste elementodo quotidiano, em torno do qual se geram emoções e onde todos somos atores, MESA surge como espaço simbólico, transfigurado pelo movimento ao sabor dos corpos, metáfora para a circunstância da Casa e das suas memórias.
Ana Renata Polónia, Teresa Santos e Dídac Gilabert apresentam-se durante a visita guiada pelos arquitetos projetistas (Atelier 15), que se inicia às 16h00, na Casa-Atelier José Marques da Silva, na Praça do Marquês, no Porto.
"Sou dono da casa, sou dono do mundo, ou inquilino dos dois..."
Leituras por António Durães
Casa-Atelier José Marques da Silva | 26 de setembro
No dia 26 de setembro, parafraseando Sophia, a Casa-Atelier tornar-se-á lugar de convergência, encontro, centro.
A partir das 16h00, no decorrer da visita guiada pelos autores do projeto de reabilitação, António Durães - ator, encenador e professor de interpretação da ESMAE - lerá textos de Álvaro Siza e poemas de Ruy Belo e Herberto Helder.
"Cada projecto usa o real, que contém o seu passado e o futuro desejado"
Visita à Casa-Atelier José Marques da Silva
com Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez e Miguel Ribeiro
26 de setembro | 16h00
"Nos edifícios, nas cidades ou no território sempre humanizado, a arquitectura dos próximos anos será marcada pela prática da recuperação. Recuperação e criação serão complemento e não especialidades passíveis de tratamentos autónomos.
Não duvidamos que um verdadeiro projecto integrado de desenvolvimento passa por manter vivo e presente o passado visitável, sobretudo aquele que mantém potencialidades de reutilização social, o que não exclui a importância simbólica e mítica do monumento silencioso. (...)
Temos a consciência clara de que cada projecto usa o real, que contém o seu passado e o futuro desejado, encontrando a regra, a sua, a partir do existente, caso a caso e sempre legível em cada obra"
(in Atelier 15, Proposta para a elaboração do projecto de recuperação da Casa-Atelier Marques da Silva, no Porto, 2013)
A visita à Casa-Atelier, no dia 26 de setembro, integrada no programa das Jornadas Europeias do Património, constitui a oportunidade de revisitar o espaço, concluídas as obras de recuperação projetadas pelo Atelier 15. Na companhia dos arquitetos Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez e Miguel Ribeiro, entre leituras e performances de dança e música, será possível deambular pela Casa-Atelier e sentir o fluir da história, caminhar entre o passado nela contido e o futuro que se deseja.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço
Início: 16h00
Conferência: "Una pequeña casa. 1923"
por Josep Quetglas
Casa-Atelier José Marques da Silva
27 de setembro | 18:00h | Entrada livre
A Pequena Casa de Corseaux, projetada em 1923 por Le Corbusier (1887-1965) e Pierre Jeanneret (1896-1967), próxima de Vevey, nas margens do Lago de Genebra, foi habitada pelos pais de Le Corbusier e, posteriormente, pelo seu irmão, o músico Alfred Jeanneret. Atualmente acolhe a Associação Villa «Le Lac» Le Corbusier. Por ocasião dos 50 anos da morte de Le Corbusier, homenageia a sua visão e génio expondo 10 propostas para extensão do projeto original da autoria de alguns dos mais importantes arquitetos contemporâneos, entre eles Álvaro Siza.
Josep Quetglas (Mallorca, 1946), arquiteto, catedrático da Escola T.S. d´Arquitectura de Barcelona até à sua jubilação. Publicou numerosos livros e artigos sobre arte e arquitetura moderna, cite-se "Der gläserne Schrecken. Imágenes del Pabellón de Alemania" (2001), e muito particularmente sobre Le Corbusier, entre os quais, "Les Heures Claires. Proyecto y arquitectura en la villa Savoye de Le Corbusier y Pierre Jeanneret" (2008).
Casa-Atelier José Marques da Silva: recomeçar na continuidade
Jornadas Europeias do Património
26 e 27 de Setembro
Nos dias 26 e 27 de Setembro a Fundação Marques da Silva vai celebrar o início de um novo ciclo para a Casa-Atelier José Marques da Silva.
Um programa diversificado, integrado nas Jornadas Europeias do Património, vai assinalar a conclusão das obras de reabilitação projectadas pelo Atelier 15. A entrada é livre, estando apenas sujeita à lotação dos espaços.
"Casa-Atelier José Marques da Silva: recomeçar na continuidade"
Conclusão da obra de reabilitação e abertura ao público | 26 e 27 de setembro
Jornadas Europeias do Património 2015
A conclusão da obra de reabilitação da Casa-Atelier de José Marques da Silva, uma das duas casas da Praça do Marquês do Pombal e sede da Fundação Marques da Silva, sinaliza o alcançar de uma etapa da maior importância para esta instituição: foi casa de habitação e atelier de José Marques da Silva; suportou silêncios e abandonos que não a impediram, contudo, de ser o primeiro e simbólico local de operações da então embrionária Fundação; prepara-se agora para responder a novas funções. A Casa-Atelier, renovada e reconvertida, continuará a assumir a domesticidade de origem, mas vai oferecer novas possibilidades de utilização e reforçar o seu valor estratégico, concretizando uma ampliação espacial fulcral para o cumprimento da missão traçada para a Fundação Marques da Silva.
Em setembro, no âmbito da edição de 2015 das Jornadas Europeias do Património, a Fundação vai abrir as portas da Casa-Atelier e partilhar este momento de celebração, num convite dirigido a todos aqueles que estiverem interessados na sua (re)descoberta. Serão dois dias, entre as 16h00 e as 20h00, preenchidos por iniciativas várias, de entrada livre, apenas sujeita à lotação dos espaços:
26 de setembro
Visita guiada pelos arquitetos projetistas, Alexandre Alves Costa, Sérgio Fernandez, Miguel Ribeiro
Coreografia "Mesa", de Ana Renata Polónia
Leituras por António Durães
Momento musical por Manuela Ferrão
27 de setembro
Apresentação do filme "Petra Rosea", com os autores, Davi Ramalho, Jaime Magalhães Júnior, Maria Filomena Rocha, Nélson Miguel e Pedro Ribeiro de Almeida, alunos do CEAPA/FAUP, e os professores Luís Urbano e Manuel Graça Dias
Conferência de Josep Quetglas, Una pequeña casa. 1923
Recordando Fernando Távora no dia em que completaria 92 anos de vida
“Quando numa parede vertical abro uma porta para através dela poder passar, coloco outra parede paralela à primeira e, depois, coloco duas paredes normais de dimensão igual às duas primeiramente colocadas, formando um quadrado em planta, e, para que não chova ou o sol não penetre, coloquemos um tampo superior de forma quadrada; ou, ainda, coloquemos sobre o pavimento do quadrado uma superfície que me abstenha do contacto com o solo; ou, ainda, abra um buraco numa das paredes verticais e coloque caixilhos de madeira nos mesmos vãos da janela e da porta, que podem, assim, ser abertos ou fechados, eis-me em presença de uma peça quadrada, com porta e janela, onde não chove de cima para baixo, o sol não perturba e eu possa viver, assim, uma vida…”
Bruno Marchand e Luis Martínez Santa-María
Conferências de "Intersecções" em registo áudio
Para quem não teve a oportunidade de estar presente no encontro "Intersecções", no dia 10 de junho, ou pretende regressar às palavras então proferidas por Bruno Marchand e Luis Martínez Santa-María, poderá aceder ao registo áudio das conferências através do Site da Fundação Marques da Silva.
Sólo hay una puerta, no una respuesta:
apuntes sobre el alunmo, el profesor y el maestro
Luis Martínez Santa-María
Luis Martínez Santa-María foi um dos conferencistas participantes em "Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora", encontro e lançamento de livro decorrido no passado dia 10 de junho, no auditório do Centro de astrofísica da Universidade do Porto. A reflexão então partilhada por este Professor Arquiteto da ETSAM sobre o caminho conjunto percorrido pelo aluno, professor e mestre na descoberta do sentido da Arquitetura está agora disponível para leitura numa versão em texto, paginada por Raquel Botelho.
Homenagem ao Arquiteto Alcino Soutinho
Exposição | Castelo de Cerveira
18 de julho a 19 de setembro de 2015
Desenhos, fotografias e peças de design especificamente concebidas para a Pousada de D. Dinis, projeto da autoria do Arquiteto Alcino Soutinho distinguido com o Prémio Europa Nostra, em 1982, vão ser expostas no próprio edifício, numa iniciativa da XVIII Bienal de Cerveira que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
A exposição, com curadoria da Arquiteta Andrea Soutinho, para além de homenagear a figura e obra de Alcino Soutinho, pretende chamar a atenção para este espaço, desativado desde 2008 e a carecer de um plano de integração na dinâmica artística de Vila Nova de Cerveira.
Um grupo de alunos do Curso de Estudos Avançados em Projeto de Arquitectura, da FAUP, em resposta ao desafio lançado na cadeira Cinema e Arquitectura, dos professores Luís Urbano e Manuel Graça Dias, lançou o seu olhar para a Casa-Atelier de Marques da Silva e seleccionou-a como tema de trabalho.
Da exposição da sua nudez arquitetónica, apenas experienciável por se encontrar em curso um processo de (re)construção, surgiu o interesse de produzir uma curta-metragem onde se procura tocar o intangível, ou seja, a intemporalidade do gesto de criação de um espaço que hoje se apresenta em fase de transformação, sede de uma Fundação, implantado na Praça do Marquês de Pombal da cidade do Porto. Aí se convoca também a presença do autor e seu habitante, José Marques da Silva, cruzando o(s) tempo(s) da sua construção, fixando imagens de um momento único e irrepetível que o processo atual forçosamente voltará a encobrir.
A curta-metragem, intitulada Petra Rosea, da autoria de Davi Ramalho, Jaime Magalhães Júnior, Maria Filomena Rocha, Nélson Miguel e Pedro Ribeiro de Almeida, será projetada em 27 de setembro, durante o programa de inauguração da Casa-Atelier.
Filho de pai médico e mãe pintora, Alfredo Matos Ferreira nasceu em Lisboa, em 1928. Arquiteto formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, foi colega de Alberto Neves, António Menéres, Álvaro Siza, Luís Botelho Dias e Joaquim Sampaio, os amigos da “sala 35” da Praça da Liberdade. Colaborou com Arménio Losa, tornou-se sócio de Fernando Távora. O seu percurso arquitetónico estendeu-se por mais de 50 anos. Viveu entre terra e mar. Faleceu hoje, dia 27 de junho de 2015. Permanece a obra, cuja “Memória” a Fundação Marques da Silva prevê publicar, em parceria com a FAUP e as Edições Afrontamento, ainda durante este ano.
A Fundação Marques da Silva, em parceria com a Reitoria da Universidade do Porto, tem vindo a desenvolver uma nova base de dados, inserida na plataforma AtoM (Access to Memory), um software de descrição arquivísticarecomendado pelo International Council on Archives (ICA). Delineada em função das características distintivas dos Sistemas de Informação da FIMS, que se encontram estruturados de acordo com a teoria sistémica, o projeto pretende criar um instrumento facilitador e interativo do processo de consulta documental online, capaz de responder à crescente procura por parte de investigadores e de promover a divulgação do espólio documental da instituição.
O processo de inserção de informação, com seis acervos sinalizados (Alcino Soutinho, António Cardoso, Fernando Távora, João Queiroz, José Carlos Loureiro e Marques da Silva/Moreira da Silva) já foi iniciado, nomeadamente com a disponibilização de dados relativos a parte da documentação pertencente ao Sistema de Informação Marques da Silva/Moreira da Silva e de um conjunto mais expressivo de dados do acervo Fernando Távora, relativos a documentação tratada no âmbito do projeto "Inventariação, digitalização e disponibilização do acervo documental do Arquiteto Fernando Távora”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Projeto de "Inventariação, digitalização e disponibilização on-line do acervo documental do Arquiteto Alcino Soutinho" apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian
A estratégia e o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito da preservação, tratamento e disponibilização pública da documentação pertencente à Fundação Marques da Silva recebeu um novo e relevante incentivo com a atribuição do apoio da Fundação Calouste Gulbenkian ao projeto de "Inventariação, digitalização e disponibilização on-line do acervo documental do Arquiteto Alcino Soutinho", apresentado em candidatura à edição de 2015 do "Concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais".
O acervo documental do Arquiteto Alcino Soutinho (1930-2013) engloba os registos correspondentes ao exercício da sua prática profissional, balizada entre 1958 e 2012, bem como um núcleo bibliográfico que reflete os interesses e referências teóricas de uma figura marcante do panorama português das últimas décadas do século XX e primeira década do século XXI, pela sua obra arquitetónica e artística, pela sua faceta enquanto professor e formador de novas gerações, pelo seu posicionamento pessoal e cívico.
A concretização do projeto a apoiar pela Fundação Calouste Gulbenkian prevê o tratamento do conjunto documental legado pela família do Arquiteto Alcino Soutinho à Fundação Marques da Silva em 2014, através da sua inventariação, digitalização e disponibilização na plataforma on-line AtoM atualmente em construção e com lançamento público a anunciar em breve. Com este passo pretende-se contribuir para a criação de espaços de estudo e de partilha que permitam fixar e promover a investigação e o conhecimento da Arquitetura Portuguesa e dos seus protagonistas.
Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora
Encontro | Lançamento de livro
Síntese e registo fotográfico
“Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora”
10 de junho de 2015 | auditório do CAUP
Encontro e lançamento de livro sublinharam a importância de olhar, refletir, interpretar e tentar compreender a arquitetura enquanto território sem fronteiras, enquanto lugar de vida. Assinalaram igualmente a mudança de condições, proporcionada pela disponibilização pública da documentação referente à obra de Fernando Távora pela Fundação Marques da Silva, a permitir novas leituras e uma renovada consciência sobre o seu contributo num contexto internacional. Constituíram, por fim, um espaço de transmissão de uma aprendizagem: com Luis Martínez Santa-María, sobre o processo de construção do pensamento, sobre a procura de um significado e de um sentido para o exercício da Arquitetura, apresentado enquanto produto alquímico, que, mediado pelo Tempo, resulta de um constante questionamento, de um caminho que se vai percorrendo e onde aluno, professor e mestre convergem e se transformam; com Bruno Marchand, que a partir da sua experiência pessoal e do seu percurso pedagógico e de investigador, tomando por base o desenho e a forma do Banco de Oliveira de Azeméis, de Álvaro Siza, propôs uma interpretação do projeto, com caráter de metodologia, a considerar referências, influências, contextos de produção, numa abordagem onde prevalece o “incluir tudo”; com os investigadores, cujos testemunhos e participação deram corpo a um espaço de estudo e de debate sobre o pensamento, a obra e a linguagem arquitetónica de Fernando Távora, fixado em livro, mas cuja vontade de futuro lhe confere estatuto de exemplo para novas experiências, projetos e pretextos.
Conferência de Bruno Marchand: Álvaro Siza e Robert Venturi nos anos 1970: a influência do «incluir tudo»
Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora
10 de junho de 2015
"O Banco de Oliveira de Azeméis (1971-1974) representa uma mudança importante na obra de Álvaro Siza que se nota na complexidade do desenho da planta. Quais são as razões de uma tal mudança de paradigma? Habitualmente colocada no giro do regionalismo crítico, esta obra é aqui apreciada através de uma análise do contexto teórico dos anos 1960 e 1970 e da influência de Robert Venturi e da sua tese de criar relações com a realidade."
Com a comunicação de Bruno Marchand*, a abrir a sessão da tarde de "Intersecções . Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora", a temática do encontro amplia-se convocando os nomes de Álvaro Siza e Robert Venturi.
A participação no encontro está condicionada à lotação do espaço pelo que carece de inscrição prévia (fims@reit.up.pt).
* Bruno Marchand (1955) é arquiteto diplomado (1980) e doutorado (1992) pela École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL). Ensina Teoria da Arquitetura na EPFL desde 1993 e foi professor convidado da École d’Architecture de Nantes em 1995. Em 1997, foi nomeado ‘professeur extraordinaire’ na EPFL, onde dirige o Laboratoire de Théorie et d’Histoire 2. Em 2002, criou o programa doutoral “Architecture, ville et histoire”, tendo assumido a sua direção até 2006. A partir desta data foi-lhe atribuída a direção do Institut d’architecture et de la ville de la Faculté de l’environnement naturel, architectural et construit. Em abril de 2009, foi nomeado ‘professeur ordinaire’. Bruno Marchand é membro do “Habitat Group of the International Union of Architects” e coordena a série “Collection archigraphy lémaniques”. Desde 2001 é membro do gabinete de urbanismo DeLaMa, em Genève.
Conferência de Luis Martínez Santa-María: O aluno, o professor, o mestre
Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora
10 de junho de 2015
O aluno, o professor, o mestre
"Fernando Távora soube manter unidas a curiosidade e a incerteza do estudante, o conhecimento, a proximidade e a generosidade características do professor e a iluminação do mestre. Talvez uma conferência que aborde o aluno, o professor e o mestre e que pretenda revelar a profunda intersecção que existe entre estas três figuras, através das quais se produz a transmissão do conhecimento e da sensibilidade para com a arquitetura e com as quais se funda uma escola, constitua um gesto de evocação e de reconhecimento para com ele."
Com estas palavras, Luis Martínez Santa-María* resume o propósito da sua intervenção no encontro "Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora", a decorrer no próximo dia 10 de junho, no auditório do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto.
Luis Martínez Santa-María, Professor Arquiteto da ETSAM, autor distinguido pela sua obra arquitetónica e bibliográfica, apresenta a sua comunicação durante o período da manhã, estando igualmente prevista a sua participação no debate que encerra o programa.
Lembramos que a participação no Encontro carece de inscrição prévia. As inscrições encontram-se abertas até 8 de junho, através do email fims@reit.up.pt
* Luis Martínez Santa-María, Madrid 1960, Professor Arquitecto. A sua tese de Doutoramento, Tierra espaciada : el árbol, el camino, el estanque : ante la casa, apresentada na Escola Técnica Superior de Madrid (ETSAM), obteve o Prémio Extraordinário da UPM (2000). É Professor de Projeto nesta Universidade desde 1990 e Professor Catedrático desde 2014. Em 2012, foi bolseiro da Academia de Roma.
As suas obras têm recebido numerosos prémios, entre eles, o Prémio de Arquitectura, Urbanismo y Obra Pública del Ayuntamiento de Madrid (1991), o Prémio Manuel De Oraa y Arcocha (1997), o Prémio ASCER de Interiorismo (2005), o Prémio Hispalyt de Arquitectura de Ladrillo (2007) e o Prémio de Prata nos Fritz Höger Preis für Backstein-Architektur (2014).
Venceu também o primeiro lugar dos Concursos: Sede Central de Larios en Málaga (1988), Biblioteca Universitaria de Tafira, Las Palmas (1988), Viviendas en Ventaberri, San Sebastián (1993), Plaza de la Constitución en Cubas de la Sagra, Madrid (1995), EUROPAN IV (1996), Rehabilitación de La Casa de los Coroneles en La Oliva, Fuerteventura (1996), Remodelación del Entorno de la Catedral de Palencia (1998), Ordenación del Casco Antiguo de Collado-Villalba, Madrid (2000), Ordenación de las Eras del Alcázar en Ubeda, Jaén (2001), 36 VPP en Ciudad Pegaso, Madrid (2002), Ordenación del Área de San Vicente, Baeza. Jaén (2004), Ampliación del Museo Provincial de Teruel (2007), Premio Habitat en Puerto de Santa María, Cádiz (2008), Torre de Viviendas en Toledo (2009), Gran Vía Posible, Madrid (2010) y Ampliación del Museo de Esculturas de Leganés, Madrid (2011).
Publicou El árbol, el camino, el estanque ante la casa (2004), Intersecciones (2005), El libro de los cuartos (2011) e Principios (2012). É o coordenador editorial da coleção LA CIMBRA, da Fundação Caja de Arquitectos e Membro da Comissão de Património de la Cidade de Madrid.
Intersecções. Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora
Encontro e lançamento do fascículo 05 de Fernando Távora, minha casa
10 de junho - auditório do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
Abertura de inscrições
Em 2013, sob coordenação científica do Professor Manuel Mendes, a Fundação Marques da Silva, a Universidade do Porto e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto confluíram no propósito de evocar e comemorar a figura do Arquiteto Fernando Távora nas suas várias dimensões.
Foi então apresentado um programa plural e evolutivo, mobilizador de cumplicidades e de sinergias, criador de bases para o estudo da particularidade, originalidade e pertinência do contributo de Fernando Távora. Esta plataforma de encontro de saberes centrou-se na complementaridade das componentes científica, expositiva e de intervenção formativa e cultural, cabendo à vertente editorial a função de catalisador do processo de reflexão e questionamento desenhado ao longo das várias acções realizadas, estendendo-o no tempo e fixando-o na colecção Fernando Távora, "minha casa", cujo fascículo 5, "Sobre o projeto-de-arquitetura de Fernando Távora", vai ser lançado no próximo dia 10 de Junho.
O projeto de lançamento deste livro proporcionou o contexto e a circunstância para a realização de um Encontro - Intersecções - congregador das comunicações de José Bernardo Távora, Luis Martínez Santa-María e Bruno Marchand e um espaço de debate a contar com os contributos de todos os autores envolvidos na publicação.
Programa
Manhã
10h00: abertura da sessão
10h20: lançamento do livro, por Manuel Mendes
10h45: comunicação do Professor Luis Martínez Santa-Maria (ETSAM)
12h00: comunicação do Arq.to José Bernardo Távora
Tarde
15h00: comunicação do Professor Bruno Marchand (EPFL)
16h00: Debate, moderado por Manuel Mendes e com o contributo dos autores
A participação nesta iniciativa está apenas dependente de uma inscrição prévia para o email: fims@reit.up.pt e limitada à lotação do espaço.
O período de inscrição decorre entre 27 de maio e 8 de junho, inclusive.
CASA DE SERRALVES: O CLIENTE COMO ARQUITETO
22 de maio a 06 de setembro de 2015 | Biblioteca de Serralves
A Fundação Marques da Silva preserva um importante conjunto documental relativo à Casa e jardins de Serralves, reunido ao longo dos cerca de 20 anos, aproximadamente entre 1925 e 1943, em que José Marques da Silva coordenou projeto e obra, por encomenda de Carlos Alberto Cabral.
A complexa história da construção da Casa será contada na exposição a inaugurar no dia 22 de maio, na Biblioteca de Serralves. Comissariada por André Tavares e organizada pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves conta com a colaboração da Fundação Marques da Silva que nela estará representada através de desenhos, fotos e agendas pertencentes ao acervo deste arquiteto.
João Queiroz, um arquiteto tranquilo
Doação do acervo e intervenção de Alexandre Alves Costa
Café Majestic, 18 de maio
Decorreu ontem, no Café Majestic, obra de João Queiroz, a cerimónia de assinatura do contrato que vem formalizar a receção do acervo deste arquiteto no Centro de Documentação e Investigação de Cultura Arquitetónica da Fundação Marques da Silva.
Alexandre Alves Costa apresentou João Queiroz, o estudante, o militar, o cidadão e o profissional de Arquitetura. Uma evocação onde as palavras, moldadas pela ternura de quem conheceu o objeto do seu discurso, e as imagens retiradas do arquivo da família Queiroz traçaram a biografia do homenageado, apresentaram o estilo e a forma de fazer arquitetura de toda uma geração, sublinharam a importância e o significado da biblioteca. Um olhar pessoal, mas transmissível, a aguardar novos contributos por parte dos investigadores que agora passam a poder aceder à consulta da documentação doada, constituída por peças desenhadas relativas a 84 projetos de arquitetura, 106 títulos (monografias e periódicos de época) e documentação diversa (material publicitário e fotografias e desenhos de arquitetura).
João Queiroz, um Arquiteto tranquilo
Conversa com Alexandre Alves Costa, no Café Majestic
Dia Internacional dos Museus | 18 de maio | 21h30
No próximo dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, numa iniciativa organizada pela Fundação Marques da Silva em parceria com o Café Majestic, o Professor Arquiteto Alexandre Alves Costa partilhará com todos os presentes as suas reflexões sobre João Queiroz, um Arquiteto tranquilo.
A anteceder a sessão, será formalizada a doação do Arquivo profissional e Biblioteca deste Arquiteto, por parte dos seus herdeiros, à Fundação Marques da Silva. Um acervo de relevante interesse público por ser representativo de uma geração de arquitetos formados pela Escola do Porto que permaneceram vinculados à cidade, enquanto sede do exercício profissional, tendo desempenhado um papel discreto, mas decisivo, nas transformações urbanas do Porto e do norte de Portugal durante o século XX.
Posto de Covas, de Fernando Távora, em vias de classificação
Depois de noticiada a entrega de documentação, por parte da Fundação Marques da Silva, na Direção dos Serviços de Bens Culturais do Norte, tendo em vista a abertura de processo de classificação do Posto duplo de abastecimento da Galp, obra da autoria do arq.to Fernando Távora, no lugar de Covas, em Guimarães, sobre a qual pendia a ameaça de demolição das palas de betão armado, temos a grata satisfação de comunicar que está oficialmente em "vias de classificação"
O lugar de S. Bento: o Convento, a(s) Irmandade(s), a Estação
Mesa Redonda | 12 de maio
Em 1893, a Irmandade de São Bento da Avé Maria do Porto apresenta a Bernardino Machado um manifesto em defesa da conservação da Igreja de S. Bento e submete à consideração do então Ministro das Obras Públicas a aprovação de um projeto alternativo para a Estação Central do Porto. O projeto, não assinado, mas da provável autoria do engº Alberto Álvares Ribeiro, permitiria não somente poupar a magestosa Igreja, sachristia e casa das escholas de S. Bento, como, no entender da Irmandade suplicante, proteger os interesses da Nação e da cidade.
