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27 de outubro de 2024
O CODA de Fernão Simões de Carvalho, entre Paris, Lisboa e Luanda

A obra de um arquiteto é, naturalmente, uma consequência da época em que vive, do que foi o seu percurso de aprendizagem, das referências que o foram modelando, dos princípios e metodologias que foi definindo e adotando ao longo da sua prática, e das circunstâncias que foram ditando os horizontes da sua ação projeto a projeto. O trabalho do arquiteto e urbanista Fernão Simões de Carvalho não é exceção, ainda que o seu trabalho se estenda da década de sessenta ao dealbar dos anos 2000 e tenha atravessado três continentes. Como dirá Michel Toussaint, manter-se-á "sempre fiel nos modelos urbanísticos/arquitetónicos, formais e construtivos, baseados numa racionalidade clara", que o contexto do Movimento Moderno propusera, fortemente presentes durante a sua formação.

Simões de Carvalho começou por estudar Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e cumpriu o seu tirocínio, entre 1955 e 1956, no Gabinete de Urbanização do Ultramar, com os arquitetos João Aguiar e Lucínio Cruz. Mas logo partiu para Paris, onde, na senda de Vasco Vieira da Costa e Nadir Afonso, teve por destino o atelier de Le Corbusier, no ano em que o até então chefe de projeto, André Wogenscky, decidira fundar atelier próprio. Será aqui que Simões de Carvalho se manterá, até 1959, numa colaboração que lhe permitiu trabalhar e acompanhar projetos como o da Unité d´Habitation de Berlim, de Nantes-Rezé e de Briey-en-Forêt, do Convento de La Tourette ou do Pavilhão do Brasil na Cidade Universitária de Paris, de que será architecte de chantier. E será também durante estes anos, a partir da capital francesa, que conclui a preparação do seu CODA, que virá defender a Lisboa, ainda em 1957, tendo por tema um projeto para "Um Centro de Televisão". Aliás, Simões de Carvalho faz questão de explicitar que, para a elaboração do programa proposto visitara o mais moderno centro de televisão francesa ainda em construção, em Paris, o de Buttes-Chaumont, assim como as instalações congéneres da BBC, em Londres, então a realizar um "novo e grande centro, White City Project, em Wood Lane".
Todo este conhecimento adquirido, entre Lisboa e Paris, constituiu a pedra basilar do que Simões de Carvalho viria depois a aplicar e desenvolver em Angola, no Brasil e, após 75, de novo em Portugal. Já no que se refere especificamente ao trabalho de preparação do CODA, este tornar-se-ia determinante quando, nos primeiros anos da década de 70, lhe caberá desenvolver, juntamente com José Pinto da Cunha e Fernando Alfredo Pereira, o projeto do Centro de Radiodifusão de Angola, em Luanda.

Fernão Simões de Carvalho nasceu em Luanda, a 27 de outubro de 1929. Celebra hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

 

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23 de outubro de 2024
O QUE FAZ FALTA:
50 ANOS DE ARQUITETURA PORTUGUESA EM DEMOCRACIA
Exposição
26 OUT 2024 - 7 SET 2025, Casa da Arquitectura

No próximo sábado vai inaugurar, na Casa da Arquitectura, a exposição O que faz falta. 50 anos de arquitetura portuguesa em democracia. Com curadoria de Jorge Figueira e curadoria-adjunta de Ana Neiva, tem como objetivo geral estabelecer uma leitura panorâmica da produção arquitetónica entre a Revolução de Abril 1974 e os dias de hoje (2024), revelando como a arquitetura foi, e é, simultaneamente reflexo e incentivo do regime democrático em Portugal. Nesse sentido, os projetos selecionados refletem os modos como a arquitetura concretizou programas públicos vários, considerando a diversidade geográfica do país, continental e insular, e a contribuição de arquitetas e arquitetos de diferentes backgrounds e gerações.” E, por isso, não poderiam deixar de estar presentes alguns dos arquitetos documentados nos arquivos da Fundação Marques da Silva, uma das entidades apoiantes desta iniciativa.
 

Esta exposição, acompanhada por um programa paralelo com curadoria dos arquitetos Nuno Sampaio e Jorge Figueira, ficará patente ao público até 7 de setembro de 2025.
 

+ info: www.casadaarquitectura.pt

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21 de outubro de 2024
Francisco Barata Fernandes, Transformação e Permanência na Habitação Portuense
Lançamento da 3.ª edição do livro
com Remo Dorigati, Gisela Lameira e Mariana Sá
24 de outubro, 18h30, FAUP

"A habitação teórica sobre as habitações do Porto não se limita a uma simples análise de processos de transformação urbana mas, e isto nao é pouco, apresenta experimentações projectuais nas quais transparece um elevado nível de originalidade e coerência. A investigação torna-se também num laboratório experimental que tem a coragem de verificar, ao vivo, o valor de algumas premissas." (Remo Dorigati, Prefácio à 3.ª edição)

 

Numa sessão que contará com a participação do arquiteto Remo Dorigati e das arquitetas Gisela Lameira e Mariana Sá, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto vai apresentar no próximo dia 24 de outubro, pelas 18h30, aquela que é já a 3.ª edição do livro que contempla a publicação do trabalho de investigação desenvolvido por Francisco Barata Fernandes para obtenção do grau de doutoramento, defendido em 1996. Esta reedição da FAUPpublicações acrescenta ao prefácio de Daniele Vitale um novo prefácio da autoria de Remo Dorigati, e conta também com o apoio da Fundação Marques da Silva, instituição onde o arquiteto Francisco Barata, desde a primeira hora, foi membro do Conselho Geral e à qual foi doado o seu acervo profissional.

 

+ info: www.arq.up.pt

Ver livro: aqui

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18 de outubro de 2024
A sede para "A Nacional", no Porto, em dia de aniversário de José Marques da Silva

O postal que aqui se publica pertence ao acervo de José Marques da Silva. Poderia ter sido por si adquirido, já que o edifício em destaque é obra sua: a sede portuense da Companhia de Seguros "A Nacional", construída sobre terreno adquirido em 1918 e cujos símbolos não só ecoam em vários pontos da arquitetura e elementos escultóricos que distinguem a sua fachada, como "A Nacional" é o nome que tem sobrevivido à passagem do tempo para o designar. Mas trata-se, afinal, de um postal que lhe é enviado para Londres, em 1925, onde se encontrava instalado no Imperial Hotel, em Russel Square, vindo de Paris, pela pessoa responsável por cuidar das suas filhas durante o curso desta viagem do casal Júlia e José Marques da Silva. E isso é relevante? Veremos que sim, não devido aos interlocutores, mas pelo que as entrelinhas desse postal nos mostram.
 

"A Nacional" é mais do que um mero projeto de arquitetura, já que o processo da sua ideação e construção se prende diretamente com o planeamento do centro cívico da cidade do Porto, tal como ainda hoje o conhecemos e percorremos, processo esse em que Marques da Silva foi um dos protagonistas. Eis o que o próprio refere num rascunho em preparação da memória descritiva: "O edifício collocado no angulo da Avenida das Nações Alliadas e Praça da Liberdade, occupa uma situação de destaque que se procurou valorizar. Além d´isso, destinado também à filiação d´uma Companhia de Seguros Portugueza os seus elementos deveriam conjugar-se com a feição architectonica mais preponderante no Porto. Em feição, a nosso ver, soffre a influencia da Renascença, principalmente da Renascença Flamenga. A essa característica procurâmos, pois, subordinar o aspecto architectonico das fachadas, e d´ahi resultou o desenvolvimento do remate da construcção [...] A massa do edifício não é pois resultante do lado especulativo da construcção, mas da situação especial que elle vai ocupar n´um espaço amplissimo e, empregando uma fraze technica, a servir de encontro às grandes edificações que se estendem ao longo da Avenida das Nações Alliadas."
 

Assim aconteceu e este postal é, à sua medida, a prova do reconhecimento e orgulho geral com esse conseguimento arquitetónico e urbano, feito a justificar uma reprodução fotográfica, com honras de impressão a cor, datada do ano da sua inauguração oficial, 1925. E nem é problema a ausência do relógio, essa "máquina de primeira qualidade" que chegará de Paris para marcar o ritmo da cidade novecentista - "as horas da Nacional!", ou dos dispositivos de sombreamento que animam muitas das suas fotografias posteriores, a presença de obras de terraplanagem no espaço central da Avenida dos Aliados ou o vazio do lugar onde virá a ser construída nova Câmara...
 

O n.º 1 da Avenida dos Aliados, no Porto, está quase a atingir a distinta marca dos 100 anos e acaba de ser requalificado pelo atelier de Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, com um projeto que mereceu recentemente a atribuição do Prémio AICA aos seus autores. O processo deste "renascimento" da Nacional será, aliás, em breve documentado no "Livro de Obra" que a Dafne Editora, com o apoio da Fundação Marques da Silva, lançará até ao final deste ano.
 

Quanto ao seu autor, José Marques da Silva, nasceu no Porto a 18 de outubro de 1869.

 

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16 de outubro de 2024
Alunos de Ciência da Informação visitam a Fundação Marques da Silva

No passado dia 15 de outubro, foram recebidos na Fundação Marques da Silva, estudantes da Licenciatura em Ciência da informação da FLUC, numa visita de estudo organizada pela Professora Maria Beatriz Marques, pensada com o objetivo de estender a experiência de aprendizagem em contexto de ensino a um confronto com um contexto real. E assim, este grupo teve a possibilidade de percorrer os espaços da Fundação, em particular as áreas de depósito dos arquivos documentais e bibliográficos da instituição, numa visita acompanhada por Ana Ramos e Guilherme Gouveia, seguida de um encontro com o  Professor Armando Malheiro, para apresentação e enquadramento do trabalho que aqui tem vindo a ser desenvolvido. Ou seja, uma oportunidade única para estes futuros profissionais de ficarem a conhecer um caso prático de aplicação da Teoria Sistémica no tratamento de acervos (documentos, livros e objetos), esclarecendo simultaneamente dúvidas e debatendo questões técnicas suscitadas ao longo da visita.

 

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16 de outubro de 2024
Filipe Oliveira Dias e a Rua de Miguel Bombarda, onde a arte se estende ao pavimento

O percurso do arquiteto Filipe Oliveira Dias, breve mas intenso, foi pautado por grandes obras públicas, como o Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, e os Teatros Municipais de Bragança e Vila Real, ou as várias Escolas de Ensino Superior para os Politécnicos do Porto, Castelo Branco e Leiria, ou mesmo grandes edifícios residenciais, caso do Conjunto Habitacional Monte de S. João, que projeta com Rui Almeida, no Porto, só para citar alguns dos muitos projetos por si realizados. Mas um há que adquire, pelas suas características, uma condição invulgar: a reabilitação da Rua Miguel Bombarda, no Porto, entre 1998 e 2001.
 

Tratava-se então de, com base na iniciativa e orientação dos comerciantes instalados nessa via urbana do Porto, vocacionar, com o apoio da autarquia, a Rua para a promoção e o comércio de arte. Uma vontade que deveria ser concretizada sem perda dos moradores residenciais e garantindo que a mesma se pudesse manter viva e segura, de dia ou de noite, à imagem do que acontece em áreas congéneres de outras cidades europeias. O projeto acabaria por abranger também a Rua da Boa Nova, sendo que, na Rua Miguel Bombarda, a prioridade era o peão, e, na Rua da Boa Nova, o automóvel não seria secundarizado. Com estes pressupostos, a opção do mobiliário urbano, pensada de forma a facilitar o trajeto dos visitantes das muitas galerias que aí se começaram a instalar, veio a ser reduzida à sua escala mais simples. E, num compromisso com a funcionalidade desejada e a necessidade de criar momentos de pausa ao longo do percurso para quem nela se passeia, o próprio pavimento incorporou intervenções do artista plástico portuense, Ângelo de Sousa. Passadas mais de duas décadas, Miguel Bombarda continua a cumprir este seu renovado desígnio, o de ser o Quarteirão Cultural da cidade do Porto.

 

Filipe Oliveira Dias nasceu no Porto, a 16 de outubro de 1963. Completaria hoje 61 anos de idade.

 

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15 de outubro de 2024
Newsletter Fundação Marques da Silva | Outubro 2024

Com destaque para a Exposição Hestnes Ferreira: Forma | Matéria | Luz, que amanhã inaugura no Centro Cultural de Belém, retomamos a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.

 

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10 de outubro de 2024
José Porto e o Cruzeiro de Santa Luzia, em Vilar de Mouros

Num primeiro olhar pelo percurso do arquiteto José Luiz Porto, logo se torna percetível a existência de um considerável número de obras de forte impacto urbano, seja porque as circunstâncias assim o ditaram, seja pelo que pode ter sido uma apetência pessoal pela larga escala. E bastaria citar algumas, entre obras construídas ou tão simplesmente projetadas, para fundamentar esta afirmação: do estádio distrital ao hotel da Pr. D. João I, do projeto para o Coliseu ao edifício Emporium, todas no Porto, mas também as grandes obras para o Ultramar ou até mesmo o projeto para o Concurso para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa. Seria, contudo, redutor e injusto afirmar que era apenas um arquiteto que pensava "em grande". Tinha muitos outros interesses, que iam da decoração ao cinema e, quanto à capacidade para conceber ou resolver projetos mais contidos, aí estão as muitas moradias particulares que foi projetando, em particular no Minho, ao longo da década 50, sobretudo nas imediações daquele que será sempre o lugar de regresso, Vilar de Mouros, a sua terra natal, projetos esses documentados no arquivo doado à Fundação Marques da Silva pelo arquiteto Abílio Mourão.
 

E aí encontramos, por exemplo, este esquisso para o Cruzeiro de Santa Luzia, implantado a cerca de 80m da Capela homónima, junto à estrada de Marinhas. Este lugar rural de culto, construído em granito, na esteira das capelas românicas da região e com uma certa riqueza decorativa do altar, remonta à segunda metade do século XVI e chegou a ter como um dos seus últimos proprietários Manuel José de Aral Barrocas. Terá sido ele, provavelmente, a encomendar a José Porto a reconstrução dos muros do adro e o cruzeiro, trabalho esse que decorreria entre 1952 e 1954. No acervo deste arquiteto não foram identificados registos do trabalho para a Capela, mas aqui está um estudo para o Cruzeiro. Um desenho particularmente interessante por deixar entender, não obstante a singeleza do trabalho, as deambulações mentais que iam assaltando o seu autor.
 

José Luiz Porto nasceu em Vilar de Mouros, Caminha, a 10 de outubro de 1883.

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8 de outubro de 2024
Gabriel Weber, "Do Benim ao Benim: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais"
Está anunciado o vencedor da 20.ª Edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA

Benin. Será este o destino da viagem de Gabriel Weber, o vencedor da 20.ª edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA.

Este estudante de Doutoramento em Arquitectura na FAUP, candidato ao Prémio com "Do Benin ao Benin: Projetos Marginais, Arquiteturas Radicais", vê na arquitetura Agudá, que tem origem no retorno de escravizados libertos do Brasil rumo ao Golfo do Benim, um produto da liberdade. E o júri considerou esta sua proposta de procura e de entendimento de uma "memória e conhecimentos que devem ser preservados, respeitados, e trazidos à luz de uma nova leitura perante novos cenário"; este périplo pela Nigéria, Benim e Brasil; esta vontade de "penetrar nesse encantamento [...] um projeto notável de viajante /arquiteto".


A sessão incluiu, para além do anúncio do vencedor, uma conferência pela pintora e escritora Mónica Baldaque, membro de júri da presente edição do Prémio e Presidente do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís. Sob o título "Não faço férias, faço viagens", celebrou 3 Centenários que se cruzam no tempo e na amizade: Agustina Bessa-Luís -2022/23; Alberto Luís, seu marido -2023/24; e Fernando Távora -2023/24.


O júri da 20ª edição do Prémio foi presidido pela pintora e escritora Mónica Baldaque, nomeada enquanto figura de relevo cultural, externa ao campo disciplinar da arquitetura, e constituído também pela Arq.ta Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), Arq.to Carlos Prata (indicado pela Casa da Arquitectura), Arq.ta Teresa Fonseca (em representação da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos) e, também, Dr.ª Luísa Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).


A cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos contou com a presença de representantes das entidades envolvidas na organização do Prémio: a Arqª Andreia Oliveira da Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte, e o Arq.to Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitetos, bem como o Dr. Fernando Rocha, Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, o Arq.to Nuno Sampaio, Diretor Executivo da Casa da Arquitetura, e o Arq.to Luis Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva.

 

Imagem: Ebun House (fotografia de Pierre Verger, 1952)

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4 de outubro de 2024
Desenhar o espaço "habitado" da Casa-Atelier José Marques da Silva

Enquanto a Casa-Atelier José Marques da Silva aguarda a oportunidade de voltar a abrir as suas portas para dar a ver uma nova exposição, eis que os espaços temporariamente vazios se enchem de estudantes da ESAD. Guiados por Marta Cruz, professora da área do desenho, do espaço doméstico e da cultura material, percorrem-na tentando decifrar formas, sentidos, ambientes e memórias que nela se têm vindo a inscrever. E num exercício que assenta na experiência do olhar e do desenho, vão tentar compreender a dimensão sensível deste lugar que assistiu e se moldou a tantas vidas, os modos e possibilidades de se relacionarem com uma Casa também pensada e projetada para ser Atelier de um Arquiteto e que agora é sede de uma Fundação. O desafio vai manter-se ao longo do mês de outubro e não deixaremos de partilhar alguns dos trabalhos realizados.

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1 de outubro de 2024
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ (CCB)
Exposição e ciclo de visitas
Centro Cultural de Belém, Lisboa
17 de outubro de 2024 a 13 de abril de 2025
Inauguração: 16 de outubro, 19h00, entrada livre

Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto revisitaram o processo de trabalho de Hestnes Ferreira e apresentaram, em 2023, na Fundação Marques da Silva, a exposição Hestnes Ferreira - Forma | Matéria | Luz. Voltaram agora a este projeto expositivo de que foram curadores para responder ao desafio de o levarem para um novo espaço, uma nova geografia: o Centro Cultural de Belém, em Lisboa. E neste regresso, que permitirá mostrar esta abordagem à obra de Hestnes Ferreira na cidade onde este arquiteto fundou o seu atelier e por largas décadas projetou, também o dispositivo se ajustou às formas e condições de um outro lugar, com ele estabelecendo um diálogo que lhe aporta novas leituras.
 

Em simultâneo a esta exposição, vai decorrer um ciclo de visitas guiadas à exposição e a obras representativas da autoria deste arquiteto: Bairro Fonsecas e Calçada; Biblioteca de Marvila; Campus ISCTE; Casa de Albarraque. Estas visitas, orientadas por arquitetos, proporcionam a oportunidade de aprofundar e expandir perspetivas sobre a obra de Hestnes Ferreira, promovendo diferentes vivências em cada edifício e prestando particular atenção à sua forma, matéria e luz. São de participação gratuita, dependentes apenas de inscrição prévia.


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Sobre a imagem: Habitação José Gomes Ferreira, Albarraque, vista do pátio (1962). © Fundação Marques da Silva, Arquivo Raúl Hestnes Ferreira.

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30 de setembro de 2024
20ª Edição do PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Anúncio do Vencedor e Conferência de Mónica Baldaque
7 OUT 2024, 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos

No próximo dia 7 de outubro, em Dia Mundial da Arquitetura, vai ser anunciado o Vencedor da 20.ª edição do Prémio Fernando Távora. A cerimónia, este ano a decorrer no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, integra ainda a apresentação da conferência "Não faço férias, faço viagens", pela pintora e escritora Mónica Baldaque, figura de relevo cultural, externa ao campo disciplinar da arquitetura, convidada a presidir ao júri da presente edição do Prémio.

Para além da sua Presidente, fazem parte da constituição do júri da 20.ª edição a Arqª Andrea Soutinho (em representação da Fundação Marques da Silva), o Arqº Carlos Prata (em representação da Casa da Arquitectura), a Arqª Teresa Fonseca (em representação da OASRN) e a Drª Luísa Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).

A cerimónia tem início às 18h30 e a entrada é livre, mas sujeita a inscrição prévia: https://forms.office.com/e/bWTrVMGqQb

O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da OASRN, tem como entidades parceiras a Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura. Conta ainda com o patrocínio da Ageas Seguros.

 

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23 de setembro de 2024
Em viagem com Nuno Portas

No acervo de Nuno Portas encontra-se um conjunto de cartas que escapou à voragem do tempo e ao afastamento dos seus interlocutores. Escritas entre 1954 e 1955, por este arquiteto, então com vinte anos de idade, revelam os laços que o ligaram a uma outra jovem arquiteta, René Cadete de Oliveira, mas, respeitados os excertos que devem permanecer na esfera pessoal e íntima de quem as escreveu e a quem se destinam, as palavras que as preenchem adquirem um particular interesse para a historiografia da arquitetura portuguesa, pois são moldadas pela partilha dessa condição mútua de serem ambos arquitetos na ânsia de desbravar mundo e com muitos sonhos a perseguir. Nelas se percebe como a mundividência de Nuno Portas se vai formando, dos interesses que o vão motivando, do que então o vai impressionando.
 

Através deste testemunho, em discurso direto, vão sendo revelados os contextos dos seus primeiros projetos (como a casa da Fronteira, pertencente à sua tia), a experiência de atelier, a importante convivência com António Freitas Leal e as primeiras ideias para a Igreja de Moscavide, a amizade com Manuel Cargaleiro, visita obrigatória em Paris, ou a viagem que faz na companhia de João de Almeida, em 1954, tendo como pano de fundo a afirmação de um emergente MRAR (Movimento de Renovação da Arte Religiosa). E é fundamentalmente a narrativa desta viagem a René Cadete de Oliveira, desse périplo pela Suíça, Alemanha e França, que se torna particularmente interessante de acompanhar, seja pelos detalhes sobre as circunstâncias como a viagem vai acontecendo (a estadia com o arquiteto Hermann Baur, as visitas ao atelier e a obras de Rudolf Schwarzt, de Le Corbusier ou de Perret, o encontro com o escultor Schilling, os filmes a que assiste em Paris...), seja pelo momento em que esta acontece, ao passar por cidades ainda fortemente marcadas pelo pós-guerra e pela reconstrução em larga escala (são surpreendentesas  descrições de Frankfurt e Colónia!), reflexo do olhar crítico e atento com que vai assimilando o que vê, em confronto com as suas referências e com a realidade nacional que o cerca. Aí ficamos a saber que será na companhia de M.me Baur e João de Almeida que visitará Ronchamp, poucos meses antes da sua inauguração. Aí descreve, sem esquissos, devido à trepidação do comboio, o mais pormenorizadamente possível o que viu e não esconde o fascínio que sentiu: "aquilo é de tal forma belo e forte que é sagrado [...] a classe e a lição de arquitectura que aquilo é".
 

Transcreva-se, a título de exemplo, a forma como analisa e descreve a René, duas obras de Schwartz e que a imagem anexa, para dar a ver os esquissos, também documenta: “Uma pequenina capela [Kapelle Kalk, em Colónia] construída com pedra velha, que é formidável. É um túnel branco apenas interceptado por uma janela com o altar em frente dessa janela e que termina por um quarto de esfera ao fundo, sempre branco. Ao lado dos bancos corre uma série de candeeiros de pé, que marcam duas linhas violentas para o altar. É uma coisa linda. Mas foi hoje que ficámos não sei bem como hei-de dizer, mas qualquer coisa como quando fomos a Ronchamp. Esta é a planta aproximada [St. Maria Königin, em Frechen]. Mas são os volumes, marcados pelo tijolo vermelho e pelo tecto em tábuas de tons diferentes formando superfícies de tonalidades quentes que se cortam, modeladas pela iluminação, que nos dizem tudo. É uma obra como ainda não tínhamos visto nada de parecido – como a arquitectura dos grandes – de um Corbusier, ou antes de um Mies Van der Roe. É um espaço total, de dentro e de fora, que está, que tem um valor misterioso em si. Tivemos pena que ainda faltem os acabamentos, por dentro.”
 

Quanto a René, sabemos apenas que em 1954 residiu na Apúlia e depois se mudou para Moscavide, que a sua mãe vivia em Engarnais Cimeiros (Mouriscas) e que, em 1961, defende o seu CODA na ESBAP, com o projeto para o interior de uma Pousada em Vilar Formoso, ano em que também discursará, no Porto, num dos Encontros do MRAR. É, no entanto, a si que devemos o privilégio de poder retomar e entrar nessa viagem, nesse tempo, guiados pela mão de Nuno Portas.

 

Nuno Portas nasceu em Vila Viçosa a 23 de setembro de 1934. Celebra hoje 90 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

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17 de setembro de 2024
Fernando Távora e Couros
Homenagem no primeiro aniversário da ampliação da zona classificada como Património Mundial da UNESCO em Guimarães
19 a 30 de setembro

Fernando Távora, que teve uma forte ligação pessoal e profissional à cidade de Guimarães (14 obras realizadas e 7 projetos não construídos), foi preponderante para o processo de recuperação do Centro Histórico, que viria a ser classificado em 2001. Agora, entre 19 e 30 de setembro, quem se deslocar a esta cidade e passar pelo Largo Cónego José Maria Gomes (1983-85), Praça de São Tiago (1985-90), Largo da Misericórdia (1992-94) e Largo Condessa do Juncal (1992-95) vai encontrar, reproduzidas no espaço público, imagens provenientes dos processos de projeto para estas praças e largos desenvolvidos por Fernando Távora.

Trata-se de uma iniciativa do Município de Guimarães, que assim homenageia este arquiteto a par da celebração do primeiro aniversário da ampliação da zona classificada como Património Mundial da UNESCO em Guimarães. O programa tem início a 19 de setembro, dia em que será lançado um livro-síntese da candidatura do Centro Histórico de Guimarães e Zona de Couros a Património Mundial, assim como decorrerá um espetáculo comunitário, "O património são as pessoas", e uma exibição digital, "Na pele de Guimarães", junto a um conjunto de tanques de curtimenta.
 

+ info: https://em.guimaraes.pt/

Nota sobre a imagem: estudo para o Largo da Condessa do Juncal, 5.2.92, © Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora

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16 de setembro de 2024
Quando a arquitetura se cruza com as artes plásticas:
Fernando Lanhas e a sala de exposições Calouste Gulbenkian do Ateneu Comercial do Porto

A 13 de junho de 1958, o Ateneu Comercial do Porto inaugurou a exposição "artes plásticas". Tratava-se de uma iniciativa promovida e organizada pelo próprio Ateneu, que pretendia assim reeditar a "Exposição de Artes Plásticas" apresentada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1957, em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A ação a realizar no Porto incluiria agora, num formato mais contido, não só obras premiadas no certame de 57 - dos artistas Eduardo Viana, Barata Feyo, Dordio Gomes, Abel Manta, Júlio Resende, Guilherme Camarinha, António Duarte, Joaquim Correia, Jorge Vieira, Bernardo Marques, António Santiago Areal e Teresa Sousa - como incidiria em trabalhos de artistas da região Norte.
 

Ainda que a proposta tenha sido avançada pelo Ateneu Comercial do Porto, seria a Fundação Calouste Gulbenkian, nestes seus primeiros gestos de afirmação no campo do apoio às artes (ainda anteriores à inauguração do seu edifício-sede), a patrocinar as remodelações necessárias à montagem da exposição, assim como a aquisição de materiais desmontáveis apropriados a este tipo de ações. Reunidas as condições necessárias, o projeto acabou por ser entregue aos arquitetos Fernando Lanhas e Eduardo Brito, e ao engenheiro Dias Lopes (segundo Leonor Silveira, nomes possivelmente recomendados por Carlos Ramos, então diretor da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, e membro do júri de seleção).
 

A escolha do nome de Fernando Lanhas, em cujo acervo se encontra documentado não só o desenvolvimento do projeto de arquitetura para o Salão de Exposições, como a listagem dos artistas e obras admitidas, não é, contudo, uma surpresa quando equacionado em perspetiva. A Pintura, há muito constituía uma das suas áreas de interesse e de experimentação, sendo um dos líderes de várias das exposições do grupo "Os Independentes" realizadas na cidade do Porto, ao longo da década de 40. E também o espaço do Ateneu lhe era familiar. Aqui tinha decorrido, em 1944 a segunda exposição deste grupo de artistas; aqui coordenara, juntamente com Viana de Lima, Cassiano Barbosa e Arménio Losa, em 1951, a exposição da ODAM; e três anos mais tarde, com Miguel Barrias, Júlio Resende e Lagoa Henriques, aqui apresentara a exposição "Arte Infantil", com conceção de Alice Gomes e M. Calvet de Magalhães.
 

Paralelamente, a arquitetura continuava a estar bem presente, estando documentados no acervo de Fernando Lanhas, durante a década de 50, só para moradias e prédios, por entre outras tipologias, cerca de três dezenas de projetos. Quanto aos desenhos para o Salão móvel do Ateneu, batizado "Salão de Exposições Calouste Gulbenkian" em homenagem ao seu patrocinador, neles se deteta a sensibilidade museológica de Fernando Lanhas, que sobretudo a partir dos anos 80 aprofundaria, assim como neles se pressente uma sintonia entre a linguagem artística e o traço próprio deste arquiteto.
 

Fernando Lanhas nasceu no Porto a 16 de setembro de 1923.

 

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13 de setembro de 2024
I LOVE TÁVORA
Encerramento do Programa TÁVORA 100
18 SET, 18,30 H, Quinta da Conceição - ADIADA PARA 16 DE OUTUBRO*

Na próxima terça-feira, a partir das 18h30, na Quinta da Conceição, em Matosinhos, celebra-se com DJ sets e comida de rua o encerramento do programa comemorativo do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora, TAVORA 100.  A entrada é livre!
 

Será um regresso ao espaço intervencionado por Fernando Távora, onde, há 18 anos atrás, passado um ano sobre a sua morte, a OASRN organizou a primeira festa "I Love Távora". A evocação desse momento, num cruzamento entre arquitetura e sociedade, já que todos estão convidados, será agora o culminar das ações que desde 2023 têm vindo a decorrer para lembrar, valorizar e divulgar a figura e o legado de Fernando Távora, por ocasião do centenário.
 

TÁVORA 100 foi um programa desenhado e concretizado em conjunto pela Ordem Dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a EAAD - Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra. A iniciativa "I Love Távora" conta ainda com o especial apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, da Casa da Arquitectura. Os DJ sets são promovidos e selecionados pela AEFAUP Nuda/aac - Núcleo de Estudantes de Arquitetura e Núcleo de Estudantes de Arquitectura da Universidade do Minho.

 

* Com a situação que o País esta a atravessar, devido aos incêndios, a comissão organizadora de I Love Távora considerou não estarem reunidas as condições necessárias para avançar com a celebração anunciada para hoje, ficando a mesma adiada para o dia 16 de outubro.

 

+ info: www.ordemdosarquitetos.org

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9 de setembro de 2024
Construir sobre uma ilha artificial:
José da Cruz Lima e o Restaurante-Bar do Areinho, em Ovar

A aquisição dos terrenos da Ria, no sítio do Areinho, por parte da Câmara Municipal de Ovar através da Comissão de Turismo, acontece no final da década de 50. Era já então evidente o interesse crescente por um lugar de inegável beleza, onde ao potencial enquanto estância balnear se associava a possibilidade da prática de desportos náuticos. Seguir-se-á, após a compra, o planeamento de um conjunto de ações para desenvolvimento e valorização do Areinho: a criação de duas ilhas artificiais para "domesticação" da paisagem natural, em particular para conter as margens lodosas da ria naquele canal; e a construção de uma importante infraestrutura destinada a acolher o desejado fluxo de futuros utilizadores, isto é, um equipamento de restauração e apoio às atividades náuticas a implantar na ilha que seria ligada à estrada por um pequeno pontão flutuante em madeira. Quanto à ilha mais pequena, poderia vir a a ser um heliporto, ideia que acabaria por nunca vir a ser concretizada.
 

Concluída a drenagem e estabilização das duas ilhas artificiais, ainda durante a década de sessenta, coube ao arquiteto José da Cruz Lima, na altura a exercer funções como arquiteto consultor do Município, projetar o pontão e esse novo equipamento com múltiplas valências: "restaurante e bar, diversões e esplanada". Apesar da necessidade de implicar "fundações dispendiosas", o projeto avançou e o Restaurante VELA AREINHO anunciou e celebrou a sua entrada em funcionamento a 18 de abril de 1970. Diz-nos a memória descritiva arquivada na Fundação Marques da Silva que os materiais predominantes na sua construção, para além da estrutura formada por pilares e asnas de ferro zincado, passaram, entre outros, pelo uso de pedra rusticada, azulejos decorativos, madeiras do ultramar e grandes panos envidraçados. Memória essa que se cinge ao essencial e não ocupa mais do que uma página A4, pois o "projecto apresentado mostra claramente aquilo que pretende realizar" tornando desnecessário prolongá-la.
 

De facto, com uma arquitetura adequada à natureza do terreno e bem enquadrada na paisagem, o Restaurante-Bar logo se tornou um destino de excelência e uma referência na região. Concessionado a privados, atravessou nestes últimos anos algumas adversidades. Porém, são muitas as vozes que continuam a vir a público defender a sua requalificação, enquanto património a preservar.
 

José da Cruz Lima nasceu em Luanda, a 9 de setembro de 1910.

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7 de setembro de 2024
Um desenho nas voltas do tempo:
Maria José Marques da Silva e a Quinta de Serralves

Os desenhos viajam, claro. E quantas vezes, entrelaçados nas voltas do tempo, percorrem destinos aparentemente enigmáticos, deixando revelar muito mais do que a arquitetura que representam. Atente-se neste: um  "decalque do projecto assinado pelo Arquitecto José Marques da Silva, em 9 de novembro de 1943", portanto, 4 anos anterior à morte deste arquiteto, que iniciara os primeiros estudos para este lugar em 1927 e que em 1943 concluíra o projeto de licenciamento da obra. Ora, os autores deste "decalque", realizado em fevereiro de 1955, são os arquitetos que o assinam: Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, designadamente filha e genro de Marques da Silva. Não pertence, contudo, ao seu acervo, ainda que se encontre atualmente no Arquivo da Fundação Marques da Silva. É, sim, parte integrante do acervo de Fernando Távora. Surpreendente? Talvez não.
 

Este corte à escala 1/100 foi "recuperado" por esta dupla de arquitetos, Maria José e David Moreira da Silva para Delfim Ferreira, o recém-proprietário do "Casal de Santa Maria" - a nova designação atribuída ao "Casal de Serralves", entretanto adquirido por este industrial ao Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral. E, sim, trata-se do espaço que hoje todos conhecemos como a Capela e Casa de Serralves.  Porquê o interesse de Fernando Távora? É que este arquiteto, entre 1987 e 1988, cinco anos após a compra da Quinta de Serralves aos herdeiros de Delfim Ferreira pelo Estado, já com a Casa aberta como Museu à cidade, estava a intervir neste espaço, sendo de sua autoria o projeto do guarda-vento da entrada, os tapetes e o mobiliário do Gabinete do Diretor, assim como a mesa de telefone e os candeeiros. Este desenho deve ter sido consultado e arquivado durante o processo de trabalho, servindo como elemento de documentação do existente. Mas é agora, também, um exemplo paradigmático das muitas trajetórias que um desenho pode seguir.
 

Regressemos à dupla de arquitetos que está na interseção de um antes e de um depois. Acontece que Maria José e David Moreira da Silva, autores do muro e do portão da rua de Serralves para o Conde de Vizela, entre 1948-49, viriam a ser os intermediários do processo de compra e venda por Delfim Ferreira, concluído exatamente em janeiro de 1955. E note-se que, para este mesmo cliente, o atelier destes arquitetos portuenses estava já a projetar, desde a década de 40, o edifício-quarteirão do Palácio do Comércio, assumindo ainda a autoria de outros trabalhos, como o projeto do adro e portão da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Pr. do Marquês de Pombal (patrocinado por Delfim Ferreira) ou o levantamento da fachada da Quinta do Cisne, em Gaia.
 

E, assim, este desenho adquire ainda um outro interesse, o de ser um insterstício no tempo para onde converge toda uma rede de ligações que vai unindo diferentes arquitetos e clientes em torno de um mesmo lugar, em cuja identidade e história se inscrevem e conciliam os contributos de cada um deles.
 

Maria José Marques da Silva, cujo tirocínio foi feito com o pai, José Marques da Silva, desenvolveu toda a sua vida de profissional liberal em sociedade com David Moreira da Silva. Nasceu no Porto, na casa que hoje é sede desta Fundação, a 7 de setembro de 1914.

 

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6 de setembro de 2024
Feira do Livro do Porto 2024: últimos dias

Até 8 de setembro decorre, nos Jardins do Palácio de Cristal, a edição 2024 da Feira do Livro do Porto. E a Fundação Marques da Silva continua a marcar presença com muitos dos livros publicados com a sua chancela, em parceria editorial ou com o seu apoio a assumirem destaque. Não deixe de visitar o Pavilhão da U.Porto Press, que ainda no passado dia 30 de agosto organizou o lançamento do livro «Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou A Criação do Mundo», e não deixe de procurar o livro «A Urgência da Cidade - O Porto e 100 anos de Fernando Távora», lançado neste certame da Feira do Livro, em dia de aniversário deste arquiteto, no passado dia 25 de agosto. Visite ainda o Pavilhão das Edições Afrontamento e o da Circo de Ideias que hoje, 6 de setembro, às 18h, promove no Lago dos Cavalinhos, a apresentação do livro «Macau. Arquitectura e mutações no tecido urbano: uma antologia», com uma conversa entre Tiago Saldanha Quadros, editor do livro, e Jorge Figueira, autor de um dos textos.
 

A propósito de livros, não deixe também de visitar a nossa loja online, onde poderá adquirir dois novos títulos: «Arquiteturas Italianas», de Paolo Zermani, e «Hestnes Ferreira: Forma | Matéria | Luz», com coordenação de Alexandra Saraiva, Patricia Bento d´Almeida e Paulo Tormenta Pinto.
 

Boas visitas, boas leituras!

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25 de agosto de 2024
Fernando Távora, este papel, aquela mesa...

Este não é um mero canto de uma toalha de papel que sobreviveu a um bom almoço, talvez até a um dos muitos que tinham lugar na Adega Ribatejo ou na Minhota, lugares bem próximos do Atelier da Rua Duque de Loulé, frequentados por Fernando Távora. Coube-lhe a função de registar o instante em que ao olhar para a mesa, servido o café, Fernando Távora se apercebeu que ali se encontrava uma "natureza morta" em potência, capaz mesmo de se transformar num gesto de homenagem a Le Corbusier e Dominguez Alvarez. O desenho que, à falta de melhor suporte, então deixa sobre esse pedaço de papel, capta a ideia e confirma o detalhe desse olhar, nele fixando não só a composição, como as cores que a deveriam acompanhar. E porque o tempo era um dado a considerar, também a data ficou registada: 17 de março de 1986. O caso é que a cor amarelecida que os anos trouxeram, a par dos furos onde outrora deve ter sido perfurada por pioneses, confirmam do interesse que teve para o seu autor, que o manteve exposto no atelier por largo tempo, a aguardar um próximo passo que daria forma artística àquele esboço. Tal não veio a acontecer.
 

De facto, para si e em si ficou o que está para além deste desenho, o que poderia explicar a surpreendente associação entre arquiteto e pintor, mas dele podemos falar enquanto sinal do prazer de Fernando Távora pela boa mesa, aquela em que a par de boa comida se desenrolavam boas conversas, aquela em torno da qual se apuravam cumplicidades e se decantavam amizades.
 

E vêm à ideia "os trabalhos e os dias" de Jorge de Sena. Bastaria apenas substituir a palavra escrever por desenhar:  "Sento-me à mesa como se a mesa fosse o mundo inteiro e principio a desenhar como se desenhar fosse respirar...à medida que desenho, vou ficando espantado...Uma corrente me prende à mesa em que os homens comem. E os convivas que chegam intencionalmente sorriem e só eu sei porque principiei a desenhar...e falo da verdade, essa iguaria rara: este papel, esta mesa, eu apreendendo o que desenho."
 

Hoje, passam 101 anos sobre o nascimento de Fernando Távora que se vivo fosse, não deixaria de reunir família e amigos à volta de uma mesa.

 

 

 

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19 de agosto de 2024
O Menir de Monsaraz e a formação de futuros arquitetos ou a fotografia enquanto exercício de prolongamento do olhar
Dia Mundial da Fotografia, 2024

Comecemos por identificar o monumento megalítico e a paisagem fotografados: trata-se de um menir talhado em granito, entre 3500/2000 a.C. (Neolítico Final/Calcolítico), com 5,6 m de comprimento, em posição isolada, localizado a norte da estrada que liga as aldeias do Outeiro e Barrada, no sítio do Penedo Comprido, a cerca de 5 km da vila de Monsaraz. Daí o nome pelo qual é conhecido, Menir do Outeiro ou Menir de Monsaraz, um dos mais surpreendentes de toda a Península Ibérica.

E passemos agora a revelar o que não está visível, mas justifica esta fotografia, tirada por Alexandre Alves Costa, uma das primeiras feitas durante o processo de recolha de elementos para a cadeira de História da Arquitetura Portuguesa que começara a lecionar no início da década de 70 na Escola Superior de Belas Artes do Porto, em resposta a um desafio apresentado por Fernando Távora, que também lhe transmitira a certeza de que viajar e "saber ver" era passo necessário para "saber entender". E assim mapeou o território nacional, reunindo fotografias que fixaram incontáveis viagens de estudo, no verdadeiro sentido da palavra, acompanhadas de um desejo duplo de conhecer e reconhecer Portugal e a sua identidade própria, percebendo também a sua utilidade prática para o seu próprio exercício projetual.

E porquê começar por escolher e mostrar um menir, tão anterior à urbanidade e densidade construtiva a que um futuro arquiteto aspira, logo no início do Curso? Porque é expressão de sedentarização, é um marco no território, é um gesto de posse do homem perante o lugar que deseja fazer seu. É o princípio de um processo cumulativo onde a linearidade temporal nem sempre representa a palavra de ordem.

Hoje é o Dia Mundial da Fotografia.

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16 de agosto de 2024
Octávio Lixa Filgueiras, um pensamento e uma voz próprias sobre o ensino e o papel da Arquitetura

No acervo de Octávio Lixa Filgueiras, doado à Fundação Marques da Silva, existe um conjunto assinalável de documentação escrita e, de menor expressão, fotográfica classificado como "Ensino ESBAP/FAUP". Ora, refira-se que em 1954 é na Escola Superior de Belas Artes do Porto que Octávio Lixa Filgueiras defende aquela que veio a ser a primeira tese teórica permitida a um CODA: Urbanismo: um tema rural. Obteve não só classificação máxima como abriu a porta para outras que se seguiriam: Arnaldo Araújo, José Dias, Sergio Fernandez, Nuno Portas ou Pedro Vieira de Almeida. Logo no ano seguinte, foi ainda chamado a coordenar a equipa da Zona II do Inquérito à Arquitetura Popular, equipa essa que contou com Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias. Mas a sua carreira docente só terá início em 1958, primeiro como Assistente convidado e quatro anos depois, em 1962, como Professor do Curso de Arquitetura da ESBAP. Foi, aliás, na sequência deste processo concursal que veio a publicar Da Função Social do Arquitecto. Com algumas intermitências, já que a sua vida profissional abrangeu múltiplos campos de intervenção e de interesse, manteve-se ligado à Escola/Faculdade até 1991, ano da sua aposentação, seja enquanto Professor, seja como representante desta em iniciativas junto das entidades institucionais, académicas e civis para as quais foi chamado ou se propôs participar. O que esta documentação, reunida em 5 caixas, integra são exatamente registos desse período dilatado de tempo, onde a sua ação se fez sentir e se foi repercutindo em momentos refundadores da própria Escola e da sua projeção externa.

E lá encontramos notícia dos inovadores Inquéritos Urbanos, que Octávio Lixa Filgueiras propôs e implementou, entre 1961 e 1969, como forma de renovação das cadeiras de Arquitetura, bem como de momentos que ditaram o seu afastamento, entre 1971, por motivos pessoais e não sem antes se envolver ativamente na discussão sobre a reestruturação do curso, e 1974, ano em que regressa para de novo se afastar em discordância com a orientação pedagógica adotada. Assim como da reintegração que surgiu largos anos depois, em 1985, para orientação de um Seminário sobre Recuperação do Património Arquitetónico, destacando-se, neste período final, a sua participação na organização da exposição evocativa e retrospetiva de Carlos Ramos, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1986.

Aí podemos encontrar também a memória que permanece do processo não concretizado de abrir um Curso em Coimbra, na ARCA, com Arnaldo Araújo, António Quadros, José Forjaz e Souto de Moura; notas que ficaram da arguição de teses como a de Pedro Vieira de Almeida; apontamentos do que tudo indica ser o trabalho de preparação para a sua intervenção enquanto elemento do Júri do Concurso para a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, com o mapeamento de obras de Perret, Baur, Bauer, Rudolf Schwarz, Le Corbusier ou Tedeschi; ou as sínteses atentas da Reunião da UIA, em 1965. Tudo isto entre muitos outros registos que deixam entrever um pensamento e uma voz próprios sobre o que deveria ser o ensino e o papel da Arquitetura, sustentados num olhar aberto ao país e ao mundo do seu tempo. E por isso não é surpreendente que nos deparemos com um rascunho de um questionário a submeter aos aspirantes ao Curso de Arquitetura constituído por 31 perguntas, entre as quais se apuravam gostos musicais, literários ou artísticos dos futuros estudantes, o seu gosto por viagens, sobre a prática do desporto, hábitos de cinema, televisão e fotografia, e ainda que na 20.ª posição, se desenhava por gosto, antes de chegar às expectáveis questões que o concluíam.

Octávio Lixa Filgueiras nasceu no Porto, a 16 de agosto de 1922.

 

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14 de agosto de 2024
Encerramento para férias de verão

A Fundação Marques da Silva encerra hoje para um breve período de férias, mas logo estará de regresso a 2 de setembro. Entretanto, continuamos em movimento. Continue a seguir-nos nas redes sociais e não deixe de procurar as nossas edições em visita à Feira do Livro do Porto, que abre as suas portas a 23 de agosto. Boas férias e até já!

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29 de julho de 2024
Os 2 novos livros acabam de chegar à Fundação!

Um novo livro é sempre um motivo de festa, dois novos livros ainda mais. E isto porque os dois  livros recentemente anunciados como estando no prelo acabam de chegar à Fundação para começarem a circular. Em devido tempo terão direito a sessão de lançamento, mas para os mais impacientes, eles aí estão:
 

- Arquiteturas Italianas, Paolo Zermani

- Hestnes Ferreira: Forma | Matéria | Luz, Alexandra Saraiva, Patrícia Bento d´Almeida, Paulo Tormenta Pinto

 

Aproveitamos para dizer que já se encontra disponível a reedição dos livros Novo/Antigo: Fernando Távora: Conversas e Fernando Távora: Obras.

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25 de julho de 2024
"1923-2023 Fernando Távora at 100"
Histories of Postwar Architecture (HPA)

Com coordenação editorial de José António Bandeirinha, Antonio Esposito e Giovanni Leoni, com Giovanni Bellucci, está já disponível o n.º 11 da Histories of Postwar Architecture (HPA), "1923-2023 Fernando Távora at 100", uma edição especial da revista científica do Departamento de Arquitetura da Universidade de Bolonha que surge no contexto da celebração do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva. Uma revista profusamente ilustrada onde se reúnem os contributos de mais de duas dezenas de autores, textos escritos a vários tempos e a partir de perspetivas distintas sobre uma figura e uma obra indispensáveis para compreender a evolução da Arquitectura Portuguesa a partir da segunda metade do séc. XX.
 

Link de acesso: "1923-2023 Fernando Távora at 100"

 

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23 de julho de 2024
No prelo...

O tempo é de férias, mas na Fundação Marques da Silva continuamos a trabalhar, com dois novos livros já na gráfica para impressão...

