Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra aborda o mundo de Fernando Távora, na rede das suas várias dimensões. A obra é una nas oito unidades que a integram: quatro volumes, dividindo-se os três primeiros em dois tomos cada; dividindo-se o tomo I do volume 1 em dois fascículos; o quarto, um volume simples.
O volume 1 considera as múltiplas iniciativas e estudos que, em tempo de identificação da vocação mais do que da procura duma originalidade, o jovem Távora empreende na ânsia de respostas à pergunta Porquê uma arquitectura diferente? A nova arquitectura não se formará em duas ou três gerações, como supõem os que supõem ter criado um estilo português. Chegar ao homem que não é máquina de calcular nem existência sem controle.
“Arre, estou farto de semi-deuses”, escancara Távora no rosto de livro de Le Corbusier. É à bolina desse grito de Campos-Távora que o volume 2 expõe sobre o tempo da fuga da abstracção – Já é tempo de Portugal reencontrar a sua arquitectura; sobre a certeza resolvida – viver completamente, com arte, com saber, é produzir uma obra de arquitectura. A modernidade de um acontecimento mede-se pela relação que ele mantém com as condições dentro das quais se realiza. Sendo diferentes as condições serão diversas as soluções – mas deve ser comum a natureza das relações. A modernidade constante da harmonia do espaço contemporâneo, dimensão operativa da tradição.
O volume 3 versa sobre a continuidade de uma causa e de uma escola que Távora fez por renovar numa estreita relação entre ofício e pedagogia. A arquitectura materializa-se no dia a dia pela liberdade futurante do ofício: a unidade em cada momento – a diversidade ao longo de uma vida – posso estar paralelamente a projectar uma choupana e um palácio, com expressões arquitectónicas e fundamentos económicos, sociais e políticos completamente opostos e ser sincero em tudo… ou fingido em tudo, o que é sempre a mesma coisa… O pensamento de Távora em termos de arquitectura, e o como foi realizado é o tópico.
A realização na arquitectura sempre puxou Távora para a lição que se aprende pelo estudo da herança construída. O volume 4 arrisca uma projecção de As raízes e os Frutos. Num pressuposto que a afirmação Eu sou a arquitectura portuguesa enuncia a singularidade da acção de Távora face a dogmas do seu tempo, que edição-livro, para aflorar energia narrativa sobre a singularidade dessa viagem na esteia da modernidade?
Esta obra, a publicar em parceria pela Fundação Marques da Silva, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e U.Porto Press, tem investigação, organização, edição e notas da autoria de Manuel Mendes.