O valioso conjunto de documentos formado pela exposição ao Ministro, foto de época, memória justificativa e peças desenhadas do projeto foi generosamente disponibilizado à Fundação Marques da Silva, por parte dos herdeiros de Alberto Ribeiro de Meireles, filho do engº Alberto Álvares Ribeiro, para reprodução e incorporação no arquivo digital da instituição, estando prevista a assinatura do Termo de Responsabilidade que firma o acesso dos investigadores ao seu conteúdo para o próximo dia 12 de maio.
A ocasião e a relevância da documentação em causa tornou-se pretexto e oportunidade para a proposta de realização de uma mesa redonda que conta, como oradores, com os Professores António Cardoso, José Miguel Rodrigues, Luís Amaral e o representante da família Meireles, Dr. Rodrigo Meireles. Foram ainda dirigidos convites a várias personalidades com o objetivo de promover uma conversa alargada a todos os presentes.
Com esta iniciativa pretende-se não só divulgar novos dados sobre a temática da construção da Estação Central de Caminhos de Ferro no Porto, em finais do século XIX, como também refletir, cruzando diferentes perspectivas, sobre os contextos que enquadraram o ‘redesenhar’ da cidade decorrente da construção do projeto assinado por José Marques da Silva.
Data: 12 de maio Hora: 18h00 Local: Palacete Lopes Martins
...dá-se notícia da existência de dois livros de Andrea Palladio nos acervos da Fundação Marques da Silva. Um, em versão inglesa, de Colen Campbell, foi acolhido pelas “mãos estáveis” de Fernando Távora, ‘coisa preciosa’, oferecida por Álvaro Siza; o outro, em versão francesa, reunindo I Quattro Libri dell´Architettura, acolhe a assinatura de José Marques da Silva…
Um livro pode cruzar tempos e geografias; ser prova da dimensão coletiva de um processo mental contínuo; passar de mão em mão e transportar uma história de vida; pode ser a “profunda manifestação de uma também profunda amizade”.
Percurso pelos espaços imaginários e reais da Escola de Belas-Artes do Porto:
Projetos a partir de Marques da Silva (1915-2015)
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2015
Para a edição de 2015 do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios*, a 18 de abril, a Fundação Marques da Silva, em parceria com a Biblioteca Pública e Municipal do Porto e a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, organizou um Percurso pelos espaços imaginários e reais da Escola de Belas Artes do Porto, orientado pelo arquiteto Gonçalo Canto Moniz, tendo como ponto de partida os primeiros projetos da autoria de Marques da Silva, datados de 1915.
Delineado entre o antigo Convento de Santo António, atual Biblioteca Pública e Municipal do Porto, e o Palacete Forbes, atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, o percurso pretende dar a conhecer o processo de instalação da Escola de Belas Artes no Porto. Ao longo da visita serão apresentadas as várias soluções propostas, as exigências programáticas que as fundamentaram, os contextos que ditaram a sua formulação e consequente abandono ou aceitação.
Participação: gratuita, mas sujeita a marcação prévia, Início: 10h00 - Átrio da BPMP (rua de D. João IV, nº 17) Duração aproximada: 2h Lotação máxima: 25 participantes Inscrições: até 16 de abril, inclusive, por email fims@reit.up.pt ou tlf 225518557
* O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado pela ICOMOS a 18 de abril de 1982 e aprovado pela UNESCO no ano seguinte. Este ano tem como tema Conhecer, Explorar, Partilhar.
Recuperação da memória formativa de Marques da Silva em Paris:
Restauro do "núcleo Laloux" em fase de conclusão
Do período de formação parisiense de José Marques da Silva [1889-1895], a Fundação Marques da Silva acolhe um invulgar e significativo conjunto de peças desenhadas de arquitetura, de modelo e ornamento, assinados por Marques da Silva na condição de élève de Mr. Laloux, enunciados e memórias descritivas. Estes documentos, preciosos pela raridade do conjunto, são reveladores da personalidade artística do seu autor, da sua expressão pessoal e testemunho do processo de aquisição e domínio instrumental no âmbito de um processo evolutivo de aprendizagem. E se, por um lado, esclarecem e indiciam a base estruturante de uma prática profissional futura, por outro, são ilustrativos dos paradigmas do ensino das Beaux-Arts, dos seus cânones estéticos, de uma arquitetura que se pretendia eclética, funcional, cosmopolita e internacional.
Em finais de 2009, a par da realização do estágio curricular de Clara Serra Vieira, que permitiu a atribuição de uma coerência cronológica, de programas e escalas de projeto aos documentos constitutivos do núcleo, foi, paralelamente, retomado o processo de restauro, tendo em vista concluir a sua limpeza e/ou tratamento global. Um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por Ana Freitas, do Serviço de Conservação e Restauro da Reitoria da Universidade do Porto, e que entra agora na sua fase final, ao dar-se início ao tratamento das peças escritas. O processo de restauro, para além de assegurar a preservação da informação contida no documento e um acondicionamento seguro para cada peça, tem vindo a revelar e a sublinhar o valor artístico do conjunto. Com a conclusão desta fase de intervenção, prevista para meados do corrente ano, ficam igualmente reunidas condições para novas e mais aprofundadas abordagens.
Memória. Alfredo Matos Ferreira
Projeto editorial em curso
Ao longo dos últimos anos, Alfredo Matos Ferreira foi reunindo memória(s) do seu trabalho profissional, movido pela curiosidade de revisitar o que tinha produzido, e assim foi organizando o conjunto de projetos que elaborou ao longo de mais de cinquenta anos.
Mais tarde surgiu a ideia de uma possível publicação que associa, para além dos textos memória da autoria do próprio Matos Ferreira, textos de apresentação de Álvaro Siza, Sérgio Fernandez, Vítor Oliveira e Manuel Mendes, coordenador do projeto editorial a lançar pela Fundação Marques da Silva, durante o corrente ano de 2015, em parceria com as edições Afrontamento e a Faculdade de Arquitectura da U. Porto.
Intervir no edificado: conceito e ação no Site da FIMS
A Fundação Marques da Silva, para além do importante património documental que tem sob sua salvaguarda, é igualmente gestora de um conjunto significativo de edifícios com elevado valor patrimonial, tanto real quanto simbólico. Provenientes do legado da filha e genro do arq.to José Marques da Silva à Universidade do Porto, estes bens impõem a adoção de uma prática capaz de associar a rentabilização a processos sustentados de reabilitação urbana.
O que tem vindo a ser desenvolvido nesta área de ação, seja para preservar, restaurar ou reabilitar, divulgar ou sensibilizar, sobre património gerido pela FIMS ou relativo a obras construídas da autoria de arquitetos representados nos seus acervos, passará a constar de um campo específico no Site da Fundação, por sua vez organizado em função de três vertentes processuais: reabilitação de obras da autoria de José Marques da Silva, classificação de obras e emissão de pareceres.
A FIMS na Mostra UP 2015 | Livros em promoção
Alfândega do Porto | 12 a 15 de Março
A Fundação Marques da Silva volta a estar presente na Mostra da Universidade do Porto, este ano na sua 13ª edição, associando-se à Editorial U.Porto na disponibilização de alguns dos títulos que têm vindo a ser publicados com descontos especiais.
Pela primeira vez a decorrer na Alfândega do Porto, a exposição anual da oferta formativa da Universidade inaugura hoje, dia 12 de março, e permanece aberta até ao próximo domingo, proporcionando a todos os interessados quatro dias de informação, experimentação e descoberta. A entrada é livre.
Galeria de obras Marques da Silva:
A igreja de Cedofeita
É praticamente desconhecida a existência do projeto de Marques da Silva para a igreja de Cedofeita. Mas esta obra, que nunca chegará a concluir-se, começou a ser pensada no final do século XIX com a ambição de vir a tornar-se o maior templo da cidade do Porto. Uma nova entrada na Galeria de obras de Marques da Silva reune alguns dados relativos a este projeto, desde as vicissitudes que lhe sobrevieram à enigmática presença da Capela-mor, hoje transformada em Auditório paroquial.
O Auditório Fernando Távora encheu-se para acolher o lançamento do primeiro livro da coleção Giorgio Grassi opera omnia sic, Leon Battista Alberti e a arquitectura romana, e assistir à Aula Magna, L´oggetto del progetto e il suo modello.
A sessão que, proporcionou aos presentes uma viagem pela obra escrita de Giorgio Grassi, sugerida por José Miguel Rodrigues e apresentada por Carlos Machado, seguida de uma revisitação aos mais significativos projectos de arquitectura por si desenvolvidos e pelos modelos que as inspiraram, marcada pelos comentários iniciais de Eduardo Souto de Moura e conduzida pelo próprio Giorgio Grassi. Um percurso de um arquitecto-escritor, onde em cerca de quatro décadas, obra escrita e obra arquitectónica confluem na procura de clareza, num contínuo questionamento, na vontade de afirmação de uma arquitectura séria, empenhada, sem concessões ou artificialismos.
O testemunho pessoal de Giorgio Grassi ficou ainda registado no depoimento registado pela TVU e na entrevista cedida ao Jornal Público
Giorgio Grassi: Leon Battista Alberti e a arquitectura romana | Lançamento
Giorgio Grassi: L´ Oggetto del Progetto e il suo Modello | Aula Magna
12 de fevereiro de 2015 | Faculdade de Arquitectura da U.Porto
"Com Alberti nasce um novo tipo de arquitecto, um arquitecto-filósofo, um arquitecto-sábio e, por isso, plenamente consciente das dificuldades e das responsabilidades do seu trabalho"
(in Giorgio Grassi, "Leon Battista Alberti e a arquitectura romana". Porto: FIMS e Edições Afrontamento, 2015)
Lançamento do livro ‘Leon Battista Alberti e a arquitectura romana’
12 de Fevereiro | 14h30 | Faculdade de Arquitectura da UPorto
Com a presença do autor, do seu tradutor, José Miguel Rodrigues, de Eduardo Souto de Moura e de Carlos Machado.
Aula Magna, "L´Oggetto del Progetto e il suo Modello (O Objecto do Projecto e o seu Modelo)" 12 de Fevereiro | 16h00 | Faculdade de Arquitectura da UPorto
Lançamento e Aula Magna com tradução simultânea para português.
Leon Battista Alberti e a arquitectura romana
Giorgio Grassi
Lançamento editorial
12 de fevereiro |14h30 Faculdade de Arquitectura da U.Porto | Auditório Fernando Távora Entrada livre, sujeita à lotação do espaço
O lançamento da colecção Giorgio Grassi opera omnia sic vai decorrer no próximo dia 12 de Fevereiro, na Faculdade de Arquitectura da U.Porto, no Auditório Fernando Távora, às 14h30, com a apresentação pública do livro Leon Battista Alberti e a arquitectura romana.
A iniciativa contará com a presença de Giorgio Grassi e do seu tradutor, José Miguel Rodrigues, de Eduardo Souto Moura e de Carlos Machado, que, por sua vez, apresentará a obra, a penúltima do autor e a quarta da presente colecção.
Com este volume inicia-se a concretização de um projecto editorial que pretende dar a ler, em português, a totalidade da obra escrita por Giorgio Grassi - autor e arquitecto de referência - até hoje, inédita nesta língua. Da responsabilidade de José Miguel Rodrigues, está a ser desenvolvido conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e pelas Edições Afrontamento.
Sobre Giorgio Grassi poder-se-á dizer que é o arquiteto contemporâneo que melhor e mais decididamente enfrentou o "problema do movimento moderno", sem cair na euforia da vanguarda, nem na nostalgia típica de antiquário. Ao abordar Alberti, neste livro originalmente editado em 2007, Grassi acaba por partilhar uma visão tão próxima e familiar do antigo e insigne mestre que este adquire uma faceta inesperadamente contemporânea; uma proximidade que não raras vezes denuncia a convergência entre o seu testemunho da relação de Alberti com a arquitectura do seu tempo e a de Grassi com o nosso próprio tempo.
O lançamento, que será seguido de uma Aula Magna a proferir por Giorgio Grassi, no âmbito do Curso de Estudos Avançados em Projecto de Arquitectura, promovido pela Faculdade de Arquitectura da U. Porto, conta com o apoio desta entidade, da JOFEBAR e da Associação de Estudantes da Faculdade.
Promoção de Natal - Litografia "Grandes Armazéns Nascimento"
De 9 de dezembro de 2014 a 6 de janeiro de 2015
Em 1914, Marques da Silva começou a trabalhar sobre o que viria a ser, em 1927, a sede dos Grandes Armazéns Nascimento, em pleno centro da cidade do Porto, no gaveto entre a rua de Santa Catarina e a rua de Passos Manuel. Tendo por modelo os Grands Magazins parisienses, o edifício vai tornar-se o símbolo de uma nova época. Concebido para ser a expressão do espírito modernizante, do progresso e do bom gosto, apresenta uma arquitetura complexa, mas sofisticada, onde novos sistemas construtivos configuram uma nova funcionalidade e sustentam uma apurada gestão de recursos formais. Com o declínio da Firma Nascimento e a adaptação a diferentes utilizações, esta grande superfície comercial será profundamente alterada no seu interior, atualmente partilhado pela FNAC e por uma cadeia de pronto a vestir.
A assinalar a quadra natalícia, mas também o centenário do projeto, poderá adquirir um exemplar da litografia que reproduz um desenho de estudo da autoria do arq.to Marques da Silva para o edifício encomendado pela firma Nascimento a um preço promocional de 8,00€.
Campanha válida entre 9 de dezembro de 2014 e 6 de janeiro de 2015.
Mais que o sonho da Passagem
Exposição | Visita 5 - Palácio da Bolsa
Visita 5 | Palácio da Bolsa - 28 de novembro, 16h00
Rua Ferreira Borges, 4050-253 Porto
Pinturas da Sala do Tribunal do Comércio
Com a visita às pinturas realizadas por Veloso Salgado para a Sala do Tribunal do Comércio do Palácio da Bolsa, concluídas em 1904, numa altura em que Marques da Silva era o Arquiteto responsável pelas obras naquele edifício, cumpre-se o roteiro delineado no âmbito do projeto Mais que o sonho da passagem, que assinala os 150 anos do nascimento de Veloso Salgado. A visita será orientada por Alexandra Freitas.
O dia 28 será também a última oportunidade para visitar a Galeria dos Leões, onde se encontram os retratos dos três artistas, cujo cruzamento fundamenta este projeto expositivo, bem como o conjunto de telas de Veloso Salgado existentes na Fundação Marques da Silva. Na Galeria a Loja (FBAUP), encontra-se um registo de época, o Livro de Actas da Academia Portuense com o agradecimento do pintor pela atribuição do grau de Académico de Mérito.
Alcino Soutinho - Realismo Confortável
Nova data de encerramento: 28 de dezembro
Devido à grande afluência de público, a exposição ALCINO SOUTINHO Realismo Confortável foi prolongada até 28 de Dezembro na Galeria Fundação EDP e no Edifício BPI.
A apresentação da produção figurativa do Arquitecto Alcino Soutinho, De Lápis na Mão, patente ao público na Casa-Museu Guerra Junqueiro poderá ser visitada até domingo, 30 de Novembro.
Mais que o sonho da Passagem
Exposição | Visita 4 - Museu Nacional Soares dos Reis
Visita 4 | Museu Nacional Soares dos Reis - 26 de novembro, 16h00
Rua D. Manuel II - 4050-342 Porto
Retrato de Mrs. Hirsch
Veloso Salgado retratou por duas vezes Julieta Hirsch: uma em 1887, sentada junto a um piano, no interior de uma residência, e outra, em 1890, de corpo inteiro, numa varanda com vista sobre a cidade de Lisboa. É na presença deste grande retrato, para o efeito resgatado às reservas do Museu, que se falará de pintura, de retrato, de Veloso Salgado e de Mrs. Hirsch.
A visita, a quarta do Roteiro gizado no âmbito da exposição Mais que o sonho da Passagem: a propósito dos 150 anos de Veloso Salgado, será guiada por Elisa Soares.
Próxima e última visita:
Palácio da Bolsa: 28 de novembro, 16h00
Espaços expositivos permanentes: Galeria dos Leões e Galeria A Loja.
Exposição patente ao público até 28 de novembro.
Tributo ao Arquitecto Alcino Soutinho
24 de novembro de 2014, 18h00
Edifício BPI, Boavista - Porto
No âmbito da exposição ALCINO SOUTINHO - Realismo confortável, e assinalando a passagem de um ano sobre o falecimento de Alcino Soutinho, vai realizar-se o Tributo ao Arquitecto no dia 24 de Novembro 2014, às 18h, no Edifício BPI Boavista, Porto.
A cerimónia conta com as intervenções de:
Presidente do Conselho de Administração do Banco BPI, Dr. Artur Santos Silva
Director Cultural da Fundação EDP, Eng. José Manuel dos Santos
Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Prof.ª Doutora Fátima Marinho
Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Arquitectos, Arq.to Alexandre Alves Costa
Professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Arq.to Sérgio Fernandez
Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto
Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Rui Moreira
Apresentação de Paula Abrunhosa, da Fundação Marques da Silva
Mais que o sonho da passagem
Exposição e Roteiro de visitas | vídeo da inauguração
Está disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU, no passado dia 7 de novembro, sobre a inauguração da exposição e roteiro de visitas Mais que o sonho da passagem.
A iniciativa, em comemoração do 150.º aniversário do pintor Veloso Salgado, foi coorganizada pela Fundação Marques da Silva, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e pelo Museu Nacional Soares dos Reis, contando com o apoio da Reitoria da Universidade do Porto, Casa Museu Teixeira Lopes, Biblioteca Pública e Municipal do Porto e Palácio da Bolsa.
Um exemplar da Serigrafia de Alexandre Alves Costa, integrada no conjunto de 12 Serigrafias de Arquitectos recentemente lançado pela Ordem dos Arquitectos, passou, por oferta do seu autor, a fazer parte do património documental da Fundação Marques da Silva.
Produzida a partir de um desenho para estudo do projeto de musealização do Sítio de Castelo Velho, em Freixo de Numão, desenvolvido pelo Atelier 15, assenta na forma do círculo, figura perfeita como Deus, para, a partir dela, redesenhar a topografia da paisagem e sugerir um percurso de visita a um mundo imaterializável.
Mais que o sonho da Passagem
Exposição | Visita 3 - Biblioteca Pública e Municipal do Porto
Visita Guiada 3 | Biblioteca Pública e Municipal do Porto - 19 de novembro, 18h00
Rua D. João IV, 17 - Porto
A tela Retrato de Ricardo Jorge constitui o pretexto para a realização da terceira visita organizada no âmbito da exposição Mais que o sonho da passagem; a propósito dos 150 anos de Veloso Salgado. Esta pintura encontra-se atualmente na Sala de catálogos da Biblioteca Pública e Municipal do Porto, instituição centenária, fundada em 1833. Ficaria instalada no antigo Convento de St. António da Cidade, partilhando o espaço com a Academia Portuense das Belas-Artes e o primeiro Museu Portuense.
A visita será orientada por Paula Bonifácio e inicia-se às 18h00. A participação é gratuita sendo apenas necessário efetuar uma inscrição prévia, até à véspera do dia agendado, para o email fims@reit.up.pt ou telefone 22 5518557.
Próximas visitas:
Museu Nacional Soares dos Reis: 26 de novembro, 16h00
Palácio da Bolsa: 28 de novembro, 16h00
A exposição encontra-se patente ao público de segunda a sábado, das 10h00 às 18h00, até 28 de novembro, na Galeria dos Leões. Na Galeria A Loja, situada na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em complemento com este projeto expositivo, pode ser observado o Livro de Actas que regista o agradecimento de Veloso Salgado à Academia Portuense pela atribuição de título de Académico de Mérito.
Visita guiada ao Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso
com António Cardoso e João Carreira
22 de novembro - 15h30
Integrada na programação paralela à exposição Alcino Soutinho: Realismo Confortável, vai realizar-se, no próximo dia 22 de novembro, uma visita guiada ao Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso, guiada pelo Professor António Cardoso e pelo Arq.to João Carreira.
O Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso está instalado no antigo Convento de São Gonçalo, em pleno centro de Amarante, sob projeto de Alcino Soutinho iniciado na década de 70 do século XX. A visita abordará a intervenção arquitectónica realizada neste edifício-monumento, a sua organização espacial e soluções de restauro em estreita ligação com os percursos expositivos que o atual Museu oferece aos seus visitantes.
Com uma lotação limitada a 30 participantes, a entrada e deslocação Porto/Amarante são gratuitas, dependendo apenas de inscrição prévia, válida até à véspera da sua realização.
Marcações: fims@reit.up.pt ou telef. 22 5518557 Saída do Porto: 14h00, junto à Galeria da Fundação EDP, na rua Ofélia Diogo Costa, nº 45
Gravação em vídeo da Conferência Marques da Silva 2014
"A Arquitectura, a Praça da Autonomia e o Boulevard da Epistemologia"
José António Bandeirinha
O vídeo da conferência proferida pelo Professor José António Bandeirinha, no passado dia 23 de outubro, na FAUP, no âmbito da 8ª edição das Conferências Marques da Silva, realizado pela TVU, já se encontra disponível.
Mais que o sonho da Passagem
Exposição | Visita 2 - Casa Museu Teixeira Lopes
Visita Guiada 2 | Casa Museu Teixeira Lopes - 12 de novembro, 15h30
Rua Teixeira Lopes, nº 32 - Vila Nova de Gaia
“Quantas vezes me fico em contemplação diante da minha imagem aos vinte anos, imortalizada pelo génio do grande pintor português…já não sou eu, mas que importa! Foi assim, e Salgado marcou tudo na sua tela, até mesmo a amizade! Quanto te agradeço, meu querido artista e meu companheiro de sempre! O teu belo quadro será regalo para mim até aos últimos tempo, e mostrará depois, às gerações a vir, o teu incontestável merecimento.”
In, António Teixeira Lopes, Ao correr da pena. Memórias de uma vida…
Foi com estas palavras que Teixeira Lopes se referiu à tela pintada por Veloso Salgado em 1889, no seu atelier em Paris, e será esta mesma tela, intitulada Retrato do Escultor Teixeira Lopes a dar o mote para a segunda visita organizada no âmbito da exposição Mais que o sonho da passagem; a propósito dos 150 anos de Veloso Salgado.
A visita será conduzida por Raquel de Martino e inicia-se às 15h30. A participação é gratuita sendo apenas necessário efetuar uma inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt ou telefone 22 5518557. Podem efetuar-se até à véspera do dia agendado.
Próximas visitas:
Biblioteca Pública e Municipal do Porto: 19 de novembro, 18h00
Museu Nacional Soares dos Reis: 26 de novembro, 16h00
Palácio da Bolsa: 28 de novembro, 16h00
A exposição, onde pode ser observado um estudo preparatório do Retrato do escultor Teixeira Lopes pertencente ao Museu Almeida Moreira, encontra-se patente ao público de segunda a sábado, das 10h00 às 18h00, até 28 de novembro, na Galeria dos Leões.
Na Galeria A Loja, situada na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto está exposto o Livro de Actas que regista o agradecimento de Veloso Salgado à Academia Portuense pela atribuição de título de Académico de Mérito.
Cerimónia de entrega do Prémio João de Almada 2014
10 de novembro | Paços do Concelho | 17h30
Dia 10 de novembro, pelas 17h30, nos Paços do Concelho, vai decorrer a cerimónia de entrega do Prémio João de Almada 2014, sendo igualmente inaugurada uma exposição dos trabalhos concorrentes. Na altura, o Arquiteto Nuno Valentim, em representação da equipa projetista, fará uma breve apresentação do projeto vencedor desta 15ª edição: o projeto de recuperação do edifício de Alexandre Braga, no Porto, promovido pela Fundação Marques da Silva. Sendo um projeto da autoria de José Marques da Silva, serão documentadas as versões e hesitações dos projetos originais (1925 e 1928), cuja análise e constatação, em paralelo com os dados recolhidos do processo de diagnóstico ao estado de conservação, viriam a revelar-se fundamentais para aferir a orientação e soluções propostas e aplicadas durante a obra de reabilitação. Para além de documentação de origem, serão ainda exibidas fotografias de João Ferrand que registam o processo e o final da obra.
O Prémio João de Almada foi instituído em 1987 com o objetivo de incentivar e promover a recuperação do património arquitetónico do Porto. É atribuído pela Câmara Municipal do Porto ao melhor exemplo de reabilitação que tenha sido concluído na cidade. Na presente edição foram consideradas obras concluídas entre abril de 2012 e abril de 2014.
A exposição de todos os trabalhos concorrentes decorre até dia 12 de dezembro, com o seguinte horário: seg. a sexta, das 10h00 às 18h00.
Mais que o sonho da Passagem
Exposição | Visita 1 - Edifício da Reitoria da Universidade do Porto
Inauguração da Exposição | Galeria dos Leões - 17h00
Visita Guiada 1 | Edifício da Reitoria da Universidade do Porto - 18h00
Inaugura no dia 7 de novembro, às 17h00, na Galeria dos Leões, a exposição Mais que o sonho da passagem: a propósito dos 150 anos de Veloso Salgado.
O projeto, para além do espaço expositivo contempla um prolongamento na Galeria A Loja, situada na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, local onde será exposto o Livro de Actas que regista o agradecimento de Veloso Salgado à Academia Portuense pela atribuição de título de Académico de Mérito.
Tendo por base o encontro entre Veloso Salgado, Marques da Silva e Teixeira Lopes, o conceito da Viagem e o sentido da presença de obras deste pintor na cidade do Porto, a exposição desdobra-se e multiplica-se em 5 percursos que formam um roteiro de visitas guiadas a outras tantas instituições que acolhem, nas suas coleções, obras de Veloso Salgado.
