A Fundação
Os Arquitectos
A Documentação
Património Edificado
Investigação
Edições
Conferências
Colóquios
Exposições
Cursos
Visitas Guiadas
Viagens Culturais
Outras iniciativas
Gravações vídeo
Podcasts
Newsletter
Contactos
Loja
Destaques
Carrinho de Compras
Arquivo digital
Catálogo bibliográfico
facebook
facebook

Sistema de Informação Rui Goes Ferreira


Rui Goes Ferreira no seu atelier de arquitectura, s.d., s.a.

 

"A sua obra arquitetónica, ainda pouco conhecida, representa a perseguição do desenho, o contínuo apuramento do traço ao longo do tempo, na adequação a situações de projeto sempre diferentes. Seguir os passos de Rui Goes Ferreira é uma desconcertante experiência de humanidade, de limite, de procura insaciável, de sonho e de utopia."

Duarte Belo

 

Rui Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Formou-se em arquitetura no Porto, cidade onde frequenta a Escola de Belas Artes e inicia o exercício da prática da Arquitetura como estagiário no atelier de Januário Godinho. Regressou à Madeira em 1955, aí desenvolvendo uma intensa e diversificada atividade enquanto profissional liberal, professor e dinamizador de projetos culturais. É no território natal que a sua obra vai ganhar plena expressão. Atento ao lugar, ao seu contexto urbano e paisagístico, projeta em sintonia com os princípios modelares de uma formação moderna, mas sensível às preocupações e necessidades de uma comunidade com um caráter singular.


Precursor da arquitetura moderna no arquipélago da Madeira, Rui Goes Ferreira, a par de Raúl Chorão Ramalho, revela diferentes campos de atuação e de interesse: Arquitetura, Urbanismo, Arte e Sociedade. Pelo seu atelier passaram nomes como Manuel Vicente, Marcelo Costa, José António Paradela, José Zúquete ou António Marques Miguel. Da obra realizada, destaca-se o trabalho realizado no Funchal para as Habitações Económicas da Federação das Caixas de Previdência, com a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, vários projetos de unidades de habitação individual e coletiva, como o Bairro dos Pescadores em Câmara de Lobos, o arranjo e proposta de construção de um abrigo para o Miradouro do Pico do Areeiro, o acompanhamento do Plano Diretor da Cidade do Funchal, coordenado por José Rafael Botelho, ou o projeto cultural da Galeria de Artes Decorativas TEMPO, desenvolvido com o escultor Amândio Sousa.

Duas das suas obras, a Casa do Povo da Boaventura, em São Vicente, edifício que conjuga exemplarmente as condicionantes locais da Ilha da Madeira com a linguagem moderna, e a Fábrica da Empresa de Cervejas da Madeira, projecto que alcança a circunstância rara de atribuir urbanidade a um programa eminentemente industrial, foram recentemente propostas para Classificação como Conjuntos de Interesse Público.


Em 2018, a sua obra foi objecto da exposição “Rui Goes Ferreira. Imagem de uma obra interrompida”, com curadoria de Madalena Vidigal, neta do arquitecto, e fotografias de Duarte Belo. Na dissertação de mestrado que dedicou à obra do avô, Madalena Vidigal refere que Goes Ferreira "levou para a Madeira a reflexão do papel social do arquiteto. Um trabalho feito pelo homem para o homem que usa a paisagem e o lugar como dado cultural a integrar na estrutura final, humanizando a arquitetura e desenhando-a à escala natural".
 

A recente transferência do espólio deste arquiteto, prematuramente falecido em 1978, para a Fundação Marques da Silva vai possibilitar novas aproximações ao seu legado, criando um contexto favorável à realização de ações que promovam o conhecimento e estudo de uma arquitetura que ainda hoje marca o território onde foi construída. Trata-se da memória documental do trabalho desenvolvido no atelier de Rui Goes Ferreira ao longo de mais de 20 anos de atividade, testemunhada em cerca de 90 projetos que passam a estar disponíveis para investigação.

Consultar:
Arquivo Digital FIMS

 

Sobre este Arquiteto:

Madalena Vidigal,“Rui Goes Ferreira: Ensaios sobre uma obra interrompida. Madeira 1956-1978”, Dissertação de Mestrado, Faculdade de Arquitecctura da Universidade do Porto, 2016.
Exposição RUI GOES FERREIRA.Imagem de uma obra interrompida (Porta 33, Funchal, 2018)

 

Mapa de Arquitetura, lançado a 4 de outubro de 2022, pela Secção Regional da Ordem dos Arquitetos, com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Secretaria Regional e de Turismo da Madeira. Conceção e organização de conteúdos por Madalena Vidigal.


 

 

 

 

© fundação instituto arquitecto josé marques da silva / uporto / design: studio andrew howard / programação: webprodz