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7 de dezembro de 2023 |
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Alfredo Leal Machado: o tempo do estudante e o tempo do arquiteto |
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Em 1953, a ESBAP, sob direção de Carlos Ramos, juntamente com a Academia Nacional de Belas Artes e o Sindicato Nacional dos Arquitetos, promove uma exposição de homenagem ao "Mestre Marques da Silva" (1869-1947), expondo, na Escola, as suas obras, acompanhadas de projetos realizados ou em realização por alguns dos seus discípulos. E aí nos deparamos com o nome de Alfredo Duarte Leal Machado, que apresenta painéis fotográficos dos Pavilhões masculino e feminino do Sanatório D. Manuel II, em Vila Nova de Gaia, do edifício das Obras Públicas, em Coimbra, da Fábrica Triunfo, também em Coimbra, e do interior do Restaurante Abadia, no Porto. Mas se recuarmos ao ano de 1928, ainda durante a direção de José Marques da Silva, também o nome de Alfredo Duarte Leal Machado constava da lista dos alunos do Curso de Arquitetura Civil que nesse ano tomaram a iniciativa de organizar uma homenagem a Marques da Silva. A sessão, durante a qual se procede ao descerrar de um medalhão, cujo molde faz hoje parte do acervo da Fundação Marques da Silva, é presidida por Guedes de Oliveira e adquire uma particular importância, já que nela Marques da Silva aproveitou para lutar pela afirmação da Escola e da missão do arquiteto, assim como para lançar o desafio para a constituição de uma associação de antigos e atuais alunos da Escola.
Leal Machado, ao participar numa e noutra ação, nos 25 anos que as separam, deixa clara a sua filiação à Escola e ao Diretor que, em abril de 1932, tendo sido seu professor, irá assinar a sua Carta de Curso Especial de Arquitetura Civil e o seu Diploma de Arquiteto. A consulta do seu dossier de aluno, disponível na FBAUP, por entre a formalidade do processo burocrático que caracteriza este tipo de documentação, vai disponibilizando dados curiosos sobre o percurso deste então aspirante a arquiteto na EBAP. Ficamos a saber, por exemplo, que Leal Machado, depois de ter concluído com distinção a instrução primária do segundo grau, em 1917, 4 anos mais tarde, vindo de Paços de Ferreira e residente no Colégio dos Orfãos, no Porto, está a ser admitido no 1.º ano do curso preparatório "com destino a Arquitectura". As cartas de admissão sucedem-se anualmente, de acordo com a progressão do curso, sendo que em 1926, ano do desenho aqui publicado e onde é evidente a matriz beauxartiana da sua formação, bem distinta da obra exposta em 53, indica como nova morada o Hotel Nacional (rua de Entreparedes). No ano seguinte, aluno do 4.º ano do Curso de Arquitectura Civil, declara ser morador no Hotel Aliança (rua Sampaio Bruno), traços de uma certa errância pela cidade. Em 1928, no ano da referida Homenagem a Marques da Silva, surge-nos como aluno finalista, isto é, a solicitar admissão à frequência do 5.º ano. Por fim, encontra-se associado ao processo deste aluno um pedido de admissão à matrícula no Curso de Urbanologia, datado de 1945, que não terá procedência. Ressalve-se que, por esse tempo, Alfredo Leal Machado estaria a residir em Coimbra, cidade onde não só deixaria obra construída como tinha assumido funções como Vereador.
Como arquiteto, na qualidade de colaborador de Manuel Lima Fernandes de Sá, na Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, em 1951, regressará ao Porto e à Escola. Coassina então um projeto para o Pavilhão de Arquitetura a situar nos jardins do Palacete Braguinha, para onde a Escola se transferira em 1937 e ainda hoje permanece.
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904, em Santiago de Modelos, concelho de Paços de Ferreira. Passam hoje 119 anos sobre o seu nascimento.
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06 de dezembro de 2023 |
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"The work of the Portuguese architect Fernando Lanhas – sustainability in Architecture"
Luís Urbano, Diogo Sousa Rocha, Tuomas Siitonen
13.12.2023, 16h - Museu do Design, Helsínquia |
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No próximo dia 13 de dezembro, o Museu do Design de Helsínquia vai acolher um encontro entre três arquitetos - Luís Urbano, Vice-presidente da Fundação Marques da Silva, Diogo Sousa Rocha, um dos fundadores do Mass Lab, e Tuomas Siitonen, do Departamento de Arquitetura da Aalto University - para uma conversa sobre sustentabilidade em Arquitetura, a partir da obra do artista e arquiteto português Fernando Lanhas.
Esta iniciativa, organizada no contexto do centenário do nascimento de Fernando Lanhas, foi organizada pela Embaixada de Portugal na Finlândia e na Estónia e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
+ info: www.designmuseum.fi |
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05 de dezembro de 2023 |
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TÁVORA NO TEMPO: os vídeos do encontro |
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A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto disponibilizou, no seu canal youtube, as gravações vídeo do encontro TÁVORA NO TEMPO, iniciativa inserida no programa de celebração do centenário do Arquiteto Fernando Távora - TÁVORA 100 - e que teve lugar no dia 21 de outubro passado. As gravações acompanham o programa então seguido:
- Abertura: Teresa Cálix / Alexandre Alves Costa
- Painel 1: Carlotta Torricelli / José António Bandeirinha - mod. Luís Soares Carneiro
- Painel 2: Ana Vaz Milheiro / Fernanda Barbara - mod. João Belo Rodeia
- Painel 3: Ricardo Pais / Gonçalo Byrne - mod. Jorge Figueira
- Painel 4: Emilio Tuñon / José Miguel Rodrigues - mod. Maria Manuel Oliveira
+ info: Távora 100
Imagem: Viagem ao Egito: Fernando Távora em Saqqara, 1984, fotografia de Sergio Fernandez. |
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2 de dezembro de 2023 |
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PVP - Pousada do Vinho do Porto, um concurso que José Carlos Loureiro nunca esqueceu
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Dificilmente um arquiteto se esquece de um projeto, mesmo se quando o enfrentou, a sua construção, não sendo um dado adquirido, acabou por não acontecer. E em particular se, com esse projeto, se venceu o Concurso que ditou o programa ao qual este deveria responder. Assim foi com o projeto para uma Pousada do Vinho do Porto que José Carlos Loureiro desenvolveu em 1964, a localizar na Régua, mais precisamente na proximidade da estrada que liga Santa Marta de Penaguião a Peso da Régua. Não era a primeira vez que José Carlos Loureiro se confrontava com este tipo de equipamento. Dez anos antes projetara a Pousada de S. Bartolomeu, em Bragança, "um importante ponto de ruptura com o imaginário oficial das pousadas de turismo, sendo a primeira de uma série que se afasta do discurso iconográfico-celebrativo do Estado Novo, para propor uma abordagem mais realista à tradição e à cultura portuguesas" (SIPA).
A Pousada do Vinho do Porto não viria a sair do papel, mas os desenhos hoje guardados no Arquivo da Fundação Marques da Silva garantem a sobrevivência da ideia e mostram como poderia ter sido. A consulta da memória descritiva deixa entrever a preocupação com o ajustamento do edifício à topografia do terreno, a procura de uma orientação otimizada e a importância de o abrir a uma paisagem "deslumbrante". Diz-nos também do cuidado com que toda a organização e relações dos espaços internos foram pensados, assim como prevista a utilização de materiais tradicionais da região, apoiados por técnicas e materiais mais recentes. Por sua vez, a estimativa orçamental apresentada garantia o cumprimento das instruções emitidas pelo Ministério das Obras Públicas (MOP) para construção de edifícios públicos. Não foi, contudo, possível identificar a entidade promotora do concurso nem, consequentemente, as razões pela qual não se avançou com a sua construção, ficando desde já o repto lançado a quem conseguir partilhar estas informações.
Certo é que, em 2013, José Carlos Loureiro, em entrevista ao Correio do Porto, ao falar sobre o seu Arquivo, onde constavam mais de 400 projetos, não deixou de referir o da Pousada do Vinho do Porto. A ele pertencem as expressivas imagens aqui publicadas. Este arquiteto, nascido a 2 de dezembro de 1925, faria hoje 98 anos.
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30 de novembro de 2023 |
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ALGAS ELÉTRICAS - últimos dias |
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Hoje e o próximo sábado são os últimos dias para visitar a exposição ALGAS ELÉTRICAS, na Fundação Marques da Silva. Aqui se dão a conhecer o projeto de Pablo Bras, "Le Pavillon des Rêves", sobre as energias residuais potenciais em ambientes suburbans, e o projeto "Alga", de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação baseada nas algas verdes que invadem as nossas praias.
A exposição, com curadoria de Scott Longfellow, foi apresentada pela Agora du Design e pelo Institut français du Portugal, sendo parte integrante da programação da Porto Design Biennale, edição 2023. A entrada, entre as 14h e as 17h30, é livre.
+ info: www.ifp-lisboa.com |
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24 de novembro de 2023 |
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O coup de foudre de Raúl Hestnes Ferreira |
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"Foi um coup de foudre". É esta a expressão utilizada por Raúl Hestnes Ferreira, em conversa com Alexandre Alves Costa, Adelino Gonçalves e Nuno Correia, publicada na monografia das Edições Asa, para descrever o momento em que conheceu Louis Kahn. Corria o ano de 1962 e foi de tal forma intenso o impacto do momento em que o então jovem estudante de arquitetura ouve Kahn falar sobre o edifício Salk, que este decidiu abandonar Yale e ingressar na Universidade da Pensilvânia, onde Louis Kahn ensinava, coadjuvado por Norman Rice e Robert Le Recolais.
Dessa sua passagem pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo, Raúl Hestnes Ferreira guardou um conjunto de apontamentos tirados em aula, juntamente com um ou outro trabalho académico e listas bibliográficas de suporte a algumas das disciplinas por si frequentadas, hoje preservados no acervo doado à Fundação Marques da Silva. Observá-los sob diferentes perspetivas é um desafio, já que a sua leitura começa a extrapolar o mero âmbito da sala-de-aula quando se cruza com outros contextos mais amplos, que nos conduzem, por exemplo, aos projetos que Kahn se encontrava então a realizar e que Hestnes Ferreira acompanha também em atelier, ou com o que virá a ser a sua influência no percurso futuro do aluno, enquanto arquiteto. Mas, a um primeiro olhar e desde logo, através deles, podemos refazer o plano de estudos vigente e identificar os respetivos professores de cada disciplina. Lá encontramos, entre outros e para além dos já mencionados, os nomes de Romaldo Giurgola, August Komendant, Erwin Anton Gutkind ou Chester Rapkin. Entrevemos igualmente os temas e a forma como iam sendo desenvolvidos ao longo de cada aula.
Os apontamentos manuscritos das aulas de Kahn, onde vamos entrevendo, entre outros, o foco nas questões da circulação, os modos de pensar edifícios com funcionalidades muito específicas ou uma análise profunda das estruturas monásticas, incluem esquemas e muitas notas sobre conteúdos, ideias e comentários, a oscilar por vezes entre o português e o inglês, mas sempre claras no sentido do que estará a ser debatido e dos casos em estudo. Notas pormenorizadas e de síntese perante o que lhe é dado ouvir, até porque "são as coisas que não estão escritas no programa que são de facto importantes" e "the motivation is the important thing".
Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931. Tinha pouco mais de 30 anos, quando se cruzou com Louis Kahn. O que viveu nesse "tempo americano" e em particular o que aprendeu com Kahn seria determinante e manter-se-ia presente em muito do que veio a projetar assim que regressado a Portugal. Hestnes Ferreira completaria hoje 92 anos.
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23 de novembro de 2023 |
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Francisco Granja, o arquiteto do Cine-Teatro Vale Formoso, "uma casa de espectáculos que honr[ou] o Porto", com "uma programação de alta categoria" |
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Esta perspetiva, desenhada e assinada por Francisco Granja, data de 1948 e refere-se à fase final do projeto para construção do Cine-Teatro Vale Formoso, no Porto, iniciado em parceria com Carlos Neves, em 1944, mas que caberia aquele arquiteto finalizar.
Situado na freguesia de Paranhos, na rua de S. Dinis, este Cine-Teatro foi implantado em terreno cedido por Arnaldo Caldeira Pato, a quem viria a ser comissionada a sua construção numa fase inicial, transitando de seguida para Alberto Simões Carneiro, seu sócio na Empresa Cinematográfica Vale Formoso. Uma iniciativa privada, mas inserida numa dinâmica de alcance nacional, impulsionada e apoiada pelo Estado Novo. E uma sintonia programática que a memória descritiva de 1946 fazia questão de sublinhar: "São, como se sabe, as casas de espectáculos, verdadeiras escolas de educação cívica, e, graças à iniciativa do Governo na sua grandiosa Obra de Revolução Nacional, se tem criado, pelo País fora, os incentivos profundos e vincados, abrindo caminho às iniciativas particulares que o secundam na creação profunda e progressiva da cultura intelectual artística do Pôvo Português".
O Vale Formoso, com as suas linhas modernistas, foi assim um edifício pensado de raiz e modelado de acordo com a nova tipologia que ao longo da primeira metade do século xx se vai difundir: a de um Cine-Teatro, ou seja, um equipamento capaz de receber teatro, mas, sobretudo, um espaço onde fosse também possível projetar cinema, não obstante um e outro implicarem diferentes necessidades técnicas. Foi também projetado para acolher mais de 1000 espectadores, pois era suposto servir não só a freguesia de Paranhos, como as freguesias vizinhas de Bonfim, Nossa Senhora da Conceição, Carvalhido e Lapa. Dado que desde logo justifica a escala adotada para o edifício e a generosidade dos seus espaços interiores. Desafios, de programa e de escala, que o seu autor soube superar.
Segundo Carolina Carvalho, que em 2019 defendeu, no âmbito da sua dissertação de mestrado para a FAUP; a possibilidade de o reabilitar para sede do TUP, o Cine-Teatro Vale Formoso abriu as suas portas a 30 de dezembro de 1948. Percorrendo memórias soltas deste Cine-Teatro, é dado assente que este "cinema de Bairro", até à década de 70, conseguiu afirmar-se na cidade. Ideia que os seus promotores, aliás, publicitavam: "uma casa de espectáculos que honra o Porto", com "uma programação de alta categoria". Entraria depois, tal como muitas outras casas deste tipo, num lento declínio, acabando por vir a ser alugado, já na década de 90 pela IURD, que aí permaneceu até 2010. Em 2022, foi classificado Património de Interesse Municipal, conjuntamente com um grupo de moradias, num conjunto delimitado pela Rua de S. Dinis, Rua do Capitão Pombeiro e Rua de Cunha Júnior. Uma classificação "fundamentada na sua autenticidade e exemplaridade, de artefacto arquitetónico de época que mantém a sua matriz projetual, e pela memória coletiva que transporta nas suas volumetrias".
Francisco Fernandes da Silva Granja nasceu em Viseu, a 23 de novembro de 1914. O acervo deste arquiteto formado pela EBAP em 1940 foi doado à Fundação Marques da Silva, em cujo Arquivo pode ser consultado e estudado. Passam hoje 109 anos sobre o seu nascimento.
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16 de novembro de 2023 |
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Escritos Escolhidos #30 em jeito de balanço
Fernando Távora, "Eu sei, eu sei / Sim, eu sei"
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Esta que é 30.ª edição do podcast Escritos Escolhidos, é também aquela que vai finalizar este projeto surgido em 2020, em tempos de confinamento. Chega assim ao fim um espaço onde ganharam voz "escritos" de 22 autores/arquitetos, de uma ou de outra forma ligados à Fundação Marques da Silva ou aos seus Arquivos, por vezes revisitados: José Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Alexandre Alves Costa, Bartolomeu Costa Cabral, Álvaro Siza, Raúl Hestnes Ferreira, José Carlos Loureiro, Sergio Fernandez, Jorge Gigante, José Porto, Fernando Lanhas, Octávio Lixa Filgueiras, Alfredo Matos Ferreira, Marques de Aguiar, Mário Bonito, Agostinho Ricca, António Cardoso, Manuel Graça Dias, Manuel Botelho, Nuno Portas e Francisco Barata Fernandes. O programa termina sem esgotar todos os que nele poderiam ter tido lugar. Em jeito de despedida, nada como regressar ao tanto que Fernando Távora foi escrevendo e partilhar um inspirador escrito-poema-manifesto de 1980, um convite a mergulhar permanente e apaixonadamente na paixão da vida.
Escritos Escolhidos, com conceção e locução de Paula Abrunhosa, faz parte da plataforma criada pela Casa Comum da Universidade do Porto, para disponibilização deste tipo de conteúdos. Desde a primeira hora contou com a colaboração vital e imprescindível de Paulo Gusmão e de todos aqueles que, ao longo dos vários programas, se tornaram cúmplices na seleção e enquadramento dos textos aí abordados.
LInk para Escritos Escolhidos #30: Fernando Távora: Eu sei, eu sei / Sim, eu sei (1980)
+ info Podcasts da Fundação Marques da Silva
Imagem: Fernando Távora, Convento de Cristo em Tomar, anos 90. Fotografia de Sergio Fernandez. |
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16 de novembro de 2023 |
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CONSTRUIR POR PALAVRAS:
Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias
Colóquio Internacional
27-29 novembro 2023, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |
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CONSTRUIR POR PALAVRAS é o primeiro Colóquio Internacional que o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) se propõe organizar em torno das "Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias". Com coordenação científica de Patrícia Monteiro e Fernando de Moraes Gebra, cruzando olhares e análises interdisciplinares, este Colóquio tem como objetivo refletir sobre diferentes formas de estruturação e percepção do espaço edificado, bem como o seu impacto na sociedade, a partir obra de escritores e poetas portugueses e estrangeiros. Terá lugar no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com os dois primeiros dias destinados à apresentação das várias comunicações e o dia 29 a contemplar um programa social.
Esta iniciativa conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva, instituição onde, para além dos vários acervos arquivístivos e bibliográficos que a distinguem, se encontra depositada a mais importante coleção privada pessoana, reunida ao longo da vida pelo Arquiteto Fernando Távora.
Consultar Programa
Consultar Sinopse
+ info: www.ulisboa.pt / site: construir por palavras
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14 de novembro de 2023 |
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TÁVORA Desenho de Viagem
18.11.23 - 20.04.24 | Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende |
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No próximo dia 18, sábado, às 17h30, com o apoio da Fundação Marques da Silva, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar na Sala de Exposições Temporárias uma exposição dedicada aos desenhos de viagem do Arquiteto Fernando Távora.
TÁVORA desenho de viagem apresenta um conjunto de trabalhos realizados entre 1960 e 1997 por Fernando Távora ao longo de viagens que se estendem a quatro continentes - América, Ásia, África e Europa -, provenientes do arquivo depositado na Fundação Marques da Silva. A exposição ficará patente ao público até 20 de abril do próximo ano.
Esta iniciativa, inserida no programa de comemoração do centenário do arquiteto Fernando Távora - Távora 100 -, é parte integrante das celebrações do 30.º aniversário desta instituição, que se encontra instalada num edifício projetado por José Carlos Loureiro, ainda em vida do pintor Júlio Resende. Neste mesmo dia e no âmbito desta efeméride, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar mais duas exposições: RESENDE desenho de viagem, na Sala do Acervo, e LUGAR DO DESENHO - 30 anos, na Sala 3/HISCOX.
Consultar Programa
+ info: www.lugardodesenho.org.pt |
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14 de novembro de 2023 |
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O valor permanente da obra de Fernando Távora:
observado através do projeto de conservação das suas obras
Sede da Assembleia de Guimarães | 18 novembro 2023 – 20 janeiro 2024 |
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Integrada no programa Távora 100 – Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com curadoria de Vincenzo Riso e Ana Luísa Rodrigues, inaugura no próximo dia 18 de novembro de 2023 pelas 15h00 na Sede da Assembleia de Guimarães.
Nesta exposição, mostram-se estudos desenvolvidos por estudantes do Mestrado Integrado em Arquitetura da EAAD-UM, no âmbito da U.C. Atelier de Projeto (5º ano), sob o tema da conservação do património Moderno. No ano académico 2015-2016, os estudantes tiveram como estudo de caso o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953/1959), da autoria de Fernando Távora. E no ano de 2021-2022, o edifício sede da Assembleia de Guimarães também de Fernando Távora. Ambos os exercícios tiveram como pressuposto o estudo dos edifícios, tendo em vista a definição de intervenções para a sua boa conservação e uso. Os estudos assim particularizados destas duas obras ensaiam uma reflexão acerca das qualidades absolutas da obra de Fernando Távora, aqui especificamente reconhecida na correspondência entre princípios de idealização da construção e a sua realidade material. Assim, propõem-se em exibição coordenada os resultados dos trabalhos escolares desenvolvidos.
A exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com organização da Assembleia de Guimarães (Rui Vítor Costa) e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (Bruno Figueiredo) (EAAD/UMinho) e com apoio da Câmara Municipal de Guimarães e do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), estará patente na Sede da Assembleia de Guimarães, até 20 de janeiro de 2024. Pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 13h00 às 22h30.
O programa Távora 100 é uma iniciativa conjunta da Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a Universidade do Minho e a Universidade de Coimbra para a Organização das Comemorações do Centenário do Nascimento do Arquiteto Fernando Távora.
Ver Cartaz | + info: www.arquitetura.uminho.pt
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13 de novembro de 2023 |
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PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Um livro para afirmar a continuação e preservação de um legado |
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Mais do que o lançamento de um livro, na Fundação Marques da Silva, no passado sábado, assistiu-se ao (re)encontro de uma comunidade que se reconhece e se revê num sentimento de orgulhosa pertença a um lugar com características singulares: o Parque Habitacional do Luso-Lima, um projeto de José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos.
O conjunto habitacional, iniciado no final dos anos 50, em resposta a uma encomenda da Santa Casa da Misericórdia do Porto, proprietária do terreno onde veio a implantar-se, localizado numa zona da cidade então ainda em expansão, à rua da Alegria, propunha um modelo inovador de estrutura urbana. A validade do seu plano programático e dos ideais humanistas que o sustentavam, ainda hoje evidente, potenciou e possibilitou um forte sentido de comunidade, visível nas memórias de quem habitou ou continua a habitar este lugar. Aqui, entre torres e blocos, forma e função harmonizaram-se numa arquitetura de qualidade que percorre o desenho meticuloso dos espaços interiores e exteriores, dos fogos às áreas comuns e de serviços, da galeria ao jardim. Aí se concentraram artistas e agentes culturais da cidade que, nesse viver de proximidade, o ajudaram a distinguir. Aí cresceram livremente várias gerações de crianças, aí se foi construindo uma consciência coletiva de um habitar incomum.
Assim, numa sala pequena de mais para todos os que quiseram estar presentes e num ambiente de calorosa partilha de memórias, decorreu a apresentação deste livro, pensado e organizado por Luís Pinto Nunes (atual morador) e Luís Albuquerque Pinho (que aí passou a sua infância), onde se conta a história do Luso-Lima, se propõem diferentes olhares sobre o espaço e se publica um alargado "álbum de família". Sublinhando a sua relevância, seja na Fundação, seja na visita guiada que se seguiu, oradores (Fátima Vieira, Susana Lourenço Marques, António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan, Luís Pinheiro Loureiro e Luciana Rocha) e público convergiram ainda na necessidade de garantir a continuidade e preservação deste legado. Que seja também um contributo para questionarmos a forma como nos relacionamos com a cidade e os modelos que procuramos para nela habitar.
Ver álbum fotográfico da sessão |
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12 de novembro de 2023 |
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Francisco Barata Fernandes, uma «Aula fora-de-moda»
Escritos Escolhidos #29 |
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É a pensar numa «aula fora-de-moda» que Francisco Barata Fernandes começa a preparar-se para as Provas de Agregação que viria a realizar em 2016, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. E são esses primeiros apontamentos, recolhidos por Mariana Sá, que hoje se dão a conhecer no 29.º Escritos Escolhidos.
Francisco Barata Fernandes tornou-se arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Acompanhando ativamente o movimento que, com participação de professores e estudantes, lutou pela gestão democrática no Curso de Arquitetura e pela reformulação de uma estrutura de curso conforme à cidadania e autonomia da arquitetura, obteve o seu diploma em 1980. Quatro anos mais tarde partiu para Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar centros históricos. Doutorou-se já na década de 90, na Universidade do Porto, com a tese Transformação e Permanência na Habitação Portuense – as formas da casa na forma da cidade, orientada por Fernando Távora e Daniele Vitale. Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura do Porto, aí exerceu também, entre outras, funções de presidente do Conselho Diretivo (2006-2010) e presidente do Conselho Científico (2014-2018). Sempre demonstrou um particular interesse pelas questões da cidade, do território e do seu ordenamento, pela História na sua relação com a Arquitetura, pela reabilitação do património construído. A prática do ofício, iniciou-a ainda estudante, no atelier de Fernando Távora. Posteriormente, em associação, com Alfredo Matos Ferreira, Bernardo Ferrão e Manuel Fernandes de Sá. Mais tarde, em atelier próprio, que ao longo dos anos viria a integrar Madalena Pinto da Silva e o filho de ambos, Manuel Barata Fernandes. Da sua obra, destaque para o Plano para a Avenida da Liberdade em Lisboa, a Cooperativa de Massarelos no Porto, o projeto de conservação e recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira, a recuperação da Igreja Matriz de Vimioso ou a reabilitação do Palácio dos Condes de Basto e Pátio de S. Miguel em Évora. E, no âmbito da capital da cultura Porto 2001, a reabilitação da Praça da Cadeia da Relação e do Largo do Olival, e ainda o projeto da Rua do Almada. Assinou também o projeto da Marginal de S. Paio, em Canidelo, Vila Nova de Gaia. Com a reabilitação do edifício projetado por José Marques da Silva na rua Alexandre Braga, pertencente à Fundação Marques da Silva, viria, em 2014, juntamente com Nuno Valentim e José Luís Gomes, a receber o Prémio João de Almada. Foi, desde a primeira hora, membro do Conselho Geral desta Fundação, que teve o privilégio de receber em doação o seu acervo e bibliotecas profissionais.
Francisco Barata Fernandes, nasceu no Porto a 12 de novembro de 1950. Faria hoje 73 anos.
Link para o podcast: Escritos Escolhidos #29: Francisco Barata Fernandes, «Aula fora-de-moda»
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10 de novembro de 2023 |
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PARQUE
Amanhã há lançamento de livro |
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Amanhã é dia de apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, um projeto editorial de Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, publicado pela Pierrot le Fou. A partir das 15h30, na Fundação Marques da Silva, vai ter lugar uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, que contará com a participação de António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e dos editores, Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes. Se a chuva der tréguas, segue-se uma visita guiada ao jardim por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima, seguida de Magusto.
O livro, amplamente ilustrado, contém documentação do processo evolutivo deste projeto assinado por José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, que aí instalaram o seu atelier, e da sua construção; um conjunto de textos da autoria de Bernardo Pinto de Almeida, Luciana Rocha e Sónia Moura; e, no final, fotografias provenientes de álbuns de algumas famílias que aí viveram ao longo da década de 70, como foi o caso dos arquitetos Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Augusto Amaral e Anni Günther, João Serôdio, Manuel Teles ou dos artistas plásticos João Dixo e João Machado. Com ele espera-se também promover a classificação deste conjunto habitacional, pelo valor patrimonial material e imaterial que nele converge.
Esta edição de PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023 conta com o apoio da Direção Geral das Artes, Fundação Marques da Silva, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Câmara Municipal do Porto - Divisão Arquivo Geral, Faculdade de Belas Artes do Porto, Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade.
A sessão é de entrada livre.
+ info aqui
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9 de novembro de 2023 |
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Cadernos com assinatura.
Há novidades na Loja! |
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E porque não levar consigo um caderno que transporta um belo desenho de um dos "nossos" arquitetos? Estão já disponíveis 2 novos modelos que têm em comum um mesmo ponto de partida: a reprodução de desenhos recolhidos no arquivo da Fundação. O primeiro, pensado pelo Nonverbal Club no contexto do programa Távora 100, propõe dois cadernos de capa branca que dão total protagonismo aos desenhos de viagem de Fernando Távora. O outro, com design gráfico de Francisca Rebelo, estagiária da FBAUP, associa aos desenhos de José Marques da Silva, Fernando Távora, Fernando Lanhas e Octávio Lixa Filgueiras, uma capa com cor, assumidamente chamada a desempenhar uma função importante na composição final.
Venha visitar as exposições "Fernando Távora. Pensamento Livre" e "Algas Elétricas" e passe pela nossa Loja.
+ info aqui: Cadernos "Távora 100" / Cadernos "um desenho, uma cor" |
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8 de novembro de 2023 |
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Rui Goes Ferreira e a importância do detalhe em arquitetura |
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Em 1964, inserido no programa de apoio à construção de Habitações Económicas, da Federação das Caixas de Previdência, Rui Goes Ferreira é chamado a projetar uma vivenda unifamiliar para o Dr. Ricardo Camacho, a implantar na Rua dos Ilhéus, numa área nobre da cidade do Funchal. O programa, documentado no Arquivo deste Arquiteto pertencente à Fundação Marques da Silva, revela pormenores curiosos, com Rui Goes Ferreira a fazer questão de assumir alguns compromissos de princípio. Por exemplo, o aspeto geral deveria ser "sóbrio e digno. Sem planos complicados e confusos, nem placas estúpidas de cimento." Ou, que se obrigava a cumprir escrupulosamente o valor estipulado, já que "a competência dum arquitecto mede-se pelo lado artístico e funcional, mas em especial, pela economia, detalhe e pontualidade." O certo é que a grande preocupação recaía na vontade de evitar atrasos ou paragens por falta de detalhes por parte do autor do projeto.
A vivenda, de rés-do-chão e 1.º andar, acabaria de ser construída em 1973 e permanece na família, já que é hoje habitada pela filha do Dr. Ricardo Camacho. Mantém essa tão desejada sobriedade e recato sublinhadas no projeto, permanecendo escondida por trás de um muro no interior de um quarteirão. Como podemos ler no Mapa de Arquitetura Rui Goes Ferreira: obra n.º 04, "a sua distinção encontra-se na qualidade dos materiais e no desenho dos pormenores, suavemente adaptados ao quotidiano". Os desenhos dos estores ou os caixilhos de batente de canto assim o confirmam, tal como o cuidado na escolha de madeiras como mogno, criptoméria ou sucupira.
Rui Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Faria hoje 97 anos.
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6 de novembro de 2023 |
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Alcino Soutinho: o apelo da viagem entre amigos |
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Vinte e quatro anos separam estas duas viagens a um mesmo destino, a Grécia. A primeira, tirada por Sergio Fernandez, é de 1976 e nela podemos identificar Fernando Távora e Alcino Soutinho em "analítico diálogo" sobre indiscernível assunto, enquanto Laura Soutinho e Álvaro Siza descontraidamente conversam a seu lado. A segunda, tirada por José Bernardo Távora, é de 2000 e capta o momento em que Fernando Távora e Alcinho Soutinho procuram uma qualquer informação num livro igualmente não identificado que Alcino Soutinho segura nas mãos. De novo, o tema que os ocupa permanece inacessivel a quem observa a fotografia, mas ao vê-las lado a lado, percebe-se como apesar da passagem dos anos a cumplicidade entre ambos se manteve, assim como o gosto da viagem em grupos que refletiam as suas vivências pessoais e afetivas, os interesses que os uniam. Viajar era cruzar a vida com a Arquitetura. Aí se estreitavam laços de amizade enquanto se exercitava o olhar por destinos que intencionalmente se procuravam. Em 2000 cumpriu-se o desejo de Fernando Távora regressar à Grécia. Pelo impacto que tiveram, estas viagens não se podem dissociar da forma de estar destes arquitetos, seja no exercício da arquitetura, seja enquanto professores. Delas ficaram registos que lhes acrescentaram outros olhares e lhes conferiram um significado crescente para novas gerações que os podem ver e consultar: fotografias, desenhos, escritos (alguns em exposição em Fernando Távora. Pensamento Livre). É que um arquiteto, como em tempos um artigo do jornal Público referia, nunca é um turista acidental.
Alcino Soutinho nasceu a 6 de novembro de 1930. Faria hoje 93 anos. |
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03 de novembro de 2023 |
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PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes (Eds.)
Lançamento de livro, visita guiada e magusto
11 de novembro, Fundação Marques da Silva (15:30) e Luso (17:00) |
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A apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, pensado e organizado por Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, da editora Pierrot le Fou, vai acontecer no próximo dia 11 de novembro. Será uma sessão a dois tempos, o primeiro, às 15:30, na Fundação Marques da Silva, e um segundo, no Luso, a partir das 17:00. É que depois de uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, onde participam António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e os editores, seguir-se-á, se as condições climatéricas assim o permitirem, uma visita guiada por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima. E para acabar em festa, porque é dia de São Martinho, todos estão convidados para um Magusto.
Esta será também uma oportunidade única para adquirir o livro com um desconto especial.
+ info AQUI |
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30 de outubro de 2023 |
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A exposição ALGAS ELÉTRICAS já pode ser visitada |
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E já abriu a exposição ALGAS ELÉTRICAS. Com curadoria de Scott Longfellow, dá a conhecer os projetos de Samuel Tomatis e Pablo Bras, dois caminhos de investigação e criação distintos que partilham uma mesma vontade: procurar formas de tornar o mundo em que vivemos mais positivo e sustentável.
A visitar de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).
Ver álbum fotográfico da abertura
+ info aqui |
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27 de outubro de 2023 |
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Porto Design Biennale: Algas Elétricas
Abre hoje, às 17h00, na Fundação Marques da Silva |
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A exposição ALGAS ELÉTRICAS abre hoje às 17h00.
E está tudo pronto para o/a receber na Fundação Marques da Silva. |
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27 de outubro de 2023 |
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Fernão Simões de Carvalho e o "Continental" das Avenidas Novas |
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Em 1980, Fernão Simões de Carvalho (São Paulo de Luanda, 1929) decide regressar do Brasil, onde colaborara com Horácio Camargo e Maurício Roberto, e fixa-se definitivamente em Portugal. Recebe então a encomenda de Manuel Lourenço Marçal, proprietário das Construções Continental, lda., para projetar um edifício de escritórios a implantar na Travessa Sá da Bandeira, em Lisboa. Circunstâncias várias levarão, contudo, à transformação desse projeto inicial num Hotel, ainda que as principais linhas propostas se mantenham e reconheçam no edifício construido, voltado agora para a Rua Laura Alves. Nesta nova e última fase, que decorre entre 1985-87, Simões de Carvalho, com a colaboração de Cristina Blanc, vai propor um edifício com 22 pisos (entre os quais 5 caves e um piso técnico), unificados acima do solo por uma enorme e elegante fachada envidraçada num plano curvilíneo. Soluções que não só otimizam a adaptação ao terreno, como permitem rentabilizar a sua ocupação. No interior, sobressai o exercício de trazer a maior iluminação natural possível, seja através de varandas ou da inserção de poços de luz, e a presença de espaços ajardinados. Coube ainda ao atelier de Simões de Carvalho projetar a iluminação e a decoração interior, desenhando candeeiros e mobiliário.
O Hotel Continental tem sofrido algumas intervenções posteriores, mas continua a manter a essência do projeto pensado e desenhado por Fernão Simões de Carvalho que completa hoje 94 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto! |
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26 de outubro de 2023 |
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PRÉMIO FERNANDO TÁVORA 17.ª edição
Conferência do vencedor e abertura da Exposição "Aldeias Modernistas"
31 outubro, 18h00, sede OASRN |
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Na próxima terça-feira, pelas 18h00, realiza-se na sede da OASRN a Conferência e abertura da Exposição do Vencedor da 17.ª edição do Prémio Fernando Távora.
“Aldeias Modernistas” apresenta a viagem do arquiteto João David Valério, percorrendo um conjunto de protótipos de habitação coletiva em alta densidade / baixa altura construídos na Suíça durante as décadas de 1950 a 1980.
"Procurou-se uma viagem com perspectivas múltiplas que permitissem um panorama histórico mais completo e, simultaneamente, contribuíssem para o trabalho na contemporaneidade. A viagem foi uma ferramenta indispensável, tanto na dimensão mais evidente de conhecer os edifícios no local e as pessoas que os ocupam, como na oportunidade de visita aos arquivos e encontro com pessoas ligadas a estas obras que generosamente partilharam as suas memórias e ideias. Neste diário de viagem fica uma síntese da experiência, articulando a dimensão teórica com a beleza de viajar e o espanto de descobrir novos lugares e pessoas."
A entrada e gratuita, sujeita a inscrição prévia.
A Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura são parceiras deste Prémio organizado pela OSRN e que conta com o apoio da Ageas Seguros.
+INFO: www.ordemdosarquitectos.org
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25 de outubro de 2023 |
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Porto Design Biennale: Algas Elétricas
nova data: 27.10.2023
17h, Fundação Marques da Silva |
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A exposição “Algas Elétricas” apresentada no âmbito da Porto Design Biennale já tem uma nova data de abertura!
Dia 27 de outubro, às 17h, venha à Fundação Marques da Silva conhecer os projetos de Pablo Bras - Le Pavillon des Rêves -, sobre o potencial de energia residual em ambientes suburbanos, e de Samuel Tomatis - Alga -, o culminar de sete anos de trabalho sobre as algas verdes que estão a invadir as nossas praias.
A exposição “Algas Elétricas”, com curadoria de Scott Longfellow, reúne estes dois projetos de investigação em design que pouco têm em comum, a não ser a lucidez de dois criadores face ao “aqui e agora”, a sagacidade e a capacidade destes criadores gerarem futuros a partir de erros do passado, ao que parece sem esperança.
Inserida na programação da Porto Design Biennale, esta exposição é apresentada pela Agora du Design e pelo Institut français du Portugal.
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23 de outubro de 2023 |
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FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
assim foi a abertura |
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Assim foi, na passada sexta-feira, na Fundação Marques da Silva, com o auditório do Palacete Lopes Martins a ser demasiado pequeno para acolher todos os que quiseram estar presentes na sessão de abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
Poderá agora visitá-la até ao dia 3 de fevereiro, de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 18h00 (última entrada às 17h30).
Ver álbum fotográfico aqui |
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23 de outubro de 2023 |
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Távora no Tempo e abertura do núcleo "Aulas"
um dia, muitas vozes, renovados olhares sobre Fernando Távora |
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Sábado passado, na continuação do programa iniciado com a abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, e já na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi a vez de um conjunto de personalidades enfrentar a complexidade de uma figura poliédrica e heterodoxa como é a de Fernando Távora, cruzando olhares e debatendo visões a partir de diferentes perspetivas. A esta polifonia de vozes - Alexandre Alves Costa, Teresa Cálix, Carlotta Torricelli, José António Bandeirinha, Luís Soares Carneiro, Ana Vaz Milheiro, Fernanda Barbara, João Belo Rodeia, Ricardo Pais, Gonçalo Byrne, Jorge Figueira, Emilio Tuñón, José Miguel Rodrigues e Manuela Oliveira - reuniu-se a voz do próprio Fernando Távora presente no núcleo "Aulas", na Galeria de Exposições, que então se deu também a conhecer.
O encontro foi gravado e será futuramente divulgado.
Ver Álbum fotográfico aqui. |
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23 de outubro de 2023 |
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DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS
colóquio
24 de outubro, 10h45-17h30, DARQ-UC |
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O colóquio DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS integra-se numa série de iniciativas organizada pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra que, centrada no percurso de sete figuras que partilham a sua experiência profissional e pessoal sobre um tema específico, tem por objetivo retratar o papel do desenho na atividade académica-científica e na prática profissional dos arquitetos e de outros protagonistas ligados à disciplina da Arquitetura.
Nesta sua 5.ª edição, e enquanto parte do programa Távora 100, centra-se em Fernando Távora. Como se sabe, o desenho ocupa um relevante lugar no percurso de vida deste arquiteto. Da prática da arquitetura à docência, passando pelos diários de viagem, o desenho constitui um modo de ver o espaço que nos rodeia: é, por isso, uma memória de um tempo próprio que inevitavelmente reflete as circunstâncias experienciadas pelo arquiteto. Em DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS vai-se procurar revelar esses percursos, desenhados em ambientes distintos, pelos que tiveram o privilégio de partilhar com Fernando Távora o desenho na escola do Porto, no Colégio das Artes em Coimbra, no escritório, em viagem, nas suas investigações ou até na esplanada de um café.