Este roteiro inicia-se também no dia 7 de novembro, às 18h00, com a visita ao Edifício da Reitoria da Universidade do Porto que ainda detém 2 das 4 telas executadas por Veloso Salgado para este edifício, com a representação alegórica de A Matemática e As Ciências Físico-Naturais. A visita, guiada por Susana Barros, é de entrada livre estando aberta a todos os presentes.
Para as restantes visitas do Roteiro, é necessário apenas efetuar uma inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt ou telefone 22 5518557. As inscrições já se encontram abertas e podem efetuar-se até à véspera do dia agendado.
MAIS QUE O SONHO DA PASSAGEM
a propósito dos 150 anos de Veloso Salgado
Exposição | Galeria dos Leões
Roteiro de Visitas Guiadas
7 a 28 de novembro
1889, Paris. Na capital francesa, Veloso Salgado (1864-1945), Marques da Silva (1869-1947) e Teixeira Lopes (1866-1942) - pintor, arquiteto e escultor - iniciaram uma ligação de amizade e cumplicidade artística que nunca deixaram de nostalgicamente manter e recordar ao longo das suas vidas. Foi um tempo de viagem, de experiência e intenso convívio, com as expectativas projetadas num desejado futuro de artistas; um tempo, como diria Fernando Pessoa, a conter Mais que o sonho da passagem.
As pinturas de Veloso Salgado que servem de ponto de partida a este projeto expositivo, materializado dentro e fora dos limites da Galeria dos Leões, são o pretexto e o convite para redescobrir e reinterpretar o sentido e o percurso da obra deste pintor, sublinhando o seu encontro com esta cidade e, em particular, com Marques da Silva e Teixeira Lopes.
A exposição inaugura no dia 7 de novembro, às 17h00, na Galeria dos Leões e manter-se-á aberta ao público até 28 de novembro. Às 18h00 inicia-se a visita guiada ao Edifício da Reitoria, sob orientação da Drª Susana Barros, a partir das telas “A Matemática” e “As Ciências Físico-Naturais”, expostas nas paredes laterais do cimo da escadaria nobre. Com esta visita dá-se início ao roteiro proposto.
O roteiro de visitas prosseguirá de acordo com o seguinte calendário:
12 de novembro | 15h30
Casa-Museu Teixeira Lopes
Rua Teixeira Lopes, nº 32, 4430 Vila Nova de Gaia
Tela: Retrato do escultor Teixeira Lopes
“Quantas vezes me fico em contemplação diante da minha imagem aos vinte anos, imortalizada pelo génio do grande pintor português…já não sou eu, mas que importa! Foi assim, e Salgado marcou tudo na sua tela, até mesmo a amizade!”
Visita guiada por Raquel de Martino
Nota: visita limitada a 20 participantes
19 de novembro | 18h00
Biblioteca Pública e Municipal do Porto
Rua D. João IV, 17, 4049-017 Porto
Tela: Retrato de Ricardo Jorge
A Sala de catálogos, onde se encontra o Retrato de Ricardo Jorge, assinala o início da visita à centenária Biblioteca Pública e Municipal do Porto, fundada em 1833 e instalada no antigo Convento de St. António da Cidade, lugar que também viria a acolher a Academia Portuense das Belas-Artes e o primeiro Museu Portuense.
Visita guiada por Paula Bonifácio
Nota: visita limitada a 20 participantes
26 de novembro | 16h00
Museu Nacional Soares dos Reis
Rua D. Manuel II - 4050-342 Porto
Tela: Retrato de Mrs. Hirsch
Veloso Salgado retratou duas vezes Julieta Hirsch: uma em 1877, sentada junto a um piano, no interior de uma residência, e outra, em 1890, de corpo inteiro, numa varanda com vista sobre a cidade de Lisboa. É na presença deste grande retrato que se falará de pintura, de retrato, de Veloso Salgado e de Mrs. Hirsch.
Visita guiada por Elisa Soares
Nota: visita limitada a 20 participantes
28 de novembro | 16h00
Palácio da Bolsa
Rua Ferreira Borges, 4050-253 Porto
Telas: Pinturas da Sala do Tribunal do Comércio
Enquanto Marques da Silva assumia o cargo de Arquiteto das Obras da Bolsa, Veloso Salgado era chamado a executar as pinturas da Sala do Tribunal. Do cumprimento dessa tarefa, concluída em 1904, resulta a aplicação das 6 magníficas telas que hoje se podem contemplar.
Visita guiada por Alexandra Freitas
Nota: visita limitada a 20 participantes
As visitas são de acesso livre, mas estão condicionadas a inscrição prévia até à véspera da respetiva visita para o email: fims@reit.up.pt ou telefone 22 5518557.
Número mínimo inscrições para realização de cada uma das visitas: 15
O Processo SAAL: Arquitetura e Participação, 1974-1976
Exposição | Museu de Arte Contemporânea de Serralves
31 de outubro de 2014 a 1 de fevereiro de 2015
O Museu de Serralves, em colaboração com o Canadian Centre for Architecture, vai apresentar uma exposição dedicada ao SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), um projeto arquitetónico e político criado poucos meses depois do 25 de Abril de 1974, pioneiro na Europa do seu tempo por tentar fundir arquitetura e participação direta em resposta às necessidades de populações desfavorecidas.
A exposição, tendo por título O Processo SAAL: Arquitetura e Participação, 1974-1976, aborda 10 projetos desenvolvidos no âmbito deste programa de reabilitação urbana e habitação social - entre os quais a Operação Miragaia, dinamizada pelos arquitetos Fernando Távora e Bernardo Ferrão - através de maquetas, fotografias históricas, gravações sonoras, documentários e filmes de 8 e 16mm. A mostra também promove uma reflexão contemporânea sobre as repercussões do SAAL, incluindo uma série de encomendas fotográficas realizadas pelos fotógrafos André Cepeda, José Pedro Cortes e Daniel Malhão que apresentam o estado atual de alguns dos projetos mais emblemáticos do SAAL e uma instalação da artista Ângela Ferreira, especialmente criada para a exposição e que lida com a memória histórica e política de um dos momentos mais marcantes para a sociedade e para a arquitetura portuguesas.
Esta iniciativa é comissariada pelo curador independente Delfim Sardo e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
31 de outubro a 30 de novembro de 2014
Galeria Fundação EDP [Rua Ofélia Diogo Costa, nº 45 | terça a domingo, 13h00-19h00] Casa-Museu Guerra Junqueiro [Rua Dom Hugo, nº 32 | segunda a sábado, 10h00-17h30; domingo, 10h00-12h30 e 14h00-17h30] Edifício BPI [Avenida da Boavista, nº 1103 | segunda a sexta, 8h30-15h00]
Entrada livre
Entre 31 de outubro e 30 de novembro, a Galeria Fundação EDP - Porto, a Casa-Museu Guerra Junqueiro e o Edifício BPI vão receber a exposição Alcino Soutinho Realismo Confortável. Trata-se da primeira grande exposição dedicada à obra do Arquiteto Alcino Soutinho (1930-2013), uma das figuras de maior influência na arquitectura portuguesa dos últimos 35 anos. Nela estarão representados, de forma ampla e exaustiva, um conjunto de 140 projetos de arquitetura desenvolvidos entre o final da década de 60 do século XX e a primeira década do século XXI, mas também registos do seu trabalho em áreas tão distintas quanto o design, arte figurativa, ensino e ativismo, através de textos, desenhos, esquissos, serigrafias, fotografias, maquetas, vídeos, peças de mobiliário, trabalhos figurativos e depoimentos em vídeo de amigos e colegas.
A exposição, com curadoria de Roberto Cremascoli, é organizada pela Fundação EDP e pela Câmara Municipal do Porto, com o mecenato da Fundação EDP e do Banco BPI, sendo apoiada pela Fundação Marques da Silva, instituição onde se encontra depositado o arquivo e biblioteca profissionais pertencentes a este arquiteto. A iniciativa conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos, Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto, Câmara Municipal de Matosinhos e Casa da Arquitectura.
O programa compreende igualmente a realização de uma visita guiada a 22 de novembro ao Museu Amadeo Souza Cardoso, com o Arquiteto João Carreira e o Professor António Cardoso, e uma Homenagem/Tributo ao Arquitecto Alcino Soutinho, no dia 24 de novembro, às 18h00, no Átrio do Edifício BPI.
José Marques da Silva arquiteto de cidade
(18.10.1869 - 6.06.1947)
"…o Porto saberá acompanhar o progresso das cidades modernas, no modo como devem ser feitas as edificações do centro da cidade, assim como o demonstrou nas habitações de campo chamadas villas de que o bairro da Foz é exemplo honroso..."
Estas palavras foram proferidas por José Marques da Silva, nascido no Porto a 18 de outubro de 1869, na qualidade de arquiteto municipal. Quando abandona a Câmara, em 1907, Marques da Silva já era o Arquitecto da Cidade. As suas marcas prevalecem “na longa duração, subjazem como os rios ou as artérias”.
[As citações usadas ao longo do texto foram retiradas da tese de António Cardoso, um exaustivo e rigoroso trabalho de investigação dedicado à vida e obra deste arquiteto portuense]
Conferência Marques da Silva 2014
Arquitectura, a Praça da Autonomia e o Boulevard da Epistemologia
José António Bandeirinha
23.10 | 18h30 | Auditório Fernando Távora - FAUP
A oitava edição das Conferências Marques da Silva, uma iniciativa anual da Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, terá como conferencista o Professor José António Bandeirinha que se propõe refletir sobre as bases da autonomia da Arquitectura, convocando, para esse fim, argumentos de ordem histórica que possam ajudar a perspectivar o entendimento da sua circunstância contemporânea. A conferência tem como título Arquitectura, a Praça da Autonomia e o Boulevard da Epistemologia.
A entrada é livre, estando condicionada à lotação do espaço
A arquitectura é tão importante, tão importante, tão importante, que até é importante como o ar. É uma coisa que nos envolve completamente, é uma espécie de segunda natureza. E daí, como segunda natureza que é, é uma coisa na qual toda a gente participa. Daí que tenha de ser, e seja realmente, um acontecimento natural.
(excerto da entrevista concedida por Fernando Távora a Manuel Mendes, em 1988, publicada em "Uma porta pode ser um romance", fascículo 2 da colecção Fernando Távora, "minha casa")
Um olhar sobre as iniciativas da Fundação Marques da Silva para as Jornadas Europeias do Património 2014
O centenário do nascimento de Maria José Marques da Silva constituiu a base da programação da Fundação Marques da Silva para as Jornadas Europeias do Património 2014.
Entre 26 e 27 de setembro foi possível visitar a Casa-Atelier de Marques da Silva, seguindo o olhar do Professor Alexandre Alves Costa e respondendo aos desafios de encontrar novas interpretações para o espaço; percorrer o Palacete Lopes Martins e descobrir câmaras e álbuns fotográficos de época, bem como conhecer a fotobiografia e algumas das peças desenhadas pela arquiteta Maria José Marques da Silva; assistir às intervenções da Doutora Maria do Carmo Pires, do Pintor Joaquim Vieira e da Professora Fernanda Ribeiro sobre a figura desta arquiteta e sobre a fotografia enquanto experiência de registo de memória; e, finalmente, regressar a uma das obras de arquitetura de referência do atelier Maria José e David Moreira da Silva, visitando o Palácio de Comércio, edifício a redescobrir pela sua capacidade de surpreender, pelo seu valor construtivo e identitário, que o distanciamento dos anos tem vindo a tornar cada vez mais visível.
Até ao final do mês de outubro, o percurso expositivo estará acessível ao público. Os interessados deverão apenas proceder à marcação prévia de visita, por email ou por contacto telefónico. O agendamento estará apenas condicionado à disponibilidade dos serviços.
Centenário do nascimento da Arquiteta Maria José Marques da Silva
Mesa-redonda e percurso expositivo
Jornadas Europeias do Património 2014
Palacete Lopes Martins - 26 de setembro - 18h00
No próximo dia 26 de setembro, depois da visita guiada pelo Professor Alexandre Alves Costa à Casa-atelier, lugar onde nasceu e viveu Maria José Marques da Silva, a Fundação evocará a figura desta arquiteta na Mesa-Redonda e no percurso expositivo organizado para a ocasião, no Palacete Lopes Martins. A iniciativa, integrada na programação das Jornadas Europeias do Património, contará com a participação da Doutora Maria do Carmo Pires, do Pintor Joaquim Vieira e da Professora Fernanda Ribeiro. Serão então expostos uma fotobiografia de Maria José Marques da Silva, um conjunto de peças desenhadas da sua autoria e um conjunto de equipamentos e álbuns fotográficos de época. No final, será servido um Porto de Honra.
18h00 - Entrada livre
Palacete Lopes Martins
Praça Marquês do Pombal, nº 30 - Porto
Breve nota biográfica: A 7 de setembro celebrou-se o centenário do nascimento de Maria José Marques da Silva. Filha de José Marques da Silva, foi a primeira mulher a formar-se em Arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto, em 1943. Nesse mesmo ano contraiu matrimónio com o arquiteto e urbanista David Moreira da Silva. Em conjunto, viriam a desenvolver até finais da década de 80 do século XX uma extensa obra de Arquitetura e Urbanismo, com particular incidência na Região Norte do País, mas extensiva aos territórios ultramarinos, nomeadamente Angola. Com a morte de José Marques da Silva, em 1947, o seu atelier de arquitetura assumiria também a direção de vários projetos iniciados por este arquiteto no Porto e em Guimarães.
O empenho de Maria José Marques da Silva na afirmação e valorização da prática da arquitetura e da condição do arquiteto traduziu-se numa participação associativa ativa, chegando mesmo a exercer, entre 1982-84, a vice-presidência, e entre 1984-86, a presidência da Secção Norte da Associação dos Arquitetos Portugueses. Consciente da importância da obra projetada pelo seu pai, desde sempre lutou pela sua promoção e reconhecimento, envolvendo-se na organização de homenagens de que são exemplos as exposições de 1953 e a de 1986. Todo este esforço viria a ser coroado com o lançamento, após o seu falecimento, em 1994, das bases para a criação do Instituto Arquiteto José Marques da Silva e, posteriormente, da atual Fundação.
Projecto Technical Unconscious
FBAUP - Cooperativa dos Pedreiro
Technical Unconscious é um projecto cultural e de investigação multidisciplinar desenvolvido pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, que procura reactivar os espaços pós‑industriais da Cooperativa dos Operários Pedreiros do Porto no ano do seu Centenário. Apresenta um programa diversificado onde se integram iniciativas tão distintas quanto conversas com artistas, workshops, performance, uma exposição e visitas guiadas.
O projeto, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, é dirigido por Gonçalo Leite Velho e tem curadoria de Inês Moreira.
Centenário do Nascimento do Arquiteta Maria José Marques da Silva
Jornadas Europeias do Património
Abertura de inscrições para as visitas guiadas de 26 e 27 de setembro
Está a decorrer o período de inscrição para as visitas guiadas dos próximos dias 26 e 27 de setembro, integradas na programação das Jornadas Europeias do Património e tendo como tema aglutinador a celebração do centenário do nascimento da arquiteta Maria José Marques da Silva.
No dia 26, realiza-se a visita guiada à Casa-Atelier, com o Arquiteto Alexandre Alves Costa. Com início agendado para as 16h30, tem como ponto de encontro a entrada principal do edifício, o nº 44 da Praça Marquês do Pombal, no Porto. A visita tem um limite máximo de 30 participantes.
No dia 27, realiza-se a visita guiada ao edifício Palácio do Comércio, com a Doutora Maria do Carmo Pires e a Arquiteta Rita Figueira. O início está agendado para as 11h00 e o ponto de encontro é a entrada nº 760, localizada na rua Fernandes Tomás. A visita tem um limite máximo de 40 participantes.
As marcações decorrem até à véspera de realização da respetiva visita e deverão ser efetuadas por contato telefónico - 22 551 8557 - ou por email - fims@reit.up.pt.
Exposição: Palácio do Freixo – Ruína e Regeneração
18 de setembro de 2014 a 27 de fevereiro de 2015
A galeria da sede do Grupo Iperforma (Porto), situada na rua do Esteiro de Campanhã, 82, vai acolher a partir do dia 18 de setembro a exposição “Palácio do Freixo – Ruína e Regeneração”. A iniciativa, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, foi concebida a partir de registos fotográficos de Luís Ferreira Alves e vídeo de Vítor Bilhete. Visando fixar o processo de reabilitação do Palácio do Freixo conduzido pelos arquitetos Fernando Távora e José Bernardo Távora, entre 1993 e 2003, a exposição integrará também duas maquetas relativas ao projeto de arquitetura, pertencentes ao acervo depositado na Fundação Marques da Silva.
A entrada é livre, podendo ser visitada de 2ª a 6ª entre as 10h00 e as 13h, no período da manhã, e as 15h00 e as 19h00, no período da tarde.
O agendamento de visitas para além do horário anunciado poderá ser feito através do seguinte contato de email: iperforma@iperforma.pt.
Num velho recorte de jornal, sem título e sem data associados, guardado no acervo de Maria José Marques da Silva pode ler-se o seguinte texto:
"O sexo feminino, ocupa, este ano, lugar de destaque no meio académico. As faculdades da nossa Universidade estão a preparar futuras doutoras,e, a Escola de Belas-Artes, artistas da pintura, escultura e arquitectas. A primeira senhora formada pela antiga Academia Portuense de Belas-Artes, de gloriosas tradições e por onde passaram as maiores celebridades da arte, formou, há dias, a primeira arquitecta portuguesa, que defendeu tese perante um juri de escol, presidido pelo sr. dr. Aarão de Lacerda.
A nossa primeira arquitecta - a quem o juri atribuiu, por unanimidade e por mérito a classificação de 18 valores - é a srª D. Maria José Marques da Silva, filha do antigo director da Escola de Belas-Artes e consagrado arquitecto Mestre Marques da Silva.
Nesta época de exames, a formatura duma arquitecta foi motivo de justificado interêsse nos meios académicos e admirável exemplo para outras senhoras, que, porventura, estejam amarradas a timidez e preconceitos impróprios do século XX."
Corria o mês de julho do ano de 1943. A tese tinha como tema uma Casa-Oficina para as Rendilheiras de Vila do Conde. Maria José Marques da Silva, filha de José Marques da Silva e de Júlia Lopes Martins Marques da Silva, nasceu a 7 de setembro de 1914, na Casa-Atelier da Praça do Marquês de Pombal, atual sede da fundação instituída com base no seu legado.
Feira do Livro 2014
Jardins do Palácio de Cristal
5 a 21 de setembro de 2014
Entre 5 e 21 de setembro, os Jardins do Palácio de Cristal vão acolher a Feira do Livro 2014. A Fundação Marques da Silva estará presente nesta iniciativa, com livros a preços promocionais, integrada no Pavilhão da Universidade do Porto.
A edição deste ano, organizada e promovida pela Câmara Municipal do Porto, está aberta a todos os os editores, livreiros, livrarias, alfarrabistas e associações do setor e terá programação cultural e apoio da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
Horário de funcionamento:
Abertura
2ª a 6ª feira - 16:00
Sábados e domingos - 12:00 Encerramento
Domingo a 5ª feira - 22:00
6ªs feiras e sábados - 23:00
No dia em que Fernando Távora faria 91 anos, a Fundação Marques da Silva homenageia este Arquiteto e Professor lembrando palavras suas:
“Sim, eu sei,
Eu sei que venho de longe e vou para longe
Sei que não estou apenas aqui mas em muito lado, sei
Que não vivo apenas o tempo que vivo” (excerto de escrito para leitura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 21 de maio de 1980)
“Creio na honestidade e no respeito mútuo; creio na contenção e no rigor; creio no lugar e no tempo. Creio no Homem.
A Vida é, para todos os que a amam e compreendem, uma permanente primavera: saibamos colher as flores. E não esqueçamos que a qualidade do desenho é a espada de que dispõe o arquitecto para praticar a justiça.” (excerto de texto escrito para publicação no Jornal dos Arquitectos, em 21-22 de junho de 1987)
Textos publicados in "Prólogo", fascículo 1 de Fernando Távora, "Minha Casa", 2013
Jornadas Europeias do Património 2014 | Património, sempre uma descoberta
26, 27 e 28 de setembro
As Jornadas Europeias do Património vão decorrer entre 26 e 28 de setembro, tendo como tema Património, sempre uma descoberta. A edição de 2014, com base num programa nacional coordenado pela Direção-Geral do Património Cultural, pretende assim sublinhar a permanente novidade que o Património Cultural, material ou imaterial, encerra, promovendo novas leituras e interpretações que contribuam para a redescoberta das nossas raízes, referências e identidade.
A Fundação Marques da Silva, à imagem do que tem vindo a suceder, vai associar-se a estas Jornadas através de um conjunto diversificado de iniciativas que também se enquadram na comemoração do centenário do nascimento de Maria José Marques da Silva, fundadora da instituição e primeira mulher a formar-se em arquitetura, no Porto. Deste modo, entre 26 e 27 de setembro será possível participar em diversas atividades promovidas por esta Fundação, nomeadamente, no dia 26, numa visita guiada pelo Arquiteto Alexandre Alves Costa à Casa-Atelier de Marques da Silva e num encontro/debate sobre a figura e obra de Maria José Marques da Silva, que contará com os contributos do Pintor Joaquim Vieira e das Doutoras Fernanda Ribeiro e Maria do Carmo Pires. A enquadrar este encontro, será exposto um interessante conjunto de fotografias da família daquela Arquiteta, com relevante valor documental e simbólico; no dia 27, será possível visitar de novo o edifício Palácio do Comércio, projeto do Arquiteto David Moreira da Silva, com a Doutora Maria do Carmo Pires e a Arquiteta Rita Figueira, respondendo, desta forma aos numerosos pedidos no sentido da sua reedição, após a visita efetuada no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, em 16 de abril passado.
Para breve serão divulgadas informações detalhadas sobre este programa.
Giorgio Grassi é o arquiteto contemporâneo que melhor e mais decididamente enfrentou o "problema do movimento modermo", sem cair na euforia da vanguarda, nem na nostalgia típica de antiquário.
Com tradução de José Miguel Rodrigues, a Fundação Marques da Silva, em parceria com as Edições Afrontamento, está a desenvolver o projecto editorial Giorgio Grassi ‒ opera omnia sic, que pretende dar a ler, em português, a totalidade da obra escrita do autor, inédita nesta língua. Trata-se, por isso, de um projecto de tradução integral do conjunto de livros e escritos de Giorgio Grassi que se iniciará com a publicação de Alberti e a Arquitectura Romana, o seu penúltimo livro, no qual, a propósito de um antigo mestre, Grassi nos dá uma visão tão próxima e familiar de Alberti que este adquire uma faceta inesperadamente contemporânea. A proximidade que se estabelece permite supor que, não raras vezes, o seu testemunho da relação de Alberti com a arquitectura do seu tempo não difere muito da de Grassi com o nosso próprio tempo.
Recuperação do Edifício da Rua Alexandre Braga, no Porto, ganha Prémio João de Almada 2014
A recuperação do Edifício da Rua Alexandre Braga, nº 94, no Porto, obra projetada pelo arquiteto José Marques da Silva em 1923 e construída entre 1925/28 para rendimento próprio, foi distinguida pela Câmara Municipal do Porto com o Prémio João de Almada 2014. A intervenção, da autoria dos arquitetos Francisco Barata, Nuno Valentim e José Luís Gomes - CEFAUP, promovida pela Fundação Marques da Silva, foi considerada unanimemente pelo Júri, o melhor exemplo de reabilitação entre as obras concorrentes, por constituir uma recuperação discreta e atenta, sob o lema "menos é mais" em que menos alteração é mais autenticidade, num imóvel simbólico, associado a uma edificação que faz cidade. O uso é mantido, a habitação valorizada.
A renovação visou essencialmente colmatar as patologias evidenciadas pela passagem do tempo e melhorar as condições de habitabilidade e conforto, preservando os valores e características arquitetónicas existentes: do sistema construtivo à qualidade espacial das frações, da integração dos elementos decorativos à própria inserção urbana - atributos de uma arquitetura aparentemente corrente, mas com uma presença inequívoca do seu autor.
Para a Fundação Marques da Silva, a intervenção no património edificado reveste-se do maior significado, sendo uma área de ação decorrente da responsabilidade de zelar e devolver a dignidade e a presença urbana a obras da autoria do arquiteto Marques da Silva, em articulação com a vertente de conservação, estudo e divulgação do arquivo que detém sob sua salvaguarda. A distinção obtida constitui um importante incentivo para a prossecução de uma prática que se pretende de referência.
O Prémio João de Almada foi instituído em 1987 para incentivar e promover a recuperação do património arquitetónico do Porto, sendo atribuído, de dois em dois anos, pelo município ao melhor exemplo de reabilitação concluído na cidade. Durante o mês de outubro decorrerá a exposição dos trabalhos concorrentes a esta edição, assim como a cerimónia de entrega do Prémio.
Intervenção da Presidente do CA da Fundação Marques da Silva na cerimónia de assinatura do contrato de doação do acervo do Arquiteto Alcino Soutinho
Durante a cerimónia de assinatura do contrato de doação do acervo do arquiteto Alcino Soutinho, a Professora Doutora Maria de Lurdes Correira Fernandes, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, proferiu uma comunicação onde, para além abordar o significado e importância do acolhimento desta doação, traçou uma breve síntese das principais áreas de atuação da Fundação e dos resultados que têm vindo a ser alcançados.
