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Sistema de Informação José Forjaz


Fotografia publicada in José Forjaz: a paixão do tangível, uma poética do espaço. Maputo: EPM-CELP, 2012.

 

O primeiro contacto com esta Fundação aconteceu em 2017. Veio de Lisboa ao Porto para dar o seu depoimento sobre o "Mestre Fil" (Octávio Lixa Filgueiras, seu professor) e, ao assim fazer, revisitou as suas memórias de estudante, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Regressou no ano seguinte, para aqui lançar o livro José Forjaz: Pensar Arquitectura, uma coletânea antológica de textos de sua autoria que dedicou aos seus mestres, alunos e colegas, numa partilha de ideias, reflexões e argumentos a sublinhar a necessidade da Arquitetura e a responsabilidade dos arquitetos para a construção de uma harmonia social. Alguns meses depois, associava-se à homenagem então feita a um dos seu amigos de sempre, Raúl Hestnes Ferreira, pela Fundação Marques da Silva. Em 2022, tomou a decisão de doar a esta instituição o seu próprio Arquivo e Biblioteca, que, vindos de Maputo, Moçambique, depois de uma longa viagem pelos oceanos Índico e Atlântico, aqui chegaram um ano depois. Faleceu em Lisboa, a 25 de junho de 2024.

José Forjaz nasceu em Coimbra, a 10 de maio de 1936, e, como já referido, formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Colaborou com Fernando Mesquita, Pancho Guedes, João Andresen, Octávio Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Conceição Siva, Bartolomeu Costa Cabral, Maurício de Vasconcelos e João José Tinoco. Em 1968, abriu, na Suazilândia, o seu primeiro atelier de arquitetura. A partir de 74, adotou Moçambique como espaço privilegiado de ação, exercendo uma atividade profissional onde se inclui também o desenho urbano e o planeamento regional. Neste país exerceu igualmente funções governativas, representativas e docentes de relevo. A sua vasta obra estende-se por vários países africanos. Foi professor, conferencista e autor de obra escrita. Ao longo do seu invulgar e internacionalmente reconhecido percurso obteve múltiplas distinções, entre as quais o Prémio Ralph Erskine. Afirmava que "a tentação e o encanto da forma foram sempre a emoção estimulante" da sua prática projetual, mas muito para além do sentido estético, a sua arquitetura transporta sempre um sentido ético e humanista.


O valioso acervo deste arquiteto é composto por projectos de arquitectura, maquetas, imagens fotográficas, correspondência,  e 52 m/l de documentação escrita. A sua importante biblioteca profissional, que preenche 44 m/l de publicações, integra mais de 2000 títulos, onde se incluem inúmeras monografias dedicadas a Sinan, Frank Lloyd Wright, Le Corbusier, Louis Khan ou Sigurd Lewerentz, entre muitos outros. Nela sobressai, ainda a título de exemplo, uma edição de 1787, em português, do livro “Regras das Sinco Ordens de Architectura”, de Giacomo Vignola, bem como várias primeiras edições de livros e álbuns de limitada tiragem, com um foco particular em teoria e história da arquitectura. O acervo inclui ainda uma grande quantidade de diapositivos e material fotográfico recolhido ao longo das múltiplas viagens de estudo e de trabalho que foi realizando. No seu Atelier, desde 1968, realizaram-se projectos de muitas escalas e em diversos contextos, desde habitação unifamiliar e coletiva a edifícios culturais, universitários, governamentais e religiosos, reunidos num vasto conjunto de documentação que se encontra em fase de tratamento. Em breve podeá ser estudada e já pode ser parcialmente consultada.
 


Sobre / A consultar:

Octávio Lixa Filgueiras (1922-1996) - Mestre Fil, texto publicado em formato digital pela Fundação Marques da Silva (2017)

Lançamento do livro José Forjaz: Pensar Arquitectura, Fundação Marques da Silva (2018)
José Forjaz (1936-2024): pensar como arquitecto, actuar como cidadão, artigo de Jorge Figueira paa o Jornal Público (2024)

 

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