Programa
10h45 Abertura
11h00 Eduardo Fernandes
11h30 Ana Alves Costa
12h00 Teresa Pais
12h30 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
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15h00 Jorge Figueira
15h30 Rita Marnoto
16h00 Carlos Martins e Paulo Providência
16h30 Luís Urbano
17h00 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
17h30 Encerramento
A organização desta edição, que vai ter lugar ja amanhã, foi assegurada por Luís Miguel Correia, Teresa Pais e Gonçalo Canto Moniz (Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra).
+ info: www.uc.pt |
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19 de outubro de 2023 |
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FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
ABERTURA 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza
Fundação Marques da Silva
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A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE abre amanhã! Ação central das comemorações do centenário de Fernando Távora - que estão a cargo da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho - celebra a vida e obra desta figura maior da Arquitetura portuguesa.
Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
+ info AQUI |
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18 de outubro de 2023 |
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José Marques da Silva e os Palacetes do Conselheiro Pedro Araújo |
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"O carácter distintivo dos espaços, os lugares significantes, os valores de particularização e de individuação fazem da habitação o terreno mais inquietante do arquitecto e da ética do projecto [...] na mútua revelação e cumplicidade do arquitecto e do encomendador A casa é assim um duplo espelhamento." (António Cardoso, O Arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX)
O Conselheiro Pedro Maria da Fonseca Araújo (1862-1922) foi uma figura influente na vida política, social e comercial da cidade do Porto entre o final do séc. XIX e as duas primeiras décadas da centúria seguinte. Destacado e bem-sucedido homem de negócios, benemérito e mecenas, exerceu vários cargos públicos de relevo e obteve mútiplas distinções, a última das quais, a atribuição por D. Manuel II do título de Marquês da Brejoeira. Monárquico progressista, exerceu, entre outras, a função de Vereador da Câmara Municipal do Porto (1890-1895) e assumiu a Presidência da Associação Comercial do Porto entre 1895-1896 e 1901-1905.
Por sua vez, José Marques da Silva (1869-1947), regressara à sua cidade natal, o Porto, em 1896, com o estatuto de arquiteto diplomado pelo Governo Francês e com a proposta de um projeto para uma Estação Central, que, como sabemos, virá a realizar. Em breve ingressará na Câmara Municipal (1904-07), como Arquiteto, e na Escola de Belas Artes (1906-39), como Professor. O prestígio e qualificação de Marques da Silva garantem-lhe um conjunto de encomendas públicas, onde se inscreve a poderosa Associação Comercial do Porto, sendo que os primeiros trabalhos aí executados datam de 1893, prolongando-se até 1912. Por formação e vocação, nada mais natural, portanto, do que ser procurado para idear também os espaços de habitação de muitas destas figuras emergentes e afirmativas na cena pública da cidade, que assim procuravam um arquiteto capaz de materializar espaços diferenciados, isto é, lugares significantes e convergentes com as suas aspirações sociais. E entre elas, o Conselheiro Pedro Araújo.
Marques da Silva, entre 1910 e 1926, será chamado a intervir em dois lugares de exceção, ambos pertencentes ao Conselheiro: o Palacete da Rua do Campo Alegre, no Porto (que Fernando Távora virá a recuperar na década de 80, enquanto Círculo Universitário do Porto); e o Palácio da Brejoeira, em Monção, onde as obras se prolongaram para além da própria vida do Conselheiro. Aqui, naquela que foi a primeira casa a ter luz elétrica na região, ainda podemos admirar hoje o teatrinho Apolo e espaços singulares como a sala de leitura e a biblioteca, ou mesmo peças de mobiliário e o requintado acabamento de alguns tetos, caso do da sala de jantar, da autoria deste arquiteto.
José Marques da Silva nasceu no Porto, a 18 de outubro de 1869. |
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17 de outubro de 2023 |
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Algas Elétricas
Abertura da Exposição
21 de outubro, 18h, Fundação Marques da Silva |
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A Porto Design Biennale traz à Fundação Marques da Silva a exposição apresentada pela Agora du Design e o Institut français du Portugal, sob curadoria de Scott Longfellow, Algas Elétricas.
Em sintonia com o tema para 2023 - Ser Água -, a exposição reúne dois projetos de investigação em design: "Le Pavillon des rêves" de Pablo Bras, com a proposição de dispositivos de transformação em energia dos fluxos, materiais e energias, presentes em ambientes residenciais suburbanos; e o projeto "Alga" de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação pluridisciplinar sobre as algas verdes que invadem as nossas praias e criam matéria orgânica tóxica, com o propósito de as transformar num recurso positivo e sustentável.
Estes projetos foram desenvolvidos graças à bolsa AGORA, um programa francês de apoio financeiro e de acompanhamento profissional para projetos de investigação em design que estejam conscientes dos desafios do nosso tempo, financiado pelo Ministério da Cultura francês e pela Fondation d´entreprise Hermès. A exposição Algas Elétricas foi co-produzida por esta associação e pelo Institut français du Portugal no âmbito do Fonds d´innovation do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês, e com o apoio do Institut français Paris.
A exposição inaugura no próximo dia 21 de outubro, às 18h, e manter-se-á patente ao público até 3 de dezembro.
+ info: www.ifp-lisboa.com / www.portodesignbiennale.pt |
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16 de outubro de 2023 |
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E de um pátio nasceu um teatro!
Filipe Oliveira Dias e o Teatro Helena Sá e Costa |
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No pátio interno do edifício já habitado pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), entre as ruas da Alegria e da Escola Normal, no Porto, e por isso de forma praticamente impercetível a partir do exterior, no final da década de 90, nasceu um Teatro. Um projeto de Filipe Oliveira Dias pensado para uma Escola, mas que se abre para a cidade, e onde Nuno Teotónio Pereira reconheceu a delicadeza de uma intervenção contemporânea que soube respeitar e valorizar a preexistência.
Na sua discrição, articulado com o corpo ao qual pertence e adequadamente equipado para a apresentação de espetáculos de Música, Teatro e Dança, trata-se da primeira obra de relevo de um arquiteto que viria posteriormente a ser chamado para outros edifícios teatrais marcantes, entre os quais se destacam o Teatro Municipal de Bragança, o Teatro de Vila Real, ou até mesmo a reabilitação e readaptação do Cine-Teatro Imperador para instalação da Casa da Criatividade, em S. João da Madeira. A experiência adquirida no desenvolvimento do Teatro para a ESMAE, a pesquisa realizada, que passou pela visita a teatros congéneres em vários países europeus, seria determinante para a qualidade da resposta arquitetónica e tecnológica dada às encomendas públicas que se seguiram.
A ideia inicial para o que viria a ser o Teatro que adotou o nome de uma reconhecida pianista e professora portuense, Helena Sá e Costa (1913-2006), passava apenas por dotar a Escola de um espaço de representação para as Artes que ensinava através da adequação do pátio central a essa função. Contudo, e apesar de um escasso orçamento, da solução simplista de uma cobertura, o projeto acabaria por evoluir para a construção de um autêntico teatro, devidamente apetrechado em termos de mecânica de cena, também ela pensada e projetada no atelier de Oliveira Dias. Tal como as cadeiras "Flame" que preenchem e enchem de cor a sala com capacidade para mais de 200 lugares (176 na plateia e 48 no balcão). Este modelo de cadeira de teatro, inspirado nas linhas de uma harpa, foi especificamente pensado para satisfazer as múltiplas exigências deste tipo de salas. Construída pela Figueras International Seating, esta silenciosa cadeira equipa hoje em dia numerosos teatros e auditórios um pouco por todo o mundo, tendo sido, em 2007, numa versão em pele natural de cor azul-marinho, escolhida para a Sala de Imprensa da Casa Branca, em Washington.
O Teatro continua a servir as necessidades artísticas da comunidade escolar para a qual foi criado, mas contribui igualmente para a dinamização cultural da cidade do Porto, onde se insere. Com a sua aura de espaço encoberto, onde a engenhosidade da sua arquitetura requer a astúcia de um olhar mais atento para se deixar revelar, continua a suscitar interesse, como foi o caso recente de um grupo de alunos do Workshop de Arquitetura e Cinema orientado por Luís Martinho Urbano, em 2022, que aí realizou "A Dúvida", uma divertida curta-metragem que tem este Teatro como protagonista e que aqui partihamos. Nada como a ver e aceitar a proposta para entrar e fazer uma visita invulgar, onde somos conduzidos do palco à sala, e acedemos ao que por norma se esconde, da régie aos bastidores.
Filipe Oliveira Dias, filho de engenheiro e neto de arquiteto, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022, formou-se em Arquitetura na ESAP e doutorou-se na Universidade de Sevilha. Nasceu a 16 de outubro de 1963, no Porto. Faria hoje 60 anos.
Para ver "A Dúvida" clique aqui |
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24 de outubro de 2023 |
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TÁVORA NO TEMPO
Encontro
21 de outubro, 9h30-17h30, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto |
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O Encontro Távora no Tempo reúne na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto personalidades convidadas a partilharem um pensamento crítico sobre a obra de Fernando Távora, nas suas múltiplas dimensões, consolidando o seu legado como uma referência maior no panorama da arquitetura nacional e internacional. Ao dinamizar um espaço de reflexão que reúne novos olhares sobre esta figura ímpar, pretende-se demonstrar a contemporaneidade das linhas de pensamento e ação de Távora, em particular junto das novas gerações de arquitetos.
Esta iniciativa, parte do programa comemorativo do centenário do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100 - realiza-se também como um desdobramento da exposição Fernando Távora. Pensamento Livre, cuja abertura se assinala no dia anterior, na Fundação Marques da Silva. Entre as 11 e as 11h30, na Galeria da FAUP, será assim inaugurado o núcleo temático "Aulas", com curadoria de Manuel Correia Fernandes.
Távora no Tempo tem início às 9h30 e prolonga-se até às 17h30. A entrada é livre, apenas sujeita à limitação do espaço.
+ info aqui |
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13 de outubro de 2023 |
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FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Palacete Lopes Martins - Fundação Marques da Silva
20.10.2023 – 03.02.2024
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ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza |
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Fernando Távora. Pensamento Livre é uma exposição sintética da vida e obra do Arquiteto Fernando Távora, que procura - em 7 obras e 5 entradas temáticas - retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional. Com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano, Maria Manuel Oliveira, não tem, no entanto, qualquer intenção de se aproximar de uma mostra retrospetiva.
As obras presentes nesta exposição são: Mercado da Feira (1953/1959); Casa de Ofir (1957/1958); Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, em Matosinhos (1956/1960); Escola do Cedro, em Gaia (1957/1961); Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães (1972/1985); Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000); e Casa dos 24, antigos Paços do Concelho do Porto (1995/2003). As cinco entradas temáticas, complementares à exposição central, cada uma com o seu espaço e curadoria próprias, dão notícia da complexidade intelectual e cultural de Fernando Távora: "Referências", Ana Tostões; "Viagens", Sergio Fernandez; "Tratados de Arquitetura", Domingos Tavares; "Literatura Modernista", Celeste Natário; e "Aulas", Manuel Correia Fernandes, com este último núcleo a estender-se à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Será também lançado o Catálogo, onde se publica uma nota interpretativa de críticos da nova geração sobre cada uma das obras sete obras expostas: Pedro Levi Bismarck; Pedro Baía; Carlos Machado e Moura; Eliana Sousa Santos; Bruno Gil; Beatriz Serrazina; e Joana Restivo, respetivamente.
Fernando Távora. Pensamento Livre é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva e a ação central de Távora 100. Este programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.
O programa Távora 100 conta com o apoio do Banco BPI; Fundação la Caixa; DST Group; Tintas Cin; e a Efapel. A Fundação Marques da Silva integra a RPAC – Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.
+ info aqui |
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11 de outubro de 2023 |
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Lançamento do Catálogo do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha
Visita guiada ao Estádio da Universidade da Maia (ISMAI)
14 de outubro, às 16h00, entrada livre |
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Em janeiro passado foi revelado o projeto vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitetura da Maia, João Álvaro Rocha: ISMAI – Estádio, um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro.
No próximo dia 14 de outubro, numa iniciativa dos promotores e organizadores deste Prémio, a Câmara Municipal da Maia e a APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, será lançado o respetivo Catálogo, numa edição bilingue, com o registo de todas as obras a concurso.
A sessão, com início às 16h00 e de entrada livre, terá lugar no próprio Estádio, sendo seguida de uma visita guiada pelos arquitetos Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro, dois dos coautores do projeto.
O Estádio para o Instituto Superior da Maia, atual Universidade da Maia, começou a ser projetado em 2012, com a sua construção a ser concluída em 2017. Como fez questão de sublinhar o Júri deste Prémio, "a obra requalificou a relação entre os edifícios do campus e entre estes e a paisagem, incluindo o Estádio e o horizonte marcado pela linha de metro, através da sensibilidade à topografia." A obra vencedora, que "demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa", está em pleno funcionamento, num efetivo cumprimento dos objetivos norteadores do projeto.
+ info: www.pma.joaoalvarorocha.pt
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10 de outubro de 2023 |
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José Porto, uma arquitetura com muitas vidas e múltiplas geografias |
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José Luiz Porto conclui a sua formação académica, iniciada em Lisboa, na cidade suíça de Genebra, em 1913. Será aí que o seu percurso profissional começa a construir-se, mas como pintor-decorador. A década de vinte assinala não só a mudança para Paris como o princípio de uma nova etapa: a de arquiteto. Será nos anos 30 que a colaboração com os Engenheiros Reunidos ditará o seu regresso definitivo a Portugal. Fixa-se no Porto, ainda que Vilar de Mouros nunca saia do seu horizonte. Conquistará o primeiro prémio em vários concursos para grandes equipamentos públicos a construir na cidade e, entre outros projetos residenciais, será chamado a desenhar a mítica casa para Manoel de Oliveira, bem como alguns cenários para o filme Aniki Bobó. Será, contudo, a década seguinte a marcar um significativo alargamento do seu território de ação.
Portugal era então um território pluricontinental e José Porto será um dos arquitetos que, a partir da metrópole, vai assinar um conjunto de projetos em África, com particular visibilidade e impacto na cidade da Beira, capital da província de Sofala, no leste de Moçambique. Desde logo, o Anteprojeto de Urbanização, de autoria conjunta com o engenheiro Joaquim Ribeiro Alegre (1943-47), para o Gabinete de Urbanização Colonial, sedeado em Lisboa, parcialmente executado. Elevada a cidade em 1907, a Beira ia-se afirmando, pela sua localização estratégica, como um importante porto de mar: situada no centro do país e voltada para o Oceano Índico, ergue-se sobre a margem esquerda do rio Pungué, sendo atravessada pelo rio Chiveve. Pelos anos 40/50, num movimento liderado pela Companhia de Moçambique, a Beira atravessava um período de acentuada expansão e desenvolvimento, marcado pela construção de grandes equipamentos que continuam ainda hoje a ser um símbolo identitário do património urbano da cidade. Só José Porto, para além do Anteprojeto, viria a desenvolver um estudo para a Central Elétrica e para o Clube Náutico, o projeto para o Cineteatro Olympia, a remodelação dos Paços do Concelho e dos edifícios dos Correios e Telégrafos, bem como o icónico Grande Hotel da Beira, uma arquitetura sobrevivente em fantasmática ruína, mas com muitas vidas para contar.
Este Grande Hotel, que José Porto começa a projetar em 1946 para a zona nobre da cidade, em Ponta Gêa, documentado em cerca de vinte desenhos existentes no arquivo da Fundação Marques da Silva, em poucos anos conheceu a ascensão e queda. Considerado um dos mais imponentes e luxuosos do seu tempo em todo o continente africano, abriu as suas portas em 1955. Era composto por quatro blocos, unidos por corredores envidraçados, com a fachada do corpo principal, à imagem da casa da Rua da Vilarinha, a distinguir-se pelas suas linhas arredondadas. A horizontalidade do conjunto era sublinhada pelas galerias que percorriam todos os pisos, pontuadas por varandas, janelas e palas de proteção solar. Com 131 quartos, o edifício inseria-se num terreno com vegetação e incluía uma piscina de dimensões olímpicas e uma boîte. Ao seu lado, sobre o espaço público, foi colocada a escultura "A Mão", da autoria do artista plástico Jorge Garizo do Carmo. Oito anos após a sua abertura, em 1963, os seus proprietários consideraram insustentável a sua gestão. Defendem algumas fontes que acabaria por ser fatal o impedimento de abertura de um casino, mas a ocupação do Hotel, desde o início ficara aquém das expectativas, situação que a abertura do concorrencial Hotel Embaixador viria a agudizar. Apenas a piscina, no início da década de 70, viria a reabrir sob a responsabilidade da Comissão Técnica de Natação da Associação dos Desportos. Após a Independência e durante a guerra civil, entrou em acentuada decadência, primeiro com as caves a servirem de prisões improvisadas, depois para abrigo a refugiados. Nele vivem hoje, em condições precárias, cerca de 2.000 pessoas.
José Porto deixaria o projeto (que começara a ser construído em 1949) em 1953, ano em que António Arantes e Oliveira, um dos administradores da Companhia de Moçambique na Beira, contrata para acompanhar a conclusão das obras o arquiteto Francisco de Castro. Tinha entretanto em mãos, no Porto, projetos como o Hotel D. João I, o edifício Emporium e um estudo para um cinema na Rua Sá da Bandeira, assim como, desde 1946, começara a remodelar a antiga casa dos pais, em Marinhas (Vilar de Mouros), para nela se vir a fixar.
José Porto nasceu em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883, há 140 anos.
Créditos:
Fotografia atual: |
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4 de outubro de 2023 |
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Távora - Identidade e Circunstância / Clássico e Moderno
Ciclo de Conversas
#2 | Domingos Tavares e Paulo Moura. Modera Luís Martinho Urbano
6 de outubro, 18h-19h30, anfiteatro de D. Pedro Pitões |
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O Ciclo Távora - Identidade e Circunstância, programado pelo Museu do Porto no contexto da exposição A urgência da cidade - O Porto e os 100 anos de Fernando Távora, pretende reunir antigos colaboradores, alunos e amigos deste Arquiteto, mas também profissionais de nova geração que inscrevem a sua visão e trabalho de arquitetura a partir do seu legado fundador.
Depois de uma primeira sessão, decorrida no passado dia 29 de setembro, com uma conversa entre Luís Aguiar Branco e Nicolau Brandão moderada por Teresa Cunha Ferreira que tinha por ponto de partida, "Távora: Aula e Festa", vai continuar no próximo dia 6 de outubro com novos intervenientes: Domingos Tavares e Paulo Moura, com moderação de Luís Martinho Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva. O tema desta próxima sessão é "Távora: Clássico e Moderno".
Este Ciclo, que decorre, assim o permitindo o tempo, ao ar livre, no anfiteatro de D. Pedro Pitões, anexo à Antiga Casa da Câmara, prevê ainda a realização de mais duas sessões: a 13 de outubro, "Távora: Português e Universal" (Antonio Esposito e Ana Tostões, moderação de João Rapagão) e 20 de outubro, "Távora: Presente e Futuro" (Andreia Garcia e Nuno Valentim, moderação por Álvaro Domingues).
+ info: www.museudoporto.pt
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3 de outubro de 2023 |
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Foram anunciados os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora:
Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista |
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Com o projeto Na Linha da Frente. A arquitectura do bunker nas linhas de defesa da Europa Central, Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista foram os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.
O Júri decidiu unanimemente por uma proposta que considerou ser "consistente, com um plano de viagem extremamente bem estruturado e pormenorizado, demonstrando preparação prévia rigorosa. O projeto apropria-se e reformula o próprio conceito de viagem, através da forma como os candidatos pensaram a relação com o território e a especificidade na aproximação a cada um dos lugares.” Especificou ainda que “um dos fatores que pesou na distinção desta proposta face às demais, prende-se com o seu conteúdo imagético e de fascínio por estes objetosarquitetónicos, de alguma forma ocultos e desconhecidos, inscrevendo-a numa reativação dos problemas de fronteira e de guerra que nos vêm afligindo. A proposta procura a discussão do passado destes objetos, também em Portugal, e da sua importância para a memória coletiva futura.”
A cerimónia, que contou também com uma conferência do arquiteto/fotógrafo Duarte Belo, Ininterrupta Viagem, decorreu ontem, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos.
O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, é organizado com o apoio da Fundação Marques da Silva, da Câmara de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, sendo patrocinado pela Ageas Seguros.
Imagens: Alvéole 14, Saint-Nazaire, França, © LIN - Architects Urbanists (Finn Geipel + Giulia Andi) / fotografia dos vencedores
+ info: www.ordemdosarquitectos.org.pt/sr_norte |
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29 de setembro de 2023 |
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Newsletter Setembro 2023 |
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Retomamos hoje a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
A ler aqui |
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28 de setembro de 2023 |
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PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Anúncio do Vencedor da 19ª edição e Conferência por Duarte Belo
2 outubro, 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos |
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Cumprindo o que já é uma tradição, na próxima segunda-feira, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, vai decorrer mais uma sessão do Prémio Fernando Távora. Integrada no programa das Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a cerimónia incluirá o anúncio do vencedor da 19.ª edição e uma conferência pelo arquiteto/fotógrafo Duarte Belo: Ininterrupta Viagem.
O júri desta 19.ª edição é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arq.ta Andrea Soutinho (Fundação Marques da Silva), pela Arq.ta Ana Vieira (Casa da Arquitectura), pela Arq.ta Susana Ventura (OASRN) e pela Dr.ª Maria José Távora (família do Arquiteto Fernando Távora).
O Prémio, que tem o objetivo de continuar a perpetuar a memória de Fernando Távora, valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto direto com outras realidades na formação da cultura do arquiteto enquanto profissional, conta uma mais uma vez com as parcerias da Fundação Marques da Silva, da Câmara Municipal de Matosinhos, e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.
+ info: www.ordemdosarquitectos.org
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25 de setembro de 2023 |
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Quatro Arquitectos, uma Geração, a de 1920 |
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No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, o percurso e algumas obras de Celestino de Castro, Mário Bonito, Fernando Távora e José Carlos Loureiro estiveram em destaque. Foram estes os 4 arquitetos selecionados para a reflexão a fazer durante aquele que foi o segundo colóquio organizado pelo Colégio criado pela Ordem dos Arquitectos, em 2016, para proteção, salvaguarda e valorização do património arquitetónico construído e do ambiente, enquanto ato próprio da profissão e do seu envolvimento com a sociedade. E mais uma vez, a ideia subjacente a este momento de reflexão e partilha, assentou na presença de oradores, arquitetos e não-arquitetos, que puderam falar na perspetiva disciplinar do projeto, mas também do que decorre de uma ligação direta com o construído. Uma leitura feita nos dias de hoje sobre o que distingue os percursos destes arquitetos, como foi e/ou continuam a ser vividos os espaços que projetaram, enquadrando a sua ação no contexto urbano, político e social em que esta decorreu e se materializou.
Em comum, as vidas destes quatro arquitetos passaram não só por uma importante e continuada prática de projeto, como também pela participação cívica e pela carreira docente, mais ou menos longa, mas com uma forte repercussão nos jovens aspirantes à profissão que ajudaram a formar. Do que fizeram e da herança que deixaram ou do que significa habitar a sua arquitetura se falou neste colóquio, depois de uma intervenção inicial de Gonçalo Byrne a desenhar o quadro histórico, nacional e internacional, que permite compreender os seus posicionamentos individuais, cívicos e profissionais. Foi o traçar de um pano de fundo acompanhado do contraponto a esta nossa década de 20, cem anos passados, e aos novos desafios colocados aos arquitetos de hoje, expresso num desejo para que, também agora, num tempo de crescente instabilidade, a Arquitetura possa vir a ter um papel decisivo na criação de lugares de vida.
Sobre Celestino de Castro (1920-2007) falaram José Fernando Gonçalves e Paulo Seco. Se o primeiro apresentou um olhar transversal sobre o percurso do arquiteto, do CODA às propostas para a Avenida dos EUA, e de um homem de um grande engajamento social e político, que soube ser moderno sem nunca deixar que a ética se subjugasse à estética; o segundo apresentou o projeto de reabilitação que tem em curso na casa José Braga, no Porto, um projeto de Celestino de Castro da década de 50. Mário Bonito (1921-1976) foi apresentado por Helder Casal Ribeiro e pelo seu próprio filho, Sérgio Bonito. Casal Ribeiro, tomando como ponto de partida o texto deste arquiteto, "A Universalidade na Arquitectura", escrito em 1970, sublinhou o caráter polifacetado dos seus interesses, detendo-se depois em três obras: o CODA, o Pavilhão Ilhas Adjacentes; o Edifício Ouro; e o Estádio de Guimarães. Já o seu filho, numa intervenção a 2 vozes, porque feita sobre um testemunho do seu irmão Gabriel, depurou a paixão pelo cinema de Mário Bonito e o modo como esta se reflete nos restantes domínios da sua vida. Alexandre Alves Costa e Carlos Martins falaram de Fernando Távora (1923-2005). Alexandre Alves Costa devolveu-nos um entendimento mais íntimo e próximo de Fernando Távora, no entanto, sem deixar de especificar o que considera ser o seu contributo para a chamada Escola do Porto, defendendo a ideia da sua fidelidade ao Moderno como coisa inconclusiva, ou seja, a procura coerente de uma permanente contemporaneidade; o seu espírito ordenador, enquanto regra da sua intervenção; a sua heterodoxia. Por sua vez, Carlos Martins, antigo colaborador, adotou o guião em tempos feito por Fernando Távora e Luís Ferreira Alves, para estruturar a sua intervenção sobre duas obras referenciais: o Pavilhão de Ténis, "obra manifesto"; e a Torre dos 24, "obra testamento". O último conjunto de oradores convidados, Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, abordaram a obra de José Carlos Loureiro (1925-1922). Nuno Brandão Costa percorreu várias das obras dispersas pelo Porto, algumas menos faladas e estudadas, mas que, pela sua capacidade de diálogo com o lugar, na discrição das suas linhas exteriores, em muito contribuem para uma certa atmosfera da cidade: o edifício AXA, o Hotel Dom Henrique, os edifícios da rua Visconde Bóbeda, da rua Formosa, da rua Guedes de Azevedo, e, por fim também, o Tribunal de Barcelos. Já Paulo Vinhas, descrevendo o processo de transformação do auditório do Parnaso em habitação mostrou, na primeira pessoa, o que significa "habitar o Parnaso".
Um dia cheio, terminado pelas intervenções de Pedro Alarcão e João Appleton, numa síntese das várias comunicações, e de Diana Roth, sobre o trabalho que o Colégio Arquitectónico do Património tem vindo a realizar.
O Colóquio "Arquitectos. Geração de 1920" foi gravado e em breve deverá estar disponível para visualização no canal YouTube da Ordem dos Arquitectos.
Ver álbum fotográfico aqui |
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23 de setembro de 2023 |
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Nuno Portas, "a cidade como arquitectura" |
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Em 1969, Nuno Portas publica, na editora Livros Horizonte e com prefácio de Fernando Távora, o texto preparado para o concurso a professor do 1.º Grupo na EBAL, A Cidade como Arquitectura. Escrito num período de grande aproximação à "escola de Barcelona", e em particular a Oriol Bohigas, dada a sua ativa participação nos Pequenos Congressos que reuniam arquitetos portugueses e espanhóis, este ensaio representava, segundo o autor, o culminar de um processo de "abertura à cidade" iniciado com a sua anterior publicação, A Arquitectura para hoje (1964). Tratava-se de uma reflexão crítica sobre as questões da cidade-território, que tinha, desde então, vindo a reforçar com os contributos do trabalho desenvolvido com os alunos e pela experimentação levada a cabo no LNEC.
Nuno Portas faz questão de começar o livro com uma "provocação" aos novos arquitetos, expondo as convicções e desígnios que motivam a sua necessidade de dar a conhecer certas posições metodológicas, do problema que o move. Avança, depois, para a análise do tema, que aborda a partir de quatro coordenadas: "Método e Projecto"; "Projecto e Cidade"; "Cidade e Desenho"; "Desenho da Cidade e Ensino". Cada um destes capítulos vem acompanhado, no fim, por um conjunto de ilustrações e respetiva bibliografia, onde deixa transparecer um grande conhecimento e sentido de atualidade face ao panorama internacional do seu tempo, no domínio da arquitetura e urbanismo, seja em termos projetuais ou principais correntes teóricas. A pesquisa sobre o "fazer cidade", a preocupação com os problemas-chave da arquitetura na escala urbana, a constante atenção aos problemas da habitação, manter-se-ão, aliás, uma constante do seu percurso, bem documentada também no acervo doado à Fundação Marques da Silva.
Sobre A Cidade como Arquitectura, especificamente, Tiago Lopes Dias refere, em livro que esta Fundação e as Edições Afrontamento em breve publicará, que Portas, neste ensaio, vai estabelecer os limites do poder sedutor do imaginário de vanguarda e colocar os problemas do «desenho urbano» e do «arquitectar para o grande número» numa perspetiva não-utopista. Solà-Morales, que insistentemente, mas sem sucesso, lhe pedirá desde o início dos anos 70 para trabalhar uma versão em língua espanhola, a publicar pela Gustavo Gilli na coleção "Ciencia Urbanística", por si coordenada, continuaria, em 2005, a considerá-lo um livro seminal. Quase quatro décadas passadas, em 2007, viria a ser reeditado, embora ainda e apenas em português. Certo, porém, é que a leitura deste texto continua a fornecer matéria para renovada reflexão e a manter a sua atualidade e relevância, pela lucidez e fundamentação do discurso que nele flui e também porque neste "processo de dar sentido e forma ao que é eminentemente complexo na organização, expandido e descontínuo no espaço, indefinivel ou mutável no tempo: a cidade-território", estudado em termos de método e de crítica, neste livro para arquitetos e não arquitetos, como refere Távora a concluir o seu prefácio, "é, afinal, e únicamente, o Homem que está em causa."
Nuno Portas nasceu a 23 de setembro de 1934. Faz hoje 89 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Sobre as imagens: capa e páginas 174-5 do livro a cidade como arquitectura (obras do Grupo Juan XXIII, Fernando Távora e Álvaro Siza Veira); fotografia do acervo Nuno Portas (Simposyum de Castelldefels, 1972. Da esquerda para a direita, Oriol Bohigas, Helio Piñón, Maria Luisa Scalvini, Xavier Rupert Ventós e Nuno Portas). |
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4 de setembro de 2023 |
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Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, 10h00-18h00, Fundação Marques da Silva |
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Arquitectos. Geração 1920 foi o tema escolhido pelo Colégio do Património Arquitectónico para a realização do seu 2.º Colóquio, a decorrer no próximo dia 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, no Porto. Serão quatro os arquitetos em destaque: Celestino de Castro (1920-2007); Mário Bonito (1921-1976); Fernando Távora (1923-2005); e José Carlos Loureiro (1925-2022). Para cada um, dois testemunhos, dois oradores convidados. Será um dia completo, com sessões de manhã e de tarde, almoço incluído, a iniciar com uma comunicação de Gonçalo Byrne sobre o tema em debate, seguindo-se aos painéis dedicados a cada um deste quatro arquitetos um espaço de debate e o encerramento dos trabalhos.
Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva, instituição de acolhimento do Colóquio. Esta iniciativa, parte integrante do programa Távora 100, conta ainda com o apoio das empresas Diasen, SanJose, Sika Portugal e Azulima.
Para mais informações sobre Programa e condições de participação ver AQUI
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16 de setembro de 2023 |
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Fernando Lanhas: a ânsia de tudo querer saber, de tudo querer entender |
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Fernando Lanhas dizia que "olhar um plano de cronologia não é pensar os acontecimentos, registar as datas, as descobertas. Há um significado a entender, o porquê do Homem tanto querer saber as coisas." Autor de cronologias várias, da criação do mundo ou da história dos fósseis à história do fabrico brinquedo, Fernando Lanhas tinha uma "noção da grandeza do tempo" e uma ânsia inesgotável de tudo saber. A sua atenção tanto se detinha na observação de fenómenos microscópicos, quanto se deixava atraír pela imensidão do Cosmos. Foi arquiteto de formação (ESBAP, 1941-47). No seu acervo existem cerca de uma centena de projetos documentados que ainda aguardam um olhar mais informado. No entanto, desde cedo os seus interesses foram-se desdobrando por outros domínios. Já nas primeiras cartas que troca com Fernando Távora*, seu colega de curso e mais tarde sócio, no início da década de quarenta, se percebe a importância da Pintura - moderna - e a vontade de explorar caminhos de diálogo entre as Ciências, as Artes e as Letras. "Eu não perco tempo. […] Eu procuro continuamente alguma coisa. Eu procuro uma essência. Procuro o conhecimento. Eu quero entender." (Fernando Lanhas, os 7 rostos, documentário de António de Macedo, 1988). Acabou por ser um visionário pragmático, algo filósofo, algo místico, um artista com um trabalho distinto, pessoal, por vezes desconcertante, um polímata capaz de atuar e de ser reconhecido pelo seu trabalho em vários domínios (arqueologia, astronomia, museologia, etnologia ou botânica). Foi radicalmente ele próprio ou, como diria Eugénio de Andrade, um "desirmanado".
Entre 1955 e 1962, Fernando Lanhas, que sistematicamente foi registando os seus sonhos, dedicou-se a pensar uma Casa do Espaço, um lugar onde a imaginação, tornada matéria, ampliaria a uma escala única os horizontes do conhecimento humano. Procurou e colecionou seixos e fósseis, mas nunca deixou de olhar o céu. Em contrapartida, em muitos dos seus projetos descobre-se uma particular atenção ao quotidiano, uma consciência da vida urbana, uma procura de resposta funcional aos problemas que tem para resolver, seja numa habitação, seja num grande equipamento. Em muitos deles a escada - interior ou exterior, sobretudo helicoidal - é um recurso recorrente. Será uma nota de modernidade, um elemento plástico e simultaneamente prático, de acesso e ligação. Só que é irresistível pensar que, com Lanhas, tudo parece ir para além do meramente visível e apetece propor-lhe outros significantes. Entre os seus esquissos e processos de projeto, como é o caso da Sede para a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (1983-89), vai-nos surpreendendo com escritos soltos, "degraus" que nos permitem mais uma aproximação ao seu enigmático mundo mental privado: "Prendemos em nós o nosso menino/ e não o dizemos./ Cedo não sentíamos os dias/ as horas nem as sabíamos./ Breve aprendemos os segundos./ É melhor decerto assim,/ crescer e ser menino."
Fernando Lanhas nasceu a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 100 anos.
* Troca de correspondência entre Fernando Lanhas e Fernando Távora (1943 e 1946) transcrita em Manuel Mendes (ed.), "O meu caso": Arquitectura, imperativo ético do ser. 1937-1947, Porto: Fundação Marques da Silva, FAUP, U.Porto Press, 2020, pp. 541-591.
+ info sobre este arquiteto aqui
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9 de setembro de 2023 |
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José da Cruz Lima: esboçar um projeto de arquitetura |
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A 29 de dezembro de 1945, José da Cruz Lima defendeu na Escola de Belas Artes do Porto o seu "Projecto duma Casa de Habitação", apresentado a concurso para obtenção do diploma de Arquiteto (CODA). Uma cópia desse projeto encontra-se arquivada na Fundação Marques da Silva, enquanto documento integrante do seu acervo. É composto por 93 peças escritas e 8 peças desenhadas. José da Cruz Lima, na memória descritiva e justificativa que abre o dossier, prescinde muito pragmaticamente de nela inserir um qualquer preâmbulo, reflexão teórica ou enquadramento urbano. Pretende sim que a sua leitura dê "uma ideia segura do programa proposto" e que mostre "com suficiente clareza o modo como foi resolvido." Foca-se, portanto, na apresentação do projeto ou, como diria Manuel Botelho em "Os Anos 40: A ética da estética e a estética da ética", deixa que seja o carácter objetual da arquitetura a prevalecer.
Mas, no seu acervo encontram-se outros documentos que nos permitem saber que o CODA, num procedimento que era corrente, correspondia a um projeto para um cliente real, o industrial Manuel Rodrigues da Silva, casado, e que a residência, destinada a albergar o casal, uma filha, a sua professora "estrangeira" e uma criada, seria construída em Arrifana (Aveiro). E existe ainda um interessante conjunto de esquissos que dão testemunho do caminho percorrido, revelando algumas das questões que o arquiteto se foi colocando. Registos datados, pelo menos, de outubro de 1944, e que, para além de definirem o traço do seu autor, vão assim registando um modo de pensar arquitetura através do desenho.
José da Cruz Lima nasceu a 9 de setembro de 1910.
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7 de setembro de 2023 |
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Maria José Marques da Silva: do sentido do olhar à conquista de uma voz |
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Distam 25 anos entre uma e outra fotografia. Ambas se referem a sessões de homenagem a José Marques da Silva e ambas foram tiradas na Escola de Belas Artes do Porto; em ambas, e por razões distintas, se encontra ausente a figura homenageada, numa e noutra podemos identificar Maria José Marques da Silva.
Na primeira, que uma inscrição no verso nos diz tratar-se de 1928, Marques da Silva seria um dos elementos a ocupar a mesa presidida por Guedes de Oliveira para onde se dirigiam os olhares do público. A sessão tinha sido uma iniciativa dos estudantes do Curso Especial de Arquitetura Civil, com Luís Benavente como seu porta-voz. Neste plano da sala, voltado para a assistência, o olhar recai sobre o canto inferior direito da fotografia, onde se destacam três figuras femininas: Maria José Marques da Silva (então com quase 14 anos), a sua mãe, D. Júlia, e a sua tia, D. Amélia Lopes Martins. Poucos anos depois, Maria José começaria o seu percurso nessa mesma Escola, que frequentaria entre 1933 e 1943.
Outras homenagens ao seu pai acabariam por vir a acontecer, seja por iniciativa dos alunos (1939), seja por iniciativa da Direção da Escola (1941). Maria José tornara-se, entretanto, a primeira mulher arquiteta pela Escola do Porto e exercia arquitetura em atelier conjunto com o seu marido, também arquiteto, David Moreira da Silva.
A segunda fotografia remete-nos para dezembro de 1953. O foco não incide agora no público, mas sim na mesa de honra da Sessão Solene, presidida por Carlos Ramos. Tratava-se de um dos atos do programa de homenagem a José Marques da Silva, organizado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, a Academia Nacional de Belas Artes, o Sindicato Nacional dos Arquitetos e alguns dos discípulos de Marques da Silva, seis anos após a sua morte. Maria José, depois de, no dia anterior, ter descerrado o fac-símile da assinatura do seu pai na fachada do Teatro de S. João, discursava na qualidade de filha do homenageado. Participaria ainda, mostrando o seu trabalho, na exposição e catálogo então realizados.
Mas a defesa do legado do pai seria, até ao final da vida, um desígnio constante de Maria José Marques da Silva. Em 1986, na qualidade de Presidente da Secção Regional Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses (1984-87), caber-lhe-ia liderar a organização da quarta edição do Congresso da AAP, que neste ano teria lugar no Porto, e, conjuntamente, da exposição J. Marques da Silva, Arquitecto, 1869-1947, na Casa do Infante. Será no contexto desta última celebração que tornará público, pela primeira vez, o desejo de vir a criar uma fundação.
Maria José Marques da Silva nasceu a 7 de setembro de 1914. |
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6 de setembro de 2023 |
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Novo/Antigo
Fernando Távora: Obras |
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Depois de Fernando Távora: Conversas, primeiro livro publicado no contexto do projeto de investigação Novo/Antigo (uma iniciativa do CEAU/FAUP), chegou a vez de Fernando Távora: Obras. Completa-se assim o díptico dedicado ao trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido pelo arquiteto Fernando Távora. Com coordenação de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, este segundo volume, em edição bilingue (pt/eng), resulta igualmente da parceria estabelecida entre as Edições Afrontamento, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Amplamente ilustrado, Fernando Távora: Obras reúne textos dos coordenadores, de Rui Fernandes Póvoas; José Bernardo Távora, José Miguel Rodrigues e Andrea Ugolini, e sistematiza a investigação realizada sobre 14 obras, entre as mais representativas e outras menos conhecidas, mas sempre obras cuja documentação ou informação disponível permitiu documentar os três momentos propostos para análise: a preexistência, o projeto e o após intervenção. No seu conjunto, definem um arco temporal que vai de 1950 a 2003. O trabalho de investigação apresentado neste livro, para além de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, integrou ainda o contributo de Maria Milano e Fernando Cerqueira Barros. O novo livro encontra-se já no circuito comercial e pode ser adquirido tanto na Fundação Marques da Silva, como na Feira do Livro.