A Memória da Arquitetura na Fundação Marques da Silva: da preservação ao acesso
Encontro Arquivos Científicos 2014
No âmbito do Encontro de Arquivos Científicos, organizado pelo Instituto de História Contemporânea da FCSH-UNL, a Fundação Marques da Silva, em comunicação proferida pela Professora Doutora Fernanda Ribeiro, membro do Conselho de Administração da FIMS, Professora Catedrática e Presidente do Departamento de Jornalismo e Ciências da Comunicação da FLUP, diretora do Curso de Licenciatura em Ciência da Informação e do Programa Doutoral em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais, apresentou as linhas gerais do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nesta instituição no que se refere à aplicação do modelo sistémico no tratamento da informação contida nos acervos sob sua salvaguarda.
Doação do Arquivo e Biblioteca do Arquiteto Alcino Soutinho à FIMS
Cerimónia pública de assinatura de Contrato
Apresentação a cargo do Prof. Arquiteto Jorge Figueira
19 de junho | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No dia 19 de junho de 2014 formaliza-se a assinatura do contrato de doação do arquivo e biblioteca do arquiteto Alcino Soutinho à Fundação Marques da Silva, instituição à qual caberá a responsabilidade de salvaguardar, valorizar e manter a indivisibilidade do acervo transferido, promovendo o seu tratamento técnico, preservação, conservação material, estudo e divulgação, designadamente no âmbito do Centro de Documentação e Investigação de Cultura Arquitetónica (CICA).
A cerimónia pública de assinatura do contrato de doação vai ter lugar no Palacete Lopes Martins (praça Marquês de Pombal, nº 30) a partir das 18h30 e irá contar com uma reflexão crítica sobre a figura e obra de Alcino Soutinho a cargo de Jorge Figueira, arquiteto e professor de História e Teoria de Arquitectura na Universidade de Coimbra.
Michel Richard | Tommy Lindh
Container & Content - Vídeo da Sessão 2
No passado dia 23 de maio, a Fundação Marques da Silva recebeu Michel Richard, Diretor da Fondation Le Corbusier e Tommi Lindh, Diretor da Fundação e Museu Alvar Aalto. Este encontro entre representantes de instituições criadas a partir de legados de arquitetos: Marques da Silva (1869-1947), Le Corbusier (1887-1965) e Alvar Aalto (1898-1976), cujo vídeo se encontra agora disponível para visualização, decorreu no âmbito do ciclo de conferências Container & Content: Intersections between Museology and Architecture, em sessão moderada por Helena Barranha, arquiteta e professora do Instituto Superior Técnico de Lisboa.
Tratou-se de uma iniciativa de caráter internacional organizada por Susana Rosmaninho, no âmbito do Doutoramento e Mestrado em Museologia da Faculdade de Letras da UP, que visou abordar a problemática da comunicação da arquitetura cruzando diferentes interlocutores, perspetivas e experiências na área da programação e curadoria de arquitetura.
ciclo "os meus livros"
Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção: sessão 5
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
12 de junho de 2014 | 18h30 | Biblioteca da FAUP
Em complemento às atividades promovidas pela U.Porto, pela FAUP e pela FIMS sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, informamos que vai realizar-se na próxima quinta-feira, dia 12 de junho, pelas 18h30, na biblioteca da FAUP, a quinta sessão do ciclo "os meus livros, Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção".
Sessão 5 será dedicada ao livro:
Michelangiolo Architetto (redazione di Paolo Portoghesi e Bruno Zevi, ...; dir.: Bruno Zevi)
Torino, Giulio Einaudi editore, 1964
Apresentado e comentado pelo Professor Emérito Domingos Tavares
Este foi um livro adquirido por Fernando Távora em Abril de 1965. Editado no ano anterior, tratou-se de mais um livro do tipo edição monumental que se juntou ao conjunto da bibliografia integrante da biblioteca pessoal de Távora sobre a obra de Michelangelo Buonarroti. Mas era uma obra entusiasmante pela extensão e qualidade da documentação gráfica (fotografia e reprodução de desenhos originais) e pela qualidade dos textos. Este é mais do que um pretexto para expor algumas considerações sobre a obra arquitectónica do mestre italiano para, supomos, sermos capazes de traduzir alguns aspectos da lição transmitida por Távora quando tomava o exemplo das grandes obras de Michelangelo.
Domingos Manuel Campelo Tavares (Ovar, 1939) é arquitecto (ESBAP, 1973) e exerce a profissão de arquitecto desde 1971.
Em 1973, ingressou no quadro de professores da ESBAP e é Professor Catedrático Jubilado da FAUP. Leccionou nas áreas de Teoria e História da Arquitectura, foi membro da Comissão Instaladora do Curso de Arquitectura da FAUP e Presidente do Conselho Directivo e do Conselho Científico (1998-2006). A sua área privilegiada de investigação é a de Teoria do Projecto Arquitectónico. É autor de várias publicações sobre arquitectura, como: "Da rua Formosa à Firmeza" (ESBAP, 1985), "Miguel Ângelo: a aprendizagem da Arquitectura" (FAUP, 2002), e da colecção "Sebentas de História da Arquitectura Moderna", editada pela Dafne (2003-2014). No conjunto das suas obras arquitectónicas podem destacar-se projectos de habitações individuais para Ovar (1967-1977), o Lar de Santiago, da Misericórdia de Viana do Castelo (1977-1982), um conjunto habitacional em Esmoriz (1989-1992), a Biblioteca da Escola de Engenharia, do Instituto Politécnico de Coimbra.
ciclo "os meus livros"
Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção: sessão 4
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
2 de junho de 2014 | 18h30 | Biblioteca da FAUP
No âmbito da colaboração da Fundação Marques da Silva nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, informa-se que vai decorrer na próxima segunda-feira, dia 2 de junho, na biblioteca da FAUP, a quarta sessão do ciclo "os meus livros, Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção".
Esta sessão será dedicada aos livros:
Arte de Épocas Inciertas, Maria Luisa Caturla
Madrid: Revista de Occidente, 1944 Arte de Épocas Inciertas, Maria Luisa Caturla
Madrid: Publicaciones “arbor”, 1944, 2ª edicion
Adquirido a 5 de Fevereiro de 1945
apresentação e comentários de Patrícia Miguel.
Entrada livre
Patrícia Miguel Investiga no âmbito de Doutoramento, enquanto bolseira da FCT, sob o tema A Biblioteca de Fernando Távora enquanto jovem. Arquitecta pelo Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (2001). Obteve Mestrado em Arquitectura (2010) e aprovação noCurso de Estudos Avançados em Arquitectura, Território e Memória (2004) pelo mesmo Departamento. Foi professora nas áreas de Projecto e Teoria de Arquitectura no departamento de Arquitectura e Paisagem Parq. De 1999 a 2002 colaborou no atelier do arquitecto João Mendes Ribeiro.
Container & Content: Intersections between Museology and Architecture
23 de maio | Palacete Lopes Martins | 17h45
Segunda sessão
A segunda sessão do ciclo de conferências Container & Content vai reunir na Fundação Marques da Silva, instituição detentora do património artístico e arquitetónico do arq.to José Marques da Silva (1869-1947) que tem vindo a acolher importantes legados de outros arquitetos portugueses, nomeadamente o de Fernando Távora (1923-2005), os Diretores das instituições que gerem e representam o legado de dois arquitetos referenciais do Movimento Moderno, Le Corbusier (1887-1965) e Alvar Aalto (1898-1976).
Michel Richard, Diretor da Fundação Le Corbusier, apresentará a comunicação A Foundation and a collection of Modern Art, e o arquiteto Tommi Lindh, Diretor da Fundação Alvar Aalto, a comunicação The Alvar Aalto Foundation - Museum, Academy and Alvar Aalto Sites, numa sessão moderada pela arquiteta Helena Barranha.
Com início às 17h45, terá lugar no salão nobre do Palacete Lopes Martins, na Praça Marquês do Pombal, nº 30.
ciclo "os meus livros"
Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção: sessão 3
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
22 de maio de 2014 | 18h30 | Biblioteca da FAUP
No âmbito da colaboração da Fundação Marques da Silva nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, informa-se que vai decorrer na próxima quinta-feira, dia 22 de maio, na biblioteca da FAUP, a terceira sessão do ciclo "os meus livros, Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção".
Esta sessão será dedicada aos livros:
Histoire d´une Maison, Eugène Viollet-le-Duc Comment On Construit Une Maison (Histoire d´une Maison), Eugène Viollet-le-Duc
apresentação e comentários de Carlos Machado.
Entrada livre
Carlos Machado (Arquitecto, FAUP)
Licenciado em Arquitectura pela ESBAP em 1987. Doutorado em Arquitectura pela FAUP em 2006. Foi colaborador no escritório do arquitecto Eduardo Souto de Moura em 1990/91 e um dos organizadores do Ciclo de Conferências “Discursos de Arquitectura” realizado na ESBAP em 1990. Docente na FAUP desde 1988, actualmente é professor de História da Arquitectura Contemporânea e de Teoria da Arquitectura Contemporânea nos Cursos de Mestrado Integrado e de Doutoramento. Investigador no Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP.
Apresentação das Maquetas do atelier Fernando Távora e projeção de "fragmentos de um percurso"
18 de maio | Palacete Lopes Martins
No âmbito do Dia Internacional dos Museus, a Fundação Marques da Silva deu a conhecer o conjunto de maquetes pertencentes ao espólio Fernando Távora e projetou um vídeo inédito, “Fragmentos de um ‘percurso’", produzido a partir de filmagens de Vítor Bilhete, realizadas durante uma visita guiada por Fernando Távora à exposição “Percurso”, no CCB, em 1993.
Cerca de 80 maquetas relativas a trinta e oito projetos, reunidas fundamentalmente a partir da década de 90 e atualmente em fase de tratamento técnico, foram apresentadas durante uma sessão conduzida pelos arquitetos João Miguel Couto Duarte e Fernando Barroso. Após um breve enquadramento sobre o significado, função e presença da maqueta de/em arquitetura, foi possível observar e constatar a riqueza de um conjunto onde sobressai a diversidade tipológica e de propósitos de elaboração das maquetas que o constituem, bem como as possibilidades de estudo que oferece, enquanto dimensão e reflexo da prática projetual de Fernando Távora.
A projeção do vídeo, a finalizar a sessão, permitiu trazer vida à maqueta exibida, confrontando o olhar sobre o cenário imaginado e projetado, com o olhar sobre um espaço pleno de vida, preenchido pela voz, pelas palavras e pela presença de Fernando Távora. O momento adquiriu um particular significado, pois a projeção assinala também o início de um projeto a desenvolver em parceria com a TVU e que tem como objetivo recuperar e tratar editorialmente, de uma forma sistemática, criteriosa e continuada, registos videográficos do arquivo pessoal de Vítor Bilhete. O seu genuíno interesse por matérias de arquitetura levou-o a recolher, entre 1990 e 2010, um conjunto de testemunhos, discursos e circunstâncias, que fixando o tempo real da sua produção, adquirem uma relevância e dimensão documental com um carácter único. O presente projeto, apenas possível com a colaboração e generosidade de Vítor Bilhete, pretende fixar essa memória, criando condições para a sua preservação e divulgação futuras.
Container & Content: Intersections between Museology and Architecture
Ciclo de Conferências
Entre 16 de maio e 13 de junho vai decorrer o ciclo de conferências “Container & Content: Intersections between Museology and Architecture”, iniciativa de carácter internacional que tem como objetivo abordar a problemática da comunicação da arquitetura, cruzando diferentes interlocutores, perspetivas e experiências na área da programação e curadoria de arquitetura.
A segunda edição do ciclo, organizado e produzido pela arquiteta e investigadora em museologia Susana Rosmaninho, no âmbito do Doutoramento e Mestrado em Museologia da Faculdade de Letras da UP, permitirá reunir no Porto, em quatro locais distintos da cidade, representantes de prestigiadas instituições internacionais, tais como, Peter Cachola Schmal, do Deutsches Architekmuseum, Andrea Rumpf, da Fondation de l’Architecture et de l’Ingénierie Luxembourg, Michel Richard, da Fondation Le Corbusier, Tommi Lindh, da Fundação e Museu Alvar Aalto, Hege Maria Eriksson, da Trienal de Arquitetura de Oslo, e Barry Bergdoll, do MoMA de Nova Iorque.
Com início marcado para as 17h30, a entrada nas conferências é livre, estando limitada à lotação dos espaços
Maquetas do atelier de Fernando Távora: entre a representação e o objeto
Palacete Lopes Martins | 18 de maio | 16h00
Dia Internacional dos Museus 2014
As maquetas de arquitetura, enquanto instrumentos de representação projetual traduzem a resposta a múltiplos fins: transmitir ao construído a possibilidade de se expor, num modelo em confronto com o real, mas liberto da sua territorialidade; materializar uma ideia arquitetónica e transformar-se em ferramenta de estudo ou de memória de um processo de criação e de ação.
No próximo dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, a Fundação Marques da Silva vai abrir as portas do Palacete Lopes Martins para dar a conhecer o conjunto de maquetas pertencentes ao espólio do Arquiteto Fernando Távora. A apresentação deste registo tridimensional da prática de arquitetura desenvolvida por Fernando Távora será assegurada pelos arquitetos João Miguel Couto Duarte e Fernando Barroso.
Na altura será exibida uma filmagem inédita de Fernando Távora em visita-guiada à exposição "Percurso", no CCB, realizada por Vítor Bilhete, em 1993. O vídeo, editado pela TVU, constitui o primeiro passo de um projeto em desenvolvimento que tem em vista o futuro tratamento e divulgação de material videográfico de inegável valor documental para o conhecimento e questionamento da obra e ação de arquitetos ligados à escola de arquitetura do Porto, produzido ao longo das últimas décadas, por Vítor Bilhete.
A iniciativa, de acesso gratuito, está condicionada a um número máximo de 40 participantes.
Inscrição prévia obrigatória através de contacto telefónico [22 5518557] ou email [fims@reit.up.pt].
S.O.S. Conferences
18 e 19 de maio - Casa da Música
Entre 18 e 19 de maio, vai decorrer o ciclo de conferências S.O.S. – Speeches on Space. Proposta e organizada por um grupo de estudantes de Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a iniciativa vai permitir reunir, na Casa da Música, no Porto, Eduardo Souto de Moura, Camilo Rebelo, Tony Fretton, Roger Diener, Manuel Aires Mateus, François Charbonnet, Enrique Sobejano e Dominique Perrault para apresentarem e debaterem o seu posicionamento sobre a conceção e materialização do espaço.
Para aceder ao evento, que conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva, é necessária a aquisição prévia de um bilhete.
Dia Mundial do Livro 2014
Fernando Távora e o livro da sua vida...
...Desde Gutenberg até hoje não se tornou o livro um obsecante companheiro do homem, para ensinar, para o emocionar, para enriquecer o seu espírito ou o seu corpo, para deliciar os seus olhos, para satisfazer a sua febre de coleccionar ou até para o prestigiar socialmente, mostrando aos seus amigos metros e metros de lombadas, douradas a ouro mais ou menos falso, sobre pele mais ou menos autêntica?...
Fernando Távora
Sob a égide de Cervantes e Shakespeare e tendo por inspiração a tradição catalã de os cavaleiros oferecerem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge (Saint Jordì) e receberem em troca um livro, assinala-se a 23 de abril, desde 1996 por decisão da Unesco, o Dia Mundial do Livro.
A Fundação Marques da Silva, enquanto instituição detentora de um importante acervo bibliográfico, testemunho vivo da presença da leitura e dos livros na vida dos arquitetos nela representados, partilha as reflexões de Fernando Távora sobre o livro da sua vida, registadas ao correr da pena em resposta a um desafio lançado pela Câmara Municipal de Guimarães no âmbito da Festa da Leitura, em 1995.
Visitas Guiadas aos edifícios "Parnaso" e "Palácio do Comércio"
16 e 17 de abril
A Fundação Marques da Silva associa-se às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano sob o lema "Lugares de Memória", através da realização de duas visitas guiadas a edifícios multifuncionais com características singulares no cenário urbano do Porto:
16.04 – 18h00 | Edifício Parnaso
Projeto: José Carlos Loureiro
Início de projeto: 1954 | Inauguração: 1958
A visita inicia-se com uma apresentação da obra seguida de percurso pelo edifício na companhia do arquiteto José Carlos Loureiro, autor do projeto, e do arquiteto Luís Pinheiro Loureiro.
Ponto de encontro: junto à entrada da antiga Escola de Música, na rua Nossa Senhora de Fátima, às 18h00
17.04 – 10h00 | Visita guiada ao Edifício Palácio do Comércio
Projecto: Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva
Início de projeto: 1940 | Inauguração: 1954
Depois de uma contextualização histórica, a cargo da drª Maria do Carmo Pires, seguir-se-á a visita ao edifício, conduzida pela arq.ta Rita Figueira.
Ponto de encontro: junto à entrada nº 760, na rua Fernandes Tomás, às 10h00.
As visitas são de acesso gratuito, condicionadas a um número máximo de 40 participantes.
Inscrição prévia obrigatória através de contacto telefónico [22 5518557] ou email [fims@reit.up.pt].
A partir de hoje poderá adquirir na loja on line da Fundação Marques da Silva o livro de Ana Berkeley Cotter, Casa em Pardelhas. O Desenho de Fernando Távora na Arquitectura Popular.
A FIMS na Mostra UP 2014 | Livros em promoção
Pavilhão Rosa Mota | 27 a 30 de Março
A Fundação Marques da Silva vai associar-se à editorial U.Porto e disponibilizar para venda, na Mostra da Universidade do Porto 2014, alguns dos títulos que tem vindo a publicar com descontos especiais. A Mostra decorrerá de 27 a 30 de março, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. De entrada livre, está aberta ao público em geral.
A Mostra da Universidade do Porto é a exposição anual da oferta formativa da Universidade portuguesa e decorre durante quatro dias de informação, experimentação e descoberta.
Fernando Távora: Histórias de vida(s)
Conclusão do ciclo
Enquadrado como extensão do acontecimento “Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora”, e no âmbito da colaboração da FIMS com a U.Porto e a FAUP no processo daquela iniciativa, tem-se vindo a realizar no Palacete Lopes Martins o ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s). Entre 25 de Novembro de 2013 e o passado dia 10 de Março efetuaram-se seis encontros, os quais, gizados a partir do conceito congregador de “histórias de vida(s)”, permitiram novos olhares e abriram outras condições para um outro entendimento sobre a(s) vida(s) de Fernando Távora e daqueles que com ela(s) se cruzaram. Foi possível recolher um grande número e uma grande diversidade de contributos capazes de problematizar e introduzir outras leituras sobre Fernando Távora, o seu modo de ser e de estar com os outros, a sua forma de fazer arquitetura.
No programa do ciclo previa-se, para além das seis efetuadas, uma sessão de síntese final. Todavia, não sendo possível reunir as condições que entendíamos como necessárias e adequadas aos seus propósitos, entendeu-se não proceder à sua efetivação. Assim mesmo, não deixamos de sublinhar que foram atingidos os objectivos propostos. A sua realização proporcionou um conjunto de testemunhos particularmente ricos de informação para uma história de vida de Fernando Távora, os quais se encontram agora disponíveis online, no site da Fundação.
Agradecemos uma vez mais a todos os convidados por todo o interesse e atenção colocados na sua colaboração, assim como a todos aqueles que corresponderam com a sua presença e apoio.
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 6
A Crítica _ 10 de março _ 2014/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU com o registo da sexta sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s), que reuniu Joaquim Vieira, Manuel Mendes, Pedro Bandeira e Raquel Henriques da Silva.
Tendo por tema “A Crítica”, teve como objetivo recolher contributos capazes de problematizar e introduzir outras leituras sobre Fernando Távora, o seu modo de ser e de estar com os outros, a sua forma de fazer arquitetura. O encontro constituiu-se circunstância para conhecer os bastidores da fase de execução do projeto de recuperação e ampliação do Museu Nacional Soares dos Reis, para percorrer alguns dos paradigmas tutelares do pensamento de Fernando Távora e da sua relação com o desenho, para introduzir um discurso questionador da consensualidade de uma construção metodológica ancorada na História e no Património, defendida por Távora, perante a deslocação do foco do interesse para a efemeridade da cultura urbana. Foi ainda momento para evocar o problema do processo de escrita e o sentido do seu adiado projeto de livro.
Fernando Távora: Histórias de vida(s) | Sessão 6 - A crítica
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
10 de março de 2014 | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No âmbito da colaboração da FIMS nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, vai realizar-se no próximo dia 10 de março, às 18h30, no Palacete Lopes Martins, o sexto encontro do ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s). Tem por título A crítica e visa reunir testemunhos que, na problematização de uma distância - que não reserva automática - à obra de Fernando Távora, procuram outras condições, outros sentidos, para compreender a pertinência e originalidade do seu pensamento e ação.
Nesta sessão estarão presentes: Joaquim Vieira, Manuel Mendes, Paulo Varela Gomes, Pedro Bandeira e Raquel Henriques da Silva.
Ainda que de entrada livre a presença no evento deverá ser previamente assegurada através de marcação, por telefone (22 5518557) ou email (fims@reit.up.pt), para a Fundação Marques da Silva.
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 5
Do exercício da Arquitetura _ 24 de fevereiro _ 2014/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU com o registo da quinta sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s). De regresso ao salão do Palacete Lopes Martins e com moderação de Manuel Mendes, reuniu Alberto Neves, Alexandra Gesta, Carlos Martins, Domingos Tavares, Fernando Barroso, Francisco Barata Fernandes e Manuel Real, representantes de diferentes gerações de colaboradores de Fernando Távora ou que com ele desenvolveram relações profissionais de grande proximidade.
Espaço de criação e de exercício do ofício de arquiteto, o atelier de Fernando Távora, independentemente dos diferentes ritmos de produção sofridos ao longo dos anos, das alterações de processo ou dos contextos definidores da génese de cada colaboração, constituiu-se experiência de profundo significado para todos aqueles que o vivenciaram. Nele se congregaram as diferentes facetas e vocações de Fernando Távora, figura omnisciente e tutelar, invulgarmente dialogante e recetiva, para quem não se colocavam fronteiras entre a prática da profissão, as questões do ensino e a relação com a própria vida.
Link para os videos |
[Parte 1 - Alberto Neves, Domingos Tavares, Francisco Barata Fernandes]
[Parte 2 - Manuel Real, Alexandra Gesta, Fernando Barroso] [Parte 3 - Carlos Martins]
ciclo "os meus livros"
Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção: sessão 2
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
06 de março de 2014 | 18h30 | Biblioteca da FAUP
No âmbito da colaboração da Fundação Marques da Silva nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, informa-se que vai decorrer na próxima quinta-feira dia 06 de março, pelas 18h30, na biblioteca da FAUP, a segunda sessão do ciclo " os meus livros, Fernando Távora - dos livros, das leituras, da colecção".
Esta sessão será dedicada aos livros:
"A Nossa Casa"
da autoria de Raul Lino, apresentado e comentado por Carla Garrido, investigadora do CEAU
"O que é a arte?"
da autoria de Abel Salazar, apresentado e comentado por Irene Ribeiro
Entrada livre.
Carla Garrido de Oliveira
Arquitecta, docente na FAUP desde 2004, investigadora no CEAU desde 2012. Desenvolve investigação na área da Arquitetura: Teoria, Projecto, História, tanto no âmbito da História da Arquitectura Portuguesa, que lecciona, como enquanto doutoranda do PDA-FAUP, investigando a obra de Raul Lino até 1933.
Irene Ribeiro
Natural do Porto (1952). Licenciatura (1974) e Mestrado (1994) em Filosofia (UP).Principais áreas de trabalho/publicações: Pensamento de Raul Lino. Filosofia em Abel Salazar. História do ensino da Filosofia em Portugal. Docente de Filosofia no Liceu (1972-2012).
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 4
Escola, ensino, educação _ 10 de fevereiro _ 2014/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU com o registo da quarta sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s), subordinada ao tema "Escola, ensino, educação", e que, no passado dia 10 de fevereiro, reuniu no Palacete Lopes Martins, sob moderação de Manuel Mendes, Alexandre Alves Costa, Anni Günther Nonell, Carlos Machado, José Carlos Loureiro, Marta Oliveira, Ricardo Figueiredo, Rui Tavares e Sergio Fernandez; um amplo leque de convidados a deixar, entre colegas, alunos e assistentes de Fernando Távora, o seu testemunho na circunstância desse e deste encontro, percorrendo o longo e singular percurso académico de Fernando Távora, sublinhando a presença e atualidade da sua forma de estar e ensinar, do seu modo de fazer escola.
Nesta abordagem, tecida de múltiplas vozes e invocadora de tempos diversos, tornou-se evidente a centralidade de Fernando Távora para o processo de consolidação do curso de arquitetura, no Porto, bem como o fascínio exercido pela relação de proximidade que sempre soube estabelecer com os outros e com a realidade. Experiências pessoais e particulares, fundiram-se num sentimento comum de admiração por um homem indissociável do arquiteto e do pedagogo, que, na grandeza da sua sabedoria, construída de heterodoxias, demonstrou uma capacidade única para comunicar, ensinando a olhar, a questionar, a perceber, sensibilizando para a unidade da arquitetura e para a importância da História como forma de entendimento e validação de uma prática. A sessão decorreu pela primeira vez no salão do Palacete, tendo por cenário a coleção de maquetas de Fernando Távora, de forma a permitir que a casa onde a memória documental de Fernando Távora reside pudesse acolher todos os interessados em partilhar o momento.
[Parte 1 - J. Carlos Loureiro, Ricardo Figueiredo e Alexandre Alves Costa] [Parte 2 - Marta Oliveira, Sergio Fernandez, Rui Tavares, Anni Günther Nonnell e Carlos Machado]
Fernando Távora: Histórias de vida(s) | Sessão 5 - Do exercício da Arquitetura
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
24 de fevereiro de 2014 | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No âmbito da colaboração da FIMS nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, vai realizar-se no próximo dia 24 de fevereiro, às 18h30, no Palacete Lopes Martins, o quinto encontro do ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s). Com o espaço de atelier em cenário de fundo será a vez de colaboradores de Fernando Távora apresentarem as suas perspetivas da prática profissional aí desenvolvida.