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21 de julho de 2024
António Cardoso: um historiador entre arquitetos

No contexto da Fundação Marques da Silva, o nome de António Cardoso imediatamente convoca duas ações muito concretas: o primeiro estudo e levantamento sistemático do percurso e obra de José Marques da Silva; e o papel preponderante que António Cardoso veio a exercer no processo que dará origem à criação da presente Fundação. Mas ao percorrer o seu vasto acervo, desde logo emergem outras facetas, cujo cruzamento também explica o modo e a razão de ser dessas ações: o seu interesse pelas Artes em geral, materializado num fazer de que nos fala a sua própria Pintura; a formação como historiador, matriz da continuada investigação que ao longo da vida realizou sobre arquitetura, arte e património; e a experiência pedagógica adquirida em vários tipos de ensino (da Televisão Escolar à FLUP), importante para moldar uma vontade e um seu jeito particular de comunicar.
 

E, por isso, não é de estranhar o exaustivo mapeamento de fontes e de arquivos consultados (nacionais e internacionais) deste "cuidador da memória", a incluir muitos outros arquitetos, traduzido em centenas de fichas e dossiers de trabalho que hoje se preservam na Fundação Marques da Silva, um material documental que hoje adquire grande relevância.

"É verdade que ainda estou a trabalhar com um motor a dois tempos: por um lado vendo a obra de Marques da Silva na sua diacronia (no que ela importa), por outro, privilegiando também o carácter centrípeto, do meu trabalho [...] quero recolher urgentemente testemunhos dos diversos “actores” sociais, nomeadamente dos arquitectos Arménio Losa, Viana de Lima, Januário Godinho e outros, já pelas obras, já pelas posições críticas em relação a Marques da Silva. Já perdi o Rogério de Azevedo, por dias! [...] Tento encontrar caminhos novos na condução do meu trabalho. Por isso tenho lido bastante." (A. Cardoso, excerto de carta dirigida a J.-A. França, seu orientador, em 1985)
 

Mas para além de objeto de estudo e do que resulta da investigação realizada sobre Marques da Silva e o contexto em que decorre a sua obra, vão-se encontrando, entre livros, desdobráveis, catálogos... registos de outros gestos que revelam, em diferentes circunstâncias, a sua aproximação e convivência ao mundo dos arquitetos. Entre muitos outros, lá se encontram dedicatórias de Fernando Lanhas, Nadir Afonso ou de Fernando Távora, em apoio expresso, por exemplo, à exposição de homenagem a Marques da Silva que António Cardoso organiza em 1986, na Casa do Infante, juntamente com os arquitetos Maria José e David Moreira da Silva, e Nuno Tasso de Sousa, em resposta a uma iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos. Ou até esta simpática nota manuscrita de Álvaro Siza sobre o desdobrável da sua 1.ª Exposição, realizada na Galeria Dominguez Álvarez em 1959, num agradecimento a este historiador que também foi um entusiástico colecionador -  "Reencontrei finalmente e em boas mãos o catálogo da minha 1.ª Exposição. Obrigada, António Cardoso. Siza. Amarante Maio 84" - e que chegou a fazer parte da exposição que a Fundação Marques da Silva lhe dedicou em 2022, "Isto não é só um quadro".
 

António Cardoso nasceu a 21 de julho de 1932 em Amarante, cidade que, tal como o Porto, sempre manteve como território preponderante de afetos e de trabalho.

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18 de julho de 2024
Direitos, Liberdades e Garantias
Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto

Já foi visitar a exposição Direitos, Liberdades e Garantias, Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto? Em agosto estará encerrada ao público, mas até ao final do mês de julho, poderá ainda fazê-lo, de terça-feira a sábado, das 14h00 às 18h00.

Aí se mostram "obras de artistas, designers e arquitetos de várias gerações, na sua maioria estudantes e/ou professores das Belas Artes do Porto." Trabalhos resultantes do pleno uso de direitos possíveis após o 25 de Abril de 74, e "exercícios de afirmação e reivindicação que precederam a revolução, agora vistos à luz da liberdade entretanto alcançada". E entre eles, lá estarão obras de Marques da Silva, Manuel Teles ou Alcino Soutinho, cujas ressonâncias se estendem à Fundação Marques da Silva.

A entrada é livre.
 

+ info: https://sigarra.up.pt/fbaup

 

 

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10 de julho de 2024
Casa da Arquitectura e Fundação Marques da Silva estabelecem Protocolo de Cooperação

A Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura e a Fundação Marques da Silva firmaram ontem um protocolo de cooperação entre as duas entidades no domínio da investigação, valorização e divulgação da arquitetura e dos arquitetos, visando a promoção do papel determinante da arquitetura no desenvolvimento da sociedade e do seu contributo para o bem-estar das pessoas.


O Protocolo pretende criar mecanismos de cooperação conjunta que valorizem o estudo e a divulgação do trabalho desenvolvido por ambas as entidades no tratamento e conservação arquivístico dos vários acervos ao seu cuidado, bem como o “aproveitamento recíproco das potencialidades técnicas, humanas e de inovação”. O acordo vai permitir definir “mecanismos de cooperação que tornem possível a participação conjunta em atividades e projetos que promovam e potenciem o estudo e divulgação do trabalho proveniente do tratamento arquivístico”, designadamente através da disponibilização, cedência e consulta dos acervos respetivos para investigação académica e científica. Está também prevista a disponibilização de documentação dos respetivos acervos em exposições, catálogos, publicações e outras formas de promoção e divulgação da arquitetura, nacional e internacional, bem como a divulgação mútua de atividades e disponibilização comum de espaços para a realização de eventos.


A Casa da Arquitectura e a Fundação Marques da Silva unem assim esforços no sentido de potenciar o trabalho que ambas as entidades nortenhas desenvolvem em torno do estudo e conservação de um vasto e diversificado património constituído por acervos documentais e de arquitetura, exponenciando as “potencialidades técnicas, humanas e de inovação em todas as matérias que de alguma forma se interligam com a arquitetura e o seu papel na sociedade, cultura e economia”.


Para o Diretor executivo da Casa da Arquitectura, Nuno Sampaio, os dois organismos juntaram-se “em nome do interesse da arquitetura portuguesa reforçando a cooperação para melhor promover o tratamento de acervos, a investigação da arquitetura e a divulgação desses acervos e do seu estudo junto de um público mais amplo, quer nacional, quer internacional”. Para a Vice-reitora da Universidade do Porto e Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira, “a cooperação que já existia é agora fortalecida por este protocolo, que deixa a região norte a ganhar e enriquece a arquitetura, dando maior visibilidade ao trabalho de preservação, classificação, arquivo, digitalização, investigação e comunicação que ambas as instituições desenvolvem”.

Fundada em 2007, a Casa da Arquitectura é detentora de vários títulos de espólios e acervos de arquitetura de arquitetos de prestígio nacionais e internacionais, que trata, arquiva, conserva, divulga e exibe - projetos ou coleções de arquitetura, urbanismo e paisagismo, nacionais e internacionais, com mais de 240 autores e doadores envolvidos e em que se destacam os arquitetos Eduardo Souto de Moura, Paulo Mendes da Rocha (ambos vencedores do prémio Pritzker) e Lúcio Costa, entre outros - bem como detentora a vários títulos de espólios e acervos documentais e fotográficos relacionados com a arquitetura, que trata, arquiva, divulga e exibe.


A Fundação Marques da Silva foi instituída pela Universidade do Porto e é detentora de um conjunto patrimonial diversificado, constituído não apenas por edifícios, mas igualmente por acervos documentais em diversos suportes, disponíveis para consulta e investigação no seu Centro de Documentação. Destes acervos, com uma variedade de inegável valor cultural, artístico e arquitetónico, destacam-se os arquivos profissionais dos arquitetos José Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Bartolomeu Costa Cabral, Manuel Graça Dias, Nuno Portas, José Forjaz, Alexandre Alves Costa, Sergio Fernandez ou Adalberto Dias. Nos últimos anos, em parte graças à junção de acervos com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, a Fundação Marques da Silva passou a disponibilizar, a promover a investigação e a divulgar documentação relativa à obra de cerca de seis dezenas de arquitetos, que no seu conjunto se revelam fundamentais para a compreensão da história da arquitetura portuguesa dos séculos XIX, XX e XXI.
 

Fotografia: © Casa da Arquitectura

 

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10 de julho de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE

A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE está de regresso a casa, depois de se ter dado a conhecer em Coimbra e em Guimarães. Mas tem já em vista um novo destino que em breve será revelado!

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8 de julho de 2024
Senhora de Mim, a visita itinerante dos alunos finalistas do Mestrado de Dança e de Composição da ESMAE

Ainda que "Senhora de mim" tenha sido um projeto que se conta no feminino, inspirado nas muitas formas que essa presença, ao longo de várias gerações, foi habitando os cantos e recantos deste espaço que hoje é o lugar de vida da Fundação Marques da Silva, apetece citar Ruy Belo: "Oh, as casas as casas as casas [...] distinguem-se umas das outras [...] variam até de sala pra sala...". É que estas casas, durante a visita itinerante do passado sábado, mostraram como, entre a(s) memória(s) que abrigam e a configuração que as distingue, podem ser estimulantes lugares de criação artística, assim como podem ser quase infinitos os modos de as sentir e de as olhar, de as percorrer, de nelas respirar.

Foi surpreendente a viagem que os os alunos do Mestrado em Artes Cénicas: Dança - Composição Coreográfica e alunos do Mestrado de Composição Musical da ESMAE, sob orientação de Catarina Costa e Silva, Cláudia Marisa e Dimitrios Andrikopoulo, propuseram ao público que esgotou as duas sessões programadas para a sua apresentação. Indo de sala em sala, entre Casa-Atelier e Palacete, desenharam uma sucessão de oito atmosferas, tantas quantas as respostas ao desafio de criarem composições a envolver música e corpos coreografados para sítios específicos das casas. Ocuparam-nas de facto, com a sua imaginação, os seus sons, os seus corpos, com as suas inquietações. E ao assim fazer deram-lhe uma vida própria, ainda que fugaz, a envolver os que, por sua vez, responderam ao desafio de estar presente e assistir às suas performances.


Ver álbum fotográfico Aqui

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28 de junho de 2024
Exposição: Direitos, Liberdades e Garantias
2 de julho - 26 de outubro de 2024
Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto

No próximo dia 2 de julho, pelas 17h30, inaugura no Pavilhão de Exposições da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto a exposição Direitos, Liberdades e Garantias, uma ação pensada no contexto de celebração dos 50 anos da Revolução de Abril e que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva. E o título não deixa dúvidas sobre a matéria que se propõe tratar, pois é uma referência direta à Constituição que, desde 1976, consagrou a afirmação de um Estado de Direito Democrático em Portugal e a vontade de construir um país mais livre, mais justo e solidário, um país onde estivessem garantidos os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

 

A exposição, com curadoria de Lúcia Almeida Matos, encontra-se estruturada em  5 núcleos distintos e autónomos, cada um deles desenhado em torno de um direito específico: o direito à expressão, o direito à identidade, o direito à habitação, o direito ao trabalho, e o direito ao património cultural e natural. O que nela se apresenta, reflexo de um olhar e de um questionamento assentes num tempo que é o nosso, são trabalhos de artistas, designers e arquitetos de várias gerações, anteriores e posteriores a Abril de 74,  documentados ou de alguma forma ligados à Faculdade de Belas Artes do Porto, muitos deles menos conhecidos do grande público, agora reunidos com base num jogo de associações que explora novos modos de os ver e entender, assim lhes ampliando sentidos e perspetivas de leitura.

 

Direitos, Liberdades e Garantia pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 14h00 às 18h00, até 26 de outubro 2024, estando encerrada durante o mês de agosto. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

 

+ info: https://sigarra.up.pt/fbaup

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1 de julho de 2024
Senhora de Mim - visita itinerante
6 Julho, 15h30 e 17h, Fundação Marques da Silva

Senhora de Mim - visita itinerante é o título que, inspirado num poema de Maria Teresa Horta, abrange e unifica os trabalhos criados no contexto de um projeto de colaboração entre alunos do Mestrado em Artes Cénicas: Dança - Composição Coreográfica e alunos do Mestrado de Composição Musical da ESMAE. Orientado por Catarina Costa e Silva, Cláudia Marisa e Dimitrios Andrikopoulos, resultou na construção de 8 performances pensadas e construídas a partir e para os espaços da Fundação Marques da Silva. A apresentação deste trabalhos colaborativos de composição coreográfica e musical terá lugar no próximo dia 6 de julho (sábado), em duas sessões: a primeira às 15h30, repetindo às 17h00. O percurso, com 1h aproximada de duração, passa por vários lugares da Casa-Atelier e do Palacete Lopes Martins, e atravessa os jardins que unem estas duas casas.
 

A entrada é livre, mas sujeita a marcação prévia através do envio de um email para mac.coreografia@gmail.com
 

+ info AQUI

 

 

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27 de junho de 2024
Carlos Carvalho Dias (1929-2024)

É com tristeza que hoje nos despedimos e prestamos homenagem a Carlos Carvalho Dias, partilhando a notícia do seu falecimento.
 

Foi com a proposta de um conjunto de casas de veraneio para a praia de Moledo do Minho que Carlos Alberto Carvalho Dias obteve o seu Diploma de Arquiteto em 1957, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Para trás ficara já a sua participação no Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal, enquanto membro da Zona 2, juntamente com Octávio Lixa Filgueiras e Arnaldo Araújo. Uma experiência marcante e que anos mais tarde viria a fixar em livro. Mas seguir-se-ia a participação no Plano Auzelle e a consolidação de um percurso onde, como autor ou promotor, se fundiram as suas três áreas de eleição: arquitetura, urbanismo e património. Interesses que manteve ao longo de toda uma vida e que se foram desdobrando em múltiplas direções, da prática projetual à definição e orientação de estratégias de planeamento urbano ou de defesa do património junto de vários municípios. E ainda que a sua ação se estenda por um largo território, Espanha e Macau incluídos, enquanto arquiteto e urbanista, Carvalho Dias elegeu como campo privilegiado de intervenção a zona norte do país e, em particular, o Minho e Douro Litoral.
 

Exerceu ininterruptamente a sua condição de profissional liberal, mas dedicou-se igualmente à prática docente, a uma intensa e profícua atividade associativa e à escrita. Alimentou também, e sempre, o gosto pela leitura e pelo colecionismo, incutido pelo seu pai, dono de uma Livraria. em Viana do Castelo. Distinguia-se pelo seu carácter afável e pela elegância do gesto. Acreditava que "toda a nossa atividade se faz para o ser humano, que deve ser a nossa preocupação fundamental." (entrevista a Alexandra Saraiva, publicada na Archivoz de setembro de 2020).
 

Em outubro de 2020, tomou a decisão de doar à Fundação Marques da Silva a sua importante biblioteca e acervo profissionais, pois considerava necessário preservar e conferir condições para o seu estudo e disponibilização. Defendia que o tratamento e a disponibilização da informação em qualquer geografia eram determinantes na construção da memória e da identidade de cada povo.
 

Carlos Carvalho Dias era membro honorário da Ordem dos Arquitetos, da Associação dos Urbanistas Portugueses e da Associacion Española de Tecnicos Urbanistas. No dia 29, às 16h30, haverá Missa de corpo presente na Igreja de Cristo Rei. O corpo seguirá depois para Venade, Caminha, onde será sepultado.

 

 

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26 de junho de 2024
FERNANDO TÁVORA, O DESENHO E O DESÍGNIO
workshop
1-5 JUL, EAAD, Campus de Azurém, Guimarães

“Fernando Távora, o desenho e o desígnio”, o workshop que a Escola de Arquitetura, Arte e Design está a organizar no âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Fernando Távora, conta com a colaboração e participação de professores e estudantes das três escolas de arquitetura associadas ao Programa (EAAD, Darq-FCTUC e FAUP) e vai decorrer de 1 a 5 de julho.

O programa - que se propõe tratar três temas: desenho e projeto / desenho e teoria / desenho e referências externas - assenta num conjunto de conferências, visitas, sessões de trabalho, sessões de discussão e apresentações plenárias. A reflexão e indagação geradas ao longo dos trabalhos serão condensadas num "Atlas de Parede" (a ocupar o espaço das salas de Atelier da EAAD), que será registado fotograficamente e divulgado, em acesso aberto, em suporte digital.
 

Apesar de ser uma iniciativa voltada para estudantes, existem dois momentos que se abrem ao público:
 

- Dia 1 de julho (auditório e museu da EAAD)

11h00 | Conferência de Manuel Correia Fernandes
12h00 | Inauguração do núcleo temático AULAS (desenhado no contexto da Exposição Fernando Távora: Pensamento Livre)

 

- Dia 5 de julho (Salas de Atelier da EAAD)

14h00 | Discussão e apresentação dos trabalhos realizados, com comentários de Conceição Melo e Carlos Martins 


+ info www.eaad.uminho.pt

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25 de junho de 2024
José Forjaz (1936-2024)

Chegou a esta Fundação em 2017, para dar o seu depoimento sobre o "Mestre Fil" (Octávio Lixa Filgueiras, seu professor) e, ao assim fazer, revisitou as suas memórias de estudante, na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Regressou no ano seguinte, para aqui lançar o livro José Forjaz: Pensar Arquitectura, uma coletânea antológica de textos de sua autoria que dedicou aos seus mestres, alunos e colegas, numa partilha de ideias, reflexões e argumentos a sublinhar a necessidade da Arquitetura e a responsabilidade dos arquitetos para a construção de uma harmonia social. Alguns meses depois, associava-se à homenagem então feita a Raúl Hestnes Ferreira pela Fundação Marques da Silva, um dos amigos de sempre, com o envio da fotografia que agora se publica e onde cumplicidades de então adquiriam um rosto. Aí o vemos, em 1957, no Café Palladium, entre João Charters de Almeida e Raúl Hestnes Ferreira (à direita ainda, Rui Leal). Em 2022, tomou a decisão de doar a esta Fundação o seu próprio Arquivo e Biblioteca, que, vindos de Maputo, Moçambique, depois de uma longa viagem pelos oceanos Índico e Atlântico, aqui chegaram um ano depois. Hoje, é com uma profunda tristeza que a Fundação Marques da Silva partilha a notícia do seu falecimento e apresenta sinceras condolências aos seus familiares.
 

José Forjaz nasceu em Coimbra, a 10 de maio de 1936, e formou-se em Arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Colaborou com Pancho Guedes, Fernando Mesquita, João Andresen, Octávio Lixa Filgueiras, Arnaldo Araújo, Conceição Siva, Bartolomeu Costa Cabral, Maurício de Vasconcelos e João José Tinoco. Em 1968, abriu, na Suazilândia, o seu primeiro atelier de arquitetura. A partir de 74, adotou Moçambique como espaço privilegiado de ação, exercendo uma atividade profissional onde se inclui também o desenho urbano e o planeamento regional. Neste país exerceu igualmente funções governativas, representativas e docentes de relevo. A sua vasta obra estende-se por vários países africanos. Foi professor, conferencista e autor de obra escrita. Ao longo do seu invulgar e internacionalmente reconhecido percurso obteve múltiplas distinções, entre as quais o Prémio Ralph Erskine. Afirmava que "a tentação e o encanto da forma foram sempre a emoção estimulante" da sua prática projetual, mas muito para além do sentido estético, a sua arquitetura transporta sempre um sentido ético e humanista. Nestes últimos anos viveu entre Maputo e Lisboa. Será agora no Porto, que a memória da sua obra permanece viva.

 

 

 

 

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25 de junho de 2024
À conquista de um "Estado de Graça" numa encosta do Monte Parnaso

Quase impercetível, sentado na arquibancada do Teatro de Delfos, aqui nos surge Álvaro Siza, único e silencioso espectador das ruínas de um lugar onde se puderam acolher quase 5000. Coube a Alcino Soutinho captar o inusitado momento. Corria o ano de 1976. E nesse ônfalo, nesse "umbigo do mundo" onde as águias enviadas por Zeus se cruzaram, na encosta do Monte Parnaso, talvez depois de provar a água da Fonte de Castália ou de convocar a sacerdotisa do Oráculo e de celebrar Apolo, Álvaro Siza estendia seguramente o seu olhar sobre este vale onde o humano, o divino e a natureza se confundem numa existência para além do tempo e da paisagem real. Estaria à procura de "uma conquista do Estado de Graça", nesse inevitável confronto com a Memória?
 

Mas em dia de aniversário, quando passam 91 anos sobre o nascimento de Siza, como não lembrar, para além do imaginário desta fotografia que faz parte do arquivo de Alcino Soutinho, a poesia de outras vozes, mesmo que vindas de um outro tempo e de outros territórios: o coração viajante não se enraíza  / antes quer ser  / braseira ambulante, um haiku de Bashô (in O Eremita Viajante, trad. Joaquim M. Palma). Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

 

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23 de junho de 2024
O n.º 310 da rua 9 de julho: de João Queiroz a Cannatà & Fernandes, uma continuidade serena

A quem passa pela rua 9 de julho, na freguesia de Cedofeita, no Porto, é impossível não reparar no n.º 310. A moradia, digna sobrevivente da arquitetura de um outro século, mantém orgulhosamente não só os traços que a inscrevem num outro tempo, como os vários detalhes que lhe continuam a conferir uma singularidade própria. É uma casa que respira, que continua viva e cuidada.
 

O lugar onde se ergue conheceu outras casas, casas por muitos habitadas e que viriam a ser demolidas para que ela pudesse acontecer. E sabe-se que foi João Queiroz o arquiteto escolhido por José Custódio Rosa Pestana para o projeto que viria a obter aprovação de construção, pela Câmara Municipal do Porto, em 1922. Com o correr dos anos, foi passando por muitos outros proprietários, até que já na década de 90, mais propriamente em 1992, foram os arquitetos Fátima Fernandes e Michele Cannatà a adquiri-la, juntamente com um outro lote de terreno, voltado para a rua Freire de Andrade, onde existia uma antiga casa e Fábrica de Cordões de Sapatos, já desativada, mas que em tempos tivera acesso a uma passagem comum ao n. 310. Estavam assim reunidas as condições necessárias para esta equipa de arquitetos poder assumir a remodelação articulada dos dois espaços: a moradia projetada por João Queiroz, para espaço de habitação, e os outros dois volumes, para atelier de arquitetura. E não houve nem apagamento nem submissão, mas sim entendimento, aproximação a um discurso, superação. E, claro, uma evidente capacidade de adaptação no afirmar de novas possibilidades e de uma nova vida para a moradia e para todo o conjunto. Ou seja, deu-se uma continuidade serena.
 

João Queiroz, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2015, nasceu no Porto a 23 de junho de 1892.
 

Crédito das Imagens: fotografias de Luís Ferreira Alves e peça desenhada gentilmente cedidas por Cannatà & Fernandes

 

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20 de junho de 2024
IX FESTIVAL DE MÚSICA ANTIGA & II FESTIVAL MIA
25 de junho a 13 de julho
ESMAE, Fundação Marques da Silva e Casa da Música

Nas próximas duas semanas, a música vai habitar os espaços da Fundação Marques da Silva. Logo a 25 de junho, arranca o IX Festival da Música Antiga e também por aqui, até 4 de julho, vão passar alguns dos recitais programados no âmbito do II Festival MIA (Mestrado de Interpretação Artística), duas iniciativas propostas pela ESMAE, este ano organizadas em parceria com a Fundação.

A entrada é livre. Venha e surpreenda-se com a excelência destes músicos e do espaço.

 

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18 de junho de 2024
Há três novos livros em loja e na Biblioteca Corrente

Esta é uma semana com novidades em loja e na Biblioteca Corrente da Fundação Marques da Silva. Há três novos livros disponíveis para compra e para consulta, três novos livros que contaram com o apoio desta Fundação, já que abordam obra desenvolvida por três arquitetos documentados em Arquivo na instituição: Francisco Barata Fernandes, Fernando Távora e Raúl Hestnes Ferreira. São eles:
 

- Francisco Barata Fernandes, Transformação e Permanência na Habitação Portuense: as formas da casa na forma da cidade, 3.ª edição. Porto: FAUP publicações,  2023.

- Eduardo Fernandes, João Cabeleira (coord.), Fernando Távora em Guimarães. Guimarães: Lab2PT, 2024.

- Ricardo Santos, Ana Drago (coord.), Cidade Participada: Arquitectura e Democracia - Lisboa, Operações SAAL 5. Lisboa: Tinta da China, 2024.
 

Presencialmente ou online, há mais um motivo para nos visitar!

 

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13 de junho de 2024
Um novo palco para o Piano Pleyel de Marques da Silva

Apetece recordar Sophia: "O Piano sílaba por sílaba / Viaja através do silêncio / Transpõe um por um / Os múltiplos umbrais do silêncio / Entre luz e penumbra joga / E de terra em terra persegue / A nostalgia até ao seu último reduto".
 

Porque este não é um Piano qualquer. A sua história remonta a 1924, quando antes de o ser, se começava a desenhar na expressão de uma vontade. Como se pode ler da correspondência trocada entre Marques da Silva, a Casa Pleyel, e os seus representantes no Porto, a Casa Moreira Filhos /Casa Mello Abreu, é em dezembro deste ano que José Marques da Silva toma a decisão de comprar um Piano da então reputada marca francesa, propriedade do engenheiro Gustave Lyon, cujas investigações em "ortophonia" viriam a ser publicadas na revista L´Architecte, por resolverem "difficeis problemas da acustica architectonica". Um Piano cuidadosamente escolhido, que viria diretamente da fábrica - um "modèle n.º 3 bis", em mogno natural envernizado - e que seria devida e antecipadamente visto e aprovado por várias pessoas, desde os professores Lambert e Delerue ao Sr. Alves da "brazileira". E a prova está no número de inscrição que ostenta, 178044, correspondente a 1925, como ano de construção.
 

Há muito que este instrumento deixara de ser tocado e permanecia em silêncio, afastado que fora do salão para um recanto do Palacete, como forma de dar lugar a outros usos que a casa, entretanto tornada sede da Fundação, requeria. Chegou agora a vez de ser resgatado dessa penumbra e de ganhar um novo palco. Desceu ao piso térreo, depois de restaurado por Rui Macedo, e encontra-se, de pleno direito, em sala anexa ao Auditório. Não se estranhe portanto que, em breve, a sua sonoridade aveludada comece também a dar-se a conhecer a quem visite a Fundação.

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9 de junho de 2024
Luiz Alçada Baptista e a arquitetura que se ancora e foi dando forma à indústria dos lanifícios

No acervo de Luiz Alçada Baptista, doado à Fundação Marques da Silva, encontra-se um extenso conjunto de peças desenhadas que registam momentos vários do desenvolvimento de um projeto de arquitetura para construção de uma Fábrica de Lanifícios na Covilhã. Apesar de poucos estarem assinados e de poucos terem uma data associada, cruzando esses desenhos com algumas peças escritas, ficamos a saber que se trata de um projeto para o industrial José Mesquita Nunes e que terá sido um trabalho iniciado nos primeiros anos da década de 60. Para quem passar pela Covilhã e se dirigir ao n.º 7 da Avenida Cidade do Rio de Janeiro, logo confirmará que o que foi pensado e desenhado ganhou vida, forma, matéria, ainda que agora, na dignidade da sua arquitetura invulgar e apesar do abandono a que o espaço foi votado, apenas deixe entrever a importância que em tempos idos deve ter tido. Aliás, conta quem ainda por lá passou que havia uma enorme profusão de luz no seu interior, que muito ajudava ao trabalho dos operários.
 

Foi na Covilhã, "cidade-fábrica", que Luiz Alçada Baptista nasceu e passou a sua infância. Aí se encontram as suas raízes familiares, também elas em tempos ligadas à indústria dos lanifícios. Como diz o provérbio, "se os filhos de Adão pecaram, os da Covilhã sempre cardaram" e o seu avô António Alçada, já advogado de profissão, ainda manteve uma atividade industrial que o seu pai, Luiz Baptista, médico, acabaria por abandonar. Mas a zona da Covilhã continuava a ser o maior centro nacional desta indústria. Diga-se que, na década de 70, aqui se encontravam registadas 99 empresas de lanifícios e que será um grupo de covilhanenses, liderados por Manuel Mesquita Nunes, a lançar as bases para o que viria a ser a fundação do Instituto Politécnico da Covilhã, com a primeira licenciatura em Engenharia Têxtil, mais tarde, já na década de 80, convertido na UBI - Universidade da Beira Interior.
 

Será ainda na década de 60 que Luiz Alçada Baptista começará também a trabalhar em parceria com Maurício de Vasconcellos, até que, em 1968, decidem assumir conjuntamente a criação do Grupo de Planeamento e Arquitectura - GPA, que assinará, através da influência local do arquiteto Alçada Baptista, a autoria de várias e transformadoras obras para este território da Beira Baixa, desde fábricas e dos grandes equipamentos universitários, ao hospital distrital e a projetos para habitação. Atelier onde se integrou a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, a quem caberia também assinar diversas estruturas da UBI, como o Polo I, a Biblioteca e o Museu de Lanifícios.
 

Passam hoje, 9 de junho de 2024, 100 anos sobre o nascimento de Luiz Alçada Baptista.

 

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6 de junho de 2024
Para um outro olhar sobre Fernando Távora

De um desígnio por cumprir a um imperativo de ordem moral. Assim é o projeto editorial FERNANDO TÁVORA. AS RAIZES E OS FRUTOS, com a publicação dos primeiros tomos a justificar o encontro que teve lugar no passado dia 4 de junho, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. E Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale responderam ao desafio que lhes tinha sido lançado de procurarem um entendimento próprio sobre esse livro que Távora sonhou escrever, sobre o modo como começa agora a ganhar forma, sobre as fronteiras e dilemas da autoria e do que pode significar a complexa tarefa de enfrentar um corpo documental imenso – porque tão extenso (pela quantidade e pelo tempo longo de uma vida), fragmentado, diversificado, pessoal e íntimo, maioritariamente inédito. Foi sobretudo um momento para lançar hipóteses de acolhimento de um projeto de investigação absolutamente invulgar, onde se torna evidente o potencial de desdobramento de leituras sobre esse mundo mais profundo de Fernando Távora e a ativação de uma outra compreensão crítica de um personagem para onde confluem múltiplas dimensões. Nestes primeiros livros, vão-se desvelando as raízes de que Távora é fruto, as suas - a família, as casas, as paisagens, a linhagem, a ideologia monárquica, as causas em que se envolveu, os projetos não cumpridos, como o propor uma história da arte que ao seu tempo seria inovadora, a paixão por Pessoa -, e começa a anunciar-se o que virá a ser a transição para o moderno. Sem omitir hesitações, questionamentos, cruzando e fixando documentos, estes livros, também enquanto construção de um objeto, vão tentando encontrar futuro num passado, mas já mostraram que permitem novas hipóteses de trabalho e modos diferenciados de ler. Com espaço para o silêncio e para a página em branco, são livros onde se confere ao leitor a experiência física de neles se perder, para depois a eles regressar. Caberá agora ao tempo e com a continuidade do projeto validar os sentidos que nele se prenunciam.
 

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Ver Reportagem TVU.

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4 de junho de 2024
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-1947)
Apresentação do(s) livro(s)
Fátima Vieira, Teresa Calix // Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva, Paulo Pires do Vale // Manuel Mendes
Hoje, 4 de junho, 18h30, FAUP

"Fernando Távora . As Raízes e os Frutos – tratar-se-ia, tratou-se, trata-se de pôr a descoberto as dores da libertação do seu fazer-se pessoa (e) arquitecto, do desatar de que forma a condição familiar, os convívios ideológicos, as cumplicidades culturais, em síntese essas raízes, marcando a sua forma de fazer mundo, afectaram a sua racionalização do moderno ou, mais do que isso, como condicionaram a hospitalidade esclarecida com que acolheu a condição moderna; como contaminaram os frutos, como se contaminaram a bem da qualidade culta que fez evoluir no e pelo seu contributo ao processo da modernidade." (Manuel Mendes)

 

A sessão de apresentação dos primeiros volumes publicados do projeto editorial Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001) acontece hoje, às 18h30, na FAUP, com Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale.  Participam ainda Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, de Teresa Cálix, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitectura da UP, e Manuel Mendes, a quem coube a investigação, organização e notas que sustentam este projeto.

 

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Sobre a imagem: Casa Dr. Ribeiro da Silva, Ofir, 1956, pormenor; fotografia Manuel Mendes, 30 Dezembro 2018.

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31 de maio de 2024
FERNANDO TÁVORA EM GUIMARÃES
Lançamento de livro
5 JUN, 15h00, Sede da Assembleia de Guimarães

O livro FERNANDO TÁVORA EM GUIMARÃES, coordenado por Eduardo Fernandes e João Cabeleira, conta com textos de Alexandre Alves Costa, Ana Berkeley Cotter, Ana Jordão, Carlos Machado, David Ordóñez Castañón, Eduardo Fernandes, João Rapagão, João Cabeleira, José António Bandeirinha, Miguel Frazão, Nuno Correia, Paulo Tormenta Pinto e Teresa Cunha Ferreira. Este novo projeto editorial, que tem por foco a obra do Arquiteto Fernando Távora construída em Guimarães, é uma iniciativa da Escola de Arquitetura, Arte e Design (EAAD) e faz parte do programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora, TÁVORA 100.
 

A sessão de lançamento vai decorrer no próximo dia 5 de junho, na sede da Associação Assembleia de Guimarães (Rua Prof. Egas Moniz, n.º 203). A entrada é livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
 

O programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitectos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a EAAD - Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Conta ainda com o apoio do Banco BPI, Fundação la Caixa, DST Group, Tintas Cin e a Efapel.

 

+ info: www.uminho.pt


 

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29 de maio 2024
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra 1937-2001
Apresentação do(s) livro(s)
4 de junho, 18h30, FAUP

"Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra 1937-2001 aborda o mundo de Fernando Távora, na rede das suas várias dimensões. O volume 1, “Caminhos da arquitectura . Arquitectura e circunstância 1937-1947” considera as múltiplas iniciativas e estudos que, em tempo de identificação da vocação mais do que da procura duma originalidade, o jovem Fernando Távora empreende na ânsia de respostas à pergunta – Porquê uma arquitectura diferente? A nova arquitectura não se formará em duas ou três gerações, como supõem os que supõem ter criado um estilo português. Chegar ao homem que não é máquina de calcular nem existência sem controle."

Manuel Mendes

 

A apresentação dos livros que constituem este primeiro volume do projeto editorial FERNANDO TÁVORA . AS RAÍZES E OS FRUTOS 1937-2001, com Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva e Paulo Pires do Vale, vai acontecer no próximo dia 4 de junho, às 18h30, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.

 

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Créditos fotográficos: Casa do Além, Ledesma, Lousada, 1956, Fotografia de Manuel Mendes, 28 de Julho de 2007; Fotografia dos livros, Fundação Marques da Silva/Telma Dias.

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29 de maio de 2024
O Atlas do Planeamento
Exposição

Atlas do Planeamento é uma exposição-investigação sobre o planeamento urbano na Região Autónoma da Madeira. Nela se  desvendam planos e projetos urbanísticos desenvolvidos para as cidades e vilas da Madeira e Porto Santo, antes dispersos e fragmentados em diversos arquivos públicos e privados, que são pela primeira vez reunidos, meticulosamente agrupados e contrapostos.

A exposição abriu no passado dia 16 de maio, no Edifício do Campo da Barca, Rua Pestana Júnior nº 6, R/C, onde estará patente ao público até 31 de maio. Depois, percorrerá todos os municípios da região ao longo do próximo ano. A coordenação da investigação, recolha documental e projeto expositivo estiveram a cargo dos arquitetos Pedro Gonçalves e Amanda Conduto, mas contou com a análise de um conjunto de reputados arquitetos, urbanistas e historiadores como Carolina Sumares, Cristina Perdigão, Daniela Alcântara, David Oliveira, Emanuel Gaspar, Gil Gama, Gustavo Freitas, Jorge Freitas, Luís Xavier, Pedro Gonçalves, Pedro Ribeiro, Roberto Rodrigues, Rui Campos Matos e Rui Carita.

Esta é uma iniciativa da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente, através da Direcção Regional do Ordenamento do Território, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, detentora do acervo de Rui Goes Ferreira.

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27 de maio de 2024
Germano de Castro, a apresentação do livro

Foram muitos os que fizeram questão de responder ao convite para estarem presentes na Fundação Marques da Silva, no final da tarde da passada quinta-feira. Num ambiente descontraído, entre familiares, amigos e todos aqueles que mostraram vontade de descobrir o arquiteto que deu origem ao livro Germano de Castro: um arquitecto do seu tempo, a sala encheu-se para ouvir Germano de Castro Pinheiro, Luís Soares Carneiro, Graça Correia e também os representantes da editora Circo de Ideias, Magda Seifert, e da Fundação onde se encontra o acervo, Luís Martinho Urbano. Neste gesto de dar visibilidade ao que até agora permanecia invisível para tantos, se falou, a partir de uma perspetiva mais comprometida ou mais distante, de um tempo, de uma geração, de um arquiteto que, ente a opção e a necessidade desenvolveu, com competência, uma obra de arquitetura sólida e transformadora dos lugares onde se foi construindo.

 

O livro, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, aí está, disponível para venda, desde logo na loja desta Fundação.

 

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21 de maio de 2024
GERMANO DE CASTRO: UM ARQUITECTO DO SEU TEMPO
Lançamento do livro
Germano de Castro Pinheiro, Graça Correia, Luís Soares Carneiro
23 maio, 18h, Fundação Marques da Silva

No próximo dia 23 de maio, na Fundação Marques da Silva, vai ser lançado o livro GERMANO DE CASTRO: UM ARQUITECTO DO SEU TEMPO. Para apresentar este projeto editorial, da autoria de Germano de Castro, publicado pela Circo de Ideias, com o apoio da Fundação Marques da Silva, estará presente o próprio autor e mais dois arquitetos que também investigam e têm vindo a refletir e a debater os caminhos da arquitetura portuguesa, em particular, ao longo do século XX: Graça Correia e Luís Soares Carneiro, que também assina um dos textos introdutórios desta publicação e que orientou, desde o início da tese de mestrado, a investigação que a sustenta.

Germano de Castro Pinheiro revisita, nesta publicação a obra do seu avô. De um bem mais extenso universo, selecionou 20 projetos ilustrativos da prática disciplinar de Germano de Castro, datados entre 1938 e 1987. Trabalhos de diferentes escalas, com diferentes linguagens e programas, tanto públicas quanto privadas, relativos a obras que tanto evidenciam a competência do seu autor, quanto o ecletismo característico dos arquitetos da sua geração. Essas obras encontram-se profusamente documentadas por desenhos, fotografias de Teófilo Rego, Germano de Castro Pinheiro e Tiago Casanova, e, claro, por textos que as situam e explicam. O livro inclui ainda um prefácio de Ana Tostões, "Um Moderno Tranquilo", um texto de enquadramento de Luís Soares Carneiro, "Eclectismo Moderno" e uma entrevista a Nuno Portas.

 

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15 de maio de 2024
Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-1947)
Apresentação do(s) livro(s)
Fátima Vieira, Teresa Cálix // Domingos Tavares, Raquel Henriques da Silva, Paulo Pires do Vale // Manuel Mendes
4 de junho, 18h30, FAUP

No próximo dia 4 de junho será sob o olhar de um Arquiteto, Domingos Tavares, de uma Historiadora, Raquel Henriques da Silva, e de um Filósofo, Paulo Pires do Vale, que serão apresentados os primeiros volumes publicados do projeto editorial Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001). A sessão contará ainda com as intervenções de Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, de Teresa Cálix, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitectura da UP, e de Manuel Mendes, a quem coube a investigação, organização e notas que sustentam este projeto.

O primeiro volume -  O meu caso Arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947 (I.I) -  concluiu-se em tempos de pandemia e confinamento. A segunda parte deste primeiro tomo, acompanhada de um livro anexo - D´os meus Livros -  começou a circular no final do mês de fevereiro. Com eles se começou a dar acesso a «essa arca interior» que se encontrava reservada, numa «(re)aproximação a um tempo, a um espaço, a um horizonte», para dar lugar e voz a um jovem Fernando Távora. Chegou, portanto, o momento de se apresentar, pela primeira vez, publicamente, este projeto editorial e de se refletir em conjunto sobre o caminho percorrido e a percorrer, convocando outros olhares e perspetivas para uma conversa que se abre a todos os que queiram comparecer no Auditório e na Escola de Arquitectura em cuja história se inscreve o nome Távora.


Fernando Távora . As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra (1937-2001) é um projeto editorial que cumpre um desígnio do próprio Fernando Távora e que conta com o suporte da sua Família. Está a ser publicado pela Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e a U.Porto Press. O segundo título contou também com o apoio à edição da Câmara Municipal do Porto.
 

A sessão tem início às 18h30 e a entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.

Sobre a imagem: Casa do Além, Ledesma, Lousada, 1956. Fotografia de Manuel Mendes, 28 de Julho de 2007
 

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10 de maio de 2024
José Forjaz: Memorial a Samora Machel (Mbuzini, 1998), "uma cunha de raiva espetada no flanco da montanha"

Numa entrevista para o Diário de Notícias, conduzida por Ana Sousa Dias, em 2017, José Forjaz referia ter conhecido bem Samora Machel e admitia mesmo que, apesar de tudo quanto os dividia, se podiam considerar amigos. Ambos partilhavam essa condição de urgência perante a necessidade de reinvenção de Moçambique, enquanto país independente. Um, era o seu primeiro Presidente, o outro, um arquiteto formado na Escola de Belas Artes do Porto que, regressado a Moçambique, encontrou no continente africano, mas sobretudo neste país de adoção, o seu espaço privilegiado de expressão e de intervenção - disciplinar, pedagógica, política e de vida.
 

Samora Machel morreu inesperadamente a 19 de outubro de 1986, num acidente de avião, em Mbuzini (África do Sul). Coube a José Forjaz projetar o memorial que sinalizaria o fatídico acidente e pensou-o, por isso mesmo, não como uma celebração, mas como "uma cunha de raiva espetada no flanco da montanha". E "porque nunca deveria ter existido", associou-lhe uma dimensão sonora, para que se pudesse elevar à condição de "bramido universal quando a aragem ou a ventania o tangem e quando o mais leve ruido o faz vibrar como um colossal diapasão." Desejava que assim permanecesse, no isolamento da paisagem, como uma presença brutal que apenas pudesse ser percebida "quando a montanha sarar à sua volta, quando o claro betão se avermelhar à cor do pó do ar e da chuva que o fixa."

Essa verdade do monumento não foi respeitada, com o acrescento de um edifício que lhe retirou a força desse sentido primeiro, desse "grito" na paisagem. Mas o projeto continua a fixar a ideia, o sentido e o sentimento que o enformam.


José Forjaz, que em 2023 doou o seu acervo à Fundação Marques da Silva, regressou entretanto a Portugal. Nasceu em Coimbra a 10 de maio de 1936. Hoje é dia de aniversário. Parabéns, Senhor Arquiteto!
 

+ info: www.joseforjazarquitectos

 

 

 

 

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9 de maio de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
15 Maio - 6 Julho 2024, Galeria da Garagem Avenida, Guimarães

Depois do Porto e de Coimbra, a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE vai chegar a Guimarães. A inauguração decorrerá na próxima quarta-feira, dia 15 de maio, pelas 18h00, na Galeria da Garagem Avenida, em Guimarães, onde ficará patente ao público até 6 de julho.

Esta é uma exposição sintética da vida e obra do Arquiteto Fernando Távora, com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira, assente na apresentação de 7 obras de arquitetura, através de documentação proveniente do arquivo depositado na Fundação Marques da Silva e em fotografias atuais de Paulo Catrica. A itinerância desta exposição, pensada no contexto da celebração do centenário do nascimento deste arquiteto, inclui ainda a apresentação do núcleo "viagens". Sem optar por uma via retrospetiva, aqui se procura retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional.


O programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho e o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra. Conta ainda com o apoio do Banco BPI, Fundação la Caixa, DST Group, Tintas Cin e a Efapel.

 

Ver cartaz

Sobre a exposição: www.eaad.uminho.pt
 

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8 de maio de 2024
Alexandre Herculano é Prémio SIL imobiliário 2024

E a obra de requalificação do edifício da Escola Secundária Alexandre Herculano foi distinguida com o Prémio SIL do Imobiliário 2024!

A requalificação deste projeto de José Marques da Silva foi pensada e conduzida pelo Atelier 15, dos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. Uma intervenção profunda, com a preexistência a "definir as fronteiras do impossível", mas garantindo novas valências e capacitando o lugar para um novo ciclo de vida.

+ info aqui

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7 de maio de 2024
Conservatório de Música de Aveiro:
um projeto de José Carlos Loureiro, Luís Pádua Ramos e Maria Noémia Coutinho

O programa televisivo Visita Guiada, emitido no passado dia 15 de Abril na RTP2, veiculou informações erradas sobre a autoria do projecto de arquitectura do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, dando a entender que um dos seus autores terá sido intencionalmente silenciado. Na verdade, o edifício foi desenhado por José Carlos Loureiro, Luís Pádua Ramos e Maria Noémia Coutinho, cujos nomes constam na documentação produzida à época, mas igualmente nas monografias e revistas onde o projecto foi publicado. Os intervenientes no programa televisivo não só intentaram resgatar uma autoria que nunca foi ocultada, como acabaram por cometer a injustiça que pretendiam denunciar, isto é, apagar da história dois dos autores do projecto de arquitectura.

 

Ler texto completo AQUI


Fotografia: Conservatório de Música de Aveiro, fotografia de Luís Ferreira Alves, [1991]. Fundação Marques da Silva, Arquivo José Carlos Loureiro.

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3 de maio de 2024
Prémio Fernando Távora - 20.ª edição
Candidaturas abertas

Até 12 de agosto, estão abertas as candidaturas à 20.ª edição do Prémio Fernando Távora.

Anualmente promovido enquanto gesto de homenagem a uma figura que influenciou sucessivas gerações de arquitetos pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, este Prémio dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitectos e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem, com um valor único de 6.000,00€.
 

O Júri desta edição do Prémio será constituído pelo jornalista e escritor Richard Zimler, pela Arq.ta Andrea Soutinho (em representação da Fundação Marques da Silva), pelo Arq.to Carlos Prata (em representação da Casa da Arquitectura) e pela Arq.ta Teresa Fonseca (em representação da OASRN); em representação da família do Arq.to Fernando Távora, estará a Dr.ª Luísa Távora.


Esta edição é também parte integrante do programa de Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, organizado pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho.
 

Para + info e consulta do regulamento: www.ordemdosarquitectos.org


 

 

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29 de abril de 2024
Ricardo Santos e Ana Drago (coord.), OPERAÇÕES SAAL/LISBOA
Lançamento de livro
com Gonçalo Byrne e António Brito Guterres
30 Abril, 18h - Bairro Fonsecas-Calçada, Lisboa

No próximo dia 30 de abril, entre as 18h e as 20h, no pátio do Anfiteatro junto ao Bloco A, acesso pela Rua Mem de Sá, em frente ao Parque Infantil das Fonsecas, vai ser lançado o 5.º volume da coleção Cidade Participada: Arquitectura e Democracia. Operações SAAL, dedicado ao processo SAAL em Lisboa.
 

Este novo livro, coordenado por Ricardo Santos e Ana Drago e que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, será apresentado pelo arquiteto Gonçalo Byrne e pelo assistente social e investigador António Brito Guterres.
 

A sessão, que terá lugar no icónico Bairro Fonsecas e Calçada, pensado por Raúl Hestnes Ferreira, será também mais um momento de celebração dos 50 anos da Revolução que tornou possível, ainda em 74, a criação do SAAL, o Serviço de Apoio Ambulatório Local, "o mais ambicioso processo político de «fazer» o direito à cidade na história da democracia portuguesa."

 

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26 de abril de 2024
O glossário com termos de construção caídos em desuso de António Menéres

Sabe o que significa "alegrar" ou "desarmar" para os antigos pedreiros? Pois pode encontrar a definição deste e de muitos outros termos ligados à construção, agora caídos em desuso, no Glossário que a Fundação Marques da Silva hoje publica, a partir de um trabalho de António Menéres. São termos usados pelos velhos obreiros e esta, uma forma de preservar esse modo próprio de falar e o seu sentido para o tempo presente.

