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Sistema de Informação Octávio Lixa Filgueiras

ESBAP, disciplina de Arquitectura Analítica do Professor Octávio Lixa Filgueiras: Operação Barredo, levantamento de António de Brito, 1967-68

 

... conhecer para compreender (...) Para muitos o arquitecto é o que faz; para uns tantos, o arquitecto também pensa; para os que sabem, o arquitecto, para realizar-se tem de saber fazer e, ao mesmo tempo, conhecer as coisas, e os homens, e o mundo, e a vida...

Octávio Lixa Filgueiras, Da Função Social do Arquitecto, 1962, p.16

 

Octávio Lixa Filgueiras (1922-1996) foi um dos primeiros arquitetos portugueses a explorar ligações entre a arquitetura e as ciências sociais. Para além de arquiteto, Lixa Filgueiras foi também etnógrafo e arqueólogo. Formou-se na Escola de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1953, onde foi aluno de Carlos Ramos e colega, entre outros, de Fernando Távora, Fernando Lanhas, João Andresen ou José Carlos Loureiro. Na sua tese de licenciatura (CODA) Lixa Figueiras apresentou uma inovadora abordagem teórico-prática à questão do mundo rural como um tema central para o urbanismo moderno. Filgueiras foi membro da Organização dos Arquitectos Modernos (ODAM) e participou nas reuniões preparatórias do grupo CIAM Porto. É neste contexto que retoma a investigação da CODA para escrever sobre o Habitat, procurando dar o seu contributo para a elaboração em 1953 da Charte de l’Habitat (A Carta do Habitat), o documento que os membros do CIAM Internacional ambicionavam criar para complementar a famosa Charte d’Athènes de l’Urbanisme (Carta de Atenas do Urbanismo).
 

As reflexões de Filgueiras sobre a Carta do Habitat exploram a dimensão humanista e social da arquitetura. Esta dimensão viria a ser notória na sua participação no Inquérito à Arquitectura Popular desenvolvido entre 1955 e 1961. O trabalho de campo realizado pela equipa do Inquérito coordenada por Lixa Filgueiras na região de Trás-os-Montes e Alto Douro viria a ser essencial para o trabalho enviado pelo grupo CIAM PORTO para o CIAM 10 que se realizou em Dubrovnik em 1956. Foi igualmente um elemento central no desempenho  de funções docentes na ESBAP, atividade que inicia em 1962, o ano de publicação do seu texto mais relevante, “A Função Social do Arquitecto”. Até 1970, aí promove, na âmbito da disciplina de Arquitectura Analítica, um método pedagógico inovador, os Inquéritos Urbanos. O seu interesse pelas pessoas, pelo seu habitat, pelos seus costumes e tradições leva-o também à arquitectura naval tradicional e erudita, tornando-se um dos principais estudiosos.


O seu espólio reflete o valioso contributo que Lixa Filgueiras representa para a cultura portuguesa em geral, e para a arquitetura em particular. Nos múltiplos papéis que desempenhou, o contributo intelectual de Filgueiras foi sempre orientado por uma profunda ética humanista que o coloca como um personagem essencial para as políticas de preservação do património cultural Português. Trata-se de mais de 1200 peças desenhadas e 6 metros lineares de peças escritas referentes tanto à sua formação académica, quanto à atividade profissional por si desenvolvida, enquanto arquiteto e professor. O acervo integra ainda registos fotográficos e uma biblioteca constituída  por 1377 livros que abrangem áreas tão distintas como arquitetura, urbanismo, história, arte e património. A integração desta documentação na Fundação Marques da Silva vem associar a produção intelectual de Filgueiras à de outros arquitetos que, como ele, contribuíram decisivamente para a criação e para a preservação do património arquitetónico em Portugal.
 

No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a 18 de abril de 2017, a Fundação Marques da Silva assinalou a doação do acervo do Arquiteto e Professor Octávio Lixa Filgueiras. O programa, comissariado pelos Professores Gonçalo Canto Moniz e Nelson Mota integrou, para além da formalização do gesto, através da assinatura do contrato entre a Presidente do CA da Fundação e os herdeiros de Octávio Lixa Filgueiras, um colóquio e uma exposição onde se procurou refletir sobre a forma como o problema do Habitat está presente nos seus textos, nos seus desenhos, nas suas fotografias, nos seus livros e também na sua arquitetura, debatendo o seu contributo para a consolidação de uma abordagem humanista na construção e preservação do património cultural e arquitectónico.

 


Consulta: Arquivo Digital e da Biblioteca OLF

Outra informação
Octávio Lixa Filgueiras: da função social do arquiteto | Programa e Síntese das sessões

Ver Cartaz
Ver Desdobrável (com textos dos comissários e de Octávio Lixa Filgueiras)

Ver álbum fotográfico do programa de 18.04.2017

Octávio Lixa Filgueiras: o Habitat da Modernidade
+ info sobre a Exposição e Programação Paralela

 

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