Nesta sessão, moderada pelo coordenador do ciclo, Manuel Mendes, estarão presentes Alberto Neves, Alexandra Gesta, Alfredo Matos Ferreira, Carlos Martins, Domingos Tavares, Fernando Barroso, Francisco Barata Fernandes e Manuel Real.
Ainda que de entrada livre a presença no evento deverá ser previamente assegurada através de marcação, por telefone (22 5518557) ou email (fims@reit.up.pt), para a Fundação Marques da Silva.
Viagens Marques da Silva | 2
Entre Porto e Paris
23 a 27 de abril de 2014
A cidade de Paris adquire uma dimensão simbólica no percurso de Marques da Silva. A ela chega em 1889, na azáfama da comemoração do centenário da Revolução e enquanto se erguia a Torre que hoje se confunde com a imagem da cidade. A aprendizagem e vivência parisiense acabariam por ser estruturantes no percurso do arquiteto e do homem, para quem Paris será uma referência permanente, um lugar de eterno retorno.
Por proposta da Fundação e com organização da Touch Travel, este será o próximo destino do circuito das Viagens de Marques da Silva, a (re)descobrir na companhia do conferencista Pierre Léglise-Costa, entre 23 e 27 de abril.
Fernando Távora: Histórias de vida(s) | Sessão 4 - Escola, ensino, educação
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
10 de fevereiro de 2014 | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No âmbito da colaboração da FIMS nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, vai realizar-se no próximo dia 10 de fevereiro, às 18h30, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, o quarto encontro do ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s) que, partindo do tema "Escola, ensino, educação", debruçar-se-á sobre a ação e dimensão formadora de Fernando Távora - herança e atualidade - reunindo memórias, experiências e depoimentos de alguns dos seus colegas, alunos e assistentes.
São convidados Alexandre Alves Costa, Anni Günther Nonell, Carlos Machado, José Carlos Loureiro, Marta Oliveira, Ricardo Figueiredo, Rui Tavares e Sergio Fernandez, numa sessão moderada por Manuel Mendes.
Ainda que de entrada livre, as condições logísticas do espaço condicionam a lotação a um máximo de 30 pessoas, pelo que a presença no evento deverá ser previamente assegurada através de marcação, por telefone (22 5518557) ou email (fims@reit.up.pt), para a Fundação Marques da Silva. O acesso ao local é feito pela rua Latino Coelho, nº 444.
O encontro está creditado pela OASRN, pelo que, para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a um crédito de Formação em Matérias de Arquitectura.
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 3
"As exposições" _ 20 de janeiro _ 2014/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU com o registo da terceira sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s) que, no passado dia 20 de janeiro, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, reuniu, sob moderação de Manuel Mendes, Alberte Pérez Rodriguez, José António Bandeirinha, Pedro Mendes e Víctor Mestre numa conversa em torno das Exposições organizadas sobre e a partir da obra de Fernando Távora.
Foi uma passagem pelos vinte anos que decorreram entre o “Percurso” apresentado em 1993, no CCB, em Lisboa, e a “Modernidade Permanente”, exposição póstuma, realizada em 2013, em Guimarães, num roteiro igualmente pontuado pela exposição apresentada na Galiza, em 2002. Momentos de síntese, as exposições cumpriram um desígnio expresso pelo próprio Fernando Távora. Nos vários testemunhos, para além da assunção da dimensão agregadora e orientadora deste arquiteto, com a revelação das circunstâncias particulares de cada encontro, ficou patente a importância destes projetos para a formulação e problematização do fazer e pensar arquitetura em Fernando Távora.
António Cardoso | EM PARALELO – Arte, Memórias, Referências e Contextos
Museu Nacional Soares dos Reis
Exposição de Pintura | de 24 de janeiro a 23 de fevereiro
Exposição de homenagem ao Professor António Cardoso, organizada por um grupo de antigos alunos e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
Pedagogo, investigador, museólogo e artista, António Cardoso foi o autor da primeira grande síntese da obra de Marques da Silva, "O Arquitecto José Marques da Silva e a Arquitectura no Norte do País na primeira metade do século XX", tese de doutoramento e trabalho fundador que veio a estar na génese, em 1994, da formação do então Instituto Arquitecto José Marques da Silva, instituição que precede a atual Fundação Marques da Silva.
Para além dos livros que a Fundação Marques da Silva tem vindo a publicar, a loja online disponibiliza ao público uma seção de merchandising onde poderá obter produtos variados como: Puzzle sobre a Estação de S. Bento, os cadernos de notas sobre a Casa-Atelier e a Estação de S. Bento ou litografias, produzidas a partir de peças desenhadas de Marques da Silva.
Através da loja online da FIMS pode adquirir, de uma forma prática e segura, os produtos editados ou consignados por esta instituição, com um desconto de 10% em praticamente todos os produtos disponíveis. Basta registar-se e proceder à sua encomenda, ficando garantida a confidencialidade dos seus dados pessoais. Poderá igualmente efetuar as suas encomendas através do telefone 22 5519557, ou por email para fims@reit.up.pt. Os produtos adquiridos, de acordo com a disponibilidade de stock, serão entregues na morada de destino, estando as entregas sujeitas a um custo adicional mínimo para portes de envio.
Fernando Távora: Histórias de vida(s) - As exposições
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
20 de janeiro | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No âmbito da colaboração da FIMS nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, vai realizar-se no próximo dia 20 de janeiro, às 18h30, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, o terceiro encontro do ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s), dedicado às exposições que, desde 1993, no Centro Cultural de Belém, têm vindo a ser organizadas sobre a obra e o percurso de Fernando Távora.
Os arquitetos Alberte Perez, José António Bandeirinha, Pedro Mendes e Vítor Mestre são os convidados para esta sessão, moderada por Manuel Mendes.
Ainda que de entrada livre, as condições logísticas do espaço condicionam a lotação a um máximo de 30 pessoas, pelo que a presença no evento deverá ser previamente assegurada através de marcação, por telefone (22 5518557) ou email (fims@reit.up.pt), para a Fundação Marques da Silva. O acesso ao local é feito pela rua Latino Coelho, nº 444.
O encontro está creditado pela OASRN, pelo que, para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a um crédito de Formação em Matérias de Arquitectura.
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 2
"Os entrevistadores" _ 6 de janeiro _ 2014/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU, com o registo da segunda sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s) que, no passado dia 6 de janeiro, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, reuniu, sob moderação de Manuel Mendes, "Os Entrevistadores" de Fernando Távora: Cristina Antunes, Manuel Graça Dias, João Leal, Bernardo Pinto de Almeida, Jorge Figueira e Valdemar Cruz.
Foi uma ocasião privilegiada para conhecer as circunstâncias de cada encontro e a impressão que deles ficou. Em discurso direto, pela voz de cada um dos entrevistadores presentes, vislumbraram-se facetas ocultas de cada entrevista e a riqueza humana de Fernando Távora. Um momento de revelação de palavras não editadas, de partilha de histórias, de emoções e de memórias que celebram a visão, o espírito e a personalidade cativante desta personalidade marcante da arquitetura portuguesa e, muito especialmente, da Escola do Porto.
José Miguel Rodrigues e "O mundo ordenado e acessível das formas da arquitectura" no programa "A Ronda da Noite"
9 de janeiro de 2014
A primeira emissão de 2014 do programa “A Ronda da noite” incluiu uma longa conversa entre o jornalista Luís Caetano e o arquiteto José Miguel Rodrigues a propósito do livro de sua autoria, “O mundo ordenado e acessível das formas de arquitetura", recentemente publicado em parceria pela Fundação Marques da Silva e as Edições Afrontamento. Foi uma viagem pelo território das constantes da arquitetura, com um rumo traçado por pertinentes e desafiadoras questões que permitiram ao autor expor a sua perspetiva sobre as recorrentes tentativas de reinvenção ditadas pelo surgimento de vanguardas e a inevitabilidade de um eterno retorno aos cânones clássicos. Uma viagem que passou pelo problema da decoração, da escala, da grande e da pequena tradição, que se deteve nas idiossincrasias da Escola do Porto e nos nomes que a firmaram, para, no final e perante os reflexos da crise atual, convocar a lição dos clássicos como inspiradora de uma nova atitude no exercício da profissão.
Fernando Távora - Minha Casa | Exposição "Nós"
Faculdade de Arquitectura da U. Porto
Encerramento antecipado
Informa-se que, ouvidas as três entidades organizadoras, se procedeu à desmontagem da apresentação-ensaio do projecto instalação-exposição "Nós" (sobre o projecto-de-arquitectura de Fernando Távora), acção enquadrada na iniciativa Figura Eminente da U. Porto, 2013: Fernando Távora, em curso nas instalações da Faculdade de Arquitectura, e cuja permanência estava prevista prolongar-se até 31 de janeiro p.f.
Uma infiltração de águas pluviais na galeria da FAUP e a acumulação de índices de humidade muito acima do previsto nas áreas ocupadas pelo circuito expositivo, comprometeram condições mínimas de apresentação pública, e de bom acondicionamento e conservação da documentação.
Pedimos desculpa por eventuais transtornos, os quais esperamos poder contornar brevemente, anunciando a retoma do projecto, revisto e alargado, com a sua apresentação num equipamento público da cidade. Na circunstância, prevê-se, igualmente, o lançamento do fascículo 5 da edição "Fernando Távora, minha casa", o qual procederá ao registo em livro de "Nós" (sobre o projecto-de-arquitectura de Fernando Távora).
Fernando Távora: Histórias de vida(s) - Os entrevistadores
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
6 de janeiro | 18h30 | Palacete Lopes Martins
No âmbito da colaboração da FIMS nas atividades promovidas pela U.Porto e pela FAUP sobre a Figura Eminente 2013: Fernando Távora, vai realizar-se no próximo dia 6 de janeiro, às 18h30, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, o segundo encontro do ciclo Fernando Távora: Histórias de vida(s), dedicado aos entrevistadores de Fernando Távora.
Cristina Antunes, Bernardo Pinto de Almeida, João Leal, Jorge Figueira, Manuel Graça Dias e Valdemar Cruz são os convidados para esta sessão, moderada por Manuel Mendes.
Ainda que de entrada livre, as condições logísticas do espaço condicionam a lotação a um máximo de 30 pessoas, pelo que a presença no evento deverá ser previamente assegurada através de marcação, por telefone (22 5518557) ou email (fims@reit.up.pt), para a Fundação Marques da Silva. O acesso ao local é feito pela rua Latino Coelho, nº 444.
O encontro está creditado pela OASRN, pelo que, para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a um crédito de Formação em Matérias de Arquitectura.
Lançamento do Puzzle e caderno de notas Estação de S. Bento
De escadote e megafone, Álvaro Domingues, em pleno átrio da Estação de S. Bento, falou da importância do caminho de ferro enquanto expressão de modernidade, em termos de transporte e de mobilidadade, quando, na viragem do século XIX para o século XX, Marques da Silva projetou a Gare Central do Porto. O projeto veio contribuir de forma determinante para a formação do novo centro do Porto, adquirindo uma identidade e referenciação simbólica coletivamente reconhecida, reforçada pela temática patriótica e regionalista da decoração dos azulejos de Jorge Colaço. Com o surgimento de novas redes de transportes e de comunicações, essa centralidade perdeu-se, mas na Estação de S. Bento, lugar de chegada e partida da cidade, continua a persistir uma memória monumental e patrimonializada de exceção.
Estava dado o mote para a apresentação e lançamento do puzzle e do caderno de notas sobre a Estação de S. Bento. Estes produtos já podem ser adquiridos através da loja online da Fundação Marques da Silva.
"Estação de S. Bento: o novo puzzle urbano",
apresentação de Álvaro Domingues
Lançamento de puzzle e caderno de notas sobre a Estação de S. Bento
17 de dezembro - 18h00
A grande sala da entrada da Estação de S. Bento, com a sua iconografia da História pátria temperada com imagens do rural profundo e das romarias (um exercício sofisticado de iconografia e da geografia da identidade unidas pelo trem), dentro de um envelope do mais rafiné gosto parisiense, que era o marcador da alta cultura e do cosmopolitismo de então, constitui a primeira peça do puzzle urbano do Porto a ser jogada por Álvaro Domingues*. Será um momento de reflexão sobre o que foi fazer centro, num exercício metafórico que equaciona o modelo convencional de cidade e a sua diluição imposta por novas peças, por novos sistemas de mobilidade, do comboio aos aviões, passando pelo facebook.
Mas se a reorganização urbana pode constituir um problema não resolvido, o mesmo não acontece com o puzzle que a Fundação Marques da Silva e a Architoys vão, seguidamente, lançar ao público presente no átrio da Estação de S. Bento. O desafio parte de um desenho da fachada do edifício, da autoria do arquiteto Marques da Silva, e regista uma das fases do processo de construção da Gare Central do Porto, revelado assim que as 540 peças em que se encontra fragmentado encontrem o seu lugar preciso.
Na mesma altura, será lançado um caderno de notas sobre a Estação de S. Bento, com textos e imagens ilustrativas do momento e do contexto da sua construção. Com esta publicação dá-se continuidade à coleção de cadernos de notas temáticos a partir de obras de Marques da Silva.
Esta iniciativa conta com o apoio da REFER e da CP.
* Álvaro Domingues (Melgaço, 1959) é geógrafo e professor na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde também é investigador no CEAU – Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo. Para além das suas funções docentes na Universidade do Porto e noutras universidades, publica com regularidade sobre temáticas relacionadas com a geografia urbana, o urbanismo e a paisagem.
Fernando Távora - Minha Casa
Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora
Últimas ações de 2013 - Conferência | Exposição | Fascículo
12 de dezembro
No âmbito da iniciativa anual “Figura Eminente U. Porto”, a Reitoria da Universidade do Porto, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e a Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva convergiram na iniciativa de homenagear Fernando Távora no ano de 2013.
Evocando a figura nas suas várias dimensões, tem sido objetivo da iniciativa assumir-se como circunstância e contribuição para instalação de uma plataforma de encontro plural, hospitaleira, evolutiva que promova a visita, o estudo, a investigação sobre a particularidade, a originalidade e a pertinência do contributo de Fernando Távora na heterogeneidade da modernidade. O programa proposto procurou converter-se em espaço de comemoração, de projeto, de educação, de participação, convidando e mobilizando à comunidade de energias, de cumplicidades de estudo, de saberes, no desenvolvimento, realização e problematização de ações desenhadas no seu programa.
A culminar o ano, no dia 12 de dezembro, será a oportunidade de assistir a mais uma conferência do ciclo Fernando Távora "Minha Casa" – Conferências, a cargo do arq.to Juan Luis Trillo Leyva, que tem por tema “Injertos y enraizamientos”. Acontece às 18h30, no Auditório Fernando Távora, da FAUP, seguindo-se, às 19h30, na Galeria da Faculdade de Arquitectura, a inauguração da instalação-exposição “Nós”, segunda ação da componente expositiva da programação. Simultaneamente será lançado o segundo fascículo da coleção “Fernando Távora – Minha Casa”, “uma porta pode ser um romance”, construído a partir da instalação-instalação apresentada entre junho e setembro, nas casas sede da Fundação Marques da Silva. A entrada é livre.
Figura Eminente UP 2013: Fernando Távora - Histórias de vida(s) | Sessão 1
"Do homem, da pessoa, da figura" _ 25 de novembro _ 2013/Vídeo
Encontra-se já disponível para visualização o vídeo realizado pela TVU, com o registo da primeira sessão do ciclo de encontros Fernando Távora - História de vida(s) que, no passado dia 25 de novembro, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, reuniu António Menéres, Óscar Pires e José Ferrão, sob moderação de Manuel Mendes, numa evocação, tão comovente quanto divertida, da dimensão humana de Fernando Távora.
"Le Corbusier: se puede evitar la revolución",
por Juan Lahuerta
Fernando Távora "Minha Casa" - Conferências
Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora
Le Corbusier: se puede evitar la revolución é o título da conferência a proferir no próximo dia 5 de dezembro, pelas 18h30, no auditório Fernando Távora, da FAUP, por Juan Lahuerta, arquitecto, professor titular de Historia del Arte y de la Arquitectura na Escuela Técnica Superior de Arquitectura de la Universidad Politécnica de Barcelona. Será o ponto de partida para o ciclo Fernando Távora "Minha Casa" - Conferências, uma iniciativa que decorre no âmbito do programa da Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora e que visa promover a compreensão e o reconhecimento da originalidade do contributo de Fernando Távora no quadro da arquitetura europeia do século XX.
A próxima conferência, intitulada Injertos y enraizamientos, estará a cargo de Juan Lluis Trillo Leyva e está agendada para o dia 12 de dezembro, à mesma hora e no mesmo local.
Ciclo “Fernando Távora - histórias de vida(s)”
Sessão 1: "Do homem, da pessoa, da figura"
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
25 de novembro | Palacete Lopes Martins
Vai decorrer no próximo dia 25 de novembro, com início às 18h30, na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, casa-sede da Fundação Marques da Silva que alberga o arquivo profissional de Fernando Távora, o primeiro de uma série de sete encontros gizados a partir do conceito congregador de “histórias de vida(s)”. Integrados na componente Intervenção Cultural e Formação do programa “Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora”, pretendem, através de uma conversa espontânea e informal, convocar afetos, novos olhares e um outro entendimento sobre a(s) vida(s) de Fernando Távora e daqueles que com ela(s) se cruzaram.
O mote para a primeira sessão é “Do homem, da pessoa, da figura” e terá como convidados António Menéres, José Ferrão e Óscar Pires. A entrada é livre, mas sujeita a inscrição prévia, estando condicionada à lotação máxima de 30 participantes. O acesso efetua-se pela Rua Latino Coelho, nº 444.
Galeria de obras Marques da Silva:
O edifício quarteirão do Conde de Vizela
Continuamos a atualizar a Galeria de obras de Marques da Silva ampliando-a com uma nova entrada dedicada ao edifício quarteirão mandado construir pelo Conde de Vizela num lote de terreno situado na cerca do extinto convento das Carmelitas, no Porto.
O Círculo Dr. José Figueiredo na Fundação Marques da Silva | 2.11.2013
A Fundação Marques da Silva recebeu na sua sede o Círculo José Figueiredo - Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis, instituição com a qual celebrou recentemente a assinatura de um protocolo que visa promover a participação e promoção conjunta de atividades de caráter cultural. Inserida no âmbito do ciclo Visitas Improváveis, a iniciativa teve por objetivo dar a conhecer o enquadramento histórico e a missão da FIMS, percorrendo os seus espaços e as memórias que estes encerram.
O Presidente do Círculo, Dr. Álvaro Sequeira Pinto, solenizou a ocasião distinguindo a Fundação, na pessoa da Presidente do Conselho de Administração, Profª Doutora Maria de Lurdes Correia Fernandes, com a doação de um conjunto de oito desenhos originais do arquiteto Fernando Távora, relativos ao projeto de habitação para a casa situada na Rua Pe. Luís Cabral, obra datada de 1994.
Gravação em vídeo da conferência de Gonçalo Byrne
"Arquitectura e Património. Dos tempos da História ao tempo do Projecto"
Conferência Marques da Silva - 7ª edição
O vídeo da conferência proferida pelo Arq.to Gonçalo Byrne, no passado dia 24 de outubro, na FAUP, no âmbito das Conferências Marques da Silva, realizado pela TVU, já se encontra disponível.
Conferência Marques da Silva 2013
Arquitectura e Património. Dos tempos da História ao tempo do Projecto
Gonçalo Byrne
A sétima edição das Conferências Marques da Silva vai ter lugar no próximo dia 24 de outubro, pelas 18h30, no Auditório Fernando Távora, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Arquitectura e Património. Dos tempos da História ao tempo do Projecto será o tema apresentado pelo conferencista convidado, o arquiteto Gonçalo Byrne.
Este ciclo de conferências é anualmente organizado pela Fundação Marques da Silva, com o apoio da FAUP e encontra-se inserido na programação da ARQ OUT.
Para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a um crédito de "Formação em Matérias de Arquitectura".
A entrada é livre, estando condicionada à lotação do espaço.
O mundo ordenado e acessível das formas da arquitectura
Lançamento editorial
Vai decorrer, no próximo dia 17 de outubro, pelas 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto o lançamento do livro de José Miguel Rodrigues, O mundo ordenado e acessível das formas da arquitectura. Tradição Clássica e Movimento Moderno na Arquitectura Portuguesa: dois exemplos, com apresentação a cargo do Professor José António Bandeirinha.
Trata-se da publicação em livro da tese de doutoramento deste autor, numa edição conjunta da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento, que propõe retomar a ligação entre a tradição clássica e o movimento moderno na releitura de alguma arquitectura portuguesa recente.
Fernando Távora "Minha Casa"
Fascículo 1 - Prólogo
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
O objeto-livro Fernando Távora "Minha casa", concebido a partir da reunião dos vários tipos de materiais editoriais a produzir conforme a natureza, objectivos e informação das diferentes ações que compõem o programa de homenagem da Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora, tem, na publicação Prólogo, o seu primeiro fascículo. Uno na diversidade e autonomia dos conteúdos que o formam, com coordenação editorial de Manuel Mendes, é composto por: rosto, apresentação, "minha casa", caderno-palavra, caderno-desenho, Imigração / Emigração, prólogo e 4 separadores.
Apresentado na sessão de abertura do ciclo, o fascículo inicia agora o seu percurso de comercialização passando a estar disponível a todos os interessados. A publicação tem um custo unitário de 7 euros e pode ser adquirida na Fundação Marques da Silva (por compra direta ou através da loja on line), na Loja da Universidade ou na Livraria da Associação de Estudantes da Faculdade de Arquitectura da UP.
Num mês em que a Arquitetura está particularmente em destaque a Fundação Marques da Silva lança o primeiro número da sua Newsletter. Uma iniciativa que se pretende de periodicidade mensal e que em breve poderá ser subscrita diretamente a partir do site da instituição.
Em resposta ao desafio lançado pelo Pelouro da Cultura da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva volta a associar-se à iniciativa ARQ OUT, este ano na sua terceira edição.
Trata-se de uma iniciativa que tem como objectivo reunir, num único suporte cartográfico, as actividades relacionadas com a Arquitectura e a Cidade a decorrerem durante o mês de outubro na região do Porto, bem como actividades de outras áreas geográficas cuja programação se revele de interesse regional ou internacional.
A participação da FIMS é diversificada, incluindo o lançamento da tese de doutoramento, O mundo ordenado e acessível das formas da arquitectura, da autoria de José Miguel Rodrigues, e a sétima edição das Conferências Marques da Silva, com a conferência Arquitectura e Património – Dos tempos da História ao tempo do Projecto, a proferir pelo arq.to Gonçalo Byrne. Estas iniciativas realizam-se na Faculdade de Arquitectura da UP, designadamente nos dias 17 e 24 de outubro, com início às 18h30.
Encerramento da apresentação-instalação Uma porta pode ser um romance
Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora
Com uma visita guiada pelo coordenador da apresentação-instalação Uma porta pode ser um romance, Prof. Arq.to Manuel Mendes, no dia 3 de outubro, às 15h00, assinala-se o encerramento da primeira ação da componente exposição do ciclo Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora.
Esta aproximação ao legado de Fernando Távora, em íntimo diálogo com as casas que o acolhem, espaços sede da Fundação Marques da Silva, pode ainda ser visitada de terça a sexta-feira, entre as 15h00 e as 17h00, até ao referido dia 3 de outubro.
A participação na visita guiada encontra-se condicionada a marcação prévia e está limitada a 30 participantes.
"Intervenção participada na cidade” | Bridging fissures, building engagement
27 de setembro – 15 de novembro
A exposição realizada em 1977 na Escola de Belas Artes do Porto, Intervenção participada na cidade, com objetivo de divulgar e discutir os resultados do programa SAAL, constitui o ponto de partida para o projeto Bridging fissures, building engagement.
Organizado pelo Núcleo de Educação Artística do Instituto de Investigação em Arte, Design e Investigação (i2ADS) e pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), com o apoio da Fundação Marques da Silva, pretende promover uma reflexão alargada e multidisciplinar sobre a transformação da cidade contemporânea. Estruturado em torno de três momentos fundamentais: reconhecer – pensar – mostrar, lança um novo olhar, permeável, sincrónico e crítico sobre a experiência do SAAL, cruzando a experimentação artística e o pensamento sobre o espaço.
O projeto é coordenado por Miguel Tomé, realiza-se entre setembro e novembro de 2013 e congrega múltiplas iniciativas que decorrem na Faculdade de Belas Artes da UP. no Grupo Dramático dos Moradores da Arrábida, na Fundação José Rodrigues, na Casa da Imagem e na Escola Artística e Profissional Árvore.
Doação do arquivo e acervo pessoal do arquiteto Carlos Loureiro à Fundação Marques da Silva
Carlos Loureiro, desenho do Bloco residencial e comercial com a inclusão da Escola de Música Parnaso, gaveto da R. Nª Srª de Fárima com a R. de Oliveira Monteiro, 1955.
A 26 de setembro vai formalizar-se a assinatura do contrato de doação do arquivo e acervo pessoal do arquiteto José Carlos Loureiro à Fundação Marques da Silva. Trata-se de um extenso acervo documental e profissional de relevante interesse público cuja futura transferência física para as instalações da Fundação permitirá, através da salvaguarda, tratamento arquivístico e informacional e disponibilização a investigadores, contribuir de forma determinante para promover o conhecimento, valorização e compreensão da obra resultante de uma vida dedicada à Arquitetura.
A sessão terá lugar no Palacete Lopes Martins, Praça Marquês do Pombal, nº 30, com início às 18h00 e incluirá uma apresentação da vasta obra do arquiteto José Carlos Loureiro, a cargo do arquiteto João Belo Rodeia, Presidente da Ordem dos Arquitectos.