E assim se celebra também a passagem de mais um aniversário, pois o arquiteto António Menéres nasceu em Matosinhos a 26 de abril de 1930. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

Ir para o Glossário de termos da construção caídos em desuso

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25 de abril de 2024
Sergio Fernandez: o Bairro do Leal, uma aprendizagem da vivência coletiva

A fotografia do Che não deixa margem para dúvidas, aqueles eram os tempos e os caminhos que a Revolução abrira. O lugar? O Gabinete de Arquitetura que Sergio Fernandez tinha na rua 15 de Novembro, no Porto. Estava-se então em 1976 e o grande plano da foto foi inequivocamente reservado para uma maqueta feita de propósito para mostrar e explicar, aos representantes da associação e aos moradores do Bairro do Leal, a relação dos pátios e arruamentos exteriores das novas casas, então a ser projetadas ao abrigo do programa SAAL. Diga-se que a maqueta de conjunto - muito apreciada... enquanto objeto - tinha então literalmente percorrido todas as casas do antigo Bairro. Era, porém, uma linguagem de difícil leitura para quem aguardava a construção das novas habitações, por quem tinha dificuldade em compreender também o tempo que demorava a fazer acontecer, ainda que este fosse efetivamente um processo muito participado, a implicar os moradores em todas as determinações e soluções finais do projeto (a Brigada tinha reuniões semanais com a Associação de Moradores e, quinzenalmente, reuniões gerais). E foi essa constatação e esse diáolgo coletivo que motivou a realização de uma segunda série de maquetas onde se inscreve a que esta fotografia documenta, assim como a decisão, após aprovação, de se arrancar com a construção de uma primeira série de fogos: 16, dos 172 inicialmente previstos.
 

Havia urgência, havia que intervir em tempo útil. Refira-se que a densidade populacional deste Bairro, situado entre as ruas Faria Guimarães e do Bonjardim, na proximidade da rua Gonçalo Cristovão, andava na ordem de 1100 habitantes por hectare e a decisão de construção desta parcela não só impediria a esperança dos moradores de esmorecer, ao provar que se avançava para o terreno, como serviria também de teste à eficácia das soluções que tinham vindo a ser pensadas e propostas. A coordenar este processo estava Sergio Fernandez, que na altura da formação das equipas ainda não pertencia ao quadro de docentes da Escola Superior de Belas Artes do Porto, no seio da qual se formaram as Brigadas do SAAL/Norte. Mas sobre ele recaíu a escolha dos estudantes finalistas do Curso de Arquitetura chamados a trabalhar sobre aquele Bairro - António Corte-Real, Emídio Fonseca, José Manuel Soares e Vítor Sinde -, e daí o convite a chefiar essa equipa. Passados este anos, apesar dessas 16 casas terem sido as únicas construídas, numa gradual perda de poder de reivindicação da Associação de Moradores (que, no entanto, permanece proprietária dessas casas) para a continuidade da construção, apesar do que ficou por fazer e da mágoa de ver que nem este diminuto número de casas foi devidamente cuidado, Sergio Fernandez continua a manter viva a memória de um tempo em que imperou um sentido de serviço à comunidade, em que se acreditou nessa vontade e na validade de uma ação e de um espaço onde todos tinham voz, onde as casas distribuídas seguiram critérios de um justo rigor, servindo quem mais delas necessitava. Foi, como refere, uma importante e inesquecível aprendizagem da vivência coletiva.
 

Este é um projeto documentado na Fundação Marques da Silva e não só continua a ser pesquisado como ainda recentemente vários elementos a ele pertencentes estiveram expostos em Barcelona. No dia em que se celebram os 50 anos de abril, só poderia ser este o tema escolhido para assinalar o aniversário de Sergio Fernandez, nascido a 25 de abril de 1937. Parabéns, Senhor Arquiteto!
 

 

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23 de abril de 2024
Prémios AICA 2023 - Arquitetura:
Atelier Menos é Mais

E é com a reabilitação do edifício "A Nacional", de José Marques da Silva, que o atelier Menos é Mais, dos arquitetos Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, foi distinguido com o Prémio AICA.

O júri, constituído por Ana Tostões, que presidiu, Ana Anacleto, Lígia Afonso, João Belo Rodeia e Susana Ventura, atribuiu por unanimidade esta distinção, tendo reconhecido a "subtileza das intervenções no edificado original, que poderão designar-se de cirúrgicas", assim como "o consistente trajeto disciplinar de grande rigor dos autores, inseparável de um conhecimento minucioso sobre a arte da construção".

Nas Artes Plásticas, o Prémio AICA foi atribuído a Carlos Bunga.

Fotografia: Fundação Marques da Silva, Luís Martinho Urbano

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23 de abril de 2024
Livro Branco do SAAL, 1974-1976
Dia Mundial do Livro

O SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local), tornado possível com a revolução de Abril de 74, foi um programa de intervenção urbana criado por Nuno Portas. Foi uma experiência intensa, "vertiginosa", como diria Alexandre Alves Costa. Foi um viver comum de uma firme crença na possibilidade de dar corpo aos ideais de uma democracia verdadeiramente participativa e inclusiva, com a arquitetura a desempenhar o papel central e, a Norte, com um forte envolvimento da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Durou dois anos e deixou uma marca indelével na história de quem nele participou ou de quem dele beneficiou, das comissões coordenadoras às brigadas de arquitetos e técnicos, das comissões de moradores às famílias que efetivamente vieram a habitar as casas construidas.
 

O Livro Branco do SAAL, 1974-1976 contém a súmula cronológica e documental do SAAL e um extenso rol de anexos, mas longe de ser uma memória, uma "pedra tumular", queria ser "o alicerce de um edifício popular a construir na luta de todos os dias", numa afirmação clara de ser imperioso continuar a conjugar no tempo presente a luta pelo direito à habitação, por um modelo de desenvolvimento urbano socialmente inclusivo, por uma cidade mais digna. E lá nos deparamos com nomes de arquitetos que a este processo se dedicaram, coordenando, projetando, construindo, e que hoje fazem também parte da história e do presente desta Fundação: Nuno Portas, Margarida Coelho, Alexandre Alves Costa, Alcino Soutinho, Alfredo Matos Ferreira, Bartolomeu Costa Cabral, Fernando Távora e Sergio Fernandez.
 

A poucos dias da celebração dos 50 anos de Abril, é com um exemplar do Livro Branco do SAAL, proveniente da biblioteca de Anselmo Vaz, que a Fundação Marques da Silva assinala o Dia Mundial do Livro. É que a cidade e a sua transformação é um assunto que a todos implica e a habitação uma sua pedra angular.


Fotografias: Fundação Marques da Silva, Ana Margarida Costa.

 

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21 de abril de 2024
Bartolomeu Costa Cabral (1929-2024)

O arquiteto Bartolomeu Costa Cabral despediu-se ontem da vida, de uma longa vida sempre pautada por um inabalável sentido ético, tanto na forma como viveu, como na profissão. Procurou a beleza e a harmonia em tudo o que fez, em quem o rodeou. Sempre se regeu pela consciência de que a arte e a arquitetura, no compromisso entre competência técnica e valores humanos, deveriam percorrer um caminho de serviço, deveriam contribuir para a construção de uma sociedade cada vez mais livre e justa. Foram esses os princípios que fundamentaram a sua ação e a consistência da sua obra. "A arquitetura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar um sentido aos espaços criados e só assim podemos falar da sua humanização."

E quando se olha em retrospetiva a sua extensa obra, é imediata a associação ao matricial Bloco das Águas Livres e a alguns dos seus mais amados projetos: as Universidades da Covilhã, Guimarães ou Bragança, o plano de habitação do Bairro do Pego Longo, a Escola do Castelo, a "casa de taipa", as moradias da Travessa da Oliveira, Ribeiro Sanches e as Amoreiras, em Lisboa, a Galeria 111 ou a recuperação do Teatro Taborda.

Em 2019, o Arquiteto Bartolomeu Costa Cabral doou o seu arquivo profissional à Fundação Marques da Silva e, desde então, foi alguém que se fez e se desejou presente. Será impossível esquecer o entusiasmo contagiante, a alegria de estar e de participar em tudo quanto se fez em conjunto, os gestos de uma irrepreensível elegância. Aqui fica a nossa homenagem e o nosso profundo pesar pela sua perda.

 

O velório terá início amanhã, a partir das 17h, na Basília da Estrela, com celebração de uma Missa às 20h. No dia seguinte, 23 de abril, às 11h30, será celebrada a Missa de corpo presente. Seguirá depois para o Cemitério dos Olivais, para Cremação, às 14h.

 

 

 

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16 de abril de 2024
Manuel Teles e a ponte de Santiago Calatrava ou o sonho de criar um lugar mais do que uma ligação

Quando se percorre a lista de projetos desenvolvidos pelo arquiteto Manuel Teles torna-se percetível que, a partir do início da década de 90, entre projetos e planos urbanísticos, o Município de Barcelos assume uma particular preponderância e expressão. Será também nessa década que Manuel Teles irá assumir a liderança do Gabinete Técnico Local, bem como coordenar a representação da Câmara Municipal de Barcelos na Exposição sobre Centros Históricos, realizada em Santiago de Compostela, em 1999.
 

Do extenso conjunto de trabalhos em que Manuel Teles e a sua equipa se envolveram, um há que, não tendo sido ainda materializado, congregou um forte empenho pessoal deste arquiteto, bem como um esforço constante de articulação entre diferentes perspetivas no terreno: a construção de uma nova ponte-miradouro sobre o rio Cávado, desenhada pelo arquiteto e engenheiro Santiago Calatrava. Este projeto vinha contemplado no Plano de Pormenor, Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico que a equipa coordenada por Manuel Teles começara a elaborar em 1995. E por isso também coube a Manuel Teles, não só desempenhar o papel de mediação entre os vários interlocutores, desde logo com o arquiteto valenciano, como ceder todo o apoio técnico necessário ao desenvolvimento do trabalho. A "nova ponte", de acordo com o Plano, seria construída a jusante da ponte medieval, que se tornaria exclusivamente pedonal, e, ao ligar o Bairro da Misericórdia a Barcelinhos, conteria em si um fator potenciador de criação de uma nova centralidade. Para além de responder a estes dois objetivos, a ponte, com um forte pendor escultórico, traria ainda numa maior visibilidade para a autarquia, atraindo inevitavelmente visitantes.
 

A possibilidade de Calatrava voltar a ter obra projetada em Portugal, após a Gare do Oriente, ganhou projeção nacional e internacional, com a imprensa da época a noticiar, com grande destaque, a adjudicação de um projeto cujos honorários e assistência técnica seriam suportados pelo BCP. Santiago Calatrava foi entrevistado para o Diário de Nótícias (de onde se retira o esquisso aqui publicado) e saem referências ao trabalho desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local, coordenado por Manuel Teles. Aliás, com a entrega de um primeiro projeto base, aprovado pela autarquia em 2000, chega a ser anunciado o início da construção para esse mesmo ano. Porém, dada a dimensão do investimento a fazer, entre custos de obra e honorários pedidos pelo arquiteto catalão para acompanhamento da fase de construção, criam-se divergências insanáveis com a câmara. Até ao momento, não obstante tentativas recentes de reativar este processo, a nova travessia continua a ser um sonho por cumprir.
 

No acervo do Arq.to Manuel Teles, doado à Fundação Marques da Silva, encontram-se duas pastas com elementos vários relativos a este projeto - Barcelos / Nova Ponte -, datados entre 1998 e 2000. Aí se torna evidente a importância do papel desempenhado por Manuel Teles a quem coube estabelecer o contacto com Santiago Calatrava, fixar os termos do contrato para elaboração do projeto de execução e, posteriormente, enviar o estudo prévio do Plano de requalificação das frentes fluviais da cidade de Barcelos que tinha dirigido (refira-se, a título de curiosidade que na memória descritiva deste Plano Manuel Teles incluiu referências a Carlos Alberto Ferreira de Almeida, Nuno Portas e Conceição Melo), com sugestões muito precisas sobre a relação da ponte a construir com o Centro Histórico, bem como o já referido Plano de Pormenor, Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico, a contemplar 44 quarteirões. A documentação aqui reunida inclui ainda alguns recortes de jornais e cópias das peças desenhadas do projeto base de Santiago Calatrava, datadas de maio de 2000.
 

O arquiteto e professor Manuel Teles, que nos seus últimos anos de atividade continuará a projetar para Barcelos (Escola de Tecnologia e Gestão e Reordenamento dos espaços exteriores do Hospital Distrital), nasceu a 16 de abril de 1936, em Coimbra. Faria hoje 88 anos.

 

 

 

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12 de abril de 2024
A Fundação Marques da Silva, um espaço de encontro e de partilha

Três grupos de alunos: do curso de conservação e restauro da Universidade Católica do Porto; do Programa de Doutoramento em Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; da Universidade Sénior Florbela Espanca, em Matosinhos. E qual a sua condição comum? Estarem de visita à Fundação Marques da Silva durante a passada semana. O primeiro grupo, a abrir a semana, guiado por Gonçalo Vasconcelos e Sousa, teve por pano de fundo os ambientes decorativos do Palacete Lopes Martins e da Casa-Atelier José Marques da Silva; o segundo, com Luís Martinho Urbano, sobre os arquivos de arquitetura que a Fundação cuida; o terceiro, com Paula Abrunhosa, para dar a conhecer a história do lugar e a atividade da Fundação. Foi mais uma semana em que estas casas e jardins se cumpriram enquanto espaço de encontro, de investigação e de partilha, um lugar de descoberta e sempre a (re)descobrir.

 

Ver álbum fotografico aqui

 

Fotografias: Fundação Marques da Silva, Telma Dias

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12 de abril de 2024
Edifício A Nacional
Inovação Fora de Portas Engenharia Civil à Mostra
20 abril, 10h - Café Ceuta

A próxima sessão do ciclo Inovação Fora de Portas - Engenharia Civil à Mostra vai regressar a um edifício projetado por Marques da Silva: A Nacional (1925). Aquele que é o n.º 1 da Avenida dos Aliados foi integralmente remodelado e vai agora reforçar a oferta residencial no Porto. Os arquitetos responsáveis pela sua reabilitação, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos (menos é mais arquitectos associados, lda), que preservou a sua história, simbologia e valor patrimonial, vão participar numa conversa com o Prof. António Adão da Fonseca (AdF Engenheiros Consultores) sobre este icónico edifício, sob moderação de Bárbara Rangel (Departamento de Engenharia Civil da FEUP).
 

A sessão vai decorrer no Café Ceuta e as inscrições, como tem vindo a ser norma, já esgotaram. Contudo, toda a informação será depois disponibilizada em: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/.

Esta iniciativa, que tem na Fundação Marques da Silva uma das suas entidades apoiantes, resulta da parceria entre o Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o Município do Porto (no âmbito da iniciativa Porto Innovation Hub), a Universidade do Porto.

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11 de abril de 2024
Manuel Graça Dias: Bocados/Morceaux

Há livros que são muito mais do que um mero suporte para a palavra escrita, há livros que são muito mais do que imagens para ver, há livros que graficamente se elevam à condição de objetos artísticos onde uma e outras se cruzam para que nesse encontro se desdobrem e proporcionem novos horizontes de leitura, de descoberta, de experiência estética. Assim acontece com este Bocados/Morceaux de Manuel Graça Dias, um pequeno livro que resulta de um gesto criativo em sintonia com as idiossincrasias do seu autor, "publicado por ocasião da exposição 3 Bocados [...] na Galeria Cómicos, em Lisboa, em janeiro de 1988".
 

Tinham então decorrido poucos anos sobre a polémica exposição “Depois do Modernismo” (1983), que levaria Luís Serpa a fundar a Galeria Cómicos, um lugar singular de debate e exposição, um lugar de contaminação entre disciplinas. Pensada para dar voz a novas formas de pensamento, a linguagens e práticas mais experimentais, esta Galeria ganhou uma grande relevância no panorama artístico e arquitetónico nacional, em particular durante as décadas finais do século XX. E é neste conjunto de iniciativas, nesta procura de uma nova forma de "comunicar" arquitetura que foi programada a exposição 3 Bocados, de Manuel Graça Dias. Nela se apresentaram desenhos de 3 projetos que se fundiam com o tempo expositivo: Golfinho, edifício de Habitação e Comércio (Chaves, 1985, em construção), "esse edifício que se enrosca sobre os limites curvos da propriedade [...] uma grande muralha macia"; a Junta de Freguesia de S. João de Brito (Lisboa, 1987, concurso por convites), "um projecto desenhado à volta de uma ideia de alçado"; e o edifício para a Administração Florestal e Residência do Administrador (Chaves, 1987, projeto), onde "o edifício mostra à rua uma imagem pública e austera, em pedra [...para depois se abrir] numa leitura contemporânea de um pátio transmontano, ao Parque que sobe a colina em ziguezagueantes áleas ..."
 

Para além das breves "memórias descritivas" que apresentam os desenhos selecionados, o livro abre com textos de Júlio Teles Grilo, sobre os projetos, e de João Luís Carrilho da Graça, sobre "estes desenhos tortos" e ao qual pertence o fragmento aqui transcrito: “Todas as formas de arte são reflexivas, duplas, indirectas e construídas. A arquitectura é talvez a mais impura, construída, calculada e artificial: entre a interioridade do artista e a sua expressão, está interposta uma densa e complexa teia de acertos e desacertos com o real e em tantas direcções que poucas pedras resistem. Esta forma de arte é talvez a mais ambiciosa e menos realizada, fascinante como destino mas um pouco desajeitada como profissão. [...] Os desenhos têm para os arquitectos duas utilidades: procurar e encontrar. Os que procuram devem ir para o lixo; os que encontram são já arquitectura ou iniciam o processo da sua revelação.
 

E assim nos falam em jeito poético de arquitetura, assim nos vão guiando o olhar para essas zonas de invisibilidade, o desenvolvimento de uma ideia de projeto, para uma leitura mais compreensiva da plasticidade dos desenhos que se mostram.


Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa a 11 de abril de 1953. Faria hoje 71 anos. O livro aqui referido faz parte da biblioteca pertencente ao acervo doado à Fundação Marques da Silva e nela pode ser consultado.
 

 

 

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29 de fevereiro de 2024
Germano de Castro: um arquitecto do seu tempo

Germano de Castro de Sousa Pinheiro (Figueira da Foz, 1913 - Vila do Conde, 1992) formou-se em arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1943. Seguiu-se o tirocínio com o arquiteto Aucíndio dos Santos e, em 1945, a defesa do CODA com a "Construção de um Cineteatro numa Cidade do Norte do País". Estabeleceu atelier na cidade do Porto e a partir daí consolidou um percurso que se estendeu por mais de seis décadas, traduzido em cerca de 200 projetos identificados e num conjunto assinalável de obra construída, sobretudo, na região litoral norte do país. Para além da arquitetura, desenvolveu um particular interesse pela marcenaria, pela fotografia, pela leitura e pela jardinagem. Ganhou também um especial afeto por Vila do Conde (terra de onde era originária Maria Adelaide Torres, com quem se casou em 1937), onde acabaria por se fixar e onde chegou a exercer funções de Presidente da Comissão de Turismo. O seu filho e neto são também arquitetos.
 

Em 2022, o acervo de Germano de Castro foi doado à Fundação Marques da Silva, um gesto que veio não só garantir a sua preservação futura, como permitirá viabilizar uma sua disponibilização pública e fomentar renovadas leituras críticas. E foi já com o apoio desta instituição que a Circo de Ideias publicou, no final de 2023, a monografia Germano de Castro: um arquitecto do seu tempo, da autoria de Germano de Castro Pinheiro. Aqui se apresenta uma seleção de vinte obras ilustrativas da prática disciplinar de Germano de Castro, datadas entre 1938 e 1987. Obras de diferentes escalas, com diferentes linguagens e programas, tanto públicas quanto privadas, obras que denunciam a competência do seu autor e o ecletismo característico dos arquitetos da sua geração, profusamente documentadas por desenhos, fotografias de Alexandre Rodrigues, Germano de Castro Pinheiro e Tiago Casanova, e textos. O livro, que resulta da transformação num projeto editorial do trabalho de investigação realizado por Germano de Castro Pinheiro, neto, durante a sua passagem pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, inclui ainda um prefácio de Ana Tostões, "Um Moderno Tranquilo", um texto de enquadramento de Luís Soares Carneiro, "Eclectismo Moderno" e uma entrevista a Nuno Portas. 


Germano de Castro nasceu a 10 de abril de 1913, há 111 anos, na Figueira da Foz. Foi "um arquitecto do seu tempo"!

 

Ir para Loja Digital da Fundação Marques da Silva

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4 de abril de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Núcleo Temático AULAS
Aula Aberta (16h30) e Inauguração (18h)
4 de abril, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra

AULAS foi um dos cinco núcleos temáticos apresentados no contexto da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Com curadoria de Manuel Correia Fernandes, esteve patente ao público na Galeria de Exposições da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e nele se podiam observar 31 desenhos realizados durante as aulas de Teoria Geral e Organização do Espaço (TGOE) que Távora lecionou nesta Faculdade nos anos letivos de 1990/91 e 1992/93, assim como passar pela experiência de assistir às 19 aulas que ficaram registadas em vídeo, entre elas a sua “última aula”, todas do ano de 1993.
 

Este núcleo expositivo vai hoje ser inaugurado no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, a partir das 18h. A apresentação estará a cargo de João Mendes Ribeiro, mas o momento será antecipado de uma Aula Aberta, às 16h30 (Sala T2), de Sergio Fernandez.
 

A curadoria destas duas ações, que acontecem numa altura em que a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE pode ser visitada no Convento de São Francisco, em Coimbra, é de José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Bruno Gil e Martinho Araújo.
 

+ info: www.uc.pt/fctuc/darq

 

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2 de abril de 2024
Prémio Fernando Távora:
- Lançamento da 20.ª edição / Conferência de Inês Vieira Rodrigues
8 de abril, 18h, Sede da OASRN

Abril volta a ser mês de Prémio Fernando Távora. No próximo dia 8, na sede da OASRN, a partir das 18h, vai decorrer a sessão de lançamento da 20.ª edição, que integra também a conferência da vencedora da 18.ª edição, Inês Vieira Rodrigues, sobre a sua "Viagem às Arquiteturas Energéticas Insulares".
 

Refira-se que o projeto de Inês Vieira Rodrigues, Bolseira de Investigação para Doutoramento – FCT e investigadora integrada no CEAU-FAUP, tendo por horizonte a Islândia e os Açores, ilhas do Oceano Atlântico, "elegeu a produção de eletricidade como código para interpretar o território."
 

A entrada para esta sessão é gratuita, mas carece de inscrição prévia aqui.
 

De periodicidade anual, o Prémio Fernando Távora é uma iniciativa da OASRN que conta com a parceria da Fundação Marques da Silva, Câmara Municipal de Matosinhos e Casa da Arquitectura. Destina-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitectos e tem o patrocínio da Ageas Seguros. Nesta sua 20.ª edição integra também a programação das comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, Távora 100. O anúncio do vencedor deste edição decorrerá a 7 de outubro.


+ info: www.ordemdosarquitectos.org/sr_norte

 

Sobre a imagem: Central Hidroelétrica Sultartangi, Islândia ©Inês Rodrigues
 

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28 de março de 2024
Páscoa 2024

É com um estudo de Alcino Soutinho para uma Serigrafia, datado de 2012, que a Fundação Marques da Silva deseja a todos uma Boa Páscoa. Aproveitamos para informar que as instalações se encontram encerradas ao público de 29 de março a 1 de abril, inclusivé.

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27 de março de 2024
Maurício de Vasconcellos e o desafio de, com o GPA, projetar aeroportos

A propósito de um desenho académico de David Moreira da Silva, de 1937, o projeto de uma aerogare, publicado em 28 de janeiro passado, foram abordados alguns momentos da afirmação da aviação comercial e recordados alguns dados relativos à história da implantação do aeroporto do Porto, em particular na perspetiva da construção das grandes estruturas de suporte ao seu funcionamento.

Uma das várias etapas de crescimento do então ainda Aeroporto de Pedras Rubras, aconteceu na década de 80, quando o GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura, dos arquitetos Maurício de Vasconcellos e Luiz Alçada Baptista, com sede em Lisboa) ganha o 1.º lugar do Concurso lançado pela Empresa Pública Aeroportos e Navegação Aérea, ANA - EP, para construção de um novo Terminal de Passageiros. Vale a pena voltar o olhar para estes arquitetos e em particular para Maurício de Vasconcellos, que a partir de 1980 assumira a coordenação do projeto que este gabinete tinha em mãos para construção da Aerogare 2 do Aeroporto da Portela, em Lisboa. O Gabinete, 1979,  tinha sido convidado a participar no Concurso e tinha ficado classificado em primeiro lugar.

Este interesse pelos equipamentos ligados à aviação e o nível de competência adquirido pela equipa com o projeto para a capital veio, assim, a refletir-se na conquista do projeto para o Porto, onde se recuperaram, até, conceitos como o balcão de check-in (desenhado por Daciano Costa), que seria produzido e instalado nas diversas aerogares do país. Mas a experiência estender-se-á a outras regiões, já que, o GPA obterá posteriormente o 2.º prémio do concurso para o Terminal de Passageiros do Aeroporto de Faro e, no final dessa mesma década, ainda, o primeiro prémio do concurso para a construção da aerogare do aeroporto de Ponta Delgada. Projetos que, sobretudo em peças desenhadas, fotografias de maquetas e uma publicação - Aerogare 2: Lisboa, se encontram documentados no arquivo doado à Fundação Marques da Silva.

Retomando a história do aeroporto do Porto, refira-se que o Terminal pensado pelo GPA será inaugurado em 1990, altura em que também se altera o nome para Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Contudo, o crescimento exponencial do fluxo de passageiros e mercadorias neste aeroporto também acabou por ditar a reformulação do edifício construído. O projeto atual, distinguido com o Prémio Europeu para construção em aço, é da autoria do arquiteto João Carlos Ferreira Leal e data de 2006. Facto que não obsta o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo GPA durante a década de 80 e os primeiros anos da década seguinte, na resposta aos desafios de enfrentar projetos com esta escala e nível de complexidade programática, a envolver uma adequada interdisciplinaridade, sem perda da garantia de um fluir fácil nas circulações, conjugando eficazmente espaços interiores/exteriores, áreas técnicas, de passageiros e público, e sem esquecer a necessidade de libertar o "objeto arquitectónico duma definição e sujeição mecanicista".
 

Maurício de Vasconcellos nasceu a 27 de março de 1925. Faria hoje 99 anos.

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26 de março de 2024
Recuperação da Igreja e Convento de São Francisco, em Évora:
Adalberto Dias e a sua "descoberta do princípio da evidência e de síntese"

"Tudo começa com uma linha/traço, vício que nunca perdi desde os primeiros anos da faculdade. A linha/risco que se multiplica e mistura com outras para conhecer a necessidade, o sinal e o sentido da transformação." E seguem-se outras linhas, "a construção do discurso da descoberta [...] do lugar, das suas circunstâncias, da visita à história." Com a utilização das "ferramentas de trabalho" vem "a noção da proporção, o pormenor, a verificação das decisões do projecto, a relação entre a parte e o todo, a relação entre o sítio e o projecto, entre o projecto e o espaço, entre o espaço e a construção." Vem o "criar arquitetura". (Adalberto Dias, "Razões do Construir", in Adalberto Dias: espaços construídos, FAUP, 2021)
 

Entre 2012 e 2016, Adalberto Dias desenhou e coordenou a construção do projeto de recuperação e consolidação estrutural da Igreja de São Francisco, em Évora. Uma obra total que incluiu a ampliação para um espaço expositivo do espólio religioso da Igreja e do Convento, então reduzido a parte da ala oriental e a alguns fragmentos do claustro original, bem como a conservação e restauro de todo o património móvel e integrado existente. Foi a concretização de um programa funcional e expressivo, de respeito pela continuidade estrutural de um lugar com uma longa e atribulada história, a permitir a reposição da Sala Régia, bem como a antiga ala das celas dos monges do convento, destinada agora a espaço museológico do espólio da Igreja. Foi, contudo, uma reinterpretação de um passado dominada pela pertença a um tempo presente, um exercício de "descoberta do princípio da evidência e de síntese", onde os recursos técnicos da contemporaneidade foram acompanhados de gestos que conferem novos planos, novas dimensões, novos significados a este conjunto, também monumento. A recuperação, reposição e transformação dos espaços, o renovado sentido urbano do conjunto, articula-se hoje com um novo sistema de acessos, que separa circuitos de visita e percursos de culto e liturgia, e com um painel de azulejos, com desenho de Álvaro Siza, colocado à saída da famosa Capela dos Ossos. Aí, perante a encenação deste memento mori, se afirma uma serena apologia à vida.
 

Adalberto Dias nasceu no Porto a 26 de março de 1953. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

Sobre as imagens: Igreja e Convento de São Francisco, nova cobertura do claustro. Fotografia de Manuel Ribeiro.

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21 de março de 2024
Mensagem / 使 命・啓 示
Dia Mundial da Poesia

Vamos por partes. A quem visitou a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, na Fundação Marques da Silva, e observou atentamente os livros expostos no núcleo destinado à Literatura Modernista Portuguesa, por certo não terá passado despercebida a presença deste pequeno livro de poesia: uma das muitas edições da Mensagem de Fernando Pessoa que Fernando Távora foi colecionando ao longo da vida, neste caso, uma edição bilingue, em português e chinês. É público o fascínio de Fernando Távora por este autor e foi o próprio a revelar, em 1995, numa Festa da Leitura promovida pela Câmara Municipal de Guimarães, que Mensagem, em particular, era "o" livro da sua vida.
 

Vale a pena ler o manuscrito onde Távora, em 6 páginas, vai alinhavando e construindo a sua resposta a este convite, e acompanhar a sua linha de raciocínio, desde as primeiras considerações sobre o que lhe possibilita a ele, um arquiteto e não um especialista, participar nesta Festa. Passo a passo, Fernando Távora vai expondo os fundamentos da sua escolha, a de um leitor que desde a sua infância viveu "mergulhado" em livros. - "...desde Gutenberg não se tornou o livro um obsecante companheiro do homem ...?" - Os nomes de Mies van der Rohe e Francisco de Holanda vão sendo entretanto convocados por Távora, para depois admitir que encontra o prazer da leitura na Poesia, que considera o "caminho mais sintético e mais profundo para atingir a verdade e a beleza". Situa-se, depois, no campo da poesia portuguesa e pergunta-se: "a identidade não será condição indispensável da universalidade"? Mas dentro da Poesia, elege a poesia lírica e particulariza ainda mais: sobre aquela que visa "a problemática de Portugal e do Português, da Nação e do Homem, do seu passado e do seu futuro, das suas realidades e dos seus mitos, da sua identidade e da sua variedade". Assume então a sua obsessão por dois grandes vultos: Luiz de Camões e Fernando Pessoa. Mas se ao longo do texto cita Camões, é na obra do segundo que reconhece essa atração maior, "por ser homem do meu tempo, homem que viveu ou percebeu o tempo em que eu vivo e que soube contá-lo, sendo-o." E revela, por fim, a sua escolha: "um livro de poesia, português, chamado Mensagem e que poderia ter-se chamado Portugal."
 

Um livro é também um objeto. Regressemos ao objeto. O exemplar aqui fotografado e recentemente exposto, não foi, curiosamente, adquirido por Fernando Távora. Trata-se de uma edição do Instituto Cultural de Macau, datada de 1986, identificada pelo carimbo que transporta como sendo "oferta do editor". Acrescente-se apenas que Fernando Távora, arquiteto, no início da década de 80, por encomenda do Governo de Macau/Palmer & Turner, projetou com António Madureira o Plano de Intervenção Urbanística da Avenida Almeida Ribeiro, e com Álvaro Siza, o Plano de Intervenção Urbanística dos Novos Aterros do Porto Exterior.
 

Hoje, com o livro da vida de Fernando Távora, celebramos o Dia Mundial da Poesia.

 

 

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14 de março de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
inaugura hoje, às 18h, no Convento de São Francisco (Coimbra)

Está tudo pronto! A partir de hoje, às 18h, já se poderão percorrer os corredores e a Sala do Capítulo do Convento de São Francisco (CSF), em Coimbra, numa visita à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Um novo espaço, uma outra arquitetura, um convite para uma outra leitura do que se oferece ao olhar sobre a vida e obra de Fernando Távora.
 

A exposição que agora chega ao CSF, concluída que foi a sua apresentação no Porto, onde esteve patente ao público, na Fundação Marques da Silva, é uma iniciativa desta Fundação e a ação central de Távora 100, programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora. A sua apresentação em Coimbra foi possível graças à parceria estabelecida entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e do  Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.

+ info: www.coimbra.pt

 

 

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13 de março de 2024
Fernando Távora: outras geografias

Na mesma semana em que a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE abandona o Palacete Lopes Martins, uma das casas pertencentes à Fundação Marques da Silva, no Porto, duas novas iniciativas levam o nome de Fernando Távora a outras geografias:
 

- Hoje, às 16, no auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, está quase a começar a sessão organizada pela Universidade de Bolonha e pela editora Letteraventidue de apresentação do Diario di Bordo, a versão italiana do Diário de Fernando Távora da viagem aos EUA e ao Japão de 1960, numa tradução de Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno. Participam Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, José António Bandeirinha, José Manuel Fernandes, Luís Martinho Urbano, Madalena Pinto da Silva e Miguel Magalhães.
 

- Amanhã, às 18, no Convento de São Francisco, inaugura a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, agora ajustada ao desenho de um novo espaço expositivo. A produção deste segundo momento da exposição, em Coimbra, realizada com o apoio da Fundação Marques da Silva, resulta da parceria estabelecida entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e o Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.

 

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12 de março de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Inauguração em Coimbra
14 MAR, 18H, Convento de São Francisco

A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE está já a caminho da cidade de Coimbra, primeira etapa da itinerância prevista pelas entidades organizadores do programa TÁVORA 100. A inauguração vai acontecer no próximo dia 14 de março, às 18h, no Convento de São Francisco, onde esta exposição poderá ser visitada até 5 de maio, de segunda a domingo, entre as 15h e as 20h. A entrada é livre.
 

A produção da exposição em Coimbra, realizada com o apoio da Fundação Marques da Silva, resulta da parceria entre o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e do  Convento São Francisco, tutelado pela Câmara Municipal de Coimbra.

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11 de março de 2024
As "margens subversivas" de Luiz Botelho Dias

O percurso de Luiz Botelho Dias, ainda mal conhecido, cruza-se com o de muitos arquitetos que frequentaram a Escola Portuense de Belas Artes na sua transição para Escola Superior, entre finais dos anos 40-50. De facto, Botelho Dias inicia a sua formação como arquiteto em 1948 e obtém a sua carta de curso a 25 de julho de 1972. O processo de estudante, arquivado na FBAUP, permite-nos saber que entre 1960 e 1965 estagiou com o arquiteto Francisco Figueiredo e que, no Relatório Curricular por si entregue, está também identificada a sua colaboração na equipa que desenvolvera a Casa de Chá da Boa Nova, um conjunto habitacional para Leça da Palmeira e um trabalho para a CEPSA. A sua atividade liberal, em nome próprio e em parceria, tem, assim, início antes de 72.
 

Botelho Dias será um dos arquitetos a habitar a velha casa da rua Duque da Terceira, onde se encontravam já Fernando Távora, Alfredo Matos Ferreira e António Menéres (com quem partilha o gosto pela vela), Álvaro Siza (que tal como ele praticara hóquei no Clube de Leça), Joaquim Sampaio e Vasco Macieira Mendes. Assinará ainda aí projetos com Alfredo Matos Ferreira e, mais tarde e a partir de outros espaços na cidade, manterá colaborações com Manuel Marques de Aguiar, Fernando Barbosa ou Pedro Aroso. Da sua prática profissional sobressaem projetos habitacionais das mais variadas escalas, porém, no arquivo doado à Fundação Marques da Silva, podemos encontrar também referências a outras tipologias, de escolas primárias a hotéis e até centros comerciais. Manter-se-á sempre atento às questões que se prendem com o ordenamento da região norte do país, o seu território de ação enquanto arquiteto, envolvendo-se muito em particular no desenvolvimento e valorização da faixa marítima de Nevogilde, juntamente com Manuel Marques de Aguiar e Diogo Alpendurada.
 

Ainda na década de 80, Luiz Botelho Dias vai projetar edifícios para a Cooperativa "o Lar Familiar". É a um desses projetos que pertence o desenho que aqui se publica, referente a um prédio vizinho da Fundação Marques da Silva, situado na rua Latino Coelho, n.º 292. Só que o convite é para que o olhar se detenha não apenas no centro do desenho, prolongando-se para as margens que o enquadram e que poderíamos apelidar, numa muito livre apropriação do conceito barthiano, de "margens subversivas". É que aí, nessas margens, dos traços que denunciam o gesto aparentemente comum e banal de limpeza de um aparo vão nascendo formas e palavras que criam outras imagens e sentidos, que nos indicam um pensamento ou estado de espírito. Sentidos que continuarão por decifrar quanto à intenção de quem os registou, mas que transportam uma outra dimensão para o desenho. Terá sido verdadeiramente desfeito esse "nó górdio" pelo "Luiz Maria" que tão cuidadosamente desenha a fachada e sublinha os materiais a utilizar na construção do prédio?
 

Luiz Botelho Dias nasceu na freguesia do Bonfim, no Porto, a 11 de março de 1929, faria hoje 95 anos.

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6 de março de 2024
Gill Stoker (1954-2024)

Para quem se detém no pormenor, o nome de Gill Stoker não terá passado completamente desapercebido. Assinava, desde 2009, a quase totalidade das traduções para língua inglesa dos conteúdos publicados no website Fundação Marques da Silva. Recebemos agora a notícia do seu falecimento, na sequência de doença prolongada. Mas há histórias que devem ser contadas e homenagens que não podem deixar de ser feitas.

Gill Stoker, ainda jovem estudante, veio a Portugal no final da década de 60. Foi então recebida pelo casal Maria José e David Moreira da Silva. Nunca esqueceu a forma como foi cuidada e acarinhada por estes dois arquitetos. Já em 2009, em pesquisa aleatória, deparou-se com a notícia da existência desta Fundação, instituída por estes dois arquitetos e situada nas casas que pessoalmente conhecera. E decidiu entrar em contacto. Desejava, de alguma forma, contribuir para este projeto, numa retribuição do apoio que tinha recebido na sua juventude. A partir de Londres, onde residia, disponibilizou-se a assegurar a versão inglesa do website, voluntariamente. O seu medo de aviões dificultava um regresso, mas em 2012, veio ao Porto para estar presente no lançamento do livro O Monumento da Boavista, para o qual assinara a tradução dos textos publicados em língua inglesa. Gesto que estreitou ainda mais os laços com esta Fundação. Até 2023, manteve-se permanentemente atenta, disponível, presente. Esta notícia é assim um agradecimento público desse trabalho incansável e generoso.

Mas quem era Gill Stoker? Estudou teatro e era apaixonada por música e poesia. Concluiu o seu doutoramento com a tese Sir John Tenniel: a study of his development as an artist, with particular reference to the Book Illustrations and Political Cartoons, no King´s College. Na Open University, foi leitora e durante vinte e 25 anos colaboradora da Mary Evans Picture Library. Nos seus tempos livres, dava aulas de inglês e mantinha um canal próprio na plataforma Youtube. Casada com o compositor Richard Stoker criou um fundo para apoiar jovens músicos, após a sua morte em 2021.  Guardaremos a memória do seu constante apoio, da sua extrema generosidade e afabilidade.

 



 

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5 de março de 2024
FERNANDO TÁVORA, diario di bordo (versão italiana)
Apresentação do livro
13 MAR, 16h, Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian

A Universidade de Bolonha Alma Mater Studiorum, a editora Letteraventidue e os tradutores/editores literários Antonio Esposito, Giovanni Leoni e Raffaella Maddaluno, vão apresentar o livro FERNANDO TÁVORA diario di bordo - a tradução para italiano do relato da viagem que este arquiteto empreendeu aos EUA e ao Japão em 1960 - na Fundação Calouste Gulbenkian, a instituição que então atribuiu a bolsa que viria a permitir a realização dessa mesma viagem.
 

Esta publicação, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da família de Fernando Távora, inclui, para além da versão italiana do diário, textos de enquadramento à viagem, ao diário e a Fernando Távora, da autoria de cada um dos editores, assim como a reprodução dos dois blocos de desenhos que acompanham e complementam o registo escrito original. O livro foi inicialmente lançado em novembro de 2022, em Cesena, no contexto da exposição "I Viaggi di Fernando Távora" e desde então tem vindo a percorrer um périplo de cidades italianas, chegando agora a Portugal.
 

A sessão de apresentação, agendada para o próximo dia 13 de março, a ter lugar às 16h, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, vai contar com a participação dos 3 editores e um painel alargado de convidados: Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, José António Bandeirinha, José Manuel Fernandes, Luís Martinho Urbano, Madalena Moreira da Silva e Miguel Magalhães.
 

Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

 

Ver cartaz aqui

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1 de março de 2024
Alfredo Matos Ferreira, arquiteto e professor

Uma condição comum à maior parte dos arquitetos documentados na Fundação Marques da Silva é o facto de, em paralelo com a prática projetual, terem sido professores, terem exercido uma prática pedagógica. Esse foi o caso de Alfredo Matos Ferreira que, tendo concluído o Curso Superior de Arquitectura em 1959, na Escola Superior de Belas Artes do Porto, e já com obra de relevo, projetada e construída, num tempo politicamente conturbado, em 1976, é convidado, por proposta da Reunião Geral de Professores dessa mesma Escola, a entrar como assistente para a Secção de Arquitetura, para lecionar, com Cristiano Moreira, a cadeira de Arquitectura III. Foi o início de uma experiência de ensino que se prolongaria até 1998, na presente Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (Matos Ferreira participou, aliás, nas sessões de trabalho para definição dos princípios orientadores do ano letivo 1984/85, o primeiro do Curso de Arquitetura a marcar a passagem da Escola para o ensino universitário).
 

Ao longo destes 22 anos de atividade docente, Alfredo Matos Ferreira manter-se-ia sempre ligado à área de Projeto. Ensinou, participou em exposições e encontros vários, representou a Escola, orientou e apoiou os designados Seminários de Pré-Profissionalização que o levaram a contactar municípios dos mais diversos pontos do país, na procura de territórios de intervenção para alunos finalistas. Foi ainda membro da Assembleia de Representantes e integrou, por diversas vezes, o Conselho Científico. Para construção da sua carreira académica, em 1986, fez provas de agregação com a dissertação Aspectos da Organização do Espaço Português, domínio de investigação que sempre o interessou e que continuaria a cultivar (no ano letivo de 1995/96, obteve mesmo uma licença sabática com o propósito de o continuar a desenvolver). A partir de 1990 e até à reforma, assumirá ainda a orientação da cadeira de Introdução ao Projeto, para os alunos do 1.º ano, tendo como assistentes Henrique Carvalho, Maria José Casanova, José Bernardo Távora e Nuno Lacerda Lopes. Mas, mesmo depois de 1998, continuou a apoiar dissertações de mestrado e teses de doutoramento. E será o próprio a reconhecer, anos mais tarde, a importância de toda esta experiência na execução dos seus projetos (Memória, p. 33).
 

Do cuidado colocado nesta sua atividade de professor, do compromisso assumido com a Escola, "fala" uma parte do acervo de Alfredo Matos Ferreira, doado à Fundação Marques da Silva. Onze pastas com uma extensa documentação, complementada por um vasto número de diapositivos meticulosamente organizados e acondicionados, mostram-nos guiões de apoio às aulas, listas bibliográficas e de diapositivos, fotocópias e apontamentos de livros de referência ou registos da mais variada ordem, como dados sobre seminários, trocas de correspondência (missivas internas ou com municípios), programas, trabalhos de alunos e outros materiais que marcam o tom daquele tempo de vida estudantil. Trata-se de informação que não só revela o empenho na preparação dos temas a tratar e a metodologia seguida por um professor, mas também um modo próprio de olhar o território e de como nele construir. A sua consulta deixa entender também algumas das temáticas a que Matos Ferreira dedicou particular atenção (as Operações SAAL Miragaia e Lapa, os Planos de Urbanização de Guimarães, onde participou, mas também sobre Viana ou Évora, a  organização do Seminário em Carrazeda, em colaboração com José Manuel Soares, etc. ) e afirma-se, para além da figura que lhe dá sentido, importante para quem se interesse pelo estudo do que foi o ensino da Arquitetura no Porto entre estes tempos de transição: o da ESBAP pós 25 de Abril e a primeira década de afirmação da FAUP.


Alfredo Matos Ferreira, arquiteto e professor, que também cultivou a fotografia e o cinema, nasceu a 1 de março de 1928.

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1 de março de 2024
De visita à Fundação, entre casas e jardins

O dia que marca o início de um novo mês amanheceu com chuva, mas nada como contrariar o mau tempo e visitar a Fundação Marques da Silva. A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE entra na sua última semana, já que a 9 de março encerra, para seguir depois em direção a Coimbra. Mas só aqui poderá vê-la em diálogo com o Palacete e na completude dos núcleos temáticos que a acompanham. E como março é o mês das camélias, nada como prolongar a visita aos jardins e apreciar a diversidade de cores e de formas que as árvores floridas orgulhosamente ostentam. Fica a sugestão!

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28 de fevereiro de 2024
Raul Leal, um autor, um artista-pensador ainda por conhecer
(sessão de lançamento do livro RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO)

A escrita de Raul Leal cruza múltiplos domínios, persegue o totalizante, sem conseguir evitar o circunstancial, mas quando parte do circunstancial, não resiste ao desejo de alcançar o absoluto, está permanentemente em trânsito, em busca de um sentido, mesmo que através de um caminho muitas vezes errático e labiríntico. Porém, nesse luxuriante e exuberante exercício deste prolixo artista-pensador, está sempre subjacente uma dimensão filosófica que tem ficado na penumbra em detrimento de outras facetas da sua vida, mais polémicas e mesmo risíveis.
 

Foi a disponibilização pública da importante Coleção Pessoana de Fernando Távora, tornada possível a partir do momento da sua entrada na Fundação Marques da Silva, a permitir o acesso a um manancial de documentos produzidos ou reunidos por Raul Leal, maioritariamente constituído por manuscritos inéditos e cujo estudo se confirma ser fundamental para um outro entendimento da sua obra e para a redefinição do que foi o modernismo em Portugal. Raul Leal é um criador em permanente diálogo com o seu "mundo", real ou idealizado, exterior ou interior, e em particular com algumas das figuras que o habitam, entre as quais, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, que com ele formam a tríade "orphica". Neste livro, RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, primeiro volume de um projeto maior que continuará a explorar o legado lealino, com a relação Leal-Pessoa como pano de fundo, Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário estabelecem uma porta de entrada para o muito que esta documentação tem para dar a conhecer.
 

De tudo isto se falou na sessão de ontem, do que se alcançou com este livro e de futuras publicações, dos inéditos agora partilhados e da metodologia seguida para os apresentar, sublinhando-se também as estimulantes perspetivas de investigação que a Coleção Pessoana de Távora abre, desde logo na relação a estabelecer com quem a reuniu. Ficou igualmente expressa uma vontade comum - da Fundação Marques da Silva, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e da U.Porto Press, as três instituições que tornaram possível RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO -, a de, cruzando fronteiras, se assegurar a continuidade deste projeto científico e editorial.


O livro aí está, pronto para ser lido.


Ver álbum fotográfico da sessão: aqui.

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27 de fevereiro de 2024
Newsletter Fundação Marques da Silva | Fevereiro 2024

Publicamos hoje mais uma Newsletter. Em destaque vem o lançamento do livro RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, a acontecer hoje, às 18h30, na Fundação Marques da Silva, mas há muito mais para ler...

