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Palacete do Visconde de Villar de Allen « voltar às obras


Marques da Silva, Estudo para o hall do Palacete do Visconde de Villar de Allen, [1927]
 

Início do projecto 1927
Data de início da obra 1927

Classificação como Imóvel de Interesse Público 2012 (Portaria nº 609/2012 de 24 de Outubro)
 

Instalado num amplo terreno da rua António Cardoso, junto ao Campo Alegre - zona de extensão da cidade que nos anos 20 atrai a construção de casas e palacetes de luxo, como sejam os da família Andresen ou Burmester - o Palacete Allen destinou-se a casa de habitação para Joaquim Ayres de Gouveia Allen, 3º Visconde de Villar d’Allen, engenheiro de formação, futuro cônsul da Bélgica no Porto e casado com a filha mais velha de Adriano Ramos Pinto, célebre comerciante e proprietário de Vinho do Porto.
Os primeiros desenhos da encomenda feita a Marques da Silva datam do início de 1927, porém, nos meses seguintes, em claro diálogo com o processo criativo do arquiteto, o casal Allen viria a propor alterações essencialmente relacionadas com o desenho do hall e da capela. O projeto final, com uma imagem neoclássica a sugerir de forma suavizada e ajustada ao contexto portuense o Petit Trianon de Versalhes, constitui uma expressão academizante sem continuidade no desenvolvimento da obra de Marques da Silva.
O grande hall central é o elemento-chave de todo o projeto, organizador do espaço interno e com importantes reflexos no exterior. Capaz de articular os espaços de sociabilidade com a zona de serviço e a escada nobre, exibe um apurado tratamento cénico do vão de escada, em dupla altura e rematado pelo lanternim na cobertura. A pedido do casal Allen, o hall encontra-se orientado a sul e não sobre a rua principal, o que provoca um suposto equívoco na hierarquização das fachadas. A fachada nascente, a mais disciplinada e de composição mais rígida, virada à rua António Cardoso, com ênfase no pórtico colunado e por definição a principal, não tem ligação direta ao espaço de receção da casa. É a fachada sul, lateral face à rua, que se impõe em termos de representatividade pois sobre ela se desenha o pórtico de acesso ao vestíbulo que conduz ao hall e distribuem as salas e quartos principais. Uma ambiguidade projetual assumida e integrada na visão totalizadora de Marques da Silva.
De acordo com o paradigma da casa burguesa, faz parte integrante do projecto do Palacete Allen o desenho dos espaços exteriores com jardins que aproveitam três frentes da casa: na frente nascente e sul predomina um esquema racional e na zona posterior, a poente, o espaço sofre uma influência inglesa, mais romântica e naturalista, de desenho largo mas caprichoso. Apesar de aqui aplicado em menor escala, é este esquema de jardins de dupla articulação e complementaridade que vemos em Serralves.
Nos jardins do Palacete encontra-se também instalada, desde 1991, a Casa das Artes, projeto do arquiteto portuense Eduardo Souto Moura. Hoje encerrado ao público, este equipamento cultural, que oferece uma sala de exposições e duas salas para concertos e conferências, destaca-se pela sua discrição, simplicidade e integração no espaço envolvente.

Bibliografia

CARDOSO, António – O Arquitecto José Marques da Silva e a Arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX. Porto: FAUP publicações, 2ªedição, 1997.
RAMOS, Rui Jorge – Arquitectura e projecto doméstico na primeira metade do século XX português. Porto: FAUP publicações, 1ªedição, 2010.

Localização
Porto, Lordelo do Ouro, Rua António Cardoso | Rua Ruben A
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  • Marques da Silva, Alçados do Palacete Allen, [1927]
  • Marques da Silva, Cortes do Palacete Allen, [1927]
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