Jornadas Europeias do Património 2013 | Lugares
Visitas guiadas da FIMS
20 e 21 de setembro
As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia que tem como objectivo sensibilizar os cidadãos para a importância da protecção do Património. LUGARES é o tema definidor do programa de atividades proposto para 2013 e pretende destacar a importância de espaços e paisagens – urbanos e não urbanos – com os quais estabelecemos uma relação de proximidade.
A participação da Fundação Marques da Silva é assinalada com duas visitas guiadas
Dia 20 de setembro - 11h30
Rua Alexandre Braga, nº 94, Porto
Visita orientada pelo arq. Nuno Valentim ao edifício projetado por José Marques da Silva, em 1925, na Rua Alexandre Braga, no Porto. Reabilitado em 2012, foi um dos primeiros a utilizar, no contexto da habitação portuense, o betão armado como parte integrante do seu sistema construtivo.
Dia 21 de setembro - 10h00
Quinta da Conceição, Matosinhos
Visita orientada pelo arq. Carlos Machado ao Parque Municipal Quinta da Conceição, lugar a apreciar numa perspetiva histórica, arquitetónica e paisagística. Entre as obras mais conhecidas destacam-se o Pavilhão de Ténis (1957), de Fernando Távora, e a Piscina de Siza Vieira (1958).
Porto Poetic
Museu de Arquitectura e Design Triennale di Milano
13 de setembro a 27 de outubro de 2013
Obras de arquitetos como Fernando Távora, Álvaro Siza ou Eduardo Souto de Moura serão exibidas no Museu de Arquitetura e Design Triennale di Milano, em Itália, entre 13 de setembro e 27 de outubro de 2013, no âmbito da exposição Porto Poetic, apoiada pela Fundação Marques da Silva.
Comissariada pelos arquitectos Manuel Maria Reis e Paula Santos e com curadoria do arquitecto Roberto Cremascoli, esta exposição tem como principal objectivo apoiar a internacionalização e a divulgação de obras de arquitectura de arquitectos portugueses da região norte do país, que "incluem no seu método projectual o desenho de objectos e mobiliário que complementam a obra". Para além dos nomes já mencionados, serão apresentadas obras dos arquitetos Adalberto Dias, Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, Carlos Castanheira, Francisco Vieira de Campos, Isabel Furtado e João Pedro Serôdio, João Mendes Ribeiro, José Carvalho Araújo e Nuno Brandão Costa.
O percurso expositivo percorre o período compreendido entre os anos cinquenta do século XX até à actualidade e desenvolve-se em 3 núcleos: Poetic, Community e Design, com projectos de arquitectura em exposição, peças de design, fotografias de autor e filmes em exibição (inclui 6 conversas/ entrevistas inéditas com Manoel de Oliveira, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Alexandre Alves Costa, Pedro Gadanho, Fabrizio Gallanti, Vittorio Gregotti, Pierluigi Nicolin, Francesco Dal Co, Giovanna Borasi, Roberto Cremascoli).
A inauguração da Exposição é assinalada com uma conferência/ debate a decorrer a 12 de Setembro, Quinta-feira, às 17h00, no Museu Triennale di Milano e conta com a participação de Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura, Vittorio Gregotti, Pierluigi Nicolin, Francesco Dal Co e Giovanna Borasi. Às 19h00, terá lugar a apresentação da publicação Porto Poetic.
Promovida pela Ordem dos Arquitetos - Secção Regional Norte (OASRN), a exposição realiza-se em colaboração com a Fondazione La Triennale di Milano e em parceria com a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP). Esta iniciativa surge no seguimento da exposição “O Design por Arquitetos”, apresentada em 2012 no contexto da Feira Internacional do Porto – Exponor, e prevê-se que o projeto possa ser itinerante a Portugal e a outros países.
A Porto Poetic conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva. o apoio institucional da Embaixada de Portugal em Roma, do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o patrocínio da AXA e o apoio de diversas entidades e empresas.
Marques da Silva, Estudo para o mobiliário da Sala de Pedra do Palácio da Brejoeira, c. 1912
A Galeria de Marques da Silva apresenta uma nova entrada dedicada aos projetos de mobiliário, da autoria de Andreia Soares. Uma vertente menos conhecida de um campo de ação que mereceu um interesse e prática constantes no percurso deste arquiteto.
ArquiMemória 3 | ArquiMemória 4
Bibliografia disponível para consulta
Os seminários ArquiMemória, realizados no Brasil, são espaços de discussão, numa esfera internacional e interdisciplinar, de temas relacionados com a preservação do património. A documentação produzida no âmbito das 3ª (2008) e 4ª edições (2013) - versões digitais das comunicações proferidas, os livros de resumos e os volumes temáticos 1 e 2, Reconceituações Contemporâneas do Patrimônio e Estado e Sociedade na Preservação do Patrimônio - foi gentilmente oferecida à Fundação estando já disponível para consulta pública.
Galeria de obras de Marques da Silva: "A Nacional" e o Edifício Pinto Leite
Marques da Silva, Estudo para dois edifícios na Avenida dos Aliados, novembro de 1919.
A Galeria de Marques da Silva foi atualizada e ampliada: conta com uma nova entrada dedicada aos edifícios que marcaram o arranque da então Avenida das Nações Aliadas, a sede da Companhia de Seguros "A Nacional" e o edifício Joaquim Pinto Leite, e tem assinaladas as obras já classificadas.
Estudos de Historia do Mobiliário em Portugal:
Os Projectos do Arquitecto Marques da Silva para a Associação Comercial do Porto
Marques da Silva, Estudo para o mobiliário da Associação Comercial do Porto, s.d.
Encontra-se disponível para consulta na Fundação Marques da Silva, por amável oferta da autora, Andreia Soares, a dissertação de mestrado, Estudos de Historia do Mobiliário em Portugal: Os Projectos do Arquitecto Marques da Silva para a Associação Comercial do Porto.
O mobiliário projetado pelo arquiteto José Marques da Silva constitui uma realidade ainda pouco conhecida, apesar da grande qualidade técnica e artística que apresenta. Na Fundação Marques da Silva encontram-se preservados os desenhos que estiveram na base da sua criação. São testemunhos privilegiados, materializadores de uma memória e importantes auxiliares na interpretação do processo criativo e operativo do seu autor. A constatação destas duas realidades lançou a premissa para o trabalho de investigação desenvolvido por Andreia Soares. A partir do confronto entre a documentação gráfica e as peças ainda hoje conservadas, complementado pela pesquisa de outros núcleos documentais e pela recolha de depoimentos orais, foi reunido um amplo e expressivo número de registos relativos a mobiliário institucional, religioso, civil e mobiliário doméstico e privado, cuja sistematização e interpretação permitiu identificar e corrigir autorias,conferir sentidos às peças e/ou conjuntos de mobiliário, estabelecer ligações com o contexto da obra de arquitetura nos quais, regra geral, têm a sua origem, e reconstituir o processo da sua produção.
Este levantamento, que tentou abarcar todos os dados disponíveis, vem sublinhar o interesse em cruzar outras perspectivas de interpretação da obra de Marques da Silva, associando na leitura da sua concepção de espaço urbano, as várias componentes, exterior e interior, em si mesmo, indissociável do modus vivendi da alta burguesia portuense.
A investigação realizou-se no âmbito do Mestrado em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da UP.
A Câmara Municipal do Porto e a Culture Print promovem na Avenida dos Aliados, entre 12 e 28 de julho, uma feira de livrarias e alfarrabistas portuenses. Esta iniciativa tem por objetivo promover, difundir e democratizar o livro e a leitura, bem como fomentar os hábitos de consumo de produtos culturais, além de dinamizar a Baixa do Porto.
O Letras na Avenida contará com uma programação vasta e ecléctica, com destaque para tertúlias, sessões de autógrafos, lançamento de livros, concertos e outras formas de expressão artística.
A Fundação Marques da Silva estará presente, integrada no stand da Universidade do Porto.
Horário de funcionamento:
Segunda a Quinta: 13h00 às 22h00
Sexta: 13h00 às 24h00
Sábado: 11h00 às 24h00
Domingo: 11h00 às 22h00
Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora
Apresentação-instalação "Uma porta pode ser um romance"
Notícia e mapa de visitas guiadas | julho
Está disponível no campo Gravações/Vídeoso vídeo produzido pela TVU sobre a instalação-apresentação do arquivo documental de Fernando, "Uma porta pode ser um romance", organizada no âmbito da programação da Figura Eminente UPorto 2013 e patente ao público, nas casas sede da Fundação Marques da Silva, até ao final do mês de setembro.
Esta iniciativa tem associado um programa de visitas guiadas pelo coordenador do projeto, Manuel Mendes.
O mapa do mês de julho contempla os dias 4 e 18. As visitas iniciam-se às 15h00, devendo, os interessados, dirigirem-se à rua Latino Coelho, nº 444. A entrada é livre.
Visitas guiadas organizadas pela Fundação Marques da Silva
Com a definição de um programa diversificado de visitas guiadas, expresso em diferentes conteúdos e formatos, a Fundação Marques da Silva propõe-se articular abordagens e perspetivas complementares ao conhecimento preservado na documentação que alberga.
Conduzidas por guias especializados e dirigidas ao público em geral pretendem promover espaços de diálogo e cruzamento de saberes, aliando a componente lúdica à componente pedagógica.
A Fundação Marques da Silva inaugura, com as publicações da Ordem dos Arquitectos - SRS e do Museu do Douro, um novo separador temático, no campo "Edições", dedicado à divulgação de permutas com outras instituições.
Estas publicações passam a constar da Biblioteca Corrente e do Catálogo Bibliográfico da Fundação, estando igualmente acessíveis para leitura presencial no local de consulta destinado aos investigadores.
1913-2013 | Bruxelas e Gand
Viagem organizada pela Fundação Marques da Silva
Postais relativos à Exposição Universal de Gand, em 1913, adquiridos por José Marques da Silva
Em 1913, Marques da Silva empreendeu uma viagem à Bélgica com o intuito de visitar a Exposição Universal de Gand. Em 2013, passados 100 anos, a Fundação Marques da Silva propõe a revisitação desta cidade, que comemora a efeméride com uma série de iniciativas ilustrativas da importância da Exposição, no seu tempo e dos seus reflexos na atualidade, com passagem por Bruxelas, um dos destinos também visitados pelo arquiteto.
A viagem realiza-se entre 10 e 13 de outubro de 2013 e com ela se inicia a programação de um ciclo de propostas de turismo cultural inspiradas nas “Viagens de Marques da Silva”.
"Eupalinos", de Paul Valéry
Apresentação por Vítor Silva
Ação 1 da componente intervenção cultural e formação
Figura Eminente U.Porto - 2013: Fernando Távora
Biblioteca da Faculdade de Arquitectura da UPorto
06 junho 2013 . 18.30 horas
O Ciclo 2 da Componente intervenção cultural e formação “ ‘os meus livros’, Fernando Távora – dos livros, das leituras, da coleção”, do programa Figura Eminente da U. do Porto 2013: Fernando Távora, é composto por sete sessões, de realização mensal, tomando como referência os livros, as leituras, a coleção de Fernando Távora.
A ação 1 tem por base o livro: Eupalinos. L’ Âme et la Danse / Dialogue de l’Arbre, de Paul Valéry, Paris: Gallimard, 1944 (1923), huitième édition, adquirido por Fernando Távora em 15 julho 1946, lido pela 1ª vez em [1946], pela 2ª vez em 13 maio 1950, pela 3ª vez 20 dezembro 1984.
Abertura do ciclo
Apresentação do livro:
contextualização do autor e do livro;
hipóteses de trabalho sobre o livro, presente a leitura de Fernando Távora
Leitura de textos
Sobre o livro:
Eupalinos, ou o arquitecto é um texto poético de Paul Valéry, datado de 1921. Não se trata de um tratado ou de uma incursão teórica sobre a arquitectura mas de uma metáfora sobre a criação poética. Tal como Eupalinos, o poeta é o construtor que aspira à descoberta e à construção das formas. A partir desta analogia, o diálogo “platónico” entre Sócrates e Fedro é apenas uma alusão metodológica e um subtil lamento do papel da filosofia.
No lugar das sombras e dos mortos, no seio da eternidade que não pertence ao mundo, o filósofo recorda por palavras – “através da fantasia de um retórico” - não o desenvolvimento de um “método sem lacunas”, mas o remorso de não ter construído. É o carácter belo, útil e duradoiro da obra que põe em jogo as contradições dos processos críticos da filosofia. O que o pensamento distingue e separa, a arquitectura reúne num gesto construtivo.
Sobre Vítor Silva:
Vítor Silva é pintor e docente da FAUP desde 1987.
É autor de Ética e Política do Desenho. Teoria e Prática do Desenho na Arte do século XVII (Faup-publicações, 2004), Aby Warburg 1866-1929, uma cartografia da história, da arte e da cultura ( Braço de Ferro, 2010) e Henrique Pousão. Infância, Experiência e História do Desenho (Dafne Editora, 2011) Foi curador da exposição Esperando o Sucesso, Impasse académico e modernismo de Henrique Pousão, Museu Soares dos Reis, Porto. Tem orientado a sua investigação na área do desenho e imagem.
É co-editor da Revista Psiax e integra o Projecto editorial Imago/Ymago. Actualmente é membro do Núcleo de Investigação em Desenho, NID, do Instituto de Investigação em Artes, Design e Sociedade, I2ADS, da FBAUP, fazendo parte da Direcção do Projecto Atlas & Vocabulário do Desenho. Expõe regularmente desde 2000 na Galeria Extéril, Porto.
Abriu ao público a apresentação-instalação sobre o arquivo documental de Fernando Távora, nos edifícios sede da Fundação Marques da Silva, "Uma porta pode ser um romance", que pode ser visitada de terça a sexta-feira. entre as 15h00 e as 17h00.
A partir do dia 6 de junho (5ª f), com uma periodicidade quinzenal, o coordenador do projeto, Manuel Mendes, acompanha os visitantes. Realizam-se igualmente visitas, individuais e/ou em grupos, sob marcação prévia, através de contacto telefónico [22 5518557] ou email [fims@reit.up.pt].
Na página de facebook da Fundação está disponível o álbum de fotografias relativo à inauguração de "Uma porta pode ser um romance", projeto que assinala o início da componente exposição do ciclo Figura Eminente U. Porto 2013: Fernando Távora.
Arquivos Pessoais e Familiares | Workshop
Casa de Mateus
1 de junho de 2013
Decorreu no passado dia 1 de junho o encontro sobre Arquivos Pessoais e Familiares, organizado pela Fundação da Casa de Mateus, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Letras da U.Porto: um espaço de reflexão e de cruzamento de experiências, de carácter internacional, onde teve lugar a apresentação dos Sistemas de Informação geridos pela Fundação Marques da Silva, conduzida por Ana Ramos.
Sessão de abertura Figura Eminente U.Porto 2013: Fernando Távora | Vídeo
O registo em formato vídeo da sessão de abertura do ciclo Figura Eminente U.Porto - 2013: Fernando Tavora, realizado pela TVU, no passado dia 23, está disponível e pode ser diretamente visionado deste link.
"Fernando Távora ´Uma porta pode ser um romance`"
Exposição
04.06.2013
Com a apresentação-instalação "Fernando Távora ´Uma porta pode ser um romance`", sobre o arquivo documental de Fernando Távora, nos edifícios sede da Fundação Marques da Silva, inicia-se a componente exposição do ciclo Figura Eminente U. Porto - 2013: Fernando Távora.
A abertura está marcada para o dia 4 de junho, pelas 18h30.
Entrada livre, pelo Palacete Lopes Martins, na Pr. do Marquês de Pombal, nº. 30.
Fernando Távora "Minha Casa"
Salão Nobre da Reitoria da U.Porto | 23 de maio 2013
Decorreu no passado dia 23 de maio, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, a sessão de abertura do ciclo Figura Eminente U.Porto-2013: Fernando Távora. O programa incluiu a leitura de textos da autoria do arquiteto Fernando Távora por Jorge da Silva Melo e a projeção do documentário realizado por Cristina Antunes, para a RTP, em 2001. No final, foi lançado o 1º fascículo da publicação Fernando Távora - Minha Casa.
Brevemente ficará disponível o registo audiovisual desta iniciativa.
Ao alcance da mão: Apontamentos da coleção de escultura do arquiteto Marques da Silva
Prolongamento da exposição
Decorreu, no passado dia 18 de maio, a exposição "Ao alcance de uma mão: apontamentos da coleção de escultura do aqruiteto Marques da Silva" que continuará aberta ao público entre 21 e 23 de maio, das 15h00 às 17h00. O acesso efetua-se pela Rua Latino Coelho, nº 444.
Figura Eminente U. Porto - 2013: Fernando Távora
Sessão de Abertura
Realiza-se no próximo dia 23 de maio a sessão de abertura do ciclo de atividades "Figura Eminente da Universidade do Porto, 2013 - Fernando Távora". A ação, com início às 21h30, decorrerá no Salão Nobre do edifício da Reitoria da U. Porto, Praça de Gomes Teixeira (aos Leões).
Do Retrato à Paisagem. Memórias Afetivas e Operativas do arquiteto Marques da Silva
José Veloso Salgado, Retrato de José Marques da Silva, n. dat.; José Marques da Silva, Manhente, 1909; José Marques da Silva, Marinha, n. dat.
Foi recentemente apresentada e defendida a tese Do Retrato à Paisagem. Memórias Afetivas e Operativas do arquiteto Marques da Silva, que se encontra disponível para consulta na Fundação Marques da Silva, por amável oferta do autor, Artur Vasconcelos.
Tendo como ponto de partida o estudo da coleção de pintura da FIMS, resulta numa surpreendente e reveladora leitura de um conjunto de obras que, integradas na história da arquitetura da cidade do Porto e no contexto de vida e obra do arquiteto, aportam um outro entendimento e dimensão da figura de Marques da Silva: para além do arquiteto, o pintor, o criativo e o colecionador. Aqui se traça um percurso da esfera pública à privada, do arquiteto ao indivíduo, da vivência doméstica à formação da coleção. Uma narrativa construída sobre um núcleo de obras que remete para o naturalismo português, ancorado no retrato e na paisagem como temas dominantes. As pinturas, entre a técnica da aguarela e do óleo, contemplam diversos autores portugueses que em momentos distintos se cruzam com Marques da Silva.
Ainda que circunsrita a um unverso claramente definido, a tese não deixa de estabelecer nexos e ligações com universos mais abrangentes, mas transversais e motivadores de novas abordagens e olhares sobre o arquiteto, sobre a cidade, sobre os movimentos artísticos que habitaram Portiugal durante a primeira metade do século XX.
A investigação realizou-se no âmbito do Doutoramento em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da UP.
Através do lançamento da visita guiada a obras de Marques da Silva a bordo de um carro elétrico - modelo que passará a estar disponível regularmente a todos os interessados - a Fundação Marques da Silva, em parceria com o Museu do Carro Eléctrico, associa-se à 8ª edição da Festa na Baixa.
No âmbito da iniciativa anual "Figura Eminente U. Porto", a Reitoria da Universidade do Porto, a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e a Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva convergiram na iniciativa de homenagear Fernando Távora no ano de 2013, presente a dimensão da pessoa, do cidadão, do arquiteto, do professor, e a circunstância dos noventa anos sobre a data do seu nascimento.
Ao alcance de uma mão: apontamentos da coleção de escultura do arquiteto José Marques da Silva
Dia Internacional dos Museus | 18 de maio
A assinalar o Dia Internacional dos Museus, a Fundação Marques da Silva vai expor algumas das peças pertencentes à coleção de escultura do arquitecto José Marques da Silva.
A iniciativa, organizada por Ricardo Santos, conta com o apoio da ACAPO e decorre na Casa-Atelier de Marques da Silva. Tem início às 15h00 e a entrada é livre.
Os arquivos pessoais e familiares:
Da representação da informação ao acesso
01 de junho | Casa de Mateus | Vila Real
Os Arquivos Pessoais e Familiares e as singularidades que os envolvem, desde os contextos de produção, às metodologias de tratamento e comunicação do seu conteúdo, inevitavelmente de grande heterogeneidade, serão o tema em debate no workshop organizado pela Fundação da Casa de Mateus, Fundação Marques da Silva e CITCEM da Faculdade de Letras da UP.
A Fundação Marques da Silva, instituição detentora e acolhedora de importantes legados de carácter familiar, estará igualmente representada no evento através da apresentação de um poster produzido pelas Dras. Ana Sofia Ramos e Conceição Pratas sobre a aplicação da teoria sistémica ao espólio dos arquitetos José Marques da Silva e Fernando Távora.
Um espaço de reflexão à escala ibérica, que reune um conjunto de profissionais ligados aos Arquivos e ao universo académico aberto a todos os interessados nestas fontes privilegiadas de construção da memória do país e das comunidades locais.
Contentor e Conteúdo: Interseções entre Museologia e Arquitetura
Ciclo de Conferências
Centros e Museus, Programação e Curadoria de Arquitetura constituem o ponto de partida para o ciclo de conferências "Contentor e Conteúdo: Interseções entre Museologia e Arquitetura", a decorrer na FLUP nos dias 10 de maio, 24 de maio e 7 de junho, respetivamente.
Rui Ramos, membro do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, estará presente, como orador convidado, no dia 10 com a comunicação "A Fundação Marques da Silva e a cultura arquitetónica: oportunidades, constrangimentos e perspetivas".
O programa foi organizado no âmbito do Doutoramento e Mestrado em Museologia da Faculdade de Letaras da Universidade do Porto 2012/2013.
Consulta do catálogo digital da FIMS - Biblioteca Fernando Távora
A biblioteca do Professor Arquiteto Fernando Távora (1923-2005) integra um conjunto de aproximadamente 3800 registos, com obras de referência no domínio da Arquitetura e da História da Arte e da Cultura. Nela se destacam o núcleo de livros do fundo Rogério de Azevedo, os tratados de arquitetura, uma abrangente coleção de livros de mestres do modernismo, como Le Corbusier, Alvar Aalto, Frank Lloyd Wright ou Mies van der Rohe, assim como livros que refletem os interesses, afeições e memórias de viagens, participações em colóquios internacionais, ou mesmo, documentam a prática de professor, traduzida em numerosas teses e dissertações produzidas sob sua orientação.
Este núcleo bibliográfico está em fase de tratamento, no entanto, considerando o relevante interesse público da informação nele contida, deu-se início à disponibilização de parte dos registos já tratados. São mais de 300 títulos relativos a monografias reunidas no atelier de Fernando Távora que passam a poder ser consultados na catálogo digital da FIMS.
O Ateliê de Arquitetura/Urbanismo de David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva Martins: Visibilidade da Memória
Foi recentemente apresentada e defendida a tese O Ateliê de Arquitetura/Urbanismo de David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva Martins: Visibilidade da Memória, que se encontra disponível para consulta na Fundação Marques da Silva, por amável oferta da autora, Maria do Carmo Pires. Este trabalho pioneiro de sistematização e estudo da obra desenvolvida pelos arquitetos fundadores desta instituição, entre 1940 e 1997, revela aspetos pessoais, académicos e profissionais dos seus autores e contextualiza, no panorama nacional da produção arquitetónica e urbanística, a obra por eles produzida.
Trata-se de um exaustivo e rigoroso levantamento documental, ancorado no espólio da Fundação Marques da Silva, que se traduz num importante contributo para o conhecimento de um ateliê ainda pouco divulgado, mas de grande longevidade e produtividade, cuja ação se estende pelo Litoral Norte e Centro de Portugal Continental, Madeira e Angola.
A investigação realizou-se no âmbito do Doutoramento em História da Arte Portuguesa da Faculdade de Letras da UP.
Este projeto de Pedro Alves e Margarida Caetano, patente ao público na Casa do Infante até 7 de Abril de 2013, explora a fotogenia da cidade do Porto e revela novas e originais perspectivas de espaços e lugares nem sempre acessíveis aos olhares do público, como é o caso da clarabóia do Palacete Lopes Martins, que, conjuntamente com a Casa-Atelier, acolhe a sede da Fundação Marques da Silva.
Marques da Silva: Imagens e Memórias
Prolongamento da exposição
A exposição patente ao público na Reitoria da Universidade do Porto, que tinha como data de encerramento o dia 22 de fevereiro de 2013, será prolongada até ao dia 8 de março.
Horário de visita:
terça a sexta-feira, das 10h00 às 17h00
Da investigação ao projeto de exposição: notas de um percurso
Conferência de Artur Vasconcelos
Imagens relativas da montagem da exposição Marques da Silva: Imagens e Menórias
Uma viagem pelos bastidores da exposição Marques da Silva: Imagens e Memórias, desde o momento da sua conceção até à concretização da proposta expositiva atualmente patente ao público, constitui o tema da sessão de encerramento do ciclo de conferências que tem vindo a decorrer no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, cumprindo o objetivo de contextualizar, de uma forma abrangente e multidisciplinar, as obras expostas.
Artur Vasconcelos, um dos comissários do evento e autor de um projeto de investigação sobre a coleção de pintura da Fundação Marques da Silva, vai partilhar as suas reflexões sobre o trabalho desenvolvido, traçando um percurso delineado a partir da resposta a uma questão essencial: como se traduz um processo de investigação numa exposição?
Tempos no tempo de Marques da Silva: alterações da ordem
Conferência de Leonor Soares
Heitor Cramez, Pormenor da pintura a óleo "Lavadeiras", 1924. FIMS
A segunda sessão do ciclo de conferências organizado no âmbito da programação paralela à exposição "Marques da Silva: Imagens e Memórias" tem por tema "Tempos no Tempo de Marques da Silva: alterações da ordem" e está a cargo da Professora Leonor Soares.