 

Basta clicar: AQUI


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26 de fevereiro de 2024
Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro
Lançamento do livro
com Fátima Vieira, Celeste Natário, Rui Lopo e Renato Epifânio
27 de fevereiro, 18h30, Fundação Marques da Silva

Wagner disse um dia: "Creio em Deus e em Beethoven!" Também eu posso dizer semelhantemente: "creio em Deus e no Génio poderosamente Criador de Fernando Pessoa. (Raul Leal, "Fernando Pessoa um dos oito maiores de Portugal", década de 30)

O livro Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro, que amanhã será lançado na Fundação Marques da Silva, é mais uma demonstração da imensa importância documental do acervo do Arquiteto Fernando Távora. Com edição literária de Rui Lopo e colaboração na transcrição de Renato Epifânio, é uma primeira etapa da investigação realizada no âmbito do Grupo de Investigação “Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal”, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, coordenada por Celeste Natário. Publicado em parceria com a Fundação Marques da Silva e a Editora da Universidade do Porto, Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro vem revelar "entendimentos partilhados" entre estes dois "companheiros das lutas de Orpheu", mas também trazer um novo olhar sobre o corpo de pensamento de um dos mais originais e enigmáticos autores portugueses do século XX.
 

A sessão, presidida por Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva e Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura, Museus e U.Porto Press, conta com a presença de Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário. Começa às 18h30 e é de entrada livre.
 

+ info: AQUI


Imagem: Caricatura de Raul Leal, [Bartolo ?], 1942, © Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora.

 

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26 de fevereiro de 2024
Workshops Atelier Nomade | "Pulping it: making paper" e "In situ etching: making prints"
28 de fevereiro e 6 de março
Fundação Marques da Silva (armazéns/depósito da rua Visconde de Setúbal)

Decorrido que foi o primeiro ATELIER NOMADE, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado (i2ADS / FBAUP / FIMS) nos armazéns/depósito da rua Visconde de Setúbal, pertencentes à Fundação Marques da Silva, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, e que veio a culminar num momento expositivo a EXPOSIÇÃO NOMADE, surge agora a proposta de duas novas ações:

Pulping it: making paper, a 28 de fevereiro, e In situ etching: making prints, a 6 de março.
 

Estes workshops, dois desenvolvimentos do Atelier Nomade, vão transformar o espaço de Visconde de Setúbal numa oficina de produção de papel, unindo novamente conhecimento tecnológico e criação. Dirigem-se a estudantes da FBAUP e estão integrados nas atividades curriculares da Unidade Curricular de Gravura Calcografia, mas está prevista a inscrição até 5 estudantes ​​de outros cursos da UP. 
 

+ info: www.sigarra.up.pt/fbaup/

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23 de fevereiro de 2024
Fernando Távora . As raízes e os Frutos . palavra desenho obra
Estão publicados dois novos livros deste projeto editorial

As Raízes e os Frutos . palavra desenho obra, projeto editorial com investigação, organização e notas de Manuel Mendes, «acontece, vem acontecendo, aventurando na diversidade e na unidade dessas pautas cuidadoras da memória que se tornaram arquivo sem roteiro», assim começando a dar acesso a «essa "arca" de interior» que se encontrava reservada, numa «(re)aproximação a um tempo, a um espaço, a um horizonte», para dar lugar e voz a Fernando Távora.

Publicado que foi o tomo I.I, ainda em tempos de pandemia, chegam agora os dois livros que, com ele, completam a primeira das duas partes constituintes do 1.º volume: o tomo I.II - O meu caso Arquitectura, imperativo ético do ser 1937-1947 - e D´os meus livros. Neles se vai revelando um jovem Távora em tempo de identificação com a sua vocação.
 

Estes dois novos títulos foram publicados pela Fundação Marques da Silva, em parceria com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e a U.Porto Press, e contaram com o apoio à edição da Câmara Municipal do Porto. Podem ser adquiridos na loja da Fundação Marques da Silva (presencialmente ou online).

 

+ info AQUI 

 

 

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22 de fevereiro de 2024
O PROBLEMA DA HABITAÇÃO: olhar hoje para os Bairros SAAL/Lisboa
1 conferência - 4 percursos - 1 conversa
24 FEV - 20 ABRIL

O ciclo O PROBLEMA DA HABITAÇÃO procura, a partir da experiência dos bairros SAAL/Lisboa, investigar e problematizar as transformações que a cidade atravessou de Abril de 1974 até hoje. O programa, construído por Ana Bigotte Vieira, Ana Catarina Costa e Ricardo Santos, tem início já depois de amanhã, 24 de fevereiro, no Palácio Pimenta, com a conferência "Habitar e Governar", por Amador Fernández-Savater. Seguem-se os percursos a 4 dos 7 Bairros SAAL/Lisboa: Quinta do Alto, de Manuel Magalhães (16.03); Curraleira-Embrechados, de José António Paradela e Luís Gravata Filipe (17.03); Fonsecas-Calçada, de Raúl Hestnes Ferreira (6.04); e Bela Flor, de Artur Rosa (7.04). O ciclo encerra a 20 de abril, num regresso ao Palácio Pimenta, para uma conversa com moradores e moderada pelos curadores, que tem por mote "Problemas e desafios: o discurso dos moradores".

Esta é uma iniciativa do Museu de Lisboa a acontecer um ano após a exposição Políticas de habitação em Lisboa: da monarquia à democracia, que então contou também com o apoio da Fundação Marques da Silva.

+ info sobre este ciclo e formas de participação em: www.museudelisboa.pt
 

Sobre a imagem: Festa de inauguração do Bairro Fonsecas e Calçada, início dos anos 80, s.a., s.d. © Fundação Marques da Silva, Arquivo Raúl Hestnes Ferreira.

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22 de fevereiro de 2024
Raul Leal (1886-1964)

Raul d´Oliveira Sousa Leal foi um escritor, um ensaísta, um poeta, um filósofo, um crítico de arte, um dramaturgo, um polemista de múltiplas causas e de pessoas, um modernista, um futurista, um surrealista, um esoterista, um dandy, um performer, um racionalista, um louco, um visionário... categorias de uma lista que será sempre insuficiente para definir as inúmeras facetas de quem sempre viveu à beira da "vertigem". O seu "descompasso" com o mundo e o facto de parte da sua obra ter permanecido inédita fez cair o nome de Raul Leal, também conhecido pelo pseudónimo de Henoch, num certo esquecimento, não obstante ser reconhecido enquanto figura maior do movimento de Orpheu.

Terá sido seguramente a ligação de Raul Leal a Fernando Pessoa que levou Fernando Távora a reunir uma parte significativa do seu espólio, que hoje se encontra comodatado na Fundação Marques da Silva e a ser estudado por uma equipa de investigadores do Instituto de Filosofia da UP: Rui Lopo, Renato Epifânio e Celeste Natário. RAUL LEAL: LEITOR DE FERNANDO PESSOA, LEITOR DE SI MESMO OU A CRIAÇÃO DO FUTURO, livro que revela textos inéditos ou, até agora, praticamente inacessíveis de Raul Leal "sobre e para Fernando Pessoa" é já um primeiro ponto de chegada desta investigação e um importante contributo para um outro entendimento da obra deste fascinante autor para a história da literatura e da filosofia em Portugal no século XX. O lançamento é na próxima terça-feira, dia 27 de fevereiro, às 18h30, na Fundação Marques da Silva. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
 

Imagens: Caricatura de Raul Leal, [Bartolo ?], 1942; excerto de carta a Marinetti, 1932; primeira página da versão manuscrita de "A Glória de Deus", artigo publicado na revista Presença, por ocasião do 1.º aniversário da morte de Fernando Pessoa, em 1936. © Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora.

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21 de fevereiro de 2024
A TVU. visitou a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE

A TVU. regressou à Fundação Marques da Silva para visitar a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE e entrevistar o coordenador da equipa de curadores, Alexandre Alves Costa. Partilhamos agora o vídeo final. Para ver, clique aqui.

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20 de fevereiro de 2024
MANUEL BOTELHO: OBRA E PROJECTO 1980-2008
Lançamento do livro com Luís Santiago Baptista, Rui Mendes, António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, Duarte Belo e Pedro Baía
22 Fev, 18h30, Biblioteca da Sociedade Nacional de Belas-Artes (Lisboa)

Manuel Botelho: Obra e Projecto 1980-2008 é o livro que traça uma retrospetiva inédita do percurso do arquiteto Manuel Botelho, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022. Com edição de António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, foi publicado pela editora Circo de Ideias e nele se reúne, ao longo de 360 páginas, uma seleção de 27 obras e projetos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia.

Depois da sua apresentação no Porto, na Fundação Marques da Silva, por ocasião do encerramento da exposição Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto, e da sua apresentação em Coimbra, no Departamento de Arquitetura da UC, chegou a vez de o livro ser apresentado em Lisboa, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, já no próximo dia 22 de fevereiro, através de uma conversa entre Luís Santiago Baptista, Rui Mendes, os editores do livro, o fotógrafo Duarte Belo e o coordenador editorial Pedro Baía.

O livro fez parte do programa dedicado ao arquiteto Manuel Botelho que incluiu a realização de exposições, mesas-redondas, visitas às obras e edições, numa parceria entre a Fundação Marques da Silva, FAUP, o Laboratório da Paisagem, Património e Território e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. Contou ainda com o apoio à divulgação da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos.
 

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20 de fevereiro de 2024
"Inovação Fora de Portas-Engenharia Civil" propõe um novo ciclo de visitas

Com o foco em lugares e edifícios emblemáticos da cidade do Porto, Inovação Fora de Portas vai dar início a um périplo de 3 visitas que arranca já a 24 de fevereiro. O encontro é na Estação de Metro de S. Bento, às 10h00 e tem como tema a "monitorização de monumentos históricos durante as obras da Metro do Porto".  Seguir-se-á, a 20 de abril, uma visita à Nacional, edifício projetado por José Marques da Silva e reabilitado pelo Gabinete de Arquitetura Menos è Mais, e, a 15 de junho, ao Time Out Market, projeto de Eduardo Souto de Moura para um antigo edifício situado na ala sul da Estação de S. Bento.
 

Como habitualmente, estas sessões, moderadas pela arquiteta Bárbara Rangel, integram a exibição de um vídeo documental e contam sempre com a presença de convidados especiais. A participação é gratuita, apenas dependente de inscrição prévia no site da Porto Innovation Hub.
 

- 24 FEV: com o Engenheiro António Arêde (link)
- 20 ABR: com a Arquiteta Cristina Guedes (link)
- 15 JUN: com o Arquiteto Luís Peixoto e o Engenheiro Luís Adão Fonseca (link)
 

Programe as suas visitas e faça já a sua inscrição!
 

“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, iniciativa que tem o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizada em parceria pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, Casa da Arquitectura, da  Ordem dos Engenheiros Região Norte e da Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil - LC Porto.

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19 de fevereiro de 2024
TÁVORA NO TEMPO #2
Colóquio Internacional
21 e 22 Fev, Colégio da Trindade (Coimbra)

Nos próximos dias 21 (tarde) e 22 (manhã e tarde), no Colégio da Trindade, vai decorrer um segundo encontro TÁVORA NO TEMPO. Cabe agora do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, com este Colóquio Internacional, dar continuidade ao encontro realizado na Faculdade de Arquitetura, a 21 de outubro passado, convocando um leque de estudiosos da obra de Fernando Távora para dois momentos precisos: o da investigação em desenvolvimento, no dia 21, e o da investigação consolidada, a 22.
 

Esta iniciativa, que, para além do mais, pretende ser também um momento intenso de celebração e de evocação da obra de Fernando Távora, é parte integrante do programa de celebração do centenário deste arquiteto - TÁVORA 100 -, um projeto coordenado e coorganizado pela Ordem dos Arquitectos, pela Fundação Marques da Silva, onde está depositado o seu acervo, e pelas universidades de Coimbra, do Minho e do Porto, onde lecionou, a ter lugar no Porto, em Coimbra, Braga e Guimarães, entre agosto de 2023 e agosto de 2024.

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Imagem do cartaz: © Egídio Santos

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16 de fevereiro de 2024
Renovação dos órgãos sociais da Fundação Marques da Silva

Está concluído o processo de renovação dos Órgãos Sociais da Fundação Marques da Silva, conforme previsto nos seus Estatutos. Conselho Diretivo, Conselho Geral e Conselho Científico estão em início de novos mandatos e se o Conselho Diretivo se mantém inalterado na sua composição - Fátima Vieira, Luís Martinho Urbano, Armando Malheiro e Graciela Machado -, os Conselhos Geral e Científico assinalam a entrada de novos membros.

O Conselho Geral, presidido pelo Reitor da U.P., António Sousa Pereira, é agora formado por 11 elementos. Mantêm-se em funções Andrea Soutinho, Alexandre Alves Costa, José Bernardo Távora, Carlos Maria Pinheiro Torres, Manuel Baptista Barros e Mário Bismarck, e entram Laura Castro, Pedro Baganha, Hugo Barreira e Rui Calçada.
 

O Conselho Científico, presidido por Fátima Vieira, passa a ser composto por 8 elementos. Permanecem João Pedro Xavier, Lúcia Almeida Matos, Mário Barroca, José António Bandeirinha, Gonçalo Canto Moniz e Maria João Pires de Lima, assinalando-se a entrada de Manuel Matos Fernandes.
 

Os novos mandatos têm uma duração de 5 anos, pelo que se manterão em funções até 2029.

 

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Imagem: Claraboia do Palacete Lopes Martins (Fundação Marques da Silva) © Pedro Alves, 2012

 

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15 de fevereiro de 2024
Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou a Criação do Futuro
Lançamento do livro
com Fátima Vieira, Celeste Natário, Rui Lopo e Renato Epifânio
27 de fevereiro, 18h30, Fundação Marques da Silva

Raul Leal: Leitor de Fernando Pessoa, Leitor de Si Mesmo ou A Criação do Futuro é um livro que revela textos inéditos ou, até agora, praticamente inacessíveis de Raul Leal "sobre e para Fernando Pessoa". É também a primeira publicação de uma investigação mais ampla sobre o autor, que decorre no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e a Fundação Marques da Silva, local de acolhimento da valiosa coleção "modernista" reunida pelo arquiteto Fernando Távora, onde se inclui um importante conjunto de manuscritos de Raul Leal, bem como um significativo número de outros registos que permitem (re)descobrir a sua obra e (re)situá-la perante os restantes autores de Orpheu. Com coordenação científica de Celeste Natário, edição literária de Rui Lopo e colaboração na transcrição de Renato Epifânio, nele se apresentam escritos onde é possível percecionar o complexo método de pensamento Raul Leal, a singular e idiossincrática dimensão filosófica da sua produção, a importância de Pessoa e "a importância do processo pessoano que toda a vida acalentou".

O presente volume, publicado na coleção Transversal, é uma edição conjunta da Fundação Marques da Silva, Instituto de Filosofia da Universidade do Porto e U.Porto Press. O seu lançamento está marcado para dia 27 de fevereiro, às 18h30, na Fundação Marques da Silva e contará com a presença de Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, e dos autores para uma conversa sobre o livro, sobre esta enigmática e desconcertante figura da geração de Orpheu, sobre literatura modernista em Portugal e o contexto filosófico e cultural em que esta foi tendo lugar. A sessão é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.
 

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Fotografia: © Fundação Marques da Silva, Telma Dias

 

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9 de fevereiro de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Uma Exposição e um Catálogo

Até aos primeiros dias de março ainda pode visitar ou regressar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. A próxima paragem será em Coimbra, para uma data que nos permite prolongá-la no Porto, na Fundação Marques da Silva, e assim aceder aos muitos pedidos que nos têm chegado para a manter aberta ao público.
 

Mas também, ao entrar ou ao sair, não deixe de parar na Loja da Fundação e de apreciar o CATÁLOGO desta exposição onde, para além das muitas imagens que lhe permitem aprofundar o seu olhar sobre o que se encontra exposto e de uma cronologia biográfica atualizada, se publica um conjunto alargado de textos. São leituras e perspetivas diversas sobre a obra e o pensamento de Fernando Távora, sobre um discurso e um legado que urge continuar a revisitar por ser detentor de uma dimensão que transcende o tempo concreto e cronológico de uma vida, por nele continuar a habitar uma condição de contemporaneidade.

Este livro também pode ser adquirido através da nossa Loja online.

 

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8 fevereiro de 2024
Bartolomeu Costa Cabral e a procura da humanização da arquitetura

O Bairro do Pego Longo, situado em Queluz, na freguesia de Belas, começou a ser projetado por Bartolomeu Costa Cabral em 1976, no contexto do Processo SAAL. Tinha por fim resolver os problemas de habitação de um território degradado, em contacto próximo com as populações que de modo tão precário o ocupavam, criando simultaneamente condições para a sua recuperação paisagística.

O processo de reconversão urbanística consistiu em fazer um plano evolutivo que englobava áreas limítrofes para ampliação, de forma a poder ser feita a substituição das barracas existentes em habitações. Foram criadas casas tipo com um ou dois pisos conforme as condições topográficas, mas todas de moradia em banda. A cozinha era o elemento central da casa. E foi atendido, com a integração de logradouros (para flores na frente e para horta e animais atrás) e a possibilidade de as moradias seguirem um regime de auto-construção, o facto de grande parte da população dessas barracas ter uma origem rural ou dedicar-se à construção civil. O sistema construtívo procurava, assim, ser muito simples e adaptado aos meios disponíveis. O plano, de construção lenta e onde se incluía também a elaboração de projetos de infraestruturas e arranjos dos espaços exteriores, arrastou-se no tempo, transitando, após cessação do SAAL para a Câmara Municipal de Sintra. Veio a prever a construção de blocos de habitação coletiva, de uma igreja e de uma escola, entre outras valências. Ainda não se encontra finalizado, mas isso não obsta a que tenha adquirido uma unidade e identidade urbanas.
 

Bartolomeu Costa Cabral sempre se orgulhou de ter conseguido manter uma boa relação com as pessoas do Bairro, tendo, ao longo destas décadas, conhecido mais do que uma geração dos seus habitantes. Como fez questão de afirmar: "A arquitetura tem de falar às pessoas, tem de ser uma companhia, tem de dar um sentido aos espaços criados e só assim podemos falar da sua humanização. Julgo que nas obras que fui fazendo ao longo da minha vida profissional existe este traço comum de relação com as pessoas independentemente do valor e grandeza do edifício e da sua função específica (...)." ("A Ética das Coisa", 2019)
 

Foi o movimento moderno que fez Bartolomeu Costa Cabral apaixonar-se pela Arquitetura e lhe deu "a compreensão, o gosto e o prazer de toda a arquitetura dos tempos idos, e que continuam tão frescos e atuais." A atualidade e relevância da sua arquitetura está bem presente nos muitos projetos que desenvolveu no curso da sua longa carreira de arquiteto e que o vasto acervo doado à Fundação Marques da Silva documenta. Está também em evidência na exposição Todos os tempos se cruzarão, patente ao público na Sala da Cidade (Coimbra) até 2 de março, onde se encontram expostos outros dois projetos seus, a Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e a Casa de Taipa, em Beja, testemunhos de que "a arquitetura e a arte têm sabido encontrar estratégias que estruturam o território, o recriam e reavivam o seu tecido mais profundo, retomando as suas possibilidades esquecidas, consolidando-o."
 

Bartolomeu Costa Cabral nasceu a 8 de fevereiro de 1929, faz hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

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8 fevereiro de 2024
Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha
Encerramento da 1.ª edição
Exibição de vídeo sobre a obra premiada + Conferência + Conversa
14 FEV - 18h30 - Fórum da Maia

"Um vídeo, uma conferência e uma conversa para (vi)ver a arquitetura", assim nos é apresentado o programa de encerramento da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, a ter lugar no Fórum da Maia, no próximo dia 14 de fevereiro, a partir das 18h30.
 

A sessão abrirá com a projeção de CAMPO-PONTE-PRAÇA, o vídeo sobre a obra premiada, o ISMAI – Estádio, realizado por Mariana Bártolo. Seguir-se-á a conferência IDEIAS E COISAS, pela dupla de arquitetos de Navarra Pereda | Pérez. Em sintonia com as linhas programáticas deste Prémio e da obra que venceu esta primeira edição, estes arquitetos "acreditam que a correspondência entre ideias e coisas acontece na busca da essencialidade das primeiras, em resposta às necessidades, à experiência do espaço de arquitetura e à sua construção." E concluir-se-á com uma conversa entre a realizadora, os arquitetos conferencistas e Luís Pinheiro Loureiro, um dos três arquitetos que assinam a autoria do projeto vencedor. A entrada é livre.
 

José Carlos Loureiro (1925-2022), José Manuel Loureiro (1951) e Luís Pinheiro Loureiro (1984), os autores de ISMAI - Estádio, representam três gerações de arquitetos, pertencentes a uma mesma família e todos formados no Porto. Com o falecimento, em 2022, de José Carlos Loureiro, cujo acervo foi doado à Fundação Marques da Silva, filho e neto dão agora continuidade ao GALP, Lda. — Gabinete de Urbanismo, Arquitectura e Engenharia. O construtor desta obra, adjudicada pela Maiêutica – Cooperativa de Ensino Superior – C.R.L.,  foi a LUCIOS Engenharia e Construção.
 

O Prémio Municipal de Arquitectura João Álvaro Rocha, organizado pela APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, com o apoio da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Norte, é uma iniciativa autárquica (Câmara Municipal da Maia, Maia Cultura) de periodicidade bianual e destina-se à valorização, reconhecimento e promoção de Edificações e Espaços Públicos localizados no Município da Maia, que se destaquem não só pela sua qualidade arquitetónica e urbanística, mas sobretudo pela sua função social, cultural e inserção urbana.
 

+ info: www.pma.joaoalvarorocha.pt

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7 de fevereiro de 2024
Atelier + Exposição NOMADE: o vídeo da TVU.

A TVU. visitou a exposição NOMADE e falou com Graciela Machado, coordenadora do Atelier Nomade e artista em residência no Armazém/Depósito da Fundação Marques da Silva da rua Visconde de Setúbal, que nos contextualizou, no testemunho então recolhido, este acontecimento expositivo e laboratorial, assim como nos explicou a razão de ser deste lugar inédito para acolhimento de todas as ações desenvolvidas no âmbito do Atelier. Uma reportagem em vídeo que pode agora ser vista e onde se torna visível o clima de festa em que decorreu esta Exposição, a mostrar o resultado do atelier e a permitir a partilha de experiências de impressão litográfica em tempo real.
 

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7 de fevereiro de 2024
O invulgar percurso de António Teixeira Guerra, um arquiteto que perseguiu o sonho de ter um castelo

O percurso formativo de António Teixeira Guerra não passou pelas escolas nacionais. A carreira diplomática do seu pai, o embaixador Ruy da Fonseca e Sousa Camões Teixeira Guerra, assim o ditou. Depois da frequência de escolas no Canadá e na Alemanha, acabou por iniciar os seus estudos em Arquitetura na Universidade de Yale, em 1946. Seguiu depois para Lausanne, na Suíça, onde veio a obter o seu diploma, com nota máxima, dez anos mais tarde, sendo aí convidado a exercer as funções de assistente do Professor Jean André Tschumi, então Diretor da Escola Politécnica e Presidente da UIA. No ano seguinte, após exame realizado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, obtém a equiparação académica que lhe permite começar a exercer a atividade de arquiteto e urbanista em Portugal.
 

Teixeira Guerra regressou ao seu país de origem para, a partir da década de 60, se afirmar profissionalmente enquanto consultor em matéria de planeamento turístico - caber-lhe-á, por exemplo, elaborar, com José da Silva Lopes, as bases para o primeiro Plano de Desenvolvimento Turístico de âmbito nacional - e enquanto arquiteto liberal - data desse período, o primeiro desenho aqui publicado, uma perspetiva da moradia para o Eng.º João Serra ou, juntamente com Carlos Manuel Ramos, a autoria do edifício da Avenida Marechal Gomes da Costa para a DIALAP – Sociedade Portuguesa de Lapidação de Diamantes, onde se encontra atualmente instalada a sede da RTP. Em 1977, já depois de lhe ter sido reconhecido, pela OCDE, o estatuto de "perito turístico", vai fundar a A.D.R. - Agência de Desenvolvimento Regional, Lda, um gesto de consolidação do seu interesse pelo planeamento. Mas foi também assombrado por um projeto tornado matéria quase obsessiva de trabalho a partir de finais da década de 80, na terra de onde se inscrevem as raízes da família Teixeira Guerra. A perda do sonho de vir a ser o proprietário do Castelo do Crato, em Portalegre, pertencente ao seu pai e por este doado ao Município em 1989, levá-lo-ia a lutar pela adjudicação do projeto de conservação e revitalização das ruínas, que consegue em 1991, e a criar, em 1996, a Fundação do Castelo do Crato, da qual se assumirá como Presidente, Arquiteto e Administrador. Seria esta a forma de materializar os projetos, arquitetónicos e programáticos, que ao longo de várias décadas tinha vindo a realizar para este lugar em cujo interior tinha chegado mesmo a pensar instalar o seu próprio mausoléu. E lutou por essa Fundação, tentando obter financiamento junto das mais variadas entidades, na Europa e nos EUA. Em 2009, através desta Fundação ainda chega a publicar a sua tradução de Eupalinos, de Paul Valéry, numa edição conjunta com a Cavalo de Ferro. Algumas obras de conservação foram realizadas. Teixeira Guerra acaba por falecer em 2012 e este não foi o seu destino final. A Fundação do Crato é a última obra que deixa inscrita no CV que acompanha a documentação existente em Arquivo. O castelo encontra-se agora abandonado.
 

Em 2021, os seus herdeiros doaram o acervo do arquiteto Teixeira Guerra, constituído por 4.500 peças desenhadas, cerca de 5 metros lineares de documentação escrita e 103 fotografias, à Fundação Marques da Silva. A descrição sumária deste acervo, uma breve nota biográfica e uma primeira lista de obras acaba de ser publicamente disponibilizada para consulta no Arquivo Digital da instituição, sendo igualmente possível efetuar já consultas presenciais desta documentação.
 

António Teixeira Guerra nasceu a 7 de fevereiro de 1929, em Lisboa. Faria hoje 95 anos.


 

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5 de fevereiro de 2024
Desvendar o porquê do que se vê
A conversa de sábado sobre uma exposição ainda a visitar

Muitos foram os que acorreram à Fundação Marques da Silva, no passado sábado, para assistir ao encontro pensado para assinalar o encerramento da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Nem todos acabaram por caber na sala, aproveitando, em muitos casos, para revisitar as salas do Palacete por onde a exposição vai tendo lugar. Mas quem conseguiu estar presente teve a oportunidade única de ouvir Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes, os curadores dos cinco núcleos temáticos contemplados nesta exposição ("referências"; "viagens"; "tratados de arquitetura"; "literatura modernista"; e "aulas", respetivamente), falarem não só sobre os conteúdos selecionados, como também sobre a forma como encararam o convite feito pelo coletivo de curadores da secção central da exposição, sobre os dilemas enfrentados, sobre o caminho percorrido até essa proposição final, tornada visível e visitável na exposição. Diferentes vozes sobre o que representa, afinal, o desafio de expor e de comunicar, de forma inteligível e a um público transversal, arquitetura.
 

Todos estes curadores se confrontaram com pressupostos comuns: uma mesma solução expositiva, as mesas desenhadas por João Mendes Ribeiro, também elas ligante e reforço dessa pertença a um mesmo corpo comum; uma mesma proveniência dos materiais e documentos a expor, o  arquivo depositado na Fundação Marques da Silva; e a necessidade, não obstante a direção própria de cada tema, de selecionar, de mostrar fragmentos, de chegar às melhores escolhas sobre um universo tão amplo e onde o todo será sempre mais do que a mera soma das partes que o compõem. Os núcleos temáticos desta exposição tiveram como propósito ajudar a compreender a pluridimensionalidade distintiva de Fernando Távora, mostrar a sua ampla erudição, alguns traços definidores da sua personalidade e interesses, um modo de vida cuja leitura não pode ser nunca dissociada do seu "ser arquiteto". Como foi referido na sessão, arquitetura era, para Távora, vida: vida vivida e vida construída, uma no prologamento da outra. E essa é uma condição que inevitavelmente implicava a existência de pontos de confluência entre as várias abordagens que se poderiam propor, tornando ainda mais importante fazer acontecer este momento em que cada curador poderia explicar o sentido que presidiu às suas opções, o modo como trabalharam os respetivos temas. Foi então desvendado o porquê do destaque atribuído à história e à geografia, à ideia do "ser português" e do "ser moderno", a busca de soluções de eternidade, a heterodoxia de Távora, enquanto subtemas que funcionaram como linhas dominantes para as "referências"; as memórias de quem foi companheiro de tantas viagens, numa rememoração através do tempo que veio a servir de pano de fundo aos desenhos e fotografias mostradas; as circunstâncias que estiveram na base da construção de uma coleção de Tratados de Arquitetura e indicaram o sentido de uma apresentação cronológica dos títulos escolhidos; identificado o desassossego que aproxima Távora de Pessoa, assim como os múltiplos diálogos com outros autores modernistas (mas não só), a deixarem entrever interesses que habitam o seu pensamento; a longa linha do tempo do professor, com as suas nuances e múltiplos contextos, sempre acompanhadas de uma forma invulgar de construir um discurso envolvente, de transpor a palavra ao desenho, bem expressas nas aulas gravadas do ano da jubilação. Foi uma sessão que trouxe um outro olhar sobre o que cada curador entendeu, na circunstância específica desta exposição, dever ser valorizado, transmitido e podia ser compreendido. Foi um tornar evidente como a partir da consulta do arquivo é possível construir e ilustrar um discurso legível, deixando subjacente a relevância da memória de Távora, passada, presente e futura.
 

A exposição entrará em itinerância, porém, e essa é uma boa notícia, com o agendamento da sua próxima apresentação - em Coimbra - a permitir responder favoravelmente aos muitos pedidos que nos têm chegado de prolongamento. Poderá, assim, até dia 9 de março continuar a visitar FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE na Fundação Marques da Silva, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).

 

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5 de fevereiro de 2024
Quando as pedras ganham vida e transformam lugares
Atelier e Exposição Nomade

Vieram da Faculdade de Belas Artes do Porto (FBAUP), chegaram de Bruxelas (Académie Royale des Beaux Arts) e de Saint-Étienne (École Supérieur d´Art et Design) para participar no Atelier Nomade, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado. O destino era o Armazém/Depósito pertencente à Fundação Marques da Silva, na Rua Visconde de Setúbal, no Porto. Aí, ocupando áreas de reserva, áreas desocupadas e o logradouro, montaram as suas oficinas de investigação e criação artística. Tinham um interesse comum sobre a prática da litografia, técnica de gravura que tem na pedra calcária a sua matriz de impressão, e partilhavam a vontade de cruzar temporalidades distintas. O desafio passava por aportar novos sentidos, sentidos contemporâneos, a documentos provenientes de arquivos e por percorrer a cidade e alguns dos seus espaços para lhes descobrir outras zonas de visibilidade.
 

O grupo visitou a exposição "Voices of Landscape", com Pedro Maia, e, ainda na FBAUP, encontrou-se com os artistas plásticos David Lopes e António Regis da Silva, ambos a desenvolver atualmente trabalho e investigação na área da impressão. Passou pela Biblioteca Pública e Municipal do Porto, com o objetivo de ficar a conhecer as importantes coleções de mapas e títulos ligados à cartografia existentes nesta instituição, na companhia de João Garcia. Com Júlio Dolbeth e Rui Vitorino Santos explorou o horizonte das ligações entre a litografia e a história da ilustração em Portugal. Outras abordagens mais técnicas sobre a impressão litográfica tiveram lugar com Marta Belkot (tintas), Graciela Machado (papel) e Catarina Marques da Cruz (pedra). Foi ainda incluído neste périplo de ações, uma passagem pela sede da Fundação Marques da Silva, para uma visita guiada por Paula Abrunhosa, e para assistir às comunicações de Gonçalo Furtado sobre a presença da arquitetura de Marques da Silva na cidade do Porto, e de José Manuel Brandão sobre a história da litografia (no mundo e em Portugal), desta vez sob o ponto de vista da geologia e do que esta ciência nos pode dizer sobre a sua matéria-prima: a pedra calcária que remonta ao período Jurássico. Subdividiram-se em quatro grupos, liderados por Artur Prudente, Flor Rabaçal, David Lopes e Marta Belkot, para fazer incursões pela cidade. Observaram, ouviram, fotografaram, registaram e desenharam.
 

De regresso às oficinas da rua do Visconde de Setúbal, os participantes deste atelier lançaram mãos ao trabalho, partilhando experiências, testando, improvisando, (re)criando. Muito do que foi feito pôde ser visto na passada sexta-feira por todos os que vieram juntar-se à festa de encerramento do Atelier - a Exposição Nomade -, que as fotografias de Telma Dias documentam. E como foi surpreendente ver as mudanças que estes "novos habitantes" trouxeram ao lugar, como os espaços internos do Armazém/Depósito e o logradouro se transformaram e ganharam uma nova vida! Mas este não é ainda um projeto finalizado. A residência de Graciela Machado, onde se intersectam os seus dois espaços prioritários de ação - a FBAUP e a Fundação Marques da Silva - promete continuar a trazer novidades e renovadas razões para se voltarem a abrir as portas ao público de um lugar até agora tão pouco conhecido.
 

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+ info: Atelier Nomade

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2 de fevereiro de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Sessão de Encerramento da Exposição
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva

É já amanhã, às 15h30, que os curadores dos 5 núcleos temáticos da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE - Ana Tostões (Referências), Sergio Fernandez (Viagens), Domingos Tavares (Tratados de Arquitetura), Celeste Natário (Literatura Modernista) e Manuel Correia Fernandes (Aulas) - se reúnem na Fundação Marques da Silva para uma conversa moderada por Alexandre Alves Costa e aberta a todos. A sessão assinala o encerramento deste primeiro momento da exposição e estão todos convidados. A entrada é livre sujeita apenas à lotação do espaço.

 

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2 de fevereiro de 2024
EXPOSIÇÃO NOMADE
hoje, a partir das 16h, na rua Visconde de Setúbal, n.º 70

Entre as 16h e as 18h, encontro marcado na Rua Visconde de Setúbal, n.º 70. Sim, este espaço também pertence à Fundação Marques da Silva e ao longo desta semana foi a base de operações do Atelier Nomade, iniciativa organizada no contexto de uma residência artística de Graciela Machado. Agora, chegou o momento de mostrar publicamente o trabalho desenvolvido, chegou o momento da EXPOSIÇÂO NOMADE. O foco foi a prática da litografia, mas vai seguramente surpreender-se com o que este grupo internacional de alunos e professores conseguiu realizar. A entrada é livre, basta aparecer!

 

 

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2 de fevereiro de 2024
Alexandre Alves Costa, a arquitetura tornada presente

Alexandre Alves Costa, Professor Jubilado da Universidade do Porto, admirado por tantas gerações de alunos, completa hoje 85 anos de idade. A sua atividade, porém, como arquiteto, como autor de obras de arquitetura (que continua a assinar, juntamente com Sergio Fernandez, pelo Atelier 15) e de obra escrita, como conferencista, como curador, como divulgador de arquitetura, como voz crítica e interventiva, permanece intensa e sem dar sinais de cedência a um qualquer tipo de esmorecimento.

Em 18 de julho de 2023 foi homenageado pela Ordem dos Arquitectos, prepara-se para lançar mais um novo livro, Argumentos 2, e assumiu a coordenação das ações programadas por iniciativa da Fundação Marques da Silva para comemoração do centenário de Fernando Távora, entre elas a curadoria, à frente de um coletivo de mais 5 arquitetos, da exposição Fernando Távora. Pensamento Livre. A remodelação do Cinema Batalha ou do antigo Liceu Alexandre Herculano, ambos na cidade do Porto, são exemplos recentes de uma trajetória onde a intervenção em lugares com valor patrimonial assume uma expressão própria, onde a requalificação e os processos de transformação se ancoram num olhar perspicaz e dialogante - com a história, com o lugar, com o presente -, onde se procura interpretar e iluminar a poesia existente na "ruína". E ainda na passada sexta-feira, 27 de janeiro, em Paião (Figueira da Foz), mais um importante projeto foi concluído: o restauro e refuncionalização do Mosteiro de Santa Maria de Seiça, imóvel de importante valor patrimonial e cultural, cujas origens remontam ao século XII, entretanto classificado como Monumento Nacional. O programa desenhado para Santa Maria de Seiça seguiu duas linhas distintas: a consolidação da fachada monumental da igreja, em ruínas, por um lado; e a reabilitação do edifício monástico adjacente, por outro. O tratamento da ruína, assumindo o seu valor de metáfora e de símbolo, de memória si mesma; as instalações conventuais, numa resposta a um pensamento sobre o presente, sobre a cidade contemporânea.
 

Em 2022, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez doaram os respetivos arquivos profissionais à Fundação Marques da Silva. Mas de que melhor forma, para alguém que sempre teve por objetivo ser arquiteto, do que celebrar o seu aniversário a partir da arquitetura que continua a projetar e a reinventar, da obra que continua a produzir e a propor?
 

Alexandre Alves Costa nasceu no Porto, a 2 de fevereiro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto! 
 

Imagens gentilmente cedidas por Miguel Ribeiro.

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31 de janeiro de 2024
Exposição NOMADE
2 FEV - 16H/18H - Fundação Marques da Silva
(R. Visconde de Setúbal, 70, Porto)

Sabia que a Fundação Marques da Silva tem um Armazém/Depósito na rua do Visconde de Setúbal? Tem vontade de o conhecer? Pois a oportunidade para o visitar surgiu agora. Aqui, para onde se começou a expandir também o espaço de reserva da Fundação, instalou-se o Atelier Nomade. Parte do trabalho desenvolvido ao longo desta semana intensa de atividades vai ser mostrado no próximo dia 3, a partir das 16h. Estão todos convidados. A entrada é livre.
 

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26 de janeiro de 2024
PAISAGENS CONSTRUÍDAS: O Passado e o Presente da Arquitetura Portuguesa em 16+1 Obras
Lançamento do livro
Com Valdemar Cruz, o autor, e os arquitetos Eduardo Souto de Moura, Camilo Rebelo e Marta Brandão
3 FEV - 17H - Biblioteca de Serralves

A partir de escolhas de mais de meia centena de arquitetos, críticos, curadores, professores das Faculdades de Arquitetura, artistas plásticos, engenheiros civis, fotógrafos, e um geógrafo, Valdemar Cruz construiu um corpo de 16 obras representativas do que de melhor se fez na arquitetura portuguesa desde o início do século XX até a atualidade. São elas o território deste livro, são elas que definem estas PAISAGENS CONSTRUÍDAS, são elas que habitam os textos de Valdemar Cruz, as entrevistas a quem as projetou e as fotografias de Inês d´Orey. E o autor faz questão de sublinhar, "este é, antes de mais, um livro de histórias e com histórias. Podendo e devendo interessar a arquitetos e estudantes de arquitetura, foi pensado para toda a gente...".
 

O livro, com design gráfico de André Cruz é uma ediçao de autor que tem o apoio da Fundação Marques da Silva. O lançamento oficial vai ser a 3 de fevereiro, na Biblioteca de Serralves, com uma conversa que conta com a presença do autor e dos arquitetos Eduardo Souto de Moura, Camilo Rebelo e Marta Brandão. A entrada é livre.


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30 de janeiro de 2024
Estação de S. Bento: "firmitas", "utilitas", "venustas"

Frequentada por milhões de passageiros a cada ano que passa, visitada por milhões de turistas que vêm apreciar as linhas da fachada, a imponência do grande átrio com as paredes revestidas pelos painéis de azulejos de Jorge Colaço, a leveza da gare metálica, a boca de entrada no túnel, a estação de S. Bento, projetada por José Marques da Silva e classificada como imóvel de interesse público em 1997, continua a somar distinções. Em janeiro deste ano volta de novo a ser eleita pela revista "European Best Destinations" uma das 10 estações de caminho de ferro mais bonitas da Europa, ocupando um honroso sétimo lugar. Aqui se cumpre a tríade vitruviana: "firmitas", "utilitas", "venustas".

 

Sobre a Estação de S. Bento

 

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29 de janeiro de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Encerramento da Exposição
Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Celeste Natário, Domingos Tavares, Manuel Correia Fernandes e Sergio Fernandez
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva

No próximo dia 3 de fevereiro, os cinco curadores dos núcleos temáticos da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE - Ana Tostões (Referências), Sergio Fernandez (Viagens), Domingos Tavares (Tratados de Arquitetura), Celeste Natário (Literatura Modernista) e Manuel Correia Fernandes (Aulas) - reúnem-se na Fundação Marques da Silva para uma conversa moderada por Alexandre Alves Costa.  Aqui nos falarão sobre os temas que trataram, sobre Fernando Távora, sobre o que significa trazê-lo à memória no nosso tempo.

Com esta sessão assinala-se também o encerramento da exposição na Fundação Marques da Silva. A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço. Começa às 15h30.

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29 de janeiro de 2024
Exposição NOMADE
2 FEV - 16H - Fundação Marques da Silva
(R. Visconde de Setúbal, 70, Porto)

Arranca hoje, 29 de janeiro, o Atelier Nomade, uma iniciativa centrada na prática da litografia, mas onde se envolvem vários tipos de saberes: tecnológico, científico e artístico. Um grupo de participantes, nacionais e internacionais, vão viver ao longo desta semana uma experiência laboratorial, juntamente com especialistas de áreas tão distintas como a ilustração, a geologia ou a geografia urbana, que os vai levar a percorrer locais tão distintos como a Faculdade de Belas Artes do Porto, a Biblioteca Pública e Municipal do Porto e a própria cidade, para regressarem aos Armazéns/Depósito da Fundação Marques da Silva situados na rua Visconde de Setúbal, base de operações do Atelier, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado, nesta instituição.
 

A 3 de fevereiro este Armazém/Depósito vai abrir-se ao público e parte do trabalho desenvolvido será dado a conhecer através da Exposição Nomade. Uma ocasião única para descobrir este espaço tão pouco conhecido da Fundação Marques da Silva e para se deixar surpreender com o que pode resultar de uma abordagem contemporânea e reativa sobre uma prática centenária de impressão, de um questionamento impulsionado por visitas a arquivos e percursos pela cidade do Porto.
 

O Atelier Nomade, atividade acolhida e apoiada pela Fundação Marques da Silva, é parte integrante do programa europeu de pesquisa e inovação pedagógica Arts and Crafts Aujourd´hui, e conta com a participação de alunos, professores e investigadores de uma rede alargada de instituições e grupos de interesse: Faculdade de Belas-Artes do Porto, i2ADS, Pure Print Archeology, Académie Royale des Beaux Arts de Bruxelles e École Supérieur d´Art et Design de Saint-Étienne.
 

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28 de janeiro de 2024
A propósito de um desenho académico de David Moreira da Silva

Num Arquivo que tem vindo a ampliar de forma continuada o seu património documental e com milhares de desenhos a requerer atenção, a gestão dos recursos e consequente calendarização de trabalhos vai obedecendo a múltiplos fatores e circunstâncias. Significa isto que chegou o momento de se iniciar, de forma sistemática, uma revisão do modelo de acondicionamento e de proceder ao levantamento de necessidades de tratamento de conservação e restauro dos desenhos de grande dimensão produzidos por David Moreira da Silva, durante o seu período de formação em Paris.

Este regresso aos documentos não se restringe, contudo, a um olhar mais apurado sobre a sua materialidade, mas é também uma oportunidade de os questionar e de reunir nova informação sobre o âmbito e contexto da sua produção. Foi o caso deste grande desenho com o projeto de uma aerogare, que tinha apenas associada a seguinte informação: o número 44 (provavelmente o número de submissão a concurso); a identificação do autor, "Moreira"; e do atelier onde foi desenvolvido, "Laloux-Lemaresquier".

Sabemos, portanto, que terá sido executado entre 1931, data em que David Moreira da Silva partiu para a capital francesa, e 1939, data em que concluiu os cursos de arquitetura e urbanismo, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (ENSBA) e no Institut d´Urbanisme de l´Université de Paris. Porém, uma pesquisa a publicações da época permite-nos apurar o foi o ano exato da sua execução, pois ficamos a saber que este tema foi lançado pela ENSBA a 15 de julho de 1937, pelo Professor de Teoria do Curso de Arquitetura, Louis Madeline. Tratava-se de um "projet de vacances", a concluir até ao mês de outubro. A razão da sua proposição estava à cabeça do programa publicado: "Assistimos hoje em dia a um prodigioso desenvolvimento da aviação comercial".  E na publicação da École, do mês de novembro, onde se anunciam os resultados do concurso, reforça-se a pertinência desta opção temática, uma novidade justificada pelo facto de ser necessário encontrar respostas, "com um carácter verdadeiramente plástico", na construção de edifícios destinados à aviação, uma atividade em plena evolução e cujas exigências logísticas, de implantação e de circulação ainda estavam a ser determinadas. Refira-se, por outro lado, que este é também o ano da Exposição Universal dedicada às Artes e Técnicas Aplicadas à Vida Moderna, que vai ditar a construção da aerogare do aeroporto Le Bourget, sob projeto de Georges Sabro, arquiteto que passara pelo mesmo atelier frequentado por David Moreira da Silva, Laloux-Lemaresquier. Inaugurada em novembro de 1937, aí se acolhe, desde 1975, o Musée de l´air et de l´espace.

E, em matéria de aviação, que ressonâncias se faziam sentir no Porto? Ainda em anos recentes, em 2007, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro recebeu o galardão do melhor do mundo na categoria de aeroportos até 5 milhões de passageiros, mas qual era a situação entre finais da década de 30 e os primeiros anos da década de 40 do século XX? Trata-se de uma perspetiva complementar ao enquadramento do "nosso" documento, pelo que não a aprofundaremos, mas não deixa de ser curioso referir que aquele que começou por ser o Aeroporto de Pedras Rubras, também conhecido como o Aeroporto do Porto, assinalou a chegada do 1.º voo, proveniente de Lisboa, por esses anos, mais exatamente a 12 de dezembro de 1945. O novo complexo, ponto de chegada de um processo negocial a envolver o Estado e vários municípios, decorrido em pleno cenário de Guerra Mundial, era constituído por 2 pistas, uma aerogare de madeira, os serviços técnicos e uma torre de controlo também de madeira. Foi assim inaugurado com a chegada de um monoplano “Proctor” e dos 3 biplanos modelo “Dragon Rapid” que traziam os convidados da Companhia de Transportes Aéreos (CTA, antecessora da TAP). O voo de ligação entre as duas cidades motivou uma celebração presidida pelo chefe de estado, Óscar Carmona, onde participaram o Tenente Coronel Humberto Delgado, então diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil, e outras altas individualidades civis e militares, entre elas, o Capitão Piloto Aviador gaiense Luís Gomes de Oliva Telles que, transitando do Aeródromo de Espinho, tinha sido nomeado Diretor do Aeroporto do Porto. Quanto à aerogare propriamente dita, o edifício mais importante, com projeto de Alberto de Sousa, viria a ser construído posteriormente, entre 1945-48, tendo sido a obra adjudicada ao eng.º Fernando Moreira de Sá. Muito haveria para contar sobre a progressiva necessidade de expansão deste aeroporto que, em 1990, inaugurou a aerogare projetada pelo atelier GPA (cujo arquivo também foi doado a esta Fundação), ano da mudança para o nome atual de Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Mas regressemos a David Moreira da Silva e a este exercício académico de 1937.

O desenho, feito a tinta-da-china, lápis, guache e aguada, contempla o alçado principal, planta, corte e arranjo urbanístico do projeto de arquitetura. Nele domina a fachada Art Déco, que tem associada a representação de um avião, e a planta. Está sinalizado um amplo hall, em sintonia com o programa, assim como zonas distintas de partida e chegada de passageiros, um armazém para bagagem, a alfândega e zonas destinadas a restaurante, cozinha e quartos de banho. Num concurso onde não foi atribuído o primeiro prémio, mas sim 12 segundas medalhas, o trabalho de David Moreira da Silva recebeu uma "Mention".

