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Sistema de Informação António Teixeira Guerra
 


António Teixeira Guerra, Perspetiva da moradia para o Eng.º João Serra, [1959]

 

O percurso formativo de António Teixeira Guerra (1929-2012) não passou pelas escolas nacionais. A carreira diplomática do seu pai, o embaixador Ruy da Fonseca e Sousa Camões Teixeira Guerra, assim o ditou. Depois da frequência de escolas no Canadá e na Alemanha, acabou por iniciar os seus estudos em Arquitetura na Universidade de Yale, em 1946. Seguiu depois para Lausanne, na Suíça, onde veio a obter o seu diploma, com nota máxima, dez anos mais tarde, sendo aí convidado a exercer as funções de assistente do Professor Jean André Tschumi, então Diretor da Escola Politécnica e Presidente da UIA. No ano seguinte, após exame realizado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, obtém a equiparação académica que lhe permite começar a exercer a atividade de arquiteto e urbanista em Portugal.
 

Teixeira Guerra regressou ao seu país de origem para, a partir da década de 60, se afirmar profissionalmente enquanto consultor em matéria de planeamento turístico - caber-lhe-á, por exemplo, elaborar, com José da Silva Lopes, as bases para o primeiro Plano de Desenvolvimento Turístico de âmbito nacional - e enquanto arquiteto liberal - data desse período, o primeiro desenho aqui publicado, uma perspetiva da moradia para o Eng.º João Serra ou, juntamente com Carlos Manuel Ramos, a autoria do edifício da Avenida Marechal Gomes da Costa para a DIALAP – Sociedade Portuguesa de Lapidação de Diamantes, onde se encontra atualmente instalada a sede da RTP. Em 1977, já depois de lhe ter sido reconhecido, pela OCDE, o estatuto de "perito turístico", vai fundar a A.D.R. - Agência de Desenvolvimento Regional, Lda, um gesto de consolidação do seu interesse pelo planeamento. Mas foi também assombrado por um projeto tornado matéria quase obsessiva de trabalho a partir de finais da década de 80, na terra de onde se inscrevem as raízes da família Teixeira Guerra. A perda do sonho de vir a ser o proprietário do Castelo do Crato, em Portalegre, pertencente ao seu pai e por este doado ao Município em 1989, levá-lo-ia a lutar pela adjudicação do projeto de conservação e revitalização das ruínas, que consegue em 1991, e a criar, em 1996, a Fundação do Castelo do Crato, da qual se assumirá como Presidente, Arquiteto e Administrador. Seria esta a forma de materializar os projetos, arquitetónicos e programáticos, que ao longo de várias décadas tinha vindo a realizar para este lugar em cujo interior tinha chegado mesmo a pensar instalar o seu próprio mausoléu. E lutou por essa Fundação, tentando obter financiamento junto das mais variadas entidades, na Europa e nos EUA. Em 2009, através desta Fundação ainda chega a publicar a sua tradução de Eupalinos, de Paul Valéry, numa edição conjunta com a Cavalo de Ferro. Algumas obras de conservação foram realizadas. Teixeira Guerra acaba por falecer em 2012 e este não foi o seu destino final. A Fundação do Crato é a última obra que deixa inscrita no CV que acompanha a documentação existente em Arquivo. O castelo encontra-se agora abandonado.
 

Em 2021, os seus herdeiros doaram o acervo do arquiteto Teixeira Guerra, constituído por 4.500 peças desenhadas, cerca de 5 metros lineares de documentação escrita e 103 fotografias, à Fundação Marques da Silva. A descrição sumária deste acervo, uma breve nota biográfica e uma primeira lista de obras acaba de ser publicamente disponibilizada para consulta no Arquivo Digital da instituição, sendo igualmente possível efetuar já consultas presenciais desta documentação.

 

 

 

 

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