Depois de um olhar sobre a afirmação da modernidade portuense, configurado sob uma perspetiva arquitetónica e urbanística, será agora apresentada uma interpretação dos valores de modernidade expressos na obra plástica dos autores representados na coleção exposta. Uma proposta de análise que não se esgota nas linguagens aí identificadas, cruzando-as com outras experiências e possibilidades expressivas destes e doutros artistas portugueses.
Ana Tostões e José António Bandeirinha
Visita-Aula
15.02.2013
Vai realizar-se a 15 de fevereiro, dia de encerramento da exposição FERNANDO TÁVORA MODERNIDADE PERMANENTE, no Auditório da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, às 16h00, uma visita-aula orientada por Ana Tostões e José António Banderinha.
PORTO 1900: ARQUITETURA E CIDADE
Da Revolução Industrial à cidade de comércios
Conferência por Domigos Tavares
Aguarela de António Cruz, in "O pintor e a cidade: 20 aguarelas de António Cruz", O Oiro do dia, 1982, p.57
PORTO 1900: ARQUITETURA E CIDADE, título da conferência a proferir pelo Professor Arquiteto Domingos Tavares, no próximo dia 7 de fevereiro, no Salão Nobre da Universidade do Porto, apresenta uma proposta de interpretação do processo de afirmação da modernidade portuense, assente numa perspetiva de entendimento da arquitetura e das transformações urbanísticas que marcaram a cidade na transição do século XIX para o século XX.
Trata-se da conferência inaugural do ciclo organizado no âmbito da programação paralela à exposição de pintura "Marques da Silva: Imagens e Memórias", atualmente patente ao público na Sala de Exposições Temporárias da Reitoria da Universidade do Porto, e através do qual se pretende ampliar a abrangência temática suscitada pela coleção de pintura de Marques da Silva.
Ciclo de Conferências
Marques da Silva: Imagens e Memórias
Para aprofundar algumas das perspetivas de leitura e de interpretação suscitadas pela exposição de pintura "Marques da Silva: Imagens e Memórias" vai realizar-se um ciclo de conferências que conta com as intervenções de Domingos Tavares, Leonor Soares e Artur Vasconcelos.
As conferências, de entrada livre, realizar-se-ão durante o mês de fevereiro, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, às 21h30, de acordo com o seguinte calendário:
7 de fevereiro:
Porto 1900: arquitectura e cidade na transição do século
Domingos Tavares
14 de fevereiro:
Tempos da Artes Plásticas nos tempos de Marques da Silva: alterações da ordem
Leonor Soares
21 de fevereiro:
Da investigação ao projeto de exposição: notas de um percurso
Desenho de aula: planta de casa, planta de igreja, Nicolau Nasoni; TGOE, 1989-90.
No âmbito do tratamento em curso da documentação do espólio Fernando Távora a Fundação Marques da Silva tem já disponível para consulta pública um número substancial de imagens digitais relativas a obras de arquitetura, à viagem ao Japão e aos EUA, realizada em 1960, assim como um conjunto de interessantes desenhos produzidos nas aulas de Teoria Geral da Organização do Espaço, lecionadas na FAUP, no ano letivo de 1989-90.
Venha aprender a cuidar das suas obras de arte em papel e pinturas de cavalete
Curso livre sobre conservação preventiva
No âmbito da exposição de pintura Marques da Silva: Imagens e Memórias organizou-se o curso livre Venha aprender a cuidar das suas obras de arte em papel e pinturas de cavalete, dirigido a todos aqueles que possuem obras de arte em papel e pinturas de cavalete e pretendem adquirir noções de conservação preventiva. Abordará os procedimentos adequados a diferentes tipos de situações inerentes aos fatores de degradação, aos materiais constituintes, ao acondicionamento, ao transporte, etc. Quem estiver interessado poderá trazer pinturas de pequeno porte.
Tendo como formadoras Ana Freitas e Edite Pereira, está dividido em duas sessões, a decorrer em 26 de janeiro e 2 de fevereiro, entre as 10h00 e as 13h00.
A participação tem um custo de 20 euros e o prazo de inscrição termina a 24 de janeiro.
Edifício Sede e Oficinas da Cooperativa dos Pedreiros
A Galeria de obras de Maria José & David Moreira da Silva conta com uma nova entrada relativa ao projecto do Edifício Sede e Oficinas da Cooperativa dos Pedreiros, da autoria de Maria do Carmo Pires. Trata-se de um conjunto de edificações projetadas e construídas durante as décadas de 30/40 entre as ruas da Alegria e de Anselmo Braamcamp, no Porto, que se impõe no horizonte da cidade e que veio a afirmar-se como signo de referência permanente de uma instituição singular, a então Sociedade Cooperativa de Produção de Operários Pedreiros Portuenses (SCPOPP).
Visitas Guiadas
Exposição "Marques da Silva: Imagens e Memórias" | Programação Paralela
A exposição de pintura “Marques da Silva: Imagens e Memórias” congrega testemunhos de uma vida, a do arquiteto Marques da Silva, de um tempo e de uma rede de relações, de um lugar, a cidade do Porto dos finais do século XIX a meados do século XX. Neste âmbito, foram concebidos dois modelos distintos de visitas guiadas: os comissários do evento partilham com todos os interessados a sua perspetiva sobre as obras expostas, a viagem da linha 22 permite alargar a leitura da exposição à vertente da obra de Marques da Silva enquanto arquiteto.
Edição facsimile do Diário de "bordo", de Fernando Távora
Lançamento
15.12.2012 | 18h00 | Casa da Memória, Guimarães
No âmbito do projeto Fernando Távora Modernidade Permanente vai decorrer, no próximo dia 15 de dezembro, o lançamento da edição facsimile do Diário de "bordo", da autoria de Fernando Távora.
Trata-se de uma obra compósita formada por textos, desenhos e outros materiais cartáceos relativos à viagem empreendida por Fernando Távora ao Japão e aos Estados Unidos, entre 13 de fevereiro e 12 de junho de 1960. A presente edição reproduz, em 2 volumes, a totalidade deste significativo conjunto polifacetado de registos e inclui o estabelecimento do texto do manuscrito, fornecendo ao leitor um importante guia de leitura.
A apresentação, a cargo do Arquiteto Álvaro Siza e da Professora Rita Marnoto, realiza-se às 18h00, na Casa da Memória, em Guimarães.
A exposição "Marques da Silva: Imagens e Memórias" está patente ao público na Sala de Exposições Temporárias da Reitoria da Universidade do Porto, entre 20 de novembro e 22 de fevereiro do próximo ano. Consulte em Gravações/Vídeo o registo da sua inauguração, realizado pela TVU.
Intitulada "Desenho, uma foma de comunicar", a 43ª Tertúia do Palácio das Artes propõe uma troca de ideias a partir do conceito de desenho enquanto elemento comunicacional diferenciador. Uma manifestação artística transversal a diferentes processos de criação, a servir de mote a um espaço de debate, capaz de promover o intercâmbio de experiências e de opiniões.
Local | Largo de S. Domingos, Porto
Data | 29 de Novembro (Quinta-feira)
Horário | 21h30 às 23h30
Áreas de intervenção | Desenho, Cultura, Artes Visuais
Convidados | Fernando Correia, Universidade de Aveiro; Francisco Laranjo, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto; Susana Milão, IMERGE; Rui Cunha, Escola Superior Artística do Porto; Patrícia Remelgado, Trienal Movimento Desenho, 2012; Rui Jorge Garcia Ramos, Fundação Arquitecto Marques da Silva; Carlos Castanheira, Casa da Arquitectura;
Oradores * a confirmar: Jorge Oliveira, Espaço T; Vanessa Ventura, Casa da Animação; Guilherme Figueiredo, Fundação/Lugar do Desenho; Mónica Baldaque
Jornada de Conferências
Fernando Távora Modernidade Permanente
22.11.2012
No âmbito do projecto Fernando Távora Modernidade Permanente, terá lugar, no Auditório Nobre da Universidade do Minho, Campus de Azurém, em Guimarães, uma jornada de Conferências sobre o legado de Fernando Távora. Foram convidados cinco conferencistas, que nos irão dar uma perspectiva diversificada e abrangente acerca uma obra complexa e rica de referências, como o foi a de Távora. William Curtis, Manuel Mendes, Jorge Figueira, Max Risselada e Daniele Vitale irão abarcar os diferentes contextos espaciais e temporais em que essa obra foi desenvolvida, do local ao internacional, dos tempos decididos do Movimento Moderno aos tempos de revisão e reformulação das premissas que lhe eram subjacentes.
Local:
Auditório Nobre da Universidade do Minho, Campus de Azurém, Guimarães
Nota: A lotação está esgotada, mas em três auditórios da Universidade é possível assitir à transmissão em tempo real
Marques da Silva: imagens e memórias
Exposição de Pintura
20.11.2012 a 22.02.2013
Ao longo da sua vida, o arquiteto Marques da Silva (1869-1947), numa esfera mais íntima e reservada, cultivou intensamente a arte da aguarela e o gosto pela pintura. Enquanto autor e diletante reuniu um significativo conjunto de pinturas que são testemunhos de um certo modo de ver e de viver.
A leitura deste legado materializa-se na exposição “Marques da Silva: imagens e memórias”, co-produzida pela Universidade do Porto e pela Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva. Comissariada por Maria Clara Paulino e Artur Vasconcelos, está inserida na programação da Trienal Desenha 2012 e tem inauguração agendada para o dia 20 de novembro, às 18h30, no Edifício Histórico da Universidade do Porto.
No âmbito da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, a Fundação Cidade de Guimarães, a Família Fernando Távora, a Associação Casa da Arquitectura e a Fundação Instituto Marques da Silva apresentam, entre 17 de Novembro de 2012 e 15 de Fevereiro de 2013, o projecto Fernando Távora Modernidade Permanente, coordenada pelo Arquitecto Álvaro Siza. Esta iniciativa irá acolher um conjunto de acções, das quais destacamos a Exposição, as Conferências, as Visitas Guiadas, o Catálogo da Exposição e a publicação facsímile do Diário de "Bordo" (1960).
Obras de Marques da Silva expostas na Biblioteca Almeida Garrett
Devido ao sucesso obtido junto do público, a exposição de peças desenhadas de obras de Marques da Silva e dos livros que têm vindo a ser editados pela Fundação, organizada no contexto da programação do Dia Mundial da Arquitetura, continua a estar disponível a quem se dirija à sala de leitura da Biblioteca Municipal Almeida Garrett.
Os paineis fazem parte da exposição Marques da Silva, o Aluno, o Professor, o Arquitecto, realizada em 2005, no âmbito da parceria entre o então Instituto Arquitecto José Marques da Silva e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, sob coordenação do arquiteto Mário Mesquita.
Conferências Marques da Silva 2012 | Vídeo
Architectural research from a canadian point of view
Alexis Sornin
Já se encontra disponível em Gravações vídeo a conferência proferida por Alexis Sornin, no passado dia 11 de Outubro, na Faculdade de Arquiectura da UP, no âmbito das Conferências Marques da Silva.
Architectural research from a canadian point of view
A edição 2012 do ciclo de Conferências Marques da Silva, a proferir por Alexis Sornin, Diretor do Centro de Estudos do Canadian Centre for Architecture, tem como título “Architectural research from a canadian point of view”.
Decorre no próximo dia 11 de outubro, pelas 18h30, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da U.Porto, e constitui uma oportunidade privilegiada para refletir sobre a investigação arquitetónica que tem vindo a ser desenvolvida na América do Norte e Europa Ocidental a partir de uma perspetiva construída com base no trabalho realizado pelo Canadian Centre for Architecture.
Este ciclo de conferências, de periodicidade anual, é promovido pela Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva com o apoio da Faculdade de Arquitectura da U. Porto.
Para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a um crédito de "Formação em Matérias de Arquitectura".
A conferência será proferida em inglês, sem tradução
Entrada livre, limitada à capacidade da sala.
A Fundação Marques da Silva vai assinalar o Dia Mundial da Arquitetura, 4 de outubro, em parceria com a Biblioteca Almeida Garrett e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, dinamizando um atelier de arquitetura dirigido a crianças.
O atelier, orientado pelo arquiteto Marco Ginoulhiac, dará a conhecer a cidade através da obra do arquiteto José Marques da Silva. No dia 4 decorrem 2 sessões de duas horas, dedicadas ao público escolar, com início às 10h00 e às 14h00. No dia 6, às 10h00, haverá uma sessão dirigida a famílias e ao público em geral.
As sessões decorrem na sala infantil da BMAG. Simultaneamente estarão expostos painéis alusivos a algumas das obras mais emblemáticas do arquiteto Marques da Silva, assim como os livros que a Fundação tem vindo a editar.
Para mais informações contactar pelo telefone nº 226 081 000 ou pelo e-mail bib.garrett@cm-porto.pt.
No próximo dia 8 de outubro, pelas 18h30, no Foyer Nascente da Casa da Música, vai decorrer a sessão de lançamento do livro de Lúcia Almeida Matos, "O Monumento da Boavista: Escultura, Arquitetura e Espaço Urbano (1908-1952)".
A apresentação deste novo volume da coleção de monografias dedicadas às obras mais emblemáticas do Arq. Marques da Silva, que a Fundação tem vindo a promover, está a cargo dos Professores Valente de Oliveira e Domingos Tavares.
O Liceu Alexandre Herculano: Marques da Silva, o arquitecto que projectou o futuro
Tertúlia e visita guiada às instalações do antigo Liceu Alexandre Herculano, obra da autoria do arquiteto José Marques da Silva.
O encontro, a decorrer no próximo dia 29, entre as 14h30 e as 17h30, pretende reunir especialistas e alexandrinos numa conversa aberta à sociedade civil sobre o edifício, classificado Monumento de Interesse Público e uma das obras de referência da arquitetura escolar nacional. O painel de convidados inclui a presença do Prof. António Cardoso (FLUP), o Prof. Rui Jorge Garcia Ramos (FIMS) e dos Arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (Atelier 15).
Promovida pela Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património (APRUPP), no âmbito das Jornadas Europeias do Património cujo tema este ano é “O Futuro da Memória", esta ação tem o apoio da Fundação Marques da Silva, da Direcção da Escola Secundária Alexandre Herculano e da Direcção-Geral do Património Cultural.
O evento é de inscrição gratuita, mas obrigatória e limitada à lotação da sala, sendo apenas necessário proceder ao envio prévio de um email para geral@aprupp.org com a indicação de “Jornadas Europeias do Património”, como assunto, e o nome dos participantes.
O legado de Marques da Silva em versão digital: contributo Gulbenkian
Está concluído o processo de digitalização de documentos, periódicos e monografias pertencentes ao acervo de José Marques da Silva, realizado no âmbito do concurso a “Projectos de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 2011. A Fundação Marques da Silva passa agora a dispor de 48.300 novas imagens digitais para disponibilização em consulta e inserção no Repositório UP e na Biblioteca Virtual UP, plataformas onde a FIMS detém domínios próprios.
Trata-se de mais um importante contributo para a preservação e divulgação de informação de particular relevância para o estudo da cultura arquitetónica da passagem do século XIX para o século XX.
A Fundação Marques da Silva congratula-se com a reclassificação do Teatro Nacional de S. João como monumento nacional. Uma decisão que vem reconhecer a importância patrimonial, arquitetónica e urbanística de um dos trabalhos mais significativos do arquiteto Marques da Silva e de um edifício-instituição profundamente identificado com a cidade.
Visita | Outra história: outro Porto, outro Marques da Silva
Grandes Armazéns Nascimento, fotografia de Teófilo Rêgo, 1953
Revisitar a obra de Marques da Silva considerando-a uma efetivação de modernidade projetual é a proposta de Rui Jorge Garcia Ramos que, no próximo dia 16, a partir das 15h, vai guiar a visita ao Porto de Marques da Silva, entre o café Majestic e o café Aviz.
Encontro | Museus, arquivos, bibliotecas. Da concepção à utilização
No próximo dia 15 de junho, no Auditório do Museu Nacional Soares dos Reis, irá decorrer um encontro de reflexão sobre a conceção e utilização de Museus, Arquivos e Bibliotecas, num diálogo construtivo aberto a todos os que se interessam pelas questões da arquitetura e da museologia.
DEVIR MENOR
Arquiteturas e práticas espaciais críticas na Ibero-América
16 de junho a 20 de agosto | Sociedade Martins Sarmento
DEVIR MENOR é um projeto que se materializa numa exposição e um livro resultantes de uma investigação híbrida entre a arquitetura, a teoria crítica e a prática da materialidade, procurando diagramar projetos e processos de trabalho de arquitetos e coletivos situados no contexto da Ibero-América.
A exposição, a decorrer na sede da Sociedade Martins Sarmento, um edifício de relevo na cidade de Guimarães, projetado pelo Arq. Marques da Silva, consta de uma instalação espacial imersiva, que explora o potencial dos desenhos, registos, vídeos e imagens dos participantes convidados, e da exposição de uma seleção de 50 publicações de referência, assim como trabalho documental, material e ensaístico produzido especialmente para o projeto.
A edição do livro com contribuições novas de filósofos, arquitetos, urbanistas e sociólogos, pretende firmar criticamente a relação do "menor" com o pensamento da Ibero-América e da América Latina, e com o pensamento da arquitetura enquanto projeto e prática, e configurar especulativamente ideias em torno à proposta do projeto.
Concebido por Inês Moreira (arquiteta e curadora) e Susana Caló (investigadora em filosofia e editora), DEVIR MENOR tem como países participantes a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, México, Portugal, Venezuela + Bélgica, Itália e França.
O evento inaugura no dia 16 de junho e manter-se-á aberto ao público até 20 de agosto. Entre 13 e 15 de junho iniciativas várias assinalam a pré inauguração.
"À descoberta de Marques da Silva" é o título do passatempo que a Fundação Marques da Silva vai promover no próximo sábdo, dia 9 de junho, na Feira do Livro do Porto.
Para participar basta dirigir-se ao pavilhão da Universidade do porto (A57) e preencher um questionário com duas questões sobre a obra de Marques da Silva e esta Fundação. Quem responder acertadamente ficará habilitado a receber um exemplar do livro "Leituras de Marques da Silva".
Abre hoje ao público, na Avenida dos Aliados, mais uma Feira do Livro do Porto. Os livros editados pela Fundação Marques da Silva estarão representados no pavilhão da Universidade do Porto (A57), podendo ser comprados com um desconto mínimo de 20%.
A Fundação marca também presença na programação cultural da feira promovendo o passatempo "À descoberta de Marques da Silva", autor do projeto de três edifícios implantados na Avenida que acolhe o certame.
A Feira do Livro do Porto é organizada pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), em colaboração com a Câmara Municipal do Porto, com o propósito de promover e difundir livros e obras multimédia, fomentar os hábitos de leitura e incrementar o nível de literacia.
A feira encontra-se aberta até dia 17 de junho e pode ser visitada de segunda a quinta-feira, entre as 12h30 e as 23h00, sexta-feira das 12h30 e as 24h00, aos sábados entre as 11h00 e as 24h00, e aos domingos e feriados entre as 11h00 e as 23h30.
Inaugura hoje a Feira do Livro de Coimbra, no Parque Verde do Mondego.
Os livros editados pela Fundação Marques da Silva vão estar aí representados conjuntamente com os livros editados pela Universidade do Porto e podem ser encontrados nos pavilhões da Associação de Editoras do Ensino Superior (APEES).
A feira, organizada pela Câmara Municipal de Coimbra, distingue-se das grandes feiras promovidas pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) em Lisboa e no Porto pois privilegia as editoras independentes, pequenas e médias empresas, universidades e instituições com atividade editorial que promovem a publicação de autores portugueses nas diversas áreas – da poesia ao ensaio, da ficção ao teatro, do livro prático à obra científica. A par da atividade comercial marcada pelos descontos nos livros, a feira apresentará um programa cultural que inclui apresentação de novidades editoriais, sessões de autógrafos e debates, entre outras iniciativas.
Estará aberta até 3 de junho, de segunda a quinta-feira entre as 16h00 e as 23h00, sexta-feira e sábado entre as 15h00 e as 24h00 e ao domingo entre as 15h00 e as 23h00.
Foi no passado dia 18 de maio que a Fundação Marques da Silva, no âmbito do Dia Internacional dos Museus, inaugurou a exposição "Espaços de Luz e Sombra".
A exposição permanece aberta ao público até ao próximo dia 6 de junho, de terça a sexta-feira, entre as 14h30 e as 17h30.
“Espaços de Luz e Sombra” é um projeto de fotografia e instalação que explora as relações entre a Fotografia e a Arquitetura.
Desenvolvido pelos estudantes finalistas do curso de Fotografia da ESAP, a partir de espaços situados nas casas-sede da Fundação Marques da Silva, um conjunto formado pela Casa-Atelier de Marques da Silva, o Palacete Lopes Martins e o Pavilhão existente nos seus extensos jardins, esta exposição oferece ao público a possibilidade de confrontar a perspetiva fotográfica com os espaços que lhe serviram de cenário e constitui uma oportunidade privilegiada para conhecer e usufruir de espaços ainda em processo de transformação.
A inauguração, agendada para as 17h30, do dia 18 de maio, integra-se na programação do Dia Internacional dos Museus que este ano tem por tema "Museus no Mundo em Mudança. Novos desafios, novas inspirações".
O sucesso da iniciativa "Linha 22, a linha de Marques da Silva", desenvolvida em parceria com o Museu do Carro Eléctrico, em 2011, suscitou a vontade de fixar e divulgar as reflexões do Professor António Cardoso sobre a cidade do Porto e, em particular, a sua leitura da obra de Marques da Silva.
O trajeto então percorrido, e onde se destacam 8 edifícios projetados pelo arquiteto Marques da Silva, foi reconstituído e gravado. Dessas gravações resultaram dois vídeos, um legendado e um com suporte audio incluído.
De forma a poder ser transmitida na linha 207, a versão legendada foi fragmentada em 4 registos autónomos:
No próximo dia 18 de Maio comemora-se o Dia Internacional dos Museus. O tema escolhido para 2012 é "Museus num Mundo de Mudança: Novos Desafios, Novas Inspirações".
A Fundação Marques da Silva associa-se mais uma vez a estas comemorações com a exposição "Espaços de Luz e Sombra", um projeto desenvolvido por estudantes finalistas do curso de Fotografia da ESAP a partir das casas-sede da Fundação.
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2012
Conferência: "O legado do arquiteto Marques da Silva: ensino, projeto e obra"
A Fundação Marques da Silva assinala o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios através da Conferência de Gonçalo Canto Moniz sobre " O legado do arquitecto Marques da Silva: ensino, projeto e obra", a proferir no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, pelas 18h00, com entrada livre.
Acervo Fernando Távora: Arquivo em fase de instalação
Encontra-se concluído o processo de transferência e acondicionamento do acervo do arquiteto Fernando Távora para a Fundação Marques da Silva.
A documentação, relativa a cerca de 300 processos de projeto e acompanhamento de obra e aproximadamente 4000 livros, encontra-se agora em fase de tratamento técnico. Os registos correspondentes à prática profissional do arquiteto, ainda que de forma condicionada, estão já a ser disponibilizados para consulta.
Nos próximos dias 2 e 3 de Março vai decorrer, nas Arcadas da Reitoria da Universidade do Porto, a 7ª edição da Feira do Livro Novo e Antigo. Trata-se de mais uma oportunidade para adquirir livros novos, usados ou manuseados a preços convidativos.
As edições da Fundação Marques da Silva estão representadas pela Loja da Universidade do Porto.
Prática(s) de Arquitectura: Projecto, Investigação, Escrita
Tem hoje início o ciclo internacional de 14 lições, "Prática(s) de Arquitectura: Projecto, Investigação, Escrita", organizado pela Associação de Estudantes da FAUP, sob orientação científica do Prof. Doutor Manuel Mendes. O ciclo decorre na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e prolonga-se até Junho de 2012.
A Fundação Marques da Silva apoia esta ação que tem como objetivo contribuir para a promoção e valorização da instrução teórica e da conjetura crítica na argumentação do discurso crítico da composição: evolução da arquitetura enquanto encontro controverso entre prática disciplinar e experiência artística - criação, pensamento, conhecimento.
A Galeria de obras de Marques da Silva tem uma nova entrada dedicada às viagens empreendidas por este arquitecto entre 1908 e 1931. Estas viagens revelaram-se momentos verdadeiramente fundamentais e marcaram fortemente alguns dos seus projectos, senão mesmo toda a sua produção arquitectónica.
Conferência Marques da Silva, 2011
Paulo Pereira
Anammese: arquiteturas míticas e arquiteturas imaginadas em Portugal (1100-1600)_Vídeo
Já se encontra disponível em Gravações vídeo a conferência proferida por Paulo Pereira, no passado dia 27 de Outubro de 2011, na Faculdade de Arquiectura da UP, no âmbito das Conferências Marques da Silva.
Jacques Gréber, urbanista e arquitecto de jardins
Conferência e Exposição
Nos próximos dias 3 e 4 de Novembro, a Fundação de Serralves organiza uma conferência internacional dedicada ao urbanista e arquitecto francês Jacques Gréber (1882-1962), autor do projecto do Parque de Serralves.
Em paralelo, realiza-se no local da conferência uma exposição que integrará documentação cedida pela Fundação Marques da Silva, da autoria do arquitecto José Marques da Silva, nomeadamente peças desenhadas e registos de contactos estabelecidos entre os dois arquitectos, relativas ao Parque de Serralves.
O 3º volume da colecção Arquitectos Portugueses, da autoria de Ana Sofia Cardoso e apoiado pela Fundação Marques da Silva, é dedicado ao arquitecto José Marques da Silva.