Como já referido, com dois diplomas obtidos em França, de arquiteto, com um projeto final para uma Cidade Universitária, e de urbanista, com um projeto sobre Les villes qui meurente sans se dépeupler, depois de viagens por vários países europeus, David Moreira da Silva regressou ao Porto em 1939. Se a sua carreira, enquanto arquiteto liberal, já se tinha iniciado em 1934, com um primeiro projeto para a Sede da Cooperativa dos Pedreiros, é claro o impulso recebido após a estadia em Paris, assinalando-se a partir desta data uma intensa atividade como urbanista, seja como consultor dos municípios de Aveiro, Barcelos, Guimarães, Matosinhos, Paredes e Valongo, seja como autor de quase duas dezenas de anteplanos de urbanização que se estendem por todo o território nacional, só durante a década de 40 (projetos que a partir de 1943 passam a ser desenvolvidos em parceria com Maria José Marques da Silva, arquiteta com quem se casa e funda atelier conjunto). Iniciou também a carreira de professor ao ser convidado, em 1946, a reger, na Escola de Belas Artes do Porto, a cadeira de Urbanismo do Curso Superior de Arquitectura, mantendo-se em funções até ao ano académico de 1960-61.

Hoje, passam 115 anos sobre o nascimento de David Moreira da Silva, o arquiteto que acompanhou Maria José Marques da Silva no gesto que veio a dar origem a esta Fundação.

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26 de janeiro de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Encerramento da Exposição
Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Celeste Natário, Domingos Tavares, Manuel Correia Fernandes e Sergio Fernandez
3 FEV - 15,30H - Fundação Marques da Silva

A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE foi organizada a partir de duas linhas, complementares e convergentes, mas distintas até no próprio espaço físico da exposição. Um percurso central, para apresentar 7 obras de arquitetura de Fernando Távora (no  1.º piso do Palacete Lopes Martins), e 5 núcleos temáticos, para desenhar o fascinante universo cultural, intelectual e de vida deste arquiteto (4 no piso térreo do Palacete e 1 na Galeria da FAUP). Para cada um destes núcleos foi convidado um curador específico: Ana Tostões, "Referências"; Domingos Tavares,"Tratados de Arquitetura"; Sergio Fernandez, "Viagens"; Celeste Natário, "Literatura Modernista"; e Manuel Correia Fernandes, "Aulas". São eles os convidados para um último encontro a propor no contexto desta exposição, enquanto patente ao público na Fundação Marques da Silva.
 

No próximo dia 3 de fevereiro, dia de encerramento de FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, estes cinco curadores reúnem-se para, numa conversa moderada por Alexandre Alves Costa falarem sobre os temas que abordaram, sobre Fernando Távora, sobre o que significa trazê-lo à memória no nosso tempo. A sessão, aberta a todos, tem início às 15h30 e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

Esta é mais uma iniciativa do programa Távora 100.

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26 de janeiro de 2024
Assim foi o lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE

O lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE decorreu num ambiente marcado pela emoção. A emoção de ver o auditório Fernando Távora repleto por todos os que sentiram a urgência de estar presente, por tantos jovens aspirantes a arquitetos que à falta de lugares sentados ocuparam escadas e alas daquele espaço, criando uma impressiva moldura humana; a emoção de um sentir comum perante a devida homenagem ao professor, ao colega, ao arquiteto, ao amigo que Fernando Távora foi; a emoção de acompanhar a partilha de histórias incomuns de quem se cruzou na vida, na escola, na procura do entendimento e do fazer arquitetura; a emoção de ver reunidas memórias que reconhecem o significado e o carácter próprio de uma vida e de uma obra que é património coletivo, a cuidar, a revisitar, a permanentemente estudar.
 

A sessão de ontem abriu com as palavras de Filipa Guerreiro, de Conceição Melo e de Fátima Vieira, para dar lugar às vozes atentamente escutadas de Alexandre Alves Costa, Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza. O Catálogo aí está, um testemunho de um momento único de reflexão e diálogo com o legado de Fernando Távora, enquanto a exposição que lhe  dá razão de ser, se prepara para entrar na última semana de abertura ao público na Fundação Marques da Silva. FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE entrará depois em itinerância, mas ainda a 3 de fevereiro, haverá a oportunidade de ouvir os curadores dos 5 núcleos temáticos que a acompanham: Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes. Será um encontro moderado por Alexandre Alves Costa, a assinalar o encerramento. Começa às 15h30, na Fundação Marques da Silva. Contamos consigo!

 

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24 de janeiro de 2024
Newsletter Janeiro 2024

Em véspera de lançamento do catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE e já com muitas outras iniciativas em curso ou em preparação, publica-se a primeira newsletter de 2024 da Fundação Marques da Silva.
 

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12 de janeiro de 2024
ATELIER NOMADE: in situ litography
29 jan - 2 fevereiro 2024 - Residência artística/visitas/Conferências
Exposição NOMADE
2 de fevereiro 2024, 16h, R. Visconde de Setúbal, 70 (Porto)

"Atelier Nomade: in situ lithography" reúne saber tecnológico, científico e artístico, em contexto laboratorial. É um projeto que se propõe explorar, a partir de um olhar contemporâneo sobre a litografia, esta prática centenária de impressão recuperando processos históricos, mas contrapondo-os com saberes partilhados por especialistas de outros domínios e áreas do saber, como a ilustração, a geologia ou a geografia urbana. A matéria primeira de pesquisa e de ação para o trabalho a desenvolver assenta na seleção de documentos/objetos preservados em Arquivos e na relação que este estabelecem e continuam a estabelecer com os contextos urbanos em que foram produzidos.
 

Este primeiro Atelier Nomade, organizado no contexto de uma residência artística de Graciela Machado (i2ADS / FBAUP / FIMS) na Fundação Marques da Silva, vai decorrer nos armazéns do edifício desta instituição, situados na rua Visconde de Setúbal, no Porto, entre 29 de janeiro e 2 de fevereiro, e inclui um programa variado de ações.

Está, porém, previsto um momento de partilha ao público, a Exposição Nomade. No dia 2 de fevereiro, entre as 16h e as 18h, as portas do armazém da Rua Visconde de Setúbal irão abrir-se num convite aberto a todos para descoberta do espaço e observação dos registos que têm vindo a ser produzidos no âmbito desta linha de investigação. Um momento único. A entrada é livre, apenas sujeita à lotação do espaço.
 

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23 de janeiro de 2024
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Lançamento do Catálogo da Exposição
Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura
25 JAN - 18,30h - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura vão estar na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, no próximo dia 25 de janeiro, às 18h30, para apresentar o catálogo da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. O livro, amplamente ilustrado, reúne textos de 16 autores e mais do que um mero registo de uma exposição, constitui-se testemunho para memória futura de um momento único de reflexão e diálogo com a herança tavoriana.

A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.

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22 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
#3 Conferências + Visita Guiada
Entre uma "escola-jardim" e a "solidão da arquitetura"

Com as intervenções de Eliana Sousa Santos e de Pedro Levi Bismarck concluiu-se o espaço programado para dar voz a cada um dos 7 jovens arquitetos e investigadores convidados a escrever um texto crítico sobre as 7 obras de  selecionadas para a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, a publicar no respetivo catálogo. Nesta sessão, moderada por José António Bandeirinha, coube a Eliana Sousa Santos falar sobre a Escola Primária da Quinta do Cedro, uma "escola-jardim" que continua, com a sua simplicidade formal e espacial, mais de 60 anos passados sobre a sua construção, a apontar um caminho novo; e a Pedro Levi Bismarck abordar o mítico Mercado de Santa Maria da Feira, uma obra profundamente moderna, mas onde nada é apenas moderno, uma obra solitária, "enquanto promessa que ficou por cumprir de uma arquitetura portuguesa capaz de fazer a sua cidade." A intervenção de Pedro Bismarck foi ainda acompanhada de uma reflexão sobre os sentidos intrínsecos a uma comemoração, sobre a necessidade de confrontar o gesto de reconhecimento de uma condição fundadora com uma condição presente, a necessidade de nunca deixar de interpelar criticamente uma herança que nos é dada.
 

A atenção e interesse de quem assistiu alimentou, concluídas as intervenções, uma animada conversa com os oradores convidados, tendo-se seguido mais uma - a última - visita guiada à exposição, orientada por José António Bandeirinha, de novo a integrar os contributos de muitos dos presentes.
 

No próximo dia 25, às 18h30, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, será lançado o Catálogo da Exposição. E vamos já anunciando uma última ação, a 3 de fevereiro, com Alexandre Alves Costa, Ana Tostões, Sergio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes, às 15h30, na Fundação Marques da Silva, para assinalar o encerramento de FERNANDO TÀVORA. PENSAMENTO LIVRE.
 

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17 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #3
Eliana Sousa Santos e Pedro Bismarck + Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha
20 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva

Na terceira e última sessão dupla (conferências+visita guiada) programada no contexto da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE teremos as intervenções de Eliana Sousa Santos, sobre a Escola da Quinta do Cedro (1957-61), e de Pedro Bismarck, sobre o Mercado de Santa Maria da Feira (1953-59). Seguir-se-á a última visita guiada à exposição por Alexandre Alves Costa, desta vez acompanhado por José António Bandeirinha.

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Imagem: Atelier da Rua Duque de Loulé, s.d., s.a.; © Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora.

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15 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
#2 Conferências + Visita Guiada
Entre o "reinventar da memória", "o ensaio de um composto crítico" e o "desejo de ser inútil"

Nem o mau tempo impediu que o "auditório" da Fundação Marques da Silva se voltasse a encher para ouvir mais três dos sete jovens arquitetos e investigadores desafiados a reinterpretar o sentido das obras estruturantes da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Joana Restivo abriu a sessão com o projeto de recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), defendendo a ideia de que, neste "reinventar da memória" que abraça o território da própria cidade, mais do que uma síntese, houve uma procura de conciliação e de coexistência das várias circunstâncias e tempos que sobrevieram a esta singular "Casa-Torre". Seguiu-se Pedro Baía e a Casa de Férias de Ofir (1957-58), com uma leitura do projeto e da sua receção perspetivada a partir da participação de Fernando Távora nos Congressos Internacionais, a sublinhar o modo inclusivo de desenvolvimento do projeto, como o "ensaio de um composto crítico". Por fim, Carlos Machado e Moura abordou a obra-manifesto de 1956-60, pensada num momento particularmente rico e intenso da vida de Fernando Távora, o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição. A análise deste elemento fundamental no contexto do projeto de reabilitação da Quinta, dotado de presença, não obstante a sua pequena dimensão, e ponto de referência para a criação de novos eixos, foi tornando visível o complexo sistema de relações passível de explicar o significado e alcance de uma intervenção onde orgulhosamente se materializa "o desejo de ser inútil".

 

E foi em vivo diálogo, a abarcar os contributos do público presente, que se passou à visita da Exposição. A terceira e última sessão vai acontecer no próximo sábado, 20 de janeiro, com Eliana Sousa Santos, Pedro Bismarck, Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha.

 

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14 de janeiro de 2024
Carlos Carvalho Dias e as funções de Arquiteto-Urbanista Consultor no Município de Monção

O percurso profissional de Carlos Carvalho Dias desenvolve-se a partir de três interesses maiores: a arquitetura, o urbanismo e a defesa do património. Interesses que se mantém ao longo de toda uma vida e que se foram desdobrando em múltiplas direções, da prática projetual à definição e orientação de estratégias de planeamento urbano ou de defesa do património junto de vários municípios, da prática do ensino e da escrita a uma intensa e profícua atividade associativa.
 

Ainda que a sua ação se estenda por um largo território, Espanha e Macau incluídos, enquanto arquiteto e urbanista, Carlos Carvalho Dias elegeu como campo privilegiado de intervenção a zona norte do país e, em particular, o Minho e Douro Litoral. Monção é um desses exemplos, com registos de uma primeira colaboração que remontam a 1966, ano em que Manuel de Carvalho, então Presidente da Câmara, o convida a assumir o cargo de Arquiteto-Urbanista Consultor, funções que manterá, pelo menos, até ao final da década de 80. Numa breve consulta da documentação doada por Carvalho Dias à Fundação Marques da Silva, ficamos a saber que desde o primeiro momento lhe é pedido um conjunto de trabalhos desenhados no contexto do Plano de Melhoramentos de Monção, entre outros: revisão do anteplano de urbanização, através da realização de estudos parciais e pareceres técnicos; reparação, beneficiação e reintegração de edifícios existentes na Vila; localização do busto do poeta João Verde; escolha do terreno para a Escola Primária, possibilidade de um edifício para a Escola Técnica; organização do Parque de Campismo da Vila; o projeto do novo mercado; o arranjo do espaço livre junto à Muralha da Matriz; a aquisição da Casa de Souto del Rey (imóvel do séc. XVII para o qual Carlos Carvalho Dias vai assinar um anteprojeto de adaptação a Museu e Biblioteca, em 1970, e que apenas mais recentemente, em setembro de 2021, veio a abrir as suas portas ao público enquanto Museu Monção & Memória). Por sua vez, a leitura dos Relatórios apresentados anualmente enquanto Arquiteto-Urbanista Consultor da C.M. de Monção deixa bem percetível o progressivo alargamento do horizonte das atividades desempenhadas, com Carvalho Dias a assinar, em 1983, já com Pedro Guimarães, a autoria do Plano Diretor Municipal, bem como uma sua posterior revisão em 1989.
 

Carlos Carvalho Dias nasceu em Viana de Castelo, a 14 de janeiro de 1929. Faz hoje 95 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

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12 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2 e #3
13 JAN / 20 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva

E se amanhã, dia 13 de janeiro, vai acontecer a segunda sessão que segue um modelo duplo de Conferência+Visita Guiada, com as participações de Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, seguidas de um percurso pela exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE guiado por Alexandre Costa, é altura de reservar já a tarde do próximo sábado, dia 20. De novo na Fundação Marques da Silva, concluir-se-á este ciclo de sessões, desta vez com Eliana Sousa Santos, que vai partilhar a sua leitura do projeto para a Escola da Quinta do Cedro (1957-61), e Pedro Bismarck, que fará a sua análise do projeto para o Mercado de Santa Maria da Feira (1953-59). Alexandre Alves Costa assegurará de novo a visita guiada, agora acompanhado por José António Bandeirinha.
 

As sessões têm início às 15h e são de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

 

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Imagem: Atelier da Rua Duque de Loulé, s.d., s.a.; © Fundação Marques da Silva, Arquivo Fernando Távora.

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12 de janeiro de 2024
Domingos Pinto de Faria e a questão do habitar coletivo

Num olhar transversal ao percurso do arquiteto Domingos Pinto de Faria, seja enquanto colaborador do Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto, da Direcção de Habitação do Norte ou mesmo enquanto profissional liberal, percebe-se como o tema da habitação, em particular o da habitação coletiva, se assume como um domínio constante e predominante, ainda que não exclusivo, do exercício da arquitetura. A participação no grupo de trabalho de Auzelle e na equipa que visava extinguir as "ilhas", durante a década de 60, com o projeto das moradias populares do Bom Pastor, do Lagarteiro, de Lordelo e de Contumil, por exemplo, serão experiências modeladoras de um sentido futuro. Houve uma inevitável reflexão sobre as variantes tipológicas da habitação plurifamiliar, sobre a racionalização dos espaços da vida doméstica num momento em que a transformação de modos de vida seguia a par com a requalificação da periferia da cidade, com a construção de uma nova malha urbana. Não é assim surpreendente a sua passagem para a secção Norte do Fundo de Fomento da Habitação, durante a qual e até à década de 80, projeta 18 conjuntos habitacionais para Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo, Ponte da Barca, Paredes de Coura, Monção, Amarante, Guimarães, Penafiel, Gondomar, Valongo, S. Pedro da Cova ou Santo Tirso. Os projetos respondiam a carências habitacionais, a novos requisitos de bem estar e conforto, à vontade de crescimento e expansão de novas zonas de urbanidade. Já como arquiteto liberal continuará a projetar edifícios e conjuntos habitacionais para grandes investidores, caso de Joaquim da Silva Pereira, com terrenos no Porto e Paredes, ou dos Granitos do Castro, com projeto a construir em Braga, datado de 1982 e ao qual pertence o perfil do conjunto aqui publicado.

 

Domingos Pinto de Faria, cujo acervo doado à Fundação Marques da Silva já está disponível para consulta online no Arquivo Digital desta instituição, nasceu a 12 de janeiro de 1934. Faria hoje 90 anos.

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11 de janeiro de 2024
Estátua "Porto" regressa à Antiga Casa da Câmara, num gesto que recupera a integridade do projeto arquitetónico pensado por Fernando Távora

Num parecer redigido por Francisco Barata, na qualidade de membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, dirigido ao representante do Município do Porto da altura, em 2013, defendia-se a reposição da estátua "Porto" junto à Casa dos 24. Sublinhava-se então a densa carga simbólica desta obra e o gesto de Fernando Távora ao integrá-la no discurso arquitetónico, urbano e artístico contemporâneo do projeto que desenvolvera para um edifício que era lugar e significado do poder municipal. A intervenção ia para além do próprio edifício, ao considerá-lo na sua relação com todo o morro da Sé, com a colina da Vitória, a Torre dos Clérigos, a cidade atual. Pensara-o enquanto "objeto arquitetónico" carregado de tempo, transformado num "memorial recordatório de longos anos de vida e de história da cidade do Porto", permanentemente aberto ao presente.
 

Ontem, 10 de janeiro de 2024, a estátua de João Joaquim de Sousa Alão, que coroou o frontão dos Paços do Concelho da Praça Nova e que Fernando Távora "descobriu" nos Jardins do Palácio de Cristal, regressou à "Casa dos 24", recuperando a sua dignidade de símbolo integrado no entendimento global da obra arquitetónica. Este gesto de reinstalação levado a cabo pela atual Câmara Municipal do Porto, através do Museu do Porto, "considerando apenas um ligeiro afastamento em relação ao exato ponto original",  por questões de visibilidade, não podia deixar de ser saudado pela Fundação Marques da Silva, instituição onde se encontra depositado o arquivo de Fernando Távora e a documentação que permite "contar" a história deste projeto que estará, aliás, em destaque na sessão do próximo sábado, dia 13 de janeiro, a realizar no contexto da programação paralela da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Caberá a Joana Restivo a sua apresentação e análise. Fica o convite...para revisitar a estátua no local pensado por Fernando Távora e para vir à Fundação Marques da Silva. A sessão tem início às 15h e é de entrada livre, sujeita à lotação do espaço.


Imagens: Arquivo Fernando Távora, Fundação Marques da Silva, e fotografia de Pedro Fiuza.

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11 de janeiro de 2024
Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto
Museo d’Arte Classica - Facoltà di Lettere e Filosofia (Roma)
Até 30 de janeiro de 2024

Inaugurou em dezembro passado, no Museo d’Arte Classica da Città Universitaria, em Roma, a exposição "Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto". Com curadoria de Fabio Balducci e Paolo Marcoaldi, decorre de uma iniciativa do Departamento de Arquitetura e Projeto da Sapienza, Università di Roma, pensada no contexto das comemorações do centenário do nascimento do arquiteto português, e manter-se-á patente ao público até 30 de janeiro.
 

Nesta exposição, através do confronto entre a obra de Fernando Távora com a obra de outros arquitetos, estabelece-se uma leitura comparativa que vai identificando poéticas semelhantes, enquanto se traça uma linha do tempo onde a vida, a produção teórica e a prática de Távora se entrelaçam. Um jogo de referências e filiações construído a partir de 4 obras referenciais de Fernando Távora: a Casa de Férias de Ofir (1957-1958) e a Casa Experimental de Muuratsalo de Alvar Aalto (1952-54); o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (1956-60) e a Villa Cattaneo de Carlo Mollino em Agra (1952-56); o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1956-60) e a Neue Nationalgalerie de Ludwig Mies van der Rohe (1962-68); e a Casa dos 24 (1995-2003), com o Museu de Santo Tirso, dos seus alunos Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura (2010-2015).

 

"Fernando Távora: il maestro della scuola di Porto" insere-se no programa Távora 100 (Programa Entidades Parceiras) e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
 

+ info: www.architettura.uniroma1.it

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10 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2
Joana Restivo, Pedro Baía, Carlos Machado e Moura + Alexandre Alves Costa e Maria Manuel Oliveira
13 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva

No próximo sábado, 13 de janeiro, na Fundação Marques da Silva vão estar em destaque mais três dos 7 projetos de Fernando Tavora selecionados para a exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Joana Restivo vai falar da Recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), Pedro Baía, da Casa de Férias (Ofir, 1957-58); e  Carlos Machado e Moura, do Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (Matosinhos, 1956-1960).
Na visita que se seguirá às intervenções dos conferencistas, Alexandre Alves Costa será acompanhado por Maria Manuel Oliveira.
A entrada é, como habitualmente, livre, ainda que sujeita à lotação do espaço e a sessão tem início às 15h.


+ info: AQUI

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09 de janeiro de 2024
COLEÇÃO COOPERATIVA ÁRVORE
13 JAN - 31 MAR, Espaço Miguel Torga (S. Martinho de Anta, Sabrosa)

Entre 13 de janeiro e 31 de março vai estar patente ao público, no Espaço Miguel Torga, a exposição Coleção Cooperativa Árvore, com curadoria de José Emídio. Esta iniciativa vai também proporcionar a apresentação simultânea, em S. Martinho de Anta, de 3 desenhos da autoria de Alcino Soutinho, cedidos pela Fundação Marques da Silva. Datados do início da década de 60, pertencem a um projeto não realizado deste arquiteto para um Monumento a Miguel Torga, escritor nascido nesta freguesia do município de Sabrosa, e que igualmente previa uma intervenção do espaço urbano envolvente.

A exposição, com obras de pintura e desenho de vinte artistas representados no acervo da Cooperativa Árvore, inaugura no próximo sábado, às 16h.

 

+ info: https://espacomigueltorga.pt/ - https://arvorecoop.pt/

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9 de janeiro de 2024
TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO
/ Inauguração da exposição
/ Conversa e visita guiada com os arquitetos e artistas convidados
/ Lançamento do livro Margens Convergentes
13 de janeiro, a partir das 16h, Sala da Cidade

No próximo dia 13, sábado, vai decorrer a inauguração oficial da exposição TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO. Trata-se da primeira iniciativa do ciclo de Arquitetura, Arte e Território, Cuidar de um país, uma ação que tem como momento fundador a proposta do Atelier do Corvo (Carlos Antunes e Désirée Pedro) para a representação de Portugal na 18.ª mostra internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, coorganizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Sociais e Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
 

A exposição, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e se encontra patente ao público, desde 29 de dezembro, na Sala da Cidade, tem como propósito demonstrar, através de oito propostas heterogéneas, como, no atual contexto de esvaziamento do interior do país na razão direta da hiperconcentração da população nas grandes cidades, "a arquitectura e a arte têm sabido encontrar estratégias que estruturam o território, o recriam e reavivam o seu tecido mais profundo, retomando as suas possibilidades esquecidas, consolidando-o." Estes projetos, gestos transformadores do espaço e do tecido social envolvente, onde se torna visível a substância de que se faz o tempo, são a Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, e a Casa da Taipa, em Beja, de Bartolomeu Costa Cabral; a Associação Bairro Alagoas, em Peso da Régua, de António Belém Lima; a reabilitação do Largo do Toural, em Guimarães, de Maria Manuel Oliveira, em colaboração com a artista Ana Jotta; a pequena Capela de Netos, numa aldeia da Figueira da Foz, de Pedro Maurício Borges; a Biblioteca Municipal e Arquivo de Grândola, de Pedro Matos Gameiro e Pedro Domingos; a recuperação do Mercado do Bolhão, no Porto, por Nuno Valentim. A exposição inclui ainda projetos do Anozero e do Walk&Talk que, através dos artistas programados e nos territórios intervencionados, têm vindo a lançar estratégias conducentes ao reforço da urbanidade.
 

À sessão inaugural de TODOS OS TEMPOS SE CRUZARÃO tem início às 16h, com uma conversa e visita guiada com os arquitetos e artistas convidados, seguindo-se, às 18h, o lançamento de Margens Convergentes, livro onde se reune o resultado de um workshop realizado pela Bienal Anozero, em 2019, com apresentação de José António Bandeirinha. A exposição poderá ser visitada até 2 de março.


Ver folha de sala
+ info www.uc.pt/feuc/

 

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8 de janeiro de 2024
A "casa redonda" de Manuel Marques de Aguiar ou a procura de um sentido de pertença

A Quinta das Carvalhas, comprada por Manuel da Silva Reis em 1953, oferece um cenário idílico e imponente. Situada no concelho de São João da Pesqueira, em plena região demarcada do vinho do Porto, num monte que se estende pela margem esquerda do rio Douro e de onde é igualmente possível avistar a confluência deste com o rio Torto, tem origens que remontam a 1759. E é para esta paisagem dominada pelas vinhas e pelo xisto, para este "excesso de natureza de uma beleza absoluta", como diria Miguel Torga, que o arquiteto Manuel Marques de Aguiar, já na década de 60, foi convidado por Manuel da Silva Reis a pensar uma habitação. Projetar para um lugar assim pressupunha como ideia primeira procurar a medida justa entre construído e paisagem natural, procurar um sentido de presença sem perda de um sentido de pertença. E pensou uma casa redonda que permitisse uma ligação una ao seu entorno. Responderia às necessidades de um espaço doméstico, integraria um espaço de adega e de prova de vinhos, e nem faltaria um implúvio. A casa seria assente e levantada a partir da matéria dominante, o xisto. Manuel Marques de Aguiar ainda assistiu ao assentamento das fundações, contudo, as bases do acordo estabelecido com o cliente viriam a ser quebradas. Optou então por afastar-se da obra, assumindo a responsabilidade moral e ética de manter incólume a verdade que defendera. Nesse mesmo lugar ergue-se hoje uma outra casa redonda. A de Manuel Marques de Aguiar resiste nos poucos desenhos que hoje se guardam no Arquivo da Fundação Marques da Silva e é substância do projeto.

 

Manuel Marques de Aguiar nasceu no Porto a 8 de janeiro de 1927. Faria hoje 96 anos.

 

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5 de janeiro de 2024
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
Conferências + Visita Guiada #2
Joana Restivo, Pedro Baía, Carlos Machado e Moura + Alexandre Alves Costa e Maria Manuel Oliveira
13 JAN - 15h - Fundação Marques da Silva

A segunda sessão da programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE vai acontecer já no próximo dia 13 (sábado). Os conferencistas convidados são agora Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, o mesmo é dizer que nos vão falar, respetivamente, da Recuperação dos Antigos Paços do Concelho (Porto, 1995-2003), da Casa de Férias (Ofir, 1957-58) e do Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (Matosinhos, 1956-1960).
 

Na visita que se seguirá, Alexandre Alves Costa será acompanhado por Maria Manuel Oliveira.
 

A entrada é, como habitualmente, livre, ainda que sujeita à lotação do espaço e a sessão tem início às 15h.

 

+ info AQUI


Créditos fotográficos:
Fernando Távora, Grécia, 1973, fotografia de Sergio Fernandez.

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4 de janeiro de 2024
Hotel no Funchal

Há projetos assim, que sobrevivem em ideia, nas linhas que traçaram uma perspetiva do que poderia vir a ser uma possível forma construída. Assim foi com este desenho de José Adriano Anselmo Vaz, de meados da década de 70, feito a pedido do proprietário de um terreno no Funchal e a pensar na implantação de um hotel que acabaria por não se tornar realidade. A década de 70 marca, contudo, para este arquiteto, o início de um percurso profissional que viria a estar marcado, em paralelo com a atividade liberal, pela colaboração, primeiro com a Câmara de Sintra, e depois com a Câmara de Lisboa, onde virá a assumir a coordenação do planeamento urbanístico da zona oriental e do plano de urbanização da área envolvente da Expo 98.
 

O arquiteto Anselmo Vaz nasceu a 4 de janeiro de 1940. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

 

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3 de janeiro de 2024
Bom Ano Novo!

A Fundação Marques da Silva volta a abrir as suas portas, com o desejo de um Bom Ano Novo!

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29 de dezembro de 2023
Construir um lugar onde a vida se faz presente:
Manuel Botelho e as casas de Valadares

Dizia Manuel Botelho que "fazer Arquitectura é construir lugares onde a vida se faz presente" e que esta "só poderá responder às realidades do mundo e da vida, na síntese de opostos que concilia racionalidade com intuição, lógica com sentimento, disciplina com fantasia, na atmosfera do bom senso que não renega, contudo, o lugar da poesia". Pois tudo isso encontramos nas moradias projetadas para o Engenheiro Matos de Almeida e para o Engenheiro Augusto Pina em Valadares, Vila Nova de Gaia.
 

A memória descritiva é clara quanto à ideia subjacente à composição do projeto. As moradias "organizam-se segundo um eixo que as atravessa longitudinalmente, dando origem a um corredor de distribuição, com um pé-direito a toda a altura do edifício, que serve duas alas rectangulares, uma à sua direita e outra à sua esquerda". Mas são os esquissos e sobretudo as fotografias do construído a desvendar o gesto criativo que as distingue. Aí nos deparamos com surpreendentes combinações de texturas matéricas, com pormenores construtivos que cuidam a mais pequena escala, com espaços interiores quentes e iluminados. Aqui se construiu um lugar onde a vida se fez e continua presente.
 

Manuel Botelho nasceu a 29 de dezembro de 1939. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

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20 de dezembro de 2023
Boas Festas!

No dia 22 de dezembro, inclusivé, a Fundação Marques da Silva entra em férias. Regressamos a 3 de janeiro, mas já estamos a preparar o Novo Ano.


Umas Boas Festas, votos que este ano seguem acompanhados de um desenho do Arquiteto Manuel Marques de Aguiar!

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19 de dezembro de 2023
A propósito de livros...

A propósito de livros e ainda antes das férias natalícias tempo ainda para falar de mais duas novidades:
Companhia dos Livros
é um projeto do jornalista Sérgio Almeida, do JN, sobre literatura, rodado em diferentes espaços. Pois a Fundação Marques da Silva foi o cenário escolhido para a gravação de mais dois episódios deste programa. O primeiro, dedicado ao ensaio de Jorge Costa Lopes sobre A Biblioteca de Vergílio Ferreira, lançado a 14 de dezembro, já se encontra disponível, o segundo sairá no próximo dia 27. Vale a pena ver e estar atento ao que se segue!
 

Entretanto, em Itália, acaba de ser publicado o livro de Stefano Perego Conversazioni Portoghesi. L´eredità di Fernando Távora. Publicado pela Lettera Ventidue, representa o ponto de chegada da investigação empreendida pelo autor ao longo destes últimos três anos em torno de Fernando Távora. O fascínio sentido e a vontade de compreensão da obra, do pensamento e do método deste arquiteto português conduziu Stefano Perego, também ele arquiteto e professor no Politécnico de Milão, a recorrentes consultas do acervo da Fundação Marques da Silva, durante visitas a Portugal que passavam igualmente pela descoberta dos lugares da obra construída e pela procura de outros olhares. As conversas com João Mendes Ribeiro, Álvaro Siza Vieira, Giovanni Tomaso Muzio,Carlos Martins, Pedro Pacheco, Fernando Barroso, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez surgem agora alinhadas com outros registos documentais e fotográficos que nos devolvem essa ligação indissolúvel de Távora entre a vida e a arquitetura.

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18 de dezembro de 2023
Exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
#1 Conferências + Visita Guiada
De uma "magistral aula de arquitetura" ao "tempo real" do projeto

Foi com o olhar de Beatriz Serrazina sobre o Anfiteatro de Direito da Universidade de Coimbra, que esta arquiteta e investigadora considera, tomando de empréstimo palavras de Gonçalo Byrne, uma "magistral aula de arquitetura"; e a imersão no "fluir da experiência e a recorrência da arquitetura" no Convento/Pousada de Santa Marinha da Costa, proposta por Bruno Gil, outro dos arquitetos e investigadores convidados a analisar as obras selecionadas de Fernando Távora, que teve início a programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE. Coube depois a Alexandre Alves Costa e a Jorge Figueira percorrerem os vários espaços expositivos explicando os critérios que lhes deram forma, partilhando a sua visão sobre o tanto que aqui nos é apresentado. Momento que contou com a surpresa de se poder transformar num diálogo vivo, numa conversa espontânea entre os guias e o grupo de colaboradores de Fernando Távora que, por feliz circunstância, se associaram a esta visita trazendo consigo o testemunho do "tempo real" dos projetos e da sua materialização em obra. Contou ainda com as intervenções dos conferencistas convidados e até com a de Sergio Fernandez, um dos curadores temáticos que fez questão de estar presente.
 

As próximas sessões, com a certeza de muito ainda para descobrir e partilhar, estão marcadas para os dias 13 e 20 de janeiro próximo.

 

Ver álbum fotográfico AQUI

 

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15 de dezembro de 2023
Newsletter Dezembro 2023

Enquanto se aguarda o início da programação complementar da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, a acontecer amanhã, com as conferências de Beatriz Serrazina e Bruno Gil, seguidas de uma visita guiada por Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira, retomamos a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.
 

A ler AQUI

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12 de dezembro de 2023
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
CONFERÊNCIAS + VISITAS GUIADAS
Beatriz Serrazina e Bruno Gil + Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira
16 DEZ - 15H - Fundação Marques da Silva

Com os projetos de Fernando Távora para o Anfiteatro da Faculdade de Direito (Coimbra) e para a Pousada de Santa Marinha da Costa (Guimarães) em destaque, vai decorrer no próximo sábado, dia 16 de dezembro, a primeira das 3 sessões da programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.
 

Seguindo o modelo pensado pelos curadores da exposição, composto por Conferências e Visita Guiada, a sessão vai ter início às 15h com Beatriz Serrazina e Bruno Gil, os conferencistas convidados para interpretar os referidos projetos, seguindo-se uma visita guiada por dois dos elementos da equipa curatorial, Alexandre Alves Costa e Jorge Figueira.

A entrada  livre, sujeita à lotação espaço.
 

+ info: Conferências+Visitas: Calendário

 

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14 de novembro de 2023
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE:
CONFERÊNCIAS + VISITAS GUIADAS
Programação complementar à exposição

A programação complementar à exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, inaugurada no passado dia 20 de outubro na Fundação Marques da Silva, vai ter início a 16 de dezembro, data da primeira de três sessões onde se cruzam duas abordagens distintas:
 

CONFERÊNCIAS sobre cada uma das 7 obras expostas, por cada um dos autores convidados a sobre elas escreverem para o Catálogo:  Beatriz Serrazina e Bruno Gil, Joana Restivo, Pedro Baía e Carlos Machado e Moura, Eliana Sousa Santos e Pedro Levi Bismarck;
 

VISITAS GUIADAS pelo coordenador da equipa curatorial deste projeto central de TÁVORA 100, Alexandre Alves Costa, acompanhado por Jorge Figueira, Maria Manuel Oliveira e José António Bandeirinha, respetivamente.
 

As sessões, agendadas para 16 de dezembro e 13 e 20 de janeiro do próximo ano, têm início às 15h. A entrada e participação é livre, mas condicionada à lotação do espaço.

 
+ info sobre o calendário: Conferências + Visitas Guiadas

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7 de dezembro de 2023
Alfredo Leal Machado: o tempo do estudante e o tempo do arquiteto

Em 1953, a ESBAP, sob direção de Carlos Ramos, juntamente com a Academia Nacional de Belas Artes e o Sindicato Nacional dos Arquitetos, promove uma exposição de homenagem ao "Mestre Marques da Silva" (1869-1947), expondo, na Escola, as suas obras, acompanhadas de projetos realizados ou em realização por alguns dos seus discípulos. E aí nos deparamos com o nome de Alfredo Duarte Leal Machado, que apresenta painéis fotográficos dos Pavilhões masculino e feminino do Sanatório D. Manuel II, em Vila Nova de Gaia, do edifício das Obras Públicas, em Coimbra, da Fábrica Triunfo, também em Coimbra, e do interior do Restaurante Abadia, no Porto. Mas se recuarmos ao ano de 1928, ainda durante a direção de José Marques da Silva, também o nome de Alfredo Duarte Leal Machado constava da lista dos alunos do Curso de Arquitetura Civil que nesse ano tomaram a iniciativa de organizar uma homenagem a Marques da Silva. A sessão, durante a qual se procede ao descerrar de um medalhão, cujo molde faz hoje parte do acervo da Fundação Marques da Silva, é presidida por Guedes de Oliveira e adquire uma particular importância, já que nela Marques da Silva aproveitou para lutar pela afirmação da Escola e da missão do arquiteto, assim como para lançar o desafio para a constituição de uma associação de antigos e atuais alunos da Escola.
 

Leal Machado, ao participar numa e noutra ação, nos 25 anos que as separam, deixa clara a sua filiação à Escola e ao Diretor que, em abril de 1932, tendo sido seu professor, irá assinar a sua Carta de Curso Especial de Arquitetura Civil e o seu Diploma de Arquiteto. A consulta do seu dossier de aluno, disponível na FBAUP, por entre a formalidade do processo burocrático que caracteriza este tipo de documentação, vai disponibilizando dados curiosos sobre o percurso deste então aspirante a arquiteto na EBAP. Ficamos a saber, por exemplo, que Leal Machado, depois de ter concluído com distinção a instrução primária do segundo grau, em 1917, 4 anos mais tarde, vindo de Paços de Ferreira e residente no Colégio dos Orfãos, no Porto, está a ser admitido no 1.º ano do curso preparatório "com destino a Arquitectura". As cartas de admissão sucedem-se anualmente, de acordo com a progressão do curso, sendo que em 1926, ano do desenho aqui publicado e onde é evidente a matriz beauxartiana da sua formação, bem distinta da obra exposta em 53, indica como nova morada o Hotel Nacional (rua de Entreparedes). No ano seguinte, aluno do 4.º ano do Curso de Arquitectura Civil, declara ser morador no Hotel Aliança (rua Sampaio Bruno), traços de uma certa errância pela cidade. Em 1928, no ano da referida Homenagem a Marques da Silva, surge-nos como aluno finalista, isto é, a solicitar admissão à frequência do 5.º ano. Por fim, encontra-se associado ao processo deste aluno um pedido de admissão à matrícula no Curso de Urbanologia, datado de 1945, que não terá procedência. Ressalve-se que, por esse tempo, Alfredo Leal Machado estaria a residir em Coimbra, cidade onde não só deixaria obra construída como tinha assumido funções como Vereador.
 

Como arquiteto, na qualidade de colaborador de Manuel Lima Fernandes de Sá, na Direção dos Edifícios Nacionais do Norte, em 1951, regressará ao Porto e à Escola. Coassina então um projeto para o Pavilhão de Arquitetura a situar nos jardins do Palacete Braguinha, para onde a Escola se transferira em 1937 e ainda hoje permanece.
 

Alfredo Leal Machado nasceu a 7 de dezembro de 1904, em Santiago de Modelos, concelho de Paços de Ferreira. Passam hoje 119 anos sobre o seu nascimento.

 

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06 de dezembro de 2023
"The work of the Portuguese architect Fernando Lanhas – sustainability in Architecture"
Luís Urbano, Diogo Sousa Rocha, Tuomas Siitonen
13.12.2023, 16h - Museu do Design, Helsínquia

No próximo dia 13 de dezembro, o Museu do Design de Helsínquia vai acolher um encontro entre três arquitetos - Luís Urbano, Vice-presidente da Fundação Marques da Silva, Diogo Sousa Rocha, um dos fundadores do Mass Lab, e Tuomas Siitonen, do Departamento de Arquitetura da Aalto University - para uma conversa sobre sustentabilidade em Arquitetura, a partir da obra do artista e arquiteto português Fernando Lanhas.
 

Esta iniciativa, organizada no contexto do centenário do nascimento de Fernando Lanhas, foi organizada pela Embaixada de Portugal na Finlândia e na Estónia e conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
 

+ info: www.designmuseum.fi

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05 de dezembro de 2023
TÁVORA NO TEMPO: os vídeos do encontro

A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto disponibilizou, no seu canal youtube, as gravações vídeo do encontro TÁVORA NO TEMPO, iniciativa inserida no programa de celebração do centenário do Arquiteto Fernando Távora - TÁVORA 100 - e que teve lugar no dia 21 de outubro passado. As gravações acompanham o programa então seguido:
 

- Abertura: Teresa Cálix / Alexandre Alves Costa

- Painel 1: Carlotta Torricelli / José António Bandeirinha - mod. Luís Soares Carneiro

- Painel 2: Ana Vaz Milheiro / Fernanda Barbara - mod. João Belo Rodeia

- Painel 3: Ricardo Pais / Gonçalo Byrne - mod. Jorge Figueira

- Painel 4: Emilio Tuñon / José Miguel Rodrigues - mod. Maria Manuel Oliveira

 

+ info: Távora 100

 

Imagem: Viagem ao Egito: Fernando Távora em Saqqara, 1984, fotografia de Sergio Fernandez.

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2 de dezembro de 2023
PVP - Pousada do Vinho do Porto, um concurso que José Carlos Loureiro nunca esqueceu

Dificilmente um arquiteto se esquece de um projeto, mesmo se quando o enfrentou, a sua construção, não sendo um dado adquirido, acabou por não acontecer. E em particular se, com esse projeto, se venceu o Concurso que ditou o programa ao qual este deveria responder. Assim foi com o projeto para uma Pousada do Vinho do Porto que José Carlos Loureiro desenvolveu em 1964, a localizar na Régua, mais precisamente na proximidade da estrada que liga Santa Marta de Penaguião a Peso da Régua. Não era a primeira vez que José Carlos Loureiro se confrontava com este tipo de equipamento. Dez anos antes projetara a Pousada de S. Bartolomeu, em Bragança, "um importante ponto de ruptura com o imaginário oficial das pousadas de turismo, sendo a primeira de uma série que se afasta do discurso iconográfico-celebrativo do Estado Novo, para propor uma abordagem mais realista à tradição e à cultura portuguesas" (SIPA).
 

A Pousada do Vinho do Porto não viria a sair do papel, mas os desenhos hoje guardados no Arquivo da Fundação Marques da Silva garantem a sobrevivência da ideia e mostram como poderia ter sido. A consulta da memória descritiva deixa entrever a preocupação com o ajustamento do edifício à topografia do terreno, a procura de uma orientação otimizada e a importância de o abrir a uma paisagem "deslumbrante". Diz-nos também do cuidado com que toda a organização e relações dos espaços internos foram pensados, assim como prevista a utilização de materiais tradicionais da região, apoiados por técnicas e materiais mais recentes. Por sua vez, a estimativa orçamental apresentada garantia o cumprimento das instruções emitidas pelo Ministério das Obras Públicas (MOP) para construção de edifícios públicos. Não foi, contudo, possível identificar a entidade promotora do concurso nem, consequentemente, as razões pela qual não se avançou com a sua construção, ficando desde já o repto lançado a quem conseguir partilhar estas informações.
 

Certo é que, em 2013, José Carlos Loureiro, em entrevista ao Correio do Porto, ao falar sobre o seu Arquivo, onde constavam mais de 400 projetos, não deixou de referir o da Pousada do Vinho do Porto. A ele pertencem as expressivas imagens aqui publicadas. Este arquiteto, nascido a 2 de dezembro de 1925, faria hoje 98 anos.

 

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30 de novembro de 2023
ALGAS ELÉTRICAS - últimos dias

Hoje e o próximo sábado são os últimos dias para visitar a exposição ALGAS ELÉTRICAS, na Fundação Marques da Silva. Aqui se dão a conhecer o projeto de Pablo Bras, "Le Pavillon des Rêves", sobre as energias residuais potenciais em ambientes suburbans, e o projeto "Alga", de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação baseada nas algas verdes que invadem as nossas praias.
 

A exposição, com curadoria de Scott Longfellow, foi apresentada pela Agora du Design e pelo Institut français du Portugal, sendo parte integrante da programação da Porto Design Biennale, edição 2023. A entrada, entre as 14h e as 17h30, é livre.
 

+ info: www.ifp-lisboa.com

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24 de novembro de 2023
O coup de foudre de Raúl Hestnes Ferreira

"Foi um coup de foudre". É esta a expressão utilizada por Raúl Hestnes Ferreira, em conversa com Alexandre Alves Costa, Adelino Gonçalves e Nuno Correia, publicada na monografia das Edições Asa, para descrever o momento em que conheceu Louis Kahn. Corria o ano de 1962 e foi de tal forma intenso o impacto do momento em que o então jovem estudante de arquitetura ouve Kahn falar sobre o edifício Salk, que este decidiu abandonar Yale e ingressar na Universidade da Pensilvânia, onde Louis Kahn ensinava, coadjuvado por Norman Rice e Robert Le Recolais.
 

Dessa sua passagem pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo, Raúl Hestnes Ferreira guardou um conjunto de apontamentos tirados em aula, juntamente com um ou outro trabalho académico e listas bibliográficas de suporte a algumas das disciplinas por si frequentadas, hoje preservados no acervo doado à Fundação Marques da Silva. Observá-los sob diferentes perspetivas é um desafio, já que a sua leitura começa a extrapolar o mero âmbito da sala-de-aula quando se cruza com outros contextos mais amplos, que nos conduzem, por exemplo, aos projetos que Kahn se encontrava então a realizar e que Hestnes Ferreira acompanha também em atelier, ou com o que virá a ser a sua influência no percurso futuro do aluno, enquanto arquiteto. Mas, a um primeiro olhar e desde logo, através deles, podemos refazer o plano de estudos vigente e identificar os respetivos professores de cada disciplina. Lá encontramos, entre outros e para além dos já mencionados, os nomes de Romaldo Giurgola, August Komendant, Erwin Anton Gutkind ou Chester Rapkin. Entrevemos igualmente os temas e a forma como iam sendo desenvolvidos ao longo de cada aula.
 

Os apontamentos manuscritos das aulas de Kahn, onde vamos entrevendo, entre outros, o foco nas questões da circulação, os modos de pensar edifícios com funcionalidades muito específicas ou uma análise profunda das estruturas monásticas, incluem esquemas e muitas notas sobre conteúdos, ideias e comentários, a oscilar por vezes entre o português e o inglês, mas sempre claras no sentido do que estará a ser debatido e dos casos em estudo. Notas pormenorizadas e de síntese perante o que lhe é dado ouvir, até porque "são as coisas que não estão escritas no programa que são de facto importantes" e "the motivation is the important thing".

 

Raúl Hestnes Ferreira nasceu a 24 de novembro de 1931. Tinha pouco mais de 30 anos, quando se cruzou com Louis Kahn. O que viveu nesse "tempo americano" e em particular o que aprendeu com Kahn seria determinante e manter-se-ia presente em muito do que veio a projetar assim que regressado a Portugal. Hestnes Ferreira completaria hoje 92 anos.

 

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23 de novembro de 2023
Francisco Granja, o arquiteto do Cine-Teatro Vale Formoso, "uma casa de espectáculos que honr[ou] o Porto", com "uma programação de alta categoria"

Esta perspetiva, desenhada e assinada por Francisco Granja, data de 1948 e refere-se à fase final do projeto para construção do Cine-Teatro Vale Formoso, no Porto, iniciado em parceria com Carlos Neves, em 1944, mas que caberia aquele arquiteto finalizar.
 

Situado na freguesia de Paranhos, na rua de S. Dinis, este Cine-Teatro foi implantado em terreno cedido por Arnaldo Caldeira Pato, a quem viria a ser comissionada a sua construção numa fase inicial, transitando de seguida para Alberto Simões Carneiro, seu sócio na Empresa Cinematográfica Vale Formoso. Uma iniciativa privada, mas inserida numa dinâmica de alcance nacional, impulsionada e apoiada pelo Estado Novo. E uma sintonia programática que a memória descritiva de 1946 fazia questão de sublinhar: "São, como se sabe, as casas de espectáculos, verdadeiras escolas de educação cívica, e, graças à iniciativa do Governo na sua grandiosa Obra de Revolução Nacional, se tem criado, pelo País fora, os incentivos profundos e vincados, abrindo caminho às iniciativas particulares que o secundam na creação profunda e progressiva da cultura intelectual artística do Pôvo Português".
 

