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Sistema de Informação João Queiroz

 


João Queiroz, Casa dos Arcos, na rua António Aroso, data. Foto s.a., s.d.

 

João Queiroz, um arquiteto tranquilo

Quanto menos corrermos a Europa, em sud-express, mais jornadearemos em Portugal, na mala-posta, a cavallo, lendo as serras, soletrando os panoramas. Somos um povo de poetas: quanto menos livros, quanto menos comboios, melhor.*


João Marcelino Queiroz trabalhou no Porto entre 1920, data da conclusão do seu curso de Arquitectura Civil, e o ano de 1982 em que faleceu com 90 anos. Era um homem bom e de sociedade, republicano, capitão do exército e proprietário de uma loja de artigos decorativos regionais, na Rua de Santa Catarina, onde passava, por dia, umas horas de cavaqueira.
Profissionalmente foi um homem isolado. Sempre trabalhou só, desenhando, ele próprio, todas as peças do projecto. O número crescente de clientes, sobretudo na década de quarenta, não fez crescer o seu minúsculo escritório, mas sim as suas horas de trabalho sereno.
Sem a-prioris moralistas ou ideológicos sobre a qualidade do cliente, dos seus programas e dos seus gostos ou sobre o significado das linguagens, projectou, na sua cidade natal, o Cine Teatro Olímpia, o Cinema Trindade, uma hipótese não construída para o Cinema Batalha e o Café Majestic, na linha dos cafés tardo-romanticos. Construiu prédios, lojas, igrejas, escolas e uma enorme quantidade de moradias.
Não se lhe conhecem viagens ao estrangeiro, mas, na sua biblioteca, agora depositada na Fundação Marques da Silva, a partir de generosa doação dos seus herdeiros, tem, em livros, revistas e colecções de estampas, a informação do que se vai construindo.

Texto de Alexandre Alves Costa, Maio de 2015

 
 

A assinatura do contrato de doação dos herdeiros de João Queiroz (1892-1982) decorrerá no dia 18 de maio de 2015, no Café Majestic, seguindo-se a intervenção do Professor Arq.to Alexandre Alves Costa, sobre João Queiroz, um Arquiteto tranquilo. Esta iniciativa, organizada pela Fundação Marques da Silva em parceria com o Café Majestic, está integrada na programação do Dia Internacional dos Museus.

 

Cerimónia de assinatura: folha de sala
Ver álbum de fotografias
Ver Um arquiteto da Escola do Porto ainda por descobrir [Jornal Público, artigo de Sérgio Andrade]
 

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* Alberto D´Oliveira, Palavras Loucas. Coimbra, F. França Amado, 1894.

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