+ info aqui
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25 de agosto de 2023 |
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Fernando Távora, «O granito da minha infância» |
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«É conhecido o pensamento do filósofo chinês Lao Tsé quando afirma que "uma casa não é constituída pelas suas quatro paredes mas pelo espaço que elas limitam".
[...] nascido no Porto, cidade granítica por excelência, sempre tenho vivido nessa cidade, em velha casa também construída em semelhante material.
Daí a minha afirmação [...] de que o granito me acompanha "desde a minha infância", numa íntima relação que julgo para mim de capital significado. [...] o termo granítico mais do que referir-se ao manuseamento e utilização de um tipo de pedra, ultrapassa tal referência construtiva para significar um modo de ser, uma condição humana, um padrão, quási uma segunda natureza, um conceito de vida e do modo de vivê-la.
É conhecida a importância da relação do homem com o seu meio físico e, no caso português é clara a natureza do homem do granito cujo sentido caminha paralelamente entre a dureza e a plasticidade, a autoridade e a nobreza, a clareza e a decisão, a força e a permanência, características que podem manifestar-se em conceitos arquitectónicos de natureza decorativa ou construtiva, mas devem ser ultrapassados por conceitos de ordem moral, cultural, social e económica.
O "granito da minha infância" não é, com efeito, apenas um material que desde sempre envolve a minha existência física e utilizo na minha prática profissional, mas, muito mais do que isso, um espírito que determina a minha pessoa e toda a minha obra.»
Porto, Novembro de 1999*
Completam-se hoje cem anos sobre o nascimento de Fernando Távora, a 25 de Agosto de 1923. No ano anterior ao do texto citado (texto datilografado encontrado pelo seu filho, o também arquiteto José Bernardo Távora), numa entrevista publicada na revista Documents de Projectes d’Arquitectura, num número especial dedicado à sua obra, Távora afirmou: «Tenho uma pintura, um Pantocrator catalão do século XIV que comprei num leilão, que tem um alfa e um ómega inscritos. Todos nós somos, em certa medida, o alfa e o ómega. Somos o fim, mas também o princípio de algo.» Ao longo deste ano muitas serão as iniciativas pensadas para celebrar a vida e obra deste Arquiteto, para refletir sobre a importância e significado do seu legado.
*Este texto foi integralmente lido em Escritos Escolhidos #2
+ info sobre o programa do centenário: Távora 100
Imagem: Fernando Távora na Casa da Rua da Senhora da Luz, com D. Maria Luísa Távora, [década de 60]. © Fundação Marques da Silva/Arquivo Fernando Távora.
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24 de agosto de 2023 |
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Távora 100 arranca hoje |
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Ao longo de um ano serão mais de trinta as iniciativas que vão celebrar, em diversas cidades do país, o centenário do Arquiteto Fernando Távora.
O programa arranca hoje, com a inauguração da exposição "A urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora", na Antiga Casa da Câmara (Casa dos 24), no Porto, seguindo-se amanhã, em dia de aniversário, 25 de agosto, a inauguração da exposição da Galeria da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos.
Outubro será o mês em que se inicia o programa de iniciativas organizado pela Ordem dos Arquitectos, Fundação Marques da Silva, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Através do Site Távora100.pt poderá ir acompanhando o que vai acontecendo, assim como pela página de Instagram távora_100 que, a partir de hoje, publicará diariamente imagens, notícias e outra informação relativa a Fernando Távora.
+ info: aqui / Távora 100
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23 de agosto de 2023 |
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"Comemoração dos 100 anos do nascimento do Arquiteto Fernando Távora (1923–2005)"
25 de agosto a 23 de setembro, Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca |
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A 25 de agosto, dia de aniversário de Fernando Távora, às 18h, na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, vai inaugurar mais uma exposição comemorativa do centenário deste arquiteto.
"Trata-se de uma exposição documental com a apresentação de imagens e plantas representativas (integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal de Matosinhos), dividindo-se em três núcleos distintos: Projetos realizados pelo Arquiteto; Projetos iniciados por Fernando Távora e concluídos por Álvaro Siza Viera; e Projetos não realizados."
Refira-se que, em Matosinhos, Fernando Távora deixou, entre outros, a sua assinatura em projetos icónicos, como é o caso da reabilitação da Quinta da Conceição e do Pavilhão de Ténis aí implantado, assim como, anos mais tarde, a recuperação e adaptação a museu da Quinta de Santiago.
Esta exposição, organizada pela Câmara de Matosinhos, também anunciada no programa Távora 100, manter-se-á patente ao público até 23 de setembro. De entrada livre, pode ser visitada de segunda a sexta feira das 9h às 19h, e aos sábados entre as 9h30 às 12h30 e entre as 13H30 e as 17h30.
+ info: www.cm-matosinhos.pt |
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22 de agosto de 2023 |
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A Feira do Livro do Porto está de regresso e a Fundação Marques da Silva vai marcar presença
25 de agosto - 10 de setembro, Jardins do Palácio de Cristal |
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Com "Todas as Palavras" e a figura do escritor Manuel António Pina em destaque, está quase a começar a edição 2023. Neste regresso aos Jardins do Palácio, a Fundação Marques da Silva volta também a marcar presença, com alguns dos seus títulos disponíveis a preços promocionais no Pavilhão n.º 27, da U.Porto Press, a editora da Universidade do Porto, e no Pavilhão das Edições Afrontamento.
A Feira abre já a 25 de agosto e prolongar-se-á até 10 de setembro.
Os horários de abertura são, de 2ª feira a 6ª-feira, às 12:00, e aos sábados e domingos, às 11:00. Pode ser visitada até às 21:00, de domingo a quinta feira, e até às 22:00, às sextas e sábados.
+ info: www.feiradolivro.porto.pt
+ info: www.up.pt.press |
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21 de agosto de 2023 |
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A URGÊNCIA DA CIDADE - O PORTO E 100 ANOS DE FERNANDO TÁVORA
exposição, antiga casa da Câmara
24 de agosto - 29 de outubro 2023
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A exposição A Urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora, com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, vai inaugurar, na Antiga Casa da Câmara, no próximo dia 24 de agosto, reabrindo assim ao público este espaço simbólico, também conhecido por "Casa dos 24", projetado por Fernando Távora entre 1995 e 2003.
A Exposição, o primeiro momento de um vasto programa celebratório do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100-, que se prolongará até setembro de 2024, visa "a história da cidade, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea", lançando em simultâneo um olhar sobre a vida e obra de Fernando Távora, uma figura singular, pela sua formação, pensamento e ação.
Esta iniciativa do Museu do Porto contou também com o apoio da Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se acolhe o importante e vasto arquivo e biblioteca do Arquiteto Fernando Távora.
A Exposição manter-se-á patente ao público até 29 de outubro e poderá ser visitada de terça a domingo, entre as 12h e as 19h.
+ info: www.museudoporto.pt
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19 de agosto de 2023 |
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Do olhar ao gesto
Dia Mundial da Fotografia |
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Fotografia: "processo técnico ou artístico de produção de imagens através da fixação da luz refletida pelos objetos numa superfície impregnada com um produto sensível às radiações luminosas." Eis a primeira entrada do dicionário da Porto Editora, quando procuramos o significado da palavra "fotografia". E prossegue com outras possíveis aceções, sabendo nós que quando falamos de "fotografia", enquanto tema, se abre um horizonte quase infinito de sentidos e de possíveis aproximações. Hoje é Dia Mundial da Fotografia. Este ano, mais do que centrar a atenção no objeto em si, fazemos o caminho inverso, em direção ao ponto de partida de um processo que implica, se falarmos em termos profissionais, todo um manancial de instrumentos, que vai das máquinas analógicas ou digitais a um simples fotómetro, meios de revelação incluídos. E detemo-nos no primeiro momento, o de "saber olhar", o da procura do ângulo e da luz certa que leva ao gesto, ao ato de fotografar. Uma fotografia revela sempre o olhar distintivo, a singularidade do seu fotógrafo.
E aqui temos um fotógrafo em ação, Paulo Catrica, a explorar o interior da Casa dos 24, num espaço se prepara para dar a ver a exposição do Museu do Porto, "A Urgência da Cidade - O Porto e 100 anos de Fernando Távora", a inaugurar no próximo dia 24 de agosto, e de onde sairá uma das fotografias da autoria deste fotógrafo que vai poder descobrir na exposição "Fernando Távora. Pensamento Livre", na Fundação Marques da Silva, duas das iniciativas do programa Távora 100.
A fotógrafa que "apanhou" o fotógrafo em flagrante foi Telma Dias.
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16 de agosto de 2023 |
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Octávio Lixa Filgueiras: o anteprojeto para o Museu Etnográfico de Viseu |
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O convite para desenvolver o anteprojeto para a instalação de um Museu Etnográfico na Casa do Adro, por parte da Junta Distrital de Viseu, no final da década de sessenta do século passado, parece ter representado para Octávio Lixa Filgueiras uma possibilidade única de congregar vários dos interesses que sempre o acompanharão ao longo da vida: arquitetura, arqueologia naval, etnografia e museologia. Com o atelier instalado na R. Barão de S. Cosme e com Alexandre Vasconcelos como colaborador, apresenta, no contexto de adaptação da Casa do Adro, uma proposta de construção de um novo edifício, em terreno adjacente. Aqui ficaria instalado o Museu, onde se poderia expor um Rabelo original, peça de exceção que entretanto descobrira em Melres, assim como um Xalavar, barco do Furadouro usado na pesca de arrasto (Xávega), e uma Barca Serrana, isto sem obstar a exposição de outras tradições e artes populares. Observando os vários esquissos e peças desenhadas do projeto, até se poderia afirmar que a própria forma do edifício se assemelharia ao casco de uma grande embarcação. Desconhecem-se os motivos que terão levado a que este plano tivesse sido abandonado, sendo que a sua construção teria exigido um grande investimento. Octávio Lixa Filgueiras prosseguiria, porém, durante mais algum tempo com o trabalho centrado apenas na reabilitação, ampliação e adaptação a Museu Etnográfico da preexistente Casa do Adro, já com a colaboração de Álvaro Cancela Meireles, a quem pediu, durante a década de setenta, que o substituisse e que, por sua vez, também o viria a abandonar antes da sua conclusão. O que hoje existe não corresponde ao projeto arquitetónico e museográfico inicialmente idealizado por Lixa Filgueiras, mas no arquivo da Fundação Marques da Silva permanecem os desenhos e alguma documentação escrita a testemunhar esse sonho de construir um museu de raiz onde também as embarcações tradicionais portuguesas pudessem conquistar um espaço de visibilidade.
Nascido no Porto, a 16 de agosto de 1922, o arquiteto Octávio Lixa Filgueiras faria hoje 101 anos.
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7 de agosto de 2023 |
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Assim foi a apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente |
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Na passada sexta-feira, os Jardins da Fundação abriram-se para deixar entrar miúdos e graúdos. De forma descontraída, Artur Prudente foi apresentando a sua instalação a quem vinha chegando. Este trabalho de (re)construção da paisagem, com o foco em zincogravuras, foi o resultado da sua micro-residência artística, que ainda terá direito a uma publicação, também ela reflexo do seu trabalho de arquelogia tecnológica em matéria de impressão.
O mês de agosto aí está, mas estamos já a preparar o muito que a partir de setembro irá acontecer na Fundação Marques da Silva. Boas Férias!
Ver fotografias da finissage |
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31 de julho de 2023 |
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Construção da Paisagem:
micro-residência artística de Artur Prudente
4 de agosto, Jardins da Fundação, 17h-20h |
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Se está pelo Porto, na próxima sexta-feira, 4 de agosto, traga uma manta e venha passar o final da tarde nos jardins da Fundação Marques da Silva. Poderá então passear pelo espaço e assistir à exposição/apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente, Construção da Paisagem, a acontecer no galinheiro, agora transformado não em bancada mas em palco, aliás, como todos os espaços anexos, antigos lugares onde habitaram também patos, pavões e póneis.
Ao longo das últimas semanas, Artur Prudente fez a sua leitura destes lugares suspensos no tempo, procurando pormenores e recantos que deixam entrever o preciso momento que atravessam, nessa possibilidade de um futuro que lhes dará nova forma. Fotografou-os e fez das imagens obtidas material de recriação artística, submetendo-as à técnica da zincogravura. Neste trabalho de arqueologia de espaços e técnicas de impressão em diálogo com um arquivo, umas e outras, fotografias e gravuras, nesta sua dupla dimensão documental e artística, passarão depois a fazer parte da Fundação, e serão ainda trabalhadas para um livro-registo a publicar através do recurso à técnica da diazotipia.
Para já, entre as árvores de fruto, nos terrenos salpicados de hidranjas e de agapantos, poderá estender a sua manta e ficar a conhecer melhor a reconstrução e reencenação desta paisagem que Artur Prudente tem para nos mostrar. A entrada é pelo portão da Rua Latino Coelho, n.º 444.
+ info aqui |
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24 de julho de 2023 |
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Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, Fundação Marques da Silva |
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A 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, vai decorrer o 2.º Colóquio promovido pelo Colégio do Património Arquitectónico. "Arquitectos. Geração de 1920" será o tema desta edição e já se encontra confirmada a participação de Gonçalo Byrne, para a conferência de abertura, e as intervenções de José Fernando Gonçalves e Paulo Seco, sobre Celestino de Castro; Gabriel Bonito e Helder Casal Ribeiro, sobre Mário Bonito; Alexandre Alves Costa e Carlos Martins, sobre Fernando Távora; e Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, sobre José Carlos Loureiro.
Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva, instituição de acolhimento do Colóquio.
Em breve serão divulgadas mais informações sobre o programa e forma de inscrição.
+ info: www.ordemdosarquitectos.org |
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24 de julho de 2023 |
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SAAL - Miragaia
um percurso e um caderno |
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Decorreu ontem a segunda parte de "Saal - Miragaia", uma iniciativa da Confederação - colectivo de investigação teatral desenhada a partir da residência de Ricardo Medina. O momento incluiu uma visita pelo território, com passagem pelas arcadas de Miragaia, pelo Monte dos Judeus e pela Calçada das Virtudes; e o lançamento de um caderno, com design de Macedo Cannatà, onde se partilha agora o resultado da investigação que foi sendo realizada sobre a "Operação Miragaia", desenvolvida entre entre 1975/76, sob coordenação de Fernando Távora. O trabalho de recolha documental e de enquadramento histórico levado a cabo por Ricardo Medina foi moldado pela procura de entendimento das ideias que sustentaram a proposta então apresentada. Através dele tentou dar corpo a uma reflexão sobre o que ficou deste projeto, não construído, sobre o que permanece (in)visível da visão humanista de Fernando Távora e que continua a ter significado neste tempo que é o nosso.
Quem estiver interessado no caderno, apenas necessita contactar a Confederação através do email: online@confederacao.pt.
Este projeto de investigação, desenvolvido no âmbito do programa Cultura em Expansão, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva. |
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20 de julho de 2023 |
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António Cardoso para além da evidência |
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António Cardoso, o autor do livro O arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX, teve um papel determinante no processo de criação da Fundação Marques da Silva e na construção do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso. Historiador de formação, artista por convicção e um comunicador de excelência, trabalhou sobre a memória sem nunca perder o sentido do seu tempo. Nasceu em Amarante, a 21 de julho de 1932, e veio a falecer no Porto, a 3 de junho de 2021.
Em 2022, na Casa-Atelier José Marques da Silva, inaugurou-se a exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência. Partilha-se agora o testemunho de Susana Cardoso, que teve lugar na sessão de abertura na dupla condição de filha e curadora. Uma memória mais intíma que deixa ver como público e privado se intersetam nesta figura ímpar.
Para ler, clique aqui: António Cardoso para além da evidência |
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20 de julho de 2023 |
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SAAL - Miragaia
Residência / Percurso / Publicação
23 de julho, 17h, Auditório do Grupo Musical de Miragaia
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SAAL – Miragaia resulta da residência do arquiteto Ricardo Medina em Miragaia, ao longo do ano de 2022. Tendo como objetivo perceber o que aconteceu neste território no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, nomeadamente os esforços, motivações e movimentações que tiveram lugar durante o tempo que decorreu o processo SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local – e qual o seu lastro ao longo das décadas seguintes, este projeto quer dar a conhecer as personagens, sítios e paisagens que fizeram parte e construíram este momento. A Brigada Técnica de Miragaia, assim se nomeava a equipa coordenada pelo arquiteto Fernando Távora (1923-2005), estava integrada no SAAL/Norte, tendo colaborado intensamente com a Associação de Moradores de Miragaia, fundada em 1976. E foi nesse choque de ideias, vontades, urgências e tempos que este projeto caminhou. A investigação realizada passou, entre os vários arquivos consultados, pela Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se encontra o acervo documental e bibliográfico de Fernando Távora.
Em continuidade com o trabalho desenvolvido na última edição do Cultura em Expansão, vai acontecer, no próximo dia 23 de julho, com início às 17h, no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, uma nova apresentação do SAAL – Miragaia e na qual Ricardo Medina propõe uma outra forma de contacto com aquilo que aconteceu em Miragaia no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Neste evento, para além de uma visita será ainda apresentada uma nova publicação sobre o SAAL – Miragaia que tem como objetivo deixar uma síntese dos estudos e pesquisas resultantes da residência de 2022.
A participação é gratuita, mas limitada a 50 pessoas. Reservas: online@confederacao.pt.
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18 de julho de 2023 |
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Newsletter | Julho 2023 |
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Lançamos hoje, em dia de homenagem a Alexandre Alves Costa, mais uma edição da Newsletter da Fundação Marques da Silva. Começamos por dar notícia de uma exposição que está para terminar, enquanto outra se prepara para chegar, mas há muito mais para descobrir...
Ler aqui: Newsletter | Julho |
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12 de julho de 2023 |
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Novo/Antigo: Escola do Porto |
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Há uma nova ferramenta ao alcance de todos, o site heritageatlasporto.pt, um "repositório" pensado para acolher um amplo conjunto de dados relativos a projetos de intervenção sobre o construído. Estruturado com base numa matriz comum - arquitetos formados na ESBAP -, dá a conhecer 150 obras que nos são apresentadas com recurso a fotografias, mapas, testemunhos, memórias descritivas dos respetivos autores e outra documentação de arquivo, bem como através do redesenho do projeto, onde os vermelhos e amarelos se assumem como linhas orientadoras fulcrais para a leitura do sentido da intervenção realizada. Um trabalho de sistematização, a percorrer a memória do processo de cada projeto, isto é, o antes, o durante e o depois, e que se desdobra num projeto editorial, paralelo e transversal. Esta recolha de informação, nem exaustiva nem conclusiva, pretende possibilitar mútiplas abordagens, seja sobre o conhecimento dos objetos em si, os edifícios intervencionados; seja sobre os autores dos projetos e sobre esse território comum a todos que é escola do Porto; seja ainda enquanto instrumento pedagógico para as novas gerações de estudantes ou enquanto contributo para renovadas reflexões sobre a prática atual de intervenção no património.
Esta investigação, coordenada por Teresa Cunha Ferreira e Rui Póvoas, foi desenvolvida no âmbito do projeto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, no CEAU/FAUP, e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
O novo site e o projeto editorial, ambos ainda em curso e em atualização, mas onde as obras selecionadas deixam bem patente a diversidade de caminhos percorridos, foram apresentados no Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, decorrido no passado dia 10 de julho, na Faculdade de Arquitectura da U.Porto. O conferencista convidado foi Martin Boesch, que abordou, no decurso da sua comunicação, a investigação/exposição sobre Tessenow (Mendrisio, 2022), o projeto desenvolvido para o Kurtheater, em Baden, e a sua experiência de ensino em Mendrisio. Durante a manhã, intervieram ainda e para além dos coordenadores de Novo/Antigo, David Ordonez Castañón, José Miguel Rodrigues, Mariana Correia e Gonçalo Canto Moniz. Da parte da tarde, o programa versou sobre práticas de projeto mostradas pelos próprios autores: Adalberto Dias, Sergio Fernandez, Alexandre Alves Costa, Pedro Ramalho e João Mendes Ribeiro. A jornada concluiu-se com um debate final, moderado por Jorge Figueira e Nuno Valentim.
Consultar site: www.heritageatlasporto.pt
Ver álbum fotográfico do colóquio |
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7 de julho de 2023 |
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Homenagem a Alexandre Alves Costa
Dia Nacional do Arquitecto - Ordem dos Arquitectos
18 de julho, 18h, sede nacional (Lisboa) |
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Por decisão unânime do Conselho Diretivo da Ordem dos Arquitectos (OA), Alexandre Alves Costa vai ser homenageado no Dia Nacional do Aquiteto, que este ano se realiza a 18 de julho.
Alexandre Alves Costa fez do real a sua centralidade. Dialogou com o fluir da história, dela se tornando um atento conhecedor, mas sempre habitou um vasto universo cultural e poético que, aliado a uma fina intuição, desde muito cedo o ajudou a olhar e compreender o seu presente. A sua obra reage com o lugar, consequência desse desejo constante de participar na construção do futuro. E sempre pensou sobre Arquitetura, pois fazê-lo é pensar sobre a vida.
Alves Costa iniciou a sua formação na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde estabeleceu laços que perduraram ao longo dos tempos com Fernando Távora e Álvaro Siza, entre muitos outros. E aqui o vemos, no início da década de 60, numa visita de estudo a Coimbra com a sua turma do 2.º ano do Curso de Arquitetura ou na Piscina das Marés, no tempo em que iniciava a sua prática projetual, enquanto colaborador no atelier de Siza. Seja como arquiteto (sobretudo a partir da década de 70 com Sergio Fernandez, com quem partilha o Atelier 15) seja como professor de várias gerações de estudantes de arquitetura (no Porto, em Coimbra ou no Minho), o seu testemunho tem sido exemplar. Membro honorário da OA, Alexandre Alves Costa é também membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, instituição à qual doou, juntamente com Sergio Fernandez, o seu acervo profissional.
O Dia Nacional do Arquitecto visa celebrar anualmente a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquitecto em Portugal, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a 3 de Julho de 1998, assim como a data de revogação do Decreto 73/73 com a publicação da Lei 31/2009, a 3 de Julho de 2009.
A sessão deste ano terá lugar, como referido, a 18 de julho, no Auditório Nuno Teotónio Pereira (sede nacional da Ordem dos Arquitectos, Lisboa) e inicia-se às 18h.
+ info: www.ordemdosarquitectos.org
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6 de julho de 2023 |
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Prémio Fernando Távora - 19.ª edição
candidaturas abertas até 7 de agosto |
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Até 7 de agosto, ainda é possível concorrer à 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Este Prémio, promovido anualmente em memória da figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitecto e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem.
A cerimónia de anúncio do Vencedor, a decorrer a 2 de outubro de 2023, insere-se no Programa de Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora.
Na 19ª edição, a bolsa de viagem tem um valor de € 6.000,00, e o júri do Prémio é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arqª Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), pela Arqª Ana Vieira (indicada pela Casa da Arquitectura) e pela Arqª Susana Ventura (em representação da OASRN) e, também, pela Drª Maria José Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).
A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta também com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, como instituições parceiras, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
Consultar Regulamento
+ info aqui |
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6 de julho de 2023 |
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Colóquio | Novo/Antigo: Escola do Porto
10 de julho de 2023, 2.ª feira, 10h00-18h30, Auditório Fernando Távora |
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O Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, coordenado por Teresa Cunha Ferreira e Rui Fernandes Póvoas, é uma iniciativa do CEAU/FAUP que decorre no âmbito do Projecto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto e conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva.
O colóquio pretende debater e disseminar práticas de intervenção no construído desenvolvidas por arquitetos diplomados pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, nos quais se reconhece um legado pedagógico para a prática profissional dos arquitetos. No seu programa está incluída a apresentação de práticas de projeto por Martin Boesch, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (Atelier 15), Pedro Ramalho, Adalberto Dias, João Mendes Ribeiro e Eduardo Souto de Moura. E será também apresentado o projeto de investigação e o e-book Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, editado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez-Castañon e Rui Fernandes Póvoas, onde se propõe um olhar renovado sobre práticas de intervenção no construído, através de uma narrativa crítica do processo de projecto e obra (antes, durante e após a intervenção).
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
+ info: www.arq.up.pt
Ver Cartaz
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03 de julho de 2023 |
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TÁVORA 100
A apresentação do programa de comemoração do centenário do nascimento de Fernando Távora |
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A 25 de agosto passam 100 anos sobre o nascimento de Fernando Távora e um conjunto de instituições agregaram-se em torno da vontade comum de celebrar a sua vida, a sua obra e o seu legado. Fernando Távora foi um arquiteto com uma profundidade cultural e intelectual invulgares, alguém que viveu intensamente o seu presente, mas com um percurso e linhas de pensamento que o projetam para além do seu tempo. O centenário será agora a oportunidade para renovar leituras sobre o sentido desse legado, para promover debates e revisitações, para afirmar a contemporaneidade do seu discurso. Um ano a convocar cem.
Esse programa comemorativo – Távora 100 - constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. A elas se uniram outras instituições parceiras da iniciativa e que, também elas, se fizeram representar na sessão de apresentação do Programa, decorrida no passado dia 30 de junho, na sede da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN).
As várias intervenções foram unânimes no reconhecimento da importância de manter presente a herança polifacetada e a “discursividade tavoriana” para as novas e futuras gerações. Exposições, conferências, debates, visitas guiadas, lançamento de livros, e muito mais, iniciativas comuns e individuais das várias instituições envolvidas vão preencher este Programa que se dirige, muito para além da comunidade dos arquitetos e da comunidade educativa, à população em geral. Todas as ações programadas passaram também, a partir do passado dia 30 de junho, a estar disponíveis no site especificamente criado para o efeito: tavora100.pt.
+ info aqui |
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30 de junho de 2023 |
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Newsletter Junho ´23 |
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Tendo como destaque a notícia do lançamento do site "tavora100.pt" para divulgação do Programa de Celebração do Centenário do Arquiteto Fernando Távora, publica-se hoje uma nova edição de Newsletter da Fundação Marques da Silva.
Ler aqui Newsletter | Junho ´23 |
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30 de junho de 2023 |
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Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora
Conheça o Programa em "tavora100.pt" |
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A partir de hoje, através do site tavora100.pt, dá-se a conhecer o Programa de Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora, organizado conjuntamente pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Aí se divulgam as iniciativas centrais do Programa, bem como um extenso calendário de actividades propostas pelas instituições organizadoras e parceiras deste projecto de celebração da vida e obra do Arquitecto Fernando Távora.
Ir para: tavora100.pt |
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29 de junho de 2023 |
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Atos em Conversa: SUSTENTAR
Bienal ´23 Fotografia do Porto
30 de junho, 19h, Pr. da Alegria (Porto) |
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A Bienal ´23 Fotografia do Porto trouxe à Fundação Marques da Silva a exposição Green Roofs, Grey Roofs, um projeto integrado no núcleo Sustentar, que tem Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Amanhã, às 19h, na Praça da Alegria, juntamente com artistas e especialistas envolvidos nas restantes exposições pertencentes a este núcleo, "Inter-relações", "Atravessar a Matéria do Tempo" e "Petricor", Inês d´Orey (artista convidada de Green Roofs, Grey Roofs), Luís Urbano (curador e Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva) e Lara Dias (da ANCV Green Roofs) vão participar numa conversa moderada por Virgílio Ferreira em torno deste tema central: SUSTENTAR.
+ info e inscrições gratuitas aqui
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28 de junho de 2023 |
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Green Roofs, Grey Roofs
últimos dias |
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Ontem foi dia de mais Visitas-Oficina a Green Roofs, Grey Roofs, na Fundação Marques da Silva. A exposição entra agora nos seus últimos dias. Até sábado, 1 de julho, ainda poderá (re)descobrir as coberturas verdes tornadas visíveis por Inês d´Orey.
Curadoria: Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira
Artista: Inês d´Orey
Organização: Bienal´23 Fotografia do Porto
Parceiros: Fundação Marques da Silva, ANCV Green Roofs
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26 de junho de 2023 |
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Távora 100
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Fernando Távora nasceu no dia 25 de Agosto de 1923. Para celebrar o centenário, mas também a vida e obra de uma figura maior da cultura e arquitectura portuguesas, a Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho propõem um programa de iniciativas, designado Távora 100, a decorrer entre Agosto de 2023 e Setembro de 2024, e que será tornado público a 30 de Junho. |
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25 de junho de 2023 |
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Parabéns, Arq.to Álvaro Siza |
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90 anos a percorrer um caminho de intensa e apaixonada entrega à Arquitetura. E o desafio continua. |
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23 de junho de 2023 |
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João Queiroz: um enigma e um convite |
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O que fazer perante fotografias que nos deixam mais perguntas do que respostas? Temos de aceitar que estamos perante um enigma e - por que não? - partilhá-lo, na esperança de que alguém possa ter algo a acrescentar. Referimo-nos a um conjunto de 7 fotografias integradas no acervo de João Queiroz. Delas conseguimos apenas identificar o lugar, pois podemos afirmar, com bastante segurança, que se tratam de registos de uma das muitas exposições que a nave central do Palácio de Cristal, no Porto, foi acolhendo, desde a sua criação em 1865. Mas qual e quando? É o momento de avançar com algumas hipóteses, ainda que vagas. Duas destas fotografias, exatamente as que registam o Stand da Fiat têm um carimbo no verso: "João Queiroz, Arquitecto". Ora sabemos, por exemplo, que João Queiroz concluiu o Curso de Arquitetura Civil na Escola de Belas Artes do Porto em 1920 e que obteve o Diploma de Arquiteto em 1926. E, por outro lado, sabemos que a Fiat saiu vencedora do Grand Prix de France, distinção que tão orgulhosamente se anuncia no Stand fotografado, em 1922, com Felice Nazzaro. Este seria, aliás, o ano em que, no Palácio de Cristal, se organizou uma estrondosa receção aos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral. A par destas fotografias existem outras 3 relativas a uma escultura e, muito em particular, a um alto-relevo de uma águia a voar sobre uma onda, com a Cruz da Ordem de Cristo em pano de fundo. A peça é rematada pelo brasão da cidade do Porto e ostenta duas inscrições: "Junho MCMXXII" e "Azas Eternas". Mas esta não parece ser uma exposição nem vocacionada para o evento nem estritamente dedicada à indústria automóvel, embora disso nos cheguem notícias. Pertencerão estas fotografias, onde apenas algumas apresentam o selo da Casa Alvão, a uma mesma série? Diz-nos, por outro lado, a Ilustração de outubro de 1926 que aqui se realizou uma importante Exposição das Indústrias Portuguesas, onde a variedade de temáticas aqui fotografadas se poderia enquadrar. Um novo dado a considerar, só que nada mais nos permite do que avançar com a hipótese de, muito provavelmente, se tratar de algo passado durante a década de 20 do séc. XX, hipótese essa que a imagem do Stand exterior ajuda a reforçar.
Com o lugar e o período cronológico mais ou menos traçados, passamos à questão seguinte: qual a razão que levou João Queiroz a obter e guardar estas fotografias? Seria o interesse pelos carros, pelas linhas arquitetónicas do Stand da Fiat ou, até mesmo, existiria algum envolvimento na conceção da sua estrutura, daí que estas duas fotografias tenham sido especificamente distinguidas com o seu carimbo pessoal? Não sabemos, claro. E a existência de fotografias focadas noutros Stands, por exemplo o dos Lanifícios Chemina de Alenquer, os aparelhos eléctricos de BEMFICA ou as perspetivas gerais da nave onde se destaca a publicidade ao Primeiro de Janeiro ou à Ourivesaria Aliança, não será supreendente se pensarmos que João Queiroz era coproprietário e fundador da Casa Sant´Ana, uma loja de artigos decorativos situada na rua da Santa Catarina, bem perto do seu atelier. Só que há que considerar ainda um outro elemento: todas as fotografias registam o espaço sem visitantes e, no caso do Pavilhão exterior, de um espaço ainda em montagem. E voltamos a colocar questões: Estaria a sua presença lá justificada por estar envolvido no projeto, na organização ou movido por interesses ligados à sua própria casa comercial? ...
Deixam-se as questões em aberto, mas acrescenta-se, por fim, que João Queiroz, também conhecido por Capitão Queiroz, nasceu no Porto a 23 de junho de 1892. Foi, como a ele se referiu Alexandre Alves Costa, "um arquiteto tranquilo". Gostaríamos que fosse um arquiteto mais conhecido. No seu acervo, para além de fotografias e outros desenhos dispersos, existem múltiplos projetos e uma singular biblioteca a aguardar quem os pesquise. Em dia de aniversário, fica também lançado este convite.
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22 de junho de 2023 |
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Encerramento das exposições em véspera de S. João |
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Em sintonia com a festa São Joanina, a Fundação Marques da Silva estará encerrada durante a tarde de amanhã, sexta-feira, pelo que as exposições não poderão ser visitadas. Mas cá estaremos na segunda-feira, a última semana de Green Roofs, Grey Roofs, prontos para o/a receber. Um bom São João! |
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22 de junho de 2023 |
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Fátima Vieira distinguida com a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Gaia |
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A Prof.ª Doutora Fátima Vieira, Vice-Reitora da U. Porto e Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva desde 2018 foi distinguida pela Câmara Municipal de Gaia com a Medalha de Mérito Cultural - Grau Ouro.
Uma distinção que vem reconhecer o empenho de Fátima Vieira em, "através da cultura, dar aos estudantes da Universidade do Porto uma noção alargada de território: é esse um dos desígnios do Corredor Cultural, que integra instituições culturais de Vila Nova de Gaia."
+ info: www.noticias.up.pt |
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21 de junho de 2023 |
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"Liceu Alexandre Herculano" |
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A Fundação Marques da Silva publicou recentemente um conjunto de fotografias do interior do "Liceu Alexandre Herculano", tiradas durante uma visita guiada pelos autores do seu projeto de remodelação: os arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. A essas fotografias foram agora associadas outras que nos permitem abrir uma janela sobre o tempo longo de um edifício projetado por José Marques da Silva que marcou e continua a marcar a cidade do Porto, pela sua arquitetura, pelo seu valor urbanístico, por quem o frequentou, em suma, pela história que lhe está associada e pela vontade de o ver de novo cumprir a sua função: ser um lugar de vida, de ensino e aprendizagem. Não se deixou assim fugir um momento único para apreciar a qualidade da intervenção agora realizada e a essência da arquitetura daqueles espaços, completamente renovados e que em breve deixarão de estar silenciosos e vazios. Esta compilação de imagens pode ser vista na página YouTube da Fundação Marques da Silva.
E aproveitamos para informar que, durante os meses de junho e julho, a Câmara Municipal do Porto promove visitas guiadas, organizadas conjuntamente com o Jornal de Notícias, às quintas e sextas-feiras, sempre às 18h. O acesso é gratuito, mas dependente de inscrições prévias (consultar condições em jn.pt/iniciativas)
Ver Vídeo: "Liceu Alexandre Herculano" |
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19 de junho de 2023 |
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A vertiginosa torrente de imagens de Filomena Molder |
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Há uma forma própria de falar em Filomena Molder, uma cadência encantatória para quem a ouve. Parte de si, da sua própria experiência, da condição de quem observa e pensa, mas enquanto ato coletivo, na medida em que a sua leitura do mundo é polifónica. Nela, cruzam-se e dialogam os seus autores de eleição, aqueles que sempre persegue ou que a perseguem, os que vai descobrindo ou com quem se vai cruzando. E nesta rede de constelações, não como Sibila, mas como Ariadne, demonstrou as inesgotáveis possibilidades de aproximação ao tema que lhe tinha sido proposto para encerramento do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento: O espaço da imagem.
Encadeando diferentes pontos de vista, Filomena Molder foi desenhando, formando, sugerindo, determinando, expandindo e diluindo o espaço físico, mental e afetivo de quem acompanhou, no passado sábado, na Fundação Marques da Silva, os seus deslumbramentos e contínuos desdobramentos. Foi uma torrente vertiginosa de imagens onde ecoaram as vozes de artistas, filósofos, poetas, historiadores, antropólogos ou até psicólogos e pediatras. E basta citar alguns destes nomes. Sim, lá estiveram Kant, Goethe, Wittgenstein e Benjamin, mas também Santo Agostinho, Johann Georg von Hamann e Hermann Broch. E porque o corpo, que ocupa e transforma o espaço, foi a casa de partida para um estimulante jogo de reflexão e questionamento, recorreu a Ushio Amagatsu e Herberto Helder, e passou pela rima de Dante, por Italo Calvino ou pelos coros das tragédias de Ésquilo e de Sófocles. Com a consciência desperta para a importância do pé na libertação da mão e do olhar, ou seja, na disponibilidade para a imaginação, defendendo o mistério inerente à aprendizagem da linguagem, evocou a condição de comunidade e as condições temporais onde se desenvolve a nossa vida, individual e humana, fazendo emergir as vozes de Óssip Mandelstam, de Michel de Certeau ou André Leroi-Gourhan e a mais imprevista voz de Julianna Vamos. Ao passar da gravidade para a profundidade, porque o espaço, como diria Bob Dylan, "contains multitudes", explorou as relações do espaço com a arte e regressou a Eduardo Chillida e a Alberto Giacometti, rememorando Rembrandt e o território das Musas. Filomena Molder falou, em suma, da inevitabilidade da imagem, da impossibilidade de fuga a um jogo que é também a história da nossa vida, o das imagens que nos rodeiam, as que a nossa linguagem cria, as imagens fundantes, isto é, as do teatro da nossa vida, com a casa a ocupar o lugar mais íntimo. Imagens dialéticas e de onde não se pode retirar o presente, já que é no presente que se vive. Por isso, deixou também imagens para o espaço, a do "labirinto", "ponte" e de "poço", casas, afinal, do Jogo da Glória.
Este ciclo, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que asseguraram a moderação das 4 sessões que o constituiram.
Ver álbum fotográfico |
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16 de junho de 2023 |
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Novos Títulos em Loja |
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A atividade editorial continua a ser uma das áreas estratégicas da Fundação Marques da Silva, enquanto instrumento privilegiado de valorização do seu património documental e enquanto reflexo de uma permanente abertura e incentivo à prática da investigação. É também a face visível de uma rede de colaborações e parcerias que têm vindo a ampliar-se. Exemplo disso são os numerosos títulos já publicados, nacional e internacionalmente, com a chancela ou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
E só durante este último mês deram entrada nas livrarias 3 novos ltítulos, livros que também podem ser adquiridos na Fundação Marques da Silva, presencialmente ou através da Loja Online:
- Novo/Antigo: Fernando Távora, Conversas, o primeiro volume de um díptico que visa o trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido por Fernando Távora, lançado durante colóquio NOVO/ANTIGO. FERNANDO TÁVORA. É um livro coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, editado em parceria pela Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e as Edições Afrontamento.
- A Escrita do Porto: Construção de uma Identidade, de Eduardo Fernandes, é o segundo volume da coleção A Escolha do Porto: Contributos para a atualização de uma ideia de escola, um projeto editorial da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento. Neste segundo livro abordam-se as questões que podemos associar à génese da “Escrita do Porto” (neste contexto, a palavra “escrita” é entendida como registo de uma ideia emergente), indissociável da figura de Fernando Távora e da sua obra teórica, desenhada e construída
- Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008, uma monografia inédita do arquiteto Manuel Botelho com edição de António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, onde se apresenta uma seleção de 27 obras e projetos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia. Publicada pela editora Circo de Ideias, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
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15 de junho de 2023 |
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O ESPAÇO DA IMAGEM
com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
Encerramento do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento"
Fundação Marques da Silva, 17 de junho, 15h |
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A quarta e última sessão do ciclo ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO tem como convidada Filomena Molder. Com esta filósofa e investigadora, depois do "espaço da escrita", do "espaço do movimento" e do "espaço do corpo", será dada a vez ao "espaço da imagem". E o sentido da sua intervenção também já está definido: “Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”
Depois de Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil e Ana Godinho Gil, mais um encontro a não perder! Tem lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo sábado, dia 17, com início às 15h. A entrada é livre.