O Vale Formoso, com as suas linhas modernistas, foi assim um edifício pensado de raiz e modelado de acordo com a nova tipologia que ao longo da primeira metade do século xx se vai difundir: a de um Cine-Teatro, ou seja, um equipamento capaz de receber teatro, mas, sobretudo, um espaço onde fosse também possível projetar cinema, não obstante um e outro implicarem diferentes necessidades técnicas. Foi também projetado para acolher mais de 1000 espectadores, pois era suposto servir não só a freguesia de Paranhos, como as freguesias vizinhas de Bonfim, Nossa Senhora da Conceição, Carvalhido e Lapa. Dado que desde logo justifica a escala adotada para o edifício e a generosidade dos seus espaços interiores. Desafios, de programa e de escala, que o seu autor soube superar.
 

Segundo Carolina Carvalho, que em 2019 defendeu, no âmbito da sua dissertação de mestrado para a FAUP; a possibilidade de o reabilitar para sede do TUP, o Cine-Teatro Vale Formoso abriu as suas portas a 30 de dezembro de 1948. Percorrendo memórias soltas deste Cine-Teatro, é dado assente que este "cinema de Bairro", até à década de 70, conseguiu afirmar-se na cidade. Ideia que os seus promotores, aliás, publicitavam: "uma casa de espectáculos que honra o Porto", com "uma programação de alta categoria". Entraria depois, tal como muitas outras casas deste tipo, num lento declínio, acabando por vir a ser alugado, já na década de 90 pela IURD, que aí permaneceu até 2010. Em 2022, foi classificado Património de Interesse Municipal, conjuntamente com um grupo de moradias, num conjunto delimitado pela Rua de S. Dinis, Rua do Capitão Pombeiro e Rua de Cunha Júnior. Uma classificação "fundamentada na sua autenticidade e exemplaridade, de artefacto arquitetónico de época que mantém a sua matriz projetual, e pela memória coletiva que transporta nas suas volumetrias".
 

Francisco Fernandes da Silva Granja nasceu em Viseu, a 23 de novembro de 1914. O acervo deste arquiteto formado pela EBAP em 1940 foi doado à Fundação Marques da Silva, em cujo Arquivo pode ser consultado e estudado. Passam hoje 109 anos sobre o seu nascimento.

 

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16 de novembro de 2023
Escritos Escolhidos #30 em jeito de balanço
Fernando Távora, "Eu sei, eu sei / Sim, eu sei"

Esta que é 30.ª edição do podcast Escritos Escolhidos, é também aquela que vai finalizar este projeto surgido em 2020, em tempos de confinamento. Chega assim ao fim um espaço onde ganharam voz "escritos" de 22 autores/arquitetos, de uma ou de outra forma ligados à Fundação Marques da Silva ou aos seus Arquivos, por vezes revisitados: José Marques da Silva, Fernando Távora, Alcino Soutinho, Alexandre Alves Costa, Bartolomeu Costa Cabral, Álvaro Siza, Raúl Hestnes Ferreira, José Carlos Loureiro, Sergio Fernandez, Jorge Gigante, José Porto, Fernando Lanhas, Octávio Lixa Filgueiras, Alfredo Matos Ferreira, Marques de Aguiar, Mário Bonito, Agostinho Ricca, António Cardoso, Manuel Graça Dias, Manuel Botelho, Nuno Portas e Francisco Barata Fernandes. O programa termina sem esgotar todos os que nele poderiam ter tido lugar. Em jeito de despedida, nada como regressar ao tanto que Fernando Távora foi escrevendo e partilhar um inspirador escrito-poema-manifesto de 1980, um convite a mergulhar permanente e apaixonadamente na paixão da vida.
 

Escritos Escolhidos, com conceção e locução de Paula Abrunhosa, faz parte da plataforma criada pela Casa Comum da Universidade do Porto, para disponibilização deste tipo de conteúdos. Desde a primeira hora contou com a colaboração vital e imprescindível de Paulo Gusmão e de todos aqueles que, ao longo dos vários programas, se tornaram cúmplices na seleção e enquadramento dos textos aí abordados.

 

LInk para Escritos Escolhidos #30: Fernando Távora: Eu sei, eu sei / Sim, eu sei (1980)
+ info Podcasts da Fundação Marques da Silva

 

Imagem: Fernando Távora, Convento de Cristo em Tomar, anos 90. Fotografia de Sergio Fernandez.

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16 de novembro de 2023
CONSTRUIR POR PALAVRAS:
Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias
Colóquio Internacional
27-29 novembro 2023, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

CONSTRUIR POR PALAVRAS é o primeiro Colóquio Internacional que o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) se propõe organizar em torno das "Figurações do Espaço nas Artes e Literaturas Europeias".  Com coordenação científica de Patrícia Monteiro e Fernando de Moraes Gebra, cruzando olhares e análises interdisciplinares, este Colóquio tem como objetivo refletir sobre diferentes formas de estruturação e percepção do espaço edificado, bem como o seu impacto na sociedade, a partir obra de escritores e poetas portugueses e estrangeiros. Terá lugar no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com os dois primeiros dias destinados à apresentação das várias comunicações e o dia 29 a contemplar um programa social.

Esta iniciativa conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva, instituição onde, para além dos vários acervos arquivístivos e bibliográficos que a distinguem, se encontra depositada a mais importante coleção privada pessoana, reunida ao longo da vida pelo Arquiteto Fernando Távora. 
 

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+ info: www.ulisboa.pt / site: construir por palavras

 

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14 de novembro de 2023
TÁVORA Desenho de Viagem
18.11.23 - 20.04.24 | Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende

No próximo dia 18, sábado, às 17h30, com o apoio da Fundação Marques da Silva, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar na Sala de Exposições Temporárias uma exposição dedicada aos desenhos de viagem do Arquiteto Fernando Távora.
 

TÁVORA desenho de viagem apresenta um conjunto de trabalhos realizados entre 1960 e 1997 por Fernando Távora ao longo de viagens que se estendem a quatro continentes - América, Ásia, África e Europa -, provenientes do arquivo depositado na Fundação Marques da Silva. A exposição ficará patente ao público até 20 de abril do próximo ano.
 

Esta iniciativa, inserida no programa de comemoração do centenário do arquiteto Fernando Távora - Távora 100 -, é parte integrante das celebrações do 30.º aniversário desta instituição, que se encontra instalada num edifício projetado por José Carlos Loureiro, ainda em vida do pintor Júlio Resende. Neste mesmo dia e no âmbito desta efeméride, o Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende vai inaugurar mais duas exposições: RESENDE desenho de viagem, na Sala do Acervo, e LUGAR DO DESENHO - 30 anos, na Sala 3/HISCOX.

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+ info: www.lugardodesenho.org.pt

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14 de novembro de 2023
O valor permanente da obra de Fernando Távora:
observado através do projeto de conservação das suas obras
Sede da Assembleia de Guimarães | 18 novembro 2023 – 20 janeiro 2024

Integrada no programa Távora 100 – Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com curadoria de Vincenzo Riso e Ana Luísa Rodrigues, inaugura no próximo dia 18 de novembro de 2023 pelas 15h00 na Sede da Assembleia de Guimarães.


Nesta exposição, mostram-se estudos desenvolvidos por estudantes do Mestrado Integrado em Arquitetura da EAAD-UM, no âmbito da U.C. Atelier de Projeto (5º ano), sob o tema da conservação do património Moderno. No ano académico 2015-2016, os estudantes tiveram como estudo de caso o Mercado Municipal de Santa Maria da Feira (1953/1959), da autoria de Fernando Távora. E no ano de 2021-2022, o edifício sede da Assembleia de Guimarães também de Fernando Távora. Ambos os exercícios tiveram como pressuposto o estudo dos edifícios, tendo em vista a definição de intervenções para a sua boa conservação e uso. Os estudos assim particularizados destas duas obras ensaiam uma reflexão acerca das qualidades absolutas da obra de Fernando Távora, aqui especificamente reconhecida na correspondência entre princípios de idealização da construção e a sua realidade material. Assim, propõem-se em exibição coordenada os resultados dos trabalhos escolares desenvolvidos.
 

A exposição O valor permanente da obra de Fernando Távora, com organização da Assembleia de Guimarães (Rui Vítor Costa) e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (Bruno Figueiredo) (EAAD/UMinho) e com apoio da Câmara Municipal de Guimarães e do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), estará patente na Sede da Assembleia de Guimarães, até 20 de janeiro de 2024. Pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 13h00 às 22h30.


O programa Távora 100 é uma iniciativa conjunta da Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, a Universidade do Minho e a Universidade de Coimbra para a Organização das Comemorações do Centenário do Nascimento do Arquiteto Fernando Távora.

 

Ver Cartaz | + info: www.arquitetura.uminho.pt
 

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13 de novembro de 2023
PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Um livro para afirmar a continuação e preservação de um legado

Mais do que o lançamento de um livro, na Fundação Marques da Silva, no passado sábado, assistiu-se ao (re)encontro de uma comunidade que se reconhece e se revê num sentimento de orgulhosa pertença a um lugar com características singulares: o Parque Habitacional do Luso-Lima, um projeto de José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos.
 

O conjunto habitacional, iniciado no final dos anos 50, em resposta a uma encomenda da Santa Casa da Misericórdia do Porto, proprietária do terreno onde veio a implantar-se, localizado numa zona da cidade então ainda em expansão, à rua da Alegria, propunha um modelo inovador de estrutura urbana. A validade do seu plano programático e dos ideais humanistas que o sustentavam, ainda hoje evidente, potenciou e possibilitou um forte sentido de comunidade, visível nas memórias de quem habitou ou continua a habitar este lugar. Aqui, entre torres e blocos, forma e função harmonizaram-se numa arquitetura de qualidade que percorre o desenho meticuloso dos espaços interiores e exteriores, dos fogos às áreas comuns e de serviços, da galeria ao jardim. Aí se concentraram artistas e agentes culturais da cidade que, nesse viver de proximidade, o ajudaram a distinguir. Aí cresceram livremente várias gerações de crianças, aí se foi construindo uma consciência coletiva de um habitar incomum.
 

Assim, numa sala pequena de mais para todos os que quiseram estar presentes e num ambiente de calorosa partilha de memórias, decorreu a apresentação deste livro, pensado e organizado por Luís Pinto Nunes (atual morador) e Luís Albuquerque Pinho (que aí passou a sua infância), onde se conta a história do Luso-Lima, se propõem diferentes olhares sobre o espaço e se publica um alargado "álbum de família". Sublinhando a sua relevância, seja na Fundação, seja na visita guiada que se seguiu, oradores (Fátima Vieira, Susana Lourenço Marques, António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan, Luís Pinheiro Loureiro e Luciana Rocha) e público convergiram ainda na necessidade de garantir a continuidade e preservação deste legado. Que seja também um contributo para questionarmos a forma como nos relacionamos com a cidade e os modelos que procuramos para nela habitar.

 

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12 de novembro de 2023
Francisco Barata Fernandes, uma «Aula fora-de-moda»
Escritos Escolhidos #29

É a pensar numa «aula fora-de-moda» que Francisco Barata Fernandes começa a preparar-se para as Provas de Agregação que viria a realizar em 2016, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. E são esses primeiros apontamentos, recolhidos por Mariana Sá, que hoje se dão a conhecer no 29.º Escritos Escolhidos.
 

Francisco Barata Fernandes tornou-se arquiteto na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Acompanhando ativamente o movimento que, com participação de professores e estudantes, lutou pela gestão democrática no Curso de Arquitetura e pela reformulação de uma estrutura de curso conforme à cidadania e autonomia da arquitetura, obteve o seu diploma em 1980. Quatro anos mais tarde partiu para Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar centros históricos. Doutorou-se já na década de 90, na Universidade do Porto, com a tese Transformação e Permanência na Habitação Portuense – as formas da casa na forma da cidade, orientada por Fernando Távora e Daniele Vitale. Professor Catedrático da Faculdade de Arquitetura do Porto, aí exerceu também, entre outras, funções de presidente do Conselho Diretivo (2006-2010) e presidente do Conselho Científico (2014-2018). Sempre demonstrou um particular interesse pelas questões da cidade, do território e do seu ordenamento, pela História na sua relação com a Arquitetura, pela reabilitação do património construído. A prática do ofício, iniciou-a ainda estudante, no atelier de Fernando Távora. Posteriormente, em associação, com Alfredo Matos Ferreira, Bernardo Ferrão e Manuel Fernandes de Sá. Mais tarde, em atelier próprio, que ao longo dos anos viria a integrar Madalena Pinto da Silva e o filho de ambos, Manuel Barata Fernandes. Da sua obra, destaque para o Plano para a Avenida da Liberdade em Lisboa, a Cooperativa de Massarelos no Porto, o projeto de conservação e recuperação do Castelo de Santa Maria da Feira, a recuperação da Igreja Matriz de Vimioso ou a reabilitação do Palácio dos Condes de Basto e Pátio de S. Miguel em Évora. E, no âmbito da capital da cultura Porto 2001, a reabilitação da Praça da Cadeia da Relação e do Largo do Olival, e ainda o projeto da Rua do Almada. Assinou também o projeto da Marginal de S. Paio, em Canidelo, Vila Nova de Gaia. Com a reabilitação do edifício projetado por José Marques da Silva na rua Alexandre Braga, pertencente à Fundação Marques da Silva, viria, em 2014, juntamente com Nuno Valentim e José Luís Gomes, a receber o Prémio João de Almada. Foi, desde a primeira hora, membro do Conselho Geral desta Fundação, que teve o privilégio de receber em doação o seu acervo e bibliotecas profissionais.

Francisco Barata Fernandes, nasceu no Porto a 12 de novembro de 1950. Faria hoje 73 anos.
 

Link para o podcast: Escritos Escolhidos #29: Francisco Barata Fernandes, «Aula fora-de-moda»

 

 

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10 de novembro de 2023
PARQUE
Amanhã há lançamento de livro

Amanhã é dia de apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, um projeto editorial de Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, publicado pela Pierrot le Fou. A partir das 15h30, na Fundação Marques da Silva, vai ter lugar uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, que contará com a participação de António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e dos editores, Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes. Se a chuva der tréguas, segue-se uma visita guiada ao jardim por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima, seguida de Magusto.

O livro, amplamente ilustrado, contém documentação do processo evolutivo deste projeto assinado por José Carlos Loureiro e Luís Pádua Ramos, que aí instalaram o seu atelier, e da sua construção; um conjunto de textos da autoria de Bernardo Pinto de Almeida, Luciana Rocha e Sónia Moura; e, no final, fotografias provenientes de álbuns de algumas famílias que aí viveram ao longo da década de 70, como foi o caso dos arquitetos Alcino Soutinho, Álvaro Siza, Augusto Amaral e Anni Günther, João Serôdio, Manuel Teles ou dos artistas plásticos João Dixo e João Machado. Com ele espera-se também promover a classificação deste conjunto habitacional, pelo valor patrimonial material e imaterial que nele converge.

Esta edição de PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023 conta com o apoio da Direção Geral das Artes, Fundação Marques da Silva, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Câmara Municipal do Porto - Divisão Arquivo Geral, Faculdade de Belas Artes do Porto, Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade.

A sessão é de entrada livre.

+ info aqui

 

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9 de novembro de 2023
Cadernos com assinatura.
Há novidades na Loja!

E porque não levar consigo um caderno que transporta um belo desenho de um dos "nossos" arquitetos? Estão já disponíveis 2 novos modelos que têm em comum um mesmo ponto de partida: a reprodução de desenhos recolhidos no arquivo da Fundação. O primeiro, pensado pelo Nonverbal Club no contexto do programa Távora 100, propõe dois cadernos de capa branca que dão total protagonismo aos desenhos de viagem de Fernando Távora. O outro, com design gráfico de Francisca Rebelo, estagiária da FBAUP, associa aos desenhos de José Marques da Silva, Fernando Távora, Fernando Lanhas e Octávio Lixa Filgueiras, uma capa com cor, assumidamente chamada a desempenhar uma função importante na composição final.
 

Venha visitar as exposições "Fernando Távora. Pensamento Livre" e "Algas Elétricas" e passe pela nossa Loja.

 

+ info aqui: Cadernos "Távora 100" / Cadernos "um desenho, uma cor"

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8 de novembro de 2023
Rui Goes Ferreira e a importância do detalhe em arquitetura

Em 1964, inserido no programa de apoio à construção de Habitações Económicas, da Federação das Caixas de Previdência, Rui Goes Ferreira é chamado a projetar uma vivenda unifamiliar para o Dr. Ricardo Camacho, a implantar na Rua dos Ilhéus, numa área nobre da cidade do Funchal. O programa, documentado no Arquivo deste Arquiteto pertencente à Fundação Marques da Silva, revela pormenores curiosos, com Rui Goes Ferreira a fazer questão de assumir alguns compromissos de princípio. Por exemplo, o aspeto geral deveria ser "sóbrio e digno. Sem planos complicados e confusos, nem placas estúpidas de cimento." Ou, que se obrigava a cumprir escrupulosamente o valor estipulado, já que "a competência dum arquitecto mede-se pelo lado artístico e funcional, mas em especial, pela economia, detalhe e pontualidade." O certo é que a grande preocupação recaía na vontade de evitar atrasos ou paragens por falta de detalhes por parte do autor do projeto.

A vivenda, de rés-do-chão e 1.º andar, acabaria de ser construída em 1973 e permanece na família, já que é hoje habitada pela filha do Dr. Ricardo Camacho. Mantém essa tão desejada sobriedade e recato sublinhadas no projeto, permanecendo escondida por trás de um muro no interior de um quarteirão. Como podemos ler no Mapa de Arquitetura Rui Goes Ferreira: obra n.º 04, "a sua distinção encontra-se na qualidade dos materiais e no desenho dos pormenores, suavemente adaptados ao quotidiano". Os desenhos dos estores ou os caixilhos de batente de canto assim o confirmam, tal como o cuidado na escolha de madeiras como mogno, criptoméria ou sucupira.

 

Rui Goes Ferreira nasceu no Funchal a 8 de novembro de 1926. Faria hoje 97 anos.

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6 de novembro de 2023
Alcino Soutinho: o apelo da viagem entre amigos

Vinte e quatro anos separam estas duas viagens a um mesmo destino, a Grécia. A primeira, tirada por Sergio Fernandez, é de 1976 e nela podemos identificar Fernando Távora e Alcino Soutinho em "analítico diálogo" sobre indiscernível assunto, enquanto Laura Soutinho e Álvaro Siza descontraidamente conversam a seu lado. A segunda, tirada por José Bernardo Távora, é de 2000 e capta o momento em que Fernando Távora e Alcinho Soutinho procuram uma qualquer informação num livro igualmente não identificado que Alcino Soutinho segura nas mãos. De novo, o tema que os ocupa permanece inacessivel a quem observa a fotografia, mas ao vê-las lado a lado, percebe-se como apesar da passagem dos anos a cumplicidade entre ambos se manteve, assim como o gosto da viagem em grupos que refletiam as suas vivências pessoais e afetivas, os interesses que os uniam. Viajar era cruzar a vida com a Arquitetura. Aí se estreitavam laços de amizade enquanto se exercitava o olhar por destinos que intencionalmente se procuravam. Em 2000 cumpriu-se o desejo de Fernando Távora regressar à Grécia. Pelo impacto que tiveram, estas viagens não se podem dissociar da forma de estar destes arquitetos, seja no exercício da arquitetura, seja enquanto professores. Delas ficaram registos que lhes acrescentaram outros olhares e lhes conferiram um significado crescente para novas gerações que os podem ver e consultar: fotografias, desenhos, escritos (alguns em exposição em Fernando Távora. Pensamento Livre). É que um arquiteto, como em tempos um artigo do jornal Público referia, nunca é um turista acidental.
 

Alcino Soutinho nasceu a 6 de novembro de 1930. Faria hoje 93 anos.

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03 de novembro de 2023
PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023
Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes (Eds.)
Lançamento de livro, visita guiada e magusto
11 de novembro, Fundação Marques da Silva (15:30) e Luso (17:00)

A apresentação do livro PARQUE – Conjunto Habitacional Luso-Lima 1958-2023, pensado e organizado por Luís Albuquerque Pinho e Luís Pinto Nunes, da editora Pierrot le Fou, vai acontecer no próximo dia 11 de novembro. Será uma sessão a dois tempos, o primeiro, às 15:30, na Fundação Marques da Silva, e um segundo, no Luso, a partir das 17:00. É que depois de uma conversa moderada por Fátima Vieira e Susana Lourenço Marques, onde participam António Tavares, Lúcia Almeida Matos, Gabriela Trevisan e os editores, seguir-se-á, se as condições climatéricas assim o permitirem, uma visita guiada por Luciana Rocha e Luís Pinheiro Loureiro ao Parque do Luso-Lima. E para acabar em festa, porque é dia de São Martinho, todos estão convidados para um Magusto.    

Esta será também uma oportunidade única para adquirir o livro com um desconto especial.

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30 de outubro de 2023
A exposição ALGAS ELÉTRICAS já pode ser visitada

E já abriu a exposição ALGAS ELÉTRICAS. Com curadoria de Scott Longfellow, dá a conhecer os projetos de Samuel Tomatis e Pablo Bras, dois caminhos de investigação e criação distintos que partilham uma mesma vontade: procurar formas de tornar o mundo em que vivemos mais positivo e sustentável.

A visitar de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (última entrada às 17h30).

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27 de outubro de 2023
Porto Design Biennale: Algas Elétricas
Abre hoje, às 17h00, na Fundação Marques da Silva

A exposição ALGAS ELÉTRICAS abre hoje às 17h00.

E está tudo pronto para o/a receber na Fundação Marques da Silva.

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27 de outubro de 2023
Fernão Simões de Carvalho e o "Continental" das Avenidas Novas

Em 1980, Fernão Simões de Carvalho (São Paulo de Luanda, 1929) decide regressar do Brasil, onde colaborara com Horácio Camargo e Maurício Roberto, e fixa-se definitivamente em Portugal. Recebe então a encomenda de Manuel Lourenço Marçal, proprietário das Construções Continental, lda., para projetar um edifício de escritórios a implantar na Travessa Sá da Bandeira, em Lisboa. Circunstâncias várias levarão, contudo, à transformação desse projeto inicial num Hotel, ainda que as principais linhas propostas se mantenham e reconheçam no edifício construido, voltado agora para a Rua Laura Alves. Nesta nova e última fase, que decorre entre 1985-87, Simões de Carvalho, com a colaboração de Cristina Blanc, vai propor um edifício com 22 pisos (entre os quais 5 caves e um piso técnico), unificados acima do solo por uma enorme e elegante fachada envidraçada num plano curvilíneo. Soluções que não só otimizam a adaptação ao terreno, como permitem rentabilizar a sua ocupação. No interior, sobressai o exercício de trazer a maior iluminação natural possível, seja através de varandas ou da inserção de poços de luz, e a presença de espaços ajardinados. Coube ainda ao atelier de Simões de Carvalho projetar a iluminação e a decoração interior, desenhando candeeiros e mobiliário.
 

O Hotel Continental tem sofrido algumas intervenções posteriores, mas continua a manter a essência do projeto pensado e desenhado por Fernão Simões de Carvalho que completa hoje 94 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

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26 de outubro de 2023
PRÉMIO FERNANDO TÁVORA 17.ª edição
Conferência do vencedor e abertura da Exposição "Aldeias Modernistas"
31 outubro, 18h00, sede OASRN

Na próxima terça-feira, pelas 18h00, realiza-se na sede da OASRN a Conferência e abertura da Exposição do Vencedor da 17.ª edição do Prémio Fernando Távora.

“Aldeias Modernistas” apresenta a viagem do arquiteto João David Valério, percorrendo um conjunto de protótipos de habitação coletiva em alta densidade / baixa altura construídos na Suíça durante as décadas de 1950 a 1980.
 

"Procurou-se uma viagem com perspectivas múltiplas que permitissem um panorama histórico mais completo e, simultaneamente, contribuíssem para o trabalho na contemporaneidade. A viagem foi uma ferramenta indispensável, tanto na dimensão mais evidente de conhecer os edifícios no local e as pessoas que os ocupam, como na oportunidade de visita aos arquivos e encontro com pessoas ligadas a estas obras que generosamente partilharam as suas memórias e ideias. Neste diário de viagem fica uma síntese da experiência, articulando a dimensão teórica com a beleza de viajar e o espanto de descobrir novos lugares e pessoas."

A entrada e gratuita, sujeita a inscrição prévia.
 

A Fundação Marques da Silva, a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura são parceiras deste Prémio organizado pela OSRN e que conta com o apoio da Ageas Seguros.

+INFO: www.ordemdosarquitectos.org


 

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25 de outubro de 2023
Porto Design Biennale: Algas Elétricas
nova data: 27.10.2023
17h, Fundação Marques da Silva

A exposição “Algas Elétricas” apresentada no âmbito da Porto Design Biennale já tem uma nova data de abertura!
Dia 27 de outubro, às 17h, venha à Fundação Marques da Silva conhecer os projetos de Pablo Bras - Le Pavillon des Rêves -,  sobre o potencial de energia residual em ambientes suburbanos, e de Samuel Tomatis - Alga -, o culminar de sete anos de trabalho sobre as algas verdes que estão a invadir as nossas praias.


A exposição “Algas Elétricas”, com curadoria de Scott Longfellow, reúne estes dois projetos de investigação em design que pouco têm em comum, a não ser a lucidez de dois criadores face ao “aqui e agora”, a sagacidade e a capacidade destes criadores gerarem futuros a partir de erros do passado, ao que parece sem esperança.

Inserida na programação da Porto Design Biennale, esta exposição é apresentada pela Agora du Design e pelo  Institut français du Portugal.
 

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23 de outubro de 2023
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
assim foi a abertura

Assim foi, na passada sexta-feira, na Fundação Marques da Silva, com o auditório do Palacete Lopes Martins a ser demasiado pequeno para acolher todos os que quiseram estar presentes na sessão de abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE.

Poderá agora visitá-la até ao dia 3 de fevereiro, de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 18h00 (última entrada às 17h30).

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23 de outubro de 2023
Távora no Tempo e abertura do núcleo "Aulas"
um dia, muitas vozes, renovados olhares sobre Fernando Távora

Sábado passado, na continuação do programa iniciado com a abertura da exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE, e já na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi a vez de um conjunto de personalidades enfrentar a complexidade de uma figura poliédrica e heterodoxa como é a de Fernando Távora, cruzando olhares e debatendo visões a partir de diferentes perspetivas. A esta polifonia de vozes - Alexandre Alves Costa, Teresa Cálix, Carlotta Torricelli, José António Bandeirinha, Luís Soares Carneiro, Ana Vaz Milheiro, Fernanda Barbara, João Belo Rodeia, Ricardo Pais, Gonçalo Byrne, Jorge Figueira, Emilio Tuñón, José Miguel Rodrigues e Manuela Oliveira - reuniu-se a voz do próprio Fernando Távora presente no núcleo "Aulas", na Galeria de Exposições, que então se deu também a conhecer.

O encontro foi gravado e será futuramente divulgado.

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23 de outubro de 2023
DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS
colóquio
24 de outubro, 10h45-17h30, DARQ-UC

O colóquio DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS  integra-se numa série de iniciativas organizada pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra que, centrada no percurso de sete figuras que partilham a sua experiência profissional e pessoal sobre um tema específico, tem por objetivo retratar o papel do desenho na atividade académica-científica e na prática profissional dos arquitetos e de outros protagonistas ligados à disciplina da Arquitetura.
 

Nesta sua 5.ª edição, e enquanto parte do programa Távora 100, centra-se em Fernando Távora. Como se sabe, o desenho ocupa um relevante lugar no percurso de vida deste arquiteto. Da prática da arquitetura à docência, passando pelos diários de viagem, o desenho constitui um modo de ver o espaço que nos rodeia: é, por isso, uma memória de um tempo próprio que inevitavelmente reflete as circunstâncias experienciadas pelo arquiteto. Em DESENHAR TÁVORA: SETE PERCURSOS vai-se procurar revelar esses percursos, desenhados em ambientes distintos, pelos que tiveram o privilégio de partilhar com Fernando Távora o desenho na escola do Porto, no Colégio das Artes em Coimbra, no escritório, em viagem, nas suas investigações ou até na esplanada de um café.


Programa

10h45 Abertura
11h00 Eduardo Fernandes
11h30 Ana Alves Costa
12h00 Teresa Pais
12h30 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
/
15h00 Jorge Figueira
15h30 Rita Marnoto
16h00 Carlos Martins e Paulo Providência
16h30 Luís Urbano
17h00 Debate, moderação de José Miguel Rodrigues e Gonçalo Canto Moniz
17h30 Encerramento
 

A organização desta edição, que vai ter lugar ja amanhã, foi assegurada por  Luís Miguel Correia, Teresa Pais e Gonçalo Canto Moniz (Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra).

 

+ info: www.uc.pt

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19 de outubro de 2023
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
ABERTURA 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza
Fundação Marques da Silva

A exposição FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE abre amanhã! Ação central das comemorações do centenário de Fernando Távora - que estão a cargo da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho - celebra a vida e obra desta figura maior da Arquitetura portuguesa.

Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.

+ info AQUI

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18 de outubro de 2023
José Marques da Silva e os Palacetes do Conselheiro Pedro Araújo

"O carácter distintivo dos espaços, os lugares significantes, os valores de particularização e de individuação fazem da habitação o terreno mais inquietante do arquitecto e da ética do projecto [...] na mútua revelação e cumplicidade do arquitecto e do encomendador A casa é assim um duplo espelhamento." (António Cardoso, O Arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX)


O Conselheiro Pedro Maria da Fonseca Araújo (1862-1922) foi uma figura influente na vida política, social e comercial da cidade do Porto entre o final do séc. XIX e as duas primeiras décadas da centúria seguinte. Destacado e bem-sucedido homem de negócios, benemérito e mecenas, exerceu vários cargos públicos de relevo e obteve mútiplas distinções, a última das quais, a atribuição por D. Manuel II do título de Marquês da Brejoeira. Monárquico progressista, exerceu, entre outras, a função de Vereador da Câmara Municipal do Porto (1890-1895) e assumiu a Presidência da Associação Comercial do Porto entre 1895-1896 e 1901-1905.
 

Por sua vez, José Marques da Silva (1869-1947), regressara à sua cidade natal, o Porto, em 1896, com o estatuto de arquiteto diplomado pelo Governo Francês e com a proposta de um projeto para uma Estação Central, que, como sabemos, virá a realizar. Em breve ingressará na Câmara Municipal (1904-07), como Arquiteto, e na Escola de Belas Artes (1906-39), como Professor. O prestígio e qualificação de Marques da Silva garantem-lhe um conjunto de encomendas públicas, onde se inscreve a poderosa Associação Comercial do Porto, sendo que os primeiros trabalhos aí executados datam de 1893, prolongando-se até 1912. Por formação e vocação, nada mais natural, portanto, do que ser procurado para idear também os espaços de habitação de muitas destas figuras emergentes e afirmativas na cena pública da cidade, que assim procuravam um arquiteto capaz de materializar espaços diferenciados,  isto é, lugares significantes e convergentes com as suas aspirações sociais. E entre elas, o Conselheiro Pedro Araújo.
 

Marques da Silva, entre 1910 e 1926, será chamado a intervir em dois lugares de exceção, ambos pertencentes ao Conselheiro: o Palacete da Rua do Campo Alegre, no Porto (que Fernando Távora virá a recuperar na década de 80, enquanto Círculo Universitário do Porto); e o Palácio da Brejoeira, em Monção, onde as obras se prolongaram para além da própria vida do Conselheiro. Aqui, naquela que foi a primeira casa a ter luz elétrica na região, ainda podemos admirar hoje o teatrinho Apolo e espaços singulares como a sala de leitura e a biblioteca, ou mesmo peças de mobiliário e o requintado acabamento de alguns tetos, caso do da sala de jantar, da autoria deste arquiteto.
 

José Marques da Silva nasceu no Porto, a 18 de outubro de 1869.

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17 de outubro de 2023
Algas Elétricas
Abertura da Exposição
21 de outubro, 18h, Fundação Marques da Silva

A Porto Design Biennale traz à Fundação Marques da Silva a exposição apresentada pela Agora du Design e o Institut français du Portugal, sob curadoria de Scott Longfellow, Algas Elétricas.

Em sintonia com o tema para 2023 - Ser Água -, a exposição reúne dois projetos de investigação em design: "Le Pavillon des rêves" de Pablo Bras, com a proposição de dispositivos de transformação em energia dos fluxos, materiais e energias, presentes em ambientes residenciais suburbanos; e o projeto "Alga" de Samuel Tomatis, que desde há 7 anos desenvolve uma investigação pluridisciplinar sobre as algas verdes que invadem as nossas praias e criam matéria orgânica tóxica, com o propósito de as transformar num recurso positivo e sustentável.

 

Estes projetos foram desenvolvidos graças à bolsa AGORA, um programa francês de apoio financeiro e de acompanhamento profissional para projetos de investigação em design que estejam conscientes dos desafios do nosso tempo, financiado pelo Ministério da Cultura francês e pela Fondation d´entreprise Hermès. A exposição Algas Elétricas foi co-produzida por esta associação e pelo Institut français du Portugal no âmbito do Fonds d´innovation do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês, e com o apoio do Institut français Paris.
 

A exposição inaugura no próximo dia 21 de outubro, às 18h, e manter-se-á patente ao público até 3 de dezembro.
 

+ info: www.ifp-lisboa.com / www.portodesignbiennale.pt

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16 de outubro de 2023
E de um pátio nasceu um teatro!
Filipe Oliveira Dias e o Teatro Helena Sá e Costa

No pátio interno do edifício já habitado pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), entre as ruas da Alegria e da Escola Normal, no Porto, e por isso de forma praticamente impercetível a partir do exterior, no final da década de 90, nasceu um Teatro. Um projeto de Filipe Oliveira Dias pensado para uma Escola, mas que se abre para a cidade, e onde Nuno Teotónio Pereira reconheceu a delicadeza de uma intervenção contemporânea que soube respeitar e valorizar a preexistência.
 

Na sua discrição, articulado com o corpo ao qual pertence e adequadamente equipado para a apresentação de espetáculos de Música, Teatro e Dança, trata-se da primeira obra de relevo de um arquiteto que viria posteriormente a ser chamado para outros edifícios teatrais marcantes, entre os quais se destacam o Teatro Municipal de Bragança, o Teatro de Vila Real, ou até mesmo a reabilitação e readaptação do Cine-Teatro Imperador para instalação da Casa da Criatividade, em S. João da Madeira. A experiência adquirida no desenvolvimento do Teatro para a ESMAE, a pesquisa realizada, que passou pela visita a teatros congéneres em vários países europeus, seria determinante para a qualidade da resposta arquitetónica e tecnológica dada às encomendas públicas que se seguiram.
 

A ideia inicial para o que viria a ser o Teatro que adotou o nome de uma reconhecida pianista e professora portuense, Helena Sá e Costa (1913-2006), passava apenas por dotar a Escola de um espaço de representação para as Artes que ensinava através da adequação do pátio central a essa função. Contudo, e apesar de um escasso orçamento, da solução simplista de uma cobertura, o projeto acabaria por evoluir para a construção de um autêntico teatro, devidamente apetrechado em termos de mecânica de cena, também ela pensada e projetada no atelier de Oliveira Dias. Tal como as cadeiras "Flame" que preenchem e enchem de cor a sala com capacidade para mais de 200 lugares (176 na plateia e 48 no balcão). Este modelo de cadeira de teatro, inspirado nas linhas de uma harpa, foi especificamente pensado para satisfazer as múltiplas exigências deste tipo de salas. Construída pela Figueras International Seating, esta silenciosa cadeira equipa hoje em dia numerosos teatros e auditórios um pouco por todo o mundo, tendo sido, em 2007, numa versão em pele natural de cor azul-marinho, escolhida para a Sala de Imprensa da Casa Branca, em Washington.
 

O Teatro continua a servir as necessidades artísticas da comunidade escolar para a qual foi criado, mas contribui igualmente para a dinamização cultural da cidade do Porto, onde se insere. Com a sua aura de espaço encoberto, onde a engenhosidade da sua arquitetura requer a astúcia de um olhar mais atento para se deixar revelar, continua a suscitar interesse, como foi o caso recente de um grupo de alunos do Workshop de Arquitetura e Cinema orientado por Luís Martinho Urbano, em 2022, que aí realizou "A Dúvida", uma divertida curta-metragem que tem este Teatro como protagonista e que aqui partihamos. Nada como a ver e aceitar a proposta para entrar e fazer uma visita invulgar, onde somos conduzidos do palco à sala, e acedemos ao que por norma se esconde, da régie aos bastidores.
 

Filipe Oliveira Dias, filho de engenheiro e neto de arquiteto, cujo acervo profissional foi doado à Fundação Marques da Silva em 2022, formou-se em Arquitetura na ESAP e doutorou-se na Universidade de Sevilha. Nasceu a 16 de outubro de 1963, no Porto. Faria hoje 60 anos.
 

Para ver "A Dúvida" clique aqui

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24 de outubro de 2023
TÁVORA NO TEMPO
Encontro
21 de outubro, 9h30-17h30, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto

O Encontro Távora no Tempo reúne na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto personalidades convidadas a partilharem um pensamento crítico sobre a obra de Fernando Távora, nas suas múltiplas dimensões, consolidando o seu legado como uma referência maior no panorama da arquitetura nacional e internacional. Ao dinamizar um espaço de reflexão que reúne novos olhares sobre esta figura ímpar, pretende-se demonstrar a contemporaneidade das linhas de pensamento e ação de Távora, em particular junto das novas gerações de arquitetos.


Esta iniciativa, parte do programa comemorativo do centenário do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100 - realiza-se também como um desdobramento da exposição Fernando Távora. Pensamento Livre, cuja abertura se assinala no dia anterior, na Fundação Marques da Silva. Entre as 11 e as 11h30, na Galeria da FAUP, será assim inaugurado o núcleo temático "Aulas", com curadoria de Manuel Correia Fernandes.
 

Távora no Tempo tem início às 9h30 e prolonga-se até às 17h30. A entrada é livre, apenas sujeita à limitação do espaço.

 

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13 de outubro de 2023
FERNANDO TÁVORA. PENSAMENTO LIVRE
Palacete Lopes Martins - Fundação Marques da Silva
20.10.2023 – 03.02.2024
/
ABERTURA DA EXPOSIÇÃO 20.10.2023, 18h30
Fátima Vieira, Alexandre Alves Costa, Álvaro Siza

Fernando Távora. Pensamento Livre é uma exposição sintética da vida e obra do Arquiteto Fernando Távora, que procura - em 7 obras e 5 entradas temáticas - retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional. Com curadoria de Alexandre Alves Costa (coordenador), Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano, Maria Manuel Oliveira, não tem, no entanto, qualquer intenção de se aproximar de uma mostra retrospetiva.

As obras presentes nesta exposição são: Mercado da Feira (1953/1959); Casa de Ofir (1957/1958); Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição, em Matosinhos (1956/1960); Escola do Cedro, em Gaia (1957/1961); Pousada de Santa Marinha da Costa, em Guimarães (1972/1985); Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993/2000); e Casa dos 24, antigos Paços do Concelho do Porto (1995/2003). As cinco entradas temáticas, complementares à exposição central, cada uma com o seu espaço e curadoria próprias, dão notícia da complexidade intelectual e cultural de Fernando Távora: "Referências", Ana Tostões; "Viagens", Sergio Fernandez; "Tratados de Arquitetura", Domingos Tavares; "Literatura Modernista", Celeste Natário; e "Aulas", Manuel Correia Fernandes, com este último núcleo a estender-se à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Será também lançado o Catálogo, onde se publica uma nota interpretativa de críticos da nova geração sobre cada uma das obras sete obras expostas: Pedro Levi Bismarck; Pedro Baía; Carlos Machado e Moura; Eliana Sousa Santos; Bruno Gil; Beatriz Serrazina; e Joana Restivo, respetivamente.

Fernando Távora. Pensamento Livre é uma iniciativa da Fundação Marques da Silva e a ação central de Távora 100. Este programa comemorativo do Centenário de Fernando Távora constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.
 

O programa Távora 100 conta com o apoio do Banco BPI; Fundação la Caixa; DST Group; Tintas Cin; e a Efapel. A Fundação Marques da Silva integra a RPAC – Rede Portuguesa de Arte Contemporânea.

 

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11 de outubro de 2023
Lançamento do Catálogo do Prémio Municipal de Arquitetura João Álvaro Rocha
Visita guiada ao Estádio da Universidade da Maia (ISMAI)
14 de outubro, às 16h00, entrada livre

Em janeiro passado foi revelado o projeto vencedor da 1.ª edição do Prémio Municipal de Arquitetura da Maia, João Álvaro Rocha: ISMAI – Estádio, um projeto da autoria dos arquitetos José Carlos Loureiro, Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro.

No próximo dia 14 de outubro, numa iniciativa dos promotores e organizadores deste Prémio, a Câmara Municipal da Maia e a APJAR - Associação Pró-Arquitectura João Álvaro Rocha, será lançado o respetivo Catálogo, numa edição bilingue, com o registo de todas as obras a concurso.

A sessão, com início às 16h00 e de entrada livre, terá lugar no próprio Estádio, sendo seguida de uma visita guiada pelos arquitetos Luís Pinheiro Loureiro e José Manuel Loureiro, dois dos coautores do projeto.

O Estádio para o Instituto Superior da Maia, atual Universidade da Maia, começou a ser projetado em 2012, com a sua construção a ser concluída em 2017. Como fez questão de sublinhar o Júri deste Prémio, "a obra requalificou a relação entre os edifícios do campus e entre estes e a paisagem, incluindo o Estádio e o horizonte marcado pela linha de metro, através da sensibilidade à topografia." A obra vencedora, que "demonstra um domínio exemplar da proporção e racionalidade da distribuição do programa", está em pleno funcionamento, num efetivo cumprimento dos objetivos norteadores do projeto.
 

+ info: www.pma.joaoalvarorocha.pt

 

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10 de outubro de 2023
José Porto, uma arquitetura com muitas vidas e múltiplas geografias

José Luiz Porto conclui a sua formação académica, iniciada em Lisboa, na cidade suíça de Genebra, em 1913. Será aí que o seu percurso profissional começa a construir-se, mas como pintor-decorador. A década de vinte assinala não só a mudança para Paris como o princípio de uma nova etapa: a de arquiteto. Será nos anos 30 que a colaboração com os Engenheiros Reunidos ditará o seu regresso definitivo a Portugal. Fixa-se no Porto, ainda que Vilar de Mouros nunca saia do seu horizonte. Conquistará o primeiro prémio em vários concursos para grandes equipamentos públicos a construir na cidade e, entre outros projetos residenciais, será chamado a desenhar a mítica casa para Manoel de Oliveira, bem como alguns cenários para o filme Aniki Bobó. Será, contudo, a década seguinte a marcar um significativo alargamento do seu território de ação.
 

Portugal era então um território pluricontinental e José Porto será um dos arquitetos que, a partir da metrópole, vai assinar um conjunto de projetos em África, com particular visibilidade e impacto na cidade da Beira, capital da província de Sofala, no leste de Moçambique. Desde logo, o Anteprojeto de Urbanização, de autoria conjunta com o engenheiro Joaquim Ribeiro Alegre (1943-47), para o Gabinete de Urbanização Colonial, sedeado em Lisboa, parcialmente executado. Elevada a cidade em 1907, a Beira ia-se afirmando, pela sua localização estratégica, como um importante porto de mar: situada no centro do país e voltada para o Oceano Índico, ergue-se sobre a margem esquerda do rio Pungué, sendo atravessada pelo rio Chiveve. Pelos anos 40/50, num movimento liderado pela Companhia de Moçambique, a Beira atravessava um período de acentuada expansão e desenvolvimento, marcado pela construção de grandes equipamentos que continuam ainda hoje a ser um símbolo identitário do património urbano da cidade. Só José Porto, para além do Anteprojeto, viria a desenvolver um estudo para a Central Elétrica e para o Clube Náutico, o projeto para o Cineteatro Olympia, a remodelação dos Paços do Concelho e dos edifícios dos Correios e Telégrafos, bem como o icónico Grande Hotel da Beira, uma arquitetura sobrevivente em fantasmática ruína, mas com muitas vidas para contar.
 

Este Grande Hotel, que José Porto começa a projetar em 1946 para a zona nobre da cidade, em Ponta Gêa, documentado em cerca de vinte desenhos existentes no arquivo da Fundação Marques da Silva, em poucos anos conheceu a ascensão e queda. Considerado um dos mais imponentes e luxuosos do seu tempo em todo o continente africano, abriu as suas portas em 1955. Era composto por quatro blocos, unidos por corredores envidraçados, com a fachada do corpo principal, à imagem da casa da Rua da Vilarinha, a distinguir-se pelas suas linhas arredondadas. A horizontalidade do conjunto era sublinhada pelas galerias que percorriam todos os pisos, pontuadas por varandas, janelas e palas de proteção solar. Com 131 quartos, o  edifício inseria-se num terreno com vegetação e incluía uma piscina de dimensões olímpicas e uma boîte. Ao seu lado, sobre o espaço público, foi colocada a escultura "A Mão", da autoria do artista plástico Jorge Garizo do Carmo. Oito anos após a sua abertura, em 1963, os seus proprietários consideraram insustentável a sua gestão. Defendem algumas fontes que acabaria por ser fatal o impedimento de abertura de um casino, mas a ocupação do Hotel, desde o início ficara aquém das expectativas, situação que a abertura do concorrencial Hotel Embaixador viria a agudizar. Apenas a piscina, no início da década de 70, viria a reabrir sob a responsabilidade da Comissão Técnica de Natação da Associação dos Desportos. Após a Independência e durante a guerra civil, entrou em acentuada decadência, primeiro com as caves a servirem de prisões improvisadas, depois para abrigo a refugiados. Nele vivem hoje, em condições precárias, cerca de 2.000 pessoas.

José Porto deixaria o projeto (que começara a ser construído em 1949) em 1953, ano em que António Arantes e Oliveira, um dos administradores da Companhia de Moçambique na Beira, contrata para acompanhar a conclusão das obras o arquiteto Francisco de Castro. Tinha entretanto em mãos, no Porto, projetos como o Hotel D. João I, o edifício Emporium e um estudo para um cinema na Rua Sá da Bandeira, assim como, desde 1946, começara a remodelar a antiga casa dos pais, em Marinhas (Vilar de Mouros), para nela se vir a fixar.

José Porto nasceu em Vilar de Mouros a 10 de outubro de 1883, há 140 anos.

 

Créditos:
Fotografia atual:

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4 de outubro de 2023
Távora - Identidade e Circunstância / Clássico e Moderno
Ciclo de Conversas
#2 | Domingos Tavares e Paulo Moura. Modera Luís Martinho Urbano
6 de outubro, 18h-19h30, anfiteatro de D. Pedro Pitões

O Ciclo Távora - Identidade e Circunstância, programado pelo Museu do Porto no contexto da exposição A urgência da cidade - O Porto e os 100 anos de Fernando Távora, pretende reunir antigos colaboradores, alunos e amigos deste Arquiteto, mas também profissionais de nova geração que inscrevem a sua visão e trabalho de arquitetura a partir do seu legado fundador.
 

Depois de uma primeira sessão, decorrida no passado dia 29 de setembro, com uma conversa entre Luís Aguiar Branco e Nicolau Brandão moderada por Teresa Cunha Ferreira que tinha por ponto de partida, "Távora: Aula e Festa", vai continuar no próximo dia 6 de outubro com novos intervenientes: Domingos Tavares e Paulo Moura, com moderação de Luís Martinho Urbano, Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva. O tema desta próxima sessão é "Távora: Clássico e Moderno".
 

Este Ciclo, que decorre, assim o permitindo o tempo, ao ar livre, no anfiteatro de D. Pedro Pitões, anexo à Antiga Casa da Câmara, prevê ainda a realização de mais duas sessões: a 13 de outubro, "Távora: Português e Universal" (Antonio Esposito e Ana Tostões, moderação de João Rapagão) e 20 de outubro, "Távora: Presente e Futuro" (Andreia Garcia e Nuno Valentim, moderação por Álvaro Domingues).