Sinopse:
"Marques da Silva conquistou o seu lugar na história da arquitectura e do projecto português, através de um percurso e visão, inegavelmente, soberbos. Versátil, audaz e capaz de responder com elegância e um cunho próprio aos programas mais diversificados, marcou e moldou a expressão do norte do país. É um nome indissociável da sua história, principalmente em cidades como Porto e Guimarães. Viveu e projectou para um período conturbado da passagem do século XIX para o XX e de mudança de regime político e convenções culturais e sociais. Revelou-se exemplo do panorama artístico da nova vida urbana, assim como da actividade dinâmica que marcou os círculos académicos da época."
Este projecto editorial da Quinovi. coordenado pela arquitecta Maria Milano, foi lançado pelo jornal Público e compõe-se de 12 volumes, amplamente ilustrados, que têm como objectivo retratar a vida e obra de outros tantos arquitectos portugueses consagrados no nosso país e além-fronteiras.
Conferência Marques da Silva 2011
Anamnese: arquitecturas imaginadas e arquiteturas míticas em Portugal (1100-1600), por Paulo Pereira
Local: Auditório Fernando Távora (FAUP), 18h00, entrada livre
A Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva, com o apoio da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, promove mais uma edição do ciclo anual de Conferências Marques da Silva.
Na mesma ocasião será feito o lançamento da edição da Conferência Marques da Silva 2010, O Liceu Alexandre Herculano, no Porto. História, projecto e transformação, da autoria do Professor Alexandre Alves Costa.
Para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a 1 crédito de «Formação em Matérias de Arquitectura».
Cerca de 500 títulos editados pelas Universidades Portuguesas vão estar à venda com descontos que vão desde os 10% aos 60%, na 1ª Feira do Livro Académico, e a Fundação Marques da Silva também participa na iniciativa, estando representada através da Universidade do Porto.
A Feira do Livro Académico é organizada pela Associação Portuguesa de Editoras do Ensino Superior (APEES) com o objetivo de promover e difundir os livros académicos das editoras associadas: Universidades Autónoma, Aveiro, Católica, Coimbra, Fernando Pessoa, Lisboa (Imprensa de Ciências Sociais/ICS), Lusíada, Porto e Trás-os-Montes, bem como o Instituto Politécnico do Porto.
A Feira do Livro Académico decorre entre 17 e 21 de Outubro nas instalações da Universidade Fernando Pessoa, entre as 10h00 e as 20h00, na Galeria do Edifício das Clínicas pedagógicas, sita na Rua Delfim Maia, 334. A entrada é livre.
A Fundação Marques da Silva associa-se à campanha 100 Anos, 100 Livros com uma sessão dedicada à obra do Arquitecto José Marques da Silva e à apresentação da linha editorial que tem vindo a promover, com particular destaque para as mais recentes publicações. A sessão decorre na Fnac do Norte Shopping e conta com a presença dos arquitectos Rui Jorge Garcia Ramos e Alexandre Alves Costa.
Lançamento do livro "Leituras de Marques da Silva"
18h30 - Biblioteca da Fundação de Serralves
"Leituras de Marques da Silva. Reexaminar a modernidade no início do século XXI: arquitectura, cidade, história, sociedade, ciência, cultura / Readings of Marques da Silva. A re-examination of modernism at the beginning of the 21st century: architecture, city, history, society, science, culture”, coordenado por Rui Jorge Garcia Ramos, é o novo livro editado pela FIMS.
Esta publicação, que será apresentada por Jorge Figueira, aborda o conceito de modernidade no tempo presente, entendido e questionado a partir da revisitação da obra e da acção do arquitecto Marques da Silva, e integra o contributo de um conjunto significativo de autores:
Alexandre Alves Costa, Álvaro Domingues, Álvaro Ferreira da Silva, André Tavares, Antoine Picon, António Cardoso, Carlos Sambricio, Eliseu Gonçalves, Francisco Barata Fernandes, Gonçalo Canto Moniz, José Bártolo, José Miguel Rodrigues, Luís Santiago Baptista, Luís Soares Carneiro, Mansilla & Tuñón Arquitectos, Marieta Dá Mesquita, Mário João Mesquita, Murillo Marx, Nuno Grande, Pedro Bandeira, Raquel Henriques da Silva, Rui Jorge Garcia Ramos e Virgílio Borges Pereira.
“Num momento em que incertezas de ordem económica e social mundial parecem desintegrar os nossos modos de vida, o livro apresenta 23 textos, cujo fio condutor parte justamente de uma consciência problemática do presente.
Da diversidade de temas e formas os textos descrevem no tempo, no conjunto das suas narrativas, um movimento em arco. Com origem na abertura do século XX e na obra do arquitecto Marques da Silva, atingem uma preocupação comum, explícita ou implicitamente, que, ao interrogar os nossos anseios, debate o aparente caos da criação da arquitectura contemporânea. Esta trajectória permite-nos pensar na necessidade de voltar a olhar as histórias do século XX, ou seja, de regressar aos arquivos, de reorganizar leituras antigas, de revisitar edifícios que, embora conhecidos de todos de quando passamos pelas ruas, são hoje fonte de interrogações mais do que certezas”. (Rui J. G. Ramos, in “Prefácio”)
A sessão de lançamento realiza-se pelas 18h30, na Biblioteca da Fundação de Serralves, sita na Rua Dom João de Castro, n.º 210, no Porto. A entrada é livre.
Projectos de Marques da Silva para a Escola de Belas-Artes do Porto
Foi actualizada a Galeria de obras de Marques da Silva com uma entrada, da autoria de Gonçalo Canto Moniz, sobre os três projectos propostos pelo arquitecto José Marques da Silva, entre 1915 e 1935, para melhoramento das condições físicas e higiénicas da Escola de Belas-Artes do Porto.
A comemorar o 60º aniversário da realização da exposição e do ciclo de conferências do grupo ODAM - Organização dos Arquitectos Modernos, a OASRN promove um conjunto de iniciativas - Diaporama Expositivo, Colóquio, Mesa Redonda e Visitas Guiadas - a decorrerem nos dias 17, 18 e 19 de Junho, em vários locais da cidade do Porto.
A Fundação Marques da Silva (FIMS) inicia hoje o processo de livre acesso ao importante acervo documental de que é detentora, enquanto comunidade membro do Repositório Temático UP.
Através do linkhttp://repositorio-tematico.up.pt/handle/10405/2085 encontra-se disponível ao público interessado uma mostra da documentação que compõe os Dossiers de Projecto das principais obras de Marques da Silva. De momento podem ser consultados os documentos relativos ao projecto da Estação de S. Bento e ao projecto do Teatro de S. João, ambos localizados no Porto, bem como os desenhos realizados por José Marques da Silva durante o período de formação académica em Paris, estando prevista a disponibilização futura, em consonância com a abordagem científica utilizada no Sistema de Informação Marques da Silva Moreira da Silva, dos múltiplos registos documentais relativos a toda a obra do arquitecto.
A Fundação Marques da Silva (FIMS) disponibiliza a partir de hoje a consulta on line do seu catálogo bibliográfico, inserido num domínio próprio, na plataforma Biblioteca Virtu@l UP
Através do linkhttp://catalogo.up.pt/F/?func=file&file_name=base-list&local_base=IMS01, a Fundação Marques da Silva divulga um significativo e valioso conjunto de obras de temática geral onde se destacam livros e periódicos de carácter técnico, do campo da arquitectura, com predominância de livros franceses e alemães. Para além deste acervo literário, parte integrante do Sistema de Informação Marques da Silva Moreira da Silva, a Fundação disponibiliza igualmente a consulta dos livros pertencentes à sua Biblioteca Corrente, constituída por um conjunto de publicações diversas, maioritariamente incidentes nas temáticas da arquitectura, urbanismo e cultural studies.
O tratamento intelectual dos registos encontra-se ainda em curso, estando prevista a apresentação faseada de novos núcleos.
Fundação Marques da Silva presente na Feira do Livro
Começa hoje, dia 26 de Maio, na Avenida do Aliados, na baixa do Porto, a 81.ª edição Feira do Livro do Porto. A Fundação Marques da Silva marca presença através da Universidade do Porto, representada na feira com dois pavilhões contíguos: A13 e A15.
As edições FIMS integram o conjunto de livros disponibilizados pela Universidade e auferem de descontos até 50%. O livro Arquitectos, Engenheiros, Antropóplogos: estudos sobre arquitectura popular no século XX português, da autoria de João Leal será o Livro do Dia no dia 28 de Maio.
A Feira do Livro do Porto é, mais uma vez, organizada pela APEL, em colaboração com a Câmara Municipal do Porto, com o propósito de promover e difundir livros e obras multimédia, fomentar os hábitos de leitura e incrementar o nível de literacia.
A feira estará aberta até dia 12 de Junho de 2011, de segunda a sexta-feira, entre as 12h30 e as 23h30, e aos sábados, domingos e feriados das 11h00 às 23h30. A entrada é livre.
À semelhança de anos anteriores, o Centro Nacional de Cultura - Núcleo do Porto (CNC - Porto) organiza, em colaboração com a Câmara Municipal do Porto, pela sexta vez consecutiva, a Festa na Baixa do Porto que decorre entre 25 e 28 de Maio.
A iniciativa resulta de uma parceria entre o CNC e um vasto número de entidades ligadas às artes e à cultura sedeadas na zona da Baixa do Porto, e tem como principal objectivo a revitalização desta zona da cidade.
A Fundação Marques da Silva associa-se ao evento através da exposição de painéis com reproduções de peças desenhadas de 2 projectos da autoria do arq. Marques da Silva, localizadas no interior dos respectivos edifícios: Estação de S. Bento e Armazéns Nascimento (Fnac de Stª Catarina).
A Fundação Marques da Silva, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, este ano dedicado ao tema "Museus e Memória", associa-se a vários parceiros institucionais na realização de duas iniciativas:
Memórias de Projecto
No átrio da Estação de São Bento, nas montras dos Armazéns Marques Soares localizados no Edifício das 4 Estações, na Rua das Carmelitas e na loja FNAC de St.ª Catarina, encontram-se patentes ao público alguns painéis evocativos de desenhos dos respectivos projectos da autoria de Marques da Silva.
No dia 18 de Maio, o Prof. Doutor António Cardoso orientará a visita às várias obras de Marques da Silva localizadas ao longo da linha 22, no carro eléctrico nº 191, construído em 1929 e restaurado ao estado original. O percurso, de acesso gratuito, realiza-se mediante marcação prévia e tem lotação limitada a 28 lugares sentados.
Duração > 1h30
Saída > Paragem do Carmo - 10h30 e 15h00
Marcação > 22 6158185 - dsgalmeida@stcp.pt
A Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva e a STCP lançaram uma iniciativa conjunta que visa recuperar a memória do legado do arquiteto Marques da Silva, promovendo a redescoberta da obra ao ritmo do carro elétrico.
A partir de hoje e até ao final deste mês, a Linha 22 "transforma-se" na "Linha Marques da Silva". Inaugurada em Setembro de 2007, com um percurso circular entre o Carmo e a Batalha (Guindais), esta linha de carro elétrico oferece a possibilidade de se observar e redescobrir algumas das ruas mais emblemáticas da baixa portuense, onde se destacam 8 edifícios projetados por Marques da Silva (1869-1947):
Através de um folheto a disponibilizar no interior dos carros eléctricos, postos de turismo e outros locais de interesse turístico, como a Estação de S. Bento, o Teatro Nacional de S. João, ou a loja da Fnac de Stª Catarina, os passageiros poderão obter informação sobre estes edifícios, emblemáticos da obra de Marques da Silva.
Liceus do Porto: Liceu Alexandre Herculano e Liceu Rodrigues de Freitas
Foi actualizada a Galeria das obras de Marques da Silva com uma entrada dedicada aos Liceus projectados pelo arquitecto José Marques da Silva para a cidade do Porto, designadamente o Liceu Alexandre Herculano (1914), para o bairro oriental, e o Liceu Rodrigues de Freitas (1918), para o bairro ocidental.
Fundação Marques da Silva vai receber acervo documental do Professor Arquitecto Fernando Távora
A Fundação Marques da Silva acaba de formalizar a receção, para tratamento, estudo e divulgação, do importante e diversificado acervo documental, constituído pela totalidade do arquivo e biblioteca de arquitectura e restante documentação, do Professor Arquitecto Fernando Távora (1923-2005).
Este acervo será incorporado no Centro de Documentação e Investigação de Cultura Arquitectónica da FIMS, tendo em vista a sua salvaguarda, valorização e futura disponibilização para consulta e investigação.
Com uma edição dedicada à Casa-Atelier de José Marques da Silva e o Palacete Lopes Martins (casas-sede da Fundação), a FIMS lança uma linha de cadernos de notas temáticos sobre as obras mais emblemáticas de Marques da Silva, complementares à sua linha editoral.
Cada caderno integra um pequeno texto introdutório, acompanhado de reproduções de algumas peças desenhadas originais e registos fotográficos daquelas obras arquitectónicas.
O Palácio do Comércio: edifício-quarteirão de Maria José & David Moreira da Silva
Foi inaugurada a Galeria de obras de Maria José & David Moreira da Silva com uma entrada dedicada ao projecto e processo de concretização do Palácio do Comércio, edifício multifuncional que preenche o quarteirao formado pelas Ruas Sá da Bandeira, Firmeza, Bolhão e Fernandes Tomás, no Porto.
No passado dia 21 de Outubro, no âmbito da Conferência Marques da Silva 2010, foi apresentado o livro que contém o texto da conferência proferida em 2009 por Joâo Vieira, Documentos e Arquivos de Arquitectura: Princípios, estratégias, metodologias e instrumentos de gestão.
Para mais informações consultar o catálogo dos livros editados, disponível em Livraria
Conferência Marques da Silva 2010
O Liceu Alexandre Herculano, no Porto. História, projecto e transformação
Local: Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, entrada livre
A Conferência Marques da Silva 2010, a proferir pelo Professor Arquitecto Alexandre Alves Costa, incidirá sobre os seguintes pontos:
1.A difícil procura da racionalidade. A Instrução Pública e o projecto moderno do liceu. Os novos programas.
É nos temas públicos e funcionais que Ventura Terra ou Marques da Silva, entre outros, darão as suas melhores contribuições distinguindo-se obras que articulam, no seu racionalismo inteligente, propostas de um funcionalismo mais actual. Os projectos para os liceus serão disso os melhores exemplos.
2. Leitura da evolução do pensamento de Marques da Silva através do processo de desenho na elaboração do projecto do Liceu Alexandre Herculano. Do projecto académico “fechado e objectual” para uma maior abertura e flexibilidade: a cidade, transformação e crescimento, melhores condições de conforto ambiental e vivencial.
3. O projecto de remodelação, conceitos e práticas. Os limites da intervenção transformadora. O edifício pré-existente como regra para o possível ou como fronteira para o impossível. Tipologia e morfologia, escala e linguagem, o terreno disponível, adaptação dos espaços internos. O novo como mais-valia não ostensiva em homenagem ao Mestre.
Na mesma ocasião será feito o lançamento da edição da Conferência Marques da Silva de 2009, «Documentos e Arquivos de Arquitectura», do Dr. João Vieira.
Nota: Para efeitos de Admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a 1 crédito de «Formação em matérias opcionais de arquitectura»
No próximo dia 30 de Setembro, pelas 18h30, no Fórum Fnac de Santa Catarina, a Fundação Arquitecto José Marques da Silva promove a apresentação da sua colecção de monografias sobre algumas das obras mais signficativas do arquitecto José Marques da Silva, com a presença dos arquitectos Rui Ramos e Luís Soares Carneiro, da FAUP, e da professora Lúcia Almeida Matos, da FBAUP.
Na passagem do século XIX para o século XX, o prestígio do arquitecto José Marques da Silva (1869-1947) consolida-se ao projectar obras tão emblemáticas como a Estação de S. Bento, o Teatro Nacional de S. João, o Edifício das Quatro Estações, os Liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas, os Armazéns Nascimento, local onde esta dependência da Fnac se encontra agora estabelecida, o Monumento aos Heróis das Guerras Peninsulares, ou a Casa de Serralves. Com a sua actuação e projectos interveio de forma determinante na arquitectura da cidade do Porto, mas a sua intensa prática profissional estende-se ao Norte do País, com obras expressivas em Braga, Barcelos e, de um modo especial, em Guimarães.
A colecção de monografias que a Fundação Marques da Silva, detentora do acervo deste importante arquitecto portuense, tem vindo a promover iniciou-se com o lançamento do livro de António Cardoso, Estação de S. Bento, e conta já com dois volumes publicados em 2010: A Estranheza da Estípite. Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João, de Luís Soares Carneiro, e Em Granito. A Arquitectura de Marques da Silva em Guimarães, de André Tavares. No prelo encontra-se um novo número dedicado ao Monumento aos Heróis das Guerras Peninsulares, da autoria de Lúcia Matos.
Foi actualizada a Galeria das obras de Marques da Silva com um entrada dedicada ao tempo de formação decorrido em Paris, entre 1890 e 1896.
Relativo a este período, durante o qual Marques da Silva frequentou a École Nacionale et Spéciale des Beaux-Arts e o atelier de Victor Laloux, a FIMS possui um importante e expressivo núcleo de documentação constituído por 67 desenhos de arquitectura.
"Em Granito - A arquitectura de Marques da Silva em Guimarães", do arquitecto André Tavares
Sinopse
Marques da Silva (1869-1947) concluiu os seus estudos na École des Beaux-Arts de Paris em 1896, ano em que regressou ao Porto para iniciar uma prática profissional que marcou a forma da cidade no início do século XX. Em Guimarães projectou vários edifícios emblemáticos da cidade, desde a Sociedade Martins Sarmento ao Santuário da Penha, passando pelo Mercado Municipal e pela obra não realizada dos Paços do Concelho. Num momento de mudança das práticas construtivas e dos enunciados teóricos da arquitectura, Marques da Silva defendeu um modo muito próprio de entender a construção da cidade, dando-lhe expressão particular nos edifícios que projectou e construiu em Guimarães. Nessa prática de projecto produziu muitos desenhos, registos que escondem e revelam ansiedades e esperanças sobre o crescimento da cidade. Este livro apresenta esses documentos, procurando desvendar-lhes sentidos possíveis para compreender a acção da arquitectura nas redes de ligações políticas e afectivas em que a arquitectura se viu envolvida.
"A Estranheza da Estípite: Marques da Silva e o(s) Teatro(s) de S. João"
Sinopse
Este livro parte de um aparente paradoxo: a constatação da insólita presença de estípites, peças de decoração arquitectónica amplamente utilizadas em Portugal durante a segunda metade do séc. XVIII para decoração de superfícies parietais, no segundo Teatro de S. João, obra inaugurada em 1920 sob projecto de Marques da Silva na evidente tradição da École des Beaux-Arts. Para identificar a simbologia e o alcance desta opção decorativa, também presente no Teatro original da autoria de Mazzoneschi, o autor percorre a história do(s) teatro(s) de S. João e estabelece uma série de nexos e interpretações por onde perpassa a percepção do discurso de cada arquitecto, a caracterização dos espaços e o entendimento do contexto portuense.
Lançamento do livro:
Conferência Arquitecto Marques da Silva, 2008
Arquitectos, Engenheiros, Antropólogos:
Estudos sobre Arquitectura Popular no Século XX Português
João Leal
Como noutros países europeus, também em Portugal a arquitectura popular foi ao longo do século XX objecto privilegiado do interesse de intelectuais de extracção variada, especialmente de arquitectos e antropólogos. Esse interesse começou por se desenvolver entre os arquitectos ligados ao movimento da “Casa Portuguesa”, liderado por Raul Lino. Tendo-se iniciado na viragem do século XIX para o século XX, o movimento da “Casa Portuguesa” estava ainda activo nos anos 1940 e 1950 e foi central tanto nas tentativas do Estado Novo de impor um estilo arquitectónico oficial, como nos modos de representação do cultura popular promovidos pelo regime. As principais ideias defendidas pelo movimento da “Casa Portuguesa” viriam entretanto a ser postas em causa por outras aproximações ao tema, como aquelas que foram propostas: (a) pelo “Inquérito à Habitação Rural”, que teve lugar no início dos anos 1940 e foi conduzido por um grupo de engenheiros agrónomos preocupadas com as condições habitacionais existentes nas áreas rurais portuguesas; (b) pelo “Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal” organizado no final dos anos 1950 por um grupo diversificado de arquitectos modernos hostis ao movimento da “Casa Portuguesa”; (c) e, finalmente, pelas pesquisas conduzidas pelo antropólogo Ernesto Veiga de Oliveira e seus colaboradores no Museu de Etnologia entre 1950 e 1960.
O objectivo desta conferência é analisar as diferentes aproximações à arquitectura popular em cada um dos estudos mencionados como momentos de uma espécie de “guerra cultural” opondo diferentes visões da arquitectura e da cultura populares e distintos modos de tratamento do laço entre cultura popular e identidade nacional durante os anos do Estado Novo. As visões da ruralidade prevalecentes em cada uma destes estudos sobre arquitectura popular, as tensões entre nacionalismo e modernismo na percepção das virtualidades da arquitectura popular, as discussões sobre unidade e diversidade do país no tocante à arquitectura popular, são alguns dos tópicos que serão tratados com mais detalhe.
Conferência Marques da Silva 2009
Documentos e Arquivos de Arquitectura: Princípios, estratégias, metodologias e instrumentos de gestão
Local: Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, entrada livre.
A Conferência Marques da Silva 2009, a proferir pelo Dr. João Vieira, Director do SIPA-IHRU, incidirá sobre a temática dos arquivos de arquitectura.
A partir da problematização dos conceitos de documento e de arquivo de arquitectura, serão estabelecidas distinções e semelhanças relativamente a outras tipologias de documentos e arquivos, e aferidas expectativas e potencialidades da sua utilização por parte não só das respectivas entidades produtoras, como também das comunidades científica e dos cidadãos em geral. Serão também abordadas as políticas e estratégias, as metodologias e os instrumentos de processamento técnico e de gestão documental mais adequados tendo em vista a salvaguarda e a valorização organizacional e social dos documentos e arquivos de arquitectura, sendo sublinhada a importância que, nesse sentido, assumem a cooperação e o networking. A título de exemplo, será ainda apresentado o SIPA – Sistema de Informação para o património Arquitectónico, um dos mais relevantes sistemas de informação e documentação arquitectónica, urbanística e paisagística desenvolvidos pelo Estado
português.
Nota: Para efeitos de admissão na Ordem dos Arquitectos, esta conferência equivale a 1 crédito de «Formação em Matérias de Arquitectura».
17 + 24 de Outubro, 7 + 21 de Novembro, 5 de Dezembro
Ciclo Obra Aberta | visitas guiadas a obras edificadas pelo arquitecto Marques da Silva no Porto
No âmbito do lançamento do Mapa de Arquitectura "José Marques da Silva", a Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte, OASRN, com a colaboração da FIMS, organiza entre Outubro e Dezembro de 2009 o Ciclo "Obra Aberta" com 5 visitas guiadas a obras do Arquitecto José Marques da Silva na cidade do Porto, orientadas pelos arquitectos Tasso de Sousa, Luís Soares Carneiro, Luís Aguiar Branco, Gonçalo Canto Moniz, Manuel Sá, Rui Ramos, André Tavares e o historiador Rui Tavares.
(re)Construir Cidades:
Cartografias a partir de Marques da Silva
Género Colóquio Internacional Título (re)Construir Cidades : Cartografias a partir de Marques da Silva Sub-título Colóquio Internacional sobre cidades e arquitecturas da passagem do século XIX para o século XX. Datas 24, 25 e 26 de Setembro de 2009
(re)Construir Cidades: Cartografias a partir de Marques da Silva é um colóquio sobre cidades e arquitecturas da passagem do século XIX para o século XX. Pretende lançar múltiplos olhares e reinterpretar os fundamentos da cultura moderna que, no Porto, teve em Marques da Silva um dos seus principais actores. É organizado pela Fundação Marques da Silva em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) e a Fundação de Serralves, e tem o apoio institucional da Ordem dos Arquitectos/Secção Regional do Norte e da Universidade do Porto.
Género Edição Digital Título Les villes qui meurent sans se dépeupler Sub-título Edição Crítica da Tese de David Moreira da Silva, de 1939 Datas 26 de Setembro de 2009
Em 1939 David Moreira da Silva concluiu, no Institut d’Urbanisme de Paris, a sua tese para obtenção do grau de urbanista. Tomando o Porto como exemplo prático e as teorias de Marcel Poëte como estratégia para analisar a história da cidade, Moreira da Silva torna evidente a relação intima do discurso filosófico de Henri Bergson com os argumentos da cultura arquitectónica portuguesa nos anos que antecederam a II Guerra Mundial. Trata-se de conceber a cidade como um organismo vivo procurando, na análise da sua transformação através dos tempos, identificar o élan vital que a faz mover. Da percepção analítica de vontade científica, emerge a compreensão de valores imateriais, nomeadamente a “alma” que, para além dos homens, também existe na matéria e nos objectos construídos. Dessa imanência resulta a percepção do destino futuro das cidades e dos povos. David Moreira da Silva concluiu a sua tese com propostas operativas para inverter o rumo de decadência a que sentia votada a cidade do Porto. Esta edição reproduz o texto original, enquadrando-o com uma revisão crítica do discurso, fornecendo ao leitor as pistas necessárias para uma compreensão histórica dos argumentos de um dos principais urbanistas portugueses do século XX.
Género Edição Título Mapa de Arquitectura do Porto | Marques da Silva Datas 26 de Setembro de 2009
Apresentação do segundo Mapa de Arquitectura do Porto dedicado às obras do arquitecto Marques da Silva e publicado conjuntamente pela Câmara Municipal do Porto, Ordem dos Arquitectos / Secção Regional do Norte e Fundação Marques da Silva. O Mapa apresenta e localiza 26 obras de Marques da Silva que podem ser visitas, oferecendo ao visitante da cidade informação complementar ao que pode apreciar no seu passeio.