O ciclo de conversas ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO, idealizado, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
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14 de junho de 2023 |
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Alexandre Alves Costa, Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa
Lançamento da 3.ª edição do livro, com apresentação de Raquel Henriques da Silva
FAUP, 15 de junho, 18h30
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A FAUPpublicações vai lançar, amanhã, 15 de junho, a 3.ª edição do livro Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa, da autoria de Alexandre Alves Costa, Professor Emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A apresentação estará a cargo de Raquel Henriques da Silva. A sessão começa às 18h30 e é de entrada livre.
Ver cartaz completo aqui
+ info: www.arq.up.pt
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13 de junho de 2023 |
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Visit.ações à exposição "Green Roofs, Grey Roofs" |
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Às terças-feiras é dia de Visit.ação à exposiçao Green Roofs, Grey Roofs, o mesmo é dizer que o Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, se enche de crianças. E é vê-las, de olhar atento a tudo o que as rodeia, desde que atravessam o portão da pr. do Marquês, prontas a descobrir o universo da fotografia e em particular o das que Inês d´Orey nos apresenta nesta exposição.
As visitas interativas, inseridas na programação da Bienal ´23 Fotografia do Porto, têm mediação e curadoria educativa do Coletivo Arisca, e prolongam-se até ao final do corrente mês de junho. |
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12 de junho de 2023 |
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O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva |
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Este sábado, 17 de junho, com Filomena Molder como convidada, conclui-se o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. Na Fundação Marques da Silva vai-se falar do Espaço da Imagem. A sessão, moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, inicia-se às 15h e é de entrada livre.
+ info aqui |
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7 de junho de 2023 |
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A remodelação do "Liceu Alexandre Herculano": um projeto de compromisso |
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Desconhece-se a data precisa em que José Marques da Silva se deixou fotografar, de chapéu e guarda-chuva, que o tempo assim o exigia, na galeria central de acesso ao jardim interior do então Liceu Alexandre Herculano, obra que tinha começado a projetar em 1914. A primeira pedra tinha sido lançada a 31 de janeiro de 1916, pelo Presidente Bernardino Machado, o mesmo que, em visita à cidade do Porto e no dia seguinte, assinalaria o lançamento da obra da Avenida dos Aliados, com a remoção da primeira pedra do palacete onde a Câmara se tinha instalado. Mas, tal como a Avenida, o processo de construção do Liceu acabaria por ser longo e faseado, arrastando-se até aos anos 30, altura em que se concluem o ginásio e a ala nascente. É, aliás, apenas em 1930 que o horticultor Jacinto de Matos e o calceteiro Guilherme de Oliveira finalizam o jardim da Reitoria que Marques da Silva tem em pano de fundo. A inauguração, com o "liceu oriental" a entrar em pleno funcionamento, chegou apenas em 1934. Seria esse o contexto para a fotografia? O ano é um mero pormenor numa história que continua a escrever-se.
Quase um século depois, em 2023, é a vez de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, autores do projeto de requalificação, se deixarem fotografar nessa mesma galeria, onde as árvores denunciam a passagem do tempo. Mais do que a graça de repetirem o gesto e a pose, sem guarda-chuva que o dia era cheio de sol, é mesmo a vontade de sublinhar o seu compromisso com a obra de Marques da Silva e a vontade de assegurar a este lugar um novo futuro que os leva a aceitar o enquadramento proposto. Já em 2010, Alexandre Alves Costa referia, nas Conferências Marques da Silva, a propósito da remodelação do "Liceu Alexandre Herculano", que seria a preexistência a constituir-se a fronteira para o impossível, pelo que seria imperativa a preservação dos seus valores fundamentais. O projeto de transformação enfrentou, também ele, sucessivos adiamentos e revisões, mas a obra está finalmente a terminar. É, assim, um momento único para visitar a "nova" Escola Secundária Alexandre Herculano. O vazio interior, apenas atravessado por uma abundante luz e por alguns vestígios dos trabalhos ainda em curso, presta tributo à arquitetura do espaço, como as fotografias de Telma Dias, que passam agora a complementar a memória documental que a Fundaçao Marques da Silva preserva sobre este edifício, evidenciam. Está aberta a contagem decrescente para um novo ciclo de vida.
Ver álbum fotográfico |
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9 de junho de 2023 |
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A arquitetura da "Clara de Resende": Perspetiva(s) |
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O desenho que hoje se publica diz apenas tratar-se de uma "perspectiva", não contendo qualquer outra informação que permita revelar o projeto a que pertence, quem é o seu autor ou o ano em que foi produzido. Contudo, para quem passe pela rua do Primeiro de Janeiro, no Porto, facilmente nela reconhecerá a Escola Secundária que adotou o nome da pintora Clara Winston de Resende, nascida em Paris, em 1855, filha do pintor portuense Francisco José Resende, e que, regressada a Portugal, viria a falecer nesta cidade, em 1933.
O edifício da atual Escola Secundária Clara de Resende, contemporâneo, por exemplo, da Escola do Cedro de Fernando Távora ou da Escola Francesa de Manuel Marques de Aguiar, Carlos Carvalho Dias e Luís Cunha, foi construído entre 1957 e 1959, ano em que o escultor Fernando Fernandes é convidado a executar o painel cerâmico para a fachada principal. Inaugurou no ano seguinte e, dado o valor espacial, funcional e plástico da sua arquitetura, encontra-se classificado, desde 2011, como Monumento de Interesse Público. Mas a "Clara de Resende" precede esta construção. A inicialmente designada Escola Elementar Clara de Resende, dedicada à formação técnica de uma população exclusivamente feminina, tinha sido criada em 1949 e, depois de passar por outras instalações (rua das Taipas e rua Aires de Gouveia), aguardava um espaço próprio e autónomo para se fixar. A oportunidade para o pensar surgiu em 1955, altura em que a Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário lança o concurso de onde viria a sair vencedor o atelier lisboeta de João de Barros Vasconcelos Esteves, onde colaboravam Eduardo Valente Hilário e Luiz Alçada Baptista (estagiário). Serão estes três arquitetos a desenvolver o projeto final.
Foi do arquivo de Luiz Alçada Baptista que nos chegou esta imagem, parte integrante do processo de projeto, pontuada por três figuras femininas que denunciam o traço deste arquiteto, nascido na Covilhã, mas familiarizado com a cidade do Porto. Aliás, nesse mesmo ano de 1955, Luiz Alçada Baptista, concluída a frequência do Curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, preparava-se para defender o seu projeto de C.O.D.A., o que veio a acontecer em dezembro com "uma habitação na Serra da Estrela". O projeto para a "Clara de Resende" não seria, porém, uma experiência isolada. Ao longo do seu percurso de arquiteto, em particular no âmbito do GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), gabinete que forma juntamente com Maurício de Vasconcellos, e com a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, continuará a desenvolver importantes projetos para edifícios escolares, como é o caso do complexo para a Universidade da Beira Interior.
Luiz Alçada Baptista faria hoje, 9 de junho, 99 anos. O seu arquivo profissional pode agora ser estudado na Fundação Marques da Silva.
Quanto à arquitetura da Escola Secundária Clara de Resende, e em jeito de nota final, refira-se que continua a somar distinções, já que o projeto de remodelação da autoria de Carlos Prata com Sara Almeida, e cuja equipa integrou Luís Alçada Baptista (arquiteto paisagista, filho de Luiz Alçada Baptista), para o projeto de espaços exteriores, em 2012, veio a ser o vencedor da 14.ª edição do Prémio João de Almada. |
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1 de junho de 2023 |
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O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva |
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O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, vai concluir-se no próximo dia 17 de junho e traz como oradora convidada, a filósofa e investigadora Filomena Molder.
“Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”
O desafio está lançado. Venha e participe. A sessão, moderada pelos organizadores, começa às 15h e é de entrada livre.
+ info aqui
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31 de maio de 2023 |
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Relatório de Atividades e Gestão - 2022 |
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Encontra-se disponível para consulta pública, o Relatório de Atividades e Gestão correspondente ao ano de 2022.
Consultar Relatório aqui |
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31 de maio de 2023 |
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HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ
até 29 de julho, na Casa-Atelier José Marques da Silva
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Este próximo sábado, dia 3 de junho, estava previsto um Encontro com Luís Pavão, talvez o mais fiel fotógrafo da obra de Raúl Hestnes Ferreira ao longo do tempo. Seria o quinto e último deste ciclo pensado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. Imprevistos de última hora impedem que assim aconteça, pelo que a sessão está cancelada. Mas a exposição aí está, para continuar a ser visitada e redescoberta, no piso nobre da Casa-Atelier José Marques da Silva, até 29 de julho. |
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30 de maio de 2023 |
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Pelo olhar de Inês d´Orey:
a visita guiada a Green Roofs, Grey Roofs |
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No passado sábado, Inês d´Orey esteve na Fundação Marques da Silva para uma visita guiada à exposição Green Roofs, Grey Roofs. Claro que se falou da fotografia enquanto objeto artístico ou até na maximização do olhar que o drone, agora utilizado pela artista, permitiu. Um movimento de expansão do gesto de fotografar a colocar novos desafios. Falou-se, assim, do processo que esteve na base do que pode ser visto nesta exposição, mas debateram-se também as questões que levaram a que fossem estes e não outros os objetos/coberturas de edifícios a serem fotografados. Ou seja, a partir das vantagens e benefícios destas estruturas, esteve igualmente em foco essa preocupação maior do nosso tempo, assumida como um dos eixos estruturais desta edição da Bienal de Fotografia do Porto: a sustentabilidade.
A exposição pode ser visitada até 1 de julho, no 1.º piso do Palacete Lopes Martins, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. Entrada livre. |
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29 de maio 2023 |
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Uma manhã de empatia com a vida e a obra de Fernando Távora:
assim foi o colóquio Novo/Antigo. |
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Foi uma manhã inteiramente dedicada a Fernando Távora, a do passado sábado. O colóquio Novo/Antigo reuniu, na Fundação Marques da Silva, um conjunto heterogéneo de pessoas ligadas por um sentimento comum de empatia com Fernando Távora. De diferentes gerações, chegados de lugares diversos e com circunstâncias distintas de relacionamento com Fernando Távora, amigos, antigos colaboradores, colegas, clientes ou investigadores, individualmente ou em diálogo, e muito para além do âmbito estrito da forma como este arquiteto projetava a partir de preexistências, tema principal deste encontro, cruzaram memórias, muitas histórias e refletiram em conjunto sobre uma personalidade invulgar e fascinante. Recordaram a sua forma de estar e de fazer arquitetura, dialogaram sobre o sentido da sua obra e foram unânimes quanto à importância de um legado que deve ser revisitado, questionado, conhecido e preservado, em suma, tratado como "algo vivo".
A manhã concluiu-se com a apresentação dos dois livros resultantes do projeto coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas, que em breve estarão em circulação e disponíveis para venda.
Ver álbum fotográfico aqui |
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18 de maio de 2023 |
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Novo / Antigo. FERNANDO TÁVORA
Colóquio e lançamento de livros
27 de maio, 9h30-14h, Fundação Marques da Silva |
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O Colóquio Novo/Antigo. FERNANDO TÁVORA, parte integrante do projeto editorial com o mesmo nome, coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, pretende introduzir um novo e mais profundo olhar sobre práticas de intervenção no construído.
Organizado conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (Grupo PACT) da FAUP, este Colóquio inclui a realização de duas mesas-redondas e a apresentação dos dois livros que registam a investigação realizada sobre um conjunto significativo de obras de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvidas por Fernando Távora: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas. No próximo sábado, 27 de maio, na Fundação Marques da Silva, entre família, colegas, críticos, amigos e colaboradores, a manhã será dedicada ao pensamento e obra de Fernando Távora. E estão todos convidados. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
Saber mais aqui |
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22 de maio de 2023 |
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TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera
Amanhã, 23 de maio, no Departamento de Arquitetura do Politécnico de Milão |
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O Departamento de Arquitectura do Politécnico de Milão vai promover uma jornada de estudo inteiramente dedicada ao arquiteto Fernando Távora. A iniciativa, TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera, coordenada por Marina Landsberger, Angelo Lorenzi, Stefano Perego e Carlotta Torricelli, vai reunir um conjunto de reconhecidos arquitetos e investigadores, italianos e portugueses, para debaterem o pensamento, a obra e a herança de Fernando Távora. Também a Fundação Marques da Silva estará presente, sendo representada pelo seu Vice-Presidente, Luís Martinho Urbano.
Acontece a 23 de maio, com o patrocínio da Fundação Marques da Silva.
+ info: www.auic.polimi.it
Ver Cartaz |
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22 de maio de 2023 |
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José Gil e Ana Godinho Gil na Fundação Marques da Silva: as palavras de quem se predispõe a pensar |
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José Gil e Ana Godinho Gil, os convidados da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, foram desafiados a falar sobre os conceitos de "corpo" e de "espaço". E fizeram-no magistralmente, no passado sábado, a partir de uma condição maior: declarar abertamente que o seu território, o de quem se predispõe a pensar, se encontra em permanente processo de procura. As ideias que partilharam refletem, assim, o ponto em que se situam as suas linhas de pensamento, o seu processo de questionamento sobre uma realidade em contínua transformação, esse lugar onde vivemos, que nos interseta e é por nós intersetado.
As suas intervenções traduziram-se numa estimulante reflexão sobre a infindável gama de possíveis que um corpo - individual ou coletivo, natural ou transformado - tem para se projetar e inscrever num espaço que pode ser tangível ou virtual ou pertença do sensível, embrionário ou cósmico, mas que se produz constantemente e está sempre mediado e carregado de intensidades. Indo da micro à macro escala, José Gil falou da projeção de um corpo que tanto pode fazer de uma parede uma pele, como voltar-se para o seu interior, encolher ou dilatar-se. E se para falar do espaço resultante de uma projeção, José Gil cruzou os domínios da arte, em particular da Pintura ocidental, Ana Godinho Gil partiu dos pressupostos expostos por Winnicott em Jogo e Realidade para abordar o conceito de espacialidade livre, com as suas zonas de contiguidade e continuidade, um espaço produtor de diferenças e onde estas se manifestam, um espaço de reciprocidade e, como tal, modificável.
Houve ainda tempo para aflorar questões como o impacto transformador das alterações climáticas; a paradoxal contradição que nos dias de hoje se verifica entre o desejo de imortalidade e a vontade de mudança do corpo tradicional; ou até mesmo a substituição desse corpo pelo robot. Ficou a consciência da dificuldade e complexidade desta "viagem mental" a um universo marcado por uma transitoriedade tão rápida e imponderável, que a própria linguagem ainda não a consegue acompanhar. No passado sábado, o espaço da Fundação converteu-se num espaço de pensamento.
Este ciclo, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da FAUP. A próxima e última sessão será com Filomena Molder, a 17 de junho.
Ver álbum fotográfico aqui
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22 de maio de 2023 |
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Green Roofs, Grey Roofs,
a exposição que passou a habitar o Palacete da Fundação Marques da Silva |
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No passado sábado festejou-se a inauguração da nova exposição que habita o primeiro piso do Palacete Lopes Martins, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que contou com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jane Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Esta exposição, produzida pela Bienal ´23 Fotografia do Porto em parceria com a Fundação Marques da Silva no contexto do núcleo "Sustentar", traz-nos o olhar reflexivo de Inês d´Orey sobre os benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos. Com o foco direcionado para a cidade do Porto, foram fotografados projetos como a Praça Goncalves Zarco, de Manuel de Solà-Morales (2004); o Metro da Trindade, de Eduardo Souto de Moura (2005); a Praça de Lisboa, de Pedro Balonas (2012); o Museu da Cidade do Porto: Reservatório, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (2018); o Edifício Emporium, de Morais Soares Arquitectos (2020); Terminal Intermodal de Campanhã, Nuno Brandão Costa, 2021.
Green Roofs, Grey Roofs, pode ser visitada até 1 de julho, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. A entrada é gratuita.
Ver álbum fotográfico da inauguração aqui. |
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11 de maio de 2023 |
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Newsletter Fundação Marques da Silva | maio 2023 |
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Amanhã é um dia com muito para ver e para fazer, na Fundação Marques da Silva.
Às 15h00, no Palacete Lopes Martins, inicia-se a conversa sobre O Espaço do Corpo, com José Gil e Ana Godinho Gil. A sessão será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento". À mesma hora, na Casa-Atelier José Marques da Silva, terá lugar uma oficina de criação para famílias com crianças e jovens, Empatia em Família, promovida no âmbito da exposição que a Bienal ´23 traz à Fundação. E às 16h30, de novo no Palacete Lopes Martins, é a inauguração desta exposição, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que conta com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
Estes são os destaques da Newsletter de maio da Fundação Marques da Silva, que hoje se publica. Mas há muito mais a acontecer.
Ler aqui. |
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17 de maio de 2023 |
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O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva
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O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento regressa à Fundação Marques da Silva e traz como convidados José Gil e Ana Godinho Gil. Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo, asseguram também a moderação da sessão que terá como tema o Espaço do Corpo.
"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."
É no sábado, dia 20 de maio, às 15h. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
Saber mais aqui |
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18 de maio de 2023 |
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GREEN ROOFS, GREY ROOFS / Bienal ´23 Fotografia do Porto
Uma nova exposição em Dia Internacional dos Museus! |
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A exposição Green Roofs, Grey Roofs, de Inês d´Orey, com curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira, parte integrante da Bienal ´23 Fotografia do Porto, abre hoje ao público no Palacete Lopes Martins da Fundação Marques da Silva, celebrando igualmente o Dia Internacional dos Museus.
A inauguração da exposição acontecerá no próximo sábado, dia 20, às 16h30, com a presença da artista e dos curadores, e será antecedida por uma oficina para famílias, orientada pelo coletivo Arisca, às 15h.
A exposição é visitável de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (último acesso às 17h30).
+ info aqui
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17 de maio de 2023 |
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A Nova Ponte sobre o Douro
Há uma nova sessão "Fora de Portas"
19 de maio, 18h, Auditório da FEUP |
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No próximo dia 19 de maio haverá uma nova sessão do projeto “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, desta vez com o foco na Nova Ponte sobre o Douro. O Arq.to José Carlos Nunes, o Eng.º. Miguel Sacristán Montesinos e o Eng. Filipe Vasques serão convidados a apresentar a obra, partilhando detalhes sobre um projeto que tanto impacto terá nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. A moderação será assegurada pela Arq.ta Bárbara Rangel.
Esta sessão, que se junta às VII Jornadas da Engenharia Civil da FEUP, vai decorrer no Auditório da FEUP. O acesso é gratuito, mas requer inscrição prévia em: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/
“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, iniciativa que tem o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizada em parceria pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, Casa da Arquitectura, da Ordem dos Engenheiros Região Norte e da Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil - LC Porto.
+ info: aqui
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15 de maio de 2023 |
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Da paisagem da infância ao exercício de decifração da obra de Raúl Hestnes Ferreira
Assim foi o "encontro com" Alexandre Alves Costa
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Este "encontro com" Alexandre Alves Costa poderia ter sido dominado pela nostalgia, mas ainda que a saudade tenha sido declarada, o que aconteceu foi a partilha bem-humorada de uma "Jornada" - numa assumida apropriação do poema de José Gomes Ferreira que Fernando Lopes-Graça viria a incluir nas suas Heróicas - preenchida pela presença de muitos, a começar pelos que povoaram essa paisagem da infância, a casa de João José Cochofel na Serra da Lousã, onde ambos - Alexandre Alves Costa e Raúl Hestnes Ferreira - passaram férias. Como diria Irene Lisboa, aí foram lançadas muitas das sementes do que viriam a ser.
Ao longo dessa "Jornada", e a de Raúl Hestnes Ferreira sempre foi "solitária e de serena independência", houve lugar para continuados reencontros, como a cidade do Porto ou a docência em Coimbra, outros territórios de partilha e, no caso do Curso de Arquitetura da Universidade de Coimbra, o espaço onde Raúl Hestnes Ferreira viria a cumprir a sua paixão pelo ensino. A admiração por Louis Kahn foi sentida por estes dois arquitetos, mas mesmo quando as referências se cruzam, há muitas maneiras de fazer arquitetura e muitas formas de entender o lugar. Foi, portanto, sem rodeios que Alexandre Alves Costa admitiu o seu estranhamento perante uma obra de difícil interpretação como é a de Raúl Hestnes Ferreira, uma obra enigmática que, para ser desvendada, tinha de ser analisada para além da questão do gosto, na singularidade da sua linguagem, na procura das convições e circunstâncias que a fundamentam. Uma obra que começou por rejeitar, para depois reconhecer e aderir ao jogo que ela propõe. Recorreu então a Távora, que sobre a arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira considerava que não interessava gostar ou não gostar, mas sim o facto de ser sólida, de pousar, de ter gravidade. A história da sua difícil aproximação à Agência da CGD, projetada por Hestnes, em Avis, acabou por ser o momento em que Alexandre Alves Costa partilhou a sua progressiva descoberta dos códigos que, no seu entender, decifram o enigma que Hestnes Ferreira e a sua arquitetura representam. Percebeu-se também uma outra sua afirmação: "a obra de Raúl Hestnes Ferreira nao resulta da sua biografia, mas esta foi fortemente condicionada pelas suas crenças disciplinares".
Ver o álbum fotográfico aqui |
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18 de maio de 2023 |
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Exposição | Green Roofs, Grey Roofs
Bienal´23 Fotografia do Porto, Fundação Marques da Silva
Abertura: 20 de maio, 16h30 |
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A Bienal´23 Fotografia do Porto está de volta à cidade e traz-nos "Atos de Empatia". Nesta nova edição reúne 70 artistas, apresenta 15 exposições agrupadas em 4 núcleos ("Sustentar" - "Vivificar" - "Conectar" - "Expandir") e organiza 123 visit.ações. A Fundação Marques da Silva é, de novo, uma instituição parceira, acolhendo, no Palacete Lopes Martins, entre 20 de maio e 1 de julho, a exposição Green Roofs, Grey Roofs, com Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira.
Nesta exposição, Inês d´Orey ensaia uma reflexão acerca dos benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos, focando o seu olhar na cidade do Porto. Green Roofs Grey Roofs cria um lugar de questionamento entre as boas práticas e o potencial transformador por estas geradas, promovendo reflexão sobre temas como sustentabilidade, ecologia e cultura na construção e renovação da cidade. Esta exposição insere-se no núcleo "Sustentar", pensado para sublinhar a urgência de implementar uma mudança cultural e económica que encare os recursos naturais e os ecossistemas como fundamentais para um desenvolvimento regenerativo das cidades e um futuro sustentável para todas as formas de vida. "Sustentar" é, assim, o conceito agregador de uma plataforma de laboratórios criativos nos centros urbanos portugueses, que promoveu a colaboração e troca de conhecimento entre artistas e cientistas, agentes sociais e culturais, municípios e empresas, para criar novos imaginários.
A Bienal´23 abre a 18 de maio, em Dia Internacional dos Museus, mas a inauguração desta exposição acontece a 20 de maio, às 16h30, sendo antecedida, às 15h00, de uma Oficina dirigida a famílias.
A Bienal Fotografia do Porto é organizada e produzida pela Plataforma Ci.CLO em coprodução com a Câmara Municipal do Porto e financiada pela Direção-Geral das Artes, com o apoio mecenático do BPI e da Fundação ”La Caixa”, o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e uma rede de vários parceiros estratégicos a nível nacional e internacional.
+ sobre a Exposição
+ sobre a Bienal ´23 Fotografia do Porto
Ver Cartaz |
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12 de maio de 2023 |
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"Encontros com"
#04 Alexandre Alves Costa
moderação de Alexandra Saraiva
Sábado, 13 de maio, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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Alexandre Alves Costa, o convidado da quarta sessão do ciclo "Encontros Com", conheceu Raúl Hestnes Ferreira ainda durante a infância, férias conjuntas num tempo distante. Voltou a cruzar-se com o Raúl-estudante, quando este, entre 1952 e 1957, frequentou a Escola de Belas Artes do Porto. Bem mais tarde, viriam a ser ambos professores do Departamento de Arquitetura de Coimbra. Ao longo das suas vidas, apesar das suas maneiras bem distintas de fazer arquitetura, continuaram a alimentar um respeito e uma confiança mútuas. Será o próprio Raúl-arquiteto a convidar Alexandre Alves Costa a escrever sobre o projeto que tinha realizado para uma Agência da Caixa Geral de Depósitos em Avis. Seria a longa e cúmplice conversa que tiveram, e onde também participaram Adelino Gonçalves e Nuno Correia, sobre arquitetura e sobre a vida, a concluir a monografia, Raúl Hestnes Ferreira: Projetos, 1959-2002.
Alexandre Alves Costa virá à Fundação falar na primeira pessoa, sobre o que a sua memória retém desta distante proximidade com Raúl Hestnes Ferreira. É já no próximo sábado, 13 de maio, com a moderação a ser assegurada por Alexandra Saraiva, a curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão começa às 15h30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
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10 de maio de 2023 |
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José Forjaz e Malangatana, uma amizade que também ganhou a forma de uma casa |
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José Forjaz e Malangatana nasceram no mesmo ano, um em Coimbra, outro em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique. Conheceram-se em meados dos anos 50, no atelier de Pancho Guedes, que ambos frequentavam, um como desenhador de arquitetura, outro como pintor "por conta". Aí teve início uma amizade que se revelaria inabalável à passagem do tempo. Os seus caminhos não deixaram de tomar direções distintas, mas convergiram de novo, e definitivamente a partir de 1974. Viveram então o entusiasmo de uma chamada comum para "a construção de um Moçambique melhor". Sempre se consideraram "irmãos de luta e de interesses, de compromissos e de alegrias." Já na década de 90, caberia a José Forjaz desenvolver o plano para a construção do Centro Cultural de Matalana, que teve em Malangatana o seu principal dinamizador. E poucos anos depois, em 1997, José Forjaz seria de novo chamado a desenhar um outro projeto para o pintor: a sua Casa-Estúdio. Na invenção das linhas que definem a sua forma e volumetria, na cor que a envolve, nas janelas que abraçam a paisagem circundante ou estendem para o pátio, na atenção ao lugar e à sustentabilidade, no recurso aos materiais e aos construtores locais, a arquitetura da casa, expressão concreta e real de um entendimento cúmplice entre amigos, estava pronta a tornar-se espaço de vida e de criação.
José Forjaz nasceu a 10 de maio de 1936. Parabéns, Senhor Arquiteto!
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9 de maio de 2023 |
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O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva |
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"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio, e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."
Com estas palavras de José Gil e Ana Godinho Gil está lançado o guião da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. A moderação, como sempre, estará a cargo dos organizadores do ciclo Gonçalo Furtado e António Oliveira. A conversa terá lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo dia 20 de maio, às 15h. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
O ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento" conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
+ info aqui |
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8 de maio de 2023 |
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Manuel Botelho: o gesto próprio de quem sempre procurou o diálogo
A sessão de encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" |
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No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, com o encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" concluiu-se também todo um programa em torno da obra e da figura de Manuel Botelho, arquiteto, professor, autor. Foi, contudo, apenas o ponto de chegada de mais uma etapa e o início de um novo ciclo, aquele que permitirá, com o distanciamento do tempo e o acesso à documentação agora preservada nesta Fundação, alcançar um outro conhecimento e um renovado entendimento daquela que foi a obra desenvolvida por um arquiteto discreto, mas profundamente culto e atento.
O caminho até agora percorrido pelos dinamizadores deste programa, que teve como objetivo maior dar visibilidade e reposicionar Manuel Botelho no panorama da arquitetura portuguesa - António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia -, passou pela realização de três exposições, onde confluíram várias instituições e o contributo de muitos, caso do registo fotográfico de Duarte Belo e da investigação de Bruno Castro. Desdobraram-se depois em múltiplas iniciativas, entre visitas guiadas, conferências, mesas-redondas e, agora, o livro, Manuel Botelho: Obra e Projecto 1980-2008. Como este processo coletivo de trabalho se desenvolveu a pensar num tempo futuro, o périplo pelo "território" deste arquiteto também preparou e concretizou a doação do seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva e da sua biblioteca à Escola de Arquitetura da Universidade do Minho.
Por tudo isto, a sessão de encerramento, numa sala demasiado pequena para acolher todos aqueles que fizeram questão de comparecer, revestiu-se de um carácter muito particular. Pode dizer-se que os afetos se fizeram sentir, mas da sala para a mesa, muito para além da homenagem à pessoa, as palavras que se ouviram deram sobretudo corpo a um estimulante e por vezes aceso debate de ideias, sinal bem demonstrativo em como o seu percurso e obra, as suas referências e o modo como fazia arquitetura, podem e devem ser objeto de análise e reflexão, matéria de pensamento. Coube ao próprio Manuel Botelho, com a discrição, a simplicidade e elegância que o caracterizam, concluir o momento, numa síntese do que para si significa projetar: "estabelecer um diálogo com o tempo, um diálogo com o sítio, um diálogo com o mundo, um diálogo com o homem."
Como escrevem os curadores, no texto inicial do livro, "a obra de um arquiteto não termina quando, pela última vez, se fecha a porta do escritório".
Ver álbum fotográfico aqui |
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5 de maio de 2023 |
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Encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Lançamento de livro (15h30) e Mesa-redonda (16h00)
amanhã, na Fundação Marques da Silva |
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Amanhã encerra a exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto e estão todos convidados.
Começa às 15h30, com o lançamento do livro Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008, que será apresentado pelos editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e pelo coordenador editorial, Pedro Baía.
Logo a seguir, às 16h00, começa a mesa-redonda moderada por Jorge Figueira, com Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira.
E, claro, contamos com a sua presença!
+ info aqui
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4 de maio de 2023 |
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"Encontros com"
#04 Alexandre Alves Costa
moderação de Alexandra Saraiva
13 de maio, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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Foi a convite de Raúl Hestnes Ferreira que Alexandre Alves Costa se deslocou a Avis, para visitar a Agência da Caixa Geral de Depósitos. Do exercício do olhar deveria resultar o exercício da escrita. E assim foi, com as impressões dessa incursão a Avis, sob um sol escaldante, registadas no artigo "A construção da Geometria" que a revista Architécti haveria de publicar em 1993. Mas este está longe de ser o primeiro encontro entre estes dois arquitetos, apesar dos caminhos tão distintos que ambos seguiram.
Alexandre Alves Costa, o convidado da quarta sessão do ciclo "Encontros Com", conheceu Raúl Hestnes Ferreira ainda durante a infância, férias conjuntas num tempo distante. Voltou a cruzar-se com o Raúl-estudante, quando este veio para a Escola de Belas Artes do Porto e concluiu nesta cidade o curso Especial (os primeiros quatro anos). Bem mais tarde, viriam a ser ambos professores do Departamento de Arquitetura de Coimbra. Ao longo das suas vidas, apesar das suas maneiras bem diferentes de fazer arquitetura, continuaram a alimentar um respeito e uma confiança mútuas que transparece, por exemplo, na conversa que remata a monografia sobre a obra projetada por Hestnes Ferreira, publicada em 2002.
Nada como vir à Fundação Marques da Silva, no próximo dia 13 de maio, e ouvir o testemunho de Alexandre Alves Costa, na primeira pessoa, sobre o que a sua memória retém desta distante proximidade com Raúl Hestnes Ferreira. A sessão será moderada por Alexandra Saraiva, a curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ, e começa às 15h30. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
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2 de maio de 2023 |
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Encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Lançamento de livro e Mesa-redonda
6 de maio, 15h30, Fundação Marques da Silva
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O último dia de abertura ao público da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, 6 de maio, vai ser assinalado com o lançamento da monografia Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008 e com uma mesa-redonda.
O livro, que traça uma retrospetiva inédita do percurso do arquiteto Manuel Botelho, reúne, ao longo de 360 páginas, uma selecção de 27 obras e projectos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia. Será apresentado pelos editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e pelo coordenador editorial, Pedro Baía. Trata-se de uma publicação da Circo de Ideias e tem o apoio da Fundação Marques da Silva. A sessão tem início às 15h30.
A mesa-redonda, com início às 16h00, será moderada por Jorge Figueira e nela participam Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira. Um painel constituído por antigos colaboradores de Manuel Botelho e, sobretudo, por arquitetos e investigadores que se têm vindo a dedicar ao estudo e critica da Arquitetura Portuguesa, para procurar responder ao desafio de nela posicionar a obra desenvolvida por este arquiteto.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
+ info aqui |
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2 de maio de 2023 |
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As ressonâncias que habitam "o espaço do movimento"
Daniel Tércio em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira |
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Na segunda sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, com Daniel Tércio a assumir a função de interlocutor dos organizadores/moderadores Gonçalo Furtado e António Oliveira, a escrita deu lugar ao movimento, a palavra ao corpo que dança. Foi mais uma aproximação ao conceito de "espaço" enquanto tema convergente de diferentes abordagens disciplinares, ideia estruturante e transversal desta iniciativa a materializar em 4 conversas.
As Artes Plásticas foram o primeiro território de formação de Daniel Tércio, mas são vários os seus universos de interesse, entre os quais a Literatura (é autor publicado de obras de ficção científica), a Arquitetura (uma atenção presente desde a infância, também experienciada através do seu irmão arquiteto, que o convidou a colaborar em projetos de arquitetura, e uma das áreas de pensamento que o tem vindo a acompanhar), a Filosofia (em particular o campo da Estética) ou a Ecologia (num repensar do conceito de Natureza em sintonia com o caminho apontado por Guattari). Dominante, porém, foi o seu fascínio pela Dança, objeto e matéria de continuado estudo e investigação, de interpelação, de observação, de crítica, de criação e de prática experimental, um caminho de compreensão e de posicionamento no mundo e no tempo em que vive. Interesses que se intersectam e se cruzam, tanto no seu percurso profissional, quanto se tornaram naturalmente presentes nesta conversa que decorreu no Dia Mundial da Dança.
A especificidade do momento acabou por lançar Daniel Tércio numa viagem pela história da efeméride e da Dança, explicando a importância de Jean-Georges Noverre, cujo dia de nascimento foi a 29 de abril de 1727, para a autonomização desta forma de arte, bem como a atualidade das suas ideias. Seguiu-se um exercício de análise do que significa a organização do espaço por corpos em movimento e do processo de construção da Dança, sublinhando o que nele se assemelha ao processo de pesquisa do arquiteto. Falou da escrita no espaço, da coreografia, de como surge e de como pode interpelar tanto os espectadores quanto os próprios intérpretes; do desafio que a cenografia implica com a transformação do espaço cénico, referindo, entre outros, o trabalho de João Mendes Ribeiro e o diálogo estabelecido entre este arquiteto e Olga Roriz; e falou dos figurinos, outra das componentes que interagem com o movimento, citando como exemplo a criação de Picasso em Parade. O conceito de heterotipia, a noção de espaço-tempo, espaço interior ou espaço virtual representaram outras vias de análise da Dança enquanto movimento de um corpo em ressonância com o que o rodeia, da esfera de um corpo que intersecta outros, da pulsação e intenções que sempre orientam a sua deslocação num espaço. E para além dos espaços reais, cénicos e urbanos, passou ainda por lugares distópicos utopicamente imaginados e pelos espaços expandidos tornados possíveis com as novas tecnologias. Os "objetos coreográficos" de William Forsythe ilustraram, por sua vez, a capacidade da Dança intensificar o corpo no espaço, fazendo do movimento e da efemeridade da interação com o público matéria de constante recriação. Mas foram muitas as referências a outros autores, criadores e pensadores que foram surgindo no fluir de uma conversa onde o próprio Daniel Tércio demonstrou na sala como se pode, através do movimento, alterar e condicionar a relação com o espaço. Um conjunto de reflexões a integrar, por fim, o resultado de uma busca por novos ângulos de interação com o espaço-cidade, experiências de aproximação ao urbanismo sensorial, potenciadas pelo confinamento e que nele são se esgotaram, reforçando até, para além da dimensão laboratorial e artística, esse desejo há muito alimentado por Daniel Tércio de que o Zeppelin possa vir a ser de novo uma realidade.
Na próxima sessão, já a 20 de maio, será a vez d´ "O espaço do corpo", com José Gil e Ana Godinho Gil.
Ver álbum fotográfico aqui |
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28 de abril de 2023 |
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O ESPAÇO DO MOVIMENTO
Daniel Tércio conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira
amanhã, 29 de abril, às 15:00, na Fundação Marques da Silva
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Em Dia Mundial da Dança, o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento vai trazer Daniel Tércio à Fundação Marques da Silva.
O Espaço do Movimento será, assim, o tema desta segunda sessão, onde Daniel Tércio se propõe questionar a qualidade inconstante do corpo dançado. "Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
A conversa será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, os organizadores deste ciclo, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
A sessão começa às 15h00 e é de entrada livre. Venha e participe! |
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27 de abril de 2023 |
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O problema da habitação: operações SAAL, participação e democracia
Sessão de cinema e conversa
Com Alexandre Alves Costa, Ana Drago e Gonçalo Antunes
Moderação a cargo de Ricardo Santos
29 de abril, Auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro (Lisboa) |
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A terceira sessão do ciclo de cinema e conversas Habitação e cidade: o passado, o presente e o futuro de Lisboa tem como tema O problema da habitação: operações SAAL, participação e democracia.
A projeção do documentário Habitat, realizado por Fernando Lopes em 1976, dará o mote para a conversa moderada por Ricardo Santos (CEAU-FAUP). Nela vão participar Alexandre Alves Costa (arquiteto), Ana Drago (socióloga) e Gonçalo Antunes (CICS.NOVA / NOVA FCSH).
Este ciclo, programado no âmbito da exposição Políticas de Habitação em Lisboa, da Monarquia à Democracia, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizado pelo Arquivo Municipal de Lisboa, em parceria com o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (CICS.NOVA). A sessão, de entrada livre, tem início às 15:00.
+ info: http://arquivomunicipal.lisboa.pt |
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26 de abril de 2023 |
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O gesto incessante de fotografar o território:
António Menéres e Vilarinho das Furnas |
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António Menéres sempre gostou de viajar e de fotografar. E fê-lo constantemente, muitas vezes regressando a lugares há muito percorridos e fotografados, como é o caso de Vilarinho das Furnas.
Em 1962, António Menéres tinha decidido visitar o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, no Gerês, juntamente com dois amigos de Leça, o primo, José Clemente Menéres, e Rui Leuschner Fernandes, amigo de infância e o único que tinha, na época, automóvel: uma “arrastadeira”, melhor dizendo, um Citroën de 11 cv. Só que a leitura do livro de Jorge Dias sobre Vilarinho das Furnas acabou por conduzi-los a um novo destino, esta aldeia comunitária em Terras de Bouro. Como sempre, António Menéres foi munido com a sua Leica 3B (modelo de 1938), que ainda hoje funciona. Nesse tempo, ainda não se equacionava a construção da barragem que viria a submergir o povoado. As fotografias então tiradas registaram a tranquilidade do dia a dia da aldeia e cristalizaram a imagem de um lugar onde a vida acontecia, indiferente ainda a esse futuro desconhecido apesar de não muito distante.
Em 2022, António Menéres regressou a Vilarinho das Furnas, ou melhor, às suas ruínas, tornadas visíveis com a descida do nível das águas. Foi acompanhado de Pedro Borges de Araújo, Anni Gunther e Fernando Barros. Nas mãos, sinal dos novos tempos, tinha já uma Leica Digital, e, no olhar, o reconhecimento do lugar que conhecera e que agora emergia das perspetivas e dos ângulos escolhidos para captar o esqueleto, a fantasmagoria da aldeia. As fotografias aí estão a confrontar um antes e um depois, a dar voz a um tempo passado e presente, mas também a dar testemunho da atenção de um arquiteto com alma de fotógrafo ao território.
António Menéres nasceu a 26 de abril de 1930. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Ver montagem em vídeo de algumas das fotografias referidas aqui |
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25 de abril de 2023 |
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Sergio Fernandez entre Moledo e Caminha: a Urbanização da Quinta do Rego |
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Caminha é um território bem conhecido e apreciado por Sergio Fernandez, que nela fez construir a icónica Vill´Alcina, o seu refúgio de férias. Mas é também uma paisagem com a qual tem estabelecido outras ligações que vão pontuando a sua prática profissional e até docente, caso da Urbanização da Quinta do Rego, que, em 1983, foi tema das provas de acesso ao lugar de Professor na Escola Superior de Belas Artes do Porto.
A Urbanização da Quinta do Rego é um projeto do Atelier 15 de Sergio Fernandez e Alexandre Alves Costa iniciado em 1980 e ao qual pertence a perspetiva hoje publicada. Embora alterado, este imóvel residencial, pela sua volumetria, pelo jogo que estabelece entre espaços interiores e exteriores, e pela intensa cor que lhe confere o tijolo aparente de todas as suas fachadas, impõe-se agora ao olhar de quem visita Moledo do Minho, estância balnear do concelho de Caminha.
Apesar da Urbanização se encontrar implantada na proximidade de uma estrada nacional, a possibilidade de interferência do trânsito automóvel e dos ventos do norte que frequentemente assolam a região foi anulada pela solução projetual adotada. O conjunto volta-se para o belo mar da Praia de Moledo, formando um pátio exterior coletivo, a pensar nas crianças e no contacto permanente entre todos os seus moradores, um espaço seguro que não deixa de preservar a intimidade dos espaços habitados. O complexo tem ainda prevista a existência de lugares de parqueamento, demarcados por um sistema de pórticos, e uma limitada linha de estabelecimentos comerciais à entrada. Os autores do projeto até assumem, sem complexos, a influência da arquitetura de Leslie Martin na conceção do projeto, mas tiveram sempre presente a singularidade e a beleza da paisagem onde iriam intervir, numa vontade expressa de responder aos desejos de quem pudesse escolher aqui morar.
Sergio Fernandez nasceu a 25 de abril de 1937. Parabéns, Senhor Arquiteto!
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24 de abril de 2023 |
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O ESPAÇO DO MOVIMENTO
conversa com Daniel Tércio
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
29 de abril, 15h, Fundação Marques da Silva
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Num momento em que o festival Dias da Dança percorre os palcos da cidade, o ciclo ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO, organizado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, traz à Fundação Marques da Silva Daniel Tércio.
O mote para aquela que é a segunda das quatro conversas que, ao longo deste Ciclo, pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço", foi assim lançado pelo convidado desta sessão:
"Partindo do pressuposto de que a dança, tal como a arquitetura, produz espaço, tenciono questionar a qualidade inconstante do espaço dançado. Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
Daniel Tércio foi Professor da Universidade de Lisboa, tendo lecionado cursos de História da Dança, Estética, Movimento e Artes Visuais. Até 2021, coordenou o programa doutoral em Motricidade Humana, na especialidade de Dança, e foi membro da direção do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança. Enquanto crítico de dança, colabora regularmente com a imprensa escrita desde 2004. Os seus interesses vão da estética e história da dança aos estudos culturais, iconografia, tecnologias digitais e estudos da cidade.
A conversa, que acontece no Dia Mundial da Dança, a 29 de abril (sábado), será moderada pelos organizadores. Tem início às 15h e é de entrada livre. |
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24 de abril de 2023 |
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Com o ISCTE em pano de fundo, assim foi o "encontro com" Bernardo Miranda |
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Foi em 1989 que Bernardo Miranda conheceu Raúl Hestnes Ferreira. Esse foi o ano em que, vindo de Barcelona, iniciou no atelier do Largo da Graça uma colaboração que pensara ser breve. Só que não ficou apenas o mês programado, mas sim cerca de 10 anos ligado a esse espaço de difícil definição, marcado pela invulgar personalidade de Hestnes Ferreira. E quando finalmente Bernardo Miranda abandonou o trabalho em atelier, o estranhamento, a relação profissional com o arquiteto, com o mentor, dera já lugar a uma amizade que até ao final da vida de Hestnes Ferreira se foi aprofundando e ganhando contornos de natureza quase filial. Contudo, os seus percursos de vida aproximaram-se igualmente pela ligação de ambos ao ISCTE. Raúl Hestnes Ferreira começara a projetar os primeiros edifícios para o Campus em 1972. Foi com a Ala Autónoma, o INDEG e o Edifício II que este se tornou então território comum no que se refere ao desenho da sua arquitetura, mas também pelo facto de Bernardo Miranda, com o beneplácito de Raúl Hestnes Ferreira, ter transitado do projeto para o quadro docente da instituição. Tempo em que também a decisão de se doutorar no Porto foi tomada com o apoio de Hestnes Ferreira e Alexandre Alves Costa. Já neste tempo presente, com a "sala de operações" instalada no Edifício da Ala Autónoma e a consciência da profunda habitabilidade deste espaço, Bernardo Miranda regressou ao projeto. O ISCTE atravessa de novo um ciclo de construção e expansão, refletido tanto nas intervenções recentemente realizadas na entrada do Edifício I e no Piso 4 da Ala Autónoma, como no planeamento de novos edifícios em Lisboa e em Sintra.
Naquela que foi a terceira sessão do ciclo "Encontros Com", Bernardo Miranda traçou a linha evolutiva do processo construtivo do ISCTE e sublinhou a experiência intensa de trabalho com Hestnes Ferreira, a forma livre como este se entregava ao projeto, numa liberdade que não era incompatível com uma grande exigência e rigor; falou da compreensão que, com o tempo, foi ganhando da sua arquitetura e do seu método de trabalho; sublinhou ainda o respeito que este tinha pelos seus alunos e a importância das pessoas e dos afetos que, nos seus últimos anos de vida, foi deixando transparecer. Com ele aprendeu, a propósito de uma janela para a Ala Autónoma, que nem tudo tem de ter uma justificação.
Ver o álbum fotográfico aqui
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23 de abril de 2023 |
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"Pensar Arquitectura" em Dia Mundial do Livro |
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Em Dia Mundial do Livro e com o arquivo de José Forjaz quase a chegar à Fundação Marques da Silva, vindo de Moçambique, nada como sugerir um regresso à leitura de Pensar Arquitectura, o livro onde se reúne um vasto conjunto de textos escritos por José Forjaz ao longo do tempo, onde a palavra é chamada a expressar um pensamento próprio sobre uma condição, a de ser arquiteto, e uma prática, a da arquitetura e do ensino. Aqui se podem encontrar comunicações e conferências, respostas a convites vários ou tão-só registos avulsos onde se fixam reflexões, declarações, cumplicidades, pensamentos que traduzem a evolução das perspetivas e inquietações do seu autor. E pode seguir-se aqui também um percurso criativo formado a partir das imagens que o vão ilustrando, em paralelo com os textos, ainda que sem uma relação imediata com a palavra escrita.
Este não é o primeiro livro de José Forjaz, que já tinha publicado em 1999 Entre o Adobe e o Aço Inox, mas este livro, editado pela caleidoscópio, foi lançado na Fundação Marques da Silva, em maio de 2018, num encontro que também contou com a presença de Francisco Keil do Amaral e Elisiário Miranda. Quatro anos depois, em 2022, o arquivo deste arquiteto foi doado a esta Fundação que agora se prepara, finalmente, para o receber e dar a conhecer. |
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21 de abril de 2023 |
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Newsletter | abril 2023 |
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Com a vinda à Fundação Marques da Silva de Bernardo Miranda, no âmbito do ciclo Encontros Com, e de Daniel Dércio, no âmbito do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, em destaque, publicamos hoje a Newsletter do mês de abril.
Ler aqui |
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17 de abril de 2023 |
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"Encontros com"
#03 Bernardo Miranda
moderação de Alexandra Saraiva
22 de abril, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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Esta é uma semana de Encontros Com. A próxima sessão deste ciclo vai acontecer no próximo sábado, com Bernardo Miranda, atual Vice-Reitor do ISCTE e antigo colaborador de Raúl Hestnes Ferreira, como convidado. E claro que em destaque estarão os vários projetos desenvolvidos por Hestnes Ferreira para o ISCTE, assim como a partilha das memórias que Bernardo Miranda guarda da experiência de trabalho em atelier. Refira-se que os quatro edifícios que formam o Complexo do ISCTE, na área da Cidade Universitária de Lisboa, foram todos planeados pelo arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, um processo evolutivo invulgar que começa a realizar-se em 1976, com o início da construção do edifício ISCTE I, onde posteriormente será integrado o Pavilhão Esplanada que o desenho documenta e onde é percetível o jogo com a configuração geométrica ortogonal dominante do edifício.
Com moderação de Alexandra Saraiva, este é o terceiro dos cinco Encontros propostos no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão tem início às 15h30 e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
+ info aqui |
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16 de abril de 2023 |
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Manuel Teles, o autor do projeto para a primeira Piscina de Cantanhede |
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Em 2022, a Câmara Municipal de Cantanhede comunicou a intenção de construir uma piscina exteriorno espaço de jardim adjacente às Piscinas Municipais, um complexo desportivo "moderno e versátil", que permite, para além da prática de várias modalidades desportivas, a realização de Campeonatos Nacionais de Natação.
A origem desta infraestrutura remonta, contudo, ao início da década de 80 do século XX, altura em que o Município anunciou a decisão de tornar realidade um sonho há muito acalentado pela população, a construção de uma piscina coberta, junto à zona escolar do Pinheiro Manso. Cinco anos depois, a 22 de dezembro de 1986, o Diário de Coimbra publicava a notícia da abertura à comunidade do novo recinto que integrava, para além da Piscina, os balneários, um tanque de aprendizagem e, em espaços exteriores anexos, dois campos de ténis e um muro de batimentos de utilização dupla. Bem equipado, o complexo previa até o recurso a aquecimento solar. Tinha sido inaugurado pelo Secretário de Estado da Juventude e Desportos, e fora acolhido com orgulho e satisfação pela comunidade local. Pouco tempo depois, em janeiro de 1987, o mesmo jornal dava já conta da ampla utilização desta infraestrutura desportiva e do grande interesse despertado, até nos concelhos vizinhos. A vila estava na "senda do progresso" e a natação tinha passado a ser uma modalidade acessível a todos.
Na imprensa da altura, ficou apenas por revelar a quem coubera a autoria do inovador projeto: o arquiteto Manuel Teles. E foram várias as obras desenvolvidas por Manuel Teles para a sua região natal, Coimbra, e para Cantanhede em particular, apesar de ter adotado o Porto, cidade da sua formação, para viver e trabalhar. O primeiro projeto que é chamado a realizar para a Vila de Cantanhede, ainda a partir do seu atelier na Rua de São Lázaro, data de 1970: o Plano Parcial de Recuperação Urbana da Zona de Expansão Norte da Vila. Seguir-se-ia o Cinema (1976); o Conjunto Habitacional (20 habitações integradas em banda contínua) para o Fundo de Fomento de Habitação (1977); a esquadra da PSP (1979); o Plano Parcial de Recuperação Urbana da Zona de Expansão Sul da Vila (1980); e o Plano e Loteamento da Zona Industrial (1981). O complexo de piscinas cobertas e espaços exteriores, iniciado em 1981, e o último projeto para Cantanhede documentado no arquivo doado a esta Fundação, viria já a ser executado no atelier da rua da Alegria, onde, a partir de 1984, se regista também a colaboração de Octávio Alves, enquanto arquiteto estagiário.
Manuel Teles nasceu a 16 de abril de 1936.
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17 de abril de 2023 |
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6.º Modos de Editar: "In Situ – Ex Situ"
Seminário + demonstração + exposição + lançamento de livros
A partir de 18 de abril
FBAUP e FIMS
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A 18 de abril inicia-se a 6.ª edição do Seminário Modos de Editar, um projeto coordenado por Graciela Machado e Rui Santos que tem como foco as pesquisas tecnológicas desenvolvidas no i2ADS/FBAUP em torno da produção contemporânea e da história alargada dos processos de edição e reprodução fotomecânicos. Este ano, o Seminário está inserido na programação do 1.º encontro de investigação do Pure Print Archeology e volta a contar com o apoio da Fundação Marques da Silva, seja enquanto lugar de acolhimento de uma das sessões, seja enquanto espaço privilegiado de conexão entre algumas das pesquisas em curso e os espécimes em arquivo, nomeadamente zincogravuras da autoria de Marques Abreu, pertencentes ao acervo de Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva.
Serão três dias para refletir, testar práticas e apresentar investigações académicas e artísticas que exploram processos fotomecânicos e inovadores na área da impressão. E é neste contexto que o Modos de Editar, enquanto seminário aberto à comunidade fora e dentro da FBAUP, dará o seu contributo. Esta edição inclui ainda, a exposição In Situ – Ex Situ, no Museu da FBAUP, e o lançamento dos livros Modos de Editar: Arquivo Aberto e Gravura Fotomecânica, editados pelo i2ADS.
A programação pode ser consultada aqui: Modos de Editar: In Situ - Ex Situ. |
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12 de abril de 2023 |
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SESSENTA DE SESSENTA
Exposição na Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas, C.R.L.
de 15 de abril a 3 de junho de 2023 |
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Inaugura no próximo dia 15 de abril, às 16h00, a exposição Sessenta de Sessenta. Com curadoria de Nuno Higino, este projeto expositivo tem como objetivo assinalar o 60.º aniversário da Cooperativa Árvore, reunindo obras de 60 autores, entre artistas plásticos e arquitetos, que estiveram de alguma forma envolvidos na sua fundação, em abril de 1963. Para nos devolver o ambiente artístico e o contexto histórico e sociológico desse tempo, todas as obras selecionadas têm em comum o facto de terem sido produzidas durante a década de 60.
A Fundação Marques da Silva associou-se também à efeméride, cedendo obras de Fernando Távora, Alcino Soutinho, Sergio Fernandez e Alexandre Alves Costa. Nomes que estarão representados juntamente com Alberto Carneiro, Álvaro Siza, Álvaro Lapa, Ângelo de Sousa, Barata Feyo, Charters de Almeida, Dario Alves, Eurico Gonçalves, João Vieira, José Rodrigues, Luis Demée, Maria Antónia Siza, Nikias Skapinakis, Nuno Barreto, Sá Nogueira, entre outros.
A Exposição, parte integrante do programa comemorativo deste aniversário, vai estar patente na sede da Cooperativa Árvore, nas Salas 1,2 e 3, até 3 de Junho.
+ info: www.arvorecoop.pt
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11 de abril de 2023 |
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Contradições e Complexidades. Manuel Graça Dias |
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Hoje, 11 de abril, em dia de aniversário de Manuel Graça Dias, recuperamos a sua presença e a sua voz através da partilha de um registo praticamente inédito, a entrevista realizada por Luís Urbano e Francisco Ferreira, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em julho de 2016.
E nada como o próprio para nos falar das experiências que viveu: da sua formação ao tirocínio em Macau, com Manuel Vicente; do encontro com Paulo Rocha; ou do sentido da sua arquitetura e das circunstâncias que definiram algumas das suas obras mais conhecidas, como o edifício Golfinho, em Chaves, e o Pavilhão de Portugal para a Expo 92, em Sevilha, onde também se foi firmando uma sólida e cúmplice parceria com Egas José Vieira. Nesta conversa, assume também o seu gosto de explicar, de divulgar arquitetura, materializado na imprensa escrita, em programas para televisão e rádio, na realização de curtas-metragens. No fundo, um olhar retrospetivo sobre um intenso percurso de vida que não esconde nem "contradições" nem "complexidades" e que desde sempre se foi distinguindo por uma certa irreverência. Atento ao seu tempo, em Manuel Graça Dias conjugam-se a capacidade de pensar e questionar, para criar, mas também e sempre para dialogar. É que urbanidade rima com humanidade.
Neste mesmo dia, a Ordem dos Arquitectos, numa cerimónia que se inicia às 17h30 no LU.CA, em Lisboa, vai entregar o Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra aos vencedores desta primeira edição: Ricardo Leitão e Rita Furtado.
Ver o vídeo aqui: Contradições e Complexidades. Manuel Graça Dias |
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10 de abril de 2023 |
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O desafio de projetar uma "obra total"
Germano de Castro Pinheiro e a Casa do Castanhal |
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Durante os anos 50 e 60, pelo Gabinete de Engenharia e Arquitetura de Germano de Castro Pinheiro, situado na antiga rua de Santo António, uma rua central da cidade do Porto, passaram, entre outros, Arnaldo Araújo, Ricardo Figueiredo, Eduardo Figueirinhas e Alexandre Rodrigues. Entre os projetos então desenvolvidos em Gabinete, o da Casa do Castanhal, pelo processo e pelo resultado alcançado, foi um dos mais acarinhados por Castro Pinheiro.
Iniciou-se em 1960, por encomenda de um amigo, Nelson Quintas. Era uma uma "obra total", por idealizar a construção, num terreno de forte declive, situado na Maia, de uma casa, de uma piscina exterior, o arranjo do jardim e, ainda, o desenho de mobiliário e de alguns pormenores de execução. Germano de Castro Pinheiro procurou tirar partido das condições naturais desse terreno, assim como do conhecimento dos modos de vida da família que iria habitar a casa a construir, fatores determinantes para ditar a sua implantação, a distribuição interna dos espaços e a sua relação com a paisagem envolvente. Um projeto com final feliz e uma Casa que continua a ser o lugar de conforto e de vida para novas gerações da família.
No desenvolvimento deste projeto, colaborou igualmente Alexandre Rodrigues que o viria a apresentar, sob orientação de Castro Pinheiro, a concurso para obtenção do diploma de arquiteto, em 1965, tendo por júri Carlos Ramos, Octávio Lixa Filgueiras e Viana de Lima.
Germano de Castro Pinheiro nasceu a 10 de abril de 1913, na Figueira da Foz.
Imagem: Planta geral de implantação (1960-65) © Fundação Marques da Silva, Arquivo Germano de Castro |
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5 de abril de 2023 |
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Páscoa 2023 |
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A Fundação Marques da Silva deseja a todos uma Boa Páscoa e aproveita para informar que de 6 a 10 de abril, inclusivé, se encontra encerrada ao público. As visitas às exposições e restante atividade será retomada na terça-feira seguinte, dia 11, de acordo com o horário habitual, entre as 14h00 e as 18h00 (último acesso às 17h30).
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4 de abril de 2023 |
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Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra
Primeira Edição
Cerimónia de Entrega: 11 de abril, 17h30, LU.CA, Teatro Luís de Camões |
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No próximo dia 11 de abril, dia em que Manuel Graça Dias celebraria 70 anos de idade, às 17h30, no LU.CA - Teatro Luís de Camões, vai decorrer a cerimónia de entrega do Prémio MGD, dst - Ordem dos Arquitectos, 1.ª obra.
O Júri desta primeira edição, presidido por Sergio Fernandez, e formado pelos arquitectos Sofia Isidoro (por indicação do Ministério da Cultura), Ana Vaz Milheiro (por indicação da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte) e Inês Vieira da Silva e Egas José Vieira (ambos por indicação do Conselho Directivo da Ordem dos Arquitectos), avaliou um universo de 31 candidaturas em função da afirmação da importância, valor e mensagem a transmitir, sublinhando tratar-se de uma evocação de Manuel Graça Dias às primeiras obras e lhe estarem associadas as condições de “qualidade arquitectónica, inventividade e considerações ambientais”.
Os vencedores, por unanimidade, foram os arquitetos Ricardo Leitão e Rita Furtado, com a "Casa em Freamunde", uma obra de raiz, construída em contexto urbano descaracterizado. Dizem os autores premiados no texto que acompanha o projeto, traduzindo uma inteligente e sensível base de trabalho, que a casa “não é nem podia ser pura”. Conceito que abordam com "uma atitude onde a criatividade está intimamente ligada ao rigor e ao sentido do que pode e deve ser o espaço de habitar (...) sem recurso a qualquer tipo de exibicionismo fácil, mas de grande valor arquitetónico."
O Júri deliberou ainda atribuir uma primeira menção honrosa ao segundo trabalho mais votado, referente à candidatura “Casa-Atelier”, da autoria da arquiteta Maria João Rebelo, e uma menção honrosa a dois trabalhos ex aequo, à candidatura “Edifício General Silveira”, da autoria dos arquitetos Tiago Antero e Vítor Fernandes e à candidatura “Casa com Muitas Caras” da autoria da arquiteta Ana Luísa Soares.
Este Prémio, que visa homenagear Manuel Graça Dias e “reconhecer e celebrar a qualidade da arquitectura produzida por arquitectos com formação recente”, foi lançado pela Ordem dos Arquitectos em outubro do ano passado e conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva.
+ info: www.arquitectos.pt |
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31 de março 2023 |
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Prémio Fernando Távora
Lançamento da 19ª edição /
Conferência de Carlos Machado e Moura | Pedro Abranches Vasconcelos
3 de abril, 18:00, sede da OASRN |
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No próximo dia 3 de abril, pelas 18h00, na sede da OASRN, vai decorrer a sessão de lançamento da 19ª edição do Prémio Fernando Távora.
O programa da sessão inclui a apresentação do regulamento, a constituição de júri da nova edição e a conferência dos vencedores da 16ª edição, Arq. Carlos Machado e Moura e Arq. Pedro Abranches Vasconcelos que, tendo por título “Estrelas do Mar", apresenta um roteiro de viagem pelas fortificações da costa continental portuguesa.
O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da OASRN, nesta sua 19.ª edição, volta a contar com a parceria da Fundação Marques da Silva, da Câmara Municipal de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.
A participação na sessão é gratuita, sujeita a inscrição e à lotação do espaço.
Ver teaser da Conferência "Estreslas do Mar" aqui
+ info sobre o Prémios e inscrições: www.oasrn-oasrn.org |
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30 de março de 2023 |
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"Encontros com"
#03 Bernardo Miranda
moderação de Alexandra Saraiva
22 de abril, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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O primeiro projeto de Raúl Hestnes Ferreira para o ISCTE data de 1976. Foi-lhe então pedido o que viria a ser o edifício ISCTE I, em 1976. Seguir-se-ia um Pavilhão Esplanada, a Ala Autónoma, o Centro de Formação INDEG e o novo edifício para o ISCTE II, já construído em novo milénio. A diversidade tipológica, a escala em questão, a continuidade da relação estabelecida entre arquiteto e um mesmo cliente, atribuem um significado particular a estes trabalhos no conjunto da obra de Hestnes Ferreira. Bernardo Miranda, atual Vice-Reitor do ISCTE para a área do património, foi colaborador deste arquiteto entre 1990 e 1996, tendo então participado e acompanhado o desenvolvimento de alguns destes projetos. Será ele o terceiro convidado deste ciclo de "Encontros com", programado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ.
Alexandra Saraiva volta a assegurar a moderação de mais esta sessão que, inevitavelmente, passará por uma partilha da vivência do atelier, mas também pelo que significa "habitar" - agora - estes espaços.
+ info aqui |
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29 de março de 2023 |
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O ESPAÇO DO MOVIMENTO
conversa com Daniel Tércio
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
29 de abril, 15h, Fundação Marques da Silva
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"Partindo do pressuposto de que a dança, tal como a arquitetura, produz espaço, tenciono questionar a qualidade inconstante do espaço dançado. Essa inconstância, que alguns designam por efemeridade, permite perceber como os corpos dos bailarinos passam do desenho de trajetórias entre lugares, para a criação de planos, constituídos por múltiplos pontos, que autorizam mil e um percursos, que se contraem, se expandem e se desdobram em múltiplas possibilidades."
Este é o ponto de partida proposto por Daniel Tércio para a segunda conversa do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, pensado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira. Ou seja, o "Espaço da Escrita" vai ceder o lugar ao Espaço do Movimento. Daniel Tércio, o convidado desta sessão, foi Professor da Universidade de Lisboa, tendo lecionado cursos de História da Dança, Estética, Movimento e Artes Visuais. Até 2021, coordenou o programa doutoral em Motricidade Humana, na especialidade de dança, e foi membro da direção do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança. Enquanto crítico de dança, colabora regularmente com a imprensa escrita desde 2004. Os seus interesses vão da estética e história da dança aos estudos culturais, iconografia, tecnologias digitais e estudos da cidade.
A sessão é de entrada livre, sujeita à lotação da sala, e tem início às 15h.
+ info aqui
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28 de março de 2023 |
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A Casa que fez o sítio: o encontro com Luís Urbano |
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Hoje é dia Mundial do Teatro. Não serão as nossas casa os grandes palcos onde decorre a nossa vida? No passado sábado, no segundo encontro programado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ, com Luís Urbano em diálogo com Alexandra Saraiva, os protagonistas da sessão foram a Casa de Albarraque e o arquiteto que a imaginou. Contaram-se muitas histórias: a memória das aulas teóricas no "farol" do Colégio das Artes, em Coimbra; do que levou Manuel Graça Dias a escrever um argumento para a rodagem de um filme de ficção em torno da Casa; das peripécias que envolveram essa rodagem, para que um inusitado carteiro pudesse entregar a "encomenda". E falou-se, claro, da arquitetura da Casa, do ascendente exercido pela Maison Carrée de Alvar Aalto, de como a Casa fez o sítio, de como a partir de tijolo e reboco, apesar do reduzido orçamento, o arquiteto perseguiu a vontade de explorar uma nova linguagem. Com a projeção da entrevista que precedeu as filmagens e da curta-metragem produzida no âmbito do projeto Ruptura Silenciosa, Raúl Hestnes Ferreira tomou a palavra e ocupou o ecrã. Recordou o seu percurso, a importância das suas experiências, a razão de ser das suas opções, de como se tornou possível projetar aquela casa: um trabalho de minúcia sobre uma ideia para um terreno tão desabrigado que, na altura, daquele lugar, ainda se podia avistar a Serra de Sintra e o mar. Mas foi uma casa pensada para quem nela ia viver. Por isso falou do pai, José Gomes Ferreira, e das árvores que Rosalía, a sua mulher, foi plantando em torno dela, do carácter dos espaços que nela se conjugam. Ao assistir-se à "Encomenda", nesse habitar ficcionado para a câmara, é a arquitetura da Casa, na sua individualidade, que se afirma, porém, deixando entrever como foi e continua a ser um palco onde apetece viver.
Ver álbum fotográfico da sessão aqui |
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27 de março de 2023 |
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O Cinema Avis, de Maurício de Vasconcellos, e os desenhos que o mantêm visível |
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No arquivo da Fundação Marques da Silva guarda-se a memória de muitos projetos construídos, outros que apenas foram imaginados, e outros ainda que, apesar de construídos, por circunstâncias várias e não obstante muitos deles terem vivido tempos áureos, acabaram por desaparecer do território. É o caso do Cinema Avis, na Avenida Duque de Ávila, em Lisboa, uma remodelação de Maurício de Vasconcellos do outrora Cinema Palácio, projetado por Raul Lino. Hoje, é um espaço residencial, mas, em particular durante a década de 60, foi um dos cinemas de referência da capital. Os desenhos em arquivo devolvem-nos esse tempo, mesmo ainda antes de o ser, ou seja, o momento em que Maurício de Vasconcellos o pensou e desejou enquanto equipamento para uma metrópole, um lugar com força urbana, a marcar o ritmo da vida cultural da cidade, onde não faltavam os néons para dar conta da sua presença. Foi um projeto cuidado e rigoroso, desde a optimização da preexistência, às instalações elétricas e ao tratamento acústico da sala, em concordância com "os mais modernos conhecimentos destas matérias", como nos lembra a memória descritiva de agosto de 1956. A partir de 1974, com desvios sensíveis da programação, o espaço entrou em declínio, acabando por vir a ser demolido. Permanecem os desenhos e a memória do projeto a lembrar a sua existência mais fulgurante.
Maurício de Vasconcellos nasceu a 27 de março de 1925. Faria hoje 98 anos. |
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26 de março de 2023 |
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O Funicular dos Guindais, arquitetura em movimento
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Para unir a cota alta, na zona da Batalha, à cota ribeirinha, a cidade do Porto inaugurou, em junho de 1891, um funicular projetado por Raul Mesnier de Ponsard, engenheiro com origens familiares francesas, portuense por nascimento, autor de vários equipamentos desta natureza em Portugal. Com um moderno e complexo mecanismo acionado a vapor, situado na encosta dos Guindais, junto a um dos panos da muralha fernandina e com uma vista panorâmica de exceção sobre o rio e a Ponte Luís I, o Funicular foi celebrado como mais um símbolo de progresso no sistema de transportes urbanos da cidade. Porém, passados apenas dois anos, um trágico acidente viria a ditar o seu encerramento. Foi preciso aguardar pelo plano de reabilitação urbana lançado pelo Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, para se reconsiderar, num outro tempo, a importância da sua reposição. Coube a Adalberto Dias repensar o lugar e a sua história, as preexistências, assegurar a ligação da área a intervencionar em ligação à rede urbana como um todo, estabilizar um percurso que chega a atingir 45º de inclinação, e encontrar soluções técnicas eficazes e adequadas para o concretizar. Em 2004, a cidade tinha de novo em funcionamento o Funicular dos Guindais, a oferecer uma breve viagem com apenas 3 minutos de duração e a sensação de momentaneamente se levitar sobre o rio. E sobre o túnel, nem sequer faltam pequenas chaminés que se assemelham a garrafas de vinho do Porto. Arquitetura em movimento.
Adalberto Dias, cujo arquivo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022, nasceu a 26 de março de 1953. Parabéns, Senhor Arquiteto!
Ver o vídeo sobre a obra aqui |
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24 de março de 2023 |
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Amanhã, às 15h30, Encontro com Luís Urbano
na Fundação Marques da Silva |
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Amanhã, na Fundação Marques da Silva, com Luís Urbano, a Casa de Albarraque de Raúl Hestnes Ferreira estará em destaque. É o segundo encontro programado no âmbito da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão, de entrada livre, começa às 15h30 e será moderada por Alexandra Saraiva.
+ info aqui |
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23 de março de 2023 |
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Estádio do Dragão
Inovação Fora de Portas está de regresso
26 de março, 10h30 |
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O “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” está de regresso. No próximo dia 26 de março, às 10h30, com o Eng.º Hugo Marques como convidado e a Arq.ta Bárbara Rangel como moderadora, falar-se-á do Estádio do Dragão, obra de grande dimensão e complexidade, construída entre 2002 e 2004.
A sessão inclui ainda a exibição de um vídeo documental sobre a obra e uma visita guiada a zonas do estádio referidas ao longo da sessão.
Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia.
+ info aqui |
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10 de março de 2023 |
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"Encontros com"
#02 Luís Urbano
25 de março, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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Em 2013, no âmbito do projeto de investigação Ruptura Silenciosa, pensado e coordenado por Luís Urbano, Manuel Graça Dias realizou A Encomenda, uma curta-metragem rodada em torno de uma das mais acarinhadas e reconhecidas obras de Raúl Hestnes Ferreira, a Casa de Albarraque. Nesta pequena ficção, pontuada de humor e de poesia, através da interacção entre o arquiteto e um peculiar carteiro, fica-se a conhecer e a entender esta casa onde ecoa um tempo escandinavo e a medida de uma vida, a de José Gomes Ferreira, seu pai. No decurso das filmagens, Manuel Graça Dias e Luís Urbano entrevistaram Raúl Hestnes Ferreira, um registo que é possível rever na exposição e onde, para além de desvendar o processo de construção da Casa de Albarraque, Hestnes Ferreira partilha, em discurso direto, as suas memórias sobre o que foi o seu percurso, da formação à experiência profissional, passando pelas viagens que marcaram a sua vida.
Esta segunda sessão de Encontros com tem Luís Urbano como convidado e a revisitação destes momentos como ponto de partida. Passaram-se, contudo, 10 anos e o balanço a fazer ganhou seguramente novos sentidos. Como em todas as sessões deste ciclo, a moderação está a cargo de Alexandra Saraiva, curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA – FORMA | MATÉRIA | LUZ. A entrada é livre, apenas condicionada à lotação do espaço. Começa às 15h30.
+ info aqui
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21 de março de 2023 |
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Um pedaço de papel e almoços entre amigos em Dia Mundial da Poesia |
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Quem conhecia mais intimamente Fernando Lanhas, sabia que era recorrente vê-lo a escrevinhar nas toalhas de papel que cobriam as mesas dos restaurantes. E assim aconteceu, naquele dia 9 de novembro de 1977, com o apontamento que hoje publicamos. Este mesmo escrito, mas sem data, encontra-se transcrito na "Antologia Poética" do livro Fernando Lanhas: os sete rostos (p. 91). O pequeno fragmento de papel de toalha de mesa chegou ao nosso conhecimento através do filho do Arq.to Octávio Lixa Filgueiras, Carlos Filgueiras, que o encontrou no meio dos papéis que o seu pai tinha por hábito guardar. Permite-nos agora datar o poema publicado, mas ficar a saber também que é um curioso testemunho de um dos muitos almoços que estes dois arquitetos costumavam combinar entre si. Unia-os uma amizade que, iniciada na Escola de Belas Artes, se manteve ao longo das suas vidas, alimentada por interesses comuns nas áreas da etnografia e da arqueologia. Num tempo em que "todos" se conheciam, elegiam-se afinidades eletivas que foram permitindo ultrapassar as diferenças que também os distinguiam. E entre almoços ou nos lanches da casa da Rua de S. Tomé, onde vivia Lixa Filgueiras, também ele autor de um livro de poesia, Requiem às Glórias do Mundo e outros poemas, poderíamos citar outros nomes, como Ângelo de Sousa, José Rodrigues (que viria a ilustrar um dos seus contos), Alberto Carneiro, José Forjaz, ou até mesmo um improvável General Eanes. Em Dia Mundial da Poesia, destaque para este pensamento poético, perdido e achado num pedaço de papel, recolhido na espontaneidade de um encontro entre amigos.
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20 de março de 2023 |
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Pensar o espaço enquanto ficção, na escrita e na arquitetura
Nuno Camarneiro em conversa com Gonçalo Furtado e António Oliveira
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Pensar o "espaço", enquanto campo de trabalho da Arquitetura, a partir de diferentes perspetivas disciplinares, é o fio condutor das quatro conversas que compõem o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. No passado sábado, Nuno Camarneiro, cientista e escritor, em diálogo com os organizadores/moderadores, Gonçalo Furtado e António Oliveira, falou do conceito e da sua apropriação enquanto ferramenta de compreensão do real e simultaneamente mecanismo de criação. Partindo do seu percurso, da sua obra escrita e dos seus autores de referência, abordou as múltiplas aceções do espaço: real, simbólico, imaginário, do jogo de espelhos que sempre se estabelece entre a construção teórica e a experiência individual, social e política do mundo. Neste território comum à literatura e à arquitetura, com as suas interseções e transposições, contrapôs a liberdade ficcional da escrita e o seu potencial antecipador de outras realidades, ou até mesmo o exercício sinestésico de quem lê, aos constrangimentos inerentes à sua objetualização, à projeção do arquiteto, até quando esta permanece idealizada. Falou-se da memória e dos modelos que vão filtrando a nossa perceção do espaço e da forma como este, nas suas diferentes escalas, vai ditando as nossas vidas, sem deixar de referir a recente experiência de confinamento e a globalização do imaginário que marca o nosso tempo.
Na próxima sessão, em abril, com Daniel Tércio, será a relação entre corpo, movimento e espaço a estar em destaque.
Ver álbum fotográfico da sessão aqui
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17 de março de 2023 |
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O ESPAÇO DA ESCRITA
conversa com Nuno Camarneiro
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
18 de março, 15h, Fundação Marques da Silva |
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Nuno Camarneiro é o primeiro convidado do Ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento", um conjunto de quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço".
Com O ESPAÇO DA ESCRITA como tema, Nuno Camarneiro define assim o ponto de partida para a conversa: “Uma história são pessoas num lugar por algum tempo”, assim começa o romance "Debaixo de Algum Céu", que escrevi em 2011. Onze anos passados revejo-me ainda na afirmação e dou igual valor às três premissas necessárias para que uma história aconteça: Pessoas, lugares e tempo. O lugar é o palco onde as vozes, as acções e o drama podem acontecer, onde se confrontam e mostram, num diálogo difícil e profícuo entre exterior e interior. Falemos então desses lugares e das múltiplas e complexas geografias da ficção.”
A conversa será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, autores e organizadores desta iniciativa que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Todas as sessões deste Ciclo decorrem na Fundação Marques da Silva. Com início às 15h, são de acesso livre, apenas condicionadas à lotação do espaço.
+ info aqui |
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15 de março de 2023 |
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Newsletter - Março 2023 |
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Na semana em que se inicia um novo ciclo, «Espaço, Escrita e Pensamento», com Nuno Camarneiro como convidado, e se prepara a segunda edição do ciclo paralelo à exposição «Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz», um «Encontro com Luis Urbano», publica-se a edição de Março da Newsletter da Fundação Marques da Silva. A ler aqui |
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11 de março de 2023 |
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Luiz Botelho Dias e a Estalagem da Rua das Flores |
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Corria o ano de 1805, quando a Real Companhia Velha decide comprar a casa que desde 1761 tinha arrendada, na Rua das Flores, cidade do Porto, a Manoel de Figueiroa Pinto. E aí permaneceu até 1961. Alguns anos depois, Silva Reis, o seu Presidente de então, encomenda à dupla de arquitetos Manuel Marques de Aguiar e Luiz Botelho Dias o projeto de transformação do edifício, a entrar num visível estado de degradação, em Estalagem. O desafio era grande, seja pela centralidade da sua localização, seja pelo programa a cumprir. Acautelando o prestígio inerente à instituição e a garantia de criação de ambientes confortáveis e convidativos, havia que recuperar e valorizar as existências e assegurar a sua transição para um novo corpo a construir, destinado a acolher quartos e serviços. As soluções não poderiam comprometer nem o respeito pela traça do edifício antigo nem a eficácia da resposta a novas funções. Princípios que se encontram expressos na memória descritiva de janeiro de 1969. O projeto para a "Estalagem do Vinho do Porto", desenvolvido no gabinete da Rua Sá da Bandeira, prolongou-se pelo tempo, com os dois arquitetos envolvidos na sua defesa e pormenorização. A documentação hoje arquivada na Fundação Marques da Silva e de onde foi retirada a perspetiva agora publicada, assinada por Luiz Botelho Dias e datada de agosto de 1974, assim o confirma. Não viria, contudo, a ser construído. A Casa da Companhia, o n.º 69 da Rua das Flores, sobreviveu, foi ganhando novos inquilinos e acaba de ser renovada, cumprindo-se enquanto hotel de luxo. Mas este processo de projeto faz parte da história do edifício e da história da cidade imaginada. Aquela que não correspondendo ao que existe nos diz do que poderia ter sido.
Luiz Botelho Dias nasceu a 11 de março de 1929.
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6 de março de 2023 |
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ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO
Ciclo de conversas
Mar - Jun 2023 / Fundação Marques da Silva |
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O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, organizado pelo Professor Gonçalo Furtado e pelo Arquiteto António Oliveira, consiste em quatro conversas que pretendem abordar, numa perspetiva multidisciplinar, o conceito de "espaço". Os escritores e filósofos Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil/Ana Godinho Gil e Maria Filomena Molder responderam ao desafio lançado e, entre março e junho, virão à Fundação Marques da Silva falar sobre o lugar que o conceito ocupa nos seus ofícios de escrita e pensamento, sobre como o espaço é construído pelo homem e, simultaneamente, como nele se constrói. As conversas, moderadas pelos organizadores do Ciclo, são abertas ao público em geral, que também será convidado a nelas participar.
A primeira conversa acontece já no próximo dia 18, com Nuno Camarneiro.
Este Ciclo conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
+ info aqui |
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2 de março de 2023 |
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La Ciudad en Disputa / The City in Dispute
Exposição
Galeria La Virreina, Barcelona
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Desde a reconstrução neorrealista na Itália do pós-guerra, passando pelos "poblados dirigidos" em Espanha, até à experiência do SAAL em Portugal, a exposição La Ciudad en Disputa, com curadoria de María García Ruiz e Moisés Puente, apresenta um olhar em perspetiva sobre a habitação social do Sul da Europa, através do qual se interpela a forma como, entre 1949 e 1976, a ação política se entrecruzou com a prática arquitetónica.
Nesta exposição, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva, estará em destaque o projeto de Sergio Fernandez para a Operação SAAL no Bairro do Leal (Porto, 1974-76), assim como outra documentação proveniente dos arquivos de Alcino Soutinho e Alfredo Matos Ferreira.
La ciudad en Disputa inaugura amanhã, 3 de março, na Galeria La Virreina, em Barcelona, e ficará patente ao público até 4 de junho deste ano.
+ info: www.ajuntament.barcelona.cat/lavirreina.es
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1 de março de 2023 |
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Alfredo Matos Ferreira e a piscina para o Convento de Santa Marinha da Costa |
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A requalificação do convento de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, é um dos projetos que, pela sua dimensão e complexidade, Alfredo Matos Ferreira destaca do período que considera ter sido o mais interessante da sua longa carreira, aquele em que colaborou com Fernando Távora e onde, entre estes dois arquitetos, para além de uma sólida amizade, se firmou uma "grande concordância no modo de abordar os problemas da Arquitectura e do Urbanismo" (Memória, p. 217).
Na reconversão a Pousada do velho e degradado edifício conventual havia que articular preexistências com processos de construção contemporâneos e introduzir infraestruturas relacionadas com o conforto, a par da conceção de novos espaços construídos de raiz. Coube a Alfredo Matos Ferreira projetar a Piscina, um lugar idealizado para descanso e que deveria cumprir um programa relativamente simples: uma piscina para adultos e outra para crianças, vestiários, balneários e um pequeno bar, assim como um espaço para tratamento da água da nascente que abastecia o convento. O acesso ao espaço seria possível seja através da grande escadaria de ligação do Convento ao tanque circular construído pelos frades no séc. XVIII ou através de uma alameda de tílias que também permitiria o trânsito motorizado. A solução proposta por Matos Ferreira, afirmando-se pela sua geometria, desenvolvia-se em dois pisos, uma plataforma para organizar todos os espaços ao ar livre ou cobertos, e um piso semienterrado, para apoio e instalação de maquinaria de tratamento de água. Mas só um piso enterrado, a assegurar esta última valência, viria a ser construído (Memória, p. 224).
Alfredo Matos Ferreira nasceu a 1 de março a 1928. |
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27 de fevereiro de 2023 |
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Ana Tostões e a longa e aventurosa vida de Raúl Hestnes Ferreira |
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Naquele que foi o primeiro encontro organizado em torno da exposição HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, Ana Tostões veio à Fundação Marques da Silva falar-nos da longa e aventurosa vida do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira. Num primeiro momento esteve em foco a pessoa, a adolescência singular, a atração nórdica, a descoberta do universo kahniano; assim como a identificação do que é distintivo da forma de projetar deste arquiteto: o uso do carvão, as geometrias em espaço, a subtileza do trabalho sobre a luz, a grandiosidade, o rigor construtivo ou o respeito pela natureza dos materiais. Da extensíssima obra de Raúl Hestnes Ferreira, Ana Tostões destacou Albarraque, obra perfeita, e fez também questão de referir o olhar inteligente deste arquiteto sobre um passado recente da arquitetura portuguesa, desde logo nas suas abordagens à obra de Cassiano Branco e Keil do Amaral, lembrando que Hestnes Ferreira fez parte de uma geração de arquitetos politicamente comprometida e consciente do seu papel. Seguiu-se uma visita à exposição pautada por uma estimulante conversa com a curadora Alexandra Saraiva ao longo de todo o percurso expositivo.
O próximo encontro é já no dia 25 deste mês, com Bernardo Miranda.
Ver álbum fotográfico aqui
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22 de fevereiro de 2023 |
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"Encontros com"
#01 Ana Tostões
25 de fevereiro, 15:30, Fundação Marques da Silva |
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Encontros com é o título que agrupa genericamente um conjunto de cinco sessões pensadas no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz. E se nela os curadores Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto, nos propõem uma leitura da obra de Raúl Hestnes Ferreira a partir do seu processo de trabalho, entre o projeto e a experiência do construído, as ações agora programadas têm como objetivo aprofundar e colocar em discussão outros olhares, outras possíveis perspetivas de análise do extenso e invulgar campo de trabalho deste arquiteto.
A primeira convidada deste ciclo vai ser Ana Tostões, arquiteta, investigadora, curadora e professora catedrática, autora (entre muitas outras publicações) do livro Idade Maior, Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa (FAUP, 2015) que, no próximo sábado, dia 25, às 15:30, na Fundação Marques da Silva, irá fazer uma breve introdução à figura de Raúl Hestnes Ferreira, seguida de uma visita guiada à exposição.
As sessões são de acesso gratuito, apenas limitadas à lotação do espaço.
+ info: aqui |
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20 de fevereiro de 2023 |
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Dia de Carnaval |
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A Fundação Marques da Silva vai estar encerrada esta terça-feira, 21 de fevereiro, dia de Carnaval. O horário de visita às exposições e o atendimento aos investigadores será retomado logo no dia seguinte.
Desejamos a todos um bom Carnaval! |
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9 de fevereiro de 2023 |
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"Fernão Simões de Carvalho - O Moderno Brutalista"
Duas novas visitas guiadas |
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O Círculo de Arquitetura de Oeiras vai prolongar a exposição "Fernão Simões de Carvalho - O Moderno Brutalista" até 18 de março, mês durante o qual será ainda possível participar em duas novas visitas guiadas:
/ 02 de Março – Visita Guiada à Casa do Arquiteto em Queijas (dois horários disponíveis – 15:00 e 16:00)
/ 08 de Março – Visita guiada à Exposição (às 18:00)
Inscrições através do email circulodaarquitetura@oeiras.pt.
+ info: www.oeiras.pt
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13 de fevereiro de 2023 |
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HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ já se deu a conhecer |
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Foi em ambiente de festa que a exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ abriu as suas portas e deu a conhecer uma outra forma de interpretar o percurso e a obra de Raúl Hestnes Ferreira. Antes porém, nas intervenções de Luís Urbano e da curadora principal, Alexandra Saraiva, foi referido o trajeto de transferência do seu arquivo do atelier da Graça para a Fundação Marques da Silva, as investigações que antecederam este novo projeto expositivo e tudo o quanto tem vindo a ser feito para que a memória documental do trabalho deste arquiteto e professor de exceção possa continuar a enfrentar o tempo, possa continuar a ser estudada, possa continuar a ser comunicada. Entretanto, a exposição aí está, à sua espera.
A visitar na Casa-Atelier José Marques da Silva, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00. |
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10 de fevereiro de 2023 |
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HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ
Inaugura amanhã, às 16:00, na Fundação Marques da Silva |
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8 de fevereiro de 2023 |
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Bartolomeu Costa Cabral e o projeto para a estação de metro da Quinta das Conchas |
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Quando se pensa na obra de arquitetura de Bartolomeu Costa Cabral é imediata a associação aos projetos desenvolvidos para as Universidades da Covilhã, Guimarães ou Bragança, o plano de habitação do Bairro do Pego Longo, a Escola do Castelo, a "casa de taipa", as moradias da Travessa da Oliveira, Ribeiro Sanches e as Amoreiras, em Lisboa, a Galeria 111 ou a recuperação do Teatro Taborda, alguns dos seus mais amados projetos, já para não se falar do matricial Bloco das Águas Livres. Mas ao longo do seu percurso contam-se muitos outros que não deixam de ser exemplares do seu processo de trabalho e dos valores éticos, estéticos e humanos que o norteiam. É no compromisso entre arte e técnica construtiva, entre a resposta a uma função precisa e o sentido para a comunidade onde as suas obras ganham forma, que se fundamenta a sua ação e a consistência da sua obra. Mesmo quando se assume como coordenador de uma equipa, como é o caso da estação de metro da Quinta das Conchas, inaugurada em 2004. A arquitetura desta estação metropolitana de Lisboa, integrada na Linha Amarela e que chegou a chamar-se Quinta do Lambert e Quinta das Moucas antes de assumir em definitivo a atual designação de Quinta das Conchas, é assim da autoria de um coletivo composto por Mário Crespo, João Gomes e Anabela João, com coordenação de Bartolomeu Costa Cabral. O espaço integra ainda intervenções dos artistas plásticos Joana Rosa e Manuel Baptista.
É um projeto onde ecoam influências do metro de Foster para Bilbao, desenvolvido a partir do lugar, com e para as pessoas. O que se alcançou resulta de uma relação próxima de trabalho e partilha entre arquitetos, a equipa de serviços técnicos do metro de Lisboa e os artistas plásticos envolvidos. E, de novo, aí se pode sentir a força e o respeito pelos materiais, o espaço de liberdade de escolha que Bartolomeu Costa Cabral sempre se impôs, o acautelar das necessidades do utilizador, a procura de beleza. Por isso não é também de estranhar que juntamente com a memória documental deste projeto, hoje parte do arquivo da Fundação Marques da Silva, ainda se preservem modelos de estudo para um dos elementos conferidores de identidade a esta estação, o azulejo canelado que reveste parte importante das suas superfícies parietais.
Bartolomeu Costa Cabral nasceu a 8 de fevereiro de 1929. Faz hoje 94 anos e continua a projetar. Parabéns, Senhor Arquiteto! |
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2 de fevereiro de 2023 |
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O lado solar. Alexandre Alves Costa |
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Quando Alexandre Alves Costa volta o seu olhar para os anos em que se fez arquiteto, entre a Escola Superior de Belas Artes e o estágio no LNEC, entre o Porto e Lisboa, entre Távora ou Siza e Nuno Portas, não hesita em afirmar o seu sentido de pertença à geração da heterodoxia, que tinha em Eduardo Lourenço o seu grande ideólogo. E devolve-nos, quando o ouvimos, uma leitura muito pessoal dessa década, os anos sessenta em Portugal, de onde transparece uma procura consciente de apreensão da realidade "real" do país que era e é o seu, aliada a uma inquebrantável vontade de mudança, de construção de um tempo novo. Nesse reencontro com o passado, vai reconhecendo a existência de um lado solar, desse espaço de liberdade habitado por um sentimento de esperança transversal, para além da arquitetura, aos domínios da poesia e do cinema. São referências e memórias interpretadas a partir da sua própria experiência, sensibilidade e idiossincrasia, num encantamento pelo mundo na riqueza da sua globalidade.
Alexandre Alves Costa nasceu a 2 de fevereiro de 1939. Para assinalar o seu aniversário, a Fundação Marques da Silva recuperou a entrevista dada a Luís Urbano, em 2014, no âmbito do projeto CIRCA 1963. É que como o próprio refere a propósito da Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, outra das suas grandes referências, apropriando-se das palavras de Eduardo Lourenço, nela "não lemos o passado, lemos sempre o futuro". Parabéns, Senhor Arquiteto!
Ver aqui: O lado solar. Alexandre Alves Costa (JackBackPack, 2014)
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1 de fevereiro de 2023 |
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Newsletter - Fevereiro 2023 |
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A primeira Newsletter de 2023 abre com o anúncio de uma nova exposição a inaugurar na Casa-Atelier José Marques da Silva: HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, enquanto no Palacete Lopes Martins se mantém a exposição CARTOGRAFIA MANUEL BOTELHO: Obra e Projeto. Mas há muito mais a acontecer.
A ler aqui |
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31 de janeiro de 2023 |
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Fernando Távora em debate nos Encontros de Arquitetura da Fondazione Corrente
2 de fevereiro, 18:00
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Dell´organizzazione dello spazio, tradução para língua italiana de Carlotta Torricelli do texto original de Fernando Távora, livro publicado pela editora nottetempo com o apoio da Fundação Marques da Silva e da família de Fernando Távora, vai ser um dos temas em debate nos Encontros de Arquitetura da Fondazione Corrente.
A sessão dedicada ao livro, a primeira deste ciclo de conversas e também a primeira apresentação pública do livro a ter lugar em Milão, inicia-se às 18:00 e nela participam, para além de Carlotta Torricelli, tradutora e autora da nota introdutória ao livro, Gregorio Carboni Maestri, Giovanni Muzio e Stefano Perego.
De acesso livre, estes encontros são coordenados por Jacopo Muzio Treccani.
+ info: www.fondazionecorrente.org |
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30 de janeiro de 2023 |
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"Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista"
Mesa Redonda
2 de fevereiro, Círculo da Arquitetura (Oeiras), 18:00 |
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A exposição Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista, patente ao público no Círculo da Arquitetura, em Oeiras, está a entrar nos seus últimos dias, mas no próximo dia 2 de fevereiro ainda poderá assistir a uma mesa redonda onde serão debatidas várias das temáticas assinaladas neste projeto expositivo. Tomam parte no painel Beatriz Serrazina, Filomena Espírito Santo, Hugo Farias, Inês Lima Rodrigues, Joana Basto Malheiro, João Carrola Gomes, Maria Manuela da Fonte e Michel Toussaint. A sessão, de entrada livre, tem início às 18:00 e para participar basta inscrever-se através do email circulodaarquitetura@oeiras.pt.
Consultar painel informativo
+ info: www.oeiras.pt
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28 de janeiro 2023 |
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´Uma moradia em forma de círculo no centro do Porto` |
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Adotar a forma circular para compor uma habitação não é seguramente um gesto comum, e ainda mais invulgar se nos estivermos a referir a uma das zonas centrais da cidade do Porto. Mas no final dos anos quarenta, mais exatamente em 1949, assim aconteceu quando os arquitetos David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva, em aditamento a projetos anteriores, trabalharam a possibilidade de adaptação do torreão do "Palácio do Comércio", a moradia. Não existem elementos que nos permitam aferir se tal decisão decorreu da vontade do cliente ou de uma proposta dos arquitetos. Seja como for, 7.º e 8.º pisos, ligados internamente por uma escada em caracol, transformam-se num espaço de habitação que ainda hoje distingue o topo sul da fachada principal, no cruzamento entre as ruas Sá da Bandeira e Fernandes Tomás, afirmando-se como um dos elementos identitários e mais icónicos de todo o edifício.
O "Palácio do Comércio", projeto em que David Moreira da Silva começa a trabalhar desde 1940, foi encomendado pela firma Ferreira & Filhos, Lda e desde o primeiro momento, aliás em sintonia com as aspirações camarárias, teve por objetivo ser "grandioso". "Concebido de modo a poder contribuir, em elevado grau, para a plena valorização estética e funcional do núcleo central citadino, êste edifício, que tanto pela sua privilegiada situação, grande composição, invulgares dimensões, como pelos nobres e ricos materiais com que deverá a vir a ser construído, não poderá deixar de ser, para os vindouros, um bem marcante, expressivo e dignificador PADRÃO da nossa época – graças à larga capacidade realizadora e ao tão notável como louvável espírito bairrista e de sacrifício da firma que o pretende construído, não poderá deixar de ser, para os vindouros, um bem marcante, expressivo e dignificador Padrão da nossa época - graças à larga capacidade realizadora e ao tão notável espírito bairrista e de sacrifício da firma que o pretende construir [...]." (memória descritiva de 1946)
Em resposta a uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, a Direção-Geral do Património Cultural tem em curso um processo de classificação deste edifício-quarteirão.
David Moreira da Silva nasceu na Maia, a 28 de janeiro de 1909.
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27 de janeiro de 2023 |
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Políticas de Habitação em Lisboa: da Monarquia à Democracia
Exposição
Museu de Lisboa, Palácio Pimenta, Pavilhão Preto |
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Vai inaugurar, no próximo dia 2 de fevereiro, às 18:00, no Palácio Pimenta, a exposição Políticas de Habitação em Lisboa: da Monarquia à Democracia. Promovida pelo Arquivo Municipal de Lisboa e com curadoria científica de Gonçalo Antunes, a exposição apresenta os resultados urbanos das políticas habitacionais implementadas nesta cidade nos últimos 200 anos, destacando as diferenças práticas e conceptuais dessas políticas, em particular no que respeita a opções de arquitetura, morfologia, desenho urbano, destinatários e localização.
Nesta reflexão sobre a evolução das políticas de habitação e a forma como estas contribuíram para a construção da paisagem urbana de Lisboa, não poderia deixar de estar sinalizado o Bairro Fonsecas e Calçada, de Raúl Hestnes Ferreira, desenvolvido no âmbito do SAAL para as Cooperativas 25 de Abril e Unidade do Povo.
A exposição, que conta assim com o apoio da Fundação Marques da Silva, poderá ser visitada até 30 de abril deste ano, de terça a domingo, entre as 10:00 e as 18:00. Durante este período serão ainda realizadas 3 visitas orientadas pelo curador científico a 11 de fevereiro, 11 de março e 15 de abril.
Ver cartaz
+ info em: www.museudelisboa.pt ou www.arquivomunicipal.lisboa.pt
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25 de janeiro de 2023 |
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HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz
Exposição
11.02 a 29.07.2023, Fundação Marques da Silva |
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HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz, a próxima exposição a habitar a Casa-Atelier José Marques da Silva, com curadoria de Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto, questiona a arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira (1931-2018) sob a perspetiva do diálogo que se pode estabelecer entre a experiência do construído e a memória de projeto.
A partir da documentação em arquivo na Fundação Marques da Silva, os curadores selecionaram 13 obras realizadas por este arquiteto, entre o final dos anos sessenta e a primeira década do século XXI, e traçaram um itinerário capaz de propor um outro entendimento sobre a singularidade do processo de trabalho de Hestnes Ferreira e o significado da sua arquitetura. A leitura agora proposta surge-nos ainda balizada por uma breve incursão através do seu tempo de formação, enquanto arquiteto, e pela projeção de alguns vídeos. Um programa de ações paralelas virá ainda aprofundar e expandir os caminhos abertos pela Exposição.
HESTNES FERREIRA - Forma | Matéria | Luz tem inauguração marcada para o próximo dia 11 de fevereiro, às 16:00, na Casa-Atelier José Marques da Silva. O momento será assinalado com uma visita guiada pelos curadores. Nesse dia, a entrada é livre.
Este projeto expositivo, uma iniciativa da Fundação Marques da Silva, surge na continuidade de um longo processo de inventariação, tratamento de digitalização do acervo de Raúl Hestnes Ferreira, doado a esta Fundação em 2018, e conta com o apoio da família do arquiteto Raúl Hestnes Ferreira, do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, da sua unidade de investigação DINÂMIA´CET-Iscte, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território, e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BPD/ 111869/2015; 2021.02417.CEECIND; SFRH/BPD/117167/2016).
+ informação aqui
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20 de janeiro de 2023 |
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"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto", novas datas |
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A exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto vai poder continuar a ser visitada até ao dia 6 de maio, data para a qual foi igualmente reagendada uma sessão de encerramento constituída pelo lançamento de uma monografia com a retrospetiva do trajeto deste arquiteto e uma mesa redonda com a participação de Jorge Figueira (moderador), Carlos Machado, Manuel Mendes, Maria José Casanova e Pedro Bandeira. De entrada livre (sujeita à lotaçâo do espaço), a sessão terá início às 16:00, na Fundação Marques da Silva. Até lá, a Exposição mantém-se aberta ao público durante o horário habitual: de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00.
Comissariada por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano a Exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto resulta de uma parceria entre a Fundação Marques da Silva (FIMS), a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), o Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo/FAUP (CEAU/FAUP), o Laboratório da Paisagem, Património e Território (Lab2PT) e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (EAAD-UM); e conta com o apoio à divulgação da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OA-SRN).
O livro a Manuel Botelho, obra e projeto, a publicar pela Circo de Ideias, tem como editores António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, e como coordenador editorial, Pedro Baía. Esta publicação conta com o apoio de todas as instituições parceiras do projeto que, desde janeiro de 2022, tem vindo a concretizar um diversificado conjunto de ações para dar a conhecer a produção e o percurso singular de Manuel Botelho.
+ info aqui
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14 de janeiro de 2023 |
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Carlos Carvalho Dias e o Congresso da AIU onde se pensaram as pequenas e médias cidades à escala do mundo (Braga, 1984) |
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Poderia ser a simples fotografia de um grupo, reunido em pleno centro da cidade de Viana do Castelo, a acompanhar com evidente atenção as palavras do guia que desloca a sua atenção para um ponto que não nos é dado ver. Só que sabemos também que o guia é o arquiteto Carlos Carvalho Dias e que foi tirada a 6 de setembro de 1984, durante o primeiro dia da viagem ao Norte de Portugal e Santiago de Compostela organizada no contexto do 20.º Congresso da Associação Internacional de Urbanistas, que tivera lugar em Braga, entre 1 e 5 do referido mês de setembro. A fotografia encontra-se arquivada num dossier pertencente ao arquivo de Carlos Carvalho Dias, na altura Vice-Presidente da ISOCARP (International Society of City and Regional Planners), instituição da qual tinha sido um dos fundadores. O Congresso, presidido por Derek Lyddon, teve por tema "A implementação de Planeamento em pequenas cidades" e contou com a presença de mais de centena e meia de participantes internacionais para apresentarem e discutirem 16 casos de estudo: cidades de pequena e média dimensão, maioritariamente europeias, mas também situadas no Brasil, Peru, Marrocos e Índia. O exemplo português era precisamente a cidade de Braga, para a qual tinha sido projetado o Anteplano de Urbanização, de Carlos Carvalho Dias e Lúcio Miranda, do início da década de 70, e o Plano posterior, mas já então em vigor, da autoria de Manuel Fernandes de Sá. Na altura foi igualmente apresentada, por Fernandes Ribeiro, a experiência de renovação urbana levada a cabo pelo CRUARB, ou seja, na área Ribeira-Barredo, no Porto. A passagem de testemunho da presidência da Associação para um representante português, Manuel da Costa Lobo, era outro dos pontos do programa. O dossier de Carlos Carvalho Dias, agora consultável na Fundação Marques da Silva, inclui informações relativas aos trabalhos preparatórios, relatórios que sintetizam as principais conclusões do Congresso e outros registos, entre os quais, documentos que testemunham um sentimento de generalizada aprovação e satisfação pelo trabalho desenvolvido por parte dos organizadores, em particular o de Carlos Carvalho Dias.
Carlos Carvalho Dias nasceu em Viana do Castelo, a 14 de janeiro de 1929. Faz hoje 94 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto! |
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12 de janeiro de 2023 |
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Domingos Pinto de Faria numa varanda com vista para a cidade |
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Domingos Ferreira Pinto de Faria obteve o seu Diploma de Arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1965, tendo-se apresentado a Concurso com um Plano de Renovação para um Quarteirão junto à Quinta do Covelo, delimitado pelas ruas Faria de Guimarães, Covelo, Campo Lindo e Monte de S. João. Tema e desenvolvimento foram desde logo assumidos pelo próprio como resultantes da experiência acumulada durante a sua passagem pelo Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto, onde iniciara a sua atividade profissional, em 1957, e onde permanecerá até 1970. Durante esse período, colaborou na elaboração do Plano Diretor da Cidade do Porto orientado por Robert Auzelle e na equipa que visava extinguir as ilhas. Será dessa altura a fotografia que hoje publicamos e com a qual se assinala o dia do seu nascimento, a 12 de janeiro de 1934.
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11 de janeiro de 2023 |
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Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista
Visita guiada por Inês Lima Rodrigues
12 de janeiro, às 18:00 |
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No contexto da exposição "Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista", patente ao público no Cìrculo da Arquitetura, em Oeiras, foi pensada uma programação paralela que, entre visitas guiadas e a realização de uma mesa redonda, agrega ao projeto expositivo outras leituras sobre o significado e sentido da obra desenvolvida por este arquiteto e urbanista.
Assim, já amanhã, dia 12, Inês Lima Rodrigues, arquiteta e investigadora que não só tem vindo a dedicar-se ao estudo e reconhecimento da obra e do arquiteto Fernão Simões de Carvalho, como tem sido a mediadora do processo de transferência do seu arquivo para a Fundação Marques da Silva, vai fazer uma visita guiada à Exposição. A visita tem início às 18:00 e a participação está apenas dependente de inscrição prévia para circulodaarquitetura@oeiras.pt.
Seguir-se-á, a 26 de janeiro, uma visita guiada pelo arquiteto Hugo Faria, à Casa do Arquiteto, em Queijas, e, a 2 de fevereiro, uma mesa redonda com a participação de Beatriz Serrazina Hugo Farias, Maria Manuela da Fonte, Michel Toussaint, João Carrola Gomes, Inês Lima Rodrigues e Joana Basto Malheiro.
A exposição, de entrada livre, pode ser visitada até 18 de fevereiro, de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
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11 de janeiro de 2023 |
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A Fundação Marques da Silva na RPAC |
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A Direção Regional de Cultura do Norte tem vindo a divulgar as instituições parceiras da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea - Norte, entre as quais, a Fundação Marques da Silva.
Na entrada dedicada a esta Fundação pode aceder a informações sobre o que somos e o que fazemos, visitar a exposição multimédia em destaque, conhecer um pouco da história dos espaços onde se encontra localizada e saber quem foi o arquiteto José Marques da Silva.
A visitar aqui
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11 de janeiro de 2023 |
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ISMAI – Estádio
Foi revelado o vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha |
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E o primeiro prémio da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha* foi atribuído a um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, Luís Pinheiro Loureiro, José Manuel Loureiro: ISMAI – Estádio, um projeto feito a pensar na comunidade.
Como é referido na memória descritiva. "Um extenso espaço vazio separava os dois extremos do campus académico, limitado a Nascente, pela linha de metro [...] Agora jogam as crianças das escolas de futebol, os jovens estudantes universitários praticam e aprendem o ensino do desporto, enquanto outros podem assistir [...]. O objetivo foi cumprido".
O júri desta primeira edição, composto pelo engenheiro António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia; pelos arquitetos José Gigante, em representação da APJAR; Teresa Fonseca, designada pela Ordem dos Arquitectos; José Miguel Rodrigues e pelo curador José Maia, pela Câmara Municipal da Maia, decidiu ainda atribuir uma Menção Honrosa a SISMA – Unidade Industrial da Maia, da autoria da arquiteta Sandra Maria Machado Ferreira Garcia.
Os projetos a concurso encontram-se em exposição até 31 de janeiro, na Galeria D. Manuel II do Fórum da Maia.
* Este Prémio, promovido pela Câmara Municipal da Maia e organizado pela APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos localizados no Município da Maia. |
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8 de janeiro de 2023 |
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Manuel Marques de Aguiar e a Rua de Gonçalo Cristóvão |
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Há muito que o nome "Gonçalo Cristovão" deixou de convocar a memória de uma pessoa concreta, para passar a designar um lugar urbano preciso na cidade do Porto. A abertura da rua que "do Campo da Regeneração vai desembocar a Santo António do Bonjardim", segundo o Livro de Vereações de 1838, decorre da oferta do terreno ao Município pelos herdeiros de Gonçalo Cristóvão Teixeira Coelho Sá Melo Pinto de Mesquita, proprietário da Quinta do Bonjardim, a quem a Câmara decidira, em início de século, comprar "16 penas de água" para utilização pública. De então para cá, a nova Rua foi ganhando forma e cada vez mais habitantes e utilizadores, foi-se expandindo e transformando continuamente. A imagem que dela hoje temos, enquanto via pública, é sobretudo consolidada em meados do século XX, sendo um dos pontos de intervenção visados no Plano de Antão de Almeida Garrett e, sobretudo, no de Robert Auzelle. Exatamente no gaveto com a rua do Bonjardim, situa-se um dos seus mais icónicos edifícios, projetado por Manuel Marques de Aguiar. O projeto iniciou-se em finais dos anos 50, em resposta à encomenda de Mário dos Santos Figueiredo, mas a forma como Marques de Aguiar o vai desenvolver encontrava-se já intimamente ligada às propostas de Auzelle, que atribuíra a este arquiteto portuense, seu aluno anos antes em Paris, a coordenação daquele eixo de circulação. E daí também a importância que Marques de Aguiar vai dar à volumetria do corpo a edificar, evidenciada em vários esquissos pertencentes ao processo de projeto do que acabará por ficar conhecido como "Edifício Figueiredo". A implantação e desenho final da fachada, com a sua característica torre central e galeria de entrada, acabará por ficar aquém do que tinha sido inicialmente imaginado e desejado por Manuel Marques de Aguiar, seja porque o cliente forçará à densificação da ocupação, seja pela envolvente, incapaz de se realizar enquanto "boulevard", tal como chegou a ser equacionado. Porém, continua, juntamente com o edifício contíguo, também da autoria deste arquiteto, o edifício "Lar Familiar", a conferir uma identidade própria a este lugar da cidade e a demonstrar a sua solidez construtiva e plena funcionalidade enquanto espaço dedicado a serviços, comércio e habitação.
Manuel Marques de Aguiar nasceu no Porto a 8 de janeiro de 1927. |
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4 de janeiro de 2023 |
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Anselmo Vaz, arquiteto e urbanista
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José Adriano Anselmo Vaz formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, em 1964, e nesse mesmo ano foi admitido no atelier de Viana de Lima. A passagem por Paris, no ano seguinte, reforçou o seu interesse pelo planeamento urbano, numa antecipação do que viria a ser uma área dominante do seu percurso profissional a partir da década de 70, enquanto arquiteto da Câmara de Sintra e, posteriormente, de Lisboa. Aqui, entre outros projetos, assumirá a coordenação do planeamento urbanístico da zona oriental e do plano de urbanização da área envolvente da Expo 98, sendo o representante técnico da Câmara, tanto na promoção da Expo 98, quanto no projeto urbanístico da área selecionada para a sua localização e respetivas acessibilidades. Manteve, desde a sua formação, a atividade em regime de profissão liberal. Falou e escreveu sobre muitos dos projetos em que esteve envolvido, acompanhou teses, estágios e trabalhos de alunos portugueses e estrangeiros. Em julho de 2022 doou a sua biblioteca profissional à Fundação Marques da Silva.
Anselmo Vaz nasceu a 4 de janeiro de 1940. Parabéns, senhor arquiteto!
Imagem: Anselmo Vaz, estudo para a frente de rio, Lisboa, s.d.
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3 de janeiro de 2023 |
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"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
Reabre hoje ao público, na Fundação Marques da Silva |
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A exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" reabre hoje ao público, retomando os horários habituais, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00 (última admissão às 17:30).
Venha até à Fundação Marques da Silva e siga o "fio vermelho" que o conduzirá através das várias coordenadas que traçam o espaço de vida e de obra de Manuel Botelho.
+ info aqui |
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2 de janeiro de 2023 |
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Bom Ano Novo! |
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A Fundação Marques da Silva a todos deseja um Bom 2023!
Imagem: Bairro Fonsecas e Calçada, 2017. Projeto de Raúl Hestnes Ferreira. Fotografia Luís Pavão. |
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29 de dezembro de 2022 |
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A Casa de Ponte da Barca, desenhada por Manuel Botelho |
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Nesta fotografia de Manuel Botelho há um sentido de transcendência e de poesia. Só um olhar conhecedor será capaz de nela identificar a Casa projetada para o Dr. Luís Barroso Pires, no terreno de forte pendente, situado na margem direita do rio Vade, afluente do rio Lima, em Ponte da Barca, mas lá está o contorno ondulante da fachada a denunciar a materialidade do construído. Foi o seu primeiro projeto construído em nome individual e com ele, em 1989, conquistou o Prémio Nacional de Arquitectura Keil do Amaral. O Júri, formado por José Charters Monteiro, Alexandre Alves Costa, Duarte Castel-Branco, Alexandre Brás Mimoso e Pedro Vieira de Almeida reconheceu a investigação formal e a linguagem própria que a obra revelava, a criatividade do autor e a sua importância para o desenho do território. A Casa de Ponte da Barca, como ficou também conhecida, continua a cumprir a sua função de abrigo a quem a habita, contudo, ainda que pensada para um terreno bucólico e como um espaço que desce para o rio, sempre continuará a tentar alcançar o infinito.
Manuel Botelho nasceu a 29 de dezembro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto! |
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19 de dezembro de 2022 |
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Boas Festas / Season´s Greetings 2022 |
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E do projeto de reabilitação do Cinema Batalha, da autoria do Atelier 15, saiu o desenho que dá forma ao Postal de Boas Festas da Fundação Marques da Silva. É com ele que a todos desejamos uma feliz quadra natalícia e um bom 2023.
Aproveitamos para informar que a Fundação Marques da Silva se encontra encerrada ao público entre 22 de dezembro e 2 de janeiro, inclusive, retomando a sua atividade a 3 de janeiro. |
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16 de dezembro de 2022 |
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"FERTILE FUTURES”
Andreia Garcia (Architectural Affaires) vai representar Portugal na próxima Bienal de Arquitetura de Veneza |
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“Fertile Futures” foi o projeto selecionado para representar Portugal na 18.ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza, que decorrerá entre 20 de maio e 26 de novembro de 2023. Apresentado por Andreia Garcia (Architectural Affairs), em co-curadoria com Diogo Aguiar e Ana Neiva, terá como foco sete distintas hidrogeografias profundamente marcadas pela ação antropocêntrica: Bacia do Tâmega, Douro Internacional, Médio Tejo, Albufeira do Alqueva, Rio Mira, Lagoa das Sete Cidades e Ribeiras Madeirenses. O projeto inclui a encomenda a jovens arquitetas e arquitetos, em colaboração com especialistas de outras áreas de conhecimento, da apresentação de modelos propositivos para um amanhã mais sustentável, saudável e equitativo, em cooperação não hierarquizada entre disciplinas, gerações e espécies.
Segundo a Direção-Geral das Artes, a representação portuguesa, que ficará instalada no Palácio Franchetti, "defenderá, entre Portugal e Veneza, a pertinência do contributo da Arquitetura no redesenho do futuro descarbonizado, descolonizado e colaborativo, respondendo diretamente à convocatória de Lesley Lokko [arquiteta e escritora escocesa-ganesa, curadora-geral desta edição Bienal], partindo de uma aprendizagem que convoca o contexto africano, como outros que há muito testemunham condições climáticas extremas."
A Fundação Marques da Silva faz parte do corpo de entidades parceiras e apoiantes deste projeto, escolhido pelo júri constituído por Paulo Carretas (da DGARTES), e pelos especialistas Joaquim Moreno, Isabel Ortins Simões Raposo, Julia Albani e Nuno Grande.
foto: Veneza, Palácio Cavalli-Franchetti, G. Massiot & Cie., 1910.
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10 de dezembro de 2022 |
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I Viaggi di Fernando Távora: últimos dias da exposição |
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Inaugurada a 23 de setembro, na Galleria del Ridotto, em Cesena (Itália), a exposição I viaggi di Fernando Távora está prestes a concluir-se. Para assinalar o encerramento, está agendada para amanhã, 10 de dezembro, uma última sessão, com a participação de Elisabetta Bovero, Luísa Távora, Antonio Esposito e Giorgio Liverani, seguida de uma visita à exposição.
Ver cartaz aqui
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25 de novembro de 2022 |
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Sugestão de fim de semana: uma visita à exposição "Cartografia Manuel Botelho" |
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Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto é a exposição que habita temporariamente o Palacete da Fundação Marques da Silva. Um projeto pensado e materializado por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano para dar a ver, sobretudo entre desenhos, maquetas e fotografias, mas também recorrendo aos instrumentos do ofício ou a objetos por si idealizados, a obra do arquiteto Manuel Botelho, o seu corpo de trabalho. Uma arquitetura de autor e um universo invulgar que também nos são desvendados pelas fotografias de Duarte Belo, num jogo dialogante entre tempos distintos que ali se cruzam e ampliam de sentidos.
São 18 projetos de Manuel Botelho que nos são mostrados aqui, contudo, como refere André Tavares na crítica recentemente publicada no Ípsilon/Público, "O Interior e o Tempo", "apesar de monográfica, esta exposição abre muitas pistas para pensar a arquitectura para além do universo do autor que apresenta. Mostra-nos um passado muito recente e tanto põe em evidência o potencial de um caminho singular como o de Botelho, como nos revela o exterior contraditório onde os seus projectos procuravam inscrever um interior infinito."
Venha visitá-la até 21 de janeiro, de segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00, excepto feriados.
Nota sobre a imagem: fotografia de António Neves, 2022
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7 de dezembro de 2022 |
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Leal Machado, a Escola de Regentes Agrícolas, em Coimbra, e muito ainda por investigar |
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Quando se consulta o breve historial da atual Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) ficamos a saber que a instituição que lhe deu origem se instala nesta cidade, na Quinta de São Martinho ou do Bispo, na quinta do Paul e noutras menores, em 1887, com o nome de Escola Central de Agricultura, e que passados dois anos viu ser-lhe reconhecido o estatuto de Escola Nacional, designação que manteve até 1931. Nessa data, na sequência de uma profunda reorganização do ensino, passou então a designar-se Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra. E assim se manteve até à sua extinção, ditada pela criação das Escolas Superiores Agrárias, com cursos estruturados a nível superior, conferidores do grau de licenciatura. Por sua vez, o antigo lugar de residência do Bispo, a Casa do Bispo, onde reza a lenda terá estado Luís Vaz de Camões, foi classificada Imóvel de Interesse Público em 1967 (Decreto n.º 47508). Será algures nesta linha de tempo que se inscreve o projeto para o Edifício Principal da Escola de Regentes Agrícolas de Alfredo Duarte Leal Machado, desenvolvido ao que tudo indica, a pedido do Ministério das Obras Públicas e Comunicações (M.O.P.C.) - Direcção de Edifícios do Centro. A documentação em arquivo na Fundação Marques da Silva - 3 plantas - não se encontra datada. Sabemos, contudo, que Leal Machado terminou o Curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto em 1932 e que Coimbra foi um dos seus lugares de ação, tendo mesmo chegado, durante a década de 40, a exercer as funções de Vereador na Câmara Municipal.
Investigar o percurso deste arquiteto, prematuramente desaparecido em 1954, será seguramente um território de descoberta. Fica o desafio.
Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904. |
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6 de dezembro de 2022 |
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Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas
Conferência Marques da Silva 2022 - o vídeo |
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Para quem não teve a oportunidade de estar presente no Auditório Fernando Távora, no passado dia 29 de novembro, para assistir à conferência de Paolo Zermani, aqui se partilha o link que dá acesso ao vídeo realizado pela TVU.
Naquela que foi a edição 2022 das Conferências Marques da Silva, Paolo Zermani falou das suas referências e apresentou alguns dos seus projetos: o restauro do Castelo de Novara (2016); a reabilitação arquitetónica e litúrgica da Basílica de S. Andrea, em Mântua (2016); a igreja de San Giovanni, em Perugia (2006-10); o crematório (2010) e a Escola Europeia, ambos em Parma (2017); a pequena capela no bosque, em Varano dei Marchesi (2012).
+ info aqui |
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5 de dezembro de 2022 |
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O mais recente livro de Alexandre Alves Costa, uma "deriva" sobre a vida, intensamente vivida como um todo |
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A sala do Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, onde decorreu, no passado sábado, o lançamento do livro Argumentos 1: em deriva, tornou-se demasiado pequena para acolher todos aqueles que quiseram estar presentes. Entre eles, pontuavam numerosos amigos, muitos deles cúmplices de tantos dos momentos revisitados por Alexandre Alves Costa nesta sua "deriva" matizada de paixão, convicção, amizade e compromisso. Afinidades desde logo partilhadas com Francisco Louçã, a quem cabia apresentá-lo e que, numa inteligente, provocatória e bem humorada argumentação, foi abordando todos os capítulos que o formam. Defendeu então que neste livro, que poderia significar um simples atrevimento da memória, está ausente o drama do tempo perdido, pois nele se evidencia uma vontade de viver intensa e racionalmente a vida na totalidade das dimensões que ela implica, nele se confirma, afinal, a ideia de que criar significa não desistir de procurar a "beleza como esplendor da verdade". Coube a Alexandre Alves Costa surpreender Francisco Louçã e a assistência com a projeção de uma gravação feita por António Pina de um dos episódios narrados no livro, no capítulo que tem por título "Cidadania", sublinhando de seguida que, não sendo este um livro de arquitetura, está necessariamente dependente da sua experiência de arquiteto, que é ela que molda a sua perceção do tempo e do espaço, a forma como reconhece e imagina a realidade que o envolve, como nela participa e nela se enquadra. A sessão foi aberta por Luís Urbano, vice-presidente da Fundação Marques da Silva, a quem coube apresentar Alexandre Alves Costa, nas múltiplas facetas que têm caracterizado a sua ação e intervenção.
Argumentos 1: em deriva fará agora o seu próprio caminho, aguardando os seus leitores, enquanto primeiro de dois livros a publicar através de parceria entre a Fundação Marques da Silva e a UPorto Press. |
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2 de novembro de 2022 |
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Alexandre Alves Costa "em deriva" |
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"Nós que vivemos ainda os poemas do Novo Cancioneiro, declamados nos pequenos círculos pelas vozes inigualáveis de Manuela Porto ou Maria Barroso, nunca mais nos libertámos da emoção que sentíamos. Os que são inclusivos como eu, e não negamos o nosso passado constitutivo feito de tantas partes, continuamos agradecidos a cada uma delas por serem fundamentais na construção da complexidade do que sabemos e do que somos." ("Quando eram rudes e exilados", p. 85)
Argumentos 1: em deriva, o primeiro de dois livros de Alexandre Alves Costa a publicar pela Fundação Marques da Silva e pela UPorto Press, percorre textos escritos ao longo dos anos, num tom marcadamente pessoal. Neles, o autor reflete sobre a sua experiência de vida e dá livre curso a uma linha de pensamento e de ação indissociável da sua condição de Arquiteto. Fala-nos de um “desejo de experiência da beleza, da justiça e da liberdade” que aqui partilha com os seus leitores.
O lançamento é já amanhã, às 16:00, na Fundação Marques da Silva. A apresentação estará a cargo de Francisco Louçã.
Sobre a imagem: Alexandre Alves Costa em visita a Peroguarda, fotografia de Sergio Fernandez, finais dos anos sessenta. |
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2 de Dezembro 2022 |
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José Carlos Loureiro e uma casa "presente como um reino" |
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A casa de José Carlos Loureiro, em palavras emprestadas a Sophia, "permanece presente como um reino", o seu reino. Começou a torná-la uma realidade em 1949. Assente numa plataforma sobre a pendente do terreno, tinha apenas 100m2, mas abria-se para o rio e estava rodeada por um jardim pronto a ser plantado. É com a defesa deste projeto, então pensado para Pais e 4 filhos, que obtêm o diploma de Arquiteto, na Escola de Belas Artes do Porto. A rematar as suas considerações gerais estavam já os seus princípios norteadores, a defesa de uma arquitetura à escala do homem, lógica, plasticamente pura e bela na sua simplicidade total. Uma simplicidade que advinha da clareza da planta e do sistema construtivo. Nessa casa procurava uma "sensação de abrigo" e de conforto. Habitou-a para o resto da sua vida. Não teve 4, mas sim 2 filhos. Vieram netos, chegaram os bisnetos. E ela cresceu com eles, ampliou-se. Assim o previa o projeto inicial. Ganhou área, foi deixando que as paredes se cobrissem de pinturas, testemunhou a passagem dos anos, colecionou memórias. Cresceram também as árvores no jardim e tudo o que nele foi plantando com as suas próprias mãos. Assumia as suas origens serranas, o gosto pela Natureza. Deixou que ela envolvesse a casa, marcasse o caminho. O rio, sempre lá, a definir a paisagem. E lutou para nela ser feliz.
José Carlos Loureiro nasceu na Covilhã, a 2 de dezembro de 1925. |
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30 de novembro de 2022 |
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A conferência de Paolo Zermani, uma reflexão sobre a sua obra, sobre a arquitetura enquanto disciplina, sobre a paisagem italiana como paradigma da paisagem ocidental
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A arquitetura de Paolo Zermani tem uma materialidade que aspira à imaterialidade. Define-se a partir do reconhecimento da paisagem italiana e da procura de um sentido de pertença a uma herança civilizacional comum, aquela onde assentam os fundamentos da cultura europeia ocidental. E por isso convoca as artes, a poesia, o pensamento filosófico para uma leitura silenciosa de cada lugar onde se afirma, num gesto sempre consciente do que a precede, tanto quanto de em si mesma vir a ser o fundamento para a transformação que um tempo futuro necessariamente trará. O território do seu trabalho enfrenta assim a transitoriedade da vida - do homem, da arquitetura, da cidade -, esse constante devir que defende ser em si mesmo uma condição própria da disciplina, uma vocação para sempre renascer, só que sempre de modo diferente. O compromisso entre a sua voz e a identidade coletiva ou a coerência e precisão que a sua obra reflete apoiam-se em elementos como lugar, tempo, terra, luz e silêncio. E foi através deles que Paolo Zermani, na FAUP, apresentou a um auditório cheio e atento alguns dos seus projetos: o restauro do Castelo de Novara (2016); a reabilitação arquitetónica e litúrgica da Basílica de S. Andrea, em Mântua (2016); a igreja de San Giovanni, em Perugia (2006-10); o crematório (2010) e a Escola Europeia, ambos em Parma (2017); a pequena capela no bosque, em Varano dei Marchesi (2012).
Em breve será disponibilizado o registo em vídeo desta comunicação, pela TVU, seguindo-se a publicação na coleção Conferências Arquiteto Marques da Silva. |
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30 de novembro 2022 |
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Alexandre Alves Costa, Argumentos 1: em deriva
Lançamento do livro
Apresentação por Francisco Louçã
3 de dezembro, 16:00, Fundação Marques da Silva |
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"Deriva é um modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana, é a técnica da passagem rápida por ambiências variadas. Usa-se, também, mais particularmente, para designar a duração de um exercício contínuo dessa experiência" ("Algumas considerações não conclusivas", p.205)
O lançamento de Argumentos 1: em deriva acontece já no próximo dia 3 de dezembro, sábado, na Fundação Marques da Silva, e para apresentar o livro estará presente Francisco Louçã, bem como o seu autor. Garantida a presença de dois oradores de excelência, não há como não querer vir! A sessão começa às 16:00.
+ info aqui
Sobre a imagem: Evocação do Maio de 68, desenho de Alexandre Alves Costa, 2011. |
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29 de novembro 2022 |
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Fernão Simões de Carvalho: Arquitetura 1960-1999 /
O Moderno Brutalista
De 30.11.22 a 18.02.23 no Círculo de Arquitetura, Oeiras
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Fernão Simões de Carvalho Arquitetura 1960-1999 / O Moderno Brutalista é o novo projeto expositivo do Círculo da Arquitetura de Oeiras, desenvolvido com o apoio da Fundação Marques da Silva e em colaboração com a Faculdade de Arquitetura de Lisboa, o CiAUD e o Arquivo Histórico Ultramarino. Aqui se percorre a carreira deste arquiteto e urbanista, nascido em Luanda, em 1929, e com uma obra repartida por três países, Angola, Brasil e Portugal.
Fernão Lopes Simões de Carvalho formou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e especializou-se no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris. Enquanto defensor do Movimento Moderno, explorou as qualidades técnicas e plásticas da aplicação do betón brut, claramente aprendida na convivência com Le Corbusier e Wogenscky (1956-1959). Durante a década de 1960, regressou a África. Durante esse período construiu em Luanda e nas cidades vizinhas uma série de edifícios emblemáticos, entre os quais o arrojado Centro de Radiodifusão de Luanda. Em 1967 vem para Portugal, mas depois do 25 de Abril decide ir para o Brasil, por falta de encomenda e não motivado por razões de caráter político. No Rio de Janeiro vai colaborar, enquanto arquiteto, no escritório de Horácio Camargo e, no campo do urbanismo, com Maurício Roberto. Será deste período o plano da Cidade Vilas do Atântico, que realiza para a empresa Odebrecht. Cinco anos depois, Simões de Carvalho retorna a Portugal e realiza ainda uma série de obras públicas e privadas. Nesta fase da sua vida, exercerá em paralelo com a prática da arquitetura, as funções de professor, atravessando a transição da ESBAL para Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, assim como as funções de assessor de Urbanismo e Planeamento de Construção da CML. Vive atualmente na icónica casa por si projetada em Queijas. O seu acervo foi doado à Fundação Marques da Silva em 2021.
A exposição ficará patente ao público até 18 de fevereiro de 2023 e pode ser visitada de terça a sábado entre as 14h e as 19h.
+ info: www.oeiras.pt
Ver Cartaz aqui
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28 de novembro de 2022 |
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Newsletter - Novembro 2022 |
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É com regresso das Conferências Marques da Silva, hoje, 29 de novembro, como notícia de abertura, acompanhada da fotografia do Padiglione di Delizia, situado em Varano (Parma), obra de Paolo Zermani, que se publica mais uma Newsletter da Fundação Marques da Silva. A ler aqui
Imagem: Paolo Zermani, Padiglione di Delizia, Varano (Parma), 1986. Fotografia de Luigi Ghirri e Maurizio Negri.
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25 de novembro de 2022 |
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Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas
as Conferências Marques da Silva estão de volta |
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Depois de dois anos suspensas, as Conferências Marques da Silva estão de regresso ao Auditório Fernando Távora (FAUP) e trazem, pela primeira vez ao Porto, Paolo Zermani para falar sobre "Arquitecturas Italianas". É a 15.ª edição deste ciclo e vai acontecer no próximo dia 29 de novembro, terça feira. A apresentação estará a cargo da arquiteta Ana Francisca Silva, autora de uma dissertação de mestrado sobre este professor e arquiteto que, em 2018, foi galardoado com o prémio Antonio Feltrinelli para a Arquitetura. A abertura será assegurada pelos representantes das duas instituições organizadoras, o Diretor da FAUP, João Pedro Xavier, e o Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, Luís Urbano.
A sessão inicia-se às 18:30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
+ info aqui |
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24 de novembro de 2022 |
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Raúl Hestnes Ferreira e o "apelo ao sol" |
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Este "apelo ao sol" é um desenho invulgar no conjunto do acervo de Raúl Hestnes Ferreira. Dele, sabemos apenas que está datado de abril de 1957, altura em que o seu autor estava a viver no Porto e se preparava para concluir o 4.º ano do Curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes. E sabemos também que este ano, longe do ingénuo e repousante imaginário que o desenho convoca, correspondeu ao culminar de um período bastante convulsionado na vida de Hestnes Ferreira. Desde que em 1952 viera para esta cidade, já que a Escola de Belas Artes de Lisboa se tornara inviável por ser politicamente sufocante, Hestnes Ferreira passara um semestre prisão, em 1955, juntamente com outros estudantes, entre eles Alcino Soutinho (o longo processo judicial, resultante da repressão exercida sobre as associações estudantis, ainda que resulte numa absolvição, arrastar-se-á exatamente até 57). A frequência do Curso voltará a ser de novo interrompida em 1956, ao ser chamado a cumprir o serviço militar. Inicialmente integrado no Curso de Oficiais Milicianos de Queluz, na sequência de uma informação da PIDE, Raúl Hestnes Ferreira acaba por ser afastado e incorporado na 1ª Companhia Disciplinar de Penamacor como soldado raso. Regressa ao Porto, como já referido, para concluir o ano escolar. No entanto, perante esta sequência de acontecimentos, a vontade de sair do país tornara-se cada vez mais premente e, em setembro, parte rumo aos países nórdicos. O primeiro destino foi a Noruega, país natal de sua mãe, seguir-se-ia a Finlândia, para visita às obras de Alvar Aalto. Encontros imprevistos com outros estudantes de arquitetura levam a que se instale em Helsínquia. A cidade apresenta-se então como o lugar ideal para aprofundar a sua formação e exercer arquitetura. Só que este destino impunha-lhe um cenário de vida bem distinto daquele que trazia do seu país de origem. Assaltam-no o desejo de sol e das idas à praia, a falta dos amigos. As cartas dirigidas a Pitum (Francisco Keil do Amaral) iam ajudando a exorcizar esses fantasmas, mas o próprio confessará mais tarde que esse sobressalto será também uma das condições que acabará por determinar a decisão de, passado um ano, voltar para Portugal. E mesmo se o Estados Unidos ainda chegam a representar uma nova experiência de vida em território estrangeiro, manter-se-á fiel a Lisboa, ao seu atelier no Largo da Graça.
Raúl Hestnes Ferreira nasceu em Lisboa, a 24 de novembro de 1931.
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23 de novembro de 2022 |
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Vida e Segredo Aurélia de Souza 1866-1922
de 24 de novembro a 21 de maio
Museu Nacional Soares dos Reis |
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O Museu Nacional Soares dos Reis, em parceria com os Amigos do MNSR – Círculo Dr. José de Figueiredo, vai inaugurar amanhã, 24 de novembro, a exposição Vida e Segredo Aurélia de Souza 1866-1922. Trata-se de mais uma ação integrada no programa evocativo que tem vindo a percorrer e congregar um conjunto de entidades para assinalar o primeiro centenário desta artista e para o qual a Fundação Marques da Silva volta a colaborar através do empréstimo da pintura a óleo sobre tela da autoria de Aurélia de Souza pertencente à coleção de José Marques da Silva, "Bebé e Lilita".
Comissariada por Maria João Lello Ortigão de Oliveira, a exposição organiza-se em quatro grandes temas que pretendem abranger, dentro dos limites físicos de um espaço museal, o mundo visível de uma mulher artista tão radical quanto secreta.
+ info: www.patrimoniocultural.gov.pt |
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23 de novembro de 2022 |
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O "hotel à beira-mar" de Francisco Granja |
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Considerava Francisco Granja que, apesar de "excepcionalmente dotadas de encantos naturais", as praias algarvias não tinham "instalações à altura da sua beleza". Corria o ano de 1942 e este então aspirante ao diploma de arquiteto, em concurso a decorrer na Escola de Belas Artes do Porto, defendia a necessidade de equipar este território com estâncias que ajudassem a garantir-lhe um lugar de destaque no turismo europeu. O seu contributo passava assim por dotar a região, rica em recursos naturais, de um "hotel à beira-mar" capaz de responder a exigências de comodidade e conforto que os novos tempos impunham. A sua arquitetura, numa vontade de adequação ao fim em vista, seguiria linhas modernas, ainda que procurasse "não afastar muito a construção do estilo regional". Esta solução foi apresentada a concurso em 207 peças escritas e 12 peças desenhadas.
Francisco Granja, o arquiteto que foi aluno de José Marques da Silva e viria a ficar conhecido pelo projeto para o cinema Vale Formoso, no Porto, nasceu a 23 de novembro de 1914.
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22 de novembro de 2022 |
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Está concluído o processo de classificação do Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Guimarães, de Fernando Távora, como Monumento de Interesse Público |
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É oficial, o Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Guimarães, projetado por Fernando Távora no final dos anos cinquenta, já se encontra classificado Monumento de Interesse Público.
Depois de um longo processo de classificação, iniciado em 2014 pela Fundação Marques da Silva, foi hoje publicada a Portaria n.º 814/2022, que classifica como monumento de interesse público o Posto Duplo de Abastecimento de Combustíveis de Covas, no lugar do Salgueiral, freguesias de Creixomil e Urgeses, concelho de Guimarães, distrito de Braga. Nesta decisão foram ponderados critérios "relativos ao caráter matricial do bem, ao génio do respetivo criador, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, e às circunstâncias suscetíveis de acarretarem diminuição ou perda da sua perenidade ou integridade". E "embora o edifício se encontre parcialmente adulterado por intervenções posteriores, considera-se que não se encontra perdida a sua capacidade evocativa do projeto original, onde o granito local, o betão e o ferro se conjugam com a envolvente natural para compor uma obra de grande valor formal e conceptual, bem ilustrativa do alcance da obra de Fernando Távora e do seu posicionamento em relação aos desafios colocados pela arquitetura moderna."
Consultar: Portaria n.º 814/2022 |
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18 de novembro de 2022 |
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Fernando Távora em língua italiana
"Diario di bordo" e "Dell´organizzazione dello spazio"
Sessão de apresentação dos livros com a presença dos tradutores, de Madalena Pinto da Silva e de Fernando Barroso
25 de novembro, 17:00, Biblioteca Malatestiana, |
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Em dezembro de 2012, no âmbito do projeto Fernando Távora, Modernidade Permanente, foi lançada uma edição fac-símile do Diário que Fernando Távora registou da sua viagem, em 1960, aos Estados Unidos e ao Japão. Essa edição, coordenada por Álvaro Siza e Rita Marnoto, contemplava ainda uma versão em língua inglesa. Passados dez anos, é a vez de esse mesmo texto ser também divulgado e tornado acessível ao público em língua italiana, numa tradução de Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno, que também assinam a autoria dos textos introdutórios. O livro, a publicar pela Lettera Ventidue, com o apoio da Família de Fernando Távora e da Fundação Marques da Silva, constitui mais um importante contributo para a divulgação a uma escala internacional do pensamento e obra deste Arquiteto, já que, depois da versão em castelhano (Universitàt Politécnica de València, trad. Aitor Varea Oro, 2014) ainda no ano passado, em Itália, foi publicada a tradução do livro Da organização do espaço, pela nottetempo, com tradução e introdução de Carlotta Torricelli.
Os dois livros em língua italiana serão agora apresentados, no próximo dia 25 de novembro, na Biblioteca Malatestiana, em Cesena, cidade que acolhe, de momento, a exposição "I Viaggi di Fernando Távora", na Galleria del Ridotto. A sessão, organizada pelo Curso de Arquitetura da Universidade de Bolonha, constará de uma conversa a decorrer entre Madalena Pinto da Silva e os tradutores, e das intervenções de Fernando Barroso, Elena Mucelli, Fabrizio Apollonio e Carlo Verona.
Ver cartaz aqui |
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14 de novembro de 2022 |
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A exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" já pode ser visitada
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De segunda a sábado, entre as 14:00 e as 18:00*, já pode visitar a exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto. Como chegou a ser referido na concorrida sessão de abertura do passado sábado, que contou com as intervenções de Bruno Baldaia, Duarte Belo, José Salgado e Luís Urbano, seguidas de uma visita guiada, esta é a mais completa das 3 até agora realizadas, pois nela se torna percetível a expressividade única dos desenhos originais do atelier de Manuel Botelho que agora se mostram, a maior parte deles pela primeira vez. Aqui, a orientação do percurso proposto ao visitante, simbolicamente representada pelo fio de prumo que no patamar da escadaria do Palacete Lopes Martins prenuncia a chegada ao espaço expositivo, foi desenhada a partir de um território singular: um lugar onde se cruzam afinidades, a verticalidade e coerência de uma vida, e um trabalho cuja notável qualidade se afirma agora como indiscutivelmente merecedora de uma maior atenção e reconhecimento no mapa da arquitetura portuguesa. E é este o principal desígnio dos curadores de todo este programa de ações onde a exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto se insere, ajudar, através de um olhar distanciado e mediado pelo tempo, a conquistar essa desejada visibilidade e interesse público sobre um legado inspirador, sobre uma obra teórica e projetual que continua a ter muito para ensinar. A exposição aí está, até 21 de janeiro de 2023.
+ info aqui
* último acesso às 17:30 |
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11 de novembro de 2022 |
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"Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"
abre amanhã, às 15:00, na Fundação Marques da Silva |
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A exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto abre amanhã ao público e vai trazer as anunciadas surpresas, como as peças desenhadas e a maquete do projeto para um Centro de Talassoterapia a construir na Póvoa de Varzim, desenvolvido por Manuel Botelho em coautoria com Manuel Mendes, em 1993. Recorrendo a uma solução formal desenhada sob a influência do imaginário mítico da água, respondia ao desafio de criar um equipamento público de larga escala e forte impacto urbano. Pensado para ser um lugar de "encontro da terra e do mar, sempre cheio de mistérios, onde a vida pode acontecer", devido a circunstâncias alheias ao projeto de arquitetura, acabou por não chegar a ser construído. Foi, contudo, para quem o chegou a conhecer, sempre reconhecido como um exercício projetual modelar, daí que seja uma das obras em destaque na exposição. Mas há muito mais para descobrir nesta Cartografia Manuel Botelho. As portas abrem-se às 15:00 e a entrada é livre. |
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03 de novembro de 2022 |
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Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto
Abertura e Apresentação da Exposição
12 de novembro, 15:00, Fundação Marques da Silva |
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O trabalho de atelier de Manuel Botelho é o foco da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, a terceira a realizar no âmbito de um programa mais vasto de ações iniciado em janeiro deste ano. Com este novo projeto expositivo, o ciclo comissariado por António Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia, Duarte Belo e Luís Urbano, depois da passagem por outras instituições, transfere-se para a instituição de acolhimento do acervo deste arquiteto, a Fundação Marques da Silva. Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto parte da documentação em arquivo e vai dar a ver registos, parte deles até agora inéditos, do trabalho de uma figura singular onde se cruzam várias dimensões e interesses: a arquitetura, o design de objetos, a produção teórica vertida para a escrita e a docência. Aqui, entre documentos e objetos, entre referências a obra construída ou tão só projetada, entre as fotografias que Duarte Belo foi reunindo das suas visitas pelo território e pelos lugares do quotidiano deste arquiteto, se irá cartografando um percurso de leitura e aproximação ao universo de Manuel Botelho, à sua prática da arquitetura, ao seu pensamento, à sua forma singular de ver o mundo.
No dia 12, a assinalar a abertura da exposição, decorrerá uma sessão de apresentação com início às 15:00, que conta com a participação de Bruno Baldaia, Duarte Belo, José Salgado e Luís Urbano. Neste dia a entrada é livre.
+ info aqui
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9 de novembro de 2022 |
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Nova data para a edição 2022 das Conferências Marques da Silva
Paolo Zermani: arquitecturas Italianas
29 de novembro, 18:30, Auditório Fernando Távora (FAUP) |
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Por motivos de força maior, a conferência "Paolo Zermani: Arquitecturas Italianas" decorrerá não a 17, mas sim a 29 de novembro, terça-feira, com início às 18:30, no Auditório Fernando Távora ( Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto).
Pela primeira vez, Paolo Zermani virá ao Porto falar sobre a sua obra de arquitetura. A apresentação estará a cargo da arquiteta Ana Francisca Silva, autora de uma dissertação de mestrado defendida na FAUP sobre este arquiteto, "A construção do ritual como constante no projeto. Estudo da obra de Paolo Zermani".
Na imagem: Cappella nel bosco, Varano dei Marchesi, Parma 2012. Um lugar de meditação construído no interior dos bosques da região de Parma, por onde passava o itinerário de peregrinação da Strada Romea.
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08 de novembro de 2022 |
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Rui Goes Ferreira e a defesa de um "diálogo de qualidade" |
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Em 1968, Rui Goes Ferreira e Manuel Vicente foram chamados a intervir na zona de confluência das Ruas da Carreira e Rua das Pretas, em plena zona histórica da cidade do Funchal, então ocupada por dois prédios recentes, incaracterísticos e considerados obsoletos. Em seu lugar, e por proposta desta dupla de arquitetos, surgiu o Bloco Comercial ainda hoje conhecido pelo nome do espaço urbano para onde se volta, o Largo da Igrejinha. O projeto, desenvolvido num momento em que o Funchal se preparava para receber um Colóquio de Urbanismo, com Robert Auzelle e Nuno Teotónio Pereira como convidados especiais, e na sequência do impacto da vinda de Lúcio Costa a Portugal, representava um desafio, seja pelo programa interno que o equipamento a construir implicava, seja pela natureza do seu inevitável programa urbanístico. A posição tomada foi defendida pelos seus autores na memória descritiva: «Há em verdade que defender, teimosamente, os valores do passado, mas há que defendê-los com uma atitude construtiva, quer reconhecendo a necessidade que deles temos e aceitando a sua atualização, quer fazendo-os acompanhar de obras contemporâneas.» Sem esquecer que era ponto assente que, «nestas matérias de integração, em ambientes urbanos de expressão muito caracterizada, tudo se deve passar ao nível dum diálogo de qualidade…Isto é, qualquer peça de arquitetura de "qualidade" se integra num ambiente existente de “qualidade”. E essa “qualidade” será o denominador comum, o “tema” do diálogo..»
O Bloco Comercial do Largo da Igrejinha é a segunda das 22 obras assinaladas no Mapa de Arquitetura recentemente lançado pela Secção Regional da Ordem dos Arquitetos, com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Secretaria Regional e de Turismo da Madeira. Sob coordenação de Madalena Vidigal, arquiteta, neta de Rui Goes Ferreira responsável pela seleção de conteúdos, este Mapa desenha um percurso que traz uma nova consciência sobre a importância da obra projetada por este arquiteto para a Madeira, contribuindo simultaneamente para o "diálogo" que tem de continuar a ser mantido entre a arquitetura, o património e as necessidades impostas pela cidade contemporânea.
Ver Mapa: 02 / Bloco Comercial no Largo da Igrejinha |
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6 de novembro de 2022 |
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Alcino Soutinho e o fascínio da viagem |
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Viagens há que conquistaram um lugar na história, como a mítica viagem que Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Alexandre Alves Costa, Fernando Távora, José Grade e Sergio Fernandez organizaram em 1976, tendo como destino a Grécia. Outras se tinham antecedido, mas do grupo então reunido, Alcino Soutinho e Laura Soutinho, Alexandre Alves Costa e Luísa Brandão, Sergio Fernandez, José Grade, António Corte Real e Manuela Corte Real, agora contando também com José Luis Carvalho Gomes, equipados com 3 carros (um Austin 1300, uma Renault 4L e um Citroën Dyane) decidem explorar o Norte de África. O percurso deveria passar por Marrocos, Argélia e Tunísia. Foram muitas as peripécias, desde carros avariados, uma retenção na fronteira da Argélia e a difícil tarefa de tentar encontrar comida durante o Ramadão. Mas como todas as viagens, entre a amizade que os unia e a beleza da paisagem, foi mais um momento inesquecível para quem a viveu. E dela ficaram, para além da memória ou para memória futura, o que registaram do que lhes foi dado ver, fixado em desenhos, fotografias e textos. Arquitetura? Sim, muita. Mas também tudo o resto, de pessoas a ambientes e animais. Como este "camelo pensador" que Alcino Soutinho desenhou.
Alcino Soutinho nasceu a 6 de novembro de 1930. |
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3 de novembro de 2022 |
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Paolo Zermani: Arquiteturas Italianas
Conferência Marques da Silva 2022
29 de novembro, 18:30, Auditório Fernando Távora (FAUP) |
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As Conferências Marques da Silva estão de regresso com Paolo Zermani como conferencista. Aquela que será a 14.ª edição deste ciclo anual, promovido pela Fundação Marques da Silva em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, está marcada para 29 de novembro, tendo lugar, como sempre, no Auditório Fernando Távora (FAUP).
O tema proposto é Paolo Zermani: Arquiteturas Italianas. Ou seja, ficaremos assim a conhecer, apresentadas na primeira pessoa, a obra e a linha de pensamento deste Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura de Florença, natural de Medesano (Parma), distinguido, em 2018, com o Prémio Antonio Feltrinelli para a Arquitetura.
+ info: aqui |
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2 de novembro de 2022 |
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“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”
Sessão presencial no e sobre o Terminal Intermodal de Campanhã
5 de novembro, 10:30 |
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O “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” volta ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), desta vez uma sessão in loco, durante a qual vamos ouvir os autores do projeto e também participar numa visita guiada.
Será já este sábado, 5 de novembro, às 10h30, e contará com os seguintes convidados: Arq.º Nuno Brandão Costa (Brandão Costa Arquitectos), a Eng.ª Elza Mendes (Cacao), o Eng.º Renato Bastos (AdF) e a Arq.ª Rita Guedes (Rita Guedes Arquitectura Paisagista).
A moderação será assegurada pela Arq.ª Bárbara Rangel (@dec.fe.up.pt).
Assegure o seu acesso à sessão (gratuita e com inscrição prévia), aqui: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/
Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia.
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31 de outubro de 2022 |
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Argumentos 1: em deriva
o novo livro de Alexandre Alves Costa |
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"Argumentos não é um livro de arquitetura, é uma tentativa, provavelmente frustrada, de me servir da minha experiência, no seu âmbito, por ela ser o meio mais simples de articular tempo e espaço, de modelar a realidade, de fazer sonhar." (Alexandre Alves Costa)
Argumentos 1: em deriva é o primeiro de um conjunto de dois livros de Alexandre Alves Costa a publicar pela Fundação Marques da Silva em parceria com a U.Porto Press. Estruturado em cinco capítulos – “Memórias”, “Cidadania”, “Outros Caminhos”, “Livros”, “Arquitetura, Cidade e Território” -, nele se reúne um conjunto alargado de textos, alguns até agora inéditos, que o seu autor, em resposta às mais diversas circunstâncias, foi escrevendo ao longo dos anos.
O lançamento será no próximo dia 3 de dezembro, com Francisco Louçã e a presença do autor, na Fundação Marques da Silva, mas o livro encontra-se disponível, a partir de hoje, na loja da Fundação e na Reitoria da Universidade do Porto, entrando em breve no circuito comercial.
+ info sobre o livro aqui |
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28 de outubro de 2022 |
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"António Carneiro, o poeta com pincéis"
Museu da Quinta de Santiago (Matosinhos)
29 de outubro de 2022 a 26 de fevereiro de 2023
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Cerca de 50 obras e de 20 documentos e objetos pertencentes ao pintor António Carneiro (1872-1930), parte deles inéditos ou praticamente desconhecidos do público, vão estar em exposição no Museu da Quinta de Santiago. Será uma oportunidade única para descobrir ou redescobrir este artista que nasceu há 150 anos em Amarante e residiu grande parte da sua vida na cidade do Porto, tendo encontrado no mar e nas praias de Leça inspiração para várias das suas aclamadas "paisagens". António Carneiro, o poeta com pincéis, exposição retrospetiva com curadoria de Cláudia Almeida, reúne um conjunto invulgar de quadros, alguns deles pela primeira vez apresentados lado a lado num mesmo espaço expositivo. São obras maioritariamente provenientes da coleção do Município de Matosinhos, mas também das coleções de várias instituições nacionais que se associaram a esta iniciativa, entre as quais a Fundação Marques da Silva, a quem pertence um retrato de Marques da Silva desenhado por António Carneiro, que tal como Marques da Silva foi professor da Escola de Belas Artes do Porto, em 1928.
A exposição inaugura amanhã, 29 de outubro, às 17:00, e poderá ser visitada até 26 de fevereiro do próximo ano, de terça a sexta, entre as 10:00 e as 13:00 e as 15:00 e as 18:00, ou aos sábados, domingos e feriados, entre as 15:00 e as 18:00.
A abertura da exposição será assinalada por um momento musical a cargo do Quarteto de Cordas de Matosinhos que interpretará composições de Cláudio Carneiro, filho do artista homenageado.
+ info: www.cm-matosinhos.pt |
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27 de outubro de 2022 |
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A Casa de Queijas de Fernão Simões de Carvalho, um lugar de liberdade conceptual e a síntese de uma vida |
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Fernão Lopes Simões de Carvalho nasceu a 27 de outubro de 1929 em Luanda, Angola. Terminou o curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1955) e especializou-se no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris (Sorbonne). Foi um defensor do Movimento Moderno ao longo da sua carreira, repartida por três países: Angola, Brasil e Portugal. Explorou as qualidades técnicas e plásticas da aplicação do betón brut, claramente aprendida na convivência com Le Corbusier e Wogenscky (1956-1959).
Durante a década de 1960, construiu em Luanda e nas cidades vizinhas uma série de edifícios emblemáticos com a marca corbusiana adaptada às especialidades do clima tropical angolano, sendo de realçar o arrojado projeto para o Centro de Radiodifusão de Luanda. Ainda assim, muitas outras obras deste período ficaram por concretizar.
Em abril de 1974 encontra-se a desenvolver o projeto da casa onde planeia vir a viver, mas após a Revolução decide ir para o Brasil, onde colabora no escritório carioca de Horácio Camargo e, no campo do urbanismo, com Maurício Roberto. Cinco anos depois, Simões de Carvalho regressa a Portugal e constrói ainda uma série de obras públicas e privadas. Entre elas, dedica-se a terminar a sua residência em Queijas. Com uma clara linguagem corbusiana, esta casa representa uma síntese da sua arquitetura brutalista. É aqui que ainda reside.
Hoje é dia de aniversário. Muitos Parabéns, Senhor Arquitecto.
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24 de outubro de 2022 |
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Manuel Graça Dias dá nome a um novo Prémio e é atribuído o título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos à Fundação Marques da Silva
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No próximo dia 27 de outubro vai ser lançado o Prémio Manuel Graça Dias dst - Ordem dos Arquitectos, Primeira-Obra, uma iniciativa da Ordem dos Arquitetos que transporta uma dupla intenção: revelar novos valores na arquitetura portuguesa, incentivando e promovendo o reconhecimento público de autores de obras que tenham como referência a Arquitetura enquanto um bem de qualidade ao serviço da comunidade; e celebrar Manuel Graça Dias, sublinhando a imaginação, o inconformismo, a disponibilidade e generosidade que esta figura ímpar sempre demonstrou nas múltiplas dimensões que marcaram o seu percurso de vida (o arquiteto Manuel Graça Dias faleceu em 2019, aos 66 anos de idade).
Este novo Prémio, um concurso bianual que tem na Fundação Marques da Silva um parceiro institucional, dirige-se assim a autores de obras de arquitetura que tenham sido construidas nos primeiros oito anos após a sua inscrição como membro na OA (nesta primeira edição, entre 2014 e 2021), com o autor(es) da obra distinguida a receber o valor pecunário de 20.000€, o convite para uma apresentação e a ter uma oportunidade de a publicar através dos meios da OA.
Na mesma sessão será ainda feita a atribuição do título de Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos. E se, no ano anterior esse título foi atribuído a Maria José Marques da Silva, este ano será a vez da instituição que a sua doação à Universidade do Porto ajudou a criar: a Fundação Marques da Silva. Um gesto que vem assim reconhecer o trabalho e ações desenvolvidas nacional e internacionalmente pela Fundação "da investigação e produção de conhecimento científico, conferências, atividade editorial e reflexões disciplinares sobre os temas que prestigiam a arquitetura e o nosso património disciplinar e científico."
A cerimónia do dia 27, com início às 18:00 na Sede Nacional da Ordem dos Arquitectos, insere-se na programação do Dia Mundial da Arquitetura 2022.
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21 de outubro de 2022 |
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A coleção de pintura e desenho artístico da Fundação Marques da Silva cresceu com a doação de 8 obras de António Cardoso |
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A Pintura e o Desenho foram uma constante na vida de António Cardoso (1932-2021), como a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" veio recentemente demonstrar. O seu percurso artístico remonta aos anos 1950, com a frequência da Academia Alvarez a marcar o início de uma aprendizagem oficinal que nunca, desde então, deixou de praticar. As suas obras refletem o impacto das suas viagens, dos lugares de vida, do seu conhecimento do meio e da história da arte, bem como a exploração de caminhos de desenvolvimento que vão despertando o seu interesse enquanto artista na procura de uma linguagem própria. Obras que se afirmaram também nos circuitos expositivos, numa itinerância surpreendente quando vista em retrospetiva. E agora, pela mão dos seus filhos, Susana e Eduardo Luís Cardoso, oito dos trabalhos expostos na Casa-Atelier José Marques da Silva entre maio e setembro passado passaram a fazer parte da Fundação Marques da Silva. Um conjunto que engloba obras produzidas entre 1968, caso da Pintura-Objeto em madeira policromada que a imagem ilustra, e 2014 com um acrílico sobre tela da série Transformações e Transfigurações, mas que integra também exercícios de colagem ou de utilização do pastel sobre papel e dois desenhos originais a tinta-da-china que fazem parte do àlbum XX Desenhos. Uma importante doação que vem complementar o acervo documental de António Cardoso doado ainda em vida e ampliar a coleção de Pintura e Desenho Artístico da instituição com um nome fundamental naquela que é a sua história.
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20 de outubro de 2022 |
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"Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
Visitas Guiadas à Exposição por Egas José Vieira
25 de outubro e 8 de novembro, 18:00 |
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Nos próximos dias 25 de outubro e 8 de novembro, o Arquiteto Egas José Vieira vai guiar duas visitas à exposição "Manuel Graça Dias, O Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto", atualmente patente ao público no Círculo da Arquitetura, (Rua Sacadura Cabral, Nº51, Cruz-Quebrada/ Dafundo). As visitas iniciam-se às 18:00. Para poder participar, basta enviar um email para circulodaarquitetura@oeiras.pt. As inscrições encontram-se abertas. |
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20 de outubro de 2022 |
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Fernando Távora em Cesena |
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Hoje, em Cesena, fala-se de Fernando Távora, da viagem que fez aos EUA e ao Japão em 1960 e das influências italianas na sua arquitetura. São estes os temas das conferências de Raffaella Maddaluno e de Giorgio Liverani, seguidas de uma visita guiada à exposição "I viaggi di Fernando Tàvora", que se manterá na Galleria del Ridotto até 11 de dezembro.
ver cartaz |
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19 de outubro de 2022 |
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THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method
A visitar na Fundação Marques da Silva
Últimos dias |
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THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method, a exposição que a Fundação Marques da Silva acolheu no âmbito da Arquiteturas Film Festival entrou na sua última semana de abertura ao público. Até ao próximo sábado, 22 de outubro, ainda poderá visitá-la e ficar com uma perspetiva do trabalho que o Centre for Documentary of Architecture tem vindo a desenvolver, já que The Matter of Data se insere na pesquisa interdisciplinar que esta instituição tem vindo a desenvolver sobre questões da migração e modernismo colonial, relacionando os múltiplos significados e a complexa história dos modernismos arquitectónicos, a sua história de migração e transferência.
Com curadoria de Ines Weizman, esta exposição está organizada em dois eixos: matéria e dados. Os estudos de caso arquitetónicos – apresentados como “biografias arquitetónicas” – congregam documentação fílmica, estudos de arquivo, análise de materiais e documentação construtiva digital em apresentações táteis e multimédia.
Créditos fotográficos: Ivo Tavares Studio, cortesia de Arquiteturas Film Festival, organizado pelo INSTITUTO |
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18 de outubro de 2022 |
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Monumento ao Marquês de Pombal, o projeto de Marques da Silva e Alves de Sousa que dava um romance |
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No acervo de José Marques da Silva encontra-se profusamente documentado o projeto que este arquiteto, juntamente com o escultor Alves de Sousa, apresentou a Concurso para o Monumento ao Marquês de Pombal em 1913, para construção na cidade de Lisboa. Dele nos chegaram desenhos, uma extensa lista de registos escritos e fotografias que fixam diferentes momentos de realização da maquete, como a imagem documenta. Mas também uma curiosa correspondência e outra documentação anexa que, cruzada com a ampla cobertura da imprensa de então, nos vai traçando as entrelinhas de uma longa e participada história. Se a decisão de abertura do próprio Concurso aos artistas nacionais teve de ultrapassar várias e atribuladas etapas antes de ser uma realidade, ainda mais agitados foram os momentos que se seguiram ao anúncio do vencedor, com o Júri a preterir a proposta de Marques da Silva e Alves de Sousa, "...Cuidar dos Vivos", em favor da "Gloria progressus...delenda reactio" dos arquitetos Adães Bermudes e António de Couto, e do escultor Francisco dos Santos. Bastará dizer que, para além dos argumentos esgrimidos nos jornais, o assunto foi discutido na Câmara dos Deputados e no Conselho de Ministros, sendo instada a própria Procuradoria Geral da República a manifestar-se. A polémica tinha como principais protagonistas Marques da Silva e Adães Bermudes, tendo chegado a estar aprazado um duelo entre Marques da Silva e Ressano Garcia, na sequência das declarações que este último fizera publicar (vide tese de António Cardoso, onde é citada notícia do Diário de Notícias de 13 de maio de 1914). Quanto a defensores, a dupla portuense teve em António Arroyo (engenheiro, escritor e músico distinto) o seu mais acérrimo defensor. A decisão final teve de esperar pelo ano de 1917 e dela decorre a construção do Monumento que hoje distingue a Rotunda homónima, em Lisboa. Entretanto, Marques da Silva e Alves de Sousa tinham já em mãos o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, na Boavista, no Porto.
José Marques da Silva nasceu nesta cidade, a 18 de outubro de 1869.
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17 de outubro de 2022 |
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Homenagem do GANNO a Octávio Lixa Filgueiras |
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Decorreu, no passado sábado, na Fundação Marques da Silva, a homenagem do Grupo de Arqueologia Naval do Noroeste (GANNO) ao seu fundador, em 1980, o arquiteto Octávio Lixa Filgueiras. Naturalmente, foi a dimensão do trabalho desenvolvido no âmbito da história da arquitetura naval por Lixa Filgueiras a estar em destaque, muito em particular através do testemunho de dois elementos associados deste Grupo, Manuel Martins Rêgo e Maia dos Santos, e da projeção do documentário realizado em 1991 por Vítor Bilhete, com guião de Octávio Lixa Filgueiras, sobre o processo tradicional de construção de um barco rabelo.
Mas a sessão integrou ainda, como anunciado, o lançamento do Boletim especial publicado em junho passado, onde se reunem textos da autoria de várias individualidades da área da arquitetura, da história e da cultura marítima e fluvial, um número que teve no arquiteto António Menéres o seu principal dinamizador. E foram vários os autores presentes nesta sessão, assim como presentes estiveram filhos e netos do arquiteto Octávio Lixa Filgueiras. Pedro Borges de Araújo partilhou algumas memórias da sua convivência com Octávio Lixa Filgueiras, desde os tempos em que foi seu aluno na ESBAP, sem deixar de justificar a importância do seu legado.
Para assinalar este momento de homenagem, os dois estiradores do átrio do Palacete Lopes Martins tiveram ainda em exposição uma série de publicações sobre a temática naval da autoria deste arquiteto, bem como o livro e a maquete da primeira edição Da função social do arquitecto. |
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14 de outubro de 2022 |
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Algo de novo vai acontecer na Casa-Atelier José Marques da Silva |
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A Casa-Atelier José Marques da Silva está a preparar-se para responder a um novo desafio. Em breve teremos novidades para anunciar... |
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13 de outubro de 2022 |
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GANNO: Homenagem ao Arquiteto Octávio Lixa Filgueiras
Lançamento de Boletim especial e exibição do documentário "Arquitectura do Rabelo"
15 de outubro, 15:00, Fundação Marques da Silva |
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O Grupo de Arqueologia Naval do Noroeste (GANNO), fundado pelo arquiteto Octávio Lixa Filgueiras, para assinalar o centenário do nascimento do seu fundador, a 16 de agosto passado, publicou uma edição especial do seu Boletim, cujo lançamento decorrerá no próximo 15 de outubro, na Fundação Marques da Silva.
A sessão, que se inicia às 15:00, vai contar com a participação de António Maia dos Santos (membro da Direção do GANNO), de Miguel Filgueiras (em representação da família do Arq.to Lixa Filgueiras) e Pedro Borges de Araújo, um dos autores convidados a escrever para a referida edição do Boletim. Esta será também uma ocasião para rever o documentário "Arquitectura do Rabelo", realizado por Vítor Bilhete a partir de uma investigação de Octávio Lixa Filgueiras.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
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10 de outubro de 2022 |
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José Porto e o anteprojeto para o Estádio Distrital do Porto |
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Entre a rua Silva Porto, a rua de Monsanto, a rua do Ameal e a rua da Telheira, no Porto, esteve prevista a construção de um grandioso Estádio Distrital. O programa do concurso público de anteprojetos e de projetos, para além de especificar os requisitos orientadores dos concorrentes e a composição do Júri, que seria presidido pelo Governador Civil (Coronel Dr. Herculano Jorge Ferreira), indicava que a data final de entrega dos trabalhos na Secretaria do Governo Civil do Porto seria 30 de maio de 1934. Haveria prémios financeiros para os classificados em 1.º e 2.º lugar e menções honrosas para os que ficassem em terceiro e quarto. O anteprojeto vencedor teria de apresentar a respetiva "maquette" até 14 de junho, recebendo, para tal, um valor extra equivalente ao do segundo prémio.
Num álbum da Sociedade Portuguesa de Fomento, não datado, onde se mostram alguns dos inúmeros trabalhos da firma Engenheiros Reunidos, pertencente ao arq.to José Porto, o seu autor, lá nos deparamos com a fotografia da referida "maquette", a dar conta, não só do projeto, como do facto de ter sido esta a proposta vencedora do Concurso lançado pelo Governo Civil.
E tudo isto permite traçar o contexto que explica a presença, no acervo de José Marques da Silva (que deve ter sido chamado a participar no Júri do Concurso), do documento datilografado dos "autores do ante-projecto do Estádio Distrital" com os esclarecimentos e alterações propostas para a sua execução definitiva. Documento esse que termina com o compromisso de os autores, antes de passarem à realização definitiva do projeto, fazerem uma "visita de estudo aos melhores e mais recentes estádios, gimnásios e piscinas de França, Alemanha, Itália e Suíça, não só para o efeito de qualquer correcção que porventura a observação directa venha a aconselhar, mas principalmente para apreciar in loco pormenores de execução entre nós desconhecidos."
Só que esta, é uma história ainda com muito por contar. No acervo de José Porto, então recentemente chegado ao Porto, vindo de Paris, encontramos cerca de uma dezena de peças desenhadas correspondentes ao anteprojeto apresentado a concurso, mas nada se encontrou ainda sobre um seu futuro desenvolvimento. Quanto ao Estádio é apenas certo que dele restaram ecos da memória de uma vontade de construção.
José Porto nasceu a 10 de outubro de 1883, em Marinhas, Vilar de Mouros. |
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4 de outubro de 2022 |
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Um novo Mapa de Arquitetura para dar a conhecer a obra de Rui Goes Ferreira na Madeira |
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Há um novo Mapa de Arquitetura, o primeiro sobre o território madeirense, dedicado à obra do arquiteto Rui Goes Ferreira. A conceção e organização de conteúdos esteve a cargo da arquiteta Madalena Vidigal, neta de Rui Goes Ferreira que tem vindo a desenvolver uma ampla investigação sobre a obra deste arquiteto e a materializar várias iniciativas de divulgação da sua obra em particular, mas também sobre a arquitetura da região.
Este Mapa, cujo lançamento decorreu no passado dia 4 de outubro, no Museu de Fotografia da Madeira, foi produzido e publicado pela Seção Regional da Ordem dos Arquitectos, com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Secretaria Regional de Turismo e Cultura da Madeira. Como foi referido durante a sessão, trata-se de um convite irrecusável para parar e refletir sobre o legado deixado por este arquiteto, para ir à procura das obras aí representadas e nelas encontrar uma leitura, uma narrativa que permita caracterizar a intervenção de Rui Goes Ferreira.
O roteiro apresentado percorre 22 obras projetadas por este arquiteto e, à imagem dos Mapas de Arquitetura lançados pela OASRN, para além da versão impressa, também pode ser consultado online. Basta clicar sobre o número ou letra identificativa e surge a informação respetiva: www.mapadearquitetura-madeira.com
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5 de outubro de 2022 |
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"Viagem às arquiteturas energéticas insulares", a proposta vencedora da 18.ª edição do Prémio Fernando Távora |
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A proposta vencedora da 18.ª edição do Prémio Fernando Távora permitirá a Inês Vieira Rodrigues empreender uma "Viagem às arquiteturas energéticas insulares", ancorada nos Açores e na Islândia. A decisão reuniu a unanimidade do Júri, presidido por André Tavares (indicado pela OASRN – Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte) e composto ainda por Maria João Seixas (nomeada pela OASRN enquanto figura de relevo cultural externa ao campo disciplinar da Arquitetura), por José Bernardo Távora (indicado pela Fundação Marques da Silva), por Pedro Baía (indicado pela Casa da Arquitetura) e por Francisco de Tavares e Távora Pereira Coutinho (designado pela família do Arquiteto Fernando Távora).
Perante a qualidade, relevância e atualidade dos seus temas, o Júri decidiu atribuir também duas menções honrosas às propostas de Luis Duarte Ferro, «Silêncios loquazes: a cultura por vir» e de João Carlos de Almeida e Silva, «A presença da Eva. À procura de casas que foram brindes publicitários».
O anúncio do vencedor decorreu no passado dia 3 de outubro, na sede da OASRN, altura em que Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva, vencedores da 15ª edição do Prémio, proferiram a sua conferência sobre a viagem realizada "Às fronteiras do México". A conferência de apresentação da viagem de Inês Vieira Rodrigues realizar-se-á em abril de 2024, na data de lançamento da 20.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Imagem: Central Geotérmica do Pico Vermelho na Ilha de São Miguel, © SIARAM. |
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3 de outubro de 2022 |
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Prémio Fernando Távora
hoje, às 18:00, na sede da OASRN |
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Hoje, 3 de outubro, em Dia da Arquitetura, terá lugar, na sede da OASRN, mais uma sessão do Prémio Fernando Távora com o anúncio do vencedor da 18.ª edição, a apresentação do trabalho dos vencedores da 15.ª edição, os arquitetos Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva (na imagem), sobre "As Fronteiras do México" e uma breve conversa com a jornalista Maria João Seixas, membro do júri da presente edição e no qual a Fundação se encontra representada pelo arquiteto José Bernardo Távora.
A sessão inicia-se às 18:00 e a entrada é livre.
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30 de setembro de 2022 |
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I viaggi di Fernando Távora
na Galleria del Ridotto (Cesena, Itália), até 11 de dezembro |
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Na Galleria del Ridotto, por iniciativa do Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha, com o apoio da Fundação Marques da Silva, dá-se a conhecer, pela primeira vez em Itália, mais de 8 dezenas de desenhos de viagem realizados pelo Arquiteto Fernando Távora entre 1960 e 1997. A exposição I viaggi di Fernando Távora assenta na seleção feita pelo arquiteto José Bernardo em 2017, para a exposição apresentada na Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães, mas agora moldada a um percurso expositivo que se ajusta à configuração do novo espaço, onde também se acolhe um conjunto de maquetes realizadas pelos alunos de arquitetura do Campus de Cesena.
A inauguração, no dia 23 de setembro, foi antecedida de uma sessão programada no âmbito da Festa Dell´Architettura 2022, na Biblioteca Malatestiana, onde participaram o diretor do Departamento e a coordenadora do Curso de Arquitetura da Universidade de Bolonha, Fabrizio Apollonio e Elena Mucelli, respetivamente, Paula Abrunhosa e Ana Freitas, em representação da Fundação Marques da Silva, e os curadores desta exposição, Antonio Esposito, Saverio Fera, Giovanni Leoni e Giorgio Liverani. A exposição manter-se-á patente ao público até 11 de dezembro deste ano. |
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30 de setembro de 2022 |
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"Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
a visitar até 12 de novembro, no Círculo de Arquitetura de Oeiras
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A exposição "Manuel Graça Dias, o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto", inaugurada no passado dia 22 de setembro no Círculo de Arquitetura de Oeiras, revisita 18 projetos realizados por Graça Dias entre 1985 e 2018, seja individualmente, seja em parceria com Egas José Vieira, antigo aluno e arquiteto com quem viria a fundar o atelier Contemporânea, em 1990, após a colaboração para o Concurso do Pavilhão de Portugal na Expo 92´ de Sevilha. Estruturada em 4 núcleos - habitação, restauração, espaços lúdicos e diversos - a exposição apresenta um vasto conjunto de desenhos e maquetes, entre os quais se encontram vários originais cedidos pela Fundação Marques da Silva, assim como fotografias e registos videográficos. Esta iniciativa, organizada pelo Município de Oeiras e com curadoria de António Faísca, pretende ser uma homenagem a Manuel Graça Dias, arquiteto e professor de palavra viva e contagiante, que ensinava os seus alunos "a serem inconformados" e a "fugirem de certezas".
A visitar até 12 de novembro, de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
Créditos fotográficos: Paulo Neto.
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30 de setembro de 2022 |
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Arquiteturas Film Festival
Hoje, às 21:30, na Fundação Marques da Silva
Com Ortrun Bargholz e Anna Luise Schubert |
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30 de setembro de 2022 |
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Prémio Fernando Távora
Anúncio do vencedor da 18.ª Edição do Prémio
Conferência de Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva
Conversa com Maria João Seixas
3 de outubro (segunda-feira), 18:00, Sede da OASRN |
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No próximo dia 3 de outubro, em Dia da Arquitetura, será anunciado mais um vencedor do Prémio Fernando Távora que vai já na sua 18.ª edição. A sessão, a ter lugar na sede da OASRN, conta ainda com a apresentação do trabalho dos vencedores da 15.ª edição, os arquitetos Margarida Quintã e Luís Ribeiro da Silva, sobre "As Fronteiras do México" e uma breve conversa com a jornalista Maria João Seixas, membro do júri da presente edição e no qual a Fundação se encontra representada pelo arquiteto José Bernardo Távora.
Trata-se de uma iniciativa da OASRN, em parceria com a Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
+ info em www.oasrn.org |
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29 de setembro de 2022 |
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Arquiteturas Film Festival Porto
Projeção de documentários
21:30, Fundação Marques da Silva |
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Ontem foi assim, na Fundaçao Marqies da Silva. Sala cheia para a conferência inaugural da curadora da exposição The Matter of Data, Ines Weizman, seguida da projeção de 3 curtas-metragens. Hoje, serão projetados os documentários "Deep White" e "Phonograph and Memory: tracing a sound from Kabul". A sessão começa às 21:30 e conta com a presença de Anne Luise Schubert e Ines Weizman.
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28 de setembro de 2022 |
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THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method
Abertura da Exposição - Conferência de Ines Weizman - Projeção de Curtas-metragens
hoje, 28 de setembro, às 21:30, na Fundação Marques da Silva
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Com a exposição THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method em pano de fundo, hoje, às 21:30, na Fundação Marques da Silva, lugar de acolhimento da programação da instituição convidada desta edição do Arquiteturas Film Festival, o Centre for Documentary Architecture (CDA), inicia-se a primeira de três sessões que incluem, para além da conferência inaugural da curadora da exposição e fundadora do CDA, Ines Weizman, debates e projeção de curtas-metragens e documentários produzidos no âmbito deste Centro onde se juntam arquitetos, cineastas, artistas, programadores digitais, historiadores e outros amantes da arquitetura.
Na sessão de hoje serão exibidos A short history of the elevator Pitch (Ines Weizman, 5´); Three hours by car (Anna Luise Schubert, Ines Weizman, 5´) e Bauhaus Beeline (Anna Luise Schubert, Ines Weizman, 2´)
A exposição fica patente até 22 de outubro 2022 e pode ser visitada de segunda a sábado, das 14:00 às 18:00. Durante o período de duração do Festival, até 1 de outubro, é de entrada gratuita.
+ info aqui
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27 de setembro de 2022 |
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Começa hoje o Arquiteturas Film Festival! |
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A 9.ª edição do Arquiteturas Film Festival está prestes a começar. A Sessão de Abertura acontece hoje, 3ª feira dia 27 de setembro, no Cinema Passos Manuel, no Porto, às 21h30.
A edição deste ano reflete sobre a ideia de “abrandamento”, ainda que isso implique demolir, reduzir, reutilizar, ou subtrair a arquitetura.
O festival decorre entre 27 de setembro e 1 de outubro. O programa completo pode ser consultado em https://arquiteturasfilmfestival.com/programa/
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23 de setembro de 2022 |
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Seminário de Metodologia do Desenho
Nuno Portas em Sevilha, fevereiro de 1971 |
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Em 1971, Nuno Portas deslocou-se a Sevilha, a convite do Departamento de Estética, Composição Arquitectónica e História da Arte da Escola de Arquitectura desta cidade, para dar um Seminário sobre Metodologia do Desenho. O interesse suscitado será comprovado pela grande concorrência registada: mais de 50 arquitetos e 150 alunos inscritos, números publicados na imprensa local. Foram 6 aulas que decorreram entre 27 de Janeiro e 4 de Fevereiro, e onde não só traçou o "panorama atual" da metodologia do desenho, como abordou a atividade que tinha vindo a desenvolver no LNEC. A fotografia que acompanha esta nota foi retirada de um dossier com recortes de imprensa relativos ao Seminário, pertencente ao conjunto de documentos recentemente integrados no Arquivo da Fundação Marques da Silva.
Nuno Portas nasceu a 23 de setembro de 1934.
Parabéns, Senhor Arquiteto!
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21 de setembro de 2022 |
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I viaggi di Fernando Tavora
Exposição
23 de setembro a 11 de dezembro
Galleria del Ridotto, Cesena, Itália |
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No âmbito da Festa dell´Architettura 2022, o Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha, com a colaboração da Fundação Marques da Silva, vai apresentar na Galleria del Ridotto a exposição I viaggi di Fernando Távora.
Tomando como ponto de partida a seleção já feita em 2017 por José Bernardo Távora, serão agora expostos em Cesena mais de 80 desenhos originais da autoria do arquiteto Fernando Távora, realizados entre 1960 e 1997, que, pela primeira vez, poderão ser vistos em Itália.
Antonio Esposito, Francesco Saverio Fera, Giovanni Leoni e Giorgio Liverani assinam a curadoria desta exposição que inaugura no próximo dia 23 de setembro e se manterá patente ao público até 11 de dezembro, na Galleria del Ridotto.
+ info: https://phd.unibo.it
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20 de setembro de 2022 |
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"Manuel Graça Dias: o Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto"
Exposição
22 de setembro a 12 de Novembro
Círculo da Arquitetura, Oeiras |
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Três anos passados sobre o desaparecimento prematuro de Manuel Graça Dias, o Círculo de Arquitetura do Município de Oeiras, com o apoio da Fundação Marques da Silva, vai inaugurar na próxima quarta feira, às 18:00, uma exposição que "visa enaltecer e homenagear" o trabalho deste arquiteto. A exposição Manuel Graça Dias: O Arquiteto Arquitetonicamente Incorreto apresenta uma seleção de dezoito projetos, entre os quais se destacam o Pavilhão de Portugal para a Expo’ 92, em Sevilha, e O Teatro Azul, em Almada. Para além de esquissos e desenhos de projeto, a exposição integra ainda um conjunto de maquetes relativas a vários dos projetos expostos.
A exposição inaugura dia 22, às 18:00 e pode ser visitada até 12 de novembro de terça a sábado, entre as 14:00 e as 19:00.
+ info: www.oeiras.pt |
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19 de setembro de 2022 |
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E falou-se de história, arte e arquitetura... |
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Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda reuniram-se para uma animada conversa, moderada por Laura Castro, cumprindo assim o objetivo de se assinalar o encerramento da exposição “Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência” através do exercício do encontro e da partilha, tão acarinhado e cultivado por António Cardoso. E se esta figura, multifacetada e poliédrica, foi transversal a todos, já que todos com ele se cruzaram em diferentes circunstâncias e momentos, foi igualmente inevitável convocar outras presenças referenciais, a de José-Augusto França e a de Amadeo de Souza-Cardoso, para cujo atual reconhecimento da sua originalidade artística e da sua internacionalização António Cardoso muito contribuiu. A particularidade do Museu de Amarante tornou-se assim um tema central nesta conversa, mas também o foi a necessidade de dar continuidade ao caminho aberto por António Cardoso encontrando respostas adequadas aos desafios impostos por um novo tempo, seja no que se refere ao futuro do Museu Amadeo de Souza-Cardoso - da sua arquitetura ao projeto museológico e à reposição do Prémio -, seja na pertinência de um reposicionamento crítico do ensino da história da arte. |
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16 de setembro de 2022 |
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Newsletter - Setembro 2022 |
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Publicamos hoje a newsletter da Fundação Marques da Silva, com a notícia de abertura a deixar em primeiro plano o encontro de amanhã, com Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas, João Pinharanda e moderação de Laura Castro. Mas há muito mais para ler e novas iniciativas se anunciam. A ler aqui |
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16 de setembro de 2022 |
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Fernando Lanhas e a recriação do Museu Monográfico de Conímbriga |
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No início da década de 1980, Fernando Lanhas foi chamado a remodelar e ampliar o Museu Monográfico de Conímbriga, aí se incluindo o arranjo de interiores, isto é, das zonas de entrada, de receção, de exposição, restaurante e auditório. Cabia-lhe, assim, reconfigurar este espaço museológico, com a premissa de aproveitar a parte já construída, unificando-a (existia o corpo projetado por Amoroso Lopes, em 1959, e as três alas desenhadas por António Portugal, em 1974). O seu interesse pela museologia reflete-se na particular atenção dedicada ao desenho das áreas e suportes expositivos. O Museu reabrirá as suas portas em abril de 1985, com arranjo da envolvente paisagística pensado por Gonçalo Ribeiro Telles e Francisco Caldeira Cabral. Seguir-se-ia a construção do auditório. Em todo este processo Fernando Lanhas teve como interlocutor, por parte da Direção dos Edifícios Nacionais do Centro, o eng.º José Teles de Oliveira. A título de curiosidade, refira-se que da correspondência trocada entre ambos sobressai o apreço de Teles de Oliveira pelas "coisas" que Fernando Lanhas ia escrevendo e pelo que este considerava ser uma demonstração da sua extraordinária sensibilidade na apreciação da vida.
Fernando Lanhas nasceu no Porto, a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 99 anos. |
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15 de setembro de 2022 |
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Arquiteturas Film Festival
27 de setembro a 1 de outubro
Fundação Marques da Silva, Casa Comum, FAUP, INSTITUTO e Cinema Passos Manuel |
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Este ano, tendo como mote Slow Down!, o Arquiteturas Film Festival não só se muda para o Porto como vai passar pela Fundação Marques da Silva, para onde está programada uma exposição, uma conferência e a projeção de curtas-metragens e documentários. O Festival encontra-se estruturado em 4 eixos: Programa Oficial; Programa da Instituição Convidada; Programa Experimental; e Programa de Competição. Cada eixo está associado a um ou dois locais da cidade: para além da Fundação Marques da Silva, que vai acolher a programação da Instituição Convidada, o Centre for Documentary Architecture (CDA), o Festival passará pelo Cinema Passos Manuel (Programa Oficial), pela Casa Comum (Programa de Competição), pelo INSTITUTO (Programa Experimental) e pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (Masterclasses e Workshop).
Assim, na Fundação Marques da Silva (Palacete Lopes Martins), entre 28 de setembro e 22 de outubro, poderá visitar a exposição THE MATTER OF DATA: Documentary Architecture as Historical Method e ficar a conhecer o arquivo do Centre for Documentary Architecture (CDA), um coletivo de pesquisa interdisciplinar formado por historiadores de arquitetura, cineastas e tecnólogos digitais. Entre "matéria e dados", que relacionam documentação fílmica, estudos de arquivo, análise de materiais e documentação construtiva digital, estarão em exibição estudos de caso, apresentados como "biografias arquitetónicas".
A assinalar a inauguração da exposição, no dia 28 de setembro, às 21:30, decorrerá a conferência da curadora, Ines Weizman. Esta arquiteta e académica, diretora e fundadora do CDA, com um particular interesse pelas questões da migração e do modernismo colonial, apresentará o trabalho que tem vindo a desenvolver e sobre o qual assenta tanto a presente exposição como a que, em 2019, passou por Weimar, Telavive e Berlim, The Matter of Data: Tracing the Materiality of "Bauhaus-Modernism".
Ainda na Fundação, nos dias 29 e 30 de setembro, em duas sessões com início às 21:30, serão projetadas curtas-metragens e documentários produzidos pelo CDA, com apresentação de Ines Weizman, Anna Luise Schubert e Ortrun Bargholz.
Durante o Festival, que decorre entre 27 de setembro e 1 de outubro, o acesso à Fundação Marques da Silva (exposição e exibição de filmes) será gratuito
+ informações sobre todo o programa: https://arquiteturasfilmfestival.com
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9 de setembro de 2022 |
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Os Cine-Teatros de José da Cruz Lima |
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O percurso profissional de José da Cruz Lima, arquiteto diplomado pela Escola de Belas Artes do Porto, em 1945, decorreu de forma discreta, já que muita da sua produção se destinou a responder a encomendas de clientes particulares. Ainda assim, num tempo em que os estabelecimentos cinematográficos atingiam uma particular relevância e popularidade nos meios urbanos, foram vários os projetos realizados por este arquiteto para este tipo de salas de espetáculo, seja de raiz, seja de remodelação de edifícios preexistentes, regra geral antigos teatros que não resistiam ao apelo crescente do público pela projeção de filmes. Logo em 46, surge a proposta de remodelação do Teatro Eduardo Brasão, em Santo Tirso. Contudo, em 1949, a Sonora Filmes vai atribuir a este mesmo arquiteto a responsabilidade de desenhar no centro da então vila, um novo Cinema, cuja construção se prolongará até à década de 60. Ao novo Cine-Teatro, o arquiteto tentará até, sem sucesso, atribuir o nome de Cine Astro. Ainda na década de 50, em 1954, Cruz Lima será chamado a remodelar o Teatro Garrett, na Póvoa do Varzim. E dois anos depois, no Porto, vai desenvolver os projetos de "reforma e melhoramento" dos Cinemas Olympia e Águia de Ouro, tendo em vista o embelezamento e a melhoria de condições de conforto e segurança dos respetivos espaços interiores. Os Cine-Teatros, projetados ou intervencionados por Cruz Lima, vieram a ter destinos diferentes, com as salas portuenses a garantirem a sobrevivência da sua arquitetura através de uma alteração de função.
José da Cruz Lima nasceu em Luanda, a 9 de setembro de 1910. |
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9 de setembro de 2022 |
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Vamos falar de história, arte e arquitetura #2
Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas, João Pinharanda
moderação de Laura Castro
Fundação Marques da Silva, 17 de setembro, 16:00 |
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Parafraseando palavras do próprio António Cardoso a propósito da exposição sobre Marques da Silva, organizada em 1986, também a exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência" participa da exigência moral de mostrar e de/monstrar. Inaugurada a 7 de maio, perseguiu o objetivo de revisitar o percurso de vida de António Cardoso, reunindo numa mesma linha de tempo a sinalização das múltiplas dimensões da vasta obra por si realizada. Alcançou igualmente a certeza de que o seu legado deve ser revisitado e convertido em ponto de partida para renovadas reflexões sobre os desafios do presente. Assim, depois de um primeiro encontro realizado em junho, a 17 de setembro, dia de encerramento, vai acontecer um segundo encontro com Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda, cabendo a Laura Castro a sua moderação. Vamos, portanto, ouvir falar de história, arte e arquitetura. A sessão começa às 16:00, com a presença de Fátima Vieira, Presidente da Fundação, e todos estão convidados já que a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
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7 de setembro de 2022 |
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Maria José Marques da Silva, mulher-arquiteta |
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Entre uma e outra imagem podemos observar uma mesma figura feminina em dois tempos distintos. A primeira, da década de 30, enquanto aluna de arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto, junto ao Professor Acácio Lino; a segunda, junto ao então Presidente da República Mário Soares, na qualidade de Presidente da Secção Regional Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses, por ocasião do 4.º Congresso Nacional, realizado no Porto em 1986 e no âmbito do qual seria igualmente inaugurada, na Casa do Infante, a exposição "J. Marques da Silva. Arquitecto 1869-1947". Entre uma e outra, o percurso de uma vida, entre uma e outra, presença constrastante num meio então dominado por homens, entre uma e outra, a coragem para abrir caminhos para as mulheres arquitetas em Portugal.
Maria José Marques da Silva nasceu no Porto a 7 de setembro de 1914, na Casa-Atelier que hoje acolhe a Fundação Marques da Silva, instituição por si idealizada, juntamente com o seu marido, o também arquiteto e urbanista, David Moreira da Silva.
Fotografias: Arquivo da Fundação Marques da Silva e Centro de Documentação da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, respetivamente. |
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5 setembro de 2022 |
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As exposições da Fundação Marques da Silva estão de regresso |
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Estão, a partir de hoje, reabertas ao público as exposições da Fundação Marques da Silva. "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência", "Contrafactum: matéria, forma, conteúdo" e "Aalto intemporal: o DNA da Cultura Arquitetónica" entram agora nas semanas finais e trazem novidades. Na sala de "Contrafactum" já se encontram lado a lado a maquete de 1935 e a sua recriação de 2022. Entretanto, marque na agenda o dia 17, para assistir ao segundo encontro de "vamos falar de arte, história e arquitetura", desta vez com a presença de Andrea Soutinho, Celso Santos, Helena de Freitas e João Pinharanda, com moderação de Laura Castro.
Contamos com a sua presença!
Horários de visita: de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30). |
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1 de setembro de 2022 |
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José Carlos Loureiro (1925-2022) |
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Ontem, serenamente, José Carlos Loureiro despediu-se da vida. Nascido na Covilhã, a 2 de dezembro de 1925, chegou ao Porto em 1941 para ingressar na Escola de Belas-Artes. A casa por si projetada em Valbom e que, habitando-a, foi transformando em lugar íntimo de conforto e felicidade familiar, garantiu-lhe o diploma de arquiteto e anunciou o que viria a ser um longo e intenso percurso profissional. José Carlos Loureiro praticou Arquitetura de uma forma comprometida, generosa e apaixonada, sempre demonstrando uma invulgar sintonia entre a arte de bem desenhar e a arte de bem construir. Desejava, acima de tudo, imaginar e criar espaços onde as pessoas se sentissem bem. Foi o autor de obras icónicas como o Pavilhão dos Desportos-Palácio de Cristal, o Edifício Parnaso, o Conjunto Luso-Lima ou o Hotel D. Henrique, na cidade do Porto, mas também da Pousada de S. Bartolomeu, em Bragança, da Casa-Atelier Júlio Resende, em Gondomar, do Conservatório Gulbenkian e dos Edifícios Residenciais em Aveiro, do Instituto Superior da Maia ou da "Capelinha" de Fátima. Desde muito cedo aliou ao exercício da atividade projetual, individualmente ou em gabinete (primeiro com Pádua Ramos, depois com o seu filho e mais recentemente também com o seu neto), o desafio da experiência do ensino. Foi também, e sempre, um cidadão atento e interventivo sobre as questões que dominaram o seu tempo, tendo-se distinguido pela matriz ética que imprimiu ao desempenho dos vários cargos públicos que foi chamado a assumir. Teve importantes participações em colóquios, congressos e exposições de carácter nacional e internacional. Por tudo isto, foi sendo publicamente reconhecido. Em 2013, doou o seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva que desta forma lhe presta uma sentida homenagem e assinala um profundo pesar pela sua perda. Como poderia ter dito o seu grande amigo Eugénio de Andrade, a sua vida teve a dignidade de um poema.
O corpo estará em câmara ardente a partir da tarde hoje, na Capela da Ressurreição, em Valbom. O seu funeral realiza-se amanhã, às 11h. |
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25 de agosto de 2022 |
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Fernando Távora ou do gesto e da razão para o desenho
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No canto inferior direito deste mapa-mundo desenhado por Fernando Távora pode ler-se: “1 – a volta ao mundo como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian / 2 – a viagem ao Brasil com alunos da ESBAP / Os ‘sítios’ onde estive (a preto); os sítios onde estiveram antepassados meus (a verde).”
Fernando Távora gostava de "saltar fronteiras", de, tal como Pessoa, “viajar, correr países, ser outro constantemente” tendo, enquanto Arquiteto, uma atenção permanente sobre a qualidade da construção do mundo. Desenhar era, para si, uma forma de conhecimento e de comunicação, uma "forma eterna e magnífica de entendimento entre os homens." E nas muitas viagens realizadas sempre encontrou "gestos e razões" para o desenho. De "Cairo ou de Kyoto, de Filadélfia e de Atenas, de Bangkok e de Congonhas, de Goa e de Paris, homens, objectos e lugares da antiguidade e do presente." Serão esses desenhos agora a continuar a "saltar fronteiras", as do tempo e dos lugares. Depois da exposição realizada em Guimarães, em 2017, com coordenação de José Bernardo Távora, será Cesena o próximo destino. Tavora in viaggio inaugurará em setembro próximo.
Fernando Távora faria hoje 99 anos. Nasceu no Porto, a 25 de agosto de 1923.
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19 de agosto de 2022 |
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"A Nacional" em transformação ou como captar os interstícios do tempo
Dia Mundial da Fotografia |
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O edifício que Marques da Silva começou a idealizar em 1919 para a Companhia de Seguros A Nacional foi determinante para a fixação da imagem daquela que continua a ser a principal sala de visitas da cidade do Porto. Implantado sobre o chão do cunhal poente formado pela Praça da Liberdade e a então Avenida das Nações Aliadas era, segundo relatório de 1924 da referida Companhia, "na opinião geral o mais belo e imponente edifício" aí construído. Em pleno século XXI, em resposta a um desejo de adaptação a outras funcionalidades, este edifício agora centenário prepara-se para iniciar um novo ciclo de vida sob projeto dos arquitetos Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes (menos é mais). Os andaimes que o envolvem, e que o Grémio da Independência, símbolo da Companhia, esculpido por Sousa Caldas insiste em desafiar, denunciam as obras em curso, mas o que esta fase da intervenção deixa visível em breve será impercetível ao olhar de quem passa ou de quem irá habitar os renovados espaços interiores. Cabe à câmara de Francisco Ascensão registar este momento único, transportando para as fotografias a obter a condição maior de virem a ser testemunhos privilegiados deste interstício do tempo.
Hoje, a assinalar o Dia Mundial da Fotografia e para abrir a curiosidade sobre o muito que haverá a descobrir, partilhamos esta fotografia do que virá a ser o interior de um apartamento.
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16 de agosto de 2022 |
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Octávio Lixa Filgueiras: uma vida, muitos caminhos
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No final dos anos 50, Octávio Lixa Filgueiras desenvolvia já uma intensa atividade, seja como arquiteto, como professor ou como autor de trabalhos pioneiros no domínio da etnologia e da arqueologia naval. Tinha obtido o seu Diploma em 54, com "Urbanismo: um tema rural", um trabalho inovador por ser o primeiro CODA teórico-prático apresentado na ESBAP. Tinha também assegurado a coordenação da Equipa da Zona II do Inquérito à Arquitetura Popular e, em 56, integrara a representação portuguesa ao X Congresso CIAM, em Dubrovnik. Ainda nesta década, fizera parte da equipa de redação para o Norte, juntamente com Arnaldo Araújo, Manuel Marques de Aguiar e José Forjaz, da revista Arquitectura, onde será publicado, em dezembro de 1959, o "Aditamento à Grille C.I.A.M. d´Urbanisme", comunicação que apresentara em Madrid, na qualidade de bolseiro do Instituto de Alta Cultura. Enquanto arquiteto liberal, tinha vindo a assinar, desde a década anterior, um número significativo de projetos, entre os quais assumiam particular relevo as cinco estações para a The Anglo-Portuguese Telephone Company, localizadas no Porto, Matosinhos e Gaia. Na imagem podemos ver o esboceto do alçado poente das instalações fabris da SONAE, na Maia, projeto que apresenta em março de 1960 e que, com as suas linhas modernas, durante muitos anos veio a marcar a paisagem de quem saía do Porto em direção a Norte. Pouco depois, em 1962, e ainda enquanto este projeto estava em construção, foi designado professor efetivo da ESBAP, começando nessa altura a pôr em prática a experiência dos inquéritos urbanos, no contexto de renovação da cadeira de Arquitetura. Estavam, pois, bem definidos os múltiplos caminhos a percorrer e que, ao longo das décadas seguintes, ainda congregaram importantes ações no campo da defesa do património arquitetónico e cultural, bem como a publicação de vários contos, num regresso a outras dimensões da escrita, anunciadas em 49 com o livro de poesia Requiem às Glórias do Mundo e outros poemas.
Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto há exatamente 100 anos.
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8 de agosto de 2022 |
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Férias de Verão |
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A Fundação Marques da Silva vai entrar em férias de verão. De 13 a 28 de agosto, encerram-se as instalações. O atendimento a investigadores será retomado a 29 deste mês. As exposições reabrem apenas a 5 de setembro. Até lá, um bom verão! |
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1 de agosto de 2022 |
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A visita ao cemitério da Lapa |
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Na visita guiada ao cemitério da Lapa, na passada sexta feira, José Pedro Tenreiro levou um grupo sempre atento a percorrer os lugares onde repousam várias gerações das famílias Marques da Silva e Lopes Martins, enquanto ia revelando as surpreendentes histórias que a partir deles e entre eles se podem contar. Um percurso iniciado no jazigo desenhado por Maria José e David Moreira da Silva, onde se encontra depositado José Marques da Silva, e que veio a concluir-se, depois de uma passagem pelos jazigos de Bernardo Marques da Silva e de António Lopes Martins, na capela mortuária projetada por Marques da Silva para Amélia Lopes Martins. Aqui se destacou a forma singular como esta se afirma no espaço e para o tempo em que foi construída, na relação que estabelece com a sepultura de José Lopes Martins e a sua importância enquanto exercício modelar para projetos posteriores de Marques da Silva. Uma visita a demonstrar que há muito para dizer sobre este tema.
Esta que foi a terceira das cinco visitas propostas pela Irmandade da Lapa para o Ciclo de 2022 e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
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29 de julho de 2022 |
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A presença de Marques da Silva no cemitério da Lapa
Visita guiada por José Pedro Tenreiro
Hoje, às 18:00 |
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A visita que hoje se vai realizar no cemitério da Lapa, sob orientação do arquiteto José Pedro Tenreiro, entre o que foi ou não chegou a ser aí realizado sob traço de José Marques da Silva, constitui uma oportunidade única para se falar sobre esta dimensão menos visível e até agora menos estudada da obra desenvolvida por este arquiteto. Começa às 18:00!
+ info: www.irmandadedalapa.pt |
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15 de julho de 2022 |
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A presença de Marques da Silva no Cemitério da Lapa
Visita guiada por José Pedro Tenreiro
29 de julho, 18:00 |
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A temática funerária esteve presente na infância e juventude de José Marques da Silva através da oficina paterna, mas também na sua formação em Paris, onde, em 1895, apresenta - no Salon - o projeto de um monumento funerário à memória de João Henrique Andresen, documentado nos arquivos desta Fundação. Já arquiteto, seria recorrentemente convidado a desenvolver esta tipologia de projeto, desde logo para o Cemitério da Lapa onde, aliás, se encontra sepultado. Contudo, é de referir que ao longo da sua carreira foram várias as obras desenvolvidas para a Irmandade da Lapa.
Não é por isso de estranhar que a Ordem da Lapa tenha proposto a realização de uma visita guiada ao cemitério da Lapa sob o signo da presença de Marques da Silva neste espaço, a incluir no Ciclo programado para 2022. A visita vai acontecer a 29 de julho, às 18:00, e será conduzida pelo Arquiteto José Pedro Tenreiro, cujas recentes investigações sobre o sentido e as circunstâncias que deram origem às obras aí construídas permitirão apresentar uma nova leitura desta dimensão do trabalho de arquitetura de José Marques da Silva.
O acesso às visitas implica a aquisição de um bilhete no valor de 2,50€ e a inscrição prévia em www.irmandadedalapa.pt (tel. 225 502 828).
+ info aqui
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22 de julho 2022 |
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Uma visita para celebrar os 90 anos de António Cardoso |
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Ontem, 21 de julho, António Cardoso faria 90 anos de idade. A data tornou-se o pretexto ideal para a realização da visita guiada à exposição Isto não é so um quadro: António Cardoso para além da evidência, por Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa. Com a casa cheia, entre as peças e documentos expostos, e as histórias que se foram contando, aconteceu mais um exercício de aproximação a uma vida invulgar, marcada por uma obra inscrita agora na linha do tempo. |
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20 de julho de 2022 |
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Prémio Fernando Távora
Candidaturas até 1 de agosto |
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Até 1 de agosto, ainda é possível concorrer à 18.ª edição do Prémio Fernando Távora.
Este Prémio, promovido anualmente em memória da figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitecto e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem.
A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta também com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, como instituições parceiras, e com o patrocínio da Ageas Seguros.
+ info: www.oasrn.org |
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14 de julho de 2022 |
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Visita guiada à exposição "Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência"
com Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa
21 de julho, 18:30
Abertura de inscrições |
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Do colecionador ao pintor, do investigador ao professor, do crítico de arte ao lançamento das bases do que são hoje a Fundação Marques da Silva e o Museu Amadeo Souza-Cardoso, há muito para descobrir na exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência. No dia em que faria 90 anos, 21 de julho de 2022, a Fundação organiza uma visita a esta exposição guiada por três elementos da equipa curatorial: Susana Cardoso, Domingas Vasconcelos e Paula Abrunhosa. O acesso é livre, até um máximo de 25 participantes, sujeito apenas a inscrição prévia para o email fims@reit.up.pt.
+ info aqui |
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14 de julho de 2022 |
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O projeto de arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
com Pedro Ramalho e Bárbara Rangel
FEUP, 15 de julho,17:30 |
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“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” regressa ao formato original, com uma sessão presencial dedicada ao projeto de arquitetura da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Para abordar os aspetos técnicos desta importante obra da cidade do Porto, que marca a transformação de toda uma zona da cidade (o Pólo II da Universidade do Porto), estará presente o Arq.º Pedro Ramalho, autor do projeto, em conversa com a Arq.ª Bárbara Rangel.
Para participar, basta fazer uma inscrição prévia no website da Porto Innovation Hub
A iniciativa “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra” resulta da colaboração entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP (DEC/FEUP), o Município do Porto, a Reitoria da Universidade do Porto e a Gaiurb, sendo a Fundação Marques da Silva uma das suas instituições apoiantes.
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