 

+ info: www.museudoporto.pt
 

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3 de outubro de 2023
Foram anunciados os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora:
Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista

Com o projeto Na Linha da Frente. A arquitectura do bunker nas linhas de defesa da Europa Central, Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista foram os vencedores da 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.

 

O Júri decidiu unanimemente por uma proposta que considerou ser "consistente, com um plano de viagem extremamente bem estruturado e pormenorizado, demonstrando preparação prévia rigorosa. O projeto apropria-se e reformula o próprio conceito de viagem, através da forma como os candidatos pensaram a relação com o território e a especificidade na aproximação a cada um dos lugares.” Especificou ainda que “um dos fatores que pesou na distinção desta proposta face às demais, prende-se com o seu conteúdo imagético e de fascínio por estes objetosarquitetónicos, de alguma forma ocultos e desconhecidos, inscrevendo-a numa reativação dos problemas de fronteira e de guerra que nos vêm afligindo. A proposta procura a discussão do passado destes objetos, também em Portugal, e da sua importância para a memória coletiva futura.”

 

A cerimónia, que contou também com uma conferência do arquiteto/fotógrafo Duarte Belo, Ininterrupta Viagem, decorreu ontem, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos.

 

O Prémio Fernando Távora, uma iniciativa da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos, é organizado com o apoio da Fundação Marques da Silva, da Câmara de Matosinhos e da Casa da Arquitectura, sendo patrocinado pela Ageas Seguros.


Imagens: Alvéole 14, Saint-Nazaire, França, © LIN - Architects Urbanists (Finn Geipel + Giulia Andi) / fotografia dos vencedores

 

+ info: www.ordemdosarquitectos.org.pt/sr_norte

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29 de setembro de 2023
Newsletter Setembro 2023

Retomamos hoje a publicação da Newsletter da Fundação Marques da Silva.

A ler aqui

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28 de setembro de 2023
PRÉMIO FERNANDO TÁVORA
Anúncio do Vencedor da 19ª edição e Conferência por Duarte Belo
2 outubro, 18h30, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos

Cumprindo o que já é uma tradição, na próxima segunda-feira, 2 de outubro, Dia Mundial da Arquitetura, vai decorrer mais uma sessão do Prémio Fernando Távora. Integrada no programa das Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora, a cerimónia incluirá o anúncio do vencedor da 19.ª edição e uma conferência pelo arquiteto/fotógrafo Duarte Belo: Ininterrupta Viagem.
 

O júri desta 19.ª edição é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arq.ta Andrea Soutinho (Fundação Marques da Silva), pela Arq.ta Ana Vieira (Casa da Arquitectura), pela Arq.ta Susana Ventura (OASRN) e pela Dr.ª Maria José Távora (família do Arquiteto Fernando Távora).

O Prémio, que tem o objetivo de continuar a perpetuar a memória de Fernando Távora, valorizando a importante contribuição da viagem e do contacto direto com outras realidades na formação da cultura do arquiteto enquanto profissional, conta uma mais uma vez com as parcerias da Fundação Marques da Silva, da Câmara Municipal de Matosinhos, e da Casa da Arquitectura, bem como com o patrocínio da Ageas Seguros.

+ info: www.ordemdosarquitectos.org

 

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25 de setembro de 2023
Quatro Arquitectos, uma Geração, a de 1920

No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, o percurso e algumas obras de Celestino de Castro, Mário Bonito, Fernando Távora e José Carlos Loureiro estiveram em destaque. Foram estes os 4 arquitetos selecionados para a reflexão a fazer durante aquele que foi o segundo colóquio organizado pelo Colégio criado pela Ordem dos Arquitectos, em 2016, para proteção, salvaguarda e valorização do património arquitetónico construído e do ambiente, enquanto ato próprio da profissão e do seu envolvimento com a sociedade. E mais uma vez, a ideia subjacente a este momento de reflexão e partilha, assentou na presença de oradores, arquitetos e não-arquitetos, que puderam falar na perspetiva disciplinar do projeto, mas também do que decorre de uma ligação direta com o construído. Uma leitura feita nos dias de hoje sobre o que distingue os percursos destes arquitetos, como foi e/ou continuam a ser vividos os espaços que projetaram, enquadrando a sua ação no contexto urbano, político e social em que esta decorreu e se materializou.
 

Em comum, as vidas destes quatro arquitetos passaram não só por uma importante e continuada prática de projeto, como também pela participação cívica e pela carreira docente, mais ou menos longa, mas com uma forte repercussão nos jovens aspirantes à profissão que ajudaram a formar. Do que fizeram e da herança que deixaram ou do que significa habitar a sua arquitetura se falou neste colóquio, depois de uma intervenção inicial de Gonçalo Byrne a desenhar o quadro histórico, nacional e internacional, que permite compreender os seus posicionamentos individuais, cívicos e profissionais. Foi o traçar de um pano de fundo acompanhado do contraponto a esta nossa década de 20, cem anos passados, e aos novos desafios colocados aos arquitetos de hoje, expresso num desejo para que, também agora, num tempo de crescente instabilidade, a Arquitetura possa vir a ter um papel decisivo na criação de lugares de vida.
 

Sobre Celestino de Castro (1920-2007) falaram José Fernando Gonçalves e Paulo Seco. Se o primeiro apresentou um olhar transversal sobre o percurso do arquiteto, do CODA às propostas para a Avenida dos EUA, e de um homem de um grande engajamento social e político, que soube ser moderno sem nunca deixar que a ética se subjugasse à estética; o segundo apresentou o projeto de reabilitação que tem em curso na casa José Braga, no Porto, um projeto de Celestino de Castro da década de 50. Mário Bonito (1921-1976) foi apresentado por Helder Casal Ribeiro e pelo seu próprio filho, Sérgio Bonito. Casal Ribeiro, tomando como ponto de partida o texto deste arquiteto, "A Universalidade na Arquitectura", escrito em 1970, sublinhou o caráter polifacetado dos seus interesses, detendo-se depois em três obras: o CODA, o Pavilhão Ilhas Adjacentes; o Edifício Ouro; e o Estádio de Guimarães. Já o seu filho, numa intervenção a 2 vozes, porque feita sobre um testemunho do seu irmão Gabriel, depurou a paixão pelo cinema de Mário Bonito e o modo como esta se reflete nos restantes domínios da sua vida. Alexandre Alves Costa e Carlos Martins falaram de Fernando Távora (1923-2005). Alexandre Alves Costa devolveu-nos um entendimento mais íntimo e próximo de Fernando Távora, no entanto, sem deixar de especificar o que considera ser o seu contributo para a chamada Escola do Porto, defendendo a ideia da sua fidelidade ao Moderno como coisa inconclusiva, ou seja, a procura coerente de uma permanente contemporaneidade; o seu espírito ordenador, enquanto regra da sua intervenção; a sua heterodoxia. Por sua vez, Carlos Martins, antigo colaborador, adotou o guião em tempos feito por Fernando Távora e Luís Ferreira Alves, para estruturar a sua intervenção sobre duas obras referenciais: o Pavilhão de Ténis, "obra manifesto"; e a Torre dos 24, "obra testamento". O último conjunto de oradores convidados, Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, abordaram a obra de José Carlos Loureiro (1925-1922). Nuno Brandão Costa percorreu várias das obras dispersas pelo Porto, algumas menos faladas e estudadas, mas que, pela sua capacidade de diálogo com o lugar, na discrição das suas linhas exteriores, em muito contribuem para uma certa atmosfera da cidade: o edifício AXA, o Hotel Dom Henrique, os edifícios da rua Visconde Bóbeda, da rua Formosa, da rua Guedes de Azevedo, e, por fim também, o Tribunal de Barcelos. Já Paulo Vinhas, descrevendo o processo de transformação do auditório do Parnaso em habitação mostrou, na primeira pessoa, o que significa "habitar o Parnaso".
 

Um dia cheio, terminado pelas intervenções de Pedro Alarcão e João Appleton, numa síntese das várias comunicações, e de Diana Roth, sobre o trabalho que o Colégio Arquitectónico do Património tem vindo a realizar.
 

O Colóquio "Arquitectos. Geração de 1920" foi gravado e em breve deverá estar disponível para visualização no canal YouTube da Ordem dos Arquitectos.

 

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23 de setembro de 2023
Nuno Portas, "a cidade como arquitectura"

Em 1969, Nuno Portas publica, na editora Livros Horizonte e com prefácio de Fernando Távora, o texto preparado para o concurso a professor do 1.º Grupo na EBAL, A Cidade como Arquitectura.  Escrito num período de grande aproximação à "escola de Barcelona", e em particular a Oriol Bohigas, dada a sua ativa participação nos Pequenos Congressos que reuniam arquitetos portugueses e espanhóis, este ensaio representava, segundo o autor, o culminar de um processo de "abertura à cidade" iniciado com a sua anterior publicação, A Arquitectura para hoje (1964). Tratava-se de uma reflexão crítica sobre as questões da cidade-território, que tinha, desde então, vindo a reforçar com os contributos do trabalho desenvolvido com os alunos e pela experimentação levada a cabo no LNEC. 

 

Nuno Portas faz questão de começar o livro com uma "provocação" aos novos arquitetos, expondo as convicções e desígnios que motivam a sua necessidade de dar a conhecer certas posições metodológicas, do problema que o move. Avança, depois, para a análise do tema, que aborda a partir de quatro coordenadas: "Método e Projecto"; "Projecto e Cidade"; "Cidade e Desenho"; "Desenho da Cidade e Ensino". Cada um destes capítulos vem acompanhado, no fim, por um conjunto de ilustrações e respetiva bibliografia, onde deixa transparecer um grande conhecimento e sentido de atualidade face ao panorama internacional do seu tempo, no domínio da arquitetura e urbanismo, seja em termos projetuais ou principais correntes teóricas. A pesquisa sobre o "fazer cidade", a preocupação com os problemas-chave da arquitetura na escala urbana, a constante atenção aos problemas da habitação, manter-se-ão, aliás, uma constante do seu percurso, bem documentada também no acervo doado à Fundação Marques da Silva.
 

Sobre A Cidade como Arquitectura, especificamente, Tiago Lopes Dias refere, em livro que esta Fundação e as Edições Afrontamento em breve publicará, que Portas, neste ensaio, vai estabelecer os limites do poder sedutor do imaginário de vanguarda e colocar os problemas do «desenho urbano» e do «arquitectar para o grande número» numa perspetiva não-utopista. Solà-Morales, que insistentemente, mas sem sucesso, lhe pedirá desde o início dos anos 70 para trabalhar uma versão em língua espanhola, a publicar pela Gustavo Gilli na coleção "Ciencia Urbanística", por si coordenada, continuaria, em 2005, a considerá-lo um livro seminal. Quase quatro décadas passadas, em 2007, viria a ser reeditado, embora ainda e apenas em português. Certo, porém, é que a leitura deste texto continua a fornecer matéria para renovada reflexão e a manter a sua atualidade e relevância, pela lucidez e fundamentação do discurso que nele flui e também porque neste "processo de dar sentido e forma ao que é eminentemente complexo na organização, expandido e descontínuo no espaço, indefinivel ou mutável no tempo: a cidade-território", estudado em termos de método e de crítica, neste livro para arquitetos e não arquitetos, como refere Távora a concluir o seu prefácio, "é, afinal, e únicamente, o Homem que está em causa."
 

Nuno Portas nasceu a 23 de setembro de 1934. Faz hoje 89 anos. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

Sobre as imagens: capa e páginas 174-5 do livro a cidade como arquitectura (obras do Grupo Juan XXIII, Fernando Távora e Álvaro Siza Veira); fotografia do acervo Nuno Portas (Simposyum de Castelldefels, 1972. Da esquerda para a direita, Oriol Bohigas, Helio Piñón, Maria Luisa Scalvini, Xavier Rupert Ventós e Nuno Portas).

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4 de setembro de 2023
Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, 10h00-18h00, Fundação Marques da Silva

Arquitectos. Geração 1920 foi o tema escolhido pelo Colégio do Património Arquitectónico para a realização do seu 2.º Colóquio, a decorrer no próximo dia 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, no Porto. Serão quatro os arquitetos em destaque: Celestino de Castro (1920-2007); Mário Bonito (1921-1976); Fernando Távora (1923-2005); e José Carlos Loureiro (1925-2022). Para cada um, dois testemunhos, dois oradores convidados. Será um dia completo, com sessões de manhã e de tarde, almoço incluído, a iniciar com uma comunicação de Gonçalo Byrne sobre o tema em debate, seguindo-se aos painéis dedicados a cada um deste quatro arquitetos um espaço de debate e o encerramento dos trabalhos.
 

Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva,  instituição de acolhimento do Colóquio. Esta iniciativa, parte integrante do programa Távora 100, conta ainda com o apoio das empresas Diasen, SanJose, Sika Portugal e Azulima.
 

Para mais informações sobre Programa e condições de participação ver AQUI

 

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16 de setembro de 2023
Fernando Lanhas: a ânsia de tudo querer saber, de tudo querer entender

Fernando Lanhas dizia que "olhar um plano de cronologia não é pensar os acontecimentos, registar as datas, as descobertas. Há um significado a entender, o porquê do Homem tanto querer saber as coisas." Autor de cronologias várias, da criação do mundo ou da história dos fósseis à história do fabrico brinquedo, Fernando Lanhas tinha uma "noção da grandeza do tempo" e uma ânsia inesgotável de tudo saber. A sua atenção tanto se detinha na observação de fenómenos microscópicos, quanto se deixava atraír pela imensidão do Cosmos. Foi arquiteto de formação (ESBAP, 1941-47). No seu acervo existem cerca de uma centena de projetos documentados que ainda aguardam um olhar mais informado.  No entanto, desde cedo os seus interesses foram-se desdobrando por outros domínios. Já nas primeiras cartas que troca com Fernando Távora*, seu colega de curso e mais tarde sócio, no início da década de quarenta, se percebe a importância da Pintura - moderna - e a vontade de explorar caminhos de diálogo entre as Ciências, as Artes e as Letras. "Eu não perco tempo. […] Eu procuro continuamente alguma coisa. Eu procuro uma essência. Procuro o conhecimento. Eu quero entender." (Fernando Lanhas, os 7 rostos, documentário de António de Macedo, 1988). Acabou por ser um visionário pragmático, algo filósofo, algo místico, um artista com um trabalho distinto, pessoal, por vezes desconcertante, um polímata capaz de atuar e de ser reconhecido pelo seu trabalho em vários domínios (arqueologia, astronomia, museologia, etnologia ou botânica). Foi radicalmente ele próprio ou, como diria Eugénio de Andrade, um "desirmanado".
 

Entre 1955 e 1962, Fernando Lanhas, que sistematicamente foi registando os seus sonhos, dedicou-se a pensar uma Casa do Espaço, um lugar onde a imaginação, tornada matéria, ampliaria a uma escala única os horizontes do conhecimento humano. Procurou e colecionou seixos e fósseis, mas nunca deixou de olhar o céu. Em contrapartida, em muitos dos seus projetos descobre-se uma particular atenção ao quotidiano, uma consciência da vida urbana, uma procura de resposta funcional aos problemas que tem para resolver, seja numa habitação, seja num grande equipamento. Em muitos deles a escada - interior ou exterior, sobretudo helicoidal - é um recurso recorrente. Será uma nota de modernidade, um elemento plástico e simultaneamente prático, de acesso e ligação. Só que é irresistível pensar que, com Lanhas, tudo parece ir para além do meramente visível e apetece propor-lhe outros significantes. Entre os seus esquissos e processos de projeto, como é o caso da Sede para a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (1983-89), vai-nos surpreendendo com escritos soltos, "degraus" que nos permitem mais uma aproximação ao seu enigmático mundo mental privado: "Prendemos em nós o nosso menino/ e não o dizemos./ Cedo não sentíamos os dias/ as horas nem as sabíamos./ Breve aprendemos os segundos./ É melhor decerto assim,/ crescer e ser menino."
 

Fernando Lanhas nasceu a 16 de setembro de 1923. Faria hoje 100 anos.
 

* Troca de correspondência entre Fernando Lanhas e Fernando Távora (1943 e 1946) transcrita em Manuel Mendes (ed.), "O meu caso": Arquitectura, imperativo ético do ser. 1937-1947, Porto: Fundação Marques da Silva, FAUP, U.Porto Press, 2020, pp. 541-591.
 

+ info sobre este arquiteto aqui

 

 

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9 de setembro de 2023
José da Cruz Lima: esboçar um projeto de arquitetura

A 29 de dezembro de 1945, José da Cruz Lima defendeu na Escola de Belas Artes do Porto o seu "Projecto duma Casa de Habitação", apresentado a concurso para obtenção do diploma de Arquiteto (CODA). Uma cópia desse projeto encontra-se arquivada na Fundação Marques da Silva, enquanto documento integrante do seu acervo. É composto por 93 peças escritas e 8 peças desenhadas. José da Cruz Lima, na memória descritiva e justificativa que abre o dossier, prescinde muito pragmaticamente de nela inserir um qualquer preâmbulo, reflexão teórica ou enquadramento urbano. Pretende sim que a sua leitura dê "uma ideia segura do programa proposto" e que mostre "com suficiente clareza o modo como foi resolvido." Foca-se, portanto, na apresentação do projeto ou, como diria Manuel Botelho em "Os Anos 40: A ética da estética e a estética da ética",  deixa que seja o carácter objetual da arquitetura a prevalecer.
 

Mas, no seu acervo encontram-se outros documentos que nos permitem saber que o CODA, num procedimento que era corrente, correspondia a um projeto para um cliente real, o industrial Manuel Rodrigues da Silva, casado, e que a residência, destinada a albergar o casal, uma filha, a sua professora "estrangeira" e uma criada, seria construída em Arrifana (Aveiro). E existe ainda um interessante conjunto de esquissos que dão testemunho do caminho percorrido, revelando algumas das questões que o arquiteto se foi colocando. Registos datados, pelo menos, de outubro de 1944, e que, para além de definirem o traço do seu autor, vão assim registando um modo de pensar arquitetura através do desenho.
 

José da Cruz Lima nasceu a 9 de setembro de 1910.

 

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7 de setembro de 2023
Maria José Marques da Silva: do sentido do olhar à conquista de uma voz

Distam 25 anos entre uma e outra fotografia. Ambas se referem a sessões de homenagem a José Marques da Silva e ambas foram tiradas na Escola de Belas Artes do Porto; em ambas, e por razões distintas, se encontra ausente a figura homenageada, numa e noutra podemos identificar Maria José Marques da Silva.
 

Na primeira, que uma inscrição no verso nos diz tratar-se de 1928, Marques da Silva seria um dos elementos a ocupar a mesa presidida por Guedes de Oliveira para onde se dirigiam os olhares do público. A sessão tinha sido uma iniciativa dos estudantes do Curso Especial de Arquitetura Civil, com Luís Benavente como seu porta-voz. Neste plano da sala, voltado para a assistência, o olhar recai sobre o canto inferior direito da fotografia, onde se destacam três figuras femininas: Maria José Marques da Silva (então com quase 14 anos), a sua mãe, D. Júlia, e a sua tia, D. Amélia Lopes Martins. Poucos anos depois, Maria José começaria o seu percurso nessa mesma Escola, que frequentaria entre 1933 e 1943.
 

Outras homenagens ao seu pai acabariam por vir a acontecer, seja por iniciativa dos alunos (1939), seja por iniciativa da Direção da Escola (1941). Maria José tornara-se, entretanto, a primeira mulher arquiteta pela Escola do Porto e exercia arquitetura em atelier conjunto com o seu marido, também arquiteto, David Moreira da Silva.
 

A segunda fotografia remete-nos para dezembro de 1953. O foco não incide agora no público, mas sim na mesa de honra da Sessão Solene, presidida por Carlos Ramos. Tratava-se de um dos atos do programa de homenagem a José Marques da Silva, organizado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, a Academia Nacional de Belas Artes, o Sindicato Nacional dos Arquitetos e alguns dos discípulos de Marques da Silva, seis anos após a sua morte. Maria José, depois de, no dia anterior, ter descerrado o fac-símile da assinatura do seu pai na fachada do Teatro de S. João, discursava na qualidade de filha do homenageado. Participaria ainda, mostrando o seu trabalho, na exposição e catálogo então realizados.
 

Mas a defesa do legado do pai seria, até ao final da vida, um desígnio constante de Maria José Marques da Silva. Em 1986, na qualidade de Presidente da Secção Regional Norte da Associação dos Arquitectos Portugueses (1984-87), caber-lhe-ia liderar a organização da quarta edição do Congresso da AAP, que neste ano teria lugar no Porto, e, conjuntamente, da exposição J. Marques da Silva, Arquitecto, 1869-1947, na Casa do Infante. Será no contexto desta última celebração que tornará público, pela primeira vez, o desejo de vir a criar uma fundação. 
 

Maria José Marques da Silva nasceu a 7 de setembro de 1914.

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6 de setembro de 2023
Novo/Antigo
Fernando Távora: Obras

Depois de Fernando Távora: Conversas, primeiro livro publicado no contexto do projeto de investigação Novo/Antigo (uma iniciativa do CEAU/FAUP), chegou a vez de Fernando Távora: Obras. Completa-se assim o díptico dedicado ao trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido pelo arquiteto Fernando Távora. Com coordenação de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, este segundo volume, em edição bilingue (pt/eng), resulta igualmente da parceria estabelecida entre as Edições Afrontamento, a Fundação Marques da Silva e a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
 

Amplamente ilustrado, Fernando Távora: Obras reúne textos dos coordenadores, de Rui Fernandes Póvoas; José Bernardo Távora, José Miguel Rodrigues e Andrea Ugolini, e sistematiza a investigação realizada sobre 14 obras, entre as mais representativas e outras menos conhecidas, mas sempre obras cuja documentação ou informação disponível permitiu documentar os três momentos propostos para análise: a preexistência, o projeto e o após intervenção. No seu conjunto, definem um arco temporal que vai de 1950 a 2003. O trabalho de investigação apresentado neste livro, para além de Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez Castañon e Eleonora Fantini, integrou ainda o contributo de Maria Milano e Fernando Cerqueira Barros. O novo livro encontra-se já no circuito comercial e pode ser adquirido tanto na Fundação Marques da Silva, como na Feira do Livro.
 

+ info aqui

 

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25 de agosto de 2023
Fernando Távora, «O granito da minha infância»

«É conhecido o pensamento do filósofo chinês Lao Tsé quando afirma que "uma casa não é constituída pelas suas quatro paredes mas pelo espaço que elas limitam".

[...] nascido no Porto, cidade granítica por excelência, sempre tenho vivido nessa cidade, em velha casa também construída em semelhante material.

Daí a minha afirmação [...] de que o granito me acompanha "desde a minha infância", numa íntima relação que julgo para mim de capital significado. [...] o termo granítico mais do que referir-se ao manuseamento e utilização de um tipo de pedra, ultrapassa tal referência construtiva para significar um modo de ser, uma condição humana, um padrão, quási uma segunda natureza, um conceito de vida e do modo de vivê-la.

É conhecida a importância da relação do homem com o seu meio físico e, no caso português é clara a natureza do homem do granito cujo sentido caminha paralelamente entre a dureza e a plasticidade, a autoridade e a nobreza, a clareza e a decisão, a força e a permanência, características que podem manifestar-se em conceitos arquitectónicos de natureza decorativa ou construtiva, mas devem ser ultrapassados por conceitos de ordem moral, cultural, social e económica.

O "granito da minha infância" não é, com efeito, apenas um material que desde sempre envolve a minha existência física e utilizo na minha prática profissional, mas, muito mais do que isso, um espírito que determina a minha pessoa e toda a minha obra.»

Porto, Novembro de 1999*

 

Completam-se hoje cem anos sobre o nascimento de Fernando Távora, a 25 de Agosto de 1923. No ano anterior ao do texto citado (texto datilografado encontrado pelo seu filho, o também arquiteto José Bernardo Távora), numa entrevista publicada na revista Documents de Projectes d’Arquitectura, num número especial dedicado à sua obra, Távora afirmou: «Tenho uma pintura, um Pantocrator catalão do século XIV que comprei num leilão, que tem um alfa e um ómega inscritos. Todos nós somos, em certa medida, o alfa e o ómega. Somos o fim, mas também o princípio de algo.» Ao longo deste ano muitas serão as iniciativas pensadas para celebrar a vida e obra deste Arquiteto, para refletir sobre a importância e significado do seu legado.

 

*Este texto foi integralmente lido em Escritos Escolhidos #2

 

+ info sobre o programa do centenário: Távora 100

 

Imagem: Fernando Távora na Casa da Rua da Senhora da Luz, com D. Maria Luísa Távora, [década de 60]. © Fundação Marques da Silva/Arquivo Fernando Távora.

 

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24 de agosto de 2023
Távora 100 arranca hoje

Ao longo de um ano serão mais de trinta as iniciativas que vão celebrar, em diversas cidades do país, o centenário do Arquiteto Fernando Távora.
 

O programa arranca hoje, com a inauguração da exposição "A urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora", na Antiga Casa da Câmara (Casa dos 24), no Porto, seguindo-se amanhã, em dia de aniversário, 25 de agosto, a inauguração da exposição da Galeria da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos.
 

Outubro será o mês em que se inicia o programa de iniciativas organizado pela Ordem dos Arquitectos, Fundação Marques da Silva, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Através do Site Távora100.pt poderá ir acompanhando o que vai acontecendo, assim como pela página de Instagram távora_100 que, a partir de hoje, publicará diariamente imagens, notícias e outra informação relativa a Fernando Távora.

 

+ info: aqui / Távora 100



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23 de agosto de 2023
"Comemoração dos 100 anos do nascimento do Arquiteto Fernando Távora (1923–2005)"
25 de agosto a 23 de setembro, Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca

A 25 de agosto, dia de aniversário de Fernando Távora, às 18h, na Galeria da Biblioteca Municipal Florbela Espanca, vai inaugurar mais uma exposição comemorativa do centenário deste arquiteto.
 

"Trata-se de uma exposição documental com a apresentação de imagens e plantas representativas (integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal de Matosinhos), dividindo-se em três núcleos distintos: Projetos realizados pelo Arquiteto; Projetos iniciados por Fernando Távora e concluídos por Álvaro Siza Viera; e Projetos não realizados."
 

Refira-se que, em Matosinhos, Fernando Távora deixou, entre outros, a sua assinatura em projetos icónicos, como é o caso da reabilitação da Quinta da Conceição e do Pavilhão de Ténis aí implantado, assim como, anos mais tarde, a recuperação e adaptação a museu da Quinta de Santiago.
 

Esta exposição, organizada pela Câmara de Matosinhos, também anunciada no programa Távora 100, manter-se-á patente ao público até 23 de setembro. De entrada livre, pode ser visitada de segunda a sexta feira das 9h às 19h, e aos sábados entre as 9h30 às 12h30 e entre as 13H30 e as 17h30.
 

+ info: www.cm-matosinhos.pt

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22 de agosto de 2023
A Feira do Livro do Porto está de regresso e a Fundação Marques da Silva vai marcar presença
25 de agosto - 10 de setembro, Jardins do Palácio de Cristal

Com "Todas as Palavras" e a figura do escritor Manuel António Pina em destaque, está quase a começar a edição 2023. Neste regresso aos Jardins do Palácio, a Fundação Marques da Silva volta também a marcar presença, com alguns dos seus títulos disponíveis a preços promocionais no Pavilhão n.º 27, da U.Porto Press, a editora da Universidade do Porto, e no Pavilhão das Edições Afrontamento.

A Feira abre já a 25 de agosto e prolongar-se-á até 10 de setembro.

Os horários de abertura são, de 2ª feira a 6ª-feira, às 12:00, e aos sábados e domingos, às 11:00. Pode ser visitada até às 21:00, de domingo a quinta feira, e até às 22:00, às sextas e sábados.

+ info: www.feiradolivro.porto.pt
+ info: www.up.pt.press

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21 de agosto de 2023
A URGÊNCIA DA CIDADE - O PORTO E 100 ANOS DE FERNANDO TÁVORA
exposição, antiga casa da Câmara
24 de agosto - 29 de outubro 2023

A exposição A Urgência da Cidade - O Porto e 100 Anos de Fernando Távora, com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, vai inaugurar, na Antiga Casa da Câmara, no próximo dia 24 de agosto, reabrindo assim ao público este espaço simbólico, também conhecido por "Casa dos 24", projetado por Fernando Távora entre 1995 e 2003.
 

A Exposição, o primeiro momento de um vasto programa celebratório do centenário do nascimento do Arquiteto Fernando Távora - Távora 100-, que se prolongará até setembro de 2024, visa "a história da cidade, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea", lançando em simultâneo um olhar sobre a vida e obra de Fernando Távora, uma figura singular, pela sua formação, pensamento e ação.
 

Esta iniciativa do Museu do Porto contou também com o apoio da Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se acolhe o importante e vasto arquivo e biblioteca do Arquiteto Fernando Távora.
 

A Exposição manter-se-á patente ao público até 29 de outubro e poderá ser visitada de terça a domingo, entre as 12h e as 19h.
 

+ info: www.museudoporto.pt

 

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19 de agosto de 2023
Do olhar ao gesto
Dia Mundial da Fotografia

Fotografia: "processo técnico ou artístico de produção de imagens através da fixação da luz refletida pelos objetos numa superfície impregnada com um produto sensível às radiações luminosas." Eis a primeira entrada do dicionário da Porto Editora, quando procuramos o significado da palavra "fotografia". E prossegue com outras possíveis aceções, sabendo nós que quando falamos de "fotografia", enquanto tema, se abre um horizonte quase infinito de sentidos e de possíveis aproximações. Hoje é Dia Mundial da Fotografia. Este ano, mais do que centrar a atenção no objeto em si, fazemos o caminho inverso, em direção ao ponto de partida de um processo que implica, se falarmos em termos profissionais, todo um manancial de instrumentos, que vai das máquinas analógicas ou digitais a um simples fotómetro, meios de revelação incluídos. E detemo-nos no primeiro momento, o de "saber olhar", o da procura do ângulo e da luz certa que leva ao gesto, ao ato de fotografar. Uma fotografia revela sempre o olhar distintivo, a singularidade do seu fotógrafo.
 

E aqui temos um fotógrafo em ação, Paulo Catrica, a explorar o interior da Casa dos 24, num espaço se prepara para dar a ver a exposição do Museu do Porto, "A Urgência da Cidade - O Porto e 100 anos de Fernando Távora", a inaugurar no próximo dia 24 de agosto, e de onde sairá uma das fotografias da autoria deste fotógrafo que vai poder descobrir na exposição "Fernando Távora. Pensamento Livre", na Fundação Marques da Silva, duas das iniciativas do programa Távora 100.
 

A fotógrafa que "apanhou" o fotógrafo em flagrante foi Telma Dias.

 

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16 de agosto de 2023
Octávio Lixa Filgueiras: o anteprojeto para o Museu Etnográfico de Viseu

O convite para desenvolver o anteprojeto para a instalação de um Museu Etnográfico na Casa do Adro, por parte da Junta Distrital de Viseu, no final da década de sessenta do século passado, parece ter representado para Octávio Lixa Filgueiras uma possibilidade única de congregar vários dos interesses que sempre o acompanharão ao longo da vida: arquitetura, arqueologia naval, etnografia e museologia. Com o atelier instalado na R. Barão de S. Cosme e com Alexandre Vasconcelos como colaborador, apresenta, no contexto de adaptação da Casa do Adro, uma proposta de construção de um novo edifício, em terreno adjacente. Aqui ficaria instalado o Museu, onde se poderia expor um Rabelo original, peça de exceção que entretanto descobrira em Melres, assim como um Xalavar, barco do Furadouro usado na pesca de arrasto (Xávega), e uma Barca Serrana, isto sem obstar a exposição de outras tradições e artes populares. Observando os vários esquissos e peças desenhadas do projeto, até se poderia afirmar que a própria forma do edifício se assemelharia ao casco de uma grande embarcação. Desconhecem-se os motivos que terão levado a que este plano tivesse sido abandonado, sendo que a sua construção teria exigido um grande investimento. Octávio Lixa Filgueiras prosseguiria, porém, durante mais algum tempo com o trabalho centrado apenas na reabilitação, ampliação e adaptação a Museu Etnográfico da preexistente Casa do Adro, já com a colaboração de Álvaro Cancela Meireles, a quem pediu, durante a década de setenta, que o substituisse e que, por sua vez, também o viria a abandonar antes da sua conclusão. O que hoje existe não corresponde ao projeto arquitetónico e museográfico inicialmente idealizado por Lixa Filgueiras, mas no arquivo da Fundação Marques da Silva permanecem os desenhos e alguma documentação escrita a testemunhar esse sonho de construir um museu de raiz onde também as embarcações tradicionais portuguesas pudessem conquistar um espaço de visibilidade.
 

Nascido no Porto, a 16 de agosto de 1922, o arquiteto Octávio Lixa Filgueiras faria hoje 101 anos.

 

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7 de agosto de 2023
Assim foi a apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente

Na passada sexta-feira, os Jardins da Fundação abriram-se para deixar entrar miúdos e graúdos. De forma descontraída, Artur Prudente foi apresentando a sua instalação a quem vinha chegando. Este trabalho de (re)construção da paisagem, com o foco em zincogravuras, foi o resultado da sua micro-residência artística, que ainda terá direito a uma publicação, também ela reflexo do seu trabalho de arquelogia tecnológica em matéria de impressão.
 

O mês de agosto aí está, mas estamos já a preparar o muito que a partir de setembro irá acontecer na Fundação Marques da Silva. Boas Férias!
 

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31 de julho de 2023
Construção da Paisagem:
micro-residência artística de Artur Prudente
4 de agosto, Jardins da Fundação, 17h-20h

Se está pelo Porto, na próxima sexta-feira, 4 de agosto, traga uma manta e venha passar o final da tarde nos jardins da Fundação Marques da Silva. Poderá então passear pelo espaço e assistir à exposição/apresentação da micro-residência artística de Artur Prudente, Construção da Paisagem, a acontecer no galinheiro, agora transformado não em bancada mas em palco, aliás, como todos os espaços anexos, antigos lugares onde habitaram também patos, pavões e póneis.

Ao longo das últimas semanas, Artur Prudente fez a sua leitura destes lugares suspensos no tempo, procurando pormenores e recantos que deixam entrever o preciso momento que atravessam, nessa possibilidade de um futuro que lhes dará nova forma. Fotografou-os e fez das imagens obtidas material de recriação artística, submetendo-as à técnica da zincogravura. Neste trabalho de arqueologia de espaços e técnicas de impressão em diálogo com um arquivo, umas e outras, fotografias e gravuras, nesta sua dupla dimensão documental e artística, passarão depois a fazer parte da Fundação, e serão ainda trabalhadas para um livro-registo a publicar através do recurso à técnica da diazotipia. 

Para já, entre as árvores de fruto, nos terrenos salpicados de hidranjas e de agapantos, poderá estender a sua manta e ficar a conhecer melhor a reconstrução e reencenação desta paisagem que Artur Prudente tem para nos mostrar. A entrada é pelo portão da Rua Latino Coelho, n.º 444.
 

+ info aqui

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24 de julho de 2023
Arquitectos. Geração de 1920
2.º Colóquio do Colégio do Património Arquitectónico
23 de setembro, Fundação Marques da Silva

A 23 de setembro, na Fundação Marques da Silva, vai decorrer o 2.º Colóquio promovido pelo Colégio do Património Arquitectónico. "Arquitectos. Geração de 1920" será o tema desta edição e já se encontra confirmada a participação de Gonçalo Byrne, para a conferência de abertura, e as intervenções de José Fernando Gonçalves e Paulo Seco, sobre Celestino de Castro; Gabriel Bonito e Helder Casal Ribeiro, sobre Mário Bonito; Alexandre Alves Costa e Carlos Martins, sobre Fernando Távora; e Nuno Brandão Costa e Paulo Vinhas, sobre José Carlos Loureiro.
 

Os arquitetos Pedro Alarcão, Diana Roth e João Appleton assumem a organização desta segunda edição, pelo Colégio do Património Arquitectónico/ OA, e Luís Martinho Urbano, pela Fundação Marques da Silva,  instituição de acolhimento do Colóquio.
 

Em breve serão divulgadas mais informações sobre o programa e forma de inscrição.
 

+ info: www.ordemdosarquitectos.org

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24 de julho de 2023
SAAL - Miragaia
um percurso e um caderno

Decorreu ontem a segunda parte de "Saal - Miragaia", uma iniciativa da Confederação - colectivo de investigação teatral desenhada a partir da residência de Ricardo Medina. O momento incluiu uma visita pelo território, com passagem pelas arcadas de Miragaia, pelo Monte dos Judeus e pela Calçada das Virtudes; e o lançamento de um caderno, com design de Macedo Cannatà, onde se partilha agora o resultado da investigação que foi sendo realizada sobre a "Operação Miragaia", desenvolvida entre entre 1975/76, sob coordenação de Fernando Távora. O trabalho de recolha documental e de enquadramento histórico levado a cabo por Ricardo Medina foi moldado pela procura de entendimento das ideias que sustentaram a proposta então apresentada. Através dele tentou dar corpo a uma reflexão sobre o que ficou deste projeto, não construído, sobre o que permanece (in)visível da visão humanista de Fernando Távora e que continua a ter significado neste tempo que é o nosso.
 

Quem estiver interessado no caderno, apenas necessita contactar a Confederação através do email: online@confederacao.pt.
 

Este projeto de investigação, desenvolvido no âmbito do programa Cultura em Expansão, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.

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20 de julho de 2023
António Cardoso para além da evidência

António Cardoso, o autor do livro O arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no Norte do País na primeira metade do séc. XX, teve um papel determinante no processo de criação da Fundação Marques da Silva e na construção do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso. Historiador de formação, artista por convicção e um comunicador de excelência, trabalhou sobre a memória sem nunca perder o sentido do seu tempo. Nasceu em Amarante, a 21 de julho de 1932, e veio a falecer no Porto, a 3 de junho de 2021.
 

Em 2022, na Casa-Atelier José Marques da Silva, inaugurou-se a exposição Isto não é só um quadro: António Cardoso para além da evidência. Partilha-se agora o testemunho de Susana Cardoso, que teve lugar na sessão de abertura na dupla condição de filha e curadora. Uma memória mais intíma que deixa ver como público e privado se intersetam nesta figura ímpar.
 

Para ler, clique aqui: António Cardoso para além da evidência

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20 de julho de 2023
SAAL - Miragaia
Residência / Percurso / Publicação
23 de julho, 17h, Auditório do Grupo Musical de Miragaia

SAAL – Miragaia resulta da residência do arquiteto Ricardo Medina em Miragaia, ao longo do ano de 2022. Tendo como objetivo perceber o que aconteceu neste território no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974, nomeadamente os esforços, motivações e movimentações que tiveram lugar durante o tempo que decorreu o processo SAAL – Serviço de Apoio Ambulatório Local – e qual o seu lastro ao longo das décadas seguintes, este projeto quer dar a conhecer as personagens, sítios e paisagens que fizeram parte e construíram este momento. A Brigada Técnica de Miragaia, assim se nomeava a equipa coordenada pelo arquiteto Fernando Távora (1923-2005), estava integrada no SAAL/Norte, tendo colaborado intensamente com a Associação de Moradores de Miragaia, fundada em 1976. E foi nesse choque de ideias, vontades, urgências e tempos que este projeto caminhou. A investigação realizada passou, entre os vários arquivos consultados, pela Fundação Marques da Silva, em cujo Centro de Documentação se encontra o acervo documental e bibliográfico de Fernando Távora.

 
Em continuidade com o trabalho desenvolvido na última edição do Cultura em Expansão, vai acontecer, no próximo dia 23 de julho, com início às 17h, no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, uma nova apresentação do SAAL – Miragaia e na qual Ricardo Medina propõe uma outra forma de contacto com aquilo que aconteceu em Miragaia no período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Neste evento, para além de uma visita será ainda apresentada uma nova publicação sobre o SAAL – Miragaia que tem como objetivo deixar uma síntese dos estudos e pesquisas resultantes da residência de 2022. 
 
A participação é gratuita, mas limitada a 50 pessoas. Reservas: online@confederacao.pt.
 
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18 de julho de 2023
Newsletter | Julho 2023

Lançamos hoje, em dia de homenagem a Alexandre Alves Costa, mais uma edição da Newsletter da Fundação Marques da Silva. Começamos por dar notícia de uma exposição que está para terminar, enquanto outra se prepara para chegar, mas há muito mais para descobrir...
 

Ler aqui: Newsletter | Julho

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12 de julho de 2023
Novo/Antigo: Escola do Porto

Há uma nova ferramenta ao alcance de todos, o site heritageatlasporto.pt, um "repositório" pensado para acolher um amplo conjunto de dados relativos a projetos de intervenção sobre o construído. Estruturado com base numa matriz comum - arquitetos formados na ESBAP -, dá a conhecer 150 obras que nos são apresentadas com recurso a fotografias, mapas, testemunhos, memórias descritivas dos respetivos autores e outra documentação de arquivo, bem como através do redesenho do projeto, onde os vermelhos e amarelos se assumem como linhas orientadoras fulcrais para a leitura do sentido da intervenção realizada. Um trabalho de sistematização, a percorrer a memória do processo de cada projeto, isto é, o antes, o durante e o depois, e que se desdobra num projeto editorial, paralelo e transversal. Esta recolha de informação, nem exaustiva nem conclusiva, pretende possibilitar mútiplas abordagens, seja sobre o conhecimento dos objetos em si, os edifícios intervencionados; seja sobre os autores dos projetos e sobre esse território comum a todos que é escola do Porto; seja ainda enquanto instrumento pedagógico para as novas gerações de estudantes ou enquanto contributo para renovadas reflexões sobre a prática atual de intervenção no património.
 

Esta investigação, coordenada por Teresa Cunha Ferreira e Rui Póvoas, foi desenvolvida no âmbito do projeto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, no CEAU/FAUP, e contou com o apoio da Fundação Marques da Silva.
 

O novo site e o projeto editorial, ambos ainda em curso e em atualização, mas onde as obras selecionadas deixam bem patente a diversidade de caminhos percorridos, foram apresentados no Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, decorrido no passado dia 10 de julho, na Faculdade de Arquitectura da U.Porto. O conferencista convidado foi Martin Boesch, que abordou, no decurso da sua comunicação, a investigação/exposição sobre Tessenow (Mendrisio, 2022), o projeto desenvolvido para o Kurtheater, em Baden, e a sua experiência de ensino em Mendrisio. Durante a manhã, intervieram ainda e para além dos coordenadores de Novo/Antigo, David Ordonez Castañón, José Miguel Rodrigues, Mariana Correia e Gonçalo Canto Moniz. Da parte da tarde, o programa versou sobre práticas de projeto mostradas pelos próprios autores: Adalberto Dias, Sergio Fernandez, Alexandre Alves Costa, Pedro Ramalho e João Mendes Ribeiro. A jornada concluiu-se com um debate final, moderado por Jorge Figueira e Nuno Valentim.
 

Consultar site: www.heritageatlasporto.pt
Ver álbum fotográfico do colóquio

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7 de julho de 2023
Homenagem a Alexandre Alves Costa
Dia Nacional do Arquitecto - Ordem dos Arquitectos
18 de julho, 18h, sede nacional (Lisboa)

Por decisão unânime do Conselho Diretivo da Ordem dos Arquitectos (OA), Alexandre Alves Costa vai ser homenageado no Dia Nacional do Aquiteto, que este ano se realiza a 18 de julho.
 

Alexandre Alves Costa fez do real a sua centralidade. Dialogou com o fluir da história, dela se tornando um atento conhecedor, mas sempre habitou um vasto universo cultural e poético que, aliado a uma fina intuição, desde muito cedo o ajudou a olhar e compreender o seu presente. A sua obra reage com o lugar, consequência desse desejo constante de participar na construção do futuro. E sempre pensou sobre Arquitetura, pois fazê-lo é pensar sobre a vida.
 

Alves Costa iniciou a sua formação na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde estabeleceu laços que perduraram ao longo dos tempos com Fernando Távora e Álvaro Siza, entre muitos outros. E aqui o vemos, no início da década de 60, numa visita de estudo a Coimbra com a sua turma do 2.º ano do Curso de Arquitetura ou na Piscina das Marés, no tempo em que iniciava a sua prática projetual, enquanto colaborador no atelier de Siza. Seja como arquiteto (sobretudo a partir da década de 70 com Sergio Fernandez, com quem partilha o Atelier 15) seja como  professor de várias gerações de estudantes de arquitetura (no Porto, em Coimbra ou no Minho), o seu testemunho tem sido exemplar. Membro honorário da OA, Alexandre Alves Costa é também membro do Conselho Geral da Fundação Marques da Silva, instituição à qual doou, juntamente com Sergio Fernandez, o seu acervo profissional.
 

O Dia Nacional do Arquitecto visa celebrar anualmente a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquitecto em Portugal, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a 3 de Julho de 1998, assim como a data de revogação do Decreto 73/73 com a publicação da Lei 31/2009, a 3 de Julho de 2009.
 

A sessão deste ano terá lugar, como referido, a 18 de julho, no Auditório Nuno Teotónio Pereira (sede nacional da Ordem dos Arquitectos, Lisboa) e inicia-se às 18h.
 

+ info: www.ordemdosarquitectos.org

 

 

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6 de julho de 2023
Prémio Fernando Távora - 19.ª edição
candidaturas abertas até 7 de agosto

Até 7 de agosto, ainda é possível concorrer à 19.ª edição do Prémio Fernando Távora.

Este Prémio, promovido anualmente em memória da figura que influenciou gerações sucessivas de profissionais pela sua atividade enquanto arquiteto e pedagogo, dirige-se a todos os inscritos na Ordem dos Arquitecto e resulta na atribuição de uma bolsa de viagem.


A cerimónia de anúncio do Vencedor, a decorrer a 2 de outubro de 2023, insere-se no Programa de Comemorações do Centenário de Nascimento do Arquiteto Fernando Távora.


Na 19ª edição, a bolsa de viagem tem um valor de € 6.000,00, e o júri do Prémio é constituído pelo ator e encenador Ricardo Pais, pela Arqª Andrea Soutinho (indicada pela Fundação Marques da Silva), pela Arqª Ana Vieira (indicada pela Casa da Arquitectura) e pela Arqª Susana Ventura (em representação da OASRN) e, também, pela Drª Maria José Távora (designada pela família do Arquiteto Fernando Távora).


A Fundação Marques da Silva é parceira desta iniciativa da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN), que conta também com a Câmara Municipal de Matosinhos e a Casa da Arquitectura, como instituições parceiras, e com o patrocínio da Ageas Seguros.

 

Consultar Regulamento
+ info aqui

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6 de julho de 2023
Colóquio | Novo/Antigo: Escola do Porto
10 de julho de 2023, 2.ª feira, 10h00-18h30, Auditório Fernando Távora

O Colóquio Novo/Antigo: Escola do Porto, coordenado por Teresa Cunha Ferreira e Rui Fernandes Póvoas, é uma iniciativa do CEAU/FAUP que decorre no âmbito do Projecto FCT Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto e conta com o apoio institucional da Fundação Marques da Silva.

O colóquio pretende debater e disseminar práticas de intervenção no construído desenvolvidas por arquitetos diplomados pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, nos quais se reconhece um legado pedagógico para a prática profissional dos arquitetos. No seu programa está incluída a apresentação de práticas de projeto por Martin Boesch, Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (Atelier 15), Pedro Ramalho, Adalberto Dias, João Mendes Ribeiro e Eduardo Souto de Moura. E será também apresentado o projeto de investigação e o e-book Atlas do Projeto em Património Arquitectónico: Contributos da Escola do Porto, editado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordoñez-Castañon e Rui Fernandes Póvoas, onde se propõe um olhar renovado sobre práticas de intervenção no construído, através de uma narrativa crítica do processo de projecto e obra (antes, durante e após a intervenção).
 

A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
 

+ info: www.arq.up.pt

Ver Cartaz


 

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03 de julho de 2023
TÁVORA 100
A apresentação do programa de comemoração do centenário do nascimento de Fernando Távora

A 25 de agosto passam 100 anos sobre o nascimento de Fernando Távora e um conjunto de instituições agregaram-se em torno da vontade comum de celebrar a sua vida, a sua obra e o seu legado. Fernando Távora foi um arquiteto com uma profundidade cultural e intelectual invulgares, alguém que viveu intensamente o seu presente, mas com um percurso e linhas de pensamento que o projetam para além do seu tempo. O centenário será agora a oportunidade para renovar leituras sobre o sentido desse legado, para promover debates e revisitações, para afirmar a contemporaneidade do seu discurso. Um ano a convocar cem.

Esse programa comemorativo – Távora 100 - constitui uma proposição comum da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva e das três Escolas de Arquitetura onde se fez sentir a sua visão inovadora e, até, (re)fundacional, a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho. A elas se uniram outras instituições parceiras da iniciativa e que, também elas, se fizeram representar na sessão de apresentação do Programa, decorrida no passado dia 30 de junho, na sede da Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN).
 

As várias intervenções foram unânimes no reconhecimento da importância de manter presente a herança polifacetada e a “discursividade tavoriana” para as novas e futuras gerações. Exposições, conferências, debates, visitas guiadas, lançamento de livros, e muito mais, iniciativas comuns e individuais das várias instituições envolvidas vão preencher este Programa que se dirige, muito para além da comunidade dos arquitetos e da comunidade educativa, à população em geral. Todas as ações programadas passaram também, a partir do passado dia 30 de junho, a estar disponíveis no site especificamente criado para o efeito: tavora100.pt.
 

+ info aqui

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30 de junho de 2023
Newsletter Junho ´23

Tendo como destaque a notícia do lançamento do site "tavora100.pt" para divulgação do Programa de Celebração do Centenário do Arquiteto Fernando Távora, publica-se hoje uma nova edição de Newsletter da Fundação Marques da Silva.
 

Ler aqui Newsletter | Junho ´23

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30 de junho de 2023
Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora
Conheça o Programa em "tavora100.pt"

A partir de hoje, através do site tavora100.pt, dá-se a conhecer o Programa de Comemoração do Centenário do Nascimento do Arquitecto Fernando Távora, organizado conjuntamente pela Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho. Aí se divulgam as iniciativas centrais do Programa, bem como um extenso calendário de actividades propostas pelas instituições organizadoras e parceiras deste projecto de celebração da vida e obra do Arquitecto Fernando Távora.

 

Ir para: tavora100.pt

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29 de junho de 2023
Atos em Conversa: SUSTENTAR
Bienal ´23 Fotografia do Porto
30 de junho, 19h, Pr. da Alegria (Porto)

A Bienal ´23 Fotografia do Porto trouxe à Fundação Marques da Silva a exposição Green Roofs, Grey Roofs, um projeto integrado no núcleo Sustentar, que tem Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
 

Amanhã, às 19h, na Praça da Alegria, juntamente com artistas  e especialistas envolvidos nas restantes exposições pertencentes a este núcleo, "Inter-relações", "Atravessar a Matéria do Tempo" e "Petricor", Inês d´Orey (artista convidada de Green Roofs, Grey Roofs), Luís Urbano (curador e Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva) e Lara Dias (da ANCV Green Roofs) vão participar numa conversa moderada por Virgílio Ferreira em torno deste tema central: SUSTENTAR.
 

+ info e inscrições gratuitas aqui

 

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28 de junho de 2023
Green Roofs, Grey Roofs
últimos dias

Ontem foi dia de mais Visitas-Oficina a Green Roofs, Grey Roofs, na Fundação Marques da Silva. A exposição entra agora nos seus últimos dias. Até sábado, 1 de julho, ainda poderá (re)descobrir as coberturas verdes tornadas visíveis por Inês d´Orey.
 

Curadoria: Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira
Artista: Inês d´Orey
Organização: Bienal´23 Fotografia do Porto
Parceiros: Fundação Marques da Silva, ANCV Green Roofs

 

 

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26 de junho de 2023
Távora 100

Fernando Távora nasceu no dia 25 de Agosto de 1923. Para celebrar o centenário, mas também a vida e obra de uma figura maior da cultura e arquitectura portuguesas, a Ordem dos Arquitectos, a Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, o Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e a Escola de Arquitectura, Arte e Design da Universidade do Minho propõem um programa de iniciativas, designado Távora 100, a decorrer entre Agosto de 2023 e Setembro de 2024, e que será tornado público a 30 de Junho.

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25 de junho de 2023
Parabéns, Arq.to Álvaro Siza

90 anos a percorrer um caminho de intensa e apaixonada entrega à Arquitetura. E o desafio continua.

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23 de junho de 2023
João Queiroz: um enigma e um convite

O que fazer perante fotografias que nos deixam mais perguntas do que respostas? Temos de aceitar que estamos perante um enigma e - por que não? - partilhá-lo, na esperança de que alguém possa ter algo a acrescentar. Referimo-nos a um conjunto de 7 fotografias integradas no acervo de João Queiroz. Delas conseguimos apenas identificar o lugar, pois podemos afirmar, com bastante segurança, que se tratam de registos de uma das muitas exposições que a nave central do Palácio de Cristal, no Porto, foi acolhendo, desde a sua criação em 1865. Mas qual e quando? É o momento de avançar com algumas hipóteses, ainda que vagas. Duas destas fotografias, exatamente as que registam o Stand da Fiat têm um carimbo no verso: "João Queiroz, Arquitecto". Ora sabemos, por exemplo, que João Queiroz concluiu o Curso de Arquitetura Civil na Escola de Belas Artes do Porto em 1920 e que obteve o Diploma de Arquiteto em 1926. E, por outro lado, sabemos que a Fiat saiu vencedora do Grand Prix de France, distinção que tão orgulhosamente se anuncia no Stand fotografado, em 1922, com Felice Nazzaro.  Este seria, aliás, o ano em que, no Palácio de Cristal, se organizou uma estrondosa receção aos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral. A par destas fotografias existem outras 3 relativas a uma escultura e, muito em particular, a um alto-relevo de uma águia a voar sobre uma onda, com a Cruz da Ordem de Cristo em pano de fundo. A peça é rematada pelo brasão da cidade do Porto e ostenta duas inscrições: "Junho MCMXXII" e "Azas Eternas". Mas esta não parece ser uma exposição nem vocacionada para o evento nem estritamente dedicada à indústria automóvel, embora disso nos cheguem notícias. Pertencerão estas fotografias, onde apenas algumas apresentam o selo da Casa Alvão, a uma mesma série? Diz-nos, por outro lado, a Ilustração de outubro de 1926 que aqui se realizou uma importante Exposição das Indústrias Portuguesas, onde a variedade de temáticas aqui fotografadas se poderia enquadrar. Um novo dado a considerar, só que nada mais nos permite do que avançar com a hipótese de, muito provavelmente, se tratar de algo passado durante a década de 20 do séc. XX, hipótese essa que a imagem do Stand exterior ajuda a reforçar. 
 

Com o lugar e o período cronológico mais ou menos traçados, passamos à questão seguinte: qual a razão que levou João Queiroz a obter e guardar estas fotografias? Seria o interesse pelos carros, pelas linhas arquitetónicas do Stand da Fiat ou, até mesmo, existiria algum envolvimento na conceção da sua estrutura, daí que estas duas fotografias tenham sido especificamente distinguidas com o seu carimbo pessoal? Não sabemos, claro. E a existência de fotografias focadas noutros Stands, por exemplo o dos Lanifícios Chemina de Alenquer, os aparelhos eléctricos de BEMFICA ou as perspetivas gerais da nave onde se destaca a publicidade ao Primeiro de Janeiro ou à Ourivesaria Aliança, não será supreendente se pensarmos que João Queiroz era coproprietário e fundador da Casa Sant´Ana, uma loja de artigos decorativos situada na rua da Santa Catarina, bem perto do seu atelier. Só que há que considerar ainda um outro elemento: todas as fotografias registam o espaço sem visitantes e, no caso do Pavilhão exterior, de um espaço ainda em montagem. E voltamos a colocar questões: Estaria a sua presença lá justificada por estar envolvido no projeto, na organização ou movido por interesses ligados à sua própria casa comercial? ...
 

Deixam-se as questões em aberto, mas acrescenta-se, por fim, que João Queiroz, também conhecido por Capitão Queiroz, nasceu no Porto a 23 de junho de 1892. Foi, como a ele se referiu Alexandre Alves Costa, "um arquiteto tranquilo". Gostaríamos que fosse um arquiteto mais conhecido. No seu acervo, para além de fotografias e outros desenhos dispersos, existem múltiplos projetos e uma singular biblioteca a aguardar quem os pesquise. Em dia de aniversário, fica também lançado este convite.

 

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22 de junho de 2023
Encerramento das exposições em véspera de S. João

Em sintonia com a festa São Joanina, a Fundação Marques da Silva estará encerrada durante a tarde de amanhã, sexta-feira, pelo que as exposições não poderão ser visitadas. Mas cá estaremos na segunda-feira, a última semana de Green Roofs, Grey Roofs, prontos para o/a receber. Um bom São João!

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22 de junho de 2023
Fátima Vieira distinguida com a Medalha de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Gaia

A Prof.ª Doutora Fátima Vieira, Vice-Reitora da U. Porto e Presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva desde 2018 foi distinguida pela Câmara Municipal de Gaia com a Medalha de Mérito Cultural - Grau Ouro.
 

Uma distinção que vem reconhecer o empenho de Fátima Vieira em, "através da cultura, dar aos estudantes da Universidade do Porto uma noção alargada de território: é esse um dos desígnios do Corredor Cultural, que integra instituições culturais de Vila Nova de Gaia."
 

+ info: www.noticias.up.pt

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21 de junho de 2023
"Liceu Alexandre Herculano"

A Fundação Marques da Silva publicou recentemente um conjunto de fotografias do interior do "Liceu Alexandre Herculano", tiradas durante uma visita guiada pelos autores do seu projeto de remodelação: os arquitetos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. A essas fotografias foram agora associadas outras que nos permitem abrir uma janela sobre o tempo longo de um edifício projetado por José Marques da Silva que marcou e continua a marcar a cidade do Porto, pela sua arquitetura, pelo seu valor urbanístico, por quem o frequentou, em suma, pela história que lhe está associada e pela vontade de o ver de novo cumprir a sua função: ser um lugar de vida, de ensino e aprendizagem. Não se deixou assim fugir um momento único para apreciar a qualidade da intervenção agora realizada e a essência da arquitetura daqueles espaços, completamente renovados e que em breve deixarão de estar silenciosos e vazios. Esta compilação de imagens pode ser vista na página YouTube da Fundação Marques da Silva.

E aproveitamos para informar que, durante os meses de junho e julho, a Câmara Municipal do Porto promove visitas guiadas, organizadas conjuntamente com o Jornal de Notícias, às quintas e sextas-feiras, sempre às 18h. O acesso é gratuito, mas dependente de inscrições prévias (consultar condições em jn.pt/iniciativas)

Ver Vídeo: "Liceu Alexandre Herculano"

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19 de junho de 2023
A vertiginosa torrente de imagens de Filomena Molder

Há uma forma própria de falar em Filomena Molder, uma cadência encantatória para quem a ouve. Parte de si, da sua própria experiência, da condição de quem observa e pensa, mas enquanto ato coletivo, na medida em que a sua leitura do mundo é polifónica. Nela, cruzam-se e dialogam os seus autores de eleição, aqueles que sempre persegue ou que a perseguem, os que vai descobrindo ou com quem se vai cruzando. E nesta rede de constelações, não como Sibila, mas como Ariadne, demonstrou as inesgotáveis possibilidades de aproximação ao tema que lhe tinha sido proposto para encerramento do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento: O espaço da imagem.


Encadeando diferentes pontos de vista, Filomena Molder foi desenhando, formando, sugerindo, determinando, expandindo e diluindo o espaço físico, mental e afetivo de quem acompanhou, no passado sábado, na Fundação Marques da Silva, os seus deslumbramentos e contínuos desdobramentos. Foi uma torrente vertiginosa de imagens onde ecoaram as vozes de artistas, filósofos, poetas, historiadores, antropólogos ou até psicólogos e pediatras. E basta citar alguns destes nomes. Sim, lá estiveram Kant, Goethe, Wittgenstein e Benjamin, mas também Santo Agostinho, Johann Georg von Hamann e Hermann Broch. E porque o corpo, que ocupa e transforma o espaço, foi a casa de partida para um estimulante jogo de reflexão e questionamento, recorreu a Ushio Amagatsu e Herberto Helder, e passou pela rima de Dante, por Italo Calvino ou pelos coros das tragédias de Ésquilo e de Sófocles. Com a consciência desperta para a importância do pé na libertação da mão e do olhar, ou seja, na disponibilidade para a imaginação, defendendo o mistério inerente à aprendizagem da linguagem, evocou a condição de comunidade e as condições temporais onde se desenvolve a nossa vida, individual e humana, fazendo emergir as vozes de Óssip Mandelstam, de Michel de Certeau ou André Leroi-Gourhan e a mais imprevista voz de Julianna Vamos. Ao passar da gravidade para a profundidade, porque o espaço, como diria Bob Dylan, "contains multitudes", explorou as relações do espaço com a arte e regressou a Eduardo Chillida e a Alberto Giacometti, rememorando Rembrandt e o território das Musas. Filomena Molder falou, em suma, da inevitabilidade da imagem, da impossibilidade de fuga a um jogo que é também a história da nossa vida, o das imagens que nos rodeiam, as que a nossa linguagem cria, as imagens fundantes, isto é, as do teatro da nossa vida, com a casa a ocupar o lugar mais íntimo. Imagens dialéticas e de onde não se pode retirar o presente, já que é no presente que se vive. Por isso, deixou também imagens para o espaço, a do "labirinto", "ponte" e de "poço", casas, afinal, do Jogo da Glória.
 

Este ciclo, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que asseguraram a moderação das 4 sessões que o constituiram.

 

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16 de junho de 2023
Novos Títulos em Loja

A atividade editorial continua a ser uma das áreas estratégicas da Fundação Marques da Silva, enquanto instrumento privilegiado de valorização do seu património documental e enquanto reflexo de uma permanente abertura e incentivo à prática da investigação. É também a face visível de uma rede de colaborações e parcerias que têm vindo a ampliar-se. Exemplo disso são os numerosos títulos já publicados, nacional e internacionalmente, com a chancela ou com o apoio da Fundação Marques da Silva.

E só durante este último mês deram entrada nas livrarias 3 novos ltítulos, livros que também podem ser adquiridos na Fundação Marques da Silva, presencialmente ou através da Loja Online:

- Novo/Antigo: Fernando Távora, Conversas, o primeiro volume de um díptico que visa o trabalho de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvido por Fernando Távora, lançado durante  colóquio NOVO/ANTIGO. FERNANDO TÁVORA. É um livro coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, editado em parceria pela Fundação Marques da Silva, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e as Edições Afrontamento.
- A Escrita do Porto: Construção de uma Identidade, de Eduardo Fernandes, é o segundo volume da coleção A Escolha do Porto: Contributos para a atualização de uma ideia de escola, um projeto editorial da Fundação Marques da Silva e das Edições Afrontamento. Neste segundo livro abordam-se as questões que podemos associar à génese da “Escrita do Porto” (neste contexto, a palavra “escrita” é entendida como registo de uma ideia emergente), indissociável da figura de Fernando Távora e da sua obra teórica, desenhada e construída
- Manuel Botelho. Obra e Projecto 1980-2008, uma monografia inédita do arquiteto Manuel Botelho com edição de António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia, onde se apresenta uma seleção de 27 obras e projetos, bem como um conjunto de ensaios originais de Carlos Machado, José Manuel Soares, Jorge Reis, Victor Mestre e Bruno Baldaia. Publicada pela editora Circo de Ideias, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva.
 
 

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15 de junho de 2023
O ESPAÇO DA IMAGEM
com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
Encerramento do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento"
Fundação Marques da Silva, 17 de junho, 15h

A quarta e última sessão do ciclo ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO tem como convidada Filomena Molder. Com esta filósofa e investigadora, depois do "espaço da escrita", do "espaço do movimento" e do "espaço do corpo", será dada a vez ao "espaço da imagem". E o sentido da sua intervenção também já está definido: “Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”


Depois de Nuno Camarneiro, Daniel Tércio, José Gil e Ana Godinho Gil, mais um encontro a não perder! Tem lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo sábado, dia 17, com início às 15h. A entrada é livre.


O ciclo de conversas ESPAÇO, ESCRITA E PENSAMENTO, idealizado, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
 

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14 de junho de 2023
Alexandre Alves Costa, Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa
Lançamento da 3.ª edição do livro, com apresentação de Raquel Henriques da Silva
FAUP, 15 de junho, 18h30

A FAUPpublicações vai lançar, amanhã, 15 de junho, a 3.ª edição do livro Introdução ao Estudo da Arquitectura Portuguesa, da autoria de Alexandre Alves Costa, Professor Emérito da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A apresentação estará a cargo de Raquel Henriques da Silva. A sessão começa às 18h30 e é de entrada livre.
 

Ver cartaz completo aqui
+ info: www.arq.up.pt

 

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13 de junho de 2023
Visit.ações à exposição "Green Roofs, Grey Roofs"

Às terças-feiras é dia de Visit.ação à exposiçao Green Roofs, Grey Roofs, o mesmo é dizer que o Palacete Lopes Martins, na Fundação Marques da Silva, se enche de crianças. E é vê-las, de olhar atento a tudo o que as rodeia, desde que atravessam o portão da pr. do Marquês, prontas a descobrir o universo da fotografia e em particular o das que Inês d´Orey nos apresenta nesta exposição.

As visitas interativas, inseridas na programação da Bienal ´23 Fotografia do Porto, têm mediação e curadoria educativa do Coletivo Arisca, e prolongam-se até ao final do corrente mês de junho.

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12 de junho de 2023
O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva

Este sábado, 17 de junho, com Filomena Molder como convidada, conclui-se o ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. Na Fundação Marques da Silva vai-se falar do Espaço da Imagem. A sessão, moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, inicia-se às 15h e é de entrada livre.

 

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7 de junho de 2023
A remodelação do "Liceu Alexandre Herculano": um projeto de compromisso

Desconhece-se a data precisa em que José Marques da Silva se deixou fotografar, de chapéu e guarda-chuva, que o tempo assim o exigia, na galeria central de acesso ao jardim interior do então Liceu Alexandre Herculano, obra que tinha começado a projetar em 1914. A primeira pedra tinha sido lançada a 31 de janeiro de 1916, pelo Presidente Bernardino Machado, o mesmo que, em visita à cidade do Porto e no dia seguinte, assinalaria o lançamento da obra da Avenida dos Aliados, com a remoção da primeira pedra do palacete onde a Câmara se tinha instalado. Mas, tal como a Avenida, o processo de construção do Liceu acabaria por ser longo e faseado, arrastando-se até aos anos 30, altura em que se concluem o ginásio e a ala nascente. É, aliás, apenas em 1930 que o horticultor Jacinto de Matos e o calceteiro Guilherme de Oliveira finalizam o jardim da Reitoria que Marques da Silva tem em pano de fundo. A inauguração, com o "liceu oriental" a entrar em pleno funcionamento, chegou apenas em 1934. Seria esse o contexto para a fotografia? O ano é um mero pormenor numa história que continua a escrever-se.
 

Quase um século depois, em 2023, é a vez de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez, autores do projeto de requalificação, se deixarem fotografar nessa mesma galeria, onde as árvores denunciam a passagem do tempo. Mais do que a graça de repetirem o gesto e a pose, sem guarda-chuva que o dia era cheio de sol, é mesmo a vontade de sublinhar o seu compromisso com a obra de Marques da Silva e a vontade de assegurar a este lugar um novo futuro que os leva a aceitar o enquadramento proposto. Já em 2010, Alexandre Alves Costa referia, nas Conferências Marques da Silva, a propósito da remodelação do "Liceu Alexandre Herculano", que seria a preexistência a constituir-se a fronteira para o impossível, pelo que seria imperativa a preservação dos seus valores fundamentais. O projeto de transformação enfrentou, também ele, sucessivos adiamentos e revisões, mas a obra está finalmente a terminar. É, assim, um momento único para visitar a "nova" Escola Secundária Alexandre Herculano. O vazio interior, apenas atravessado por uma abundante luz e por alguns vestígios dos trabalhos ainda em curso, presta tributo à arquitetura do espaço, como as fotografias de Telma Dias, que passam agora a complementar a memória documental que a Fundaçao Marques da Silva preserva sobre este edifício, evidenciam. Está aberta a contagem decrescente para um novo ciclo de vida.

 

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9 de junho de 2023
A arquitetura da "Clara de Resende": Perspetiva(s)

O desenho que hoje se publica diz apenas tratar-se de uma "perspectiva", não contendo qualquer outra informação que permita revelar o projeto a que pertence, quem é o seu autor ou o ano em que foi produzido. Contudo, para quem passe pela rua do Primeiro de Janeiro, no Porto, facilmente nela reconhecerá a Escola Secundária que adotou o nome da pintora Clara Winston de Resende, nascida em Paris, em 1855, filha do pintor portuense Francisco José Resende, e que, regressada a Portugal, viria a falecer nesta cidade, em 1933.
 

O edifício da atual Escola Secundária Clara de Resende, contemporâneo, por exemplo, da Escola do Cedro de Fernando Távora ou da Escola Francesa de Manuel Marques de Aguiar, Carlos Carvalho Dias e Luís Cunha, foi construído entre 1957 e 1959, ano em que o escultor Fernando Fernandes é convidado a executar o painel cerâmico para a fachada principal. Inaugurou no ano seguinte e, dado o valor espacial, funcional e plástico da sua arquitetura, encontra-se classificado, desde 2011, como Monumento de Interesse Público. Mas a "Clara de Resende" precede esta construção. A inicialmente designada Escola Elementar Clara de Resende, dedicada à formação técnica de uma população exclusivamente feminina, tinha sido criada em 1949 e, depois de passar por outras instalações (rua das Taipas e rua Aires de Gouveia), aguardava um espaço próprio e autónomo para se fixar. A oportunidade para o pensar surgiu em 1955, altura em que a Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário lança o concurso de onde viria a sair vencedor o atelier lisboeta de João de Barros Vasconcelos Esteves, onde colaboravam Eduardo Valente Hilário e Luiz Alçada Baptista (estagiário). Serão estes três arquitetos a desenvolver o projeto final.
 

Foi do arquivo de Luiz Alçada Baptista que nos chegou esta imagem, parte integrante do processo de projeto, pontuada por três figuras femininas que denunciam o traço deste arquiteto, nascido na Covilhã, mas familiarizado com a cidade do Porto. Aliás, nesse mesmo ano de 1955, Luiz Alçada Baptista, concluída a frequência do Curso de Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, preparava-se para defender o seu projeto de C.O.D.A., o que veio a acontecer em dezembro com "uma habitação na Serra da Estrela". O projeto para a "Clara de Resende" não seria, porém, uma experiência isolada. Ao longo do seu percurso de arquiteto, em particular no âmbito do GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), gabinete que forma juntamente com Maurício de Vasconcellos, e com a colaboração de Bartolomeu Costa Cabral, continuará a desenvolver importantes projetos para edifícios escolares, como é o caso do complexo para a Universidade da Beira Interior.
 

Luiz Alçada Baptista faria hoje, 9 de junho, 99 anos. O seu arquivo profissional pode agora ser estudado na Fundação Marques da Silva.
 

Quanto à arquitetura da Escola Secundária Clara de Resende, e em jeito de nota final, refira-se que continua a somar distinções, já que o projeto de remodelação da autoria de Carlos Prata com Sara Almeida, e cuja equipa integrou Luís Alçada Baptista (arquiteto paisagista, filho de Luiz Alçada Baptista), para o projeto de espaços exteriores, em 2012, veio a ser o vencedor da 14.ª edição do Prémio João de Almada.

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1 de junho de 2023
O ESPAÇO DA IMAGEM
conversa com Filomena Molder
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
17 de junho, 15h, Fundação Marques da Silva

O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, uma iniciativa de Gonçalo Furtado e António Oliveira, que conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, vai concluir-se no próximo dia 17 de junho e traz como oradora convidada, a filósofa e investigadora Filomena Molder.
 

“Para falar do espaço da imagem irei concentrar-me no acto imaginativo e na relação entre imagem e espaço até chegar à imagem que a expressão “espaço da imagem” introduz. Ficar-me-ei por um exemplo que servirá de ponto de partida: quando se fala de interior, a imaginação toma conta da ocorrência e começa o seu inquérito no espaço: o que está dentro, guardado numa gaveta, numa caixa, num contentor qualquer, um lugar enterrado, uma coisa escondida, aquilo que é subterrâneo, aquilo em que nos adentramos, por exemplo, a noite, a floresta, as vagas do mar, a nossa dor.”
 

O desafio está lançado. Venha e participe. A sessão, moderada pelos organizadores, começa às 15h e é de entrada livre.
 

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31 de maio de 2023
Relatório de Atividades e Gestão - 2022

Encontra-se disponível para consulta pública, o Relatório de Atividades e Gestão correspondente ao ano de 2022.

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31 de maio de 2023
HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ
até 29 de julho, na Casa-Atelier José Marques da Silva

Este próximo sábado, dia 3 de junho, estava previsto um Encontro com Luís Pavão, talvez o mais fiel fotógrafo da obra de Raúl Hestnes Ferreira ao longo do tempo. Seria o quinto e último deste ciclo pensado no contexto da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. Imprevistos de última hora impedem que assim aconteça, pelo que a sessão está cancelada. Mas a exposição aí está, para continuar a ser visitada e redescoberta, no piso nobre da Casa-Atelier José Marques da Silva, até 29 de julho.

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30 de maio de 2023
Pelo olhar de Inês d´Orey:
a visita guiada a Green Roofs, Grey Roofs

No passado sábado, Inês d´Orey esteve na Fundação Marques da Silva para uma visita guiada à exposição Green Roofs, Grey Roofs. Claro que se falou da fotografia enquanto objeto artístico ou até na maximização do olhar que o drone, agora utilizado pela artista, permitiu. Um movimento de expansão do gesto de fotografar a colocar novos desafios. Falou-se, assim, do processo que esteve na base do que pode ser visto nesta exposição, mas debateram-se também as questões que levaram a que fossem estes e não outros os objetos/coberturas de edifícios a serem fotografados. Ou seja, a partir das vantagens e benefícios destas estruturas, esteve igualmente em foco essa preocupação maior do nosso tempo, assumida como um dos eixos estruturais desta edição da Bienal de Fotografia do Porto: a sustentabilidade.
 

A exposição pode ser visitada até 1 de julho, no 1.º piso do Palacete Lopes Martins, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. Entrada livre.

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29 de maio 2023
Uma manhã de empatia com a vida e a obra de Fernando Távora:
assim foi o colóquio Novo/Antigo.

Foi uma manhã inteiramente dedicada a Fernando Távora, a do passado sábado. O colóquio Novo/Antigo reuniu, na Fundação Marques da Silva, um conjunto heterogéneo de pessoas ligadas por um sentimento comum de empatia com Fernando Távora. De diferentes gerações, chegados de lugares diversos e com circunstâncias distintas de relacionamento com Fernando Távora, amigos, antigos colaboradores, colegas, clientes ou investigadores,  individualmente ou em diálogo, e muito para além do âmbito estrito da forma como este arquiteto projetava a partir de preexistências, tema principal deste encontro, cruzaram memórias, muitas histórias e refletiram em conjunto sobre uma personalidade invulgar e fascinante. Recordaram a sua forma de estar e de fazer arquitetura, dialogaram sobre o sentido da sua obra e foram unânimes quanto à importância de um legado que deve ser revisitado, questionado, conhecido e preservado, em suma, tratado como "algo vivo".  
 

A manhã concluiu-se com a apresentação dos dois livros resultantes do projeto coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas, que em breve estarão em circulação e disponíveis para venda.
 

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18 de maio de 2023
Novo / Antigo. FERNANDO TÁVORA
Colóquio e lançamento de livros
27 de maio, 9h30-14h, Fundação Marques da Silva

O Colóquio Novo/Antigo. FERNANDO TÁVORA, parte integrante do projeto editorial com o mesmo nome, coordenado por Teresa Cunha Ferreira, David Ordóñez Castañón e Eleonora Fantini, pretende introduzir um novo e mais profundo olhar sobre práticas de intervenção no construído.

Organizado conjuntamente pela Fundação Marques da Silva e pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (Grupo PACT) da FAUP, este Colóquio inclui a realização de duas mesas-redondas e a apresentação dos dois livros que registam a investigação realizada sobre um conjunto significativo de obras de restauro, reabilitação e requalificação desenvolvidas por Fernando Távora: Novo/Antigo. Fernando Távora: Obras e Novo/Antigo. Fernando Távora: Conversas. No próximo sábado, 27 de maio, na Fundação Marques da Silva, entre família, colegas, críticos, amigos e colaboradores, a manhã será dedicada ao pensamento e obra de Fernando Távora. E estão todos convidados. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.

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22 de maio de 2023
TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera
Amanhã, 23 de maio, no Departamento de Arquitetura do Politécnico de Milão

O Departamento de Arquitectura do Politécnico de Milão vai promover uma jornada de estudo inteiramente dedicada ao arquiteto Fernando Távora. A iniciativa, TÁVORA 100. In continuità. Pensiero e opera, coordenada por Marina Landsberger, Angelo Lorenzi, Stefano Perego e Carlotta Torricelli, vai reunir um conjunto de reconhecidos arquitetos e investigadores, italianos e portugueses, para debaterem o pensamento, a obra e a herança de Fernando Távora. Também a Fundação Marques da Silva estará presente, sendo representada pelo seu Vice-Presidente, Luís Martinho Urbano.

Acontece a 23 de maio, com o patrocínio da Fundação Marques da Silva.
 

+ info: www.auic.polimi.it

 

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22 de maio de 2023
José Gil e Ana Godinho Gil na Fundação Marques da Silva: as palavras de quem se predispõe a pensar

José Gil e Ana Godinho Gil, os convidados da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento, foram desafiados a falar sobre os conceitos de "corpo" e de "espaço". E fizeram-no magistralmente, no passado sábado, a partir de uma condição maior: declarar abertamente que o seu território, o de quem se predispõe a pensar, se encontra em permanente processo de procura. As ideias que partilharam refletem, assim, o ponto em que se situam as suas linhas de pensamento, o seu processo de questionamento sobre uma realidade em contínua transformação, esse lugar onde vivemos, que nos interseta e é por nós intersetado.
 

As suas intervenções traduziram-se numa estimulante reflexão sobre a infindável gama de possíveis que um corpo - individual ou coletivo, natural ou transformado - tem para se projetar e inscrever num espaço que pode ser tangível ou virtual ou pertença do sensível, embrionário ou cósmico, mas que se produz constantemente e está sempre mediado e carregado de intensidades. Indo da micro à macro escala, José Gil falou da projeção de um corpo que tanto pode fazer de uma parede uma pele, como voltar-se para o seu interior, encolher ou dilatar-se. E se para falar do espaço resultante de uma projeção, José Gil cruzou os domínios da arte, em particular da Pintura ocidental, Ana Godinho Gil partiu dos pressupostos expostos por Winnicott em Jogo e Realidade para abordar o conceito de espacialidade livre, com as suas zonas de contiguidade e continuidade, um espaço produtor de diferenças e onde estas se manifestam, um espaço de reciprocidade e, como tal, modificável.
 

Houve ainda tempo para aflorar questões como o impacto transformador das alterações climáticas; a paradoxal contradição que nos dias de hoje se verifica entre o desejo de imortalidade e a vontade de mudança do corpo tradicional; ou até mesmo a substituição desse corpo pelo robot. Ficou a consciência da dificuldade e complexidade desta "viagem mental" a um universo marcado por uma transitoriedade tão rápida e imponderável, que a própria linguagem ainda não a consegue acompanhar. No passado sábado, o espaço da Fundação converteu-se num espaço de pensamento.


Este ciclo, organizado e moderado por Gonçalo Furtado e António Oliveira, conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da FAUP. A próxima e última sessão será com Filomena Molder, a 17 de junho.
 

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22 de maio de 2023
Green Roofs, Grey Roofs,
a exposição que passou a habitar o Palacete da Fundação Marques da Silva

No passado sábado festejou-se a inauguração da nova exposição que habita o primeiro piso do Palacete Lopes Martins, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que contou com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jane Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.
 

Esta exposição, produzida pela Bienal ´23 Fotografia do Porto em parceria com a Fundação Marques da Silva no contexto do núcleo "Sustentar", traz-nos o olhar reflexivo de Inês d´Orey sobre os benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos. Com o foco direcionado para a cidade do Porto, foram fotografados projetos como a Praça Goncalves Zarco, de Manuel de Solà-Morales (2004); o Metro da Trindade, de Eduardo Souto de Moura (2005); a Praça de Lisboa, de Pedro Balonas (2012); o Museu da Cidade do Porto: Reservatório, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez (2018); o Edifício Emporium, de Morais Soares Arquitectos (2020); Terminal Intermodal de Campanhã, Nuno Brandão Costa, 2021.
 

Green Roofs, Grey Roofs, pode ser visitada até 1 de julho, de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h. A entrada é gratuita.
 

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11 de maio de 2023
Newsletter Fundação Marques da Silva | maio 2023

Amanhã é um dia com muito para ver e para fazer, na Fundação Marques da Silva.
Às 15h00, no Palacete Lopes Martins, inicia-se a conversa sobre O Espaço do Corpo, com José Gil e Ana Godinho Gil. A sessão será moderada por Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento". À mesma hora, na Casa-Atelier José Marques da Silva, terá lugar uma oficina de criação para famílias com crianças e jovens, Empatia em Família, promovida no âmbito da exposição que a Bienal ´23 traz à Fundação. E às 16h30, de novo no Palacete Lopes Martins, é a inauguração desta exposição, Green Roofs, Grey Roofs, numa sessão que conta com a presença da artista convidada, Inês d´Orey, e dos curadores, Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira.

Estes são os destaques da Newsletter de maio da Fundação Marques da Silva, que hoje se publica. Mas há muito mais a acontecer.

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17 de maio de 2023
O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva

O ciclo Espaço, Escrita e Pensamento regressa à Fundação Marques da Silva e traz como convidados José Gil e Ana Godinho Gil.  Gonçalo Furtado e António Oliveira, organizadores do ciclo, asseguram também a moderação da sessão que terá como tema o Espaço do Corpo.
 

"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."

É no sábado, dia 20 de maio, às 15h. Entrada livre, sujeita à lotação do espaço.
 

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18 de maio de 2023
GREEN ROOFS, GREY ROOFS / Bienal ´23 Fotografia do Porto
Uma nova exposição em Dia Internacional dos Museus!

A exposição Green Roofs, Grey Roofs, de Inês d´Orey, com curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano e Virgílio Ferreira, parte integrante da Bienal ´23 Fotografia do Porto, abre hoje ao público no Palacete Lopes Martins da Fundação Marques da Silva, celebrando igualmente o Dia Internacional dos Museus.

A inauguração da exposição acontecerá no próximo sábado, dia 20, às 16h30, com a presença da artista e dos curadores, e será antecedida por uma oficina para famílias, orientada pelo coletivo Arisca, às 15h.

A exposição é visitável de segunda a sábado, entre as 14h e as 18h (último acesso às 17h30).

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17 de maio de 2023
A Nova Ponte sobre o Douro
Há uma nova sessão "Fora de Portas"
19 de maio, 18h, Auditório da FEUP

No próximo dia 19 de maio haverá uma nova sessão do projeto “Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, desta vez com o foco na Nova Ponte sobre o Douro. O Arq.to José Carlos Nunes, o Eng.º. Miguel Sacristán Montesinos e o Eng. Filipe Vasques serão convidados a apresentar a obra, partilhando detalhes sobre um projeto que tanto impacto terá nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. A moderação será assegurada pela Arq.ta Bárbara Rangel.
 

Esta sessão, que se junta às VII Jornadas da Engenharia Civil da FEUP, vai decorrer no Auditório da FEUP. O acesso é gratuito, mas requer inscrição prévia em: https://portoinnovationhub.pt/inovacao-fora-de-portas/
 

“Inovação Fora de Portas – Engenharia Civil à Mostra”, iniciativa que tem o apoio da Fundação Marques da Silva, é organizada em parceria pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP, a Universidade do Porto e a Câmara Municipal de Gaia. Conta ainda com o apoio da Ordem dos Arquitectos Secção Regional do Norte, Casa da Arquitectura, da  Ordem dos Engenheiros Região Norte e da Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil - LC Porto.

 

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15 de maio de 2023
Da paisagem da infância ao exercício de decifração da obra de Raúl Hestnes Ferreira
Assim foi o "encontro com" Alexandre Alves Costa

Este "encontro com" Alexandre Alves Costa poderia ter sido dominado pela nostalgia, mas ainda que a saudade tenha sido declarada, o que aconteceu foi a partilha bem-humorada de uma "Jornada" - numa assumida apropriação do poema de José Gomes Ferreira que Fernando Lopes-Graça viria a incluir nas suas Heróicas - preenchida pela presença de muitos, a começar pelos que povoaram essa paisagem da infância, a casa de João José Cochofel na Serra da Lousã, onde ambos - Alexandre Alves Costa e Raúl Hestnes Ferreira - passaram férias. Como diria Irene Lisboa, aí foram lançadas muitas das sementes do que viriam a ser.
 

Ao longo dessa "Jornada", e a de Raúl Hestnes Ferreira sempre foi "solitária e de serena independência", houve lugar para continuados reencontros, como a cidade do Porto ou a docência em Coimbra, outros territórios de partilha e, no caso do Curso de Arquitetura da Universidade de Coimbra, o espaço onde Raúl Hestnes Ferreira viria a cumprir a sua paixão pelo ensino. A admiração por Louis Kahn foi sentida por estes dois arquitetos, mas mesmo quando as referências se cruzam, há muitas maneiras de fazer arquitetura e muitas formas de entender o lugar. Foi, portanto, sem rodeios que Alexandre Alves Costa admitiu o seu estranhamento perante uma obra de difícil interpretação como é a de Raúl Hestnes Ferreira, uma obra enigmática que, para ser desvendada, tinha de ser analisada para além da questão do gosto, na singularidade da sua linguagem, na procura das convições e circunstâncias que a fundamentam. Uma obra que começou por rejeitar, para depois reconhecer e aderir ao jogo que ela propõe. Recorreu então a Távora, que sobre a arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira considerava que não interessava gostar ou não gostar, mas sim o facto de ser sólida, de pousar, de ter gravidade. A história da sua difícil aproximação à Agência da CGD, projetada por Hestnes, em Avis, acabou por ser o momento em que Alexandre Alves Costa partilhou a sua progressiva descoberta dos códigos que, no seu entender, decifram o enigma que Hestnes Ferreira e a sua arquitetura representam. Percebeu-se também uma outra sua afirmação: "a obra de Raúl Hestnes Ferreira nao resulta da sua biografia, mas esta foi fortemente condicionada pelas suas crenças disciplinares".

 

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18 de maio de 2023
Exposição | Green Roofs, Grey Roofs
Bienal´23 Fotografia do Porto, Fundação Marques da Silva
Abertura: 20 de maio, 16h30

A Bienal´23 Fotografia do Porto está de volta à cidade e traz-nos "Atos de Empatia". Nesta nova edição reúne 70 artistas, apresenta 15 exposições agrupadas em 4 núcleos ("Sustentar" - "Vivificar" - "Conectar" - "Expandir") e organiza 123 visit.ações. A Fundação Marques da Silva é, de novo, uma instituição parceira, acolhendo, no Palacete Lopes Martins, entre 20 de maio e 1 de julho, a exposição Green Roofs, Grey Roofs, com Inês d´Orey como artista convidada e curadoria de Jayne Dyer, Luís Urbano, Virgílio Ferreira.
 

Nesta exposição, Inês d´Orey ensaia uma reflexão acerca dos benefícios ambientais das coberturas verdes em ambientes urbanos, focando o seu olhar na cidade do Porto. Green Roofs Grey Roofs cria um lugar de questionamento entre as boas práticas e o potencial transformador por estas geradas, promovendo reflexão sobre temas como sustentabilidade, ecologia e cultura na construção e renovação da cidade. Esta exposição insere-se no núcleo "Sustentar", pensado para sublinhar a urgência de implementar uma mudança cultural e económica que encare os recursos naturais e os ecossistemas como fundamentais para um desenvolvimento regenerativo das cidades e um futuro sustentável para todas as formas de vida. "Sustentar" é, assim, o conceito agregador de uma plataforma de laboratórios criativos nos centros urbanos portugueses, que promoveu a colaboração e troca de conhecimento entre artistas e cientistas, agentes sociais e culturais, municípios e empresas, para criar novos imaginários.
 

A Bienal´23 abre a 18 de maio, em Dia Internacional dos Museus, mas a inauguração desta exposição acontece a 20 de maio, às 16h30, sendo antecedida, às 15h00, de uma Oficina dirigida a famílias.
 

A Bienal Fotografia do Porto é organizada e produzida pela Plataforma Ci.CLO em coprodução com a Câmara Municipal do Porto e financiada pela Direção-Geral das Artes, com o apoio mecenático do BPI e da Fundação ”La Caixa”, o apoio institucional da Comissão Nacional da UNESCO e uma rede de vários parceiros estratégicos a nível nacional e internacional.


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12 de maio de 2023
"Encontros com"
#04 Alexandre Alves Costa
moderação de Alexandra Saraiva
Sábado, 13 de maio, 15:30, Fundação Marques da Silva

Alexandre Alves Costa, o convidado da quarta sessão do ciclo "Encontros Com", conheceu Raúl Hestnes Ferreira ainda durante a infância, férias conjuntas num tempo distante. Voltou a cruzar-se com o Raúl-estudante, quando este, entre 1952 e 1957, frequentou a Escola de Belas Artes do Porto. Bem mais tarde, viriam a ser ambos professores do Departamento de Arquitetura de Coimbra. Ao longo das suas vidas, apesar das suas maneiras bem distintas de fazer arquitetura, continuaram a alimentar um respeito e uma confiança mútuas. Será o próprio Raúl-arquiteto a convidar Alexandre Alves Costa a escrever sobre o projeto que tinha realizado para uma Agência da Caixa Geral de Depósitos em Avis. Seria a longa e cúmplice conversa que tiveram, e onde também participaram Adelino Gonçalves e Nuno Correia, sobre arquitetura e sobre a vida, a concluir a monografia, Raúl Hestnes Ferreira: Projetos, 1959-2002.


Alexandre Alves Costa virá à Fundação falar na primeira pessoa, sobre o que a sua memória retém desta distante proximidade com Raúl Hestnes Ferreira. É já no próximo sábado, 13 de maio, com a moderação a ser assegurada por Alexandra Saraiva, a curadora principal da exposição HESTNES FERREIRA - FORMA | MATÉRIA | LUZ. A sessão começa às 15h30 e é de entrada livre, sujeita apenas à lotação do espaço.

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10 de maio de 2023
José Forjaz e Malangatana, uma amizade que também ganhou a forma de uma casa

José Forjaz e Malangatana nasceram no mesmo ano, um em Coimbra, outro em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique. Conheceram-se em meados dos anos 50, no atelier de Pancho Guedes, que ambos frequentavam, um como desenhador de arquitetura, outro como pintor "por conta". Aí teve início uma amizade que se revelaria inabalável à passagem do tempo. Os seus caminhos não deixaram de tomar direções distintas, mas convergiram de novo, e definitivamente a partir de 1974. Viveram então o entusiasmo de uma chamada comum para "a construção de um Moçambique melhor". Sempre se consideraram "irmãos de luta e de interesses, de compromissos e de alegrias." Já na década de 90, caberia a José Forjaz desenvolver o plano para a construção do Centro Cultural de Matalana, que teve em Malangatana o seu principal dinamizador. E poucos anos depois, em 1997, José Forjaz seria de novo chamado a desenhar um outro projeto para o pintor: a sua Casa-Estúdio. Na invenção das linhas que definem a sua forma e volumetria, na cor que a envolve, nas janelas que abraçam a paisagem circundante ou estendem para o pátio, na atenção ao lugar e à sustentabilidade, no recurso aos materiais e aos construtores locais, a arquitetura da casa, expressão concreta e real de um entendimento cúmplice entre amigos, estava pronta a tornar-se espaço de vida e de criação.
 

José Forjaz nasceu a 10 de maio de 1936. Parabéns, Senhor Arquiteto!

 

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9 de maio de 2023
O ESPAÇO DO CORPO
conversa com José Gil e Ana Godinho Gil
moderação de Gonçalo Furtado e António Oliveira
20 de maio, 15h, Fundação Marques da Silva

"Descreve-se fenomenologicamente o espaço do corpo no plano individual do corpo próprio, e no plano colectivo da inscrição social desse espaço. Mostra-se depois o papel do espaço do corpo no conhecimento e na arte (pintura, arquitectura). Termina-se com uma discussão sobre as transformações actuais do espaço do corpo na era do capitalismo digital (Que corpo? Que espaço?)."
 

Com estas palavras de José Gil e Ana Godinho Gil está lançado o guião da terceira sessão do ciclo Espaço, Escrita e Pensamento. A moderação, como sempre, estará a cargo dos organizadores do ciclo Gonçalo Furtado e António Oliveira. A conversa terá lugar na Fundação Marques da Silva, no próximo dia 20 de maio, às 15h. A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.
 

O ciclo "Espaço, Escrita e Pensamento" conta com o apoio da Fundação Marques da Silva e da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
 

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8 de maio de 2023
Manuel Botelho: o gesto próprio de quem sempre procurou o diálogo
A sessão de encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto"

No passado sábado, na Fundação Marques da Silva, com o encerramento da exposição "Cartografia Manuel Botelho: Obra e Projeto" concluiu-se também todo um programa em torno da obra e da figura de Manuel Botelho, arquiteto, professor, autor. Foi, contudo, apenas o ponto de chegada de mais uma etapa e o início de um novo ciclo, aquele que permitirá, com o distanciamento do tempo e o acesso à documentação agora preservada nesta Fundação, alcançar um outro conhecimento e um renovado entendimento daquela que foi a obra desenvolvida por um arquiteto discreto, mas profundamente culto e atento. 
 

O caminho até agora percorrido pelos dinamizadores deste programa, que teve como objetivo maior dar visibilidade e reposicionar Manuel Botelho no panorama da arquitetura portuguesa - António Neves, Bruno Baldaia e Carlos Maia -, passou pela realização de três exposições, onde confluíram várias instituições e o contributo de muitos, caso do registo fotográfico de Duarte Belo e da investigação de Bruno Castro. Desdobraram-se depois em múltiplas iniciativas, entre visitas guiadas, conferências, mesas-redondas e, agora, o livro, Manuel Botelho: Obra e Projecto 1980-2008. Como este processo coletivo de trabalho se desenvolveu a pensar num tempo futuro, o périplo pelo "território" deste arquiteto também preparou e concretizou a doação do seu acervo profissional à Fundação Marques da Silva e da sua biblioteca à Escola de Arquitetura da Universidade do Minho.
 

Por tudo isto, a sessão de encerramento, numa sala demasiado pequena para acolher todos aqueles que fizeram questão de comparecer, revestiu-se de um carácter muito particular. Pode dizer-se que os afetos se fizeram sentir, mas da sala para a mesa, muito para além da homenagem à pessoa, as palavras que se ouviram deram sobretudo corpo a um estimulante e por vezes aceso debate de ideias, sinal bem demonstrativo em como o seu percurso e obra, as suas referências e o modo como fazia arquitetura, podem e devem ser objeto de análise e reflexão, matéria de pensamento. Coube ao próprio Manuel Botelho, com a discrição, a simplicidade e elegância que o caracterizam, concluir o momento, numa síntese do que para si significa projetar: "estabelecer um diálogo com o tempo, um diálogo com o sítio, um diálogo com o mundo, um diálogo com o homem."
 

Como escrevem os curadores, no texto inicial do livro, "a obra de um arquiteto não termina quando, pela última vez, se fecha a porta do